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ES : 0 TRABALHO DE LABORATORIO NA APRENDIZAGEM E AVALIACAO EM CIENCIAS PEDRO ROCHA Dos REIS Insite de movagae Eaucacional Os trabalhos aboratoriais ocupam tum espaco importante nos curri- culos de ciéncias, portugueses estrangeiros, Em Portugal, aimple- mentaeiio dos novos programas de ciéncias passa pela utitizagio do trabalho dle laboratério como ins- ‘rumento de ensino-aprendizagem. Verifica-se, no entanto, que, ape- ssardos programas oficiais da refe- rida drea atribuirem grandes van- tagens educativas a este tipo de eestrutégia, os resultados de inves- tigago no sto unanimes nesta atribuigao, Este artigo aborda as eventuais potencialidades e dificuldades da utilizagio do trabalho de labora- tério como instrumento de ensino- aprendiz de cigncias. Jo nas aulas Alguns resultados da investigacao Apesar do trabalho de laborat6- rio ocupar um lugar de destaque no ensino das cigneias, os investi~ gadores ainda nao conseguiram obter dados suficientes que con- firmem ou rejeitem de forma con- Vincente muitas das hipotéticas vantagens deste método de ensino- aprendizagem, Os estudos aqui referidos constituem tentativas de ‘vimento de capacidades de mani-_volvi-mento intelectual existe pulacdo. No entanto, varios auto-estudes que apontam 0 trabalho res (Hofstein e Lunetta, 1982) con-_labora-torial como um meio eficaz sideram que estes resultados na aquisigdo de capacidades de podem ter sido afectados por defi-. pensamento formal (Fix & cigneias no planeamento experi- Renner, 1979; Hall & McCurdy, mental, rela-cionadas comaselee- 1990). tagens/desvantagens da utiliz do trabalho de laboratério na sala de aula. Estudos realizados nos durante a década de 60 (Yager, manho das amostras ea meto- 1976) rev Englen & Snider, 1969) revel dologia uilizada. ram que 0 trabalho pritico, quando —_Entio, sera que o trabalho de labo- comparado com outros méiodos, rari contribui de alguma forma _orientadas para o processo,desen- apenas presenta algumas vanta- especial para a aprendizagem das volvo pensamentoctiativo. Act gens no que respeita ao desenvol- _cigneias? Relativamente ao desen-_vidades laboratoiais, que apesar E.U.A, $40 e controlo de varidveis, 0 Outras investigagdes (Penick, aram que, para alguns de activi- Noes MARGOUUNHO 198 = & de apresentarem um problema nao apresentam qualquer método para aresoluglo do mesmo, constituem situagdes que requerem respostas, criativas. O desenvolvimento de atitudes positivas relativamente & cigneia tem sido uma das finalidades do ensino das ciéncias. Vérios inves- tigadores (Hofstein, Ben-Zvi, Samu & Kempa, 1976; Raghubir, 1979) verificaram que os estu- ddantes gostam do trabalho de labo- rat6rio e que, geralmente, este resulta no desenvolvimento de: tudes positivas e do interesse rela- tivamente as ciéncias, Uma inv tigagdo realizada com alunos de quimica (Hofstein et al., 1976) revelou que estes consideram 0 trabalho prético de laboratério ‘como 0 método de instrugio mais eficiente na promogiio do interesse eda aprendizagem, quando com- parado com aulas expositivas, dis ‘cusses em grupo, experiéneias filmadas ou demonstragdes efec- tuadas pelo professor. O interesse pela ciéncia em geral pelas acti- vidades cientificas em particular (trabalho de laborat6rio e investi- gagdes) revelou-se como factor decisivo na escolha de cursos de ciéncias (Milner, 1987). No entanto, apesar de muitas investi- gages indicarem que o trabalho de laboratério contribui positivamente nna promogao do interesse relati- vamente a ciéncia, existem evi- déncias, obtidas por Johnstone & ‘Wham (1982), de que os alunos aaprendem pouca informagao te6- rica signifieativa com este tipo de actividade. Muitos estudantes, aps terem executado trabalhos priti- cos centrados em determinada teo- ria, apenas obtiveram uma ligei € muitas vezes deficiente, com- preenso da mesma, Segundo os ‘mesmos investigadores, a razi0 provavel deste problema poderi sero “factor barulho” no trabalho pritico. A quantidade de infor- ‘magio obtida pelos alunos durante a realizagiio dos trabalhos de labo- rat6rio pode ser de tal maneira ele- vada que impossibilita a selecgio das partes relevantes. Sugerem que 4 aprendizagem é consideravel- mente afectada sempre que a ‘meméria em acgao est sobrecar- regada com informagdes. Raght- bir (1979) verificou que a utiliza- ¢¢20 do trabalho de laboratsrio pode levara um maior desempenho cog- nitivo dos alunos, quando utili- zado na introdugao a tépicos de biologia e nao na sua ilustragao. ‘Vérrios estudos indicam, ainda, que as actividades de laboratério nem sempre so realizadas da melhor forma, Lunetiae Tamir (1979), a0 ‘analisarem livros de actividades laboratoriais, detectaram grandes, desfasamentos entre os objectivos ppretenclidose o tipo de actividades sugeridas. Verifiearam que os al nos continuam a realizar activi des tipo “receita”, sendo-thes facultadas poucas oportunidades para discutir erros experiment levantar hipéteses ou executar experiéneias por eles plancadas. Estas diserepaincias entre object vos € pritica podem, na opinigo dos autores, explicar os resulta- dos de investigacio, muitas vezes contraditérios, relativamente aos efeitos das actividades de labora (rio, Outro estudo, efectuado por Moreira (1980), revelou que mui- (osestudantesrealizam actividades Jaboratoriais apenas com uma ideia rudimentar do que estao a fazer sem entenderem os seus objecti- ‘vos, as razies da sua escolha ou os conceitos envolvides. Seguem ape- nas um protocolo que, aparente- ‘mente, no tem qualquer uilidade, fe que parece resultar numa total perda de tempo. Bryce e Robertson (1985), a0 ava- liarem a utilizago do trabalho de laboratério no ensino das cieneias Varios investigadores verificaram que os estudantes gostam do trabalho de laboratério e que, geralmente, este resulta no desenvolvimento de atitudes positivas e do interesse relativamente as ciéncias. em virios pafses, verificaram que os professores, apesar de gasta- rem (ou afirmarem que gastam) considerdveis quantidades de tempo na realizaciio de actividades deste tipo, apenas classificam os seuss alunos com base em tarefas, no priticas. Assim, o desempenho dos lunes nas actividades de labo- ratio nao € classifieado pela mai oria dos professores na maior parte dos paises. Considerando que © principal interesse dos alunos é a dobtengao de bons resultados que atestem publicamente a extensa0 «da sua aprendizagem, toma-se evi- dente que o facto de nao obterem NoESss M MARGOLIN 1906, 4 Nogsis mARGOLUNHO 196 g s recompensis (notas) com a reali- zagiio de trabalhos laboratoriais, desvalorizae limita consideravel- ‘mente aapren-dizagem que obiém de, € com, este tipo de estratégia, Investigagdes recentes (Hegarty- Hazel, 1990) mostraram que 0 ra- balho laboratorial realizado nas Bryce e Robertson, ao avaliarem a utilizagao do trabalho de laboratério no ensino das ciéncias em varios paises, verificaram que os professores, apesar de gastarem (ou afirmarem que gastam) consideraveis quantidades de tempo na realizacio de actividades deste tipo, apenas classificam os seus alunos com base em tarefas nao praticas. auilas de ciéncias apresenta niveis, muito baixos de produtividade, de exigéncia e de motivagao. No entanto, 08 seus autores frisam ue estes resultados se devem & utilizagao incorrecta deste método de instrugio, Cons trabalho de laboratério pode reve lar-se titi no desenvolvimento de capacidades cientificas, na apren- dizagem de aspectos da natureza ddacciéncia, na aquisigao de conhe- cimento cientifico e no desenvol- vimento de atitudes, desde que utilizado segundo determinadas ‘normas por eles sugeridas. Consideracies finais Num periodo em que se imple~ ‘mentam em Portugal novos curri= culos de eiéncias, earacte-rizados por uma forte componente pri tica, a promogo do trabalho de laboratério como instrumento de ensino-aprendizazem-avaliagio deveri ser acompanlhada de uma avaliagdo constante das meto- dologias utilizadas que permita a sua aferigao de modo a aumentar sua eficdcia na sala de aula. O tipo de trabalho de laboratério, efectu- ado nas aus de cigncias, nem sem= pre € compativel com as finalidades © 08 objectivos dos novos progra- ‘mas das diseiplinas desta érea. Se se pretende desenvolver a capaci- daxle de resolver problemas, o raci- ocinio € o pensamento critic dos alunos devem eriar-se situagoes que Ihes permitam realizar e avaliar investigagoes por eles sugeridas & planeadas. A realizagio de activi- dades tipo “reveita” no se adequa ‘minimamente ao desenvolvimento destas capacidades potencial educativo das activi- dades laboratoriais é, muitas vezes, mal explorado. Os profes- sores de ciéncias continuam a uti- lizar 0 trabalho de laboratério essencialmente como um meio de promover a aqui ppreensiio de contetidos programs ticos aprendidos previamente de forma expositiva, tal como jé 0 faziam os seus colegas do inicio do século. Apesar da opinido de vvdrios pedagogos e dos resulta- dos de algumas investigacdes apontarem no sentido da total ina- dequacio deste tipo de actividade no ensino de contetidos, verifi se que os professores continuam a utitizé-1o fundamentalmente com este fim, Qualquer estratégia 36 6 efectiva se for a mais adequada aos nossos objectivos: a andlise e discussfio de um video ou a expo- sigdo didactica, por exemplo, poderdo revelar-se mais eficien- tes e adequadas & transmissiio de contetidos do que as actividades praticas de laboratério. ‘A alterac2o do tipo de trabalho de laboratério realizado nas escolas terd, provavelmente, de passar por uma anise profunda da priti actual, capaz de desencadear nos professores a insatisfagio € 0 ‘desejo de aperfeigoamento, Toma- se urgente proporcionar formacao inicial © continua, mais dircecio- nada para a exploragio das poten- cialidades do trabalho de labora- trio como instrumento pedagégico, que permita uma melhor preparaco dos futuros & dos actuais professores de cién- clas. 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