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REUNIÃO COM OS DEPUTADOS DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE

EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
4 de Março de 2009

Na reunião de hoje com os deputados da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, a APEDE tomou posição
em relação a um vasto conjunto de assuntos, nos seguintes termos:

- em primeiro lugar, denunciámos a publicação do “simplex”, como uma prova clara da inexiquibilidade, injustiças
e incorrecções contidas no modelo de avaliação e a intenção meramente política de avaliar os professores a todo o
custo, chegando mesmo a aceitar-se a dispensa da componente científico-pedagógica na avaliação;

- demos testemunho da forma séria, responsável e empenhada com que os professores, dando provas de uma
grande dignidade profissional, continuam a desempenhar as suas funções, tendo sempre presente o superior
interesse dos seus alunos e a defesa de uma Escola Pública de qualidade, apesar dos ataques, pressões, ofensas e
intimidações que têm sofrido por parte da tutela;

- denunciámos o clima crescente de grave indisciplina e violência que se vive nas escolas e nas salas de aula,
situação intolerável e inaceitável, que torna cada vez mais complicado o normal funcionamento das escolas,
agravado ainda pelas deficientes condições materiais (frio, falta de recursos, etc.) com que muitos e muitos colegas
se debatem;

- deixámos bem patentes e exemplificadas as atitudes de autismo, arrogância, prepotência, total desnorte e
desorientação do ME, bem como as tentativas de controlo e chantagem exercidas sobre professores e membros das
direcções executivas acerca da implementação da avaliação docente, que têm provocado o caos nas escolas (e-
mail’s anónimos oriundos da DGRHE, sem qualquer enquadramento legal; notificações ilegais e abusivas que daí
decorreram; informações telefónicas no sentido dos PCE’s aceitarem os OI até final do ano lectivo, se necessário;
pedidos de listas de incumpridores e medidas subsequentes a adoptar pelos CE’s e, emblematicamente, a situação
ocorrida com o desfile de Carnaval em Paredes de Coura);

- alertámos de forma bastante incisiva para as injustiças que surgem plasmadas na recente legislação que
regulamenta os concursos para 2009, nomeadamente no que respeita à consideração das menções de Excelente e
Muito Bom na graduação a concurso já para o próximo ano (no caso dos professores contratados), classificações
obtidas a partir de uma avaliação que todos reconhecemos como uma farsa. Demos mesmo exemplos concretos de
situações que violam claramente o princípio constitucional da igualdade, na aplicação das quotas na avaliação e
consequentemente na graduação a concurso. Referimos ainda a degradação, cada vez maior, da situação
profissional dos professores contratados e QZP’s face às novas exigências dos concursos, para além do problema
da passagem dos professores dos quadros de escola a quadros de agrupamento;

- chamámos a atenção para a impossibilidade das escolas regressarem a um clima de paz e tranquilidade enquanto
se mantiverem as actuais políticas educativas, nomeadamente a divisão de carreiras, um modelo de avaliação com a
imposição de quotas, que não foi testado nem sequer validado cientificamente, e um modelo de gestão que
enfraquece a participação dos professores nos processos de decisão e de gestão escolar;

- lamentámos vivamente a atitude dos deputados da maioria que chumbaram, em duas votações recentes,
iniciativas legislativas que poderiam ter levado à suspensão do actual modelo de avaliação, com o argumento de
que tinham de respeitar as suas responsabilidades políticas. Perante a grave situação que se vive actualmente nas
escolas não seria mais responsável suspender o modelo de avaliação? Conseguimos compreender que os deputados
são eleitos com base num programa eleitoral e que o queiram cumprir, mas será que no programa eleitoral da
maioria estava previsto o caos que esta equipa ministerial tem provocado nas escolas? E perante isso deve
continuar a imperar a dita “responsabilidade política”?
- solicitámos finalmente, aos senhores deputados que, nos esclarecimentos pedidos à Ministra da Educação, em
reunião próxima na Comissão Parlamentar de Educação, incluíssem não apenas as consequências da não entrega
dos OI mas sobretudo as consequências da não entrega da ficha de auto-avaliação e que isso seja assumido de
forma totalmente clara, sem margem para dúvidas, impedindo-se um novo acenar de fantasmas e ameaças junto
dos professores, relativamente a esta importante questão.

Relativamente aos deputados presentes na reunião (intervieram Luiz Fagundes Duarte e António José
Seguro pelo PS, Pedro Duarte pelo PSD, Ana Drago pelo BE, João Oliveira pelo PCP e Luisa Mesquita, deputada
independente, tendo o CDS/PP primado pela ausência), há a destacar um grande acordo e acolhimento dos partidos
da oposição face às críticas que apresentámos, que conhecem e têm tentado fazer chegar aos responsáveis do ME,
ficou patente o apoio à luta que os professores têm desenvolvido e uma abertura para considerarem a questão da
fiscalização sucessiva da constitucionalidade dos diplomas legais, contestados no parecer do Dr. Garcia Pereira.
Foi ainda referido que da parte da Ministra da Educação não tem havido abertura para o diálogo e que, em sede de
Comissão Parlamentar, as suas atitudes são muitas vezes de arrogância e desrespeito pelo papel e legítimos direitos
dos deputados da oposição. Luiz Fagundes Duarte, deputado do PS, reconhecendo que há muitas coisas que estão a
correr mal nas escolas, procurou explicar a posição do seu partido relativamente a este processo, sustentando que
era claro no programa eleitoral do PS que a avaliação dos professores teria de ser feita, e que não devemos
considerar que a razão está toda de um lado e os erros todos do outro. Perante esta intervenção, sentimos a
necessidade de referir que, na nossa opinião, grande parte do problema relativamente à implementação do modelo
de avaliação decorreu precisamente da frase: “a avaliação teria de ser feita”. A avaliação tinha mesmo de ser feita,
como um imperativo político, fosse como fosse, desse por onde desse! Querer impôr, a todo o custo, um modelo de
avaliação que não foi testado, não foi validado cientificamente, nem aceite pelos professores, é uma prova da
obstinação e autismo desta equipa do ME, com os resultados que se conhecem. E foi isso que deixámos claro!

Das intervenções dos restantes colegas- o “umbiguista” Paulo Guinote (acompanhado pelos colegas
Teodoro e Maria Lisboa), Octávio Gonçalves pelo PROmova (acompanhado pelo colega Pedro Areias), Jaime
Pinho pelo MEP e Ilídio Trindade pelo MUP – deve destacar-se o modo firme e bem elucidativo com que
denunciaram os problemas que hoje afectam a Escola Pública, deixando claro que nada melhorou na educação em
Portugal, com este governo, e dando conta da resistência que muitos colegas continuam a assumir face às actuais
políticas educativas, para além da denúncia das pressões e ilegalidades cometidas pelo ME relativamente ao
processo de avaliação, injustiças inerentes ao diploma dos concuros para 2009 e, claro, a grande questão da
provável inconstitucionalidade dos diplomas de avaliação.

A APEDE regista com agrado a disponibilidade dos deputados da Comissão Parlamentar de Educação para
nos receberem, as palavras de incentivo, encorajamento e valorização, da participação cívica e empenho dos
professores nesta luta, e agradece, ao seu presidente, António José Seguro, o facto de ter respondido positivamente,
e em tão pouco espaço de tempo, ao nosso pedido de agendamento. Da nossa parte, estaremos sempre disponíveis
para colaborar com a Comissão de Educação e Ciência em tudo aquilo que julgarem conveniente e que possa ser
importante na defesa da Escola Pública e de um Ensino de Qualidade.

Pela APEDE,

Ricardo Silva

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