Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Resumo
Questões relativas à percepção do ambiente foram realizadas com o objetivo de definir
futuros usuários para uma trilha interpretativa localizada no sítio do Dotta, no município
de Sapiranga, Rio Grande do Sul. Toda a trilha foi caracterizada levando-se em conta
seus aspectos bióticos e abióticos. O conjunto de informações identificou 14 estações
de trabalho. Posteriormente, dividiram-se os participantes em três grupos segundo sua
idade, profissão e preocupação com a causa ambiental. Entre os participantes, 59%
eram estudantes, 21% industriários, 13% comerciários e 7% desempregados. Destes,
55% tinha entre 14 a 16 anos. Todas as questões abordadas tiveram como objetivo
averiguar um possível parâmetro entre idade/profissão e o grau de preocupação
ambiental. Entre os itens considerados indispensáveis ao se realizar uma trilha, 97%
consideraram a máquina fotográfica, seguido de água potável (80%). Com relação a
sua atitude ao avistar um animal (cobra, aranha ou lagarto), 50% respondeu que
esperaria ele se afastar. Sobre a preferência no uso dos sentidos (tocar, cheirar, ouvir
ou ver), houve um baixo interesse (4,33%) nos dois primeiros. A maioria opta por
informações detalhadas (76%) e 54% priorizam a conversa durante a caminhada. Os
principais focos de interesses são às árvores (45%) e os mamíferos de grande porte
(22%). Sobre a lembrança que levariam da trilha, 73% mencionaram uma fotografia,
69,33% uma concha e 59% uma folha. O grupo 1 constituído por trabalhadores com
idades entre 15 e 19 anos dão grande importância ao seu bem-estar e preferem não
se arriscar em situações de interação com o meio ambiente. O grupo 2 formado por
estudantes do magistério com idades entre 14 e 19 anos demonstraram preocupação
em melhorar seus conhecimentos em Biologia, e o grupo 3, formado por alunos do
ensino fundamental com idades entre 14 e 16 anos, foi o mais propenso a aprender,
pois manifestaram menor temor com relação ao ambiente.
Caracterização da trilha
O sítio das Águas Dotta localiza-se ao norte do município de Sapiranga, na
base do planalto basáltico. Inserido na localidade denominada Kraemer-Eck entre
Sapiranga e Dois Irmãos, o local é cercado por propriedades com características
diversas, como: sítio residencial, sítio de lazer, campo para criação de animais, matas
de acácias, culturas de subsistência e áreas de mata preservada. Típica propriedade
rural adaptada ao turismo de lazer, com piscinas, churrasqueiras, restaurantes, e um
pequeno museu e playground, possui ainda um lago que represa a água vinda das
áreas altas através de pequenos arroios (Figura 1).
30º
51º
c
(Cham.) Glassm.) de onde se observa o vale e pedreira (Figura 3G), num local
cercado por floresta nativa. Ótimo local para avaliar e discutir as percepções e
vivências sobre o passeio, a formação geológica regional, realizar jogos
ecológicos, ou simplesmente admirar a paisagem.
Perfil do grupo 1
Constituído por comerciários e industriários com idades entre 15 e 19 anos,
possuem como interesse comum o aprender sobre o ambiente. Alguns acreditam na
coleta indiscriminada e sem critérios e valorizam o seu bem-estar (muito repelente e
água). Contudo, a maioria prefere fotografar (dados da questão XI). Ninguém citou que
eliminaria um animal em seu caminho, mas preferem não se arriscar, como indica a
questão VI (92% dizem que dependendo da situação tocariam, cheirariam ou ouviriam
algo). A maioria participaria de jogos ecológicos (83%). Todos preferem informações
detalhadas (100%). As paradas para conversar obtiveram 59% e foram solicitadas
informações sobre vegetação. Cerca de 50% deles e menos de 8% interessaram-se
sobre mamíferos, sendo que não houve questionamentos sobre rochas, liquens,
cogumelos e aves, denotando distanciamento desses organismos e dos aspectos
geológicos, talvez pela falta de vivência e de associações entre os fatores bióticos e
abióticos. Das possíveis lembranças, às fotos são maiorias (100%), seguido de rochas
e cascas (50%). Poucos levariam plantas e animais. O respeito pelos seres vivos ou a
necessidade de cuidados faz com que a vontade de levar para casa algo vivo seja
reduzida.
Perfil do grupo 2
Formado por estudantes do primeiro ano do curso normal, com idades entre
14 e 19 anos. Tem como preocupação melhorar seus conhecimentos em Biologia. A
questão IV demonstra a preocupação em fotografar, anotar (56% levariam caderneta),
proteger-se (chapéu 78%, repelente 33% e água 67%, além de comida 33%) e cerca
de um terço preocupam-se em não deixar lixo no local, ou quem sabe, recolhê-lo
(44%). Desse grupo 22% eliminaria um animal que lhe cruzasse o caminho e 56% iria
fotografá-lo. A maioria informa que, dependendo da situação, tocaria ou cheiraria algo
na mata (67%), outros 22% preferem ver e apenas 11% ouvir. Desse grupo 78%
participariam de um jogo ecológico.
Quanto ao item informações, a maioria prefere que seja detalhada (67%) e
11% não querem obter informações. Nas estações, 78% preferem apenas parar para
observar e não para conversar. A maioria se interessa por mamíferos (33%) e aranhas
(22%), e 11% mostram interesse pelas árvores, bromélias e insetos. Novamente não
houve nenhum interesse pelas rochas. Quando a pergunta é sobre o que você levaria
para casa, 78% levariam penas e conchas, 67% flores, pedras e cascas enquanto que
apenas 22% levariam animais ou plantas. Tais respostas demonstram a cultura na
qual aquilo o que não for vivo, pode ser retirado sem problemas.
Perfil do grupo 3
Constituído por estudantes do ensino fundamental com idades entre 14 e 16
anos, suas preocupações diferem dos outros grupos provavelmente pela curiosidade
inerente em alunos dessa faixa etária. Todos informaram que é indispensável levar a
máquina fotográfica (100%), seguida pela água (75%), pelo repelente (63%), chapéu
(50%) e por sacolas para lixo (13%). Nenhum deles eliminaria um animal que lhe
cruzasse o caminho, preferindo fotografá-lo. A maioria prefere ver (63%), sendo que
tocar e cheirar perfez 13% cada.
Quanto ao jogo ecológico, todos participariam. Muitos preferem informações
detalhadas (63%). Quanto ao que gostariam de saber mais, as árvores levaram
vantagem, seguidas pelos mamíferos e aranhas. No caso do que você levaria para
casa como lembrança, 88% disseram que levariam conchas, 75% levariam flores, 63%
levariam fotos e folhas e novamente a minoria levaria um ser vivo. O grupo 3 é o mais
propenso a aprender e aquele com menor temor com relação ao ambiente.
Conclusão
Ao se organizar as saídas a maior dificuldade sempre foi o de se criar um
ambiente de multidisciplinaridade, pois professores de outras áreas que não da
Biologia, não tinham disposição de participar do passeio.
Grupos não agendados, geralmente serão heterogêneos e o guia terá que ser
eclético nas abordagens.
De posse das características de cada grupo é possível fazer um trabalho
diferenciado em cada saída, salientando os aspectos de interesse dos ecoturistas,
mas também os aspectos negativos para que haja, na prática, um processo de
mudança de atitudes, verdadeiro objetivo da Educação Ambiental.
Bibliografia
FLECK, L. (1994). A História de Sapiranga. Santa Maria: Pallotti, 1994.
MAGRO, T.C.; FREIXÊDAS, V.M. (1998) Trilhas: como facilitar a seleção de pontos
interpretativos. Circular Técnica IPEF, n. 186, Setembro de 1998. pp.4-10.
D E
F G