Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
1º Horário:
Teoria da Constituição (continuação): aplicabilidade das normas constitucionais;
sentido da constituição
Teoria do Poder Constituinte: conceito geral; origem; Poder Constituinte Originário
(conceito, espécies)
2º Horário
Teoria do Poder Constituinte: Poder Constituinte Originário (características); Poder
Constituinte Derivado Reformador e Poder constituinte Derivado Decorrente
1º HORÁRIO
a) Classificação de JAS
Normas constitucionais de eficácia contida → elas nascem com eficácia plena, mas terão seu
âmbito de validade reduzido/restringido/contido pelo legislador infraconstitucional. Ex: art. 5º, XII,
CF e art. 5º, VIII, CF.
Normas constitucionais de eficácia limitada → não são bastantes em si, pois não reúnem todos os
elementos necessários à produção de efeitos imediatos uma vez que necessitam de
complementação, regulamentação dos Poderes Públicos para terem eficácia plena. A rigor elas
têm aplicabilidade indireta, mediata. Elas se dividem em dois grupos:
Obs: qual a diferença das normas constitucionais de eficácia contida e limitada? A rigor, todas as
duas normas terão a atuação dos poderes públicos (do legislador). A diferença está na maneira
pela qual o legislador atua. Nas normas de eficácia contida, o legislador poderá atuar para reduzir
o âmbito de eficácia. Nas normas de eficácia limitada, o legislador deve atuar para regular sua
eficácia. Se o legislador ainda não atuou, não regulamentou a norma constitucional de eficácia
limitada, nós poderemos afirmar que ela tem algum tipo de eficácia, de aplicabilidade? Sim, pois
todas as normas constitucionais são dotadas de aplicabilidade, o que muda é o grau de sua
eficácia, de sua aplicabilidade.
A rigor temos que diferenciar dois tipos de eficácia: eficácia jurídica e eficácia social (questão de
prova para delegado policia civil de MG). Eficácia jurídica é a potencialidade que a norma tem
1
para regular condutas concretas, ou seja, é a aptidão que a norma
tem para regular situações concretas (umas vão ter muita aptidão, outras vão ter pouca). A
eficácia social (ou efetividade) é a realização fática das normas em situações concretas, é a sua
real aplicação (ou a norma pega ou não pega). Sendo assim a norma pode ter eficácia jurídica
plena, mas não ter efetividade. Ex: norma que proíbe fumar no ônibus.
b) Outras classificações
b.1. Classificação do Ministro Carlos Ayres Brito e Celso Ribeiro Bastos: classificação que
leva em consideração a vocação das normas constitucionais para a atuação do legislador.
Normas constitucionais de aplicação → são aquelas que não têm vocação para a atuação do
legislador. Por sua vez, elas podem ser regulamentáveis ou irregulamentáveis.
Normas de integração → são vocacionadas à atuação do legislador. Elas podem ser de dois tipos:
as restringíveis e as completáveis.
3. Concepção Jurídica (Kelsen) → a constituição deve ser entendida como norma de dever-ser,
que fundamenta a validade de outras normas, e que vincula nossas condutas. O sentido político
2
pode ser dividido em sentido lógico-jurídico ou jurídico-positivo.
Pelo sentido lógico-jurídico, a constituição deve ser entendida como uma norma fundamental. A
rigor seria aquela norma que a) autoriza o poder constituinte a elaborar a constituição, e b)
determina que todos devem cumprir a constituição elaborada pelo poder constituinte. A rigor, a
norma fundamental é considerada um pressuposto lógico transcendental. Isso quer dizer que a
norma fundamental não é posta por ninguém, mas é uma norma eminentemente suposta. É
suposta para a) fechar o sistema e b) para ser o fundamento de validade de todas as outras
normas.
Conceito geral
É o poder ao qual incumbe ou criar uma constituição (elaborar) ou alterar uma constituição
(reformar) ou complementar uma constituição. Esse poder pode ser o Poder constituinte originário
(PCO), poder constituinte derivado de reforma (PCDR) ou o poder constituinte derivado
decorrente (PCDD).
Origem histórica
Conceito
Poder constituinte originário é um poder extraordinário que desconstituiu uma ordem anterior e
constitui uma nova ordem jurídica, bem como um novo estado e uma nova sociedade. Ele se
apresenta como desconstitutivo-constitutivo, ou seja, ele despositiva e ao mesmo tempo positiva
uma nova ordem. Ou seja, tem como objetivo desconstituir a ordem anterior e criar uma nova
ordem constitucional. Por isso, alguns autores o chamam de “despositivo positivo”.
Espécies
3
Ex: Poder Constituinte Fundacional → Constituição de 1824. E Poder Constituinte Pós fundacional
→ Todas as constituições que tivemos após a Constituição de 1824, tais como: Constituições de
1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969, 1988.
Ilimitado → é ilimitado do ponto de vista do direito positivo anterior. Atenção: essa corrente é a
positivista, que entende inclusive que o pode constituinte é um poder eminentemente de fato e
não teria viés jurídico. Obs: isso para a corrente positivista.
2º HORÁRIO
Já para a corrente jusnaturalista o poder constituinte seria limitado pelo direito natural.
Temos a corrente sociológica, que dispõe que a rigor o poder constituinte originário é ilimitado do
ponto de vista do direito positivo, mas guarda limite com o movimento revolucionário que o fez
surgir; na idéia de justiça que o fez surgir como poder constituinte. Portanto, não é um poder
absoluto. Alguns autores advogam que cânones nacionais, como também supranacionais,
limitariam o poder constituinte.
Divide-se em dois, que têm como característica a limitação, o fato de serem condicionados, de 2º
grau, instituídos e constituídos.
Art. 3ª do ADCT → possui limite temporal (após cinco anos da promulgação da CR/88) e formal
(sessão unicameral e maioria absoluta, sendo promulgado pela mesa do congresso).
Obs.: Poder constituinte derivado de reforma por revisão Não há mais possibilidade de revisão
constitucional. Se houvesse, seria anti-jurídico. Qualquer proposta de reforma hoje nesse sentido
seria golpe. Não temos, aqui no Brasil, a figura da dupla revisão. Ex: Uma emenda à Constituição
para autorizar uma nova revisão.
4
Art. 60 da CR/88 possui como limites:
- Limites formais (art.60, I, II, III [iniciativa], §§ 2º [dois turnos em uma casa e depois dois turnos
em outra], 3º [promulgada pelas duas mesas], e 5º).
Obs.: JAS numa interpretação sistemática da CF, com a conjugação dos arts. 1º, parágrafo único,
art. 14, art. 61, §2º, diz que teríamos a legitimidade ativa popular da PEC. Mas essa corrente é
minoritária. Majoritariamente, entende-se que se deve fazer uma interpretação literal.
Há que se falar, ainda, em limites materiais implícitos (Raul Machado Horta, Pinto Ferreira e
Francisco Ives Dantas):
Gilmar Ferreira Mendes diz ainda que os princípios fundamentais do art. 1º ao 4º da CF também
fazem parte de um rol dos limites materiais implícitos.
Questão: na revisão foram observados os limites materiais? A corrente majoritária diz que, ainda
que não esteja escrito no art. 3º ADCT, a revisão deveria obedecer ainda os limites materiais.
Obs.: o STF não considera como cláusulas pétreas as matérias presentes no art. 60, §4º apenas,
como também o principio da anterioridade tributária (ADI 939) e o principio da anualidade eleitora,
presente no art. 16, CF (ADI 3.685).
Questão: podemos alegar direito adquirido frente ao PCO? Não! Ora, se o PCO é inicial,
autônomo, incondicionado e ilimitado, você não poderá opor direitos adquiridos frente a ele. Ex:
Art. 17, ADCT.
Questão: podemos alegar direito adquirido frente ao PCDR? Sim, com base no art. 5º, XXXVI. O
que não se pode confundir é direito adquirido com expectativa de direito. Obs. (direito
administrativo): não existe direito adquirido de regime jurídico de servidor publico.
c) poder constituinte derivado decorrente: é dado pelo poder constituinte originário aos estados
membros para complementar a ordem jurídica constitucional com a elaboração das
respectivas constituições estaduais. Ele também é limitado e condicionado. Vide art. 25 da
CR/88 e art. 11 do ADCT.