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ATO OBSCENO
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O ato obsceno está assim tipificado no art. 233 do Código Penal: “praticar ato
obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público”. A pena é detenção, de três
meses a um ano, ou multa.
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo desse crime. Sujeito passivo é a coletividade
e, também, a pessoa que presenciar a realização do ato proibido.
13.2 TIPICIDADE
Praticar é o mesmo que realizar, concretizar, executar um ato. Uma ação concreta
através de um movimento corporal. É fazer algo usando o próprio corpo.
Público é o lugar que, por sua destinação natural, pode ser freqüentado por todas as
pessoas. São os logradouros públicos, as ruas, praças, estradas e vias públicas, onde todas
as pessoas podem ir e vir, transitar sem qualquer restrição.
Aberto ao público é aquele que, embora constituindo um espaço fechado, pode ser,
entretanto, freqüentado por um número indeterminado de pessoas, mediante a realização
de alguma condição estabelecida. Cinemas, teatros, estádios, ginásios, escolas etc.
Ora, a obscenidade do ato, elementar do tipo, tem natureza normativa e não pode
ser compreendida senão do ponto de vista das pessoas que venham a sofrer o incômodo ou
o desconforto que sua visão provoca, a lesão ao seu direito de não vê-lo. Se ninguém o vê,
não se pode considerá-lo obsceno.
O que pode ser obsceno para uns em determinados locais, não o será para outros,
nos mesmos lugares. Por exemplo, nos desfiles de escolas de samba, realizados em vias
públicas das cidades brasileiras ou nas representações teatrais feitas em lugares abertos ao
público são praticados atos corporais de realce da nudez humana, fortes alguns em
conteúdo erótico ou libidinoso, os quais, entretanto, não ofendem aos que os presenciam,
antes, são até inspiradores de deleite ou prazer. Não são, ali, obscenos. Estes mesmos atos,
praticados numa igreja, causarão, induvidosamente, enorme ultraje aos sentimentos
pessoais dos presentes.
A obscenidade que a norma busca coibir encontra-se, portanto, não apenas no ato
em si, mas em sua repercussão no sentimento pessoal de quem o presencia.
escarnecer dos fiéis ou adeptos da religião, ainda que não haja uma só pessoa no momento
do fato, comete o crime do art. 208 e não este do art. 233.
Quem urina na rua não o faz, necessariamente, para ultrajar o “pudor” de quem
esteja nas imediações ou para causar constrangimento ou incômodo nos circunstantes. Se
o fizer com tal fim, cometerá crime, porque a norma quer proteger os que passam pelo
lugar público da visão dessa cena.
Consuma-se quando o agente pratica o ato na presença de, pelo menos, uma
pessoa. Isto é, quando ofende o direito de alguém. A tentativa é possível se o agente, ao
iniciar a realização do ato, por exemplo, quando começa a desnudar-se, é, porém,
impedido por alguém que o impede de continuar a execução.