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Processamento
Produto
Propriedades Produção
Desempenho Qualidade
Custo Processos
Manutenção
Microestrutura Composição
Caxias do Sul
2006
Sumário
1. Introdução à Ciência dos Materiais ___________________________________________________________ 3
1.1. Um breve histórico do desenvolvimento de materiais __________________________________________________________________ 3
1.2. Apresentação dos tipos de materiais para peças técnicas _______________________________________________________________ 3
1.3. Panorama geral do uso de materiais - referência: indústria automotiva ____________________________________________________ 5
2. Propriedades______________________________________________________________________________ 6
2.1. Densidade: ___________________________________________________________________________________________________ 6
2.2. Propriedades Mecânicas: ________________________________________________________________________________________ 6
2.3. Propriedades Térmicas: ________________________________________________________________________________________ 11
2.4. Propriedades Elétricas e Magnéticas: _____________________________________________________________________________ 11
2.5. Propriedades Ópticas: _________________________________________________________________________________________ 12
2.6. Propriedades Químicas: ________________________________________________________________________________________ 12
9. Difusão _________________________________________________________________________________ 54
9.1. Tratamentos Termoquímicos ____________________________________________________________________________________ 54
9.2. Sinterização _________________________________________________________________________________________________ 56
Bibliografia _______________________________________________________________________________ 77
2
1. Introdução à Ciência dos Materiais
1.1. Um breve histórico do desenvolvimento de materiais
3
Materiais são substâncias feitas ou compostas de alguma coisa (matéria). Alguns dos
materiais encontrados comumente na vida diária são madeira, concreto, tijolo, aço, plástico,
vidro, borracha, alumínio, cobre e papel. Há muitos tipos de materiais, bastando olhar ao nosso
redor. A utilidade dos materiais para as necessidades atuais e futuras incentiva a pesquisa e o
desenvolvimento de novos materiais.
A Ciência dos Materiais é primariamente concebida com o intuito de desenvolver
conhecimentos sobre a estrutura interna, propriedades e processamento de materiais. A
Engenharia dos Materiais tem o objetivo principal de aplicar os conhecimentos sobre os
materiais para que os mesmos possam ser convertidos em produtos desejáveis para a sociedade.
Para mostrar como a Ciência dos Materiais interage com outros campos de estudo, é
conveniente elaborar uma régua relativa ao campo observado, como abaixo:
A relação entre a Ciência dos Materiais e a Engenharia dos Materiais envolve vários
níveis de sofisticação científica e técnica. É necessário discutir esta relação em dois domínios
importantes para a engenharia industrial:
1) Uso inteligente de materiais: Significa saber as limitações dos materiais, baseado no
conhecimento dos fenômenos que podem ocorrer sob certas condições. Ex. a) Alteração das
propriedades mecânicas de materiais dependentes da temperatura. b) Alteração das propriedades
dos polímeros, quando expostos a radiações nucleares.
2) Relações entre Projeto e Desenvolvimento de Materiais: Em muitos sistemas de
engenharia, a performance global do sistema é diretamente limitada pelas capacidades dos
materiais dos componentes. Nestes casos, o objetivo da engenharia é balançar a vida útil exigida
do equipamento, com a capacidade dos componentes suportarem toda a ação sobre eles. O
projeto e a aplicação de materiais não podem ser otimizados separadamente, quando se está
trabalhando perto do limite de capacidade do material. Ex.: Utilização de chapas de Fe-Si 3%
para a fabricação de transformadores, levando em conta o aspecto de anisotropia da propriedade
magnética (permeabilidade).
4. Materiais Compósitos: São misturas de dois ou mais materiais. Muitos materiais compósitos
consistem de um material de reforço e uma resina ligante compatível para obter características
específicas e propriedades desejadas. Os compósitos predominantes são do tipo fibroso (fibras
imersas em uma matriz) ou do tipo particulado (partículas imersas em uma matriz). Ex. Fibra de
vidro em matriz poliéster ou epóxi.
5
2. Propriedades
2.1. Densidade:
A definição clássica é "peso por unidade de volume". O valor inverso é chamado
"volume específico". A tabela 2.1 mostra a densidade, de alguns metais mais conhecidos. Nas
ligas metálicas, a densidade muda devido à incorporação de outros átomos com massa diferente,
bem como às alterações na microestrutura.
L0 ∆L
Deve-se observar que a tensão tem a dimensão de força por unidade de área e a
deformação é uma grandeza adimensional.
A tensão pode ser relacionada com a deformação através da equação correspondente a lei
de Hooke:
σ=E.ε
onde E é uma constante do material denominada módulo de elasticidade. A tabela 2.2 mostra
módulos de elasticidade para vários metais e ligas.
Esta relação é válida para os materiais metálicos, dentro de uma região de um gráfico σ x
ε, denominada região elástica.
Tensão (σ) B
OA – Parte elástica
A X AB – Parte plástica
X - ruptura
Deformação (ε)
O
A região elástica é a parte linear do diagrama mostrado na figura 2.2 (trecho OA). Se, em
qualquer ponto deste trecho, a carga for aliviada, o descarregamento volta sobre a reta AO, sem
apresentar qualquer deformação residual ou permanente.
Terminada a zona elástica, atinge-se a zona plástica, onde a tensão e a deformação não
são mais relacionados por uma simples constante de proporcionalidade, ocorrendo deformação
permanente.
σt
X
σe
Deformação (ε)
O
2.2.3. Dureza:
8
A dureza representa a resistência de um material à penetração de um corpo, pela
aplicação de uma carga. Os tipos de ensaios comumente usados para medição de dureza são:
1. Ensaio de dureza Brinell: Utiliza uma esfera de aço de diâmetro D, forçada por uma carga P
sobre o material, resultando em uma impressão no formato de uma calota, de diâmetro d.
A dureza Brinell (HB) corresponde ao quociente da carga aplicada pela área da impressão
e é expressa por:
2P
HB= (kgf/mm2)
π .D(D- D -d )
2 2
D
Superfície da peça
2. Ensaio de dureza Rockwell: É o processo mais utilizado, devido a sua rapidez e facilidade de
execução. O valor da dureza é um número proporcional à profundidade de penetração, sendo que
no processo industrial, há duas faixas principais de dureza Rockwell:
• Escala Rockwell B: para materiais de dureza média, na qual se usa como penetrador uma
esfera de aço de 1/16" de diâmetro e uma carga de 100 kgf;
• Escala Rockwell C: para materiais mais duros, como o aço temperado, na qual se emprega
como penetrador uma ponta de diamante em forma de cone com ângulo de 120° e uma carga
de 150 kgf.
(a) (b)
Figura 2.6 – (a) Esquema de aplicação do penetrador para método de medição de dureza HRc.
(b) Penetrador e peça no processo de medição HV.
9
O penetrador consiste de uma ponta de diamante como forma de uma pirâmide quadrada
e ângulo de 136°. As cargas variam de 5 a 120 kgf.
A dureza Vickers (HV) é expressa pela seguinte fórmula:
P
HV = 1,8544 2 (kgf/mm2)
L
onde P é a carga sobre o penetrador e L é a média do comprimento das diagonais da impressão.
2.2.4. Tenacidade:
A tenacidade está relacionada com a resistência ao choque ou impacto, isto é a aplicação
de uma carga brusca e repentina. O comportamento dos materiais sob a ação destas cargas
dinâmicas difere, em geral do comportamento quando sujeitos a cargas estáticas.
A tenacidade corresponde à quantidade de energia necessária para provocar a ruptura e
que depende fundamentalmente da resistência e ductilidade do material.
O princípio básico do ensaio é medir a quantidade de energia absorvida por uma amostra,
quando submetida à ação de um esforço de choque de valor conhecido. O método mais comum
para metais é o do golpe mediante um peso em oscilação, na forma de um martelo pendular,
chamado ensaio Charpy.
Epi = m.g.hi
Epf = m.g.hf
Eabsorvida = m.g.(hi – hf)
hi
hf
Corpo de prova
10
origem
Figura 2.8 - Aspecto de uma fratura por fadiga, iniciada num canto vivo de um rasgo de chaveta
de um eixo.
O cobre é o metal mais usado para aplicações onde se exige boa condutibilidade elétrica,
cujo item de controle é conhecido por %IACS, que significa: International Annealed Copper
Standard, ou seja, Padrão Internacional de Cobre Recozido. O cobre isento de oxigênio tem
condutibilidade mínima de 101%IACS.
A permeabilidade magnética µ é definida como a habilidade de um metal ser
magnetizado ou habilidade de conduzir linhas magnéticas de força em comparação ao ar e ao
vácuo. Os materiais ferromagnéticos (Fe, Co) possuem alta permeabilidade magnética.
h
b e 12
d a
a b a
a
2.2. Qual a peça que está submetida à maior tensão?
(a) Uma barra de aço circular de aço com diâmetro de 12,8 mm, sob a ação de uma carga de
50.000 N.
(b) Uma barra de alumínio de 24,6 mm x 30,7 mm de seção transversal, sob a ação de uma carga
de 75.000 N.
(c) Uma barra hexagonal de bronze, com e = 10 mm, sob a ação de uma carga de 20.000 N.
2.4. É necessário escolher uma chapa para separar a água circulando a 90°C e o ar (fluxo rápido)
a 20°C. Tem-se as seguintes opções:
(a) Chapa de aço comum com k = 0,050 (W.mm)/(°C.mm2) e 2,0 mm de espessura;
(b) Chapa de aço inoxidável com k = 0,015 (W.mm)/(°C.mm2) e 1,0 mm de espessura
(c) Chapa de alumínio com k = 0,22 (W.mm)/(°C.mm2) e 8 mm de espessura
Qual das situações é a de menor transferência de calor?
Obs.: Fluxo térmico: Q = k.∆T / ∆x
No caso (a): Q = 0,050. (90-20)/2,0 = 1,75 W/mm2
O que apresentar o menor fluxo térmico é o caso de menor transferência de calor entre a
água e o ar.
2.5. É necessário escolher um fio para conduzir energia elétrica, com menor perda por
aquecimento elétrico. Tem-se as seguintes opções:
(a) Fio de cobre com ρ = 17 x 10-6 ohm.mm e diâmetro de 2,0 mm
13
(b) Fio de latão com ρ = 62 x 10-6 ohm.mm e diâmetro de 3,0 mm
(c) Fio de alumínio com ρ = 29 x 10-6 ohm.mm e diâmetro de 2,5 mm
Obs.: para este cálculo, utilize um comprimento L padrão de 1 m = 1000 mm
Exercícios complementares
2.7 Uma barra cilíndrica feita de cobre (E = 110.000MPa) com limite de escoamento de 240MPa
deve ser submetida a uma carga de 6600 N. Se o comprimento da barra é de 380 mm, qual deve
ser o seu diâmetro para permitir um alongamento de 0,5mm?
2.8 . Um fio de alumínio com 4 mm de diâmetro deve oferecer uma resistência que não seja
superior a 2,5 Ω. Usando os dados da tabela 2.3, calcule o comprimento máximo do fio.
2.9 Um fio de alumínio com 10m de comprimento é resfriado desde 38º C até -1º. Qual será a
variação de comprimento que este fio experimentará? (α = 23 x 10-6 / ºC)
2.10 Calcule a taxa de calor por milímetro quadrado através de uma parede de tijolos refratários
de um forno que opera a 1000ºC. A face externa da parede do forno está a 100ºC e a parede tem
10cm de espessura. k = 1,3(W.mm)/(°C.mm2)
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3. Ligas Metálicas
3.1. Metais Monofásicos
Uma solução líquida é uma substância formada pela mistura de duas substâncias (solvente +
soluto), onde:
- Solvente: em maior quantidade. Ex. Água
- Soluto: em menor quantidade. Ex. sal
Azeite
Água + sal
A mistura dos dois formam água salgada (solução), o qual é homogênea (apenas 1 fase) ou
monofásica. Aumentando-se a quantidade de soluto em uma determinada temperatura
ocorrerá a “precipitação” de uma nova fase (no caso o excesso de sal), tornando-se uma
solução bifásica (heterogênea). Ao ponto (quantidade de soluto) em que ocorrerá a
precipitação chamamos de “limite de solubilidade”.
Água + sal
Sal precipitado
1 fase
No caso da ciência dos materiais, vamos tratar apenas das soluções sólidas ou ligas. Por
exemplo:
Latão = cobre + zinco (monofásica até aproximadamente 40% Zn)
Bronze = cobre + estanho (monofásica até aproximadamente 10%Sn)
Aço = ferro + carbono (polifásica na temperatura ambiente)
Monel = cobre + níquel (monofásica)
Qual a diferença para o usuário entre o metal puro e a liga? Suas propriedades, principalmente.
Interstício
Átomo
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2) Na liga, pode-se ter duas situações:
- o átomo do soluto pode substituir um átomo do solvente, formando uma solução
substitucional. Por exemplo: latão, bronze, Cu-Ni, etc.
- um átomo pequeno pode se localizar no interstício (espaço vazio entre os átomos), formando
uma solução intersticial. Por exemplo: Fe-C na forma γ (temperatura acima de 723°C para
liga com 0,8%C)
A figura abaixo ilustra três situações puntuais no arranjo cristalina de materiais metálicos.
O primeiro deles (a) é um caso de vacância (vazio), ou seja a falta de um átomo no arranjo. Nos
demais casos tem-se a presença de átomos estranhos no arranjo cristalina, formando soluções
sólidas (ligas). (b) é uma solução sólida substitucional e (c) é uma solução sólida intersticial.
Observe a deformação do arranjo, próximo às situações puntuais indicadas.
Questionário:
3.3. Cobre e níquel podem ser misturados em qualquer proporção e formam uma estrutura
monofásica. Entretanto, no bronze, o estanho pode ser misturado ao cobre até uma determinada
proporção. Neste caso, o estanho em excesso, além da quantidade correspondente à
solubilidade sólida forma uma outra fase. Como se chama este limite?
3.4. Explique como a relação entre raios atômicos influencia na solubilidade sólida máxima em
uma liga.
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3.2. Propriedades das Ligas Monofásicas
Como na vida profissional, normalmente utilizamos ligas (monofásicas ou polifásicas) e
precisamos conhecer suas propriedades e aspectos de seleção. A figura 3.1. mostra a mudança de
propriedades com o aumento do percentual do elemento de liga.
17
Figura 3.1. - Propriedades físicas das ligas cobre-níquel recozidas. (Van Vlack, Ed. Campus)
18
2. O que acontece com a condutividade elétrica do metal, a medida que aumenta o teor de
elemento de liga?
Exemplos de ligas:
1. Ligas de Alumínio: O alumínio com uma densidade relativa de 2,7 é cerca de três vezes mais
leve, para o mesmo volume, do que os aços; contudo, a sua resistência mecânica é menor,
exigindo para a mesma solicitação uma dimensão maior para o componente mecânico.
As propriedades de densidade, resistência mecânica, tenacidade à fratura, resistência à
corrosão, condutibilidade elétrica e térmica e aparência agradável (importante para o design),
associadas ao custo de aquisição e de fabricação devem ser consideradas para a seleção deste
material.
O alumínio e suas ligas são classificados em duas categorias: trabalhados e fundidos e
cada uma delas tem um sistema de designação diferente, conforme o principal elemento de liga
presente.
2. Ligas de Cobre: O cobre e suas ligas constituem um grupo de materiais metálicos das mais
antigas e diversificadas utilizações. Esses materiais reúnem um conjunto de características que
justificam o amplo espectro de uso, como elevada condutibilidade elétrica e térmica, elevada
resistência à corrosão, moderada resistência mecânica e facilidade de serem submetidos a
diversos processos de fabricação. O sistema de classificação do cobre pela composição se
encontra na tabela 3.2.
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Tabela 3.1 - Principais ligas de alumínio
Classificação das Tipo composição química
ligas
LIGAS 1100 99,00%(min)Al; 0,12%Cu
2024 93,5%Al; 4,4%Cu; 0,6%Mn; 1,5%Mg
TRABALHADAS 3003 98,6%Al; 0,12%Cu; 1,2%Mn;
4032 85%Al; 12,2%Si; 0,9%Cu; 1%Mg; 0,9%Ni
6061 97,9%Al; 0,6%Si; 0,28%Cu; 1%Mg; 0,2%Cr
7075 90%Al; 1,6%Cu; 2,5%Mg; 0,23%Cr; 5,6%Zn
LIGAS PARA 206.0 0,1%Si; 4,6%Cu; 0,35%Mn; 0,25%Mg; 0,15%Fe(máx),
0,22%Ti, Al (restante)
FUNDIÇÃO 360.0 9,5%Si; 0,5%Mg; 2%Fe(máx), Al (restante)
413.0 12%Si; 2%Fe(máx), Al (restante)
A535.0 0,18%Mn; 7%Mg; Al (restante)
712.0 0,6%Mg; 0,5%Cr; 5,8%Zn; 0,2%Ti, Al (restante)
850.0 1%Cu; 1%Ni; 6,2%Sn; Al (restante)
4. Aço: liga de Fe + C, cujo carbono varia de quase 0%, até em torno de 2%. Muitos outros
elementos de liga são adicionados para obter as mais diversas características, para muitas
aplicações. A tabela 3.3. mostra a especificação de aços de baixa e média liga segundo a norma
AISI ou SAE, enquanto que as tabelas 3.4. e 3.5. mostram alguns dos principais aços para
aplicações específicas, utilizados na região.
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Tabela 3.3- nomenclatura de aços de baixa e média liga (mais utilizados)
Número Composição Exemplos
AISI ou SAE
10xx aço carbono simples 1020, 1045, 1060
11xx aço carbono resulfurado 1112
41xx cromo (0,4 a 1,2%), molibdênio (0,08 a 0,25%) 4140
43xx níquel (1,65 a 2%), cromo (0,4 a 0,9%), molibdênio (0,2 a 0,3%) 4340
61xx cromo (0,7 a 1%), vanádio (0,1%) 6150
86xx níquel (0,3 a 0,7%), cromo (0,4 a 0,85%), molibdênio (0,08 a 0,25%) 8620, 8640
92xx silício (1,8 a 2,2%) 9215
H13 0,35 5,0 ...... 1,5 ....... 1,0 VH-13 matrizes e punções de forjamento, moldes para
plástico, matrizes de recalcamento a quente,
moldes para fundição sob pressão.
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fabricação e de tipos de materiais, é fundamental atender o requisito de menor custo de
fabricação para uma qualidade industrial especificada.
A análise dos fatores que influenciam o projeto do produto (concepção da peça) e do
processo de fabricação (a maneira de obtenção da peça) é fundamental para a seleção mais
conveniente dos materiais constituintes das peças.
As funções requeridas de um produto determinam as especificações necessárias para o
projeto, como as de desempenho, que consistem num conjunto de características que permitem a
utilização do produto de forma eficiente; enquanto que as especificações do projeto se compõem
de uma gama de indicações técnicas referentes à forma, às dimensões, às tolerâncias, ao
acabamento e aos materiais constituintes do produto que permitem atender às especificações de
desempenho.
22
3. usinabilidade: capacidade de retirada de cavaco, sem apresentar desgaste excessivo na
ferramenta de usinagem.
4. soldabilidade: capacidade de união de peças através do processo de soldagem, garantindo-se
uma junta com qualidade compatível ao material de base.
5. endurecibilidade: capacidade de obter peças com maior resistência, após tratamento térmico
ou termo-mecânico.
6. capacidade de receber tratamentos superficiais.
Dimensão
Forma
Projeto Tolerância
do Acabamento
Produto
Propriedades a serem atendidas
Seleção de Fundibilidade
CUSTO Soldabilidade
Materiais Propriedades de
Estampabilidade
Metálicos fabricação
Forjabilidade
Capacidade de revestimento
Endurecibilidade
Composição
Condição
Projeto Características da
Acabamento
de matéria-prima
Defeitos prováveis
Processo
Disponibilidade
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4. Cristalinidade e Microestrutura
As propriedades são manifestações da estrutura do material em diversos níveis. Torna-se
importante, portanto, estudar a estrutura dos materiais nestes diversos níveis, desde a
organização dos átomos até as formações macroestruturais (presença de bolhas, segregações,
alinhamentos, etc.). A maioria dos materiais de interesse para o engenheiro tem arranjos
atômicos, que são repetições nas três dimensões de uma unidade básica. O arranjo atômico faz
com que os átomos fiquem próximos entre si, existindo um determinado número de átomos
vizinhos (os mais próximos), caracterizando o chamado “empacotamento atômico”.
RAIO ATÔMICO: A distância de equilíbrio entre os centro de dois átomos pode ser
considerada como a soma de seus raios. No ferro metálico, a distância média entre os centros dos
átomos é 0,2482 nm.
O fator que mais influencia na distância interatômica é a temperatura, sendo que qualquer
aumento desta, aumenta o espaçamento médio entre os átomos, acarretando a expansão térmica
dos materiais.
24
Figura 4.1- sistemas cristalinos
4r a
4r
25
4.1.4. Hexagonal Compacto: A figura 4.3. mostra o reticulado HC, encontrado no magnésio,
titânio e o zinco.
Exercícios
E4.1. Calcule o parâmetro da célula CCC e o da célula CFC. No caso do sistema cúbico, o
parâmetro da célula é o lado do cubo formado.
Respostas:
4.r 4.r
a CCC = a CFC =
3 2
E4.2. A prata é CFC e seu raio atômico é 0,1444 nm. Qual o comprimento do lado de sua célula
unitária?
E4.3. O ouro tem estrutura cristalina CFC. O parâmetro de seu reticulado é 0,4078 nm e sua
massa atômica é 197 g/mol. Calcule a sua densidade.
Obs: 6,02 x 1023 átomos → Massa atômica do elemento (g)
1 átomo → m (g)
E4.4. Calcule o raio do maior vazio intersticial no retículo do ferro gama (CFC). O raio atômico
do átomo de ferro é R=0,129 nm no retículo CFC e o maior vazio intersticial ocorre no
(½, 0, 0), (0, ½, 0), (0,0, ½), ... O raio do átomo de carbono é rC=0,075 nm
26
4.2. Ligação Metálica
Mas afinal, o que une os átomos metálicos entre si?
Se um átomo apresenta apenas uns poucos elétrons de valência, estes podem ser
removidos com relativa facilidade, enquanto que os demais elétrons são firmemente ligados ao
núcleo. Isto origina uma estrutura formada por íons positivos (núcleo e elétrons que não
pertencem a camada de valência) e elétrons livres. Como os elétrons de valência podem se
mover livremente dentro da estrutura metálica, formam a nuvem eletrônica.
++ + – + – +
Nuvem
– – – –
+ + – + +
– Íon positivo
– – – – –
+ – + + +
Figura 4.4. – Ligação metálica
É por causa da natureza da ligação metálica, que os átomos de um metal podem ser
visualizados como esferas rígidas.
Como as propriedades condutividade elétrica e condutividade térmica dos metais podem
ser explicadas?
Os elétrons livres dão ao metal sua condutividade elétrica elevada, pois podem se mover
livremente sob a ação de um campo elétrico. Da mesma forma, a alta condutividade térmica
dos metais está associada à mobilidade dos elétrons livres, que podem transferir energia
térmica de um nível de alta temperatura para outro de baixa.
28
Questionário
4.1. Quando dois cristais podem ser chamados de polimorfos? Exemplifique, indicando a(s)
temperatura(s) de transformação alotrópica.
Resposta: Dois cristais são ditos polimorfos quando, embora tenham estruturas cristalinas
diferentes, apresentam a mesma composição química. Ex.: Fe
Volume
específico
(cm3/g)
T (°C)
910
4.2. O titânio tem uma estrutura HC (a=0,2956 nm; c=0,4683 nm) abaixo de 880°C e uma
estrutura CCC (a=0,332 nm) acima desta temperatura. MTi=47,9 g/mol
a) o titânio se expande ou se contrai ao ser aquecido a esta temperatura?
b) Calcular a variação de volume em cm3/g.
4.3. Pode-se considerar qualquer obstáculo que atrapalhe a continuidade da organização dos
átomos (arranjo atômico) como sendo uma imperfeição. Um exemplo mais óbvio é a superfície
externa do material. Qual a diferença entre os átomos da superfície e do interior do material?
4.4. Qual o procedimento que torna possível observar os grãos e seus contornos no microscópio,
como na figura 4.5.?
4.5. Por que os contornos são mais facilmente atacados quimicamente (processo de corrosão),
que o interior dos grãos?
29
4.6. Um aço tem tamanho de grão ASTM 8. Qual a área média observada por grão em uma
superfície polida?
N = 28-1 = _________ grãos/pol2 a 100x de ampliação ou
_________ .(100x100) = ___________ grãos/pol2 a 1x de ampliação
Logo, área de um grão = 1/ _______________ = _________________ pol2/grão
(neste tamanho não dá para ver a olho nu!)
. .
. . .
. .
30
5. Deformação dos Materiais
Os materiais, quando submetidos a um esforço de natureza mecânica, tendem a deformar-
se. Conforme a sua natureza, o comportamento varia durante a deformação. Podem apresentar
apenas deformação elástica até a ruptura, como no caso de elastômeros, ou sofrer apreciável
deformação plástica antes da ruptura, como nos metais e termoplásticos.
Muitas vezes é necessário se referir aos planos de átomos dentro da estrutura cristalina e,
para isto, utiliza-se uma codificação chamada índices de Miller (figura 5.2.b).
31
z z
(1 1 0)
[1 1 1]
y y
[2 0 1]
[0 1 0]
[1 1 0] (1 0 0)
x x
(a) (b)
Figura 5.2. – Ilustração de direções cristalinas (a) e de planos cristalinos (b).
Figura 5.3 - processos de conformação mecânica usuais: (a) laminação; (b) forjamento; (c)
extrusão; (d) trefilação.(VanVlack, Ed. Campus, pág.211)
Figura 5.4 – Efeito nos grãos obtido com processos de conformação a frio: (a) laminação; (b)
trefilação.
alongamento
33
Com a deformação mecânica, os grão são alongados na direção do esforço mecânico
aplicado.
Com o encruamento, podem haver perdas nas propriedades do material, como diminuição
da condutibilidade elétrica, aumento das perdas magnéticas e diminuição da resistência à
corrosão.
5.4. Discordâncias
Elas têm uma forte influência sobre as propriedades mecânicas dos metais e de alguns
cerâmicos.
O tipo mais simples de discordância pode ser visto como um semiplano atômico extra,
inserido na estrutura, o qual termina em qualquer lugar do cristal. A extremidade do meio plano
é a discordância, conforme mostra a figura abaixo.
Considerando o "plano extra" que está dentro do cristal, observa-se claramente que o
cristal está distorcido junto ao plano de escorregamento.
34
A figura 5.7. ilustra como uma discordância se move através do cristal, sob a aplicação de
uma tensão de cisalhamento. Pela aplicação da tensão, o átomo c pode mover-se para a posição
c' indicada na figura. Se isso acontecer, a discordância mover-se-á de uma distância atômica para
a direita. A contínua aplicação da tensão levará à movimentação da discordância em etapas
repetidas. O resultado final é que o cristal é cisalhado no plano de escorregamento de uma
distância atômica. Isto significa que as discordâncias estão ligadas a deformação
permanente (escorregamento dos planos atômicos).
35
Cada etapa do movimento da discordância, requer somente um pequeno rearranjo de
átomos nas vizinhanças do plano extra. Resulta disso que uma força muito pequena pode mover
uma discordância.
O movimento de uma discordância através de todo o cristal produz um degrau na
superfície do mesmo, cuja profundidade é de uma distância atômica. Como uma distância
atômica em cristais metálicos é da ordem de alguns nanometros, esse degrau evidentemente não
é visível a olho nu.
Além das discordâncias em cunha, existem as discordâncias em hélice ou helicoidais. A
designação 'hélice' para esse defeito do reticulado deriva do fato de que os planos do reticulado
do cristal formam uma espiral na linha da discordância (figura 5.8).
Questionário
5.1) A região da discordância possui maior energia? Por que?
5.2) Ao calcular o limite de resistência dos metais com base em um modelo de cristal perfeito,
obtém-se o valor de E/20. Os metais não são tão resistentes, portanto, o modelo não é adequado e
deve existir um outro mecanismo relacionado com o processo de deformação plástica. Qual é
este mecanismo?
Resposta: A explicação para a discrepância entre os limites de escoamento calculado e real
reside no fato de que os cristais não são perfeitos, pois contém defeitos, sendo que as
discordâncias são o tipo de defeito responsável por este fato.
5.3) O tamanho de grão (TG) tem influência marcante nas propriedades mecânicas das ligas
metálicas (também dos materiais cerâmicos), conforme a figura abaixo:
Os responsáveis por esta alteração nas propriedades são os contornos de grão. Qual o
efeito deles na mudança das propriedades?
Resposta: Conforme aumenta o número de discordâncias ao longo do plano, a força de
cisalhamento necessária também aumenta. Entretanto, isto não é importante, a menos que haja
a interferência de algum fator estrutural (barreira), tal como o contorno de grão. Um
empilhamento de discordâncias, tal como na figura abaixo aumenta a resistência do metal para
o escorregamento posterior.
Plano de escorregamento
Contorno de grão
36
5.4) Como pode-se observar pela figura 3.1., o limite de resistência aumenta, com o aumento da
% de elemento de liga na solução sólida. O que acontece, em nível de estrutura cristalina, para
ocorrer tal fato?
F λ F
φ
a) Quando τ é máximo?
Obs.: isto ocorre em materiais dúcteis. No caso de materiais frágeis, estes rompem com φ = 0
b) Pegue uma barra de giz e execute um esforço de torção e verifique o ângulo de quebra por
torção (observe que o mesmo é frágil). No caso de materiais dúcteis este mesmo ângulo é igual a
zero.
37
6. Efeito da Temperatura nos Metais
Tabela 6.1. – Temperaturas de recristalização para alguns metais e ligas de uso comum.
Material Temperatura de
Recristalização (°C)
Cobre eletrolítico (99,999%) 121
Cu – 5%Zn 315
Cu – 5%Al 288
Cu – 2%Be 371
Alumínio (99,0%) 288
Ligas de alumínio 315
Níquel (99,99%) 571
Ligas de Magnésio 252
Ferro eletrolítico 398
Aço de baixo carbono 538
Zinco 10
Chumbo -4
Estanho -44
6.1. Como que o tamanho médio dos grãos de um metal monofásico pode aumentar com o
tempo, da forma mostrada na figura 6.2?
39
6.2. O processo de crescimento de grão é reversível? Como fazer para diminuir (refinar) o
tamanho de grão?
40
Como podem ser desenvolvidas tensões internas nas peças metálicas?
(1) através de processos de deformação plástica, como usinagem, conformação, etc.
(2) através de resfriamento não-uniforme de uma peça que foi fabricada ou processada em
temperatura elevada, tal como em uma solda ou uma fundição.
(3) uma transformação de fases que seja induzida mediante resfriamento onde as fases de
origem e de produto tenham características diferentes.
Distorção e empenamento podem ocorrer se essas tensões residuais não forem
eliminadas, podendo ser removidas através de um processo de recozimento chamado de alívio
de tensões.
41
7. Metais Bifásicos e Diagramas de Equilíbrio
No capítulo 3 estudamos que ao atingir o limite de solubilidade ocorre uma precipitação.
Isto é, ocorre a formação de um precipitado. Em uma mistura de água e sal é fácil entender! Mas
como fica em uma solução metálica sólida?
A ocorrência de uma segunda fase deve-se ao grau de solubilidade entre os componentes
da mistura. Estes são exemplos de precipitados chamados de partículas de segunda fase.
Veja na figura 7.1., onde há a formação de inclusões de óxido de cobre no cobre (quase)
puro! Inclusões? São impurezas presentes no material, como o caso dos óxidos, sulfetos e
fosfetos, por exemplo. Elas são decorrentes do processo de fabricação do material ou da matéria-
prima utilizada.
Figura 7.1. - Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza (99,26%) laminado a
frio e recozido a 800 °C.
Um dos tipos de diagramas binários mais simples está ilustrado abaixo. Neste caso,
tratam-se de ligas Sn-Pb.
Alguns dos diagramas que trabalharemos em sala de aula estão ilustrados a seguir:
42
43
Figura 7.3 - Diagrama de fases alumínio-silício e microsestruturas de metais puros e de ligas
com diferentes composições. Ligas com menos que 12%Si são ditas hipoeutéticas e ligas com
12%Si são conhecidas como eutéticas e com mais de 12%Si são ditas hipereutéticas (HTG).
44
Figura 7.4 - Diagrama Fe-C
Reação eutetóide: no diagrama Fe-C, a reação eutetóide é Feγ ↔ Feα + Fe3C e ocorre na
temperatura de 723°C. A composição eutetóide corresponde a 0,8%C. A figura 7.4 mostra a
transformação correspondente a esta reação física.
Calcular o percentual de ferrita e cementita existente na perlita.
45
Reação eutética: no diagrama Fe-C, a reação eutética é L ↔ Feγ + Fe3C e ocorre na
temperatura de 1130°C, com a composição de 4,3%C.
Exercícios:
7.1. Considerando uma liga de ferro-carbono, com 0,45% C na temperatura ambiente, responda:
Perlita (escura)
Ferrita proeutetóide
(branca)
7.2. Idem para uma liga ferro-carbono, com 1,0% C na temperatura ambiente.
46
Cementita
proeutetóide
(contorno de grão)
Perlita (cementita +
ferrita) no interior do
grão
As ligas ferrosas são aquelas onde o ferro é o constituinte principal. Seu amplo uso é
resultado de três fatores: (1) compostos que contém ferro existentes em quantidades abundantes
na crosta terrestre; (2) o ferro metálico e as ligas de aço podem ser obtidas por processos
relativamente econômicos; (3) as ligas ferrosas são extremamente versáteis, podendo ser
adequadas para uma ampla variedade de propriedades físicas.
Destacam-se a s seguintes ligas ferrosas:
2. Ferros fundidos
As ligas ferro-carbono com teor de carbono superior a 2% são chamados de ferros
fundidos. Entretanto, está presente o elemento silício, de modo que estas ligas são consideradas
ternárias (Fe-C-Si), podendo resultar uma outra fase chamada grafita ou carbono livre.
Um dos efeitos do silício é modificar a composição do eutético, que no diagrama binário
corresponde a 4,3%C. Utiliza-se o conceito de "carbono equivalente" para estudar o efeito do
silício, o qual é representado pela fórmula:
CE = %C + 1/3(%Si + %P)
O silício tem um efeito grafitizante, ou seja favorece a formação de grafita
(decomposição da cementita). Assim,
Fe3C → 3Fe (α) + C (grafita)
Ferrita (branca)
Mecanicamente, o ferro fundido cinzento é fraco e frágil comparado com o aço, quando
submetido à tração, pois as extremidades dos veios são afinadas. O seu teor de carbono varia
entre 2,5 e 4% e o de silício entre 1,2 e 3%. A norma ABNT classifica este material em classes,
de FC10 a FC40, de modo que os dois últimos dígitos representam o limite de resistência a
tração em kgf/mm2.
O Ferro fundido nodular é uma liga de excelente resistência mecânica, tenacidade e
ductilidade, pois a grafita tem formato esferoidal (figura 7.8).
3. Aços Inoxidáveis
Os aços inoxidáveis são altamente resistentes à corrosão em uma variedade de ambientes.
Seu elemento de liga predominante é o cromo, com teor mínimo de 11%, tendo a resistência à
corrosão melhorada com adições de níquel e de molibdênio.
Os aços inoxidáveis estão divididos em três classes, conforme sua estrutura: martensítica,
ferrítica e austenítica. Os aços inoxidáveis martensíticos são capazes de serem endurecidos no
processo de têmpera, formando a martensita como microestrutura principal. Os aços inoxidáveis
ferríticos são compostos pela fase ferrítica (α), enquanto que os austeníticos pela fase austenítica
(γ). Os ferríticos e austeníticos somente aumentam a sua dureza mediante encruamento. Tanto os
aços martensíticos, quanto os ferríticos são magnéticos, entretanto, os austeníticos (na forma
recozida) não são magnéticos.
Figura 7.9 - Molde de lentes automotivas feito de aço CSM21XL da Crucible (≈ 1.2892),
produzido pela Prospect Mold, Akron, Ohio (Fonte: Crucible, 2002).
49
8. Efeito da Velocidade de Resfriamento nos Metais
8.2.1. Normalização: É um tratamento térmico utilizado para aços, utilizado para refinar grãos e
produzir uma distribuição de tamanhos mais uniforme e desejável. Faz-se o aquecimento a uma
temperatura de aproximadamente 55 a 85°C acima da temperatura crítica superior (linha A3 e
Acm), a qual é dependente da composição química. Após ser dado tempo suficiente para que a
liga esteja completamente transformada em austenita (austenitização), faz-se o resfriamento ao
ar.
8.2.2. Recozimento Pleno: É um tratamento térmico usado com freqüência em aços com baixos
e médios teores de carbono, que serão usinados ou deformados plasticamente. A liga é
austenitizada totalmente (abaixo de 0,8%C) ou parcialmente (acima de 0,8%C) e, após, a liga é
resfriada no forno. O resultado é uma perlita grosseira (mais fase proeutetóide, se for o caso),
relativamente dúctil, porém uniforme.
8.2.5. Têmpera Superficial: Tem por objetivo produzir um endurecimento superficial, pela
obtenção de martensita apenas na camada externa do aço. É um tratamento rápido, comumente
utilizando o processo de aquecimento por indução. Na têmpera por indução, o calor é gerado na
própria peça por indução eletromagnética, utilizando-se de bobinas de indução, através das quais
flui uma corrente elétrica. Pode-se controlar a profundidade de aquecimento pela forma da
bobina, espaço entre a bobina de indução e a peça, taxa de alimentação da força elétrica,
freqüência e o tempo de aquecimento.
Figura 8.4 – processo de têmpera por indução e seção de uma peça tratada
51
8.3. Endurecimento por Precipitação
Este fenômeno físico é muito comum em ligas de alumínio de alta resistência, mas está
sendo utilizada modernamente em aços para aplicações especiais. O objetivo do endurecimento
por precipitação é criar em uma liga, uma dispersão densa de finas partículas precipitadas em
uma matriz. As partículas precipitadas agem como obstáculos ao movimento de
discordâncias e, por isto, aumentam a resistência da liga tratada termicamente. Este
processo envolve três etapas básicas:
1. Solubilização(solutionizing): A peça é colocada em uma temperatura tal que produza uma
solução sólida monofásica.
2. Resfriamento rápido (quenching): resulta uma solução sólida supersaturada.
3. Envelhecimento (aging): processo de endurecimento por precipitação, formando precipitados
finamente dispersos.
L
T (°C) α+L β+L
α
T1
α+β β
T2
x Percentagem de B
Questionário:
8.1. Se a liga x% de B (gráfico acima) for resfriada lentamente, onde a fase β irá precipitar?
52
Tabela 8.1. – Dados gerais do aço para moldes VP50IM da Villares Metals que é tratado por
endurecimento por precipitação (fonte: www.cimm.com.br).
Composição
C= 0.15 % ; Mo= 0.3 % ; Mn= 1.55 % ; Si= 0.3 % ; Ni= 3 % ; S= 0.12 % ; Cu= 1 % ; Al= 1 %
Química
Aço endurecível por precipitação, desenvolvido especialmente para fabricação de
moldes para a injeção de termoplásticos. Sua usinabilidade permite o fornecimento no
estado solubilizado, para posterior envelhecimento ou solubilizado e envelhecido,
dispensando o tratamento térmico final.
* Excelentes propriedades mecânicas em qualquer direção.
Características * Elevado grau de pureza.
Gerais * Excelente usinabilidade.
* Boa polibilidade e resposta à texturização.
* Excelente resposta à Nitretação.
* Boa resistência ao desgaste.
* Excelente soldabilidade.
* Elevada estabilidade dimensional e de forma.
Estado de Solubilizado, com dureza na faixa de 30-35 HRC, para envelhecimento após usinagem
Fornecimento de acabamento. Envelhecido com dureza na faixa de 40-42 HRC.
Devido à sua elevada estabilidade dimensional e de forma, realizar o envelhecimento
após a peça acabada. O ciclo de aquecimento deverá ser em patamares a cada
100°C, com tempo de patamar de 30 minutos para cada 25 mm da menor espessura,
para evitar que as tensões de usinagem provoquem distorções. A temperatura de
Envelhecimento envelhecimento é igual a 500°C. O tempo em temperatura deve ser de no mínimo 4
horas e no máximo de 6 horas. Após envelhecimento a peça deve ser resfriada em ar
calmo. Caso a peça tenha sido solubilizada novamente, realizar o envelhecimento
somente após atingir a temperatura ambiente. Não é necessário envelhecer no
mesmo dia da solubilização.
Aquecer lenta e uniformemente até 400°C, a uma taxa de 100°C/h. Em seguida, no
máximo a 300°C/h, aquecer até a temperatura de solubilização entre 880/920°C,
manter até a completa homogeneização e a seguir resfriar em ar forçado. O
Solubilização
resfriamento pode ser realizado em óleo próprio para têmpera, agitado e aquecido de
40/60°C, até a peça atingir a temperatura de 100°C, resfriando em seguida ao ar
calmo até a temperatura ambiente.
53
9. Difusão
Difusão é o fenômeno de transporte de material através do movimento de átomos. A
difusão é um processo que depende do tempo para transferir massa.
Como pode ocorrer movimentos atômicos para novas posições? (desconsiderando a ação
de campos elétricos)
Movimentos atômicos para novas posições serão observados se a temperatura for suficiente
para fornecer a energia necessária para retirar o átomo de sua posição original no reticulado.
Das duas formas, a segunda envolve a difusão de elementos pela superfície (do exterior
para o interior da peça), tendo-se como exemplos a nitretação e a cementação. Baseado no texto
abaixo, explique (em português) como é o processo de cementação de um aço.
Many rotating or sliding steel parts such as gears and shafts must have a hard outside case for
wear resistance and a tough inner core for fracture resistance. In the manufacture of a
carburized steel part, usually the parts is machined first in the soft condition, and then, after
machining, the outer layer is hardened by some case-hardening treatment such as gas
carburizing. Carburized steels are low-carbon steels which have about 0.1 to 0.25%. However,
the alloy content of the carburized steels can vary considerably depending on the application for
which the steel will be used.
In the first part of the gas-carburizing process, the steel parts are placed in a furnace in contact
with gases containig methane (CH4) or other hydrocarbon gases at about 927°C. The carbon
from the atmophere diffuses into the surface of the gears so that after subsequent heat treatments
the gear are left with high-carbon hard cases.
Obs.:
steel parts: peças de aço gear: engrenagem
shaft: eixo hard outside case: camada dura
wear resistance: resistência ao desgaste tough inner core: núcleo tenaz
fracture resistance: resistência à fratura carburized part: peça cementada
soft condition: condição macia gas carburizing: cementação à gás
low-carbon steel: aço de baixo carbono alloy: liga
furnace: forno heat treatment: tratamento térmico.
case-hardening treatment: tratamento de endurecimento superficial
54
Núcleo da
peça: 0,2%C
Periferia da
peça
9.1. Baseado nas leis de Fick, responda (Van Vlack, item 4-14, pág. 98):
a) o que permite que átomos se movimentem de um ponto a outro em uma solução sólida,
homogeneizando o material?
dC
Primeira lei de FICK: J = -D
dx
b) Cite três influências sobre o coeficiente de difusão D.
9.2. Explique, com base no gráfico abaixo, como influi a segunda lei de Fick em um processo de
cementação de uma engrenagem de aço de baixo teor de carbono1.
dC d 2C c
Segunda lei de FICK: = D( 2 ) a
dt dx m
a
d
a
tempo de cementação
1
Baixo teor de carbono: até 0,25%C
55
Nitretação: o endurecimento superficial é obtido pela difusão do nitrogênio, quando o aço é
aquecido numa determinada temperatura, quando o aço é aquecido em torno de 550°C, durante
determinado tempo. A camada superficial apresenta-se suficientemente dura, com elevada
resistência ao desgaste, boa resistência à fadiga e à corrosão (figura 9.2).
Figura 9.2 – camada de compostos e zona de difusão de uma peça nitretada sob plasma. (fonte:
Lima et al, 2005)
9.2. Sinterização
9.3. O que é sinterização?
9.4. Para nós, tem especial aplicação a sinterização sólida, visto que muitas peças de certos
metais e cerâmicas são produzidas por este processo.
a) Por que estes materiais são preparados desta forma?
(a) (b)
Figura 9.3 – Processo de difusão durante sinterização. Átomos difundem para a área de contato,
criando pontes e reduzindo o tamanho dos poros (Askeland, 211).
56
Os poros (que podem ser vistos como um aglomerado de buracos!!!) ocorrem com
freqüência em peças fundidas e estão presentes nos materiais e/ou componentes obtidos pela
metalurgia do pó.
A figura 9.4 apresenta a superfície de ferro puro durante o seu processamento por
metalurgia do pó. Note-se que, embora a sinterização tenha diminuído a quantidade de poros,
bem como melhorado sua forma (os poros estão mais arredondados), ainda permanece uma
porosidade residual.
(a) (b)
Figura 9.4 - (a) Compactado de pó de ferro – compactação uniaxial em matriz de duplo efeito a
550MPa. (b) Compactado de pó de ferro após a sinterização a 1150°C, por 120min em
atmosfera de hidrogênio.
Figura 9.5 – esquema para a moldagem do corpo a verde pela prensagem uniaxial (Shackelford,
pág. 425).
Obs.: Green compact: corpo a verde filled: preenchido lower: inferior
Fill shoe: sapata leveled: nivelado upper: superior
Punch: punção pressed: prensado inner: interno
Die: matriz ejected: ejetado outer: externo
Core rod: guia Cavity: cavidade Powder: pó
57
Deve ter surgido uma pergunta: como moldar a peça para ser sinterizada? Na figura 9.5
está sendo mostrado o método mais comum, prensagem uniaxial, o qual forma o corpo a verde,
que será transformado em peças como da figura 9.6, após a sinterização.
A figura 9.7 ilustra um outro processo moderno de produção de peças chamado de
injeção de pó metálico (powder injection molding).
Figura 9.7 – Representação da moldagem por injeção de pó metálico (tese de doutorado de Luís
Manuel Mendonça Alves – UTL, Portugal, 2004).
58
10. Introdução aos Materiais Cerâmicos
Obs. Ligação Iônica: Resulta da atração mútua entre íons positivos e negativos. Átomos de
elementos como o sódio e o cálcio, com um e dois elétrons na camada de valência,
respectivamente, perdem facilmente estes elétrons externos e se tornam íons positivos. Por outro
lado, os átomos de cloro e oxigênio facilmente recebem um ou dois elétrons na camada mais
externa, respectivamente, de modo a completar oito elétrons nesta camada. Uma força de atração
coulumbiana entre íons positivos e negativos promove a ligação entre íons vizinhos de carga
oposta.
É errado pensar que os íons originários do sódio e do cloro se juntem aos pares, pois se
isto acontecesse, haveria uma atração muito grande entre os íons formando o par, e uma atração
pequena entre os outros pares. Como conseqüência, o sólido NaCl não poderia existir.
- + -
- + - +
+ + + -
A carga negativa é atraída por todas as cargas positivas e a carga positiva por todas as
negativas. Conseqüentemente, os íons cloro ficam envolvidos por íons cloreto, e os íons cloretos
por íons de sódio, sendo a atração igual em todas as direções.
Obs.: Ligação Covalente: Muitas vezes, um átomo pode se neutralizar, compartilhando elétrons
com um átomo adjacente. O exemplo mais simples deste compartilhamento é a molécula do
hidrogênio H2 .
A ligação covalente implica em intensas forças de atração entre os átomos, como no
exemplo do diamante, que é o mais duro material encontrado na natureza e que é constituído
inteiramente por carbono. O diamante é importante porque é a substância mais dura conhecida, e
pode ser usado por fazer ferramentas de corte afiadas, tais como as usadas em perfuração de
poços de petróleo. As ligações covalentes também se encontram na grafita, cujos átomos de
carbono também são unidos fortemente através de ligações covalentes, mas só dentro de um
plano, diferentemente da rede 3D das ligações do diamante. Estes planos de átomos de carbono
simplesmente empilham-se uns sobre os outros, sendo as forças de união entre os planos, muito
fracas. Os planos de átomos de carbono podem então deslizar facilmente uns sobre os outros, e
por isto a grafita é um importante lubrificante!
59
(a) (b)
Figura 10.1. – (a) estrutura do diamante; (b) estrutura da grafita.
Vidros
Produtos Argilosos
Materiais
Cerâmicos Refratários
Abrasivos
Cimentos
Cerâmicas avançadas
60
A ausência praticamente total de escorregamento nos materiais cerâmicos tem como
conseqüência:
- não são dúcteis
- resistem a tensões de compressão
- resistem pouco a tensões de tração
Contorno de grão
Poro CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES FRATURA
Fissura
10.1 Processamento
Conformação Pré-sinterização/sinterização
Tendo os pós misturados, as peças a verde são obtidas pelos seguintes processos mais usuais:
Figura 10.2 – (a) molde em gesso; (b) preencher o molde com uma solução aquosa com
partículas cerâmicas em suspensão; (c) vazar o excesso; (d) molde+camada formada; (e) abre-se
o molde e retira-se a peça (Shackelford).
61
Figura 10.3 – Esquema do processo de colagem por barbotina (Shackelford, pág. 448)
Figura 10.4 – Isolador de vela de motor de combustão produzida por compressão isostática. (a)
seção transversal de um molde; (b) peça a verde; (c) peça a verde usinada; (d) peça sinterizada;
(e) peça acabada; (f) conjunto montado (Smith).
62
11. Materiais Poliméricos
11.1. Histórico
1828 – WOHLER sintetizou a uréia. Até esta data os químicos não se preocupavam com a química orgânica,
pois achavam que existia na natureza uma “força vital”: materiais orgânicos apenas poderiam ser obtidos por
processos naturais.
O
H H
N–C–N
H H
1839 – Charles e Nelson Goodyear transformaram o látex de Hevea brasiliensis em um elastômero útil:
borracha vulcanizada utilizando enxofre.
1868 – John Hyatt ganhou U$ 10.000 por apresentar um substituto do marfim para bolas de bilhar: nitrato de
celulose.
Início da década de 30 – Wallace Carothers (Du Pont) conseguiu uma fibra de alto grau de polimerização
(25000) através da reação de condensação entre glicóis e ácidos dibásicos. A patente do Nylon foi depositada
em 1938 (hexametileno diamina e ácido adípico)
Molécula
qualquer
63
Ligações formadas
por causa das
reações químicas
-C –C–C –C–C–C–C–C–C-
Uma peça de resina termofixa possa ser considerada uma molécula gigante, pois toda ela é unida
por ligações covalentes. Quando usar uma ou outra resina? (Van Vlack, pág. 185)
64
Termofixa: mais resistentes e usadas em temperaturas mais altas. Utilizada em menores
volumes de produção.
Termoplástica: preenchem um molde mais intrincado com facilidade. Os resíduos podem ser
reprocessados, o que torna econômico e ecologicamente indicado.
REAÇÕES DE POLIMERIZAÇÃO
Polimerização pelo crescimento da cadeia:
65
Cristalino: arranjo ordenado e uma repetição regular de estruturas atômicas ou moleculares
no espaço. Ex.: Poliéster (PBT, PET), PP, PE, PA (nylon), POM (acetal).
Em alguns termoplásticos, a estrutura química permite que as cadeias (macromoléculas) se
dobrem e se empacotem juntas de uma maneira organizada. As regiões organizadas mostram
características de cristais, de modo que os termoplásticos que apresentam regiões desta
natureza são chamados de semicristalinos. Todos os termoplásticos semicristalinos
apresentam regiões desorganizadas (amorfas) entre as regiões cristalinas.
Pelo que se observa em catálogos, a cristalinidade é definida pelo “grau de cristalinidade”. Este
parâmetro pode variar dentro de que faixa de valores, nos polímeros?
Varia de 100% amorfo a altamente cristalino (até cerca de 95%)
Os líquidos cristalinos compõem uma família polimérica a parte, pois possuem cadeias
rígidas e paralelas umas às outras. Tem-se como o exemplo o polímero LCP Vectra da empresa
Tycona.
Pode-se comparar os polímeros segundo a tabela abaixo:
Propriedade Polímero Polímero amorfo Polímero
semicristalino Líquido Cristalino
Densidade Alta Baixa Alta
Resistência Mecânica Alta Baixa a mais alta
Módulo de Elasticidade Alto Baixo o mais alto
Ductilidade Baixa Alta a mais baixa
Resistência a fluência Alta Baixa Alta
Max. Temperatura de uso Alta Baixa Alta
Contração Alta Baixa a mais baixa
Fluidez Alta Baixa a mais alta
Resistência química Alta Baixa a mais alta
Transparência Usualmente opaco Transparente Sempre opaco
67
Também, a incorporação de aditivos no material polimérico pode modificar uma série de
propriedades, como resistência mecânica, resistência à abrasão, tenacidade, estabilidade térmica,
rigidez, deteriorabilidade, cor e resistência à propagação de chamas. Usualmente, o
termoplástico é adquirido peletizado pelo transformador e pronto para ser injetado. O
fornecedor, ao preparar o material, acrescenta ao mesmo aditivos, cargas e pigmentos para
conferir-lhes qualidades que o torne atraente para o transformador.
Na definição de termoplástico as forças de Van der Waals são fundamentais para o
comportamento do polímero. Mas o que são estas forças de Van der Waals?
São ligações secundárias, mais fracas, que também contribuem para a atração interatômica.
Exemplo para a atuação das ligações de Van der Waals no PVC está na figura abaixo (fonte:
Askeland), em que os átomos de hidrogênio de uma cadeia são atraídos mutuamente pelos
átomos de cloro da outra cadeia.
A diferença básica destes polímeros está na estrutura de repetição dos meros. Veja a seguir os
meros destes polímeros e suas características e aplicações principais
Mero Nome Características Aplicações principais
PE - Polietileno - baixa propriedade mecânica Filmes e frascos para embalagens
– CH2 – CH2 – - excelente resistência de produtos alimentícios,
química farmacêuticos e químicos.
Utensílios domésticos.
Brinquedos.
PVC – Cloreto de -alta resistência química Forração de móveis e de
H
Polivinil - reistência à chama elevada estofamentos de carros.
– CH2 – C – - são adicionados outros Revestimentos de fios e cabos
compostos: plastificantes, elétricos. Tubulações de água.
Cl estabilizadores de calor, Pisos. Embalagens rígidas e
lubrificantes, pigmentos, transparentes. Calçados.
cargas.
H PP - Polipropileno - temperatura de deflecção por Párachoques de automóveis.
calor maior que PE Carcaças de eletrodomésticos.
– CH2 – C – - baixo custo Recipientes em geral. Brinquedos.
- propriedades mecânicas Carpetes. Material hospitalar.
CH3 regulares Recipientes para uso em fornos de
- excelente resist. química microondas.
PMMA – Poli -amorfo Painéis, letreiros, vidraças.
CH3 (metacrilato de -boa resistência química Suportes transparentes. Fibras
– CH2 – C – 68
C=O
OCH3
metila) -semelhante ao vidro ópticas.
(acrílico) -boa resistência ao risco, ao
impacto e às intempéries
PET (Polietileno -pode estar em estado amorfo Como fibra: mantas para filtros
Tereftalato) (transparente), parcialmente industriais e para contenção de
–(OOOC–C6H4COO– cristalino e altamente encostas.
cristalino Como filme: fitas magnéticas. Em
–CH2CH2)– -alta resistência mecânica, radiografia.
química e térmica. Como artefato: frascos para
-Baixa permeabilidade a gases bebidas gaseificadas. Embalagens.
De uma forma geral, os plásticos de engenharia são aqueles que têm um balanço de
propriedades (químicas, mecânicas, elétricas e térmicas) que são úteis para aplicação em
engenharia.
O quadro a seguir (fonte: baseado em dados da Tycona) ilustra uma relação entre
desempenho do polímero (performance) e preço:
2
Strong, A.B, Plastics, Prentice-hall, 1996, pág. 9. Dados de 1995.
70
Tabela para os seguintes polímeros de engenharia, abordando principais características e
aplicações típicas: Poliamida (PA), Acetal (POM), Poli-óxido fenileno (PPO), Polibutileno
tereftalato (PBT) e Polisulfeto de fenileno (PPS).
σ Semicristalino
orientado
Semicristalino
orientado
semicristalino
amorfo
ε
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polímeros altamente elásticos podem experimentar alongamentos de mais de 1000%. Em
compensação, as características mecânicas dos polímeros são muito sensíveis a mudanças de
temperatura.
Exemplos de propriedades mecânicas dos materiais plásticos: veja a tabela (Callister):
Material Densidade Limite de resistência Limite de Alongamento Tg Tm
específica mecânica (MPa) escoamento (MPa) após ruptura (%) (°C) (°C)
Polipropileno 0,9 – 0,91 31 – 41,4 31 – 37,2 100 – 600 -18 175
Nylon 6.6 1,13 – 1,15 75,9 – 94,5 44,8 – 82,8 15 – 300 57 265
Que fatores influenciam de modo que tenhamos essa variação nas propriedades mecânicas?
Em primeiro lugar, o peso molecular altera principalmente os valores de resistência
mecânica. Também o grau de cristalinidade pode ter uma significante influência nas
propriedades mecânicas, já que afeta as ligações secundárias. Para regiões cristalinas, nas
quais as cadeias moleculares são mais empacotadas em um arranjo ordenado, existem
ligações secundárias extensivas entre os segmentos das cadeias adjacentes. Nas regiões
amorfas, prevalecem menos ligações secundárias devido ao desalinhamento da cadeia. Como
conseqüência, para polímeros semicristalinos, a resistência aumenta com o aumento do grau
de cristalinidade. Realmente, para entender é preciso conhecer a forma das regiões amorfas
e cristalinas. Veja a Figura abaixo, que mostra regiões amorfas e cristalinas(Callister, pág.
467).
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Tm (temperatura de fusão cristalina) é a temperatura quando a quantidade de energia
térmica de entrada do sistema seja suficiente para superar as energias de ligação da
estrutura cristalina. A partir desta temperatura, o material é considerado líquido, pois flui
livremente.
Tg (temperatura de transição vítrea) é a temperatura a partir da qual, as regiões amorfas
adquirem progressivamente mobilidade.
A tabela indica ainda nylon 6.6. O que significa 6.6?
Quantidade de carbono no mero (6 + 6)
Os catálogos de nylon sempre citam a característica higroscópica deste material. Também, no
caso do Poliacetal (POM – polioximetileno), cita-se sempre a baixíssima absorção de umidade.
O que diferencia estes dois polímeros?
O POM é um material apolar, enquanto que o Nylon é polar e atrai moléculas polares como
a água.
Fonte: Tycona
1. Moldagem por injeção: É um dos mais importantes métodos de processamento usados para
materiais termoplásticos. A figura 11.1. mostra a seqüência de operações de um processo de
injeção para materiais plásticos.
a) os grânulos de plásticos são levados pelo giro de um parafuso;
b) os grânulos são fundidos à medida que são empurrados pela hélice do parafuso;
quando há suficiente material fundido no final do parafuso, o mesmo pára de girar.
c) O parafuso é movido ao longo de seu eixo e injeta o material plástico através de uma
abertura, passando este por canais até uma cavidade de um molde fechado.
d) O parafuso é retraído e a peça acabada é ejetada.
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Figura 11.1. – Seqüência de operações de injeção de peças plásticas (Smith, pág. 346).
2. Extrusão: Produtos como tubos, hastes, lâminas, mangueiras, etc. são produzidos por este
processo. Neste processo, a resina termoplástica é alimentada para dentro de um cilindro
aquecido e o plástico fundido é forçado através de uma abertura (matriz) por um parafuso
que gira (Figura 11.2). A figura 11.3 mostra uma variação da extrusão para a produção de um
compósito com fibras de vidro.
Figura 11.2. – Desenho esquemático de uma extrusora de material plástico (Smith, pág. 347).
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Figura 11.3 – compósito produzido por pultrusão.
3. Moldagem por sopro: Na moldagem por sopro, um cilindro ou tubo de plástico aquecido
chamado parison é colocado no molde (figura 11.4a). O molde é fechado e o fundo do tubo é
cortado pelo molde (b). Ar comprimido é alimentado através do molde para dentro do tubo, o
qual expande para completar o molde; a peça é resfriada com ajuda do ar comprimido (c).
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