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CRÔNICA
Tudo o que tenho é seu
ÁGUA NO RADIADOR
OS CARECAS
cada vez mais complexo e distante do nosso entendimento. Ele é
praticamente uma entidade abstrata e intocável aos meros mortais
como nós. Usá-lo é para os cientistas, a gente fica mesmo é com o Por Jefferson Silveira
coração. Na hora de amar, na hora de brigar, na hora da indecisão,
o coração sempre ganha do cérebro, é mais fácil. Muitas vezes essa
técnica ajuda e faz a vida andar, mas ignorar a razão por muito tempo
gera um mal costume, um retorno ao primitivo, ao ato reflexo, à
inconsequência e à superstição.
Perceba que as confusões e brigas começam quando uma das
partes perde a razão, quando acabam os seus argumentos. Perceba
que um sujeito atira em alguém numa briga de trânsito quando escolhe
não usar a cabeça e medir as ações. Perceba que uma sociedade
afunda quando se ignora o intelectual e não pensa nas consequências
futuras do que está fazendo.
Existe sempre o valentão que, depois de fazer burrada, se
justifica: “Pô, eu não tenho sangue de barata!”. E não tem mesmo! Mas
como anda o seu radiador? Tem usado direito? Trocado a água,
limpado? Afinal, como qualquer peça de qualquer máquina que não
se usa, ele enferruja e para de funcionar. É aí que vão meus créditos
pro Aristóteles, o cara que melhor definiu o cérebro na história do
mundo, só faltou dizer que a “água” desse “radiador” é o conhecimento,
a criatividade e refrescâncias afins.