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Recursos e Dinâmicas

A operacionalização de
processos de reconhecimento,
validação e certificação de
competências profissionais –
guia de apoio

• Maria Francisca Simões


• Maria Pastora Silva

2
Recursos e Dinâmicas
Lisboa, 2008

A operacionalização de
processos de reconhecimento,
validação e certificação de
competências profissionais –
guia de apoio

• Maria Francisca Simões


• Maria Pastora Silva

2
Biblioteca Nacional de Portugal – Catalogação na Publicação

A operacionalização de processos de reconhecimento,


validação e certificação profissional / Maria Francisca
Simões, Maria Pastora Silva. - (Recursos e Dinâmicas ; 2)
ISBN 978-972-8743-47-5
I - SILVA, Maria Pastora
CDU 331

377

Ficha técnica
Título:
A operacionalização de processos de reconhecimento,
validação e certificação de competências profissionais-
guia de apoio

Editor:
Agência Nacional para a Qualificação, I.P.
(1ª edição, Dezembro 2008)

Coordenação:
Maria do Carmo Gomes
Maria Francisca Simões

Autores:
Maria Francisca Simões
Maria Pastora Silva

Design Gráfico:
Modjo Design, Lda.

Adaptação do Design e Paginação:


Jacinta Gonçalves
Regina Andrade

ISBN:
978-972-8743-46-8

Agência Nacional para a Qualificação, I.P.


Av. 24 de Julho, nº138, 1399-026 Lisboa Tel. 213 943 700 Fax. 213 943 799 www.anq.gov.pt


Índice
Introdução 7

1. Enquadramento: compreender o RVCC profissional 11


1.1 Os processos de RVCC profissional no contexto europeu e nacional 13
1.2 Consolidação dos processos de RVCC profissional 14
1.3 Referenciais de RVCC profissional: complementaridade entre reconheci- 14
mento e formação

2. Características do processo de RVCC profissional – etapas, 17


intervenientes e duração
2.1 Etapas 19
2.2 Intervenientes 25
2.3 Duração 28

3. Aplicação dos instrumentos de apoio aos processos de RVCC 31


profissional
3.1 Tipos de instrumentos de apoio aos processos de RVCC profissional e 33
sequência de aplicação
3.2 Plataforma informática de avaliação de candidatos no âmbito do RVCC 37
profissional
3.3 Dar a conhecer o Referencial de RVCC profissional 37
3.4 Preencher a Ficha de percurso profissional e de formação 38
3.5 Construir o Portefólio 38
3.6 Aplicar os instrumentos do “kit de avaliação” 39
3.7 Elaborar a Acta da sessão de júri de certificação 51
3.8 Definir o Plano Pessoal de Qualificação (PPQ) 51
3.9 Emitir o Certificado de Qualificações e o Diploma 53
3.10 Definir o Plano de Desenvolvimento Pessoal (PDP) 53

Glossário 55

Anexos 61



Índice de Figuras

Figura 1 – Etapas de intervenção dos Centros Novas Oportunidades 19


Figura 2 – Sequência de aplicação dos instrumentos de apoio aos processos 33
de RVCC profissional

Índice de Quadros

Quadro 1 – Etapas dos processos de RVCC profissional nos Centros Novas 20


Oportunidades
Quadro 2 – Intervenientes e principais actividades 26
Quadro 3 – Duração de referência das actividades 28
Quadro 4 – Suportes de disponibilização dos instrumentos de apoio aos pro- 36
cessos de RVCC profissional
Quadro 5 – Exemplo de Guião de entrevista (excerto) 45
Quadro 6 – Exemplo de Grelha de observação de desempenho em posto de 48
trabalho (excerto)
Quadro 7 – Exemplo de Grelha de exercício prático (excerto) 50


Introdução



Introdução
O reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais visa contribuir para o aumento dos níveis de qualificação
formal da população activa através da valorização das competências profissionais adquiridas ao longo da vida nos diversos
contextos, bem como proporcionar uma nova oportunidade de formação para aqueles que não completaram ou abandonaram
precocemente a formação nos sistemas de educação formal.
A operacionalização dos processos de RVCC profissional pressupõe a existência de capacidade técnica adequada nas equipas dos
Centros Novas Oportunidades, assim como a existência de instrumentos de avaliação específicos “kits de avaliação” que permitam
verificar o domínio que os candidatos têm das competências associadas a uma determinada qualificação.
Neste âmbito, o Guia que agora se apresenta é uma ferramenta de apoio à preparação das equipas e, em sequência, ao
desenvolvimento dos processos de RVCC profissional na rede de Centros Novas Oportunidades. A informação nele constante
não substitui a necessidade de as equipas intervenientes no processo – em particular tutores e avaliadores de RVC – terem de
frequentar formação específica antes de iniciarem as suas funções.
O documento define a natureza e as especificidades dos processos de RVCC profissional, nas suas diversas etapas, respectivos
intervenientes e duração de referência. Explicita, também, a forma como os diversos instrumentos de apoio ao RVCC profissional
devem ser utilizados no âmbito do trabalho desenvolvido por/com cada candidato.
Por se tratar de uma ferramenta de apoio às equipas técnico-pedagógicas dos Centros Novas Oportunidades, este documento
possui um carácter dinâmico. Neste sentido, deverá ir incorporando os ajustamentos que se julguem necessários, em função da
evolução do contexto de referência do RVCC profissional, a nível europeu e nacional, bem como das próprias dinâmicas que se
forem definindo a partir do trabalho de terreno desenvolvido pelos Centros Novas Oportunidades neste domínio de intervenção.


10
Enquadramento:
compreender o RVCC
profissional

11
12
1. Enquadramento: compreender o RVCC profissional
1.1 Os processos de RVCC profissional no contexto
europeu e nacional

A educação e a formação assumem um papel central na resposta qualificada informalmente do que as estatísticas parecem
aos novos desafios que se colocam, hoje, na União Europeia: apresentar? Não serão muitos os casos de impossibilidade
a globalização, o envelhecimento da população, a emergência formal de demonstrarem as qualificações correspondentes aos
e utilização crescente de novas tecnologias e a consequente saberes efectivamente detidos?
necessidade de actualização e aquisição de competências.
De facto, após alguns anos de experiência profissional, os
Tais desafios requerem um incremento do investimento no indivíduos adquirem saberes e desenvolvem competências
capital humano e na necessária adaptação dos sistemas de que lhes permitem desempenhar uma determinada actividade
educação e formação. profissional, não raras vezes, com grande eficiência e eficácia,
sem que, todavia, detenham declaração oficial e formal que
O investimento no capital humano relança, não só a necessidade as comprove. Estas aprendizagens devem ser formalmente
de se investir na formação inicial, mas também a necessidade reconhecidas, num quadro de valorização dos cidadãos em
premente de se apostar na formação contínua, num esforço que relevam os processos de RVCC e de formação contínua
de atrair adultos já inseridos no mercado de trabalho para ajustada às situações individuais, potenciando, assim, o acesso
que invistam na sua qualificação, procurando condições de a níveis mais elevados de qualificação formal.
desenvolvimento de novas oportunidades profissionais através
do reforço das competências necessárias face aos actuais A melhoria da produtividade e competitividade da economia
contextos profissionais e de trabalho. nacional evidencia a necessidade de promoção acelerada da
qualificação dos activos, contexto no qual o reconhecimento
A aposta na educação e na formação profissional induz, também, e a validação de competências adquiridas em contextos não
a estruturação e competitividade dos mercados de trabalho e formais e informais assumem uma estratégia de particular
do tecido económico no seu todo. A educação e a formação relevância.
assumem, assim, um papel decisivo na transição para uma
sociedade e economia baseadas no conhecimento1. Igualmente, o impacto destes processos de RVCC é promotor de
práticas de aprendizagem ao longo da vida, de responsabilidade
A situação portuguesa em matéria de educação/formação é e de valorização social do conhecimento técnico e científico e
conhecida: uma das principais vulnerabilidades da economia da cultura.
nacional encontra a sua explicação nas reduzidas qualificações
da população activa, sendo igualmente baixo o nível médio de Considerando que a capacidade multiplicadora da aquisição
habilitações da população em geral, o que constitui um dos de competências ao longo da vida é influenciada pelo nível de
mais sérios constrangimentos ao desenvolvimento sustentado qualificação de base de cada pessoa, a promoção da qualificação
do país2. da população adulta vai, certamente, concorrer para o aumento
da eficácia dos resultados e da eficiência do investimento em
Os défices de qualificação inicial da população activa portuguesa formação contínua.
e o desenvolvimento de novos factores de competitividade
exigem que trabalhadores e empresas invistam em formação As actuais orientações políticas nacionais, bem como os
contínua, em particular os indivíduos que não completaram ou programas e as medidas que as concretizam, reflectem uma
frequentaram percursos de qualificação formais. diversidade e complementaridade de respostas aos desafios
aqui mencionados. De facto, tal observa-se num conjunto de
Neste âmbito, e apesar dos elevados défices de qualificação, medidas recentes que regulam, directa ou indirectamente, os
importa questionar: Não será esta população bastante mais sistemas de educação e formação nacionais, entre os quais se
destacam:

1 Valente, A. C. (2006). “Para um Sistema Nacional de Qualificações:


• a Iniciativa Novas Oportunidades, que define as principais
algumas reflexões”. Revista Sociedade & Trabalho, nº 28.
2 Disponível em http://www.qren.pt estratégias de promoção da qualificação de jovens e

13
adultos, nomeadamente através da evolução de todas as de Maio, que regula a criação e o funcionamento dos Centros
ofertas qualificantes de dupla certificação; de um forte Novas Oportunidades, e que especifica que o reconhecimento,
incremento da formação através de cursos de Educação e validação e certificação de competências profissionais pode ser
Formação de Adultos (EFA) de nível básico e secundário e uma das dimensões de intervenção aí operacionalizadas.
de dupla certificação; do alargamento das possibilidades de
acesso a percursos de qualificação por parte dos activos 1.2 Consolidação dos processos de RVCC profissional
empregados, através da modularização da formação em
unidades de curta duração e do ajustamento das ofertas Os processos de reconhecimento, validação e certificação
à procura, nomeadamente através de processos de de competências, enquanto instrumentos ao serviço da
reconhecimento, validação e certificação de competências; qualificação de activos com competências adquiridas em
do alargamento da rede de Centros Novas Oportunidades; e contextos não formais e informais devem ser encarados como
da regulamentação de um conjunto de vias de conclusão do uma via que proporciona qualificações de educação-formação
nível secundário de educação para quem abandonou este sem qualquer distinção valorativa das obtidas nos sistemas
nível de ensino sem o completar (Decreto-Lei n.º 357/2007, formais de educação-formação. A garantia de que este processo
de 29 de Outubro). conduz a certificações valorizadas socialmente, quer para os
cidadãos, quer para os sistemas de educação-formação, quer
• o Sistema Nacional de Qualificações, que é criado através do ainda para o mercado de trabalho, é tanto mais importante
Decreto-Lei nº 396/2007, de 31 de Dezembro, com o grande quanto se constata, de facto, que os diplomas atribuídos pelo
objectivo de promover a elevação da formação e dos níveis reconhecimento da experiência adquirida devem estar em
de qualificação da população portuguesa, nomeadamente igualdade de circunstâncias com os títulos obtidos pelas vias
através dos instrumentos específicos previstos para o formais, à luz do Decreto-Lei nº 396/2007, de 31 de Dezembro.
efeito, como é o caso do Quadro Nacional de Qualificações e
do Catálogo Nacional de Qualificações. Porém, tratando-se de perspectivas e metodologias inovadoras
nos sistemas de educação-formação devem envidar-se esforços
• o Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013, para se afirmar e consolidar estes dispositivos como via de
que estabelece os instrumentos de apoio financeiro para o acesso à certificação, enquanto forma de potenciar o seu
desenvolvimento das estratégias definidas. reconhecimento social e a legítima posição num contexto de
diversificação de percursos de qualificação.
Pela sua enorme relevância para os processos de RVCC
profissional, deve aqui destacar-se o Sistema Nacional de A certificação das qualificações produzidas nos contextos
Qualificações, criado no final do ano de 2007. No seu âmbito, informais e não formais baseia-se, forçosamente: i) na existência
define-se que as qualificações (escolares e profissionais) de de referenciais de qualidade, metodologias de avaliação exigentes
nível não superior podem ser obtidas, quer por via da frequência e rigorosas do ponto de vista das técnicas, dos instrumentos e
de formação, quer por via do desenvolvimento de um processo dos critérios; ii) na sua aplicação, de acordo com os padrões
de reconhecimento, validação e certificação de competências. estabelecidos intencionalmente e que reflectem as exigências
Em termos mais específicos, estabelece-se até que a qualificação dos desempenhos profissionais, sociais e individuais.
da população adulta pode resultar de um processo combinado
de RVCC (que permite a certificação de algumas competências), 1.3 Referenciais de RVCC profissional: com-
seguido de formação (definida à medida das necessidades do plementaridade entre reconhecimento e
candidato, identificadas através do processo de RVCC). formação

O Decreto-Lei que cria o Sistema Nacional de Qualificações No Catálogo Nacional de Qualificações3, a cada qualificação
indica também que o Catálogo Nacional de Qualificações é o corresponde um perfil profissional, um referencial de formação
instrumento que contém o conjunto de referenciais de formação e (que, por sua vez, integra um referencial de formação de
de competências para a operacionalização dos processos de base e um referencial de formação tecnológica, este último
formação e de RVCC, conforme adiante especificado, no ponto 1.3. correspondente ao referencial da saída profissional específica)

3 Disponível em www.catalogo.anq.gov.pt (Agência Nacional para a


Finalmente, é ainda de referir a Portaria nº 370/2008, de 21
Qualificação I.P.).

14
e um referencial de competências (que, por sua vez, integra um avaliação dos desempenhos profissionais dos candidatos, isto
referencial específico para o RVCC escolar e outro para o RVCC é, daquilo que estes sabem, ou não, fazer.
profissional).
É com base no referencial de RVCC profissional (específico De facto, enquanto que no contexto formativo existem algumas
de cada qualificação) que são construídos os instrumentos de UFCD marcadamente teóricas, o processo de RVCC profissional
avaliação – “kit de avaliação” – a partir dos quais se operacionalizam baseia-se na prática profissional dos candidatos. Embora os
os processos de RVCC profissional nos Centros Novas conteúdos teóricos possam ser imprescindíveis para viabilizar
Oportunidades. essa prática, dificilmente serão, no entanto, directamente
observáveis, como acções autónomas, o que, aliás, não é o
Os três elementos que integram cada qualificação no Catálogo objectivo de avaliações desta natureza.
Nacional de Qualificações estão fortemente interligados:
Assim se explica que os referenciais de RVCC profissional se
• os perfis profissionais explicitam o conjunto de actividades estruturem em unidades de competência (UC) que, por sua vez,
associadas às qualificações, bem como os saberes, saberes-fazer se desdobram num conjunto de tarefas concretas e observáveis,
e saberes-ser necessários para a execução das actividades; através das quais os candidatos demonstram o domínio das
competências requeridas para a validação/certificação.
• os referenciais de qualificação organizados em unidades de
formação de curta duração, de 25h e 50h, capitalizáveis e Esta opção implica, pois, que as tarefas tenham um pendor
certificáveis de forma autónoma, constituem a resposta acentuadamente funcional (conceito de skills), razão pela qual
formativa necessária para a obtenção de cada qualificação são definidas a partir dos objectivos e conteúdos funcionais e
(formação de base e formação tecnológica); operacionalizáveis de cada uma das UFCD.

• os referenciais de competências e, em particular, os refe- Tal não significa, porém, que os objectivos e conteúdos das
renciais de RVCC profissional são concebidos a partir dos UFCD, exclusivamente relacionados com os conhecimentos
referenciais de formação tecnológica e estão organizados em teóricos e os saberes sociais e relacionais, devam ser excluídos
unidades de competência e tarefas, permitindo avaliar o grau dos instrumentos de avaliação, como se constata ao analisar
de domínio que os candidatos têm dos saberes-fazer, bem cada um dos referenciais construídos para os processos de
como de saberes e saberes-ser, necessários ao exercício de RVCC profissional.
uma determinada profissão.
De sublinhar que as competências adquiridas são avaliadas
Em concreto, há uma forte correspondência entre as unidades através da execução de tarefas específicas, pelo que estas duas
de formação de curta duração (UFCD) dos referenciais de expressões (competências/tarefas) são indissociáveis ao longo
formação específicos a cada saída profissional e as unidades deste documento, mesmo quando apenas se refira a expressão
de competência (UC) dos referenciais de RVCC profissional. “tarefas” (p.ex.: validação de tarefas).
Este facto permite que, em função das competências em falta,
identificadas através dos processos de RVCC profissional, A necessidade de procurar assegurar a correspondência entre
o candidato possa ser encaminhado para um percurso de UC e UFCD é essencial dado que ambas correspondem à
formação flexível e ajustado às suas necessidades específicas. unidade mínima certificável no âmbito do Catálogo Nacional de
Qualificações.
Assim se legitima a afirmação de que, para além da sua função
certificadora, os processos de RVCC profissional se baseiam em
metodologias que permitem o posicionamento dos candidatos
em percursos formativos ajustados às suas necessidades e
expectativas de qualificação.

A correspondência entre as UFCD e as UC não é, contudo, directa,


dada a natureza eminentemente prática dos processos de RVCC
profissional que, necessariamente, partem da observação/

15
16
Características
do processo de RVCC
profissional – etapas,
intervenientes e duração

17
18
2. Características do processo de RVCC profissional – etapas, intervenientes e duração
2.1 Etapas
Os processos de RVCC profissional são desenvolvidos nos Centros Novas Oportunidades e constituem uma dimensão de intervenção
prioritariamente dirigida a cidadãos com 18 ou mais anos de idade, empregados e desempregados. Permitem, quer a certificação
das competências profissionais adquiridas em contextos não formais e informais, quer ainda a identificação de necessidades de
formação para a aquisição de novas competências, num quadro de aprendizagem ao longo da vida.
Como estabelecido na Portaria nº 370/2008, de 21 de Maio, um candidato que se inscreva num Centros Novas Oportunidades deve
passar por um processo de acolhimento, diagnóstico e encaminhamento, sendo que, entre as várias alternativas possíveis, este
encaminhamento pode ser feito também para um processo de RVCC profissional.
Em termos metodológicos, os processos de RVCC profissional estruturam-se em três grandes etapas que, nos seus contornos e
objectivos genéricos, coincidem com as etapas do RVCC escolar: reconhecimento de competências, validação de competências
e certificação de competências.

A figura seguinte ilustra as etapas aqui mencionadas:

A. Acolhimento

B. Diagnóstico

C. Encaminhamento

Modalidades educativas e formativas D. Processo de reconhecimento, validação e


exteriores ao Centro Novas Oportunidades certificação de competências escolares e/ou
profissionais
ETAPAS DO PROCESSO DE RVCC PROFISSIONAL

D1. Reconhecimento de competências

D2. Validação de competências


(Sessão de validação)

D3. Certificação de competências


(Júri de Certificação)

Emissão de um Plano Pessoal


de Qualificação (PPQ)
(quando é necessário adquirir
Certificação Total
conhecimentos e Certificação Parcial (Certificado de Qualificações
competências profissionais) (Certificado de Qualificações) e Diploma)

Encaminhamento para um Definição do Plano de


percurso de formação (cursos Auto-formação ou formação em Desenvolvimento Pessoal
EFA, formação modular) numa posto de trabalho (PDP)
(após processo de RVCC)
entidade formadora

Certificação Total
Certificado de Qualificações
e Diploma

Figura 1 - Etapas de intervenção dos Centros Novas Oportunidades

19
O quadro 1 permite clarificar a natureza de cada uma destas etapas, os respectivos intervenientes, e os instrumentos e produtos que nesse âmbito são utilizados e
produzidos, respectivamente:
Quadro 1 – Etapas dos processos de RVCC profissional nos Centros Novas Oportunidades
Etapas de A. Acolhimento B. Diagnóstico C. Encaminhamento Eixos estruturantes do processo de RVCC profissional
Intervenção
dos Centros D1. Reconhecimento de competências D2. Validação de D3. Certificação de
Novas competências competências
Oportunidades
•Atendimento •Análise do perfil • Identificação •Balanço das competên- •Certificação das
•Contratualização entre o •Preenchimento da Grelha de
e inscrição do do candidato, da(s) resposta(s) cias pré-adquiridas pelo competências com
candidato que irá desenvolver auto-avaliação;
candidato no recorrendo a mais adequada(s) candidato e comprovadas base no Portefólio
processos de RVCC e o •Análise das competências com
Centro Novas sessões de face à análise do através do processo (que, quando houve
Centro Novas Oportunidades, base na Ficha de percurso
Oportunidades; esclarecimento, perfil do candidato de RVCC profissional, encaminhamento
segundo modelo disponível; profissional e de formação, no
•Esclarecimento análise curricular, anteriormente relevantes para a saída para auto-formação
entrevistas desenvolvida e •Calendarização das Portefólio e na Grelha de auto- profissional face à qual ou formação no
sobre: a missão
individuais e ao conjunto das actividades do processo que avaliação, face ao referencial está a ser avaliado; posto de trabalho,
do Centro Novas
colectivas ou a modalidades o Profissional de RVC vai de RVCC profissional; inclui os respectivos
Oportunidades; as •Auto e hetero-avaliação
outras estratégias de educação e desenvolver com o candidato; •Preenchimento da Ficha de comprovativos/
diferentes fases do das competências com
processo a realizar, adequadas, de formação existente •Desenvolvimento de análise do Portefólio; base no Portefólio evidências);
a possibilidade de acordo com a a nível local ou processos de identificação • Organização do Portefólio e, se necessário, na •Registo em acta
Actividades encaminhamento metodologia de regional; e valorização dos saberes entrevista técnica ou por das competências
tendo em conta as reflexões
para ofertas acolhimento, •Encaminhamento e competências adquiridos efectuadas sobre os saberes e demonstração prática; certificadas;
educativas e diagnóstico e resultante de um ao longo da vida, através de as competências profissionais
encaminhamento •Identificação das •Emissão do PPQ
formativas ou para acordo/processo um conjunto de actividades, adquiridos nos diversos
nos Centros Novas competências detidas do candidato (caso
o processo de de negociação assentes na metodologia de contextos, não descurando
Oportunidades. e/ou em falta; este tenha obtido
reconhecimento, entre a equipa balanço de competências e a importância da recolha do
•Encaminhamento uma certificação
validação e do Centro Novas na utilização de instrumentos maior número e variedade
do candidato para parcial), que indica
certificação de Oportunidades e o de mediação para construção de comprovativos credíveis e
continuação do processo qual a resposta mais
competências; e candidato. do Portefólio, bem como das relevantes para o processo;
de RVCC ou para Sessão adequada para aquisição
a calendarização fichas trabalhadas na etapa de
• Aplicação de outros de júri de certificação; das competências
prevista para diagnóstico; (*)
instrumentos de avaliação, consideradas em défice
a etapa de •Preenchimento da Ficha de •Definição da versão no processo de RVCC
designadamente do Guião
diagnóstico. percurso profissional e de preliminar do Plano (cursos EFA, formações
de entrevista técnica, da
formação; Pessoal de Qualificação modulares, auto-
Grelha de observação de
(PPQ); formação, prática em
•Preparação apoiada (em graus desempenho em posto de
diferentes) do Portefólio. trabalho e da Grelha de •Verificação/validação contexto de trabalho);
exercício prático, de forma a da aquisição das •Emissão do Certificado
avaliar os conhecimentos e as competências definidas de Qualificações e,
competências profissionais no PPQ, nos casos quando seja o caso, do
(*) O candidato pode já ter adquiridos, bem como em que o candidato Diploma.
desenvolvido o processo de verificar a adequabilidade, regressa ao Centro
identificação e valorização de relevância e fiabilidade dos Novas Oportunidades
competências e a construção elementos/comprovativos após percurso de auto-
do Portefólio, em outro recolhidos; formação ou de formação
momento, ou Centro Novas no posto de trabalho;
•Lançamento dos resultados do
Oportunidades, e para outro processo de reconhecimento •Preparação da Sessão de
fim. na plataforma informática de júri de certificação.
avaliação de candidatos no
âmbito do RVCC profissional.

20
Quadro 1 – Etapas dos processos de RVCC profissional nos Centros Novas Oportunidades (cont.)

Etapas de A. Acolhimento B. Diagnóstico C. Encaminhamento Eixos estruturantes do processo de RVCC profissional


Intervenção
dos Centros
Novas
Oportunidades D1. Reconhecimento de competências D2. Validação de D3. Certificação de
competências competências
•Ficha de inscrição •Metodologia de •Metodologia de •Portefólio; •Portefólio;
•Modelo de contrato •Portefólio;
(disponível no acolhimento, acolhimento, •Ficha de análise do •Kit de avaliação;
(disponível no SIGO); •Fichas preenchidas na etapa
SIGO); diagnóstico e diagnóstico e Portefólio;
encaminhamento encaminhamento •Metodologias/instrumentos de de diagnóstico; •Acta da sessão de
•Material •Guião de entrevista certificação;
de candidatos; de candidatos; mediação; •Ficha de percurso profissional
informativo técnica;
Instrumentos diverso (p. ex.: •Material •Material •Referencial de RVCC e de formação; •Plano Pessoal de
documentação informativo informativo profissional; •Grelhas de observação Qualificação (PPQ);
e Produtos •Grelha de auto-avaliação;
relativa ao diverso; diverso. directa no posto de •Certificado de
•Ficha de percurso profissional •Ficha de análise do Portefólio;
Centro Novas trabalho e exercícios a Qualificações e Diploma;
•Portefólio (se o e de formação;
Oportunidades •Tipologias de comprovativos desenvolver em prática
candidato já for •Portefólio; simulada; •Plano de
e à natureza das das tarefas que o candidato
portador de um). Desenvolvimento
intervenções que •SIGO. sabe executar; •Plataforma informática de Pessoal;
nele têm lugar, bem •Guião de entrevista técnica; avaliação de candidatos
como às diferentes no âmbito do RVCC •Plataforma informática de
•Grelhas de observação avaliação de candidatos
modalidades directa no posto de trabalho e profissional.
de educação e no âmbito do RVCC
exercícios a desenvolver em profissional;
formação). prática simulada;
•SIGO.
•Plataforma Informática de
avaliação de candidatos no
âmbito do RVCC profissional.

•Administrativo. •Técnico de •Técnico de •Equipa de validação •Júri de certificação


•Profissional de RVC. •Tutor de RVC (por vezes, o
diagnóstico e diagnóstico e (profissional de RVC + (profissional de RVC +
profissional de RVC também
encaminhamento. encaminhamento. tutor de RVC + avaliador tutor de RVC + avaliador
Intervenientes apoia o preenchimento da
de RVC); de RVC + avaliador
Grelha de auto-avaliação).
•Avaliador externo (na externo);
preparação do júri de •Director do Centro Novas
certificação). Oportunidades.

21
Etapas A, B e C – Acolhimento, Diagnóstico e Encaminhamento se com o profissional de RVC e prolonga-se com a intervenção
do tutor de RVC. Procede-se à identificação, valorização e
As etapas A, B e C, comuns a qualquer candidato que se inscreva reconhecimento das competências que o candidato detém, com
num Centro Novas Oportunidades, desenvolvem-se segundo a base numa metodologia de balanço de competências e/ou na
metodologia de acolhimento, diagnóstico e encaminhamento, mobilização de um conjunto de instrumentos específicos.
disponível em www.anq.gov.pt. Não constituindo etapas
específicas do processo de RVCC profissional, apresenta-se A partir desse “exercício”, é construído o Portefólio do
aqui apenas um resumo da sua natureza e objectivos. candidato, composto pelo conjunto de documentos que
atestam as competências que este detém, face ao referencial
Na etapa de acolhimento o candidato preenche a ficha de de RVCC profissional que estará na base do seu processo
inscrição (disponível no SIGO) e estabelece um primeiro contacto avaliativo. Constituindo-se como um conjunto de evidências
com o Centro Novas Oportunidades, sendo-lhe genericamente e comprovativos relativamente às competências adquiridas, o
explicada a missão e as actividades nele desenvolvidas. É Portefólio tem um carácter dinâmico, na medida em que vai
nesta etapa que deve iniciar-se a recolha, partilha e análise de sendo construído/enriquecido ao longo do processo de RVCC
informação relativa ao candidato, para que possa potenciar- profissional.
se a construção da melhor resposta, em função das suas
características específicas. Na etapa de reconhecimento de competências, o profissional
de RVC e o tutor de RVC trabalham para o mesmo fim – a
Esta informação está na base do processo de diagnóstico. A consolidação do Portefólio do candidato. A sua intervenção
partir da análise e do aprofundamento dessa informação, distingue-se, no entanto, pela abordagem necessariamente
complementada com entrevistas e com o preenchimento de mais global que o profissional de RVC faz, recorrendo à
instrumentos/fichas de diagnóstico especificamente previstas metodologia de balanço de competências e à história de vida
para o efeito, o técnico de diagnóstico e encaminhamento do candidato, e pela abordagem mais específica que é garantida
“traça” o perfil do candidato e identifica possíveis respostas de pelo tutor de RVC, enquanto técnico da área profissional em que
qualificação. se desenvolve o processo de RVCC, focalizada nas unidades de
competência do referencial associado à saída profissional em
Em sede de entrevista individual, a proposta de diferentes causa.
respostas de qualificação é debatida e negociada com o
candidato, podendo daí resultar a necessidade de reequacioná-la. Neste sentido, a construção do Portefólio inicia-se com
o profissional de RVC, que trabalha com o candidato a
Quando se constate que o candidato deve ser encaminhado identificação das aprendizagens que realizou ao longo da sua
para um processo de RVCC profissional, o técnico informa-o vida, nomeadamente através da informação que tenha sido
sobre a natureza e o objectivo desta modalidade. No entanto, fornecida pelo técnico de diagnóstico e encaminhamento, e
antes deste encaminhamento é importante diagnosticar se o através da Ficha de percurso profissional e de formação, que
candidato deverá, também, desenvolver um processo de RVCC constitui um documento estruturante de apoio ao processo
escolar, que lhe garanta a possibilidade de, com base num de compilação de elementos/comprovativos e de evidenciação
processo de dupla certificação, vir a obter uma qualificação de das competências que este detém, e que são consideradas
nível 2 ou 3, e correspondente nível de escolaridade (9.º ou 12.º significativas para o processo de RVCC profissional.
ano de escolaridade).
Cabe ao tutor de RVC dar continuidade ao trabalho de
Etapa D1 – Reconhecimento de competências enriquecimento e evidenciação de competências mobilizando,
para o efeito, os instrumentos de avaliação que integram o “kit
Uma vez acordada a decisão relativamente ao desenvolvimento de avaliação”: Grelha de auto-avaliação, Ficha de análise do
do processo de RVCC, a relação do candidato com o Centro Portefólio, Guião de entrevista técnica, Grelha de observação de
Novas Oportunidades é contratualizada através de uma minuta desempenho em posto de trabalho e exercícios a desenvolver
própria de contrato, disponível no SIGO. em contexto de prática simulada, de forma a gerar novas
evidências ou a aprofundar outras.
Assim, o reconhecimento de competências profissionais inicia-

22
Etapa D2 – Validação de competências júri de certificação que, para além dos três elementos da equipa
do Centro Novas Oportunidades mencionados, integra ainda
A validação de competências profissionais centra-se no um avaliador externo acreditado e integrante da bolsa nacional.
trabalho desenvolvido pelo avaliador de RVC, tutor de RVC e
profissional de RVC (numa sessão de validação), em conjunto Como indicado na Figura 1, a etapa de validação de compe-
com o candidato, de análise e avaliação do Portefólio face ao tências engloba ainda a situação dos candidatos que,
referencial de RVCC profissional da saída respectiva. A partir tendo sido encaminhados para um processo de auto-
dessa avaliação são identificadas as competências a validar e as formação ou de formação em posto de trabalho para aquisição
competências por evidenciar e/ou desenvolver. das competências profissionais em défice (mediante a
definição de um PPQ), regressam ao Centro Novas
O avaliador de RVC tem, no âmbito desta etapa, um papel Oportunidades para validação dos adquiridos.
fundamental, pois a ele cabe a análise e avaliação “fina” das
tarefas/unidades de competência que o candidato está em Nestes casos, o candidato apresenta em sessão de validação
condições de validar, com base na análise e validação das no Centro Novas Oportunidades (com a presença do tutor
evidências que foram trabalhadas anteriormente pelo candidato de RVC, do avaliador de RVC e do profissional de RVC)
com o tutor de RVC e com o profissional de RVC. as evidências de que o PPQ foi cumprido. Essa verifica-
ção/validação é feita através da análise do Portefólio
Para o efeito, a avaliação/validação realizada pelo avaliador de (agora mais consolidado, tendo em conta as competên-
RVC parte dos conteúdos que integram o Portefólio mas, no cias entretanto adquiridas), complementada por uma entre-
caso de subsistirem dúvidas, é reforçada pela mobilização dos vista ou por uma demonstração prática; isto é, recorrendo
diversos instrumentos de avaliação (ou de parte deles) incluídos à mobilização de algumas partes dos instrumentos de
no “kit de avaliação”. avaliação, relativas às competências que importa validar.

A etapa de validação tem um carácter dinâmico e flexível, Deste processo de validação deve resultar a inclusão de novos
que se traduz na possibilidade de se interligar com a etapa elementos/comprovativos devidamente contextualizados no
de reconhecimento. Tal acontece sempre que, no decorrer Portefólio, de forma a explicitar e demonstrar/fundamentar o
do trabalho de reconhecimento de competências, houver domínio das novas competências entretanto adquiridas.
momentos de reflexão e balanço relativamente ao processo
já desenvolvido pelo candidato, dos quais resulte a valida- Após a validação de unidades de competências, o candidato é
ção de algumas tarefas/unidades de competência e, nessa proposto a júri de certificação.
sequência, a continuação do desenvolvimento do trabalho de
reconhecimento. Quando, a partir da definição de um PPQ, o encaminhamento
é feito para um percurso de formação flexível (cursos EFA
Este modelo de diversificação dos momentos de validação à ou formação modular), para uma entidade formadora
medida que se vai desenrolando o processo de reconhecimento acreditada, o candidato não regressa ao Centro Novas
é opcional, o que significa que só é adoptado pela equipa e, em Oportunidades para efeitos de avaliação. Nesta situação,
particular pelo tutor de RVC e pelo avaliador de RVC, se assim compete à entidade formadora, após a conclusão do
o entenderem. processo formativo do candidato, atribuir-lhe a certifica-
ção a que tenha direito, nomeadamente através da atribuição
Porém, após a conclusão da etapa de reconhecimento, isto de: Certificado de Qualificações, que atesta as competências
é, quando esteja “percorrido” todo o referencial de RVCC adquiridas através desse processo formativo; Diploma, quando
profissional e, como tal, avaliadas todas as unidades de as competências adquiridas através da formação, associadas
competência que o integram, a realização de uma sessão de às competências certificadas anteriormente, garantam a
validação, perante a equipa de validação (profissional de RVC,
tutor de RVC e avaliador de RVC), é obrigatória.

Desta sessão de validação final resulta o “encaminhamento” 4 No âmbito do processo de RVCC profissional não está previsto o
desenvolvimento de formações complementares, desenvolvidas pelos
do candidato para uma sessão de certificação4, na presença de um
Centros Novas Oportunidades.

23
possibilidade de obtenção de uma dupla certificação5. validadas, para que possam ser mais clarificadas e
fundamentadas as opções tomadas pela equipa. Caso as
No final da etapa de validação, a equipa do Centro Novas dúvidas subsistam, pode haver necessidade de melhor
Oportunidades deve articular-se com o avaliador externo, para “explorar” o domínio evidenciado pelo candidato relativamente
efeitos da sessão de júri de certificação. a determinadas tarefas/competências, no âmbito do processo
de reconhecimento6.
Etapa D3 – Certificação de competências
Pela sua função, o avaliador externo garante a aferição geral e
O processo de RVCC fica concluído com a etapa de certificação legitimação social do processo de RVCC de cada candidato e,
de competências, que se centra na realização de uma sessão de consequentemente, da própria certificação que lhe é conferida
júri de certificação, sendo posteriormente emitidos o Certificado na sequência da sessão de júri de certificação.
de Qualificações e o Diploma devidamente homologados pelo
Director do Centro Novas Oportunidades com competência Assume também um papel de colaboração na definição/indica-
certificadora. ção do percurso de qualificação que o candidato deve prosseguir
após conclusão do processo de RVCC, e que se consubstancia
A sessão de certificação realiza-se na presença de um Júri na definição de um Plano Pessoal de Qualificação ou de um
de certificação nomeado pelo Director do Centro Novas Plano de Desenvolvimento Pessoal.
Oportunidades, e necessariamente constituído pelo profissional
de RVC, pelo tutor de RVC, pelo avaliador de RVC e por um O resultado da sessão de certificação pode ser de vários tipos:
avaliador externo.
• se o candidato tiver condições de certificar todas as
Esta sessão centra-se na análise do Portefólio do candidato e, unidades de competência consideradas necessárias para
se o Júri de certificação assim o entender, na exposição oral ou a obtenção de um nível 2 ou 3 de qualificação (associada
demonstração prática do domínio de uma ou outra competência, à dupla certificação), é-lhe emitido, não só um Certificado
por parte do candidato. A realização deste “exercício”, no âmbito de Qualificações com o registo de todas as unidades de
da sessão de certificação, não põe, no entanto, em causa os competência certificadas, mas ainda um Diploma (o
resultados globais do processo anteriormente desenvolvido cumprimento destas duas exigências, certificação de
pela equipa do Centro Novas Oportunidades com o candidato nível escolar e certificação de nível profissional, pode
e, em particular, o processo de validação de competências resultar do processo de RVCC escolar e profissional ou da
profissionais, anteriormente realizado. conclusão da valência do profissional quando o candidato,
à partida, já possui a valência escolar – p.ex: tem já o 9.º
De facto, entre o final da etapa de validação e a realização ano e completa apenas a componente profissional no
da sessão de júri, o avaliador externo tem oportunidade de nível correspondente, no quadro do Catálogo Nacional de
analisar/avaliar, quer o Portefólio do candidato face às unidades Qualificações, Referencial de RVCC profissional);
de competência/tarefas validadas, quer ainda a forma como se
desenvolveu o processo de RVCC profissional. • se o candidato tiver condições de certificar todas as
unidades de competência consideradas necessárias para a
O resultado da avaliação deve ser discutido com a equipa técnico- certificação profissional, mas não detiver o correspondente
pedagógica em reunião própria para o efeito. Nesse âmbito, o nível de escolaridade, é emitido apenas um Certificado de
avaliador externo deverá apresentar eventuais dúvidas que Qualificações (que identifica as unidades de competência
tenha relativamente às unidades de competência/tarefas certificadas);

5 No caso da formação modular permitir a obtenção de uma qualificação do 6 Para efeitos de caracterização da etapa da certificação e, em particular,
CNQ: das sessões de júri certificação e seus objectivos, sugere-se a leitura do
documento metodológico sobre júris de certificação no âmbito do RVCC
- o candidato para proceder à validação final do seu percurso de formação
escolar, disponível em www.anq.gov.pt. Com as devidas adaptações, o
perante a comissão técnica (prevista no nº 2, do artigo 43º, da Portaria nº essencial do seu conteúdo (particularmente no que toca à intervenção do
230/2008, de 7 de Março) e obter o Certificado final de Qualificações e o avaliador externo, ao trabalho preparatório deste, da equipa e do candidato,
Diploma, deve dirigir-se a um Centro Novas Oportunidades com competência e aos conteúdos da sessão de certificação propriamente dita) pode ser
certificadora. desenvolvido no âmbito dos processos de RVCC profissional.

24
• se o candidato não tiver condições de certificar todas as • Formador com funções de validação (avaliador de RVC) –
unidades de competência necessárias para a certificação técnico interno ou externo ao Centro Novas Oportunidades
profissional, é emitido um Certificado de Qualificações que obedece ao mesmo perfil definido para o tutor de
(certificado parcial, que identifica as unidades de RVC;
competência certificadas) e é emitido um Plano Pessoal de
Qualificação em função das competências profissionais em • Avaliador externo – elemento acreditado pela ANQ e
défice, mediante o qual se faz o seu encaminhamento para integrante da bolsa nacional de avaliadores externos com
um percurso formativo. reconhecido mérito a nível local/regional, garantindo o
cumprimento dos princípios, normas e procedimentos
Caso o Centro Novas Oportunidades não possua capacidade estipulados, contribuindo para a transparência, credibilidade
certificadora, os Certificados de Qualificações e os Diplomas, e legitimação social do processo.
devidamente assinados pelo Director, têm que ser homologados
pelas entidades com essa competência, no âmbito do protocolo
Previamente ao trabalho do profissional de RVC intervém
assinado, conforme legalmente estabelecido na Portaria
o técnico de diagnóstico e encaminhamento que deve ser
nº 370/2008, de 21 de Maio.
detentor de habilitação académica de nível superior, possuir
conhecimentos sobre as diversas ofertas educativas e formativas
Os resultados da sessão de certificação são obrigatoriamente
destinadas a adultos, bem como sobre técnicas e estratégias de
registados em acta, dado que se trata de um acto público.
diagnóstico avaliativo e de orientação, conforme explicitado no
documento metodológico relativo às etapas de acolhimento,
2.2 Intervenientes diagnóstico e encaminhamento de candidatos, disponível na
página da ANQ na internet.
O RVCC profissional é desenvolvido por um conjunto de
técnicos, que se articulam entre si, e que têm o seguinte perfil
de base: No quadro 2 sintetizam-se as principais actividades que os
vários intervenientes desempenham nos processos de RVCC
• Profissional de RVC – detentor de habilitação académica profissional:
de nível superior, com conhecimento das metodologias e
experiência profissional em educação e formação de adultos,
nomeadamente no desenvolvimento da metodologia de
balanço de competências e da construção de portefólios
reflexivos de aprendizagens;

• Formador com funções de tutoria (tutor de RVC) – técnico


da área profissional/qualificação em que se desenvolve
o processo de RVCC, que deve satisfazer os requisitos
do regime de acesso e de exercício da actividade de
formador, nos termos da legislação em vigor e deter,
preferencialmente, formação e experiência especializadas
no domínio da educação e formação de adultos; no caso
de processos de RVCC associados a referenciais cujas
saídas profissionais estão regulamentadas por legislação
específica, ou nas situações em que o regime legal de
licenciamento ou acesso a uma actividade económica
requeira profissionais devidamente habilitados, o perfil
dos tutores de RVC deve cumprir os requisitos específicos
definidos para os formadores no quadro da respectiva
regulamentação aplicável;

25
Quadro 2 - Intervenientes e principais actividades
INTERVENIENTES PRINCIPAIS ACTIVIDADES
Técnico de • Acolher, informar, realizar um diagnóstico e, em função do perfil do candidato, encaminhar para a resposta de qualificação mais
diagnóstico e adequada.
encaminhamento • Apoiar o candidato na definição do seu percurso no RVCC profissional e, se necessário, escolar (caso o candidato revele preferência
(prévio processo para ingressar nestes dois processos).
de RVCC)
• Registar no SIGO as sessões de diagnóstico e de encaminhamento.

Profissional de RVC • Contratualizar a relação do candidato com o Centro Novas Oportunidades.


• Dar a conhecer o Referencial de RVCC profissional.
• Apoiar o desenvolvimento do processo de reconhecimento e evidenciação de competências adquiridas, sempre que o candidato o
necessite.
• Apoiar o candidato na sistematização de informação relativa ao seu percurso profissional, com base na informação disponibilizada pelo
técnico de diagnóstico e encaminhamento e na Ficha de percurso profissional e de formação.
• Apoiar o candidato no processo de construção e consolidação do Portefólio e, eventualmente, de preenchimento da Grelha de auto-
avaliação, em conjunto com o tutor de RVC.
• Registar no SIGO as sessões de reconhecimento que desenvolve com os candidatos.
Tutor de RVC • Identificar as competências detidas pelo candidato, face ao referencial de RVCC profissional.
• Analisar o Portefólio do candidato e apoiá-lo no processo da sua consolidação.
• Mobilizar os cinco instrumentos de avaliação que integram o “kit de avaliação”, para demonstração de competências, por parte do
candidato.
• Registar os resultados de avaliação na plataforma informática prevista para o efeito.
• Informar o candidato sobre as etapas de validação e de certificação, incluindo a respectiva preparação.
• Assegurar os meios humanos e a logística necessários à avaliação do candidato, se necessário em articulação com o coordenador do
Centro Novas Oportunidades.
Equipa de • Proceder à análise do Portefólio e verificar a suficiência dos comprovativos, face às competências do referencial de RVCC
validação profissional.
(Tutor de RVC, • Validar as competências demonstradas utilizando, quando necessário, os instrumentos de avaliação que constam do “kit de
Avaliador de RVC avaliação”.
e Profissional de
RVC) • Registar os resultados da validação de competências na plataforma informática prevista para o efeito quando estes alterem a avaliação
anteriormente feita pelo tutor de RVC na etapa de reconhecimento; o registo deve ser feito pelo tutor de RVC, articulando para o efeito
com a restante equipa.
• Comunicar os resultados de validação ao candidato.
• Verificar/validar, em fase posterior ao encaminhamento, a aquisição das competências em falta, de acordo com os conteúdos do PPQ,
se necessário mobilizando os instrumentos do “kit de avaliação” (esta verificação/validação apenas ocorre nos casos em que tenha
sido definido um encaminhamento para auto-formação ou para formação no posto de trabalho e em que, por conseguinte, o candidato
regressa ao Centro Novas Oportunidades para validação dos adquiridos).
• Encaminhar o candidato para o júri de certificação.
• Elaborar uma primeira proposta de PPQ.
Júri de certificação • Preparar a sessão de certificação.
(Tutor de RVC, • Certificar as competências com base no Portefólio do candidato, visando a atribuição de um Certificado de Qualificações ou de um Diploma.
Avaliador de RVC,
Profissional de • Elaborar a Acta da sessão de certificação.
RVC e Avaliador • Elaborar a proposta final de Plano Pessoal de Qualificação (quando o candidato não valida as unidades de competência necessárias
externo) para a obtenção de uma certificação profissional), negociado com o candidato.
Coordenador • Dinamizar, coordenar e avaliar as actividades do Centro Novas Oportunidades, e dos processos de RVCC profissional e respectivas
equipas.
• Realizar diagnósticos locais de necessidades.
• Promover parcerias, nomeadamente no domínio da identificação e mobilização de candidatos para outras modalidades de educação-formação.
• Apoiar o encaminhamento do candidato após o desenvolvimento do processo de RVCC, nomeadamente através da realização de
contactos com entidades formadoras.
• Seleccionar a equipa do Centro Novas Oportunidades (profissional de RVC, tutor de RVC e avaliador de RVC) interveniente no processo
de cada candidato.
• Divulgar o dispositivo de RVCC junto dos seus potenciais candidatos.
• Assegurar o cumprimento das orientações metodológicas e técnicas divulgadas e emitidas pela ANQ e pelas instituições da tutela.
Director • Nomear o avaliador externo que intervém no processo de cada candidato no âmbito do júri de certificação.
• Proceder, na sequência de resultados positivos perante o Júri de certificação, à emissão do Certificado de Qualificações e do Diploma,
conforme as situações.
• Proceder – caso o Centro Novas Oportunidades se enquadre numa entidade com competência certificadora – à homologação dos
Certificados de Qualificações e Diplomas emitidos por Centro Novas Oportunidades sem essa competência.

26
O técnico de diagnóstico e encaminhamento intervém numa A possibilidade de diversificação dos tutores de RVC e
etapa anterior ao processo de RVCC profissional propriamente avaliadores de RVC intervenientes no processo de avaliação de
dito, junto dos candidatos que se inscrevem no Centro Novas um mesmo candidato deve limitar-se apenas aos casos em que
Oportunidades. Em função do diagnóstico que for feito (tendo se afigure como incontornável, na medida em que comporta
em consideração o percurso escolar e profissional, a experiência alguns riscos de descontinuidade e de perda de coesão do
de vida e as motivações, necessidades e interesses de cada processo. De forma a diminuir este risco, cada processo é da
candidato), este técnico é responsável pelo encaminhamento responsabilidade de um só tutor de RVC que, se necessário,
de cada candidato para um processo de RVCC ou para um recorre a outro técnico quando se trata da demonstração de
percurso de educação e formação exterior ao Centro Novas algumas competências específicas que integram o referencial
Oportunidades. de RVCC profissional. A intervenção pontual deste técnico (que
não tem de possuir, forçosamente, experiência no domínio
A função do profissional de RVC, no âmbito de cada Centro do desenvolvimento de processos de RVCC, mas que tem
Novas Oportunidades, deve ser gerida de forma transversal, de possuir conhecimentos técnicos na saída profissional em
o que implica que todos os técnicos estejam preparados para causa) tem de ser devidamente enquadrada e acompanhada
trabalhar com candidatos em processos de RVCC, sejam estes pelo tutor de RVC responsável, o que implica a sua presença
de âmbito escolar ou de âmbito profissional. e intermediação em todas as sessões/momentos de trabalho
desenvolvidos com o candidato.
O perfil de base exigido ao tutor de RVC e ao avaliador de RVC
é coincidente (trata-se de formadores das diferentes áreas O avaliador externo, como o próprio nome sugere, é
técnicas de formação profissional), o que significa que um necessariamente externo ao Centro Novas Oportunidades,
mesmo técnico poderá desempenhar as duas funções de forma seleccionado pelo Director do Centro Novas Oportunidades de
alternada, isto é, não podendo nunca acumulá-las no âmbito entre a bolsa de avaliadores externos.
do mesmo processo de RVC profissional, desenvolvido por um
candidato. A sua intervenção é feita no âmbito da preparação das sessões
de certificação e no âmbito das sessões propriamente ditas,
O avaliador de RVC intervém no âmbito da etapa de validação que ocorrem após a etapa de validação. A exemplo do que já
e da etapa de certificação (na medida em que deve ser um dos está consolidado no âmbito do processo de RVCC escolar que
membros do Júri de certificação) podendo ser um técnico permite a obtenção de certificação escolar de nível básico ou
interno ou externo ao Centro Novas Oportunidades. Desenvolve secundário, a figura do avaliador externo integra igualmente os
um papel de análise “fina” das tarefas/unidades de competência processos de certificação relativos ao RVCC profissional. Esta
que o candidato poderá validar, face ao referencial de RVCC figura, que centra a sua análise global no Portefólio e no percurso
profissional que está na base do seu processo de avaliação. de RVCC de cada candidato, garante também, tal como acontece
Garante também um “olhar” técnico mais distanciado do no caso do RVCC escolar, a aferição global e a legitimação
processo do candidato que o do tutor de RVC, reforçando, deste social do processo desenvolvido e, consequentemente, do
modo, a objectividade com que o processo de evidenciação e próprio Certificado de Qualificações/Diploma que é atribuído na
validação de competências tem de ser desenvolvido. sequência da sessão de certificação.

Em alguns casos, a abrangência e complexidade dos referenciais O avaliador externo contribui igualmente, de forma bastante
de formação tecnológicos a partir dos quais são produzidos os relevante, para a definição do Plano Pessoal de Qualificação e
referenciais de RVCC profissional e, em particular, de algumas do Plano de Desenvolvimento Pessoal de cada candidato, em
competências neles constantes, pode implicar o envolvimento função das necessidades e expectativas que este tenha após o
de mais do que um técnico com funções de tutor de RVC e/ processo de RVCC, mas tendo igualmente em consideração as
ou de avaliador de RVC no âmbito do mesmo processo de potencialidades e oportunidades geradas pelo contexto local/
RVCC. Esta situação pode ocorrer, de forma mais frequente, regional.
quando as unidades de competência do Referencial de RVCC
profissional têm correspondência com unidades de forma- O director e o coordenador do Centro Novas Oportunidades
ção complementares/de aperfeiçoamento, nos referenciais de devem exercer, nos processos de RVCC profissional, o mesmo
formação. tipo de funções que lhes estão atribuídas no âmbito dos
processos de RVCC escolar.

27
2.3 Duração

A duração dos processos de RVCC profissional é variável, podendo tomar-se como referência os valores indicados no quadro
seguinte:

Quadro 3 – Duração de referência das actividades

TÉCNICO DE DIAGNÓSTICO
E ENCAMINHAMENTO

Diagnóstico e encaminhamento

• Diagnóstico e encaminhamento
• Esclarecimento sobre o processo

5h a 16h 5h a 15h 1h a 4h Até 2 h/candidato Até 1 h/candidato


PROFISSIONAL DE TUTOR DE RVC Equipa de validação Júri de certificação Júri de certificação
RVC AVALIADOR DE RVC PROFISSIONAL DE PROFISSIONAL DE RVC
TUTOR DE RVC RVC TUTOR DE RVC
PROFISSIONAL DE RVC TUTOR DE RVC AVALIADOR DE RVC
AVALIADOR DE RVC AVALIADOR EXTERNO
AVALIADOR
EXTERNO
Reconhecimento Sessões de Preparação da Sessão de certificação
validação sessão de
certificação
• Balanço de • Análise e consolidação • Avaliação do Portefólio e eventual • Análise/avaliação • Certificação das competências
competências. do Portefólio (tendo em aplicação de instrumentos de do Portefólio do com base no Portefólio, visando
• Preenchimento conta a possibilidade avaliação para validação de candidato. a emissão do respectivo
e discussão da de inclusão de unidades de competência. • Preparação Certificado de Qualificações e
Ficha de percurso mais elementos/ • Lançamento dos resultados da sessão de Diploma.
profissional e de comprovativos de validação na plataforma certificação. • Elaboração da acta da sessão de
formação. devidamente informática. júri de certificação.
contextualizados). • Consolidação do
• Construção e • “Encaminhamento” do PPQ. • Emissão do PPQ
consolidação do • Aplicação dos candidato para sessão de júri de (encaminhamento para as
Portefólio. instrumentos de certificação, se reunir condições. soluções formativas), negociado
avaliação “kit de com o candidato
avaliação” necessários • Definição da primeira versão do
e sua integração no PPQ.
Portefólio. • Verificação da aquisição de
• Lançamento dos competências de acordo com os
resultados do processo conteúdos definidos no PPQ (no
de reconhecimento na caso do candidato regressar ao
plataforma informática Centro Novas Oportunidades).
de avaliação de
candidatos no âmbito
do RVCC profissional.

DIRECTOR DO CENTRONOVAS OPORTUNIDADES


Certificação

• Emissão do Certificado de Qualificações e do


Diploma
• Homologação do Certificado de Qualificações
e do Diploma (no caso dos Centros
Novas Oportunidades com competência
certificadora).

28
A variação do número de horas é fundamentalmente explicada
pela etapa de reconhecimento, dependente que está do grau
de exaustividade com que é aplicada a metodologia de Balanço
de Competências, do facto de o candidato ser ou não portador
de um Portefólio que já contenha evidências das competências
profissionais consideradas relevantes, do grau de autonomia
que este tem no processo de recolha de comprovativos, e/ou
ainda da necessidade de mobilizar de forma mais ou menos
exaustiva os vários instrumentos do “kit de avaliação”.

Neste âmbito, caso se verifique a necessidade de aplicar,


na íntegra, determinados exercícios em contexto de prática
simulada, cujas durações estão definidas em cada “kit de
avaliação”, a etapa de reconhecimento pode ter uma duração
significativamente alargada, muito para além dos valores de
referência indicados no quadro 3.

A duração associada aos momentos de validação é também


bastante variada, pois depende do modo de articulação
estabelecido entre o tutor de RVC e o avaliador de RVC e,
em concreto, de estes definirem ao longo do processo de
reconhecimento vários momentos em que, na presença do
candidato, as tarefas/unidades de competência vão sendo
validadas ou de, pelo contrário, optarem por realizar apenas
um momento de validação, após a conclusão da etapa de
reconhecimento.

De referir ainda que a duração de cada processo de RVCC


profissional está associada à agilidade com que decorrem os
procedimentos de avaliação, a qual é independente do número
de unidades de competência em condições de serem validadas.
Ou seja, um processo de RVCC profissional tanto pode ser
ágil porque o candidato consegue demonstrar, em pouco
tempo, que executa determinadas tarefas (detém determinadas
competências), como porque, ao invés, a equipa, de forma
expedita, conclui pela impossibilidade de validar determinadas
tarefas/unidades de competência.

29
30
Aplicação dos
instrumentos de apoio
aos processos de RVCC
profissional

31
32
3. Aplicação dos instrumentos de apoio aos processos de RVCC profissional
3.1 Tipos de instrumentos de apoio aos processos de RVCC profissional e sequência de aplicação

O desenvolvimento de processos de RVCC profissional assenta na aplicação de um conjunto de instrumentos de distinta natureza.
Alguns definem-se como instrumentos de avaliação no processo de evidenciação e de demonstração das competências que o
candidato pretende validar e certificar, enquanto que outros são importantes documentos de registo dos resultados de avaliação
obtidos e orientadores do percurso de formação a prosseguir.
De entre esses vários instrumentos, destacam-se: a Grelha de auto avaliação, a Ficha de análise do Portefólio, o Guião de entrevista,
a Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho e a Grelha de avaliação/Ficha de caracterização de exercícios
desenvolvidos em contexto de prática simulada, pelo papel determinante que assumem na evidenciação de competências. O
conjunto destes vários instrumentos é designado por “kit de avaliação”. A cada saída profissional/qualificação que integra o
Catálogo Nacional de Qualificações corresponde um “kit de avaliação”.
O Portefólio constitui-se também como um instrumento fundamental nos processos de RVCC profissional, uma vez que o processo
do candidato recai sobre a avaliação dos seus conteúdos. Na verdade, o Portefólio acumula a condição de instrumento de avaliação
com a de produto do processo de RVCC, uma vez que vai sendo consolidado à medida que se desenvolve o processo de RVCC,
conforme explicitado no ponto 3.5.

Neste capítulo, são apresentados os principais instrumentos de apoio aos processos de RVCC profissional, definindo-se quais os
intervenientes, as etapas/momentos do processo em que são aplicados e de que forma são mobilizados. A sequência em que aqui
são apresentados corresponde à ordem pela qual devem ser mobilizados, e pode ser esquematizada da seguinte forma:

Diagnóstico e encaminhamento
Técnico de diagnóstico e encaminhamento
• Instrumentos/informação explorada nesta etapa, de acordo
com a metodologia de apoio às etapas de acolhimento,
diagnóstico e encaminhamento.

Reconhecimento Validação Certificação


(Equipa de validação) (Júri de certificação)

Profissional de RVC Tutor de RVC Tutor de RVC Avaliador Externo


Avaliador de RVC Tutor de RVC
Profissional de RVC Avaliador de RVC
Profissional de RVC

• Referencial de RVCC • Portefólio • Portefólio • Portefólio


profissional • Grelha de auto-avaliação • Ficha de análise do • Instrumentos do “kit de
• Instrumentos/informação • Ficha de análise do Portefólio avaliação”
disponibilizada pelo Portefólio • Guião de entrevista • Acta da sessão de júri
técnico de diagnóstico e • Guião de entrevista técnica de certificação - registo
encaminhamento técnica • Grelha de observação de das competências
• Ficha de percurso • Grelha de observação de desempenho em posto de certificadas
profissional e de desempenho em posto de trabalho • Plano Pessoal de
formação trabalho • Exercícios a desenvolver Qualificação DIRECTOR DO CENTRO
• Portefólio • Exercícios a desenvolver em contexto de prática NOVAS OPORTUNIDADES
em contexto de prática simulada
simulada • Emissão do Certificado de
Qualificações e do Diploma
• Homologação do Certificado
de Qualificações e do Diploma
(no caso dos Centros Novas
Oportunidades com competência
certificadora).

Figura 2 – Sequência de aplicação dos instrumentos de apoio aos processos de RVCC profissional

33
O processo de RVCC profissional pode ser descrito, de modo promovendo a recolha de mais evidências/comprovativos
simplificado, da seguinte forma: que atestem, de forma credível, o exercício de determinadas
tarefas; no mesmo sentido, a Ficha de análise do
• o técnico de diagnóstico e encaminhamento faz uma Portefólio vai sendo completada/actualizada, em função da
primeira abordagem da natureza e das características do (re)organização do Portefólio;
processo de RVCC, caso o candidato revele perfil para
ingressar no processo de RVCC escolar e/ou profissional. • caso o Portefólio/Ficha de análise do Portefólio e a
entrevista técnica não sejam conclusivos relativamente ao
• no âmbito do procedimento de evidenciação e demonstração domínio de determinadas tarefas/competências por parte
de competências iniciado com o profissional de RVC, do candidato, o tutor de RVC desenvolve outras formas
é apresentado o Referencial de RVCC profissional e de verificação que passam pela observação directa no
“explorada”, de modo mais aprofundado, a informação posto de trabalho (anexo 5) e/ou pelo desenvolvimento
anteriormente trabalhada pelo candidato na etapa de de exercícios em contexto de prática simulada (anexo 6),
diagnóstico e encaminhamento, em articulação com o classificando e registando os resultados para que estes
preenchimento da Ficha de percurso profissional e de possam ser considerados comprovativos satisfatórios na
formação (anexo 1), com o objectivo de sistematizar fase de validação;
a informação considerada relevante; para além disso,
é iniciada a compilação de diversos documentos, de • no(s) momento(s)/sessão(ões) de validação, a equipa de
acordo com a tipologia de comprovativos indicada nessa validação (tutor de RVC, avaliador de RVC e profissional de
ficha; o candidato é enquadrado pelo profissional de RVC), validam as unidades de competência e respectivas
RVC no sentido de elencar documentação que permita, tarefas, com base na análise do Portefólio; quando
precisamente, comprovar, de forma fidedigna, o domínio é necessário verificar se o candidato sabe executar
que tem de determinadas tarefas/competências; determinadas tarefas/detém determinadas competências,
mobilizam-se, de novo, os instrumentos do “kit de
• a partir da Ficha de percurso profissional e de formação, avaliação” considerados mais indicados, em função da
o candidato organiza, de forma mais estruturada e natureza de cada tarefa e das condições de contexto:
objectiva, o seu Portefólio, que deverá ser um reflexo das desenvolve-se uma entrevista técnica (incidente sobre
competências que detém/tarefas que sabe executar; uma ou mais partes do Guião de entrevista) ou uma
prova prática (observação directa no posto de trabalho ou
exercícios em prática simulada);
• o candidato preenche a Grelha de auto-avaliação (anexo 2),
um momento que marca a “passagem” da intervenção do
profissional de RVC para o tutor de RVC; compete a este • na sessão de Júri de certificação, previamente preparada, o
último enquadrar e apoiar o candidato no preenchimento júri certifica as unidades de competência e as respectivas
desta grelha, clarificando o sentido da linguagem técnica tarefas com base no Portefólio produzido pelo candidato;
nela inscrita; na sessão de júri de certificação poderá recorrer-se à
exposição oral ou à demonstração prática do domínio de
uma ou outra competência (situações de aprendizagem
• a partir da informação que consta da Ficha de percurso
mais significativas) por parte do candidato;
profissional e de formação, dos conteúdos que já integram
o Portefólio, e do preenchimento da Grelha de auto-
avaliação, o tutor de RVC preenche a Ficha de análise do • os resultados da sessão de júri de certificação são,
Portefólio (anexo 3), na qual indica quais as tarefas que obrigatoriamente, registados em acta própria (anexo 7);
poderão ser inequivocamente validadas através da análise
dos comprovativos que integram o Portefólio, e prepara a • quando a sessão de júri de certificação conduz ao
entrevista técnica com o candidato com base no Guião de “encaminhamento” do candidato para um percurso
entrevista (anexo 4), a qual constitui um momento crucial formativo com vista à aquisição de competências
do seu processo de RVCC profissional; profissionais (certificação parcial), é definido um Plano
Pessoal de Qualificação (PPQ) (anexo 8);
• com base na informação que vai tendo sobre o candidato,
o tutor de RVC apoia-o no processo de (re)organização • a realização de uma sessão de júri de certificação dá
do Portefólio, assinalando as “peças” relevantes face ao lugar à emissão de um documento comprovativo da
referencial de RVCC da saída profissional que pretende, e certificação de competências, que pode ser de dois

34
tipos: Diploma (quando o candidato está em condições • a Grelha de observação directa do desempenho em posto de
de obter uma dupla certificação, isto é, de obter um trabalho e os exercícios práticos a desenvolver em contexto
nível de qualificação profissional e de escolaridade) ou de prática simulada são dois instrumentos opcionais, que
Certificado de Qualificações (em todas as situações em apenas são mobilizados quando a entrevista técnica não
que são certificadas unidades de competência, quer estas for conclusiva relativamente à possibilidade de validação/
correspondam à totalidade ou apenas a parte das unidades não validação de determinadas tarefas/competências; entre
de competência que integram o referencial de RVCC estas duas formas de proceder à avaliação das tarefas
profissional); o Diploma e o Certificado de Qualificações baseada na demonstração prática, deve-se-á privilegiar a
é emitido pelo Director do Centro Novas Oportunidades, observação directa no posto de trabalho, deixando-se os
com base na acta da sessão de júri de certificação; exercícios a desenvolver em contexto de prática simulada
como recurso a mobilizar apenas nos casos em que não
• quando, para além do Certificado de Qualificações, a seja possível realizar-se a observação directa no posto de
sessão de júri de certificação conduz também à emissão trabalho.
de um Diploma (dupla certificação), a equipa técnico-
pedagógica deve definir, com o candidato, um Plano De acordo com o exposto, é possível elencar três princípios
de Desenvolvimento Pessoal (PDP), tendo em vista fundamentais que enquadram o desenvolvimento dos processos
a continuação do seu percurso de qualificação após de RVCC profissional:
o processo de RVCC, numa óptica de valorização da
aprendizagem ao longo da vida e de apoio à construção • racionalização de todas as intervenções e do trabalho
de um projecto pessoal e profissional. Embora a definição já desenvolvido pelo/com o candidato: este princípio
do PDP seja posterior à conclusão do processo de RVCC, aplica-se fundamentalmente ao Portefólio, o qual, caso já
este pode começar a ser delineado ainda no âmbito do tenha sido construído no âmbito de outras intervenções
desenvolvimento do processo, aproveitando, para o efeito, anteriores, e ainda que com fins distintos, constitui uma
os contributos do avaliador externo. base de trabalho de análise e avaliação no âmbito dos
processos de RVCC profissional;
A aplicação dos diversos instrumentos de avaliação deve ter em
consideração que: • maximização da recolha de comprovativos credíveis
que provem, de forma consistente, o exercício de uma
• a Grelha de auto-avaliação é de aplicação obrigatória, e determinada tarefa, segundo o fundamento de que, quanto
constitui o primeiro instrumento do “kit de avaliação” maior o seu número, mais ágil e estruturado poderá ser o
mobilizado no âmbito dos processos de RVCC processo de RVCC;
profissional;
• organização e planeamento dos trabalhos de reconheci-
• a Ficha de análise do Portefólio constitui o segundo mento e validação, evitando-se redundâncias na procura
instrumento do “kit de avaliação” a ser mobilizado, e deve de evidências, o que equivale a dizer que, uma tarefa/
ser aplicado somente nos casos em que a informação e competência que fique plena e credivelmente comprovada
os respectivos comprovativos que integram o Portefólio por uma via (seja através da apresentação de comprovativos
possam conduzir, de forma inequívoca, à validação de constantes do Portefólio ou da entrevista técnica, p. ex.,),
tarefas/competências; não terá de ser comprovada segunda vez, por outra via.

• o Guião de entrevista técnica é de aplicação obrigatória, e O quadro 4 sistematiza os suportes onde estão disponibilizados
constitui o segundo ou terceiro instrumento de avaliação os diversos instrumentos de apoio aos processos de RVCC
a utilizar no âmbito dos processos de RVCC profissional profissional:
(dependendo do preenchimento ou não da Ficha de
análise do Portefólio); este Guião não tem, contudo, que
ser aplicado na íntegra, desde que a informação e os
respectivos comprovativos constantes do Portefólio sejam
por si só suficientes para a validação de determinadas
tarefas, informação essa que deve constar da Ficha de
análise do Portefólio; no entanto, a aplicação do Guião
de entrevista técnica também poderá obrigar a rever o
preenchimento da Ficha de análise do Portefólio;

35
Quadro 4 – Suportes de disponibilização dos instrumentos de apoio aos processos de RVCC profissional

Instrumentos de apoio Fonte Observações

Referencial de RVCC Catálogo Nacional de Qualificações • O profissional de RVC deve imprimir o referencial e dá-lo a conhecer ao
profissional candidato.

Ficha de percurso profissional Plataforma informática de avaliação • O profissional de RVC deve imprimir a ficha e apoiar o candidato no seu
e de formação de candidatos no âmbito do RVCC preenchimento.
profissional • A ficha devidamente preenchida integra o Portefólio do candidato.

Portefólio (…) • O Portefólio é propriedade do candidato e, como tal, deve acompanhá-lo sempre,
quer no decorrer do processo de RVCC, quer no final do processo, qualquer que
seja a natureza do seu encaminhamento.

Ficha de análise do Portefólio Plataforma informática de avaliação • Os resultados de avaliação constantes desta ficha têm que ser lançados na
de candidatos no âmbito do RVCC plataforma informática, ainda que tenha havido um primeiro preenchimento
profissional manual por parte do tutor de RVC.
• O Portefólio deve integrar um relatório que fundamente a avaliação efectuada.
Grelha de auto-avaliação Plataforma informática de avaliação • Deve imprimir-se a Grelha de auto-avaliação e dá-la a preencher ao candidato,
de candidatos no âmbito do RVCC se necessário com o auxílio do tutor de RVC.
profissional • A Grelha de auto-avaliação, depois de trabalhada pelo tutor de RVC, deve integrar
o Portefólio do candidato.

Guião de entrevista técnica Plataforma informática de avaliação • As avaliações resultantes da aplicação da entrevista técnica devem ser registadas
de candidatos no âmbito do RVCC na plataforma informática, ainda que tenha havido um primeiro preenchimento
profissional manual.
• O Portefólio deve incluir um relatório da entrevista que fundamente a avaliação
realizada.
Grelha de observação de Plataforma informática de avaliação • As avaliações resultantes da observação directa no posto de trabalho devem
desempenho em posto de de candidatos no âmbito do RVCC ser registadas na plataforma informática, ainda que tenha havido um primeiro
trabalho profissional preenchimento manual.
• O Portefólio deve integrar um relatório avaliativo sobre o processo desenvolvido
no posto de trabalho.

Exercícios a desenvolver em Plataforma informática de avaliação • O enunciado dos exemplos concretos de exercícios propostos a cada candidato,
contexto de prática simulada de candidatos no âmbito do RVCC a partir da formulação mais genérica dos exercícios que consta do “kit de
profissional avaliação” (cf. ponto 3.5.6), devem ser arquivados pela equipa do Centro Novas
Oportunidades, como parte integrante de cada processo de RVCC profissional.
• O Portefólio deve integrar relatórios relativos à execução dos exercícios
desenvolvidos durante o processo avaliativo.
• As avaliações resultantes da realização de um exercício devem ser registadas na
respectiva grelha que consta da plataforma informática, ainda que tenha havido
um primeiro preenchimento manual.

Acta da sessão de certificação Plataforma informática de avaliação • A acta da sessão de certificação deve ser redigida na plataforma informática e,
de candidatos no âmbito do RVCC posteriormente, impressa e assinada pelos membros do júri de certificação e
profissional pelo candidato.
• A plataforma informática guarda a informação que consta da acta, mas esta só
é válida depois de assinada. A acta assinada deve integrar o dossier pedagógico
relativo ao processo de RVCC do candidato, que é propriedade do Centro Novas
Oportunidades.

Plano Pessoal de Qualificação Plataforma informática de avaliação • O PPQ é elaborado na plataforma informática, na qual fica guardado. Devem
(PPQ) de candidatos no âmbito do RVCC imprimir-se dois exemplares; depois de assinados pelos membros do júri de
profissional certificação e pelo candidato, um exemplar fica com este último, outro fica
arquivado no Centro.

36
Quadro 4 – Suportes de disponibilização dos instrumentos de apoio aos processos de RVCC profissional (cont.)

Instrumentos de apoio Fonte Observações

Certificado de Qualificações SIGO • O Certificado de Qualificações é preenchido e emitido através do SIGO e


posteriormente impresso para ser assinado pelo Director do Centro Novas
Oportunidades e, quando necessário, homologado por um Centro Novas
Oportunidades inserido numa entidade com competência certificadora.
• O Certificado de Qualificações, devidamente homologado, é entregue ao candi-
dato, devendo uma cópia constar do dossier técnico-pedagógico do Centro
Novas Oportunidades.
Diploma SIGO • O Diploma é preenchido e emitido através do SIGO e posteriormente impresso
para ser assinado pelo Director do Centro Novas Oportunidades e, quando
necessário, homologado por um Centro Novas Oportunidades inserido numa
entidade com competência certificadora.
• O Diploma, devidamente homologado, é entregue ao candidato, devendo uma
cópia constar do dossier técnico-pedagógico do Centro Novas Oportunidades.
Plano de Desenvolvimento (…) • Não existe nenhum modelo pré-definido de PDP; este é elaborado após a
Pessoal (PDP) conclusão do processo de RVCC, pela equipa técnico-pedagógica, em conjunto
com o candidato.
• Deve ficar uma cópia no Centro Novas Oportunidades e o original entregue ao
candidato.

3.2 Plataforma informática de avaliação de candi- RVCC profissional, o acesso à plataforma informática é feito
datos no âmbito do RVCC profissional através do SIGO, de forma a garantir a articulação de todas as
etapas e funções asseguradas pelo Centro Novas Oportunidades.
A plataforma informática assume uma grande relevância no Pela mesma razão, após a conclusão do processo de RVCC, a
âmbito da operacionalização dos processos de RVCC profissio- emissão do Certificado de Qualificações e/ou Diploma também
nal, desde o momento da análise do Portefólio do candidato é feita através do SIGO. Desta forma, o início e a conclusão da
(com o preenchimento da Ficha de análise do Portefólio), até à relação do candidato com o Centro Novas Oportunidades ficam
emissão do Plano Pessoal de Qualificações (PPQ) e da Acta da sempre registados no SIGO, à semelhança do que acontece
sessão de certificação. Esta relevância fica a dever-se às suas para o processo de RVCC escolar.
várias funcionalidades:
Em função das saídas profissionais específicas, objecto
• corresponde ao principal registo do candidato que do processo de RVCC profissional, cada Centro Novas
desenvolve um processo de RVCC profissional, pois os Oportunidades terá um “nome de utilizador” e uma “palavra-
dados relativos ao seu percurso de RVCC no Centro Novas passe” de acesso à plataforma informática, que inclui os
Oportunidades estão aí registados; respectivos “kits de avaliação” e demais instrumentos de apoio,
e na qual devem ser registados, tarefa a tarefa, os resultados
• constitui o suporte único que disponibiliza os “kits de de avaliação.
avaliação” utilizados no âmbito do RVCC profissional;
De seguida, os vários instrumentos de apoio ao processo de
• automatiza o processo de avaliação pois, em função RVCC profissional são apresentados, um a um, detalhando as
dos resultados de avaliação de cada tarefa/unidade de suas especificidades.
competência, indica se o candidato reúne ou não condições
para obter uma certificação; 3.3 Dar a conhecer o Referencial de RVCC profissional
• centraliza o armazenamento da informação relativa ao
Como referido no ponto 1.3, para cada saída profissional
processo de RVCC de cada candidato possibilitando, deste
que integra o Catálogo Nacional de Qualificações, existe um
modo, uma visão global do mesmo.
referencial específico para o desenvolvimento dos processos de
Quando um candidato é encaminhado para um processo de RVCC profissional, estruturado num conjunto de unidades de

37
competência que, por sua vez, são compostas por um conjunto Esta ficha é “explorada” durante sessões de reconhecimento,
de tarefas. É a partir deste referencial que se desenvolvem os com o profissional de RVC. Em particular, este técnico deve
instrumentos de avaliação específicos para o RVCC profissional, propor ao candidato que preencha a ficha fora do âmbito das
que integram o “kit de avaliação”: Grelha de auto-avaliação, Ficha sessões, sendo o documento, depois, objecto de análise e
de análise do Portefólio, Guião de entrevista técnica, Grelha de discussão de forma individual ou em grupo.
observação directa no posto de trabalho e Exercícios práticos a
aplicar em contexto de prática simulada. Nesta fase, o profissional de RVC motiva o candidato a proceder
à compilação de comprovativos a constarem do Portefólio, num
Na etapa do reconhecimento de competências, o profissional processo orientado, em função do percurso profissional e de
de RVC deve apresentar o referencial de RVCC profissional ao formação, conforme indicado na ficha.
candidato, informando-o, sobre a relação deste com o processo
de RVCC. Esta ficha constitui uma imprescindível fonte de informação
para o enquadramento da intervenção do tutor de RVC. Por
O candidato deverá ainda, nesta fase, ser informado de que essa razão, quando devidamente estabilizada, deve integrar o
as diversas unidades de competência/tarefas que integram o Portefólio.
referencial têm diferentes ponderações, atribuídas de acordo
com a importância que se considera que assumem no exercício 3.5 Construir o Portefólio
da correspondente profissão. Especial destaque deve ser dado à
importância que assumem as unidades de competência/tarefas A figura 2 torna visível a centralidade do Portefólio no decorrer
nucleares no âmbito dos resultados de avaliação dos processos dos processos de RVCC profissional. Constituindo-se como um
de RVCC profissional. reflexo das competências/tarefas que o candidato detém/sabe
executar, é sobre o Portefólio, aliás, que se focaliza o processo
O ponto 3.6.1 contém informação adicional, detalhada, sobre
avaliativo, na medida em que este documento é a base das
este assunto. Não sendo muito relevante para o candidato
sessões de validação e é igualmente apresentado ao Júri de
é, no entanto, fundamental para efeitos de enquadramento
certificação, para a obtenção do Certificado de Qualificações
da intervenção do profissional de RVC, os quais devem
e/ou do Diploma.
compreender a forma como os resultados de avaliação das
várias tarefas se combinam, determinando a validação ou não O Portefólio assume, deste modo, a dupla condição de produto e
validação das unidades de competência correspondentes. instrumento de avaliação do processo de RVCC: como produto,
vai sendo construído/consolidado no decorrer desse processo,
3.4 Preencher a Ficha de percurso profissional e de de uma forma dinâmica, isto é, ao longo das várias etapas, à
formação medida que se vai desenvolvendo o “exercício” de demonstração
e comprovação de competências, com maior ou menor recurso
A Ficha de percurso profissional e de formação, disponível aos diversos instrumentos que integram o “kit de avaliação”;
na plataforma informática, é um instrumento generalista, isto como instrumento de avaliação, uma vez que os conteúdos do
é, correspondente a um modelo único, utilizado por todos Portefólio devem evidenciar de forma inequívoca e reflectida o
os candidatos que desenvolvem um processo de RVCC, domínio da execução de determinadas tarefas, porque é sobre
independentemente da saída profissional em causa (anexo 1). ele que recai o processo de avaliação do candidato.

Trata-se de uma espécie de curriculum organizado do No geral, é no âmbito da etapa de reconhecimento de


candidato, que sistematiza informação relevante do ponto de competências, com a intervenção do profissional de RVC, que o
vista do seu percurso profissional (locais de trabalho, funções Portefólio começa a ser construído, com base na metodologia
desempenhadas, condições de exercício do trabalho, etc.) de Balanço de Competências, estruturando-se com maior
e de formação (acções de formação frequentadas). A ficha objectividade na sequência das informações constantes da
inclui ainda uma listagem com indicação de diferentes tipos de Ficha de percurso profissional e de formação.
documentos que podem constituir comprovativos de execução
de determinadas tarefas/aquisição de competências, e que Porém, nem sempre assim é, uma vez que o candidato que
pretende orientar o candidato no processo de compilação de inicia um processo de RVCC profissional pode ser portador de
provas. um Portefólio desenvolvido num outro contexto. Nestes casos,
numa lógica de racionalização, potenciação e valorização das

38
intervenções que tenham sido desenvolvidas com o candidato Os resultados da entrevista técnica, bem como das
anteriormente, o Portefólio ganha, desde o início da etapa de demonstrações práticas desenvolvidas no âmbito da etapa de
reconhecimento, a sua condição de instrumento do processo, reconhecimento, de validação e/ou de certificação do processo
consistindo parte do trabalho dos técnicos avaliar se os de RVCC devem também integrar o Portefólio, na medida
comprovativos que o integram reflectem ou não o domínio em que constituem, eles próprios, uma forma de comprovar
das tarefas/unidades de competência do referencial de RVCC o domínio da execução de determinadas tarefas/evidência de
profissional, face ao qual o candidato está a ser avaliado. determinadas competências.

Quando este é o caso, a intervenção do profissional de RVC tende Quando necessário, o Portefólio poderá incluir registos da
a ser mais ágil, não se justificando processos de identificação de equipa técnico-pedagógica do Centro Novas Oportunidades,
competências muito pormenorizados, pois o próprio Portefólio que explicitem a forma como determinados elementos e
apresenta-se já bastante consolidado e estruturado, cabendo, comprovativos, aí constantes, aferem o domínio que o candidato
neste caso, apoiar o candidato a melhorar a sua organização, tem da execução de determinadas tarefas.
em função da Ficha de percurso profissional e de formação que
preencheu. O Portefólio é propriedade do candidato, com ele devendo
permanecer ao longo e após a conclusão do processo de RVCC.
Em qualquer das situações, a Ficha de percurso profissional Acompanha o candidato no caso de ser encaminhado para um
e de formação preenchida constitui sempre parte integrante percurso formativo externo ao Centro Novas Oportunidades
do Portefólio do candidato no momento em que se inicia a e, nesse contexto, continua a ser desenvolvido e consolidado,
intervenção do tutor de RVC. com base nas competências que for adquirindo.

Em conjunto com a Grelha de auto-avaliação, o Portefólio é, Quando o candidato, após um processo de auto-formação ou
assim, analisado pelo tutor de RVC o qual, a partir daí, e caso de formação em posto de trabalho, regressa ao Centro Novas
se justifique, dá início ao preenchimento da Ficha de análise Oportunidades, a validação das competências adquiridas é feita
do Portefólio, e informa o candidato acerca de outros possíveis perante a equipa do Centro que, neste contexto específico,
comprovativos que este pode recolher, em função do seu desenvolve uma sessão de validação (profissional de RVC, tutor
percurso e experiência, de forma a provar, de forma consistente, de RVC e avaliador de RVC), com base na comparação entre o
o exercício de determinadas tarefas. PPQ e as evidências constantes do Portefólio. Tal como referido
no ponto 2.1 (Etapa D2), caso a informação e os comprovativos
Embora o Portefólio vá sendo enriquecido no decorrer do integrados no Portefólio não sejam considerados consistentes
processo, o maior apoio do tutor de RVC na recolha de para a validação das competências em falta, serão novamente
comprovativos deve ser feito na fase anterior ou imediatamente mobilizados os instrumentos de avaliação que permitam uma
após uma primeira entrevista com o candidato e, eventualmente, explicação oral ou uma demonstração prática dessas mesmas
resultar no preenchimento da Ficha de análise do Portefólio (c.f. competências, devendo o resultado da sua aplicação integrar o
ponto 3.6.3). Esse apoio pode, também, ser mais ou menos referido Portefólio.
intenso, dependendo do grau de autonomia revelado pelo
candidato. Uma vez concluída a sessão de validação, o candidato é
“encaminhado” para a sessão de júri de certificação, na qual
Após a intervenção, necessariamente mais genérica e ao mesmo apresentará o seu Portefólio devidamente consolidado e em
tempo mais abrangente e ampla, do profissional de RVC, o tutor função do Referencial da saída profissional onde pretende obter
de RVC, porque possui um domínio técnico relativamente à a qualificação.
saída profissional face a qual o candidato está a ser avaliado,
deve permitir uma maior consolidação do Portefólio, em dois 3.6 Aplicar os instrumentos do “kit de avaliação”
sentidos: por um lado, ao garantir que a informação e os
comprovativos nele constantes constituem, verdadeiramente, 3.6.1 Do Referencial de RVCC profissional ao “kit de avalia-
evidências credíveis da execução de determinadas tarefas pelo ção”
candidato; e, por outro lado, ao “dirigir” melhor o trabalho de
recolha de elementos e comprovativos por parte do candidato, O ponto 1.3 refere que é a partir do Referencial de RVCC
em função do seu percurso e experiência técnica na área profissional definido para cada saída profissional específica que
profissional. são construídos os cinco instrumentos de avaliação através dos

39
quais se operacionalizam os processos de RVCC profissional. de uma certificação profissional ao candidato. Tal permite
considerar que as unidades de competência nucleares têm um
Estes instrumentos obedecem à mesma estrutura que o carácter eliminatório para a atribuição de certificação.
Referencial de RVCC profissional: encontram-se organizados
em unidades de competência (que mantêm correspondência Independentemente das diferentes ponderações/nuclearidade
com Unidades de Formação de Curta Duração do respectivo das tarefas e da nuclearidade das unidades de competência
Referencial de formação tecnológica que consta do CNQ) previamente definidas no Referencial de RVCC profissional e
e, dentro dessas, identificam-se as tarefas específicas. nos respectivos instrumentos de avaliação, compete ao tutor
de RVC e ao avaliador de RVC, no decorrer do processo de
Assim, as unidades de competência são as unidades de RVCC profissional e da aplicação desses instrumentos, atribuir
referência a partir das quais se estrutura o “kit de avaliação”, uma classificação/pontuação a cada uma das tarefas avaliadas,
e integram o conjunto de tarefas, conhecimentos e saberes numa escala de 1 a 5, em que:
sociais e relacionais a elas associados, relativamente aos quais
o candidato é avaliado. As tarefas correspondem ao conjunto de 5 – Executa muito bem a tarefa;
acções observáveis, ou seja, constituem as unidades mínimas
de observação e avaliação no âmbito dos processos de RVCC 4 – Executa bem a tarefa;
profissional, através das quais o candidato demonstra o domínio 3 – Executa satisfatoriamente a tarefa;
das competências requeridas para a validação de cada unidade
de competência. 2 – Executa de forma insatisfatória a tarefa;

3.6.1.1 Unidade de Competência e tarefas nucleares e não 1 – Não executa a tarefa.


nucleares Deste modo, a mobilização dos diversos instrumentos de
avaliação pressupõe a atribuição de uma pontuação a cada
As diversas tarefas têm em cada “kit de avaliação” importância tarefa, utilizando a escala acima descrita.
distinta, uma vez que, numa dada profissão, o seu grau de
importância também é diferenciado. Esta diferenciação evita 3.6.1.2 Condições de validação (certificação das unidades de
que um candidato “sofra” a mesma penalização, no caso de competência e das tarefas)
não saber desempenhar uma tarefa considerada imprescindível
(nuclear) numa determinada profissão, e no caso de não
As competências do candidato são avaliadas por unidade
saber desempenhar uma tarefa considerada pouco relevante.
de competência, ficando a validação destas dependente da
Traduz-se, nos vários instrumentos de avaliação, em diferentes
verificação, em simultâneo, das duas condições seguintes:
ponderações atribuídas a cada uma delas, numa escala de 1 a 5:

5 – Tarefa nuclear, isto é, considerada fundamental e • A pontuação atribuída ao candidato em cada uma das
imprescindível no âmbito da UC; tarefas nucleares tem de ser igual ou superior a 3.

4 – Tarefa muito importante no âmbito da UC; • A média ponderada das pontuações atribuídas ao
somatório das tarefas (nucleares e não nucleares) tem
3 – Tarefa importante no âmbito da UC; de ser igual ou superior a 3.

2 – Tarefa de importância relativa no âmbito da UC; Se o candidato não demonstrar que sabe executar uma tarefa
nuclear, não será validada a correspondente UC, mesmo que
1 – Tarefa pouco importante no âmbito da UC. a execução das restantes tarefas que integram essa UC fique
demonstrada. Deste modo, pode afirmar-se que as tarefas
Ao grau de importância de um conjunto de tarefas está
nucleares têm um carácter eliminatório, também para a
associado o grau de importância da correspondente unidade de
validação das UC onde se integram.
competência. Assim, uma unidade de competência que contenha
uma ou mais tarefas nucleares é considerada, ela própria, Inversamente, as tarefas não nucleares, embora sendo
uma unidade de competência nuclear, isto é, fundamental importantes para a obtenção dos resultados finais, não têm
no âmbito do respectivo Referencial de RVCC profissional, o um carácter eliminatório. Tal significa que, ao contrário do que
que significa que, se não for validada, condiciona a atribuição se passa com as tarefas nucleares, caso o candidato não saiba

40
desempenhar uma tarefa não nuclear, isso não conduz, de forma um objectivo de posicionamento em percursos de formação à
imediata e automática, à não validação da correspondente UC. medida das necessidades de cada candidato.

Assim, a diferenciação do grau de importância das várias tarefas De facto, é importante frisar que o processo de RVCC tem de
integradas numa dada UC é essencial para efeitos de tomada resultar do equilíbrio que deve existir entre as características das
de decisão relativamente à validação ou não da referida UC. A organizações e do emprego de cada candidato (que condicionam
categorização das tarefas enquanto nucleares e não nucleares largamente o tipo de tarefas que este sabe executar e a forma
permite, pois, fazer opções relativas à validação/certificação de como as executa) e as evoluções tecnológicas, técnicas e
competências. organizacionais que ocorrem nas diversas profissões.

Por seu turno, a certificação total do candidato relativamente Ou seja, a avaliação que tutores de RVC e avaliadores de RVC
à saída profissional no âmbito da qual desenvolve o processo fazem no âmbito do processo de RVCC profissional não deve
de RVCC depende da validação de diferentes unidades de limitar-se a considerar as características do posto de trabalho
competência o que significa, em termos operatórios, e de acordo de cada candidato (que podem ser condicionantes, quando esse
com as regras acima enunciadas, a verificação, em simultâneo, posto de trabalho se baseia em práticas obsoletas), mas antes
das duas condições seguintes: encarar o processo como uma oportunidade de promover a
melhoria da sua qualificação e a sua actualização permanente.
• Estão validadas todas as UC nucleares.
Considere-se o exemplo da segurança, higiene e saúde (SHS)
• Estão validadas pelo menos 50% das UC não nucleares. que, não se traduzindo directamente em nenhuma tarefa
concreta, é um tema repetidamente associado a muitas tarefas,
A verificação destas duas condições implica, necessariamente, de um grande número de referenciais de RVCC profissional.
que todas as unidades de competência que integram o Nestes casos, pela sua relevância, a temática não pode ser
Referencial de RVCC profissional face ao qual o candidato ignorada no trabalho do tutor de RVC e no do avaliador de RVC.
está a ser avaliado, sejam objecto de avaliação no decorrer do Ou seja, mesmo que o candidato trabalhe numa organização
processo de RVCC. que não reúna condições para o cumprimento das regras de
SHS indicadas no “kit de avaliação”, este tema deverá ser
Para cada “kit de avaliação”, a plataforma informática permite, obrigatoriamente trabalhado no decurso do processo de RVCC
de forma automática, processar os cálculos necessários, em profissional, sempre que seja relevante para a execução das
função das diferentes ponderações pré-definidas para as tarefas tarefas.
e das diferentes pontuações que o tutor e/ou o avaliador de RVC
lhes atribuem, e tendo em consideração as regras de avaliação O tutor de RVC e o avaliador de RVC deverão reflectir sobre a
acima expostas. Desta forma, embora no decorrer do trabalho atitude global do candidato face ao cumprimento destas regras,
directo dos técnicos junto do candidato, os instrumentos devam sendo que uma avaliação menos positiva a este nível justificará
ser utilizados em suporte papel, os resultados daí decorrentes uma anotação a este respeito no Plano Pessoal de Qualificação,
devem ser registados na referida plataforma informática de o qual deve dar indicações precisas sobre a necessidade do
modo a garantir o cálculo automático que permite concluir, de candidato desenvolver estas competências, em formação
imediato, acerca da condição de validação ou não validação posterior ou em prática real de trabalho.
das unidades de competência, e consequente certificação do
candidato. 3.6.2 Aplicar a Grelha de auto-avaliação

Ao longo do processo avaliativo e, em particular, à medida que A Grelha de auto-avaliação constitui o ponto de partida do
os diversos instrumentos de avaliação forem sendo aplicados, o reconhecimento de competências profissionais, a partir do
candidato deve ser enquadrado pelo tutor de RVC e/ou avaliador posicionamento do candidato face ao conjunto de tarefas/
de RVC, participando, através dos procedimentos de auto- unidades de competência que integram o referencial de RVCC
avaliação, nas decisões que forem sendo tomadas. relativo à saída profissional na qual se centra o processo de
RVCC em curso.
Por último, é oportuno observar as implicações que, do ponto
de vista da operacionalização do processo, resultam do facto Como o próprio nome sugere, é um instrumento de auto-
de o RVCC servir, simultaneamente, um objectivo certificativo e preenchimento, que permite o auto-diagnóstico do candidato.

41
Este deve preenchê-la, nela registando se, sim ou não, sabe antes ou logo após a realização da entrevista técnica.
executar uma a uma, as tarefas aí listadas. O auto-diagnóstico
antecipa, a partir de percepções pessoais do candidato, as suas Com base na verificação/análise dos comprovativos já reunidos
áreas de força e de fraqueza face ao referencial em causa, sendo e devidamente contextualizados pelo candidato, na análise da
necessário, no decurso do processo, confirmar a fiabilidade Grelha de auto-avaliação preenchida e na informação veiculada
dessa auto análise. pelo profissional de RVC, o tutor de RVC avalia se tem condições
de validar alguma tarefa, assinalando-o, em caso afirmativo, na
O preenchimento da Grelha de auto-avaliação marca o início Ficha de análise do Portefólio.
da intervenção do tutor de RVC na etapa de reconhecimento
de competências. Frequentemente, é feito na última sessão de O Portefólio (e, consequentemente, a respectiva Ficha de
trabalho de reconhecimento com o profissional de RVC, na qual análise) possui, deste modo, valor avaliativo na medida em que
também está presente o tutor de RVC. A presença deste último pode conduzir à validação de tarefas. O contrário, contudo, não é
é imprescindível por razões que se prendem com a natureza do verdadeiro, uma vez que não é possível concluir que determinadas
instrumento, que é específico de uma dada saída profissional e, tarefas não podem ser validadas, apenas com base no processo
como tal, tem de ser aplicado por alguém com pleno domínio da de recolha de comprovativos/análise do Portefólio. Tal significa,
terminologia e dos conteúdos técnicos em causa. na prática, que só as tarefas validadas por via da análise do
Portefólio é que não têm de ser, necessariamente, avaliadas
Neste âmbito, o papel do tutor de RVC relativamente à Grelha de através do recurso a outros instrumentos de avaliação.
auto-avaliação é essencialmente de dois tipos:
No entanto, esta possibilidade avaliativa tem de ser gerida
• apoio directo ao seu preenchimento, apenas nos casos de forma prudente, na medida em que, frequentemente, o
em que as características do candidato o justifiquem, que é apresentado como um comprovativo constante de
descodificando a linguagem técnica associada às tarefas, e um Portefólio não constitui em si mesmo prova suficiente
“traduzindo-a” em termos reconhecíveis pelo candidato; de que o candidato detém determinadas competências,
tornando-se necessária, no decorrer do processo de RVCC
• análise da coerência dos “sim” e “não” nela registados, face
profissional, a mobilização de outros instrumentos de
aos conteúdos do Portefólio (que inclui a Ficha de percurso
avaliação para verificar a sua fiabilidade.
profissional e de formação) e à informação que lhe for
veiculada pelo profissional de RVC relativa ao candidato,
tendo em vista a preparação da entrevista técnica. Em alguns casos (e compreendem-se como casos excepcionais),
o desenvolvimento do processo de RVCC profissional (e, muito
Este “cruzamento” da informação registada na Grelha de auto- frequentemente, a realização da entrevista técnica) pode conduzir
avaliação com as evidências identificadas no Portefólio e com à revisão do preenchimento da Ficha de análise do Portefólio,
a informação que o profissional de RVC possa adiantar sobre sobretudo no sentido em que permita concluir que, afinal,
o candidato é fundamental para minorar a subjectividades determinado documento, que parecia comprovar o domínio de
inerente aos processos de auto-avaliação. execução de uma tarefa, não era consistente e fiável.
Por esta razão, aliás, é importante destacar que a Grelha de auto- Nesta situação, o resultado da nova verificação da tarefa deve
avaliação não possui efectivo valor avaliativo, na medida em que ser registado no Guião de entrevista técnica ou ainda nos
o seu preenchimento nunca determina, por si só, a validação ou instrumentos de avaliação relativos à demonstração prática,
não validação de tarefas/unidades de competência. De facto, o se houver necessidade de recorrer a estes. No âmbito da
auto-diagnóstico constitui, como se referiu, uma importante plataforma informática, este segundo registo/alteração elimina
base de trabalho para o tutor de RVC, mas não determina a automaticamente o registo anterior, que tinha sido feito na Ficha
avaliação propriamente dita que este terá de prosseguir. de análise do Portefólio.

3.6.3 Preencher a Ficha de análise do Portefólio A Ficha de análise do Portefólio pode ainda ser preenchida logo
após a entrevista técnica quando, na sequência desta, o tutor
A Ficha de análise do Portefólio é um instrumento que deve de RVC proponha ao candidato a reunião e contextualização de
ser utilizado pelo tutor de RVC na etapa de reconhecimento de mais informação e respectivos comprovativos. Nesta situação,
competências, após a aplicação da Grelha de auto-avaliação, e e caso os novos elementos sejam considerados fidedignos,

42
a validação de tarefas pode ser feita na Ficha de análise do saberes sociais e relacionais definidos para cada tarefa é de tal
Portefólio. Caso estes comprovativos não sejam considerados ordem, que a ausência desses conhecimentos e saberes pode
suficientemente credíveis, cabe ao tutor de RVC decidir se ser suficiente para inviabilizar a validação dessa tarefa. Numa
deverá avaliar o domínio de execução das tarefas através de situação extrema, pode dar-se o caso de um candidato dominar,
um novo momento de entrevista, ou da aplicação de um outro do ponto de vista técnico, o gesto que conduz à execução de
instrumento de avaliação. Neste caso, não é feito nenhum uma tarefa mas, porque o faz de forma pouco consciente,
registo na Ficha de análise do Portefólio, pois as tarefas serão rotinizada, e sem mobilizar os conhecimentos e saberes
avaliadas por outra via. necessários para o efeito, o tutor de RVC e/ou o avaliador
de RVC considerarem que a tarefa não deve ser validada. As
3.6.4 Aplicar o Guião de entrevista técnica questões da segurança e higiene são, também, neste caso, um
exemplo bastante ilustrativo do que aqui se afirma: o facto de
A realização da entrevista técnica ao candidato constitui o passo um candidato demonstrar que, do ponto de vista técnico, sabe
mais importante e complexo dos processos de RVCC profissional desempenhar uma tarefa, mas fá-lo sem os cuidados de higiene
e é feita com base na aplicação de um guião, estruturado num e segurança exigíveis, pode ser suficiente para que essa tarefa
conjunto de questões técnicas que mantêm a correspondência não seja validada.
com as unidades de competência e as tarefas que integram o
respectivo Referencial de RVCC profissional (anexo 4). Cada A questão que se coloca do ponto de vista da avaliação é, por
questão do guião permite clarificar se o candidato sabe ou conseguinte, a de saber como inferir esses conhecimentos e
não executar uma determinada tarefa/detém uma determinada saberes, quando a premissa dos processos de RVCC profissional
competência. é a de que se baseiam na experiência profissional e de vida de
cada candidato.
A entrevista técnica tem um elevado valor avaliativo, na medida
em que pode conduzir, por si só, à validação ou não validação Daqui decorre que a avaliação destes conhecimentos e
de tarefas/competências, sem que haja recurso à aplicação de saberes através da entrevista, tem de ser conduzida de forma
outros instrumentos de avaliação. Por essa razão, é conduzida extremamente hábil e sempre a partir da execução de uma
pelo tutor de RVC (etapa de reconhecimento) e/ou por este e determinada tarefa prática, ou seja, contextualizando-os no
pelo avaliador de RVC (etapa de validação), que são peritos gesto profissional, pois não será de esperar que, questionado
nas respectivas saídas profissionais, garantindo-se assim que directamente sobre conteúdos teóricos e cognitivos como se
a tomada de decisões com base num processo de entrevista/ de um exame oral se tratasse, o candidato que desenvolve um
diálogo se configura como uma técnica de grande fiabilidade. processo de RVCC profissional tenha uma resposta imediata
e correcta do ponto de vista técnico-científico. A avaliação
A complexidade do processo de entrevista decorre ainda da indirecta deste tipo de conteúdos tem, assim, que ser feita
necessidade da validação de tarefas práticas estar dependente, questionando o candidato sobre as razões pelas quais executa
de forma indirecta, do grau de domínio que o candidato tem a tarefa de uma determinada forma e não de outra (porque
dos conhecimentos teóricos e saberes sociais e relacionais faz isto?), ou colocando questões sobre o modo como, em
associados a cada uma delas, conforme fundamentado no determinados contextos, ou em função de outras variáveis,
ponto 1.3. Tal significa, em termos práticos, que as questões executaria determinada tarefa.
colocadas ao candidato durante a entrevista têm de permitir
“apreender”, de forma indirecta, o domínio que este tem dos Em sede de entrevista é possível mobilizar pequenos exemplos
conhecimentos e saberes que lhes estão associados. Só assim ou demonstrações práticas que facilitem a demonstração de
se pode garantir que a execução de uma tarefa é um processo tarefas/competências, o que revela que, embora baseando-se
plenamente consciente, intencional e sustentado e não um num processo de diálogo e de questionamento do candidato,
mero gesto “mecanizado” ou “rotinizado” que traduz um saber a entrevista pode ser desenvolvida de forma bastante flexível e
tácito, mas que não consegue ser transferido para um outro com margens de exploração e aprofundamento diferenciados
contexto ligeiramente diferente daquele em que habitualmente face aos diversos candidatos, aos seus perfis e às saídas
é desenvolvido, não se configurando assim como uma profissionais em questão.
competência.
A situação oposta, de dificuldade de, através da entrevista
A importância da mobilização de conhecimentos teóricos e técnica, avaliar uma tarefa, na medida em que a execução desta

43
obriga à mobilização de saberes sociais e relacionais que só contudo, não são esperadas, dado o seu percurso profissional e
em contexto real de trabalho podem ser verificados, também de vida. Importa, também nestes casos, averiguar a veracidade
pode acontecer devendo, contudo, ser evitada, e procurando-se dessas afirmações constantes da Grelha, que se afiguram
inferir esses saberes, sempre que possível, através de pequenas inesperadas dados os elementos curriculares conhecidos (p.ex:
simulações. um candidato que nunca mencionou ter operado com máquinas
ferramenta CNC, mas que na Grelha de auto-avaliação afirmou
O Guião de entrevista técnica é aplicado, pela primeira vez, pelo saber posicionar e fixar a peça no dispositivo do torno CNC
tutor de RVC, na fase subsequente ao preenchimento e análise tem de ser confrontado, em sede de entrevista, com essa
da Grelha de auto-avaliação e ao preenchimento da Ficha de incoerência).
análise do Portefólio, quando se justifique a aplicação desta (ou
seja, quando os comprovativos integrados no Portefólio sejam Deste “exercício” pode resultar a necessidade do tutor de RVC
por si só suficientes para validar tarefas). Através do diálogo, alterar os registos inseridos na Ficha de análise do Portefólio,
este técnico clarifica dúvidas sobre o domínio das várias tarefas, sempre que se constate que determinado comprovativo não é
verificando a fiabilidade e solidez, quer das respostas contidas na consistente.
Grelha de auto-avaliação, quer das evidências (comprovativos)
apresentadas no Portefólio (que, como referido no ponto 3.4, A entrevista permite também controlar eventuais
inclui já a Ficha do percurso profissional e de formação) e, intransitividades/“precedências” que possam resultar do
como tal, sinalizadas na Ficha de análise do Portefólio. preenchimento da Grelha de auto-avaliação. Ou seja, quando
nessa grelha uma determinada tarefa implica o conhecimento
3.6.4.1 Condições de realização da entrevista técnica de uma outra tarefa e o candidato afirmou saber fazer a
segunda mas não saber fazer a primeira, o mesmo tem de ser
Nesta etapa, a realização da entrevista técnica assenta em três confrontado com este facto (p.ex: se o candidato afirmou não
objectivos fundamentais: saber introduzir os valores das cotas na máquina ferramenta,
também não pode saber simular a maquinagem da peça).
• Controlo da coerência entre a Grelha de auto-avaliação e
Quando realizada pelo tutor de RVC, na etapa de reconhecimento,
os conteúdos do Portefólio.
a entrevista técnica pode ser conduzida de forma semi-
• Controlo de intransitividades. estruturada ou estruturada, consoante o grau de conhecimento
e informação que o Portefólio e a Grelha de auto-avaliação
• Recolha de informação adicional, que permita conso- fornecem sobre o candidato:
lidar o trabalho de compilação de novas evidências/
comprovativos. • quando é escasso o conhecimento e a informação que se
tem sobre o candidato, a entrevista conduzida pelo tutor de
RVC deve ser semi-estruturada, isto é, propondo “temas”
O controlo da coerência entre a Grelha de auto-avaliação e o
mais abrangentes para que fale “livremente” e, a partir
Portefólio pode justificar-se quando, da análise do percurso
daí, ir retirando aspectos ou colocando questões mais
profissional e de vida do candidato, se infere o domínio que
concretas que permitam tirar conclusões relativamente à
este deve ter de um conjunto de tarefas/competências. Em
possibilidade de validação ou não validação das tarefas;
particular, se na Grelha de auto-avaliação o candidato referiu
não saber executar determinada tarefa que, no entanto, será • quando os elementos documentais e a informação veiculada
expectável face ao seu percurso profissional e de vida, é pelo profissional de RVC possibilitam um conhecimento
necessário averiguar a veracidade dessa negação (p.ex.: um concreto e aprofundado das tarefas que o candidato sabe
candidato que exerceu funções que implicavam o uso de uma realizar, a entrevista deve ser mais estruturada, reportando
fresadora convencional mas que na Grelha de auto-avaliação directamente às questões contidas no guião, explorando
refere que não sabe montar, regular e fixar a ferramenta de corte margens de indefinição ou inconsistências detectadas.
no porta-ferramentas da fresadora tem de ser confrontado com
essa incoerência em sede de entrevista). Em ambos os casos, porém, o objectivo final é, naturalmente,
obter informação que permita validar, ou não, as tarefas/
Ao invés, o candidato pode ter indicado na grelha de auto- unidades de competência que integram o respectivo Referencial
avaliação que sabe executar um conjunto de tarefas que, de RVCC profissional.

44
Pela diversidade de situações que podem ocorrer e que implicam funciona como uma espécie de pró-memória, na qual o tutor de
um trabalho aprofundado por parte do tutor de RVC, de RVC poderá anotar aspectos/tópicos relacionados com o modo
preparação da entrevista técnica e de adaptação das questões a específico como formulará ou desenvolverá cada questão no
colocar, em função das características e informação que detenha decorrer da entrevista, tendo em vista a verificação do domínio
sobre cada candidato, o guião de entrevista prevê um espaço de execução que o candidato tem de cada tarefa.
designado “Notas do tutor de RVC” (ver quadro 5). Esta coluna

Quadro 5 – Exemplo de Guião de entrevista (excerto)

Questões Conhecimentos e Notas do tutor Ponderação (1 a 5) Pontuação atribuída


saberes sociais e (1 a 5)
relacionais
UC 3 – Calcular o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)
UFCD Correspondente (0568)
3.1 Como calcula o IVA Código do IVA e
nas operações de venda e respectivas tabelas.
prestação de serviços? Cálculo de 4
percentagens.
Estrutura
organizacional.
3.2 Qual a periodicidade e Códigos do IVA e do
como faz o apuramento do RITI. Plano Oficial de 5
IVA? Contabilidade (POC).
Aplicação Informática.
3.3 Como procede Declarações
periodicamente para dar periódicas do IVA da
conhecimento da situação DGCI. 3
do sujeito passivo em sede
do IVA?

Fonte: “Kit de avaliação” da saída profissional “Técnico de Contabilidade”.

3.6.4.2 Momentos de realização da entrevista técnica no âmbito do reconhecimento, poder vir a ser revista, mais
tarde, no contexto da validação.
No âmbito da etapa de reconhecimento, o Guião de entrevista
pode ser explorado pelo tutor de RVC em diversos momentos, Esta situação traduz a flexibilidade que existe na aplicação
o que significa, na prática, que a entrevista técnica pode ser da entrevista técnica que pode ser feita, não só em vários
levada a cabo em várias sessões de trabalho. momentos, como referido anteriormente, como ainda de forma
parcial. De facto, nem mesmo na fase imediatamente posterior
O mesmo Guião de entrevista ou, mais precisamente, parte ao preenchimento e análise da Grelha de auto-avaliação, o tutor
dele, pode ainda voltar a ser aplicado durante os momentos de RVC é obrigado a percorrer, de forma exaustiva, todas as
de validação sempre que subsistam dúvidas relativamente ao questões do guião. De acordo com o princípio de racionalização
domínio de determinadas tarefas que o tutor de RVC e/ou o do processo de RVCC (cf. ponto 3.1), se as evidências contidas
avaliador de RVC queiram ver clarificadas. Nestes casos, a no Portefólio, e na Ficha de análise do Portefólio, forem
entrevista técnica deve ser estruturada, incidindo directamente conclusivas relativamente ao domínio que o candidato tem de
sobre questões concretas que constam do guião e, se execução de determinadas tarefas, isto é, quanto à possibilidade
necessário, explorando de forma indirecta os conhecimentos inequívoca de as validar, poderá não haver necessidade de, em
e saberes sociais e relacionais que estão associados a cada sede de entrevista, estar a formular as questões relativas à
tarefa, conforme acima indicado. verificação dessas mesmas tarefas.

A possibilidade de utilizar o Guião de entrevista nas etapas de Um outro aspecto indiciador da flexibilidade com que este
reconhecimento e de validação implica a possibilidade de a instrumento pode ser aplicado, consiste na ordem com que
pontuação atribuída a determinadas tarefas pelo tutor de RVC, as questões podem ser colocadas. Também neste caso, nada

45
obriga a que a sequência com que o tutor de RVC coloca 3.6.5 Aplicar a Grelha de observação de desempenho em
questões obedeça à ordem pela qual elas são apresentadas no posto de trabalho
Guião de entrevista. Pode mesmo acontecer que ao responder
de forma espontânea e “aberta” a uma questão concreta, o A observação de desempenho em posto de trabalho consiste
candidato forneça informações que permitam ao tutor de RVC numa demonstração prática de execução de tarefas que
tirar conclusões relativamente a outras questões do guião. A pressupõe a deslocação do tutor de RVC e/ou do avaliador de
ordem das questões é totalmente arbitrária e a gestão do guião RVC ao local e contexto de trabalho do candidato.
é feita de forma totalmente livre pelo tutor de RVC.
Constitui a forma privilegiada de proceder à avaliação do
A entrevista pode ser realizada no posto de trabalho do candidato, sempre que, após a realização da entrevista técnica,
candidato, facto que, ilustrando uma vez mais a flexibilidade com não seja possível concluir acerca da sua capacidade de execução
que este instrumento pode ser mobilizado, pode ter vantagens de determinadas tarefas.
substantivas do ponto de vista da agilização do processo de
RVCC profissional. No seu contexto de trabalho, mais facilmente O valor avaliativo da observação de desempenho em posto
o candidato poderá demonstrar que sabe executar determinadas de trabalho é muito elevado, na medida em que conduz de
tarefas, recorrendo a exemplos de documentos/trabalhos forma decisiva a uma validação ou não validação de tarefas. A
realizados, que possam não estar incluídos no Portefólio. avaliação através do recurso à observação no posto de trabalho
Assim, esta possibilidade deve ser equacionada pelo tutor de deve ser conclusiva, o que equivale a considerar que a aplicação
RVC, desde que haja condições para o desenvolvimento do da correspondente Grelha de observação para avaliação de
processo de RVCC no posto de trabalho (cf. ponto 3.6.5). determinadas unidades de competência ou, a um nível mais
específico, de determinadas tarefas, esgota a necessidade de se
3.6.4.3 Condições de pontuação/avaliação da entrevista recorrer a outro tipo de instrumento, para confirmar a avaliação
técnica dessas mesmas unidades de competência e/ou tarefas.

Tal não obsta, porém, a que a pontuação atribuída pelo tutor


A cada tarefa avaliada no âmbito da entrevista técnica o tutor de de RVC a uma dada tarefa, com base na observação directa
RVC e/ou avaliador de RVC atribuem uma pontuação na escala em contexto de trabalho, não possa vir a ser revista no âmbito
de 1 a 5, como referido no ponto 3.5.1. Esses resultados devem dos momentos de validação, se nesse contexto subsistirem
ser lançados na plataforma informática definida para o efeito, algumas dúvidas quanto ao grau de domínio que o candidato
no “Kit de avaliação” da saída profissional respectiva. tem dessa tarefa.
A atribuição de pontuação das tarefas não deve, no entanto, ser
feita perante o candidato, na medida em que pode condicionar 3.6.5.1 Condições de realização de observação no posto de
as suas respostas e, por conseguinte, o resultado do processo trabalho
de entrevista e consequente avaliação. Se possível, aliás, pela
mesma razão, deve evitar-se que o Guião de entrevista seja Na sequência da entrevista técnica realizada na etapa de
visto pelo candidato, no decorrer da entrevista. reconhecimento, o tutor de RVC deve ponderar a possibilidade
de avaliar certas tarefas/unidades de competência no contexto
De igual modo, aconselha-se que as anotações que o tutor real de trabalho do candidato, tendo em consideração a natureza
de RVC e/ou avaliador de RVC vão fazendo, em função das das tarefas a observar, bem como a informação que o candidato
respostas do candidato, sejam tão breves quanto possível, isto fornecer a esse respeito.
é, limitando-se apenas às consideradas necessárias para que, No entanto, são várias as situações que poderão obstar a que
finda a entrevista, seja possível, então sim, atribuir com rigor se opte por esta via:
pontuações a cada uma das tarefas.

O Portefólio deve incluir relatórios das entrevistas realizadas e • Quando o candidato é um desempregado.
das tarefas que, por essa via, foram passíveis de validar.
• Quando a entidade empregadora não autoriza a deslocação
e presença do tutor de RVC e/ou do avaliador ao posto de
trabalho.

46
3.6.5.2 Condições de pontuação/avaliação no posto de
• Quando a entidade empregadora não reúne condições, trabalho
do ponto de vista dos espaços e/ou equipamentos, para a
observação de determinadas tarefas específicas. Os resultados da avaliação são registados numa grelha concebida
para esse fim. A Grelha de observação de desempenho no
• Sazonalidade das tarefas. posto de trabalho está organizada em unidades de competência
e consiste numa matriz que integra as respectivas tarefas (e
• Outras situações de carácter ético, deontológico (confi- respectivas ponderações), bem como os critérios de avaliação
(dencialidade, anonimato, etc.). que permitem avaliar o desempenho do candidato em cada uma
dessas tarefas, em contexto real de trabalho.

Quando a entidade empregadora não reúne condições para a


observação de determinadas tarefas específicas, pode optar-se
por observar/avaliar no posto de trabalho o máximo possível de
tarefas, remetendo apenas as necessárias para a sua execução
em contexto de prática simulada, através de exercícios.

Em qualquer situação, é fundamental que o tutor de RVC defina


claramente, com o representante da entidade empregadora,
as condições em que a observação do candidato no posto de
trabalho poderá decorrer.

Há ainda que considerar que determinadas tarefas (na área


da agricultura, p.ex.) têm um carácter sazonal, pelo que só
podem ser observadas em determinadas épocas do ano. Nesta
situação, caso não seja possível avaliar essas tarefas por outra
via que não a observação directa, a validação terá de ser adiada,
ficando a sua execução dependente do calendário anual.

Em função do contexto e das condições de trabalho do


candidato, assim como da natureza das tarefas em questão, a
avaliação que o tutor de RVC e/ou o avaliador de RVC fazem no
posto de trabalho tanto pode basear-se na observação “livre”
do candidato no exercício das suas funções, como na proposta
de execução de tarefas concretas, com o único propósito de
serem avaliadas.

Em ambos os casos, porém, e se comparada com a realização


de exercícios a desenvolver em contexto de prática simulada, a
observação directa no posto de trabalho potencia a agilização
do processo de RVCC profissional, na medida em que a
demonstração de tarefas por essa via não tem que obedecer
à formalização nem aos custos a que obriga a preparação de
condições para realização de exercícios. Deve, no entanto,
garantir todas as condições para que a validação da tarefa
cumpra todos os requisitos mencionados anteriormente.

47
Quadro 6 – Exemplo de Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho (excerto)

6. Mobilização adequada de conhecimento conceptual e técnico

7. Selecção e utilização adequada de espaços, equipamentos,


3. Capacidade de decisão e de resolução de problemas

5. Cumprimento da sequência de trabalho adequada


Ponderação

12. Capacidade de trabalho em equipa


2. Cumprimento de regras de SHT

9. Economia de tempo e materiais


8. Destreza do gesto profissional

11. Qualidade resultado final


4. Planeamento do trabalho

ferramentas e materiais

10. Inovação/Criatividade
1. Tempo de execução

Classificação
Tarefas

UC 1. Medir, marcar e traçar em peças de madeira


UFCD correspondente (2331)
1.1 Mede peças em madeira e transporta
medidas a partir do desenho 5 NA NA

1.2 Marca com lápis pontos referenciados


5 NA NA
1.3 Traça linhas em madeira duras e brandas
4 NA NA

1.4 Marca e traça linhas paralelas 4 NA NA

1.5 Marca e traça linhas curvas 4 NA NA

Fonte: “Kit de avaliação” da saída profissional “Carpinteiro(a) de Limpos”.

As células em branco, por preencher, correspondem aos critérios informática, para que os resultados globais da avaliação
de avaliação considerados relevantes no âmbito da tarefa possam ser automaticamente calculados. Este cálculo tem em
correspondente. O tutor de RVC e/ou avaliador de RVC devem consideração, não só as classificações de cada tarefa avaliada
assinalar, com um “s” (sim), os critérios que foram observados/ em posto de trabalho, como também as classificações atribuídas
cumpridos pelo candidato durante a execução da tarefa, e com às restantes tarefas da mesma unidade de competência que
um “n” (não) os critérios que não foram cumpridos. foram avaliadas através da aplicação de outros instrumentos.

A validação de cada tarefa depende do número de critérios que, Embora os resultados da observação directa no posto de trabalho
no decorrer da sua avaliação, forem cumpridos/observados. fiquem registados na plataforma informática, o Portefólio do
Atendendo a que todos os critérios têm a mesma ponderação, candidato deve igualmente integrar toda a informação que possa
considera-se que cada tarefa é válida quando, pelo menos, ser considerada ”evidência” de que, através da demonstração
metade dos respectivos critérios de avaliação tiverem sido prática, foi possível reconhecer e validar determinadas tarefas/
cumpridos. unidades de competência. O Portefólio deve integrar um breve
relatório elaborado pelo tutor de RVC, ou por este e pelo avaliador
A plataforma informática está preparada para, em função desse
de RVC, que ateste a execução bem sucedida das tarefas e,
preenchimento, apresentar o resultado de classificação de cada
neste sentido, possa constituir um comprovativo credível do seu
tarefa, de forma automática. Os critérios cumpridos no decorrer
domínio de execução, bem como das condições de realização e
da avaliação de cada tarefa devem ser lançados na plataforma
eficácia da sua observação no posto de trabalho.

48
3.6.6 Realizar exercícios em contexto de prática simulada 3.6.6.1 Condições de realização dos exercícios em prática
simulada
Os exercícios realizados em contextos de prática simulada
correspondem, como o nome indica, a provas práticas, e Para além de, tal como os restantes instrumentos de avaliação,
constituem uma forma de avaliação a aplicar, em último caso, estarem organizados em unidades de competência, respectivas
de modo alternativo, sempre que, após a realização da entrevista tarefas e ponderações, os exercícios práticos obedecem aos
pelo tutor de RVC, subsistam dúvidas sobre o domínio que o seguintes princípios:
candidato tem de determinadas tarefas e não estejam reunidas
• a Grelha do exercício prático, onde deverão ser registados
as condições para que se proceda a uma observação directa do
os resultados de avaliação do candidato, integra para
desempenho em posto de trabalho.
cada UC uma Ficha de caracterização, dirigida ao tutor
Para cada unidade de competência que integra o Referencial de de RVC e ao avaliador de RVC, que explicita os objectivos
RVCC profissional existe um exercício prático associado. Este pretendidos, os procedimentos a considerar na execução
exercício pode ser aplicado na íntegra (quando todas as tarefas da tarefa e as condições de execução;
que integram a unidade de competência são avaliadas por esta
• a Grelha do exercício prático inclui um conjunto de critérios
via) ou de forma parcial (quando apenas algumas das tarefas da
de avaliação que constituem os requisitos de desempenho
unidade de competência são avaliadas por esta via).
para avaliação das condições em que o candidato realiza
O valor avaliativo dos exercícios práticos é também elevado, tal cada tarefa.
como os anteriores, na medida em que estes podem conduzir, de
forma decisiva, a uma validação ou não validação de tarefas ou A Ficha de caracterização do exercício enquadra o tutor de
mesmo a uma revisão da avaliação feita em sede de entrevista. RVC, o avaliador de RVC e o próprio candidato relativamente
A avaliação através do recurso aos exercícios práticos deve, às condições em que o exercício prático deve ser realizado:
aliás, ser conclusiva, o que equivale a considerar que a aplicação objectivos do exercício, tempo de execução de cada uma das
deste instrumento específico para avaliação de determinadas tarefas, recursos necessários (equipamentos/ferramentas,
unidades de competência ou, a um nível mais específico, de informação técnica, etc.). Esta ficha contém também informação
determinadas tarefas, esgota, em princípio, a necessidade de se respeitante aos procedimentos associados a cada tarefa, que
recorrer a outro tipo de instrumento para confirmar a avaliação serve para balizar a avaliação do tutor de RVC e/ou do avaliador
dessas mesmas unidades de competência e/ou a execução de de RVC, e que especifica os vários “passos” que concorrem
determinadas tarefas. para a execução dessa tarefa.

Tal não obsta, porém, a que a pontuação atribuída pelo tutor de A ficha de cada exercício indica se os procedimentos devem ser
RVC na etapa de reconhecimento, a uma dada tarefa com base dados a conhecer ao candidato, ou não, devendo o tutor de RVC
no exercício prático, não possa vir a ser revista, no âmbito da e o avaliador de RVC seguir escrupulosamente esta instrução.
intervenção da equipa de validação (avaliador de RVC, tutor de
Intencionalmente, em muitos “kits de avaliação”, a formulação
RVC e profissional de RVC, no contexto dos momentos/sessões
dos procedimentos é genérica, de forma a que, a partir dela,
de validação), se subsistirem algumas dúvidas quanto ao grau
o tutor de RVC e/ou o avaliador de RVC possam trabalhar
de domínio que o candidato tem da execução dessa tarefa.
exemplos concretos, a propor ao candidato. Esses exemplos
No âmbito do RVCC profissional, os exercícios práticos devem ir variando, de forma a evitar que cada candidato tome
constituem a forma de avaliação mais morosa e dispendiosa, conhecimento prévio das provas práticas específicas a que
pois obrigam à criação de condições específicas, simuladas, poderá ser sujeito durante o seu processo de RVCC. Cada
que são fortemente exigentes do ponto de vista dos recursos tutor de RVC e/ou avaliador de RVC deve ter uma “carteira” de
físicos, materiais e técnicos (trabalho de preparação do exercícios que podem ser simulados.
exercício) a afectar pelos Centros Novas Oportunidades. Por essa
Os “kits de avaliação” incluem, porém, um exemplo concreto
razão, considera-se que devem ser o último dos instrumentos
de exercício, a disponibilizar ao candidato a título ilustrativo,
a mobilizar, quando, por alguma razão, esteja esgotada a
para que fique com a ideia sobre o tipo de prova prática que irá
possibilidade de proceder à avaliação de tarefas/unidades de
desenvolver.
competência por todas as outras vias já elencadas.

49
3.6.6.2 Condições de pontuação/avaliação dos exercícios da avaliação. Esta grelha consiste numa matriz que integra as
em prática simulada tarefas (e respectivas ponderações), bem como os critérios de
avaliação que permitem avaliar o desempenho do candidato em
Os exercícios práticos são também compostos por uma cada uma dessas tarefas.
Grelha de avaliação, na qual são especificados os resultados

Quadro 7 – Exemplo de Grelha de exercício prático (excerto)

6. Mobilização adequada de conhecimento conceptual e técnico

7. Selecção e utilização adequada de espaços, equipamentos,


3. Capacidade de decisão e de resolução de problemas

5. Cumprimento da sequência de trabalho adequada


Ponderação

12. Capacidade de trabalho em equipa


2. Cumprimento de regras de SHT

9. Economia de tempo e materiais


8. Destreza do gesto profissional

11. Qualidade resultado final


4. Planeamento do trabalho

ferramentas e materiais

10. Inovação/Criatividade
1. Tempo de execução

Classificação
Tarefas

UC 1. Executar o corte manual de matéria-prima


UFCD correspondente (1854)
1.1 Executa um plano de consumo de materiais
de um modelo 3 NA NA

1.2 Afia a faca de corte manual


4 NA NA NA
1.3 Executa o corte das peças de um modelo,
manualmente 5 NA

Fonte: “Kit de avaliação” da saída profissional “Carpinteiro(a) de Limpos”.

As células em branco, por preencher, correspondem aos critérios A plataforma informática está preparada para, em função desse
de avaliação considerados relevantes no âmbito da tarefa preenchimento, apresentar o resultado de classificação de cada
correspondente. O tutor de RVC e/ou avaliador de RVC devem tarefa, de forma automática. Os critérios cumpridos no decorrer
assinalar, com um “s” (sim), os critérios que foram observados/ da avaliação de cada tarefa devem ser lançados na plataforma
cumpridos pelo candidato durante a execução da tarefa, e com informática, para que os resultados globais da avaliação
um “n” (não) os critérios que não foram cumpridos. possam ser automaticamente calculados. Este cálculo tem em
consideração, não só as classificações de cada tarefa avaliada
A validação de cada tarefa depende do número de critérios que, em posto de trabalho, como também as classificações atribuídas
no decorrer da sua avaliação, forem cumpridos/observados. às restantes tarefas da mesma unidade de competência que
Atendendo a que todos os critérios têm a mesma ponderação foram avaliadas através da aplicação de outros instrumentos.
considera-se que cada tarefa é validada quando pelo menos
metade dos respectivos critérios de avaliação tiverem sido O desenvolvimento dos exercícios em contexto de prática simu-
cumpridos. lada poderá implicar o recurso a equipamentos mais sofisticados
ou menos comuns, que o Centro Novas Oportunidades não

50
disponha. Nestes casos excepcionais, o Centro tem de garantir O modelo de acta contempla ainda um campo de “Observações”,
a possibilidade de recurso a outras entidades, para efeitos de no qual devem ser registados todos os aspectos qualitativos da
desenvolvimento de “parte” do processo de RVCC profissional, própria sessão de júri de certificação, nomeadamente o eventual
mediante o estabelecimento de uma parceria. Ao recurso a recurso adicional a partes específicas dos instrumentos de
equipamentos existentes em outras entidades poderá também avaliação, outros técnicos envolvidos, práticas inovadoras, etc.
estar associada a necessidade de envolvimento de outros Neste campo, o júri de certificação deve também fazer uma
técnicos com conhecimentos especializados em determinados apreciação global do Portefólio que justifique as competências
equipamentos, materiais e tarefas, quando o tutor de RVC e/ validadas.
ou avaliador de RVC não detenha esse tipo de conhecimento.
Nestes casos, conforme referido no ponto 2.2, esse técnico, Uma vez elaborada, a Acta da sessão de certificação é assinada
devidamente enquadrado, poderá coadjuvar o tutor de RVC e/ou pelos membros do Júri de certificação e pelo candidato e
avaliador de RVC no processo de avaliação do candidato e, em arquivada juntamente com a informação relativa ao candidato
particular, nas tarefas específicas que implicam o manuseamento que integra o dossier técnico-pedagógico do Centro Novas
desses equipamentos/materiais. Oportunidades.

Embora os resultados de aplicação de cada exercício fiquem 3.8 Definir o Plano Pessoal de Qualificação (PPQ)
registados na plataforma informática, o Portefólio do candidato
deve igualmente integrar toda a informação que possa ser O encaminhamento do candidato para um percurso formativo
considerada uma “evidência” de que, através da demonstração externo ao Centro Novas Oportunidades, na sequência da
prática, foram reconhecidas e validadas determinadas tarefas/ realização de uma sessão de júri de certificação que teve como
unidades de competência. O Portefólio deve integrar um breve resultado uma validação parcial das unidades de competência
relatório, elaborado pelo tutor de RVC ou por este e pelo do Referencial de RVCC profissional respectivo, é feito a partir
avaliador de RVC, que fundamente a execução bem sucedida da definição de um Plano Pessoal de Qualificação (PPQ).
das tarefas e, neste sentido, possa constituir um comprovativo
credível do seu domínio de execução, bem como das condições O PPQ deve especificar as unidades de formação que o candidato
de realização e eficácia dos exercícios em prática simulada. deve frequentar e os conteúdos de formação a adquirir, tendo
por base as unidades de competência/tarefas que não validou
3.7 Elaborar a Acta da sessão de júri de certificação no decurso do processo de RVCC profissional realizado no
Centro Novas Oportunidades.
O resultado da sessão de Júri de certificação é registado em
acta própria, elaborada e assinada pelo Júri de certificação. A interligação entre unidades de formação de curta duração
(UFCD) e as unidades de competência (UC), explicitada no ponto
A acta identifica as unidades de competência validadas e, quando 1.3, ganha, neste momento, amplo sentido. Considerando que
seja o caso, as unidades de competência não validadas. as UC do Referencial de RVCC profissional têm correspondência
directa com uma UFCD do respectivo referencial de formação
É a partir dessa informação que poderá emitir-se o Certificado tecnológica, o PPQ define-se a partir do princípio de que,
de Qualificações (sempre que são certificadas unidades de quando uma determinada UC não é validada, a respectiva
competência do Referencial de RVCC profissional) ou mesmo o UFCD deve constar nesse Plano, e ser objectivo de formação
Diploma, quando estão reunidas as condições necessárias para a desenvolver.
a obtenção de uma dupla certificação, isto é, de uma qualificação
prevista no Catálogo Nacional de Qualificações. Todavia, o “exercício” de definição do PPQ não se esgota nesta
associação directa e imediata, por duas razões principais:
Nos casos em que haja lugar a um encaminhamento para
um percurso formativo para aquisição de competências • Em primeiro lugar, porque o PPQ não tem de reflectir todas as
profissionais em falta (cf. definido no ponto 2.1 – Etapa D3), UFCD correspondentes a UC não validadas. Recorde-se que
é também a partir da informação constante da Acta da sessão a certificação total, no âmbito do RVCC profissional, depende
de júri de certificação que se completa e se fundamenta o Plano da validação de todas as UC nucleares e de apenas 50% de UC
Pessoal de Qualificação (PPQ). não nucleares. Neste contexto, o percurso formativo para o

51
qual o candidato é encaminhado pode ser definido em função É possível concluir, pois, que a dois candidatos que não
deste princípio, nada obrigando a que sejam prescritas todas tenham validado as mesmas UC em processo de RVCC
as UFCD correspondentes às UC não nucleares que não forem podem ser definidos dois PPQ bastante distintos entre si.
validadas. Nestes casos, a escolha de UFCD a constar do PPQ
deve privilegiar as UFCD que mais importância tenham para De concluir, igualmente, que a definição das UFCD a constar
a validação da respectiva UC ou as UFCD que melhor possam do PPQ é um processo que implica, da parte do Júri de
contribuir para uma qualificação mais ampla e/ou para a certificação (e, em particular, do tutor de RVC, do avaliador
melhoria da empregabilidade do candidato. de RVC e do profissional de RVC, que acompanharam todo
o processo do candidato), ter em atenção, caso a caso, as
• Em segundo lugar, porque uma mesma UC pode não ser razões que explicam a não validação de uma UC e respectivas
validada tendo por base razões diversas há que considerar que tarefas.
as tarefas que integram cada UC de um Referencial de RVCC
profissional têm associadas um conjunto de conhecimentos
teóricos e saberes sociais e relacionais que concorrem Para além do profundo conhecimento do processo de RVCC
para a sua avaliação. Tal significa, como apresentado nos de cada candidato, a definição do PPQ obriga ainda a que tutor
pontos 1.3 e 3.6.3, que o tutor de RVC e/ou o avaliador de de RVC e avaliador de RVC dominem plenamente o Referencial
RVC podem decidir a não validação de uma tarefa tendo de formação relativo à saída profissional em questão e
como fundamento o facto de o candidato não dominar os se mantenham informados acerca da rede de entidades e
conhecimentos teóricos e/ou não mobilizar os saberes sociais modalidades formativas locais/regionais disponíveis.
e relacionais que se consideram fundamentais para o seu
bom desempenho. Nestes casos, o PPQ não pode deixar de Neste contexto, o contributo do avaliador externo na definição
prescrever a(s) UFCD teórica(s) que permitem ao candidato do encaminhamento do candidato é de enorme relevância,
adquirir os conhecimentos/saberes em défice, podendo, no pois enquanto representante da comunidade local/regional,
entanto, ser desnecessário prescrever a UFCD de carácter pode apoiar o desenho do “interface” entre as necessidades de
operatório directamente correspondente à UC não validada. qualificação nele identificadas e as respostas mais adequadas a
essas necessidades, existentes a nível local/regional, bem como
Por exemplo: se a não validação da UC for explicada apenas o técnico de diagnóstico e encaminhamento que assegura
pela não validação de uma tarefa nuclear, esta circunstância estas funções com todos os candidatos do Centro Novas
deve ser explicitada no PPQ, podendo justificar que o candidato Oportunidades.
não tenha de frequentar uma UFCD de 25h ou 50h, na medida
em que aprender a executar a tarefa específica em causa pode Estas modalidades formativas podem ser de três tipos,
ser suficiente para que a respectiva UC possa ser validada. conforme indicado na figura 1:
Nestes casos, o PPQ deve também indicar qual a “solução” • frequência de um percurso de formação (cursos EFA ou
de encaminhamento mais adequada e que pode consistir formação modular), numa entidade formadora;
num processo de formação no posto de trabalho ou de auto- • formação no posto de trabalho;
formação, por exemplo, centrado apenas na aprendizagem • desenvolvimento de um processo de auto-formação.
da tarefa concreta. Este cenário pode acontecer quando um
Centro Novas Oportunidades desenvolve processos de RVCC
No primeiro caso, quando o candidato é encaminhado para uma
profissional junto de um grupo de trabalhadores de uma mesma
entidade formadora onde frequenta uma acção de formação,
empresa, aos quais são identificados os mesmos défices de
não se dá o seu regresso ao Centro Novas Oportunidades. À
competências. Nestes casos, o encaminhamento mais viável
entidade formadora compete a atribuição do Certificado que o
e mais eficaz poderá ser para um processo de formação dos
candidato, no final do percurso formativo, esteja em condições
trabalhadores no seu posto de trabalho, centrado no conjunto
de obter.
de tarefas específicas que tenham de aprender a executar.
Quando o encaminhamento é feito para um percurso de auto-
formação ou de formação no posto de trabalho, o júri de
certificação deve preencher o roteiro de actividades que integra

52
o PPQ, no qual é explicitada a planificação das actividades a 3.10 Definir o Plano de Desenvolvimento Pessoal
desenvolver. (PDP)

Nestes casos, o candidato deve voltar ao Centro Novas A definição do Plano de Desenvolvimento Pessoal é feita sempre
Oportunidades para validar as competências adquiridas por que a sessão de júri de certificação, para além do Certificado
essas vias. A equipa de validação reúne, verifica o cumprimento de Qualificações, conduz igualmente à emissão de um Diploma
do PPQ de acordo com os novos comprovativos que integrem (dupla certificação).
o Portefólio e, se estes não forem suficientes, recorre aos
diversos instrumentos “kit de avaliação” para concluir acerca Este Plano consiste na definição do projecto pessoal e profissional
da sua certificação final. do candidato certificado pelo Centro Novas Oportunidades,
visando o prosseguimento de aquisição de competências, quer
Neste âmbito, poderão ser validadas unidades de competência, a através da progressão/reconversão profissional, quer através do
que se segue a realização de uma sessão de júri de certificação. apoio ao desenvolvimento de iniciativas de empreendedorismo,
Caso não tenha havido o cumprimento do PPQ, e esse entre outras possibilidades.
incumprimento ponha em causa a possibilidade de certificação
do candidato, este deve ser reorientado pela equipa de validação, Este Plano é definido pela equipa técnico-pedagógica do Centro
se necessário através da reformulação do respectivo PPQ, quer Novas Oportunidades (fundamentalmente pelo tutor de RVC e
a nível dos conteúdos, quer a nível da definição de um novo tipo pelo avaliador de RVC) com o candidato, em sessões individuais,
de encaminhamento (para uma entidade formadora). posteriores ao júri de certificação.
O PPQ é negociado com o candidato e, pelas suas características
e objectivos, fica na sua posse, devendo o Centro arquivar um A equipa pode solicitar o apoio do avaliador externo,
outro exemplar, devidamente assinado pelo candidato. fundamentalmente no processo de articulação com entidades
da comunidade local/regional (entidades formadoras, entidades
3.9 Emitir o Certificado de Qualificações e o Diploma empregadoras, entidades de apoio ao empreendedorismo, etc.),
quando esta articulação seja útil para assegurar a concretização
A emissão destes dois documentos é feita a partir da Acta da do Plano definido.
sessão de júri de certificação.

O Certificado de Qualificações é emitido sempre que o candidato


reúna condições para certificar unidades de competência do
Referencial de RVCC profissional, razão pela qual permite
especificar, uma a uma, essas unidades.

Acrescendo ao Certificado de Qualificações, o Diploma é emitido


sempre que o candidato tiver validado o conjunto de unidades de
competência do Referencial de RVCC profissional necessárias à
obtenção de uma certificação profissional (de acordo com as
regras de avaliação indicadas no ponto 3.6.1), e possuir o nível
escolar correspondente à qualificação.

O Certificado de Qualificações e o Diploma são disponibilizados


e emitidos através do SIGO, de acordo com os modelos
legalmente em vigor.

Os Centros Novas Oportunidades que não têm capacidade


certificadora deverão estabelecer protocolos com entidades que
possuam essa competência nos termos legalmente estabele-
cidos, os quais são responsáveis pela sua homologação.

53
54
Glossário

55
56
Glossário
Neste glossário incluem-se termos específicos dos processos e garantindo o cumprimento dos princípios, normas e
de RVCC profissional e outros de carácter mais abrangente, procedimentos estipulados, contribuindo para a transparência,
associados à temática da aprendizagem ao longo da vida. fiabilidade e credibilidade social destes processos.
Nomeado pelo Director do Centro Novas Oportunidades, o
avaliador externo é membro do Júri de certificação, no âmbito

A do qual se realizam as sessões de certificação que conduzem à


emissão do Certificado de Qualificações ou mesmo do Diploma,
Aprendizagem Formal nos casos em que haja lugar à atribuição de uma qualificação de
nível 2 ou 3 prevista no Catálogo Nacional de Qualificações.
Aprendizagem que decorre em instituições de ensino e
formação e conduz a certificados ou diplomas e qualificações
reconhecidas.
Aprendizagem Informal C
Aprendizagem que resulta da vida quotidiana. Contrariamente à Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)
aprendizagem formal e não-formal, este tipo de aprendizagem
Conjunto de referenciais essenciais para a competitividade e
não é necessariamente intencional e, como tal, pode não
modernização da economia e para o desenvolvimento pessoal
ser reconhecida mesmo pelos próprios indivíduos como
e social das pessoas. Constitui um instrumento fundamental
enriquecimento dos seus conhecimentos e aptidões.
na gestão estratégica das qualificações profissionais de
Aprendizagem Não-Formal nível não superior, na regulação da oferta formativa de dupla
Aprendizagem que decorre em paralelo aos sistemas de certificação e na promoção da eficácia do financiamento
ensino e formação e não proporciona certificações formais. A público. Integra as qualificações baseadas em competências,
aprendizagem não-formal pode ocorrer no local de trabalho e identificando para cada uma os respectivos perfis profissionais,
através de actividades de organizações ou grupos da sociedade referenciais de formação e de competências, bem como os
civil (organizações de juventude, sindicatos e partidos políticos). instrumentos de avaliação para o desenvolvimento do processo
Pode, ainda, ser ministrada através de organizações ou serviços de reconhecimento, validação e certificação de competências
criados em complemento aos sistemas convencionais. (RVCC).

Avaliação de Competências Certificado de Qualificações

Processo que permite verificar se o candidato sabe executar Certificado atribuído ao candidato na sequência da realização
as tarefas/detém as competências descritas no referencial de de um Júri de certificação que especifica as unidades de
RVCC profissional face ao qual está a ser avaliado, tendo em competência certificadas em função do referencial de RVCC
conta os critérios de desempenho esperados. profissional correspondente à saída profissional no âmbito da
qual desenvolve o processo de RVCC profissional.
Avaliador de RVC
Competências
Profissional que, no âmbito do processo de RVCC profissional,
utilizando os instrumentos de avaliação adequados, valida as Capacidade comprovada de mobilizar e usar recursos
tarefas/competências profissionais detidas pelo candidato, diversos (conhecimentos, aptidões/competências funcionais
de acordo com o respectivo referencial de RVCC profissional, e competências sociais e/ou metodológicas) em diferentes
e que, face às competências em falta, conjuntamente com o situações, designadamente para a resolução de problemas ou
tutor de RVC, define uma primeira versão do Plano Pessoal de realização de tarefas.
Qualificação. O avaliador de RVC pode ser interno ou externo ao Comprovativos
Centro Novas Oportunidades.
Documentos ou outro material que comprove, de forma
Avaliador Externo consistente, as tarefas/competências que o candidato sabe
Individualidade local/regional, com competência técnica executar/possui e pretende ver validadas. Estes comprovativos
reconhecida, em conformidade com os requisitos exigidos incluem, nomeadamente, declarações de empregadores,
atestados de formação profissional ou avaliações, exemplos

57
de trabalhos, referências, descrição de actividades/postos de
trabalho, etc. F
Contrato Ficha de percurso profissional e de formação

Concretização da adesão do candidato ao processo, formalizada Ficha preenchida pelo candidato na etapa de reconhecimento,
através da assinatura de um documento, que especifica a com o apoio do profissional de RVC, que sistematiza informação
natureza do processo de RVCC. É, também, através desta referente ao seu percurso profissional (locais de trabalho,
formalização que o candidato fica abrangido por medidas de funções desempenhadas, condições de exercício do trabalho)
protecção em situação de acidente no decurso do processo. e de formação (acções de formação frequentadas). Esta ficha
inclui uma listagem com indicação de diferentes tipos de
Coordenador documentos que podem constituir comprovativos de execução
Profissional responsável pela dinamização, coordenação de determinadas tarefas, e que pretende apoiar o candidato no
e avaliação da actividade dos dispositivos de RVCC e das processo de recolha de provas, tendo uma função estruturante
respectivas equipas, assim como pelo planeamento da do Portefólio.
actividade do Centro Novas Oportunidades, com base na
realização de diagnósticos locais, na promoção de parcerias a
montante (identificação e mobilização de candidatos) e a jusante
(concretização de respostas integradas), e na divulgação do
dispositivo de RVCC junto dos seus potenciais candidatos. Este
J
profissional tem um carácter transversal às vertentes escolar Júri de certificação
e profissional dos dispositivos de RVCC, sendo responsável Grupo constituído pelo profissional de RVC e por técnicos das
por assegurar o cumprimento das orientações metodológicas e áreas profissionais, nas funções de tutor de RVC e avaliador
técnicas divulgadas e emitidas pela ANQ e instituições regionais de RVC, e ainda por um avaliador externo ao Centro Novas
da tutela. Oportunidades, nomeado pelo Director do Centro, com o
Critério de avaliação objectivo de certificar as competências profissionais detidas
pelo candidato através de um processo de RVCC, conducentes
Requisito de desempenho que permite avaliar as condições em a um certificado de qualificações ou mesmo de um diploma
que o candidato realiza cada tarefa. quando estejam reunidas as condições para a obtenção de uma
dupla certificação, que corresponde a uma qualificação prevista
no Catálogo Nacional de Qualificações.

D
Diploma
Diploma atribuído ao candidato na sequência da sessão de
K
certificação de competências ou de frequência de uma acção de Kit de avaliação
formação, quando há condições para atribuir uma qualificação Conjunto de instrumentos de avaliação para uso nos processos
de nível 2 ou 3 prevista no Catálogo Nacional de Qualificações. de reconhecimento, validação e certificação de competências
profissionais, construídos com base nos perfis de saída dos
referenciais de formação. O “kit de avaliação” é constituído
por:
E • Grelha de auto-avaliação - check-list das unidades de
Entrevista Técnica competência e tarefas que compõem o Referencial de RVCC
profissional, que permite ao utente uma primeira auto-análise
Análise e discussão do Portefólio para averiguar a solidez
das tarefas e identificar o que, presumivelmente, sabe e que
das evidências/provas das competências profissionais que o
lacunas tem. Este instrumento de avaliação constitui o ponto
candidato pretende ver validadas.
de partida para a estruturação da verificação do domínio das
tarefas, visando a sua validação;

58
• Ficha de análise do Portefólio - check-list das unidades de curta duração e de contexto, o percurso que o candidato deve
competência e tarefas que compõem o Referencial de RVCC seguir com o objectivo de aquisição das competências em falta,
profissional, que permite ao tutor de RVC sinalizar quais as para obter a qualificação.
tarefas a validar através da análise de comprovativos que
Portefólio
constam do Portefólio;
Documento de suporte que reúne todos os documentos e
• Entrevista técnica (Guião) - conjunto de questões técnicas,
material comprovativo utilizado para evidenciar as competências
centradas em cada uma das unidades de competência/tarefas,
e comprovar o domínio de execução das tarefas que o candidato
que permite clarificar dúvidas sobre o domínio destas e
pretende ver validadas e certificadas ao longo do processo de
verificar a fiabilidade dos indícios apresentadas no Portefólio,
RVCC profissional.
visando uma eventual validação sem recurso a outro tipo
de provas mais complexas. O guião desta entrevista deve Profissional de RVC
estruturar-se utilizando, as técnicas próprias, de modo a Técnico que acompanha o candidato ao longo de todo o percurso
permitir confirmar a veracidade das situações em análise; nos processos de RVCC e que conduz o desenvolvimento da
• Ficha de caracterização e respectiva Grelha de exercício prático metodologia de balanço de competências e de construção do
e mensuração - proposta de actividade, acompanhada dos Portefólio, no âmbito das vertentes escolar e/ou profissional
respectivos critérios que permitem avaliar, de forma rigorosa, na etapa de reconhecimento e estabelece as articulações
o desempenho de uma determinada tarefa. Cada exercício é necessárias com os formadores das diferentes áreas de
parcial por referência ao elenco de unidades de competência competências-chave e tutor de RVC.
que constituem o Referencial de RVCC profissional; no
entanto, para cada saída profissional tratada no âmbito do
dispositivo de RVCC profissional, as fichas de caracterização
e a Grelha de exercício e mensuração disponíveis abrangem
a totalidade das unidades de competências que integram o
R
respectivo o Referencial de RVCC profissional; Referencial de Formação

• Grelha de observação de desempenho em posto real de trabalho Referencial correspondente a cada qualificação que integra
- instrumento que, como o próprio nome indica, permite o Catálogo Nacional de Qualificações, e que inclui uma
observar, em contexto real de trabalho, se o candidato sabe componente de formação de base (escolar) e uma componente
executar as tarefas associadas a um determinado Referencial de formação tecnológica (profissional), ambas organizadas
de RVCC profissional. Este instrumento focaliza o conjunto numa lógica modular (Unidade de Formação de Curta Duração
de tarefas e respectivas grelhas de observação e mensuração, – UFCD – de 25h ou 50h).
que abrangem a totalidade das unidades de competência que Referencial de RVCC profissional
constituem o Referencial de RVCC profissional.
Referencial específico para cada saída profissional que integra o
Catálogo Nacional de Qualificações, e que especifica o conjunto
de unidades de competência e de tarefas em que se baseia o

P processo de RVCC.

Perfil Profissional
Conjunto de actividades associadas à qualificação, bem como os
saberes, saberes-fazer e saberes-ser necessários para exercer T
as actividades. Tarefas
Plano Pessoal de Qualificação (PPQ) Conjunto de acções observáveis, através das quais o candidato
Plano definido para o candidato que é encaminhado para uma demonstra o domínio das competências requeridas para a
solução educativa/formativa na sequência da realização de um validação de cada unidade de competência. As tarefas têm um
diagnóstico ou da realização de uma sessão de validação. O PPQ pendor acentuadamente funcional (conceito de skills), razão
define, em termos de especificação de unidades de formação de pela qual são definidas a partir de objectivos e conteúdos

59
eminentemente práticos e operacionalizáveis de cada uma das
unidades de competência.
Tarefas não nucleares
Tarefas que apresentam uma importância marginal face aos
resultados finais de uma dada saída profissional/profissão.
Estas tarefas não têm carácter eliminatório na validação de
unidades de competência.
Tarefas nucleares
Tarefas cuja mobilização correcta mais contribui para os
resultados finais pretendidos. Estas tarefas, se não forem
correctamente executadas, resultam em impactos mais
negativos sobre o resultado pretendido. Se o candidato não
detiver as competências correspondentes a uma tarefa nuclear,
não verá validada a correspondente unidade de competência à
qual a mesma pertence, mesmo que demonstre possuir todas
as outras competências dessa mesma unidade.
Tutor de RVC
Profissional que, no âmbito do RVCC profissional, apoia o
candidato na identificação e comprovação das suas tarefas/
competências, face aos Referenciais do RVCC profissional, com
base na utilização dos instrumentos de avaliação disponíveis,
apoiando, ainda, o candidato na consolidação do seu Portefólio.

U
Unidade de Competência (UC)
Unidade de referência a partir da qual se estrutura o “kit de
avaliação” do RVCC profissional e que integra o conjunto de
tarefas, conhecimentos, saberes sociais e relacionais a elas
associados, relativamente aos quais os candidatos são avaliados.
As UC definem-se a partir das UFCD, de carácter operatório, que
integram os Referenciais de formação disponíveis no Catálogo
Nacional de Qualificações. Cada UC tem correspondência directa
com uma UFCD.
Unidade de Formação de Curta Duração
Conjunto estruturado de conteúdos/actividades com sequência
pedagógica que visa a aquisição de uma competência ou de um
determinado conjunto de competências.

60
Anexos

61
62
Anexos

ANEXO 1 – Modelo de Ficha de percurso profissional e de formação

ANEXO 2 – Modelo de Grelha de auto-avaliação

ANEXO 3 – Modelo de Ficha de análise do Portefólio

ANEXO 4 – Modelo de Guião de entrevista

ANEXO 5 – Modelo de Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho

ANEXO 6 – Modelo de Ficha de caracterização do exercício e de Grelha de avaliação de exercícios práticos

ANEXO 7 – Modelo de Acta da sessão de júri de certificação

ANEXO 8 – Modelo de Plano Pessoal de Qualificação

63
Anexo1

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Ficha de percurso profissional e de formação

1. DADOS PESSOAIS

Nome ________________________________________________________________________________________________________
N.º de Identificação Civil/Militar/Passaporte __________________________________________________ válido até ____ / ____ / ____ ,
emitido por/em ________________________________________________________________________________________________

2. MODALIDADE DE CERTIFICAÇÃO/ÁREA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Nível _________________________________________________ Modalidade ____________________________________________


Área de Educação e Formação ____________________________________________________________________________________
Saída profissional ________________________________________ Nível de Qualificação _____________________________________

3. IDENTIFICAÇÃO DO PERCURSO PROFISSIONAL


(Descrever todos os empregos que teve até ao momento, em Portugal ou no estrangeiro, independentemente se estes estão, ou não, rela-
cionados com o pedido de certificação. É importante que descreva todo o seu percurso profissional. Neste campo deve mencionar apenas
os empregos exercidos por conta de outrém).

• IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
Nome ________________________________________________________________________________________________________
Morada _______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
Ramo de Actividade _____________________________________________________________________________________________

• IDENTIFICAÇÃO DO POSTO DE TRABALHO


Nome do Serviço/Secção/Departamento _____________________________________________________________________________
Designação/Categoria Profissional _________________________________________________________________________________
Funções desempenhadas _________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Tempo de exercício destas funções ______ anos ______ meses

logótipo da
entidade
financiadora

64
• CONDIÇÕES DE EXERCÍCIO DO TRABALHO:

a) Informações recebidas para a realização das tarefas (Indicar que tipo de informações, quem lhas dá e como lhe são transmitidas):
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________

b) Informações transmitidas a outros no decorrer das suas tarefas (Indicar que tipo de informações dá, a quem, como e porque o faz):
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________

c) Relações profissionais com o exterior da empresa, por exemplo, com clientes ou fornecedores (Indicar que tipo de relações, com
quem e em que casos):
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________

d) Controlo do seu trabalho (Indicar por quem, como e quando é feito esse controlo, quem decide a organização do seu trabalho,
nomeadamente quanto tempo dedica a cada tarefa e o modo como a executa):
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

logótipo da
entidade
financiadora

65
4. OUTRAS ACTIVIDADES PROFISSIONAIS OU EXPERIÊNCIAS EXTRA-PROFISSIONAIS

(Indicar as informações que julgue úteis para a avaliação da sua experiência profissional. Deve referir neste campo as activi-
dades que exerceu por conta própria assim como tarefas/funções exercidas em regime de voluntariado).

• IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Nome ___________________________________________________________________________________________
Morada __________________________________________________________________________________________
Ramo de Actividade ________________________________________________________________________________

• IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHO DESENVOLVIDO


Trabalho desenvolvido:
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________

Tempo de serviço destas funções ________ anos ________meses

• IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Nome ___________________________________________________________________________________________
Morada __________________________________________________________________________________________
Ramo de Actividade _________________________________________________________________________________

• IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHO DESENVOLVIDO


Trabalho desenvolvido:
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________

Tempo de serviço destas funções ________ anos ________meses

logótipo da
entidade
financiadora

66
5. FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMPROVADA

(Descrever as principais formações que frequentou. Deve descrever formações realizadas, quer em entidades formadoras,
quer em empresas, assim como os estágios, os seminários e outros eventos que julgar pertinentes).

Designação da Acção ________________________________________________________________________________


Entidade promotora _________________________________________________________________________________
Duração total (em horas) _____________ Data de realização __________________________________________________
Observações ______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

Designação da Acção ________________________________________________________________________________


Entidade promotora _________________________________________________________________________________
Duração total (em horas) _____________ Data de realização __________________________________________________
Observações ______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

Designação da Acção ________________________________________________________________________________


Entidade promotora _________________________________________________________________________________
Duração total (em horas) _____________ Data de realização __________________________________________________
Observações ______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

Designação da Acção ________________________________________________________________________________


Entidade promotora _________________________________________________________________________________
Duração total (em horas) _____________ Data de realização __________________________________________________
Observações ______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

Designação da Acção ________________________________________________________________________________


Entidade promotora _________________________________________________________________________________
Duração total (em horas) _____________ Data de realização __________________________________________________
Observações ______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

logótipo da
entidade
financiadora

67
6. CHECK-LIST DE COMPROVATIVOS

(Deve procurar reunir os comprovativos que permitam comprovar que sabe desempenhar as tarefas que assinalou positiva-
mente no teste de auto-avaliação).

(A preencher pelo adulto) (A preencher pelos


serviços)
Certificados Escolares � �
Certificados de Cursos de Formação � �
Certificados de Participação em Seminários � �
Avaliações de Desempenho � �
Declarações emitidas pela empresa aquando da saída � �
Descrição de funções � �
Cartas de recomendação de empregadores � �
Cartas de recomendação de clientes ou fornecedores � �
Relatórios de directores relativos às funções desempenhadas � �
Boletins de empresa (Quadros de honra) � �
Artigos de jornal � �
Amostras de trabalhos efectuados � �
Fotografias de trabalhos efectuados � �
Recompensas � �
Actas de reuniões cuja participação foi relevante � �
Outros �

Quais? (Deve mencionar quais os comprovativos)


__________________________________________________________________________ �
__________________________________________________________________________ �
__________________________________________________________________________ �
__________________________________________________________________________ �
__________________________________________________________________________ �
__________________________________________________________________________ �
__________________________________________________________________________ �

logótipo da
entidade
financiadora

68
7. OBSERVAÇÕES

(Este espaço destina-se a todo o tipo de informações que julga não ter fornecido ao longo deste formulário e que pensa po-
derem ser úteis na avaliação da sua candidatura.)

___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________

Centro Novas Oportunidades ___________________________________________________________________________


Profissional de RVC _________________________________________________________________________________
Data da sessão de preenchimento da Ficha de Percurso Profissional e de Formação ____/____/____ _____________________

logótipo da
entidade
financiadora

69
Anexo 2

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Grelha de auto-avaliação

Grelha de auto-avaliação

UFCD correspondente
_________________
UC: (identificação da unidade de competência)
Nº UC (sequencial)
1

Tarefas Sim Não


1.1 (identificação da tarefa)

1.2 (identificação da tarefa)

1.3 (identificação da tarefa)

1.4 (identificação da tarefa)

(...)

UFCD correspondente
_________________
UC: (identificação da unidade de competência)
Nº UC (sequencial)
2

Tarefas Sim Não


2.1 (identificação da tarefa)

2.2 (identificação da tarefa)

2.3 (identificação da tarefa)

2.4 (identificação da tarefa)

(...)

70
Anexo 3

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Grelha de análise do Portefólio

Ficha de análise do Portefólio

UFCD correspondente
_________________
UC: (identificação da unidade de competência)
Nº UC (sequencial)
1

Tarefas Conhecimentos e Ponderação Estado da Avaliada


saberes sociais e (1 a 5) tarefa via
relacionais Portefólio

1.1 (identificação da tarefa)



1.2 (identificação da tarefa)

1.3 (identificação da tarefa)

1.4 (identificação da tarefa)

(...)

UFCD correspondente
_________________
UC: (identificação da unidade de competência)
Nº UC (sequencial)
2

Tarefas Conhecimentos e Ponderação Estado da Avaliada


saberes sociais e (1 a 5) tarefa via
relacionais Portefólio

2.1 (identificação da tarefa)



2.2 (identificação da tarefa)

2.3 (identificação da tarefa)

2.4 (identificação da tarefa)

(...)

71
Anexo 4

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Guião de entrevista

Guião de Entrevista Técnica

UFCD correspondente
_________________
UC: (identificação da unidade de competência)
Nº UC (sequencial)
1

Questões Conhecimentos e Notas Ponderação Pontuação


saberes sociais e do Tutor (1 a 5) atribuída
relacionais

1.1 (identificação da tarefa)

1.2 (identificação da tarefa)

1.3 (identificação da tarefa)

1.4 (identificação da tarefa)

(...)

UFCD correspondente
_________________
UC: (identificação da unidade de competência)
Nº UC (sequencial)
2

Questões Conhecimentos e Notas Ponderação Pontuação


saberes sociais e do Tutor (1 a 5) atribuída
relacionais

2.1 (identificação da tarefa)

2.2 (identificação da tarefa)

2.3 (identificação da tarefa)

2.4 (identificação da tarefa)

(...)

72
Tarefa X
Tarefa X
Tarefa X
Tarefa X
Tarefa X
1
Nº UC (sequencial)
_________________
UFCD correspondente

Ponderação

1. Tempo de execução

2. Cumprimento de regras de SHT

3. Capacidade de decisão de resolução de problemas


Anexo 5

Critérios de avaliação

4. Planeamento do trabalho

5. Cumprimento da sequência de trabalho adequada

6. Mobilização adequada de conhecimento e conceptual e técnico

7. Selecção e utilização adequada de espaços, equipamentos,


ferramentas e materiais

8. Destreza do gesto profissional


Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho

9. Economia de tempo e materiais


Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho

10. Inovação/Criatividade

11. Qualidade resultado final

12. Capacidade de trabalho em equipa

Classificação

73
Anexo 6

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Ficha de caracterização do exercício

EXERCÍCIO PRÁTICO
Ficha de caracterização do exercício

UC1: UFCD correspondente

OBJECTIVO:

TEMPO PREVISTO POR TAREFA:

NOME DO/A CANDIDATO/A


________________________________________________________________________________________________
RECURSOS (Materiais, Equipamentos, Ferramentas, etc.)

TAREFAS PROCEDIMENTOS

74
(Identificar tarefa)

(Identificar tarefa)
(Identificar tarefa)
(Identificar tarefa)
(Identificar tarefa)
(Identificar tarefa)
(Identificar tarefa)
Ponderação

1. Tempo de execução

2. Cumprimento de regras de SHT


Anexo 6 (cont.)

Critérios de avaliação

3. Capacidade de decisão e de resolução de problemas

4. Planeamento do trabalho
Grelha de exercício prático (excerto)

5. Cumprimento da sequência de trabalho adequada


Grelha de Avaliação de exercícios práticos

6. Mobilização adequada de conhecimento conceptual e técnico


Modelo de Ficha de caracterização do exercício

7. Selecção e utilização adequada de espaços, equipamentos,


ferramentas e materiais

8. Destreza do gesto profissional


Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

9. Economia de tempo e materiais

10. Inovação/Criatividade

11. Qualidade resultado final

Classificação

75
Anexo 7

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo da Acta da sessão de júri de certificação

Acta da Sessão de Júri de Certificação


DADOS PESSOAIS
Nome ______________________________________________________________________________
N.º de Identificação Civil/Militar /Passaporte _________________ válido até ____ /____ /____,
emitido por/em _____________________________________________________________________

MODALIDADE DE CERTIFICAÇÃO/ÁREA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO


Nível _________________________________________ Modalidade __________________________
Área de Educação e Formação _________________________________________________________
Saída profissional ____________________________ Nível de Qualificação __________________
Data da Sessão de Júri de Certificação _____ /_____ /_____
Local da Sessão _____________________________________________________________________

RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
UC VALIDADAS UC NÃO VALIDADAS OBSERVAÇÕES*
N.º de ordem Designação N.º de ordem Designação

ASSINATURAS
Avaliador(a) externo(a) __________________________________ __________________________
Avaliador(a) RVC _______________________________________ __________________________
Tutor(a) RVC __________________________________________ __________________________
Profissional RVC ________________________________________ __________________________
Candidato(a) ___________________________________________ __________________________

* Neste campo poderá incluir-se informação de natureza variada, complementar à listagem de UC validadas e não
validadas, e que é útil para a fundamentação do Plano Pessoal de Qualificação definido. Caso se justifique, esta informação
pode ser relativa à identificação das tarefas que, no âmbito de cada UC, foram validadas ou não validadas, ou ainda à
especificação da capacidade de mobilização de conhecimentos teóricos e de saberes sociais/relacionais associados às
várias UC demonstrada pelo candidato ao longo do processo de RVC.

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76
Anexo 7 (cont.)

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo da Acta da sessão de júri de certificação

Observações**

** Registar aspectos qualitativos da sessão de avaliação, nomeadamente o eventual recurso adicional aos instrumentos
de avaliação. Deve, também, ser expressa uma apreciação global do Portefólio que justifique as competências validadas.

Anexos à Acta***

*** Especificar neste campo os documentos anexados à Acta: cópia do Certificado emitido, cópia do Plano Pessoal de
Qualificação (obrigatório, sempre que o candidato seja encaminhado para um percurso de formação), cópia das partes
dos instrumentos de avaliação utilizados no âmbito da sessão de certificação.

Encaminhamentos****

**** Indicar se houve encaminhamento concreto para um percurso formativo/entidade formadora ou se foi proposta
uma resposta de outro tipo.

RUBRICAS
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________

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77
Anexo 8

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Plano Pessoal de Qualificação

Plano Pessoal de Qualificação


DADOS PESSOAIS
Nome ______________________________________________________________________________
N.º de Identificação Civil/Militar /Passaporte _________________ válido até ____ /____ /____,
emitido por/em _____________________________________________________________________

MODALIDADE DE CERTIFICAÇÃO/ÁREA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO


Nível _________________________________________ Modalidade __________________________
Área de Educação e Formação _________________________________________________________
Saída profissional ____________________________ Nível de Qualificação __________________

PLANO PESSOAL DE QUALIFICAÇÃO (PPQ)


Módulos de Formação/Unidades de Formação de Curta Duração/Unidades de Competência
Código Designação Objectivos* Duração

* A preencher nos casos em que, justificadamente, a formação prescrita incida sobre determinados conteúdos específicos
das unidades de formação de curta duração (UFCD), e não sobre a UFCD no seu todo. Quando assim for, mantém-se o
registo do código e da designação da UFCD mas, para além disso, os objectivos deverão reflectir a opção de focalização
em apenas alguns dos conteúdos da UFCD. No campo das “Observações” (página seguinte) é possível, se necessário,
explicitar-se as opções feitas a esse nível.

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78
Anexo 8 (cont.)

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Plano Pessoal de Qualificação

Observações:

Centro Novas Oportunidades ________________________________________________________


Equipa responsável pela emissão do PPQ:
Nome Função Assinatura
__________________________ __________________________ __________________________
__________________________ __________________________ __________________________
__________________________ __________________________ __________________________
__________________________ __________________________ __________________________
__________________________ __________________________ __________________________
Data _____ / _____ / _____

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Anexo 8 (cont.)

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Plano Pessoal de Qualificação

Plano Pessoal de Qualificação (Anexo)

ROTEIRO DE ACTIVIDADES*
Período de _____ / _____ /_____ a _____ / _____ /_____
Objectivos a atingir Descrição dos objectivos a desenvolver
( competências a adquirir)

* O Roteiro de Actividades devidamente preenchido deve ser entregue ao candidato. É com base neste documento que
deverão ser desenvolvidos os processos de auto-formação ou formação no posto de trabalho, posteriores ao processo
de RVC.

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80
Anexo 8 (cont.)

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais

Modelo de Plano Pessoal de Qualificação

PLANIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES PRÁTICAS A DESENVOLVER


DURANTE A EXPERIÊNCIA DE TRABALHO
Actividades Mês Semana Observações
1

3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24

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81
82
A aposta no aumento das qualificações é indutora do desenvolvimento social e da
competitividade das economias. Os sistemas de educação-formação assumem, neste
âmbito, um papel decisivo, garantindo a coexistência de vias diversas que possibilitam
uma permanente aquisição e actualização de novas competências. 
 
O  sistema nacional de reconhecimento, validação e certificação de competências
constitui uma das respostas às necessidades de qualificação da população adulta
que, não tendo tido oportunidade de obter uma qualificação formal,  demonstra ter
adquirido competências ao longo da vida pessoal e profissional, em contextos não
formais e informais.  Este sistema, já estruturado para responder às necessidades
de reconhecimento das competências escolares correspondentes ao 4º, 6º, 9º ou 12º
anos de escolaridade, vê agora alargado o seu âmbito de intervenção para as qualificações
de nível 1, 2 ou 3, iniciando, assim, a possibilidade de completar percursos de dupla
certificação através deste dispositivo e/ou sua combinação com outras modalidades de
educação-formação de adultos, como são os Cursos EFA e as formações modulares
certificadas.
 
Inseridos no Catálogo Nacional de Qualificações (www.catalogo.anq.gov.pt), e sob a
responsabilidade de concepção e actualização da Agência Nacional para a Qualificação,
I.P., os referenciais para o reconhecimento de competências profissionais são mais uma
peça fundamental para a consolidação do actual Sistema Nacional de Qualificações.
 
O Guia de Operacionalização de Processos de Reconhecimento, Validação e Certifi-
cação de Competências Profissionais  constitui-se como uma ferramenta de apoio
à operacionalização de processos de reconhecimento, validação e certificação de
competências profissionais. Este guia é especialmente destinado às equipas técnico-
pedagógicas dos Centros Novas Oportunidades. 
 
Neste documento define-se  a natureza e especificidades dos processos de reconheci-
mento, validação e certificação de competências profissionais, descrevendo cada uma
das suas etapas, respectivos intervenientes e  outros elementos  de referência. Apre-
senta-se  e descreve-se  igualmente  a aplicação dos diferentes instrumentos de apoio 
ao processo de avaliação dos candidatos à qualificação. 

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