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USO DE DOCUMENTO DE
IDENTIDADE ALHEIA

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80.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

O art. 308 traz, sem rubrica contendo a denominação jurídica, a seguinte descrição
típica a que a Doutrina deu o nomen iuris de uso de documento de identidade alheia:

“Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou


qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se
utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro.”

A pena é detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constituir
elemento de crime mais grave.

A proteção recai sobre a fé pública, a confiança das pessoas nos documentos de


identidade.

Sujeito ativo é qualquer pessoa que praticar o comportamento incriminado. Sujeito


passivo é o Estado.

80.2 TIPICIDADE

O tipo é uma espécie do crime de falsa identidade, descrito no art. 307 e, como esse,
é expressamente subsidiário. Somente se aperfeiçoará quando não for elemento
constitutivo de outro tipo legal de crime, mais grave, como o estelionato, a posse sexual
mediante fraude, a fraude processual, a simulação de casamento e outros.

80.2.1 Conduta e elementos do tipo

O primeiro núcleo do tipo é o verbo usar. Significa utilizar documento de


2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

identidade, apresentando-o para demonstrar ou provar sua identidade. É o mesmo que se


identificar por meio da apresentação de documento. Esse documento de identidade,
porém, não é o do agente, mas de outra pessoa. É, portanto, atribuir-se falsa identidade
com o uso de documento alheio.

A outra conduta descrita no tipo é ceder, que quer dizer fornecer, entregar,
transferir, a outra pessoa, documento de identidade alheio ou o próprio, do agente, para
que seja, por ela, utilizado.

A norma refere-se, expressamente, ao passaporte, ao título de eleitor e à caderneta


de reservista, que são documentos públicos de identificação da pessoa, mas alcança,
através da fórmula “qualquer documento de identidade alheia”, todo e qualquer
documento, de natureza pública ou particular, que sirva para a identificação de pessoa,
como a cédula de identidade ou RG, carteira de trabalho, cartão do CPF, não sendo
indispensável que contenha fotografia.

É necessário que a utilização do documento seja feita de modo idôneo, com


seriedade, a fim de que possa ser possível enganar alguém. A apresentação, por um jovem,
de uma cédula de identidade contendo a fotografia de um idoso e da qual consta a idade
será atípica, porque inapta para iludir.

É crime doloso. O agente, conscientemente e com vontade, usa, como próprio,


documento de identidade pertencente a outra pessoa ou cede, a terceiro, o próprio
documento ou um documento alheio, a fim de que seja utilizado.

Não exige, o tipo, qualquer outro fim especial, como o de obtenção de vantagem ou
o de causar prejuízo a alguém. Basta a simples utilização do documento alheio ou a cessão
a terceiro.

Se o uso ou a cessão é feito como meio para o cometimento do delito de estelionato,


por este será absorvido. Sempre que a utilização ou a cessão constituir elemento de crime
mais grave, por este será absorvida.

80.2.2 Consumação e tentativa

Consuma-se no momento em que o agente usa o documento de identidade alheia,


isto é, quando ele o apresenta para identificar-se. O simples porte do documento não
realiza o tipo, porque é apenas ato preparatório.
Uso de Documento de Identidade Alheia - 3

Não é possível a tentativa de usar o documento de identidade alheia.

Na cessão de documento, a consumação acontece quando o documento é entregue a


terceira pessoa, podendo haver tentativa quando, por circunstâncias alheias à vontade do
agente, o documento não chega a ser recebido.

80.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, a competência é do juizado


especial criminal, possível a suspensão condicional do processo penal.

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