O termo tsunami foi adoptado pela comunidade científica em 1963. Um
tsunami consiste numa ou em várias ondas do mar geradas por fenómenos geológicos catastróficos ocorridos em regiões oceânicas. Estes dão origem a deformações bruscas do fundo marinho, provocando o deslocamento da coluna de água que se afasta da sua posição de equilíbrio. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000; Wikipédia inglesa, entrada Tsunami, 2008) Os sismos de forte magnitude com ruptura superficial, as erupções vulcânicas submarinas e os movimentos de massa (deslizamentos) submarinos são alguns dos exemplos de eventos geológicos que podem originar um tsunami. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000; Wikipédia inglesa, entrada Tsunami, 2008) O tsunami sofre grandes transformações quando se propaga e deixa as grandes profundidades abissais, passando a deslocar-se na plataforma continental. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000) A velocidade das ondas varia de acordo com a raiz quadrada da profundidade da água. Assim, o tsunami desloca-se mais lentamente em águas pouco profundas. Relativamente à sua energia, esta é medida em função da amplitude, ou seja, da altura da onda e da velocidade da mesma. Como a sua razão da transferência de energia tem que se manter aproximadamente constante e como a velocidade diminui, a altura da onda aumenta. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000; USGS, entrada Life of a Tsunami, 2008; Wikipédia inglesa, entrada Tsunami, 2008) Apesar do tsunami dissipar parte da sua energia ao propagar-se em pequenas profundidades devido à fricção no fundo e à turbulência, este consegue atingir a zona costeira com grande violência. Quando a atinge três dos seguintes fenómenos podem acontecer: uma rápida subida ou descida do nível marinho, o rebentar de uma série de ondas ou então uma única onda que rebenta na zona costeira. Quando se observa uma subida do caudal, a altura da água na costa encontra-se acima do nível médio de referência do mar, provocando estragos devido à energia libertada contra o património da zona costeira e pelas inundações que produz. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000; USGS, entrada Life of a Tsunami, 2008) Como curiosidade convém referir que contrariamente àquilo que se pensa, a primeira onda de um tsunami pode não ser a maior. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000) A violência dos estragos causados pelos tsunamis reflecte o seu grau de intensidade. A escala modificada proposta por Sieberg – Ambraseys estabelece a comparação entre os efeitos que causa, criando-se uma escala qualitativa de seis graus, sendo o grau I correspondente a um tsunami apenas perceptível nos registos maregráficos e o grau VI a um tsunami catastrófico. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000) Procurou-se também estabelecer uma escala de magnitude que se encontrasse intimamente relacionada com a energia dos tsunamis e não com os danos causados por estes. Considera-se que a magnitude dos sismos tem que ser superior a 6.5 para que possa ocorrer um tsunami. A escala de Murty e Loomis assenta na seguinte expressão: MML = 2 (log Et – 19) em que MML é a magnitude do tsunami e Et representa a sua energia potencial expressa em ergs. Assim, esta escala define-se pelo cálculo da energia potencial gravítica do tsunami com base na estimativa do deslocamento vertical do fundo oceânico na região da fonte. Nesta escala, um tsunami cuja energia potencial seja de 10^19 ergs (Et), terá como magnitude MML= o, sendo este o limite inferior estipulado pelos autores para a energia de um tsunami significativo. (UALG, entrada Geologia Ambiental, 2000) Como exemplo deste fenómeno natural de forte intensidade e magnitude pode-se referir o que ocorreu em 26 de Dezembro de 2004 no Oceano Índico. Foi provocado por um sismo submarino que, por sua vez, teve origem num fenómeno designado de subducção que consiste no confronto entre duas placas tectónicas em que a oceânica, mais densa mergulhou sob a continental, menos densa. (USGS, entrada Subduction, 2008; Wikipédia inglesa, entrada 2004 Indian Ocean Earthquake, 2008) Teve como epicentro, isto é, local onde se registou a intensidade sísmica máxima, o largo da costa ocidental da ilha de Sumatra na Indonésia. Registou uma magnitude entre 9.1 e 9.3 e atingiu 30 km de profundidade. Afectou diversas regiões tais como: a Indonésia, o Sri Lanka, a Índia, a Tailândia, as Maldivas, entre muitas outras. Pelas dimensões que atingiu é considerado o “maremoto mortal” e ficou conhecido pela comunidade científica como o “Tsunami Asiático”. (Wikipédia inglesa, entrada 2004 Indian Ocean Earthquake, 2008) Assim se pode concluir que este fenómeno pode acarretar consequências devastadoras, não só pela perda de vidas humanas, como também pelos estragos materiais e do património ambiental que produz.