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na Ciência Ecônomica
Resumo
Este trabalho apresenta uma revisão dos conceitos e devidas interelações en-
tre economia e tecnologia, as principais concepções de paradigma e trajetória tec-
nológica e os meios analı́ticos do processo de difusão, os processos de mudança orga-
nizacional, competitivo e SNI no modelo evolucionista e suas formas de articulação
comparando as fundamentais concepções teóricas recorrentes.
Palavras-Chave: Economia & Tecnologia. Paradigmas. Difusão tecnológica.
Modelo Evolucionista
1 Introdução
Este artigo tem como objetivo a análise dos principais conceitos teóricos a cerca da
dinâmica da inovação observando suas caracterı́sticas e como se dá sua difusão com o
ferramental disponı́vel na teoria neo-shumpeteriana a partir do pensamento clássico de
Crhis Freeman [5], Giovanni Dosi [4], Nelson & Winter [8] e Nathan Rosenberg [12].
Inicialmente, são abordadas diferentes perspectivas sobre a relação entre economia
e tecnologia afim de solucionar de forma analı́tica a relação que se dá entre ambientes
econômicos e tecnológicos, incluindo em seguida nesta analise, na segunda seção a con-
ceituação analı́tica do paradigma e da trajetória tecnológica verificada no ambiente de
inovação, baseada em mudanças técnico-econômico que implicam em uma combinação
entre de inovação tecnológica, produto, processo e gestão.
Este estudo analisa também o processo de difusão de tecnologia seja ela adaptativa
e/ou incremental procurando também explicar como se desenvolve o processo competitivo
e de mudança da organização industrial no modelo evolucionista, abordando as mudanças
no ambiente econômico que levam a inovação, os aspectos da teoria da hereditariedade
neo-shumpeteriana evolucionista, onde também é abordado o comportamento de grandes
organizações e atores de uma economia global.
A partir de uma economia competitiva integrada, discute-se o conceito de SNI (Sis-
tema Nacional de Inovação), bem como a importância de seus componentes e formas de
articulação na penúltima seção e finalmente são expostas as considerações finais a respeito
desta investigação.
1
Economista e pesquisador visitante do Programa de Mestrado Profissional em Desenvolvimento
Econômico/Industrial UFPR/IBQP. End. eletrônico: eversonecon@gmail.com
2
Economista e bolsista do Programa de Mestrado Profissional em Desenvolvimento
Econômico/Industrial UFPR/IBQP. End. eletrônico: luciano.busato@ibqp.org.br
3
Economista e bolsista do Programa de Mestrado Profissional em Desenvolvimento
Econômico/Industrial UFPR/IBQP. End. eletrônico: rodrigo.ozon@ibqp.org.br
2
fazendo com que o modelo a seu redor cresça em complexidade e coerência, muito além
de uma simples modificação técnica”. Descrevendo a natureza sistêmica e os processos de
retro-alimentação deste fenômeno, Perez utiliza o exemplo da indústria microeletrônica,
na qual observa uma produção de componentes cada vez mais potentes, mais capazes e
mais velozes, construindo uma rede de sistemas e subsistemas capazes de fornecer uma
inteligência distribuı́da por um baixo custo, que se retro-alimenta a todo tempo.
A partir do conceito de destruição criativa de Schumpeter, a autora explica que o
surgimento de um novo paradigma e os processos de inovação radical atingem seu pico
em momentos de crise e acabam por desencadear mudanças não exclusivamente no campo
sócio-econômico, mas também no institucional:
“Um salto quântico na produtividade potencial abre caminho para um grande au-
mento na geração de riqueza, mas os bens especı́ficos que formam esta maior riqueza
e a forma de distribuição, serão determinados pelo marco sociopolı́tico que será es-
tabelecido. Historicamente, cada transição tem modificado tanto as condições inter-
nas de diversas camadas e grupos sociais em cada paı́s, como a posição relativa dos
paı́ses na geração e distribuição da produção mundial ” Perez (1986)][10]
montante induzirá a realização de inovações adaptativas. Assim, “na esteira das inovações
primárias e induzidas, [haverá] uma “onda secundária” capaz de manter, durante algum
tempo, efeitos de “desajuste”, ao mesmo tempo abrangente e significativos, e, assim (...),
provocar uma flutuação (...) que possa ser chamada de ciclo” Schumpeter (1985, p.
192) [15].
No entanto, a inovação pode ser pode ser vista como algo novo ou uma combinação
de elementos já existentes sob duas definições: Campos (2004) [1]
Partindo desse ponto de vista, observa-se que o modelo evolucionista está fadado ao
surgimento e ao desenvolvimento de organizações multinacionais que atuam sistemica-
mente em um cenário globalizado e integrado. Neste sentido, Freeman (1995) [5] exem-
plifica que o desenvolvimento de grandes corporações com economias de escala e com
possibilidades de distribuição e comercialização de seus produtos e serviços no âmbito
mundial, se utiliza de diferentes localizações para a realização do processo de produção e
venda padronizando seus produtos. O autor elucida que a padronização da produção pode
ser considerada irreal considerando as dificuldades encontradas para padronizar normas
técnicas em diversas áreas do sistema produtivo.
Dentro deste escopo, Campos (2003) [1] elucida muito bem a articulação do SNI, pelas
inter-relações entre agentes e instituições capazes de determinar o poder e a eficiência
da produção, bem como o uso e difusão de novos conhecimentos, marcando o estado de
desenvolvimento tecnológico da nação.
7 Considerações finais
O artigo revisou as principais conceituaçõese abordagens teóricas a respeito do processo
da dinâmica da inovação na economia com uma maior inclinação a contribuição neo-
schumpeteriana.
Alguns resultados interessantes foram encontrados. Em primeiro lugar, verificou-se que
a complexidade envolvida na discussão de economia e tecnologia é pouco elucidada pela
teoria ortodoxa e que se encararmos a discussão numa esfera sistêmica e evolucionária,
somos capazes de visualizar a dinâmica não-linear dos efeitos gerados pela difusão de
conhecimentos oriundos da combinação de ciência e tecnologia, experiências bem ou mal
sucedidas, métodos e procedimentos e na aprendizagem (via rotinas) na economia.
No entanto, a dificuldade analı́tica desta corrente pode ser modelada por economistas
estudiosos do fenômeno de crescimento com direcionamento básico de suas pesquisas a em-
presas cientı́ficas com suas preocupações tecnológicas, onde desenvolvimento tecnológicos
nestes ambientes operacionais foram utilizadas e aprimoradas posteriormente em out-
ras áreas de conhecimento. Todavia, conforme salienta Rosenberg (1994) [12], além do
empreendimento cientı́fico é provável que haja uma motivação em termos de retornos tec-
nológicos e ademais interesses de cunho de melhorias nas técnicas de metria, observação,
ou seja, de instrumentação; distorcendo a visão de muitos economistas a respeito da
ciência como uma força exógena e impassı́vel de análise em conjunto com a colaboração
do processo de industrialização “endogeneizando” cada vez mais a ciência ao aumentar
sua dependência em relação a tecnologia.
Outro ponto crucial se concentra na discussão de paradigmas e trajetórias tecnológicas,
onde se mostra que o desenvolvimento cientı́fico é similar ao tecnológico e que sistemas
de inovações são mais relevantes do que inovações isoladas. Mas como explica Pérez
(1986) [10], as tecnologias são interdepentes, interconectadas sistêmicamente, tanto en-
tre elas próprias como de formas sociais, fı́sicas e institucionais e os paradigmas que os
norteiam derivam de um conjunto de regras alterando a estrutura de custos, expandindo
o modelo ao seu redor em tamanho, complexidade e coerência. Deste modo, os processos
de inovação radical e surgimento de um novo paradigma emergem em momentos de crise
gerando mudanças não somente no campo econômico, mas também no institucional.
A partir destes conceitos anteriores, expande-se o escopo da análise no estudo do
fenômeno de difusão da inovação, no qual a propensão deste sistema inovar (cı́clico)
ocorre em perı́odos de ascendência (onda primária) desenvolvendo-se na segunda etapa
da onda os efeitos multiplicadores, ou seja, a difusão da inovação se propaga da mesma
maneira em perı́odos de crise econômica e social, necessitando de profundas mudanças
sócio-institucionais.
Deste modo, a questão da mudança organizacional dentro de um processo competitivo
está sujeita as variações no ambiente econômico como caracterı́sticas do sistema adap-
tativo a busca de novas direções tecnológicas. Nelson & Winter (1992) [8] reduzem ao
aspecto organizacional de uma firma como sendo moldado pelas rotinas adotadas como
genes e hereditariedade dos agentes econômicos e da coleção de ativos a sua disposição,
o que Freeman (1995) [5] preconiza como o desenvolvimento das interações de grandes
corporações num cenário globalizado.
Finaliza-se portanto, apresentando a concepção de Sistemas Nacionais de Inovação
onde a firma inovadora diferente das teorizadas por modelos de equilı́brio geral, busca a
realização de lucros com racionalidade limitada, utilizando-se de rotinas e mecanismos de
busca, como inicialmente mencionados, adotando estratégias e tecnologias que serão ou
9
não sancionadas por mecanismos de seleção. Ademais, os SNI´s também estão fadados a
irreversibilidade em sua dinâmica impossibilitando o retorno ao paradigma técnico ante-
rior sempre sob condições de incerteza por parte dos agentes envolvidos transformando-o
contı́nua e irreversivelmente.
10
Referências
[1] CAMPOS, A., C. Arranjos Produtivos no Estado do Paraná: O caso do
Municı́pio de Cianorte. Tese de Doutorado em Desenvolvimento Econômico, Setor
de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná, mar.-2004. Disponı́vel
em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br> Acesso em: dezembro de 2008.
[2] CAMPOS, F., L., D., COSTA, M., A. Tecnologia e Sistema Nacional de Inovação -
Uma Abordagem Complexa. In ENEGEP, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, UFRGS, 1998.
[11] ROGERS, E. Diffusion of Innovations. 5 ed.. New York, NY: Free Press, 2003.
[13] ROSENBERG, N. Exploring the black box: technology, economics and his-
tory. Cambridge University Press, 1994 In Revista Brasileira da Inovação, vol. 5, n.
2, jul.-dez. 2006.
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