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REVISTA DE

EDUCAÇÃO FÍSICA
Nº 136 MARÇO DE 2007

Artigo de Revisão

EQUAÇÕES NACIONAIS PARA A ESTIMATIVA DA GORDURA


CORPORAL DE BRASILEIROS
Marcelo Salem1,2, Cândido Simões Pires Neto3, William Waissmann2

1 - Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército - Rio de Janeiro - RJ - Brasil.


2 - Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
3 - Universidade Tuiuti do Paraná - Curitiba - PR - Brasil.

Resumo pois, a não ser que sejam validadas para grupos de


sujeitos com diferentes características, só devem ser
A estimativa e o cálculo da gordura corporal podem utilizadas em grupos para os quais foram desenvolvidas
ser realizados por vários métodos laboratoriais (diretos e validadas (Salem, 2004). Portanto, com o intuito
ou indiretos) e/ou de campo (indiretos). O único e de divulgar amplamente os trabalhos nacionais que
mais preciso método direto para se quantificar a desenvolveram e validaram equações nacionais para o
gordura corporal é a dissecação cadavérica. Apesar fracionamento da composição corporal, este estudo teve
da disponibilidade de uma variedade de métodos, por objetivo apresentar as principais equações, genéricas
indiretos, bem precisos e modernos, seus usos não e específicas, para a estimativa da densidade e/ou
são recomendados para avaliar um grande número de gordura corporal, a partir de medidas antropométricas,
pessoas, já que utilizam equipamentos caros, gastam desenvolvidas e validadas por autores brasileiros,
um tempo considerável e necessitam de profissionais bem como a metodologia e instrumental utilizados.
altamente qualificados (Norton e Olds, 1996). A busca de Considerando somente os estudos envolvendo variáveis
técnicas mais fáceis e bem mais econômicas fez com que antropométricas, as equações desenvolvidas foram as
vários profissionais, no Brasil e no exterior, procurassem de Dartagnan Pinto Guedes(1985), Edio Luiz Petroski
uma solução prática e menos dispendiosa nos métodos (1995), Anatole Barreto Rodrigues de Carvalho (1998),
antropométricos, que preconizam as medidas das dobras Ciro Romélio Rodriguez Añez (1999), Renato Shoei
cutâneas, dos perímetros musculares e dos diâmetros Yonamine (2000), Marcelo Salem (2003 e 2006).
ósseos, realizados fora dos laboratórios. Apesar da
disponibilidade de centenas de modelos matemáticos, Palavras-chave: Composição Corporal, Equações
o uso de equações não deve ser indiscriminado, Nacionais, Gordura Corporal.

Revised Article The only and most precise direct method to quantify
body fat is dissecting a cadaver. In spite of having
NATIONAL EQUATIONS FOR ESTIMATION OF a variety of precise and modern indirect methods,
BRAZILIAN BODY FAT they are recommended to evaluate a great number
of people because it is necessary to use expensive
Abstract equipments, a big amount of time is required, and
highly-qualified professionals are needed (Norton
The estimation and the calculus of body fat can and Olds, 1996). The searches for easier and more
be realized through several laboratorial methods economic techniques made a lot of professionals,
(direct or indirect) and/or field methods (indirect). in Brazil and abroad, look for a practical and less
__________ expensive solution in the anthropometric methods,
Recebido em 02.08.2006. Aceito em 25.11.2006. which commends the measurements of skin folds,

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muscular perimeters, and bone diameters, realized anthropometric measurements, developed and
outside the laboratories. Despite having hundreds validated by Brazilian authors, as well as the
of mathematic methods, the use of equations cannot methodologies and instruments used. Taking into
be indiscriminately, unless they are validated to a account only the studies involving anthropometric
group of individuals with different characteristics, variables, the developed equations were the ones
otherwise they can only be used for groups to of Dartagnan Pinto Guedes (1985), Edio Luiz
whom they were developed and validated (Salem, Petroski (1995), Anatole Barreto Rodrigues de
2004). Therefore, in order to acknowledge the Carvalho (1998), Cirio Romelio Rodriguez Aez
national researches that developed and validated (1999), Renato Shoei Yonamine (2000), Marcelo
national equations to the fractioning of the body Salem (2003 and 2006).
composition, this study focused on presenting
the main generic and specific equations, to Key words: Body Composition, National Equations,
the estimation of density and/or body fat, from Body Fat.

INTRODUÇÃO - Identificar riscos à saúde, associados a níveis


excessivamente altos e baixos de gordura corporal total;
O interesse pelo fracionamento e pelo cálculo dos
componentes corporais surgiu na década de 40, - Identificar riscos à saúde, associados ao
quando o Dr. Albert Behnke, médico da marinha acúmulo excessivo de gordura intra-abdominal;
americana, considerado a maior autoridade em
composição corporal, realizou um trabalho de - Proporcionar entendimento sobre os riscos à
medidas corporais, visando fracionar a composição saúde, associados à falta ou ao excesso de gordura
corporal, tendo realizado medidas de estatura, corporal;
forma e estrutura de 25 jogadores profissionais de
futebol americano. Este estudo comprovou que 11 - Monitorar mudanças na composição corporal,
dos 17 jogadores considerados obesos pela tabela associadas a certas doenças;
de peso e altura, utilizada na época como padrão
de medida da composição corporal, possuíam a - Avaliar a eficiência de intervenções nutricionais
gordura corporal relativamente baixa e que este e de exercícios físicos na alteração da composição
“excesso de peso”, em realidade, era devido ao corporal;
desenvolvimento da massa muscular (Katch e
McArdle, 1996). - Estimar o peso corporal ideal de atletas e
Após os estudos de Behnke, vários autores não- atletas;
passaram a ter interesse em fracionar a composição
corporal, visando obter informações detalhadas - Formular recomendações dietéticas e
e importantes sobre as dimensões do corpo prescrições de exercícios físicos; e
humano, já que o tipo corporal fornece muito mais
informações do que simplesmente proporções - Monitorar mudanças na composição corporal,
corporais. associadas ao crescimento, desenvolvimento,
Segundo Heyward e Stolarczyk (1996), além maturação e idade.
de avaliar a quantidade total e regional de gordura
corporal para identificar riscos à saúde, são várias Buscando informações mais detalhadas,
as aplicações da composição corporal, a seguir: vários estudos foram realizados para fracionar a

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composição corporal, em vários compartimentos, O cálculo da gordura corporal, a partir de medidas


sendo o modelo de divisão da Massa Corporal Total antropométricas, é realizado desenvolvendo-se e
(MCT) mais comum o de dois compartimentos, validando-se equações de regressão para esse
ou seja, a MCT dividida em Massa Gorda (MG) e fim.
Massa Livre de Gordura (MLG), sendo a MG a soma De acordo com Norton e Olds (1996), a maioria
de todos os lipídios corporais e a MLG a soma da das equações de predição foi desenvolvida
água, das proteínas e dos componentes minerais usando métodos de laboratório como a
do corpo (Heyward e Stolarczyk, 1996). densimetria hidrostática, ou seja, a medição da
A estimativa e o cálculo da gordura corporal podem Densidade Corporal (D) utilizando-se a pesagem
ser realizados por vários métodos laboratoriais hidrostática.
(diretos ou indiretos) e/ou de campo (indiretos). Segundo Lohman (1992), muitos peritos
O único e mais preciso método direto para se consideram a medida da densidade corporal
quantificar a gordura corporal é a dissecação como o procedimento padrão para a avaliação da
cadavérica. composição corporal.
Norton e Olds (1996) colocam que alguns Não só no Brasil, mas em todo o mundo,
métodos de laboratório bastante sofisticados são várias equações têm sido desenvolvidas com o
utilizados, hoje em dia, para estimar a gordura objetivo de quantificar a gordura corporal e, a
corporal, dentre eles o da condutividade elétrica partir daí, relacioná-la com doenças e com o risco
total do corpo (Malina, 1987), o ultrasônico (Katch, coronariano.
1983) e o do scanner com raios infravermelhos Apesar da disponibilidade de centenas de
(McLean e Skinner, 1992). modelos matemáticos, o uso de equações não
Além dos métodos acima citados, podemos deve ser indiscriminado, pois, a não ser que sejam
encontrar, também a absortometria radiológica de validadas para grupos de sujeitos com diferentes
dupla energia (DEXA), a bioimpedância elétrica, características, só devem ser utilizadas em grupos
a densitometria, a pletismografia, a hidrometria, para os quais foram desenvolvidas e validadas
a espectometria, a ultra sonografia, a tomografia (Salem, 2004).
computadorizada, a ressonância magnética, a Portanto, com o intuito de divulgar amplamente
ativação de nêutrons, a interactância de raios os trabalhos que desenvolveram e validaram
infravermelhos, a antropometria, a excreção de equações nacionais para o fracionamento da
creatinina, a creatinina sérica, a absorção fotônica, composição corporal, este estudo teve por objetivo
a radiografia e a 3-metil-histidina urinária (Pollock apresentar as principais equações, genéricas
e Wilmore, 1993). e específicas, para a estimativa da densidade
Apesar da disponibilidade de uma variedade de e/ou gordura corporal, a partir de medidas
métodos bem precisos e modernos, seus usos não antropométricas, desenvolvidas e validadas por
são recomendados para avaliar um grande número de autores brasileiros, bem como a metodologia e
pessoas, já que utilizam equipamentos caros, gastam instrumental utilizados.
um tempo considerável e necessitam de profissionais
altamente qualificados (Norton e Olds, 1996). EQUAÇÕES NACIONAIS
A busca de técnicas mais fáceis e bem mais
econômicas fez com que vários profissionais Dartagnan Pinto Guedes (1985)
procurassem uma solução prática e menos
dispendiosa nos métodos antropométricos, que O primeiro pesquisador brasileiro a desenvolver
preconizam as medidas das dobras cutâneas, dos e validar equações nacionais para a estimativa da
perímetros musculares e dos diâmetros ósseos, Densidade Corporal a partir de medidas antropométricas
realizados fora dos laboratórios. foi Dartagnan Pinto Guedes, em 1985.

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Seu estudo foi realizado na Universidade TABELA 2


Federal de Santa Maria, onde foram avaliados 206 EQUAÇOES DESENVOLVIDAS POR GUEDES
universitários, sendo 110 homens, com idades entre (1985) PARA UNIVERSITÁRIAS (n=96).
17 e 27 anos, e 96 mulheres, com idades entre 17
e 29 anos.
Para a determinação da Densidade Corporal (DC),
Guedes (1985) utilizou uma piscina de 23x12 m, com
profundidade de 1,4 m e temperatura constante
de 27º a 29º C. Para a realização da Pesagem
Hidrostática (PH), construiu-se uma caixa com
dimensões de 1,50 x 1,50 m, onde evitou-se que
a movimentação da água afetasse os valores do
peso submerso. Onde: X = dobras cutâneas; X1 = TR; X2 = SI + CX; X3 = SI +
Os avaliados foram pesados em uma cadeira CX + SE; X4 = SI + CX + SE + TR; X5 = SI + CX + SE + TR +
BI; X6 = SI + CX + SE + TR + BI + PM; X7 = SI + CX + SE + TR
construída em ferro galvanizado, com dimensões + BI + PM + AB; X8 = AB + TR + SI + AM + SE + CX + PM + BI.
de 0,40 x 0,50 m, para que estes pudessem se EPE = erro padrão da estimativa e R = coeficiente de correlação múltipla.
acomodar no momento do mergulho.
A balança utilizada para tomada do peso Como dito anteriormente, estas equações foram
submerso foi de fabricação italiana, de marca desenvolvidas para universitários brasileiros com
SUPREMA MOD RS, com precisão de 5 g. idade entre 17 a 29 anos, devendo as mesmas serem
Para o desenvolvimento das equações, o validadas caso sejam utilizadas para outros sujeitos.
autor utilizou como variável dependente a DC O procedimento de validação de uma equação
e, como variáveis independentes, oito dobras para sujeitos que não participaram de sua construção
deve seguir as recomendações de Lohman (1992),
cutâneas.
Petroski e Pires Neto (1995) apresentadas a seguir:
As equações desenvolvidas por Guedes para
os universitários são apresentadas nas TABELAS 1. Realizar a Pesagem Hidrostática de uma
1 e 2, a seguir: amostra significativa dos sujeitos para os quais o
estudo é destinado.
TABELA 1
EQUAÇOES DESENVOLVIDAS POR GUEDES 2. Realizar as medidas antropométricas, seguindo
(1985) PARA UNIVERSITÁRIOS (n=110). as recomendações do autor da equação.

3. Calcular a DC ou %G (variável dependente)


de acordo com a equação que se deseja validar.

4. Testar a correlação de Pearson entre o


valor da DC/%G medidos pela PH e a DC/%G
estimados pela equação em questão (p ≤ 0,05).
Esta correlação deve alcançar valores próximos
ou superiores a 0,80.

5. Testar estatisticamente a diferença entre


Onde: X = dobras cutâneas; X1 = AB; X2 = AB + TR; X3 = AB +
TR + SI; X4 = AB + TR + SI + AM; X5 = AB + TR + SI + AM + SE;
as médias dos valores da DC/%G estimada pela
X6 = AB + TR + SI + AM + SE + CX; X7 = AB + TR + SI + AM + PH e a medida pela equação (p ≤ 0,05). Este
SE + CX + PM; X8 = AB + TR + SI + AM + SE + CX + PM + BI. teste t pareado não pode apresentar diferenças
EPE = erro padrão de estimativa e R = coeficiente de correlação múltipla. estatisticamente significativas.

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6. Calcular o erro constante (EC), ou seja: EC de regressão curvilinear e a idade como variável
(erro constante) = MÉDIA ((DC/%G PH) - (DC/%G independente. A principal vantagem é que uma
Equação)), diferença média entre a densidade equação generalizada pode ser aplicada para diversas
mensurada (DC/%G medida PH) e estimada (DC/%G populações, sem perder a sua acuracidade (Petroski
usando a equação). e Pires Neto, 1996).

7. Calcular o erro técnico (ET), ou seja: Petroski realizou seu estudo na Universidade
ET (erro técnico) = onde: Y1 é Federal de Santa Maria, como tese de doutorado, tendo
a DC/%G estimada pela equação e Y2 é a DC/%G estudado uma população composta por adultos de
medida pela PH. ambos os sexos (n= 672) , na faixa etária entre 18 e 66
anos, das regiões central do RS e litorânea de SC.
8. Comparar os erros calculados com o EPE, Os sujeitos foram divididos em dois grupos: o grupo
devendo estes serem inferiores ao EPE fornecido pelo de regressão (GR = 213 mulheres e 304 homens),
autor. para o desenvolvimento das equações, e o grupo
de validação (GV = 68 mulheres e 87 homens), para
Este procedimento pode, também, ser realizado validar as equações desenvolvidas.
com equações estrangeiras, como publicado por Para a PH foi desenvolvida uma caixa pintada de
vários autores nacionais, entre eles Pires Neto (1995 a branco, de formato quadrado 1,30 X 1,30 m, com
2006), Guedes (1985), Petroski (1995), Glaner (1997), 1,40 m de altura, sem fundo, construída em madeira
Carvalho (1998), Rodriguez-Añez (1999) e Yonamine com 2,5 cm de espessura.
(2000). Para aferição do peso submerso foi utilizada uma
balança Filizola, com capacidade para 6 kg e com
Edio Luiz Petroski (1995) divisão de 5 g,
Para a sustentação dos avaliados foi utilizado um
Outro autor a desenvolver equações nacionais foi trapézio tubular, em PVC, cano 40, com dimensão de
Edio Luiz Petroski, em 1995, orientado pelo Prof Dr 50 cm.
Cândido Simões Pires Neto, sendo o primeiro estudioso Um cinto de mergulhador, com 1,8 kg, foi colocado
a desenvolver equações generalizadas no Brasil. em volta da cintura dos avaliados, buscando manter a
Cabe, neste momento, diferenciar equações estabilidade corporal durante o mergulho, tendo o peso
específicas e generalizadas: desse cinto sido subtraído ao final das pesagens.
Não foi utilizada a posição sentada para os avaliados,
- Equações específicas - são equações desenvolvidas e, sim, a posição grupada, por ser mais confortável para
a partir de populações específicas, como, por exemplo, os avaliados (Petroski e Pires Neto, 1996).
as equações desenvolvidas para universitários, com Como variável dependente nas equações, Pestroski
idade entre 17 e 27 de Guedes (1985). utilizou a DC e, como variáveis independentes, usou
as dobras cutâneas, os perímetros musculares e os
- Equações generalizadas - são desenvolvidas diâmetros ósseos.
utilizando grandes amostras heterogêneas em idade, As equações desenvolvidas pelos autores para
em composição corporal e em aptidão física. As homens e mulheres são apresentadas a seguir nas
equações generalizadas, geralmente, usam o modelo TABELAS 3 e 4.

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TABELA 3
EQUAÇOES GENERALIZADAS DESENVOLVIDAS PARA HOMENS DE 18 A 66 ANOS.

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Continuação da TABELA 3

Onde: DC = dobras cutâneas (mm); ID = idade (anos); CAT = circunferência do antebraço (cm);
CAB = circunferência do abdômen (cm); X9 = ∑9DC SE, TR, BI, AM, PT, SI, AB, CX e PM;
X7 = ∑7DC SE, TR, PT, AM, SI, AB e CX; X6 = ∑6DC SE, TR, BI, PT, AM e SI;
X4 = ∑D4C, SE, TR, SI e PM; Z4 = ∑4DC SE, TR, BI e SI;
X3 = ∑3DC, SE, TR e SI; Z3 = ∑3DC SE, TR e PT; X2 = ∑2DC TR e AM.

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TABELA 4
EQUAÇOES GENERALIZADAS DESENVOLVIDAS PARA MULHERES DE 18 a 51 ANOS.

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Continuação da TABELA 4

Onde: ID = Idade (anos); MC = massa corporal (kg); ES = estatura corporal (cm); CAB = circunferência do
abdômen (cm); CCX = circunferência da coxa (cm);
DC = dobra cutânea (mm); X9 = ∑9DC, SE, TR, BI, PT, AM, SI, AB, CX e PM;
X7 = ∑7DC, SE, TR, AM, SI, AB, CX e PM; Y7 = ∑7DC, SE, TR, AM, PT, SI, AB e CX;
X5 = ∑5DC, SE, TR, SI, AB e PM; X4 = ∑4DC, SE, TR, SI e PM;
Y4 = ∑4DC, AM, SI, CX e PM; X3 = ∑3DC, SE, SI e CX; Y3 = ∑3DC, AM, SI e CX;

Anatole Barreto Rodrigues de Carvalho (1998) A metodologia foi praticamente a mesma dos
autores anteriormente citados, com apenas uma
Carvalho desenvolveu seu trabalho, orientado pelo diferença significativa: o autor utilizou, como variável
Prof Dr Cândido Simões Pires Neto, com universitários dependente, a Massa Corporal Magra (MCM) e, como
(n=66 homens e n=58 mulheres) estudantes de Medicina, variáveis independentes, além de dobras cutâneas
Odontologia, Enfermagem, Engenharia, Jornalismo e e perímetros musculares, a Impedância Bioelétrica
Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco, (Tetrapolar Biodynamics modelo 310).
Universidade de Pernambuco, Universidade Católica de A MCM foi calculada transformando-se a DC em %
Pernambuco e militares do Núcleo de Preparação de de gordura por meio da equação de Siri (1961), isto é,
Oficiais da Reserva (NPOR) de Santa Maria - RS. % G = (495/DC) – 450.

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A Massa Gorda (MG) foi calculada pela seguinte Os procedimentos metodológicos foram os
equação: MG = MCT (%G/100). mesmos descritos pelos outros autores, tendo
A MCM foi calculada subtraindo-se da MCT a MG: sido, entretanto, mensuradas 13 dobras cutâneas
MCM = MCT – MG. e nove perímetros musculares como variáveis
independentes e, como variável dependente, a
As equações desenvolvidas são mostradas na MCM.
TABELAS 5 e 6, a seguir: A MCM foi calculada transformando-se a DC em
% de gordura por meio da equação de Siri (1961),
TABELA 5 isto é, % G = (495/DC) - 450.
EQUAÇÕES DESENVOLVIDAS PARA HOMENS A Massa Gorda (MG) foi calculada pela seguinte
DE 18 a 30 ANOS. equação: MG = MCT (%G/100).
A MCM foi calculada subtraindo-se da MCT a MG:
MCM = MCT – MG.
As equações específicas desenvolvidas são
mostradas na TABELA 7.

TABELA 7
EQUAÇOES ESPECÍFICAS PARA A ESTIMATIVA
DA DENSIDADE CORPORAL DE CABOS E
SOLDADOS DO EXÉRCITO.
Onde: R = resistência, Rc = reatância, EST = estatura,
Eres = EST2/R, MC= massa corporal (Kg), ID = idade,
Pabd = perímetro do abdômen.

TABELA 6
EQUAÇÕES DESENVOLVIDAS PARA MULHERES
DE 18 a 28 ANOS.

Onde: R = resistência, Rc = reatância, EST = estatura,


Eres = EST2/R, MC= massa corporal (Kg),
Ppan = perímetro da panturrilha. Onde : X2 = dobra cutânea (dc) abdominal horizontal,
X3 = Σ dc abdominal vertical (ABDV) + dc supra ilíaca obliqua
(SIO), X6 = Σ dc abdov+ SIO + coxa medial (CXM),
X7 = Σ DC ABDV +SIO + CXM + TR(dc triciptal), X10 = Σ DC
Ciro Romélio Rodriguez-Añez (1999) ABDV +SIO + CXM + TR + PT (dc peitoral), X14 = Σ DC
ABDV +SIO + CXM + TR + PT + AXO (dc axilar obliqua
+ PAM (dc panturrilha medial), X16 = Σ DC ABDV +SIO +
Orientado pelo Prof Dr Cândido Simões Pires
CXM + TR + PT + AXO + PAM + BI (diâmetro biestiloidal),
Neto, Rodriguez-Añes realizou um estudo com 64 X17 = X16 = Σ DC ABDV +SIO + CXM + TR + PT + AXO +
cabos e soldados do Exército Brasileiro, com idades PAM + BI + SE (dobra subescapular), PPES = perímetro do
entre 18 e 22 anos, servindo na cidade de Santa pescoço, PABD = perímetro abdominal e PCXS= perímetro
Maria - RS. da coxa superior.

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Renato Shoei Yonamine (2000) através de uma balança, e sim, com uma célula
de carga, desenvolvida pela FILIZOLA, com
Este estudo visou desenvolver equações para mostrador digital de várias velocidades de leitura
93 meninos, entre 12 a 14 anos de idade (n=31 de e precisão de 5 a 50g entre outras características
cada idade). (Salem, Monteiro, Fernandes Filho e Pires Neto,
Também sob a orientação do Prof Dr Cândido 2003).
S i m õ e s P i r e s N e t o , Yo n a m i n e u s o u c o m o A idade, a estatura, a MCT, as dobras cutâneas,
variável dependente a MCM e, como variáveis os perímetros musculares e os diâmetros ósseos
independentes, além da MCT, a estatura e a idade, foram usados como variáveis independentes na
as dobras cutâneas, os perímetros musculares e equação e a DC, como variável dependente.
a Impedândia Bioelétrica (mesmo modelo usado As equações desenvolvidas são mostradas na
anteriormente por Carvalho,1998). TABELA 9.
Para a transformação da DC em %G utilizou-se a
equação de Lohman (1989): % G = 507/DC -464. TABELA 9
As equações desenvolvidas são mostradas, a EQUAÇOES ESPECÍFICAS PARA A ESTIMATIVA
seguir, na TABELA 8. DA DC EM MULHERES MILITARES.

TABELA 8
EQUAÇOES DESENVOLVIDAS PARA
GAROTOS DE 12 a 14 ANOS.

Onde: IR= índice de resistência (est 2/R), est = estatura,


R= resistência elétrica corporal (Ω), mc=massa corporal
total, IMC= índice de massa corporal (Kg/m2) e Pcx= Onde: BIC= dobra do bíceps, TRI=dobra do tríceps,
perímetro da coxa. ANTE= perímetro do ante braço, TORAX= perímetro do
tórax, CINT= perímetro da cintura, DBI= diâmetro biestiloidal,
Marcelo Salem (2004) PESC= perímetro do pescoço, PCOXA= perímetro da coxa,
PABDO= perímetro abdominal, R= coeficiente de correlação
Ainda sob a orientação do Prof Dr Cândido múltipla e EPE= erro padrão da estimativa.
e José Fernandes Filho, Salem desenvolveu
equações específicas para a estimativa da DC de Marcelo Salem et al. (2006)
mulheres militares do Exército Brasileiro, utilizando-se
unicamente de variáveis antropométricas. Este estudo foi realizado dentro da Escola
A amostra foi composta por um grupo de 100 de Educação Física do Exército (EsEFEx),
mulheres, com idades entre 18 e 45 anos, divididas como iniciação cientifica dos alunos do Curso
em grupo de regressão e de validação. de Instrutores de 2006, tendo como proposta
A principal diferença entre este e outros estudos desenvolver uma equação específica para
utilizando-se a PH, é que, neste caso, foi construído alunos do Curso de Educação Física da
um tanque exclusivamente para a realização do EsEFEx, utilizando poucas variáveis e focando
peso submerso. a praticidade.
Várias características diferenciam este tanque, Participaram do estudo 20 militares (50% da
como por exemplo: seu aquecimento e sua população do estudo), oficiais do Exército, alunos
filtragem são automáticos; o peso não é aferido do curso da EsEFEx/2006.

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Como variáveis dependentes foram usadas a grande cuidado na escolha do modelo apropriado,
DC e a %G, e como independentes, as mesmas pois características como a idade, o gênero e
variáveis utilizadas por Guedes e Petroski. as características antropométricas devem ser
O único diferencial deste estudo foi o método considerados, já que o uso de um método indireto
de validação que não seguiu as recomendações para estimar os componentes corporais pode
de Lohman (1992) e, sim, a análise diagnóstica gerar vários erros.
dos resíduos da regressão. Alem disto, segundo Norton e Olds (1996),
Neste procedimento fez-se, basicamente, vários erros estão embutidos nos modelos
a análise estatística dos resíduos das novas matemáticos indiretos: o erro biológico na
equações, analisando a independência destes em quantificação e na padronização dos componentes
relação às variáveis, a homocedasticidade dos corporais, a criação do modelo de regressão pelo
resíduos e a normalidade dos resultados. programa estatístico, o uso de equipamentos
As equações desenvolvidas são mostradas na descalibrados, a transformação de DC em % de
TABELA 10. Gordura, a escolha incorreta da equação e, o
mais prejudicial, o erro embutido pelo avaliador
TABELA 10 inexperiente.
EQUAÇOES ESPECÍFICAS PARA ESTIMAR A Se somarmos todos os erros aos valores
DC E %G EM MILITARES DA EsEFEx. estimados, poderemos achar um valor
completamente diferente dos parâmetros
esperados, principalmente quando se trata de
saúde.
Para amenizar alguns erros embutidos pelos
avaliadores nos resultados das avaliações,
CONCLUSÃO alguns autores estão desenvolvendo estudos
utilizando somente perímetros, pois, apesar
As equações listadas nesta revisão foram destas equações apresentarem acurácia mais
coletadas somente de publicações em periódicos baixa, torna-se mais difícil que o avaliador cometa
indexados e usando como instrumento critério erros na tomada das medidas antropométricas, já
a PH. As equações publicadas em resumos de que as circunferências são mais fáceis de serem
congressos não foram levadas em consideração, medidas, não necessitando de equipamento
em função da dificuldade de acesso a tais próprio e calibrado.
informações. Conclui-se, portanto, que permanece a
Equações utilizando medidas antropométricas necessidade de serem realizados outros
são amplamente utilizadas, por serem simples estudos validando, ou mesmo desenvolvendo,
e implicarem em baixo custo, principalmente novas equações para populações ou grupos
quando utilizadas em trabalhos de saúde pública, específicos não contemplados com modelos
envolvendo um grande número de sujeitos. matemáticos próprios, visando minimizar
Apesar da disponibilidade de equações possíveis erros.
nacionais, pode-se perceber que, com exceção
da equação de Petroski (1995), todas as outras
foram desenvolvidas para populações específicas Endereço para correspondência:
e não devem ser utilizadas para populações em Av João Luiz Alves, s/n (Forte São João) - Urca
geral. Rio de Janeiro - RJ - Brasil - CEP: 22291-090
Portanto, quando se for usar uma equação Tel: 21 2543-3323
para estimar a gordura corporal, deve-se tomar e-mail: marcelosalem@uol.com.br

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REVISTA DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
Nº 136 MARÇO DE 2007

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