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www.embalagemmarca.com.

br
Mais um indício de caminho certo
E
m março último Trata-se de um interesse suprir de forma final a busca
iniciamos a distri- compreensível, consideran- daquele tipo de informações
buição de EMBA- do-se a dimensão da eco- por parte de nossos vizi-
LAGEMMARCA na Argentina, nomia nacional, a boa qua- nhos de idioma espanhol.
fato anunciado ao mercado lificação da infra-estrutura Modestamente, queremos
durante a feira Argenplás, produtiva e, no caso especí- levar a eles o mesmo que
recentemente realizada em fico, o reconhecido nível da oferecemos aos nossos lei-
Wilson Palhares Buenos Aires. Esse foi o criação e da produção das tores de língua portuguesa e
passo inicial de um esforço embalagens em nosso país. que de modo geral tem sido
Nos dias imediatos para alcançar outros países Em suma, procuramos levar aprovado. Nos dias imedia-
à colocação da da América Latina, como a esse público o que ele há tos à colocação da versão
está contado na reportagem tempos vinha nos pedindo, de EMBALAGEMMARCA em
versão da revista
da página 45. Tal decisão tanto por escrito quanto, pes- espanhol em nosso site,
em espanhol em
tem o objetivo de atender soalmente, em eventos dos houve expressivo aumento
nosso site, houve
solicitações de leitores de quais a equipe da revista par- do número de acessos ori-
expressivo aumento fora do Brasil interessados ticipa com regularidade. Para ginários de países em que
do número de em tomar conhecimento de completar, amigos no Brasil aquele é o idioma oficial.
acessos originários novidades e tendências regis- sempre reiteravam a impor- Vemos isso como mais um
de países em que tradas em nosso país tanto na tância de fazer este veículo indício de que continua-
aquele é o indústria fornecedora quanto ultrapassar fronteiras. mos no caminho certo. Até
idioma oficial do lado dos usuários. Não temos a pretensão de maio.
nº 80 • abril 2006
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

14 Reportagem de capa:
Consumo de baixa renda
34 Plásticas
Em garrafa de PET, marca da
Coca-Cola quer ampliar consu-
Reportagem
Flávio Palhares
As recentes estratégias mo local de água com sabor flavio@embalagemmarca.com.br
em embalagem Guilherme Kamio

35 Decoração
que visam conquistar guma@embalagemmarca.com.br
o cada vez maior Pela primeira vez no Brasil Leandro Haberli Silva
público de renda potes de margarina usam leandro@embalagemmarca.com.br
apertada no Brasil rotulagem in-mold Livia Deorsola
redacao@embalagemmarca.com.br

Departamento de Arte
Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)
arte@embalagemmarca.com.br
José Hiroshi Taniguti (Assistente)

Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)

36 Entrevista: Iorley Lisboa Eunice Fruet (Diretora Financeira)

22
Profissional de embalagens do
Celulósicas Pão de Açúcar fala de inovação Departamento Comercial
De olho na Copa, rede varejista na gestão de marcas próprias comercial@embalagemmarca.com.br
acondiciona chocolate numa Karin Trojan

44
“bola” de papel cartão Wagner Ferreira
Higiene e beleza
Avon capricha em pote de novo

24 Vidro Circulação e Assinaturas


Renew. Meta é evidenciar lide-
Busca por margens reacende Marcella de Freitas Monteiro
rança em cosméticos antiidade
interesse por embalagens Raquel V. Pereira
assinaturas@embalagemmarca.com.br

46
de vidro na Conservas Olé Rotulagem Assinatura anual: R$ 99,00
Termoencolhível estréia em

28 Mercado
Evolução do segmento gourmet
continua a puxar desenvolvimen-
óleos vegetais e avança em
potes cúbicos e paralelepípedos
Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais
que ocupam cargos de direção, gerência
tos de embalagens para cafés

50
Plásticas e supervisão em empresas integrantes da
CEO de dona de tecnologia de cadeia de embalagem. São profissionais
degradação rápida de plásticos envolvidos com o desenvolvimento de
embalagens e com poder de decisão colo-
vem ao país em missão didática
cados principalmente nas indústrias de bens
de consumo, tais como alimentos, bebidas,

56
cosméticos e medicamentos.
Índice de Anunciantes
Relação das empresas Filiada ao
que veiculam peças
publicitárias nesta edição

3 Editorial
Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466
A essência da edição do mês, nas palavras do editor
EMBALAGEMMARCA é uma publicação
6 Display mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
28 Internacional Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Destaques e idéias de mercados estrangeiros
Filiada à
32 Panorama
FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

52 Conversão e Impressão www.embalagemmarca.com.br


Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
resguardado por direitos autorais. Não é per-
48 Equipamentos mitida a reprodução de matérias editoriais
Lançamentos em bens de capital para linhas de embalagem publicadas nesta revista sem autorização
da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões
58 Almanaque expressas em matérias assinadas não refle-
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens tem necessariamente a opinião da revista.
Lata para toalete felina
Mineral higiênico escolhe solução da Brasilata
A lata com fechamento urina. Após os 30 dias
plástico Bat-plus, da de duração de seus
Brasilata, acaba de ser princípios ativos, o
adotada por um novo Celcat ainda pode ser
produto do segmento reaproveitado como Brasilata
(11) 3871-8500
pet, o Celcat. Trata-se adubo. “A lata propor- www.brasilata.com.br
de um mineral higiê- ciona facilidade de uso,
nico para gatos, com tampa prática e pode In Propaganda
grânulos derivados do ser reutilizada, trans- (11) 3645-3072
www.inpropaganda.com.br
mineral natural Zeocel, mitindo ao produto a
proveniente de cinzas concepção de status
vulcânicas. Colocado e qualidade”, entende
nas bandejas dos Fernando Borsatto, da
gatos, o mineral elimina área de marketing da
os odores e a umidade Celta Brasil, a fabrican-
e remove as substân- te do Celcat. O design
cias contaminantes gráfico da embalagem
de dejetos fecais e da é da In Propaganda.

Design límpido, uma Efeito invisível em


opção para diferenciar aerossol e roll-on
Cartucho sóbrio marca sabonete da Yakult Rexona ganha fórmula avançada
Milstein/Ravel
Para lançar seu novo sabonete vegetal +54 (11) 4552-3242 Em versões aerossol e roll-on, Rexona
www.milsteinravel.com.ar Crystal é a nova linha de desodorantes
Corpus, a Yakult Cosmetics optou por uma
embalagem desenhada bem ao estilo de femininos antitranspirantes da Unilever.
seu país de origem, o Japão: cores claras e Sua formulação minimiza os resíduos
traços discretos. Seguindo uma tendência de brancos que os antitranspirantes comuns
mercado, o produto chega às lojas em cartu- costumam deixar na pele e na roupa
cho de papel cartão, produzido pela Congraf após a aplicação. Em sintonia com a
em duas cores com cartão da Ibema. Com identidade visual da marca, as cores
design assinado pela própria Yakult, a caixi- branca e azul predominam nas embala-
nha comporta duas barras de 90 gramas. gens de Rexona
Crystal. A infor-
mação sobre a
Ibema
“proteção invisível”
(42) 3220-7400
www.ibema.com.br do produto ganhou
destaque nos
Congraf rótulos. O design
(11) 5563-3466
www.congraf.com.br das embalagens é
da Milstein/Ravel,
da Argentina. A
Unilever preferiu
não divulgar os
fornecedores das
embalagens.

6 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


Ode ao jubileu de brilhante
Garrafa especial brinda os 75 anos da Aurora
Embanor Artes Gráficas
Aurora 75 é o vinho de (54) 3454-9500
silvia@embanor.ind.br
classe superior que a
Cooperativa Vinícola Igel
Aurora lança em come- (51) 3041-8300
moração aos 75 anos de www.igel.com.br

sua fundação. Trata-se de Plano Global Pro Design


Sortimento em
um corte das melhores (54) 3451-4160 caixa especial
sirlei@planodesign.com.br
uvas Cabernet Sauvignon, Papel cartão pode explorar
Merlot e Cabernet Franc Saint-Gobain
canal para chás Leão Junior
(a mescla clássica da (51) 3598-1422 Para melhorar a exposição nos
região de Bordeaux, na www.sgembalagens.com.br
pontos-de-venda e estimular o
França) da safra 2002, consumo de seus chás em bares,
selecionadas ainda nos restaurantes e hotéis, a Leão
vinhedos, de parreiras Junior está lançando a Caixa
escolhidas. Com design Display Seleções, um sortimento
da Plano Global Pro Gráfica Serena de 60 sachês de chás nos sabo-
Design, a embalagem da (41) 3014-2424
www.graficaserena.com.br res camomila, erva-doce e chá
especialidade é composta preto, além do tradicional Matte
por garrafa da Saint- Kommdesign Leão. Em papel cartão, a nova
Gobain, rótulo da Igel e (41) 3029-2131
www.kommdesign.com.br embalagem foi desenhada pela
cartucho da Embanor Kommdesign e é produzida pela
Artes Gráficas. Gráfica Serena.

Flexíveis, nova arma de uma marca sessentona


Chiclets Adams agora têm versão stick para ampliar consumo entre adolescentes
Após mais de 60 anos cativos das caixinhas transparente e outro branco metalizado, com
de papel cartão no mercado brasileiro, os alta barreira a umidade, oxigênio, luz e aroma.
Chiclets Adams saem da tradicional caixinha A arte das embalagens é da HUB Brasil,
amarela pela primeira vez. A goma de mascar escritório brasileiro da agência internacional
da Cadbury Adams ganha também o formato de desenvolvimento de marcas
stick, em barras, com cinco unidades e em Cornerstone/HUB.
dois novos sabores: morango e uva. A novi-
HUB Brasil
(11) 3083-5253 dade integra o plano de rejuvenescimento
www.hubbrasil.com.br da marca, para atingir os jovens de
14 a 18 anos. “O formato
Inapel
stick lembra os chicles
(11) 6462-8800
www.inapel.com.br importados, o que atrai
o público mais jovem”,
explica Marcel Sacco,
diretor de marketing da
Cadbury Adams. As novas
embalagens flexíveis dos
Chiclets são produzidas
pela Inapel em laminado
composto por dois filmes
de BOPP seláveis – um

8 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


Ibratec
(11) 4789-4200
www.ibratecgrafica.com.br

DBOX Design
(11) 3721-4509
www.dboxdesign.com.br
Em novos lenços, um motivo para cada nariz
Klabin Kimberly-Clark lança cartuchos de Kleenex focados na segmentação de públicos
(11) 3046-5800
www.klabin.com.br Disposta a ampliar o con- As embalagens levam papel (inclusive com licenciamen-
sumo brasileiro de lenços cartão da Klabin e são tos da Disney), visa direcio-
de papel, a Kimberly-Clark impressas pela Ibratec em nar cada embalagem a um
acaba de lançar seus lenços off-set em até seis cores. O público: homens, mulheres e
Kleenex em quatro novos projeto visual foi elaborado crianças. Cada caixinha com-
cartuchos de papel cartão, pela DBOX Design e, por porta 100 unidades do pro-
todos em formato de cubo. meio de motivos variados duto na versão extra macio.

Mais destaque em
versões menores
Versões de bolso ampliam mix da Yoki
Força da Yoki
Alimentos, a linha de
snacks de amendoim
B+G designers teve embalagens
(11) 5051-1446 reformuladas pela
www.bmaisg.com.br
agência Zauberas.
Converplast Agora há volumes
(11) 6462-1177 menores, de 40 gra-
www.converplast.com.br
mas e 70 gramas, e
imagens dos pro-
Madrinha mais jovial dutos ganharam
maior destaque
Alimentos Isabela têm visual remoçado
nas flow packs,
Popular na região Sul, a marca Isabela,
para facilitar a identi-
da M Dias Branco, que chancela mais
ficação de cada item
de 40 versões de biscoitos e 30 tipos de
Santa Rosa Embalagens – amendoim salgado
massas, está de cara nova. Seu logotipo (11) 3622-2300 com pele, salgado
e suas embalagens foram redesenhados www.santarosaembalagens.com.br
descascado, descas-
pela B+G designers, ganhando um padrão
Terphane cado temperado,
uniforme. Nos diversos tipos de embala- (11) 6014-3960 doce pralinê e tipo
gens flexíveis utilizados pela marca, todos www.terphane.com.br
japonês. As flow-
produzidos pela Converplast, a B+G desig-
Zauberas packs combinam PET, BOPP e polietileno
ners trabalhou com janelas, linhas retas e
(11) 3884-8208 e são impressas pela própria Yoki, com
ilustrações, para facilitar a visualização dos zauberas@zauberas.com.br material fornecido pela Terphane e pela
produtos e despertar appetite appeal.
Santa Rosa Embalagens.

10 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


Aposta em aquecimento
Nestlé lança caixas de sorvetes pascais
Sorvete na Páscoa?
Se for de chocolate,
por que não? É o
raciocínio por trás de
duas novidades pas-
cais da Nestlé com
embalagens desenha-
das pela M Design.
O Kisses Maxi
A primeira é um Ovo para presentear
de casca de choco- Caixa com janela dá maior apelo
late recheado com pascal a bombons da Hershey's
sorvetes de gianduia Ponta-de-lança da Hershey’s para Design Absoluto
(11) 3071-0474
e de avelã. Com apelo de presente, o Ovo é a Páscoa, a caixa com bombons www.designabsoluto.com.br
Gráfica 43 apresentado numa caixa de papel cartão em Kisses Maxi passou por uma reno-
(47) 3221-1200 que sobressaem tons de vermelho, bordô e vação visual, com o objetivo de ter Jofer
43sa@43sagrafica.com.br (18) 3643-4000
dourado, além de uma janela transparente de seu apelo como presente reforçado.
www.jofer.com.br
M Design acetato. A outra novidade, o picolé de cho- O trabalho coube à Design Absoluto,
(11) 3839-0969 colate Orélio, tem forma de cabeça e orelha que, a fim de gerar impacto no ponto-
www.mdesign.art.br de coelho, e é vendido individualmente ou em de-venda, decidiu dar maior destaque
multipack cartonada com cinco unidades. A à marca da fabricante, ampliando a
Santa Rosa Embalagens
(11) 3622-2300 caixa do Ovo e a multipack do Orélio são da área ocupada pelo logotipo. A caixa
www.santarosaembalagens.com.br Gráfica 43. O flow pack do picolé, em filme de de papel cartão do produto, com
BOPP perolado, é da Santa Rosa Embalagens. janela, é fabricada pela Jofer.

Todas as especialidades postas em cartuchos


Kopenhagen reformula embalagens de Páscoa generalizando o uso do papel cartão
Mattavelli
A Kopenhagen investiu Gráfica Mattavelli, apresen- Fruit Sensation) e homens (11) 3342-2121
www.mattavelli.com.br
600 000 reais em ações vol- tam toda a linha pascal da (Língua de Gato e Nhá Benta
tadas à Páscoa, entre elas a empresa, composta por ovos Special). O design dos
Sister Studio
reformulação das embalagens para crianças (Chumbinho estojos é da Sister Studio, contato@sisterstudio.com.br
de seus ovos. Cartuchos de e Pastilhas Dragê), mulhe- parceira da Kopenhagen em
papel cartão, produzidos pela res (Nhá Benta Maracujá e projetos de embalagem.

12 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


reportagem de capa >>> consumo

No embalo da b
Conquistar o consumidor popular tornou-se um imperativo para as
Por Livia Deorsola

J
amais as marcas dependeram
tanto dos menos abonados. Um
consenso entre institutos de pes-
quisas, o de que hoje no Brasil,
por baixo, 70% do consumo de não-duráveis
se dão por uma classe definida como CDE,
formada por indivíduos com renda mensal
inferior aos 1 800 reais, faz piscar a luz de
alerta em um número crescente de indústrias.
No ano passado, o consumo realizado pelo
chamado mercado popular brasileiro evoluiu
7%, segundo leitura do instituto de pesquisas
LatinPanel. Assim é fácil entender por que
dez entre dez executivos por trás de grandes
nomes em alimentos, bebidas, produtos de
higiene e outros itens rotineiros esforçam-se
para entender os gostos e hábitos das massas
e criar modelos de venda dirigidos, com pre-
cisão cirúrgica. Não bastasse a já conhecida
tubainização, o avanço das marcas regionais
disparado nos anos 90, as marcas fortes
agora vêem, às vésperas de um aumento do
salário mínimo, a renda do trabalhador dis-
putada também por novos sonhos de consu-
mo – celular, DVD player, toca-MP3, TV de
tela plana (é ano de Copa...). O quadro todo
é favorável às marcas B, e até aos produtos
genéricos, sem marca.
Pressionadas a encontrar o caminho do
eldorado situado na base da pirâmide social,
as empresas de bens de altíssimo giro têm
investido em pesquisas de campo, em revisão
de seus métodos de distribuição e, especial-
FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

mente, na criação de novas apresentações


para seus produtos. A razão é singela, ainda

49%
que nem todas as empresas tenham acorda-
do para ela: embalagens podem ser aliadas
eficazes dos modelos para cativar a baixa
renda e torná-la consumidora fiel. Por isso
dos gastos das
a Procter & Gamble aplica 30% de seu fatu-
classes CDE
ramento global anual – nada menos que 1,9
são feitos no
bilhão de dólares – na criação de produtos
pequeno varejo
para o povão. Por isso a Unilever gasta alto,

14 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


aixa renda
grandes marcas. Embalagens as ajudam

desde os anos 90, em estudos base-


ados no chamado marketing
etnográfico, cujo método
é embasado por con-
ceitos da antropologia,
para lançar embalagens
ao gosto das massas. Por
isso a Johnson & Johnson
brasileira acaba de despender
25 milhões de reais em proje-
tos de produtos mais aces-
síveis, com embalagens sob
medida para o contingente
com orçamentos apertados.
Tradicionalmente voltada ao
público mais abastado, a J&J
recentemente foi atrás de detalhes
minuciosos do comportamento do
consumidor de baixa renda. Meses
atrás, a empresa montou um quiosque
no Largo Treze, região popular de
São Paulo. Da experiência vie-
ram duas certezas: existe na
baixa renda um desejo repri-
mido de adquirir seus produ-
tos; e esse consumidor não se
importa que sejam produtos com
embalagens menos sofisticadas.

Dos estudos aos projetos


“Optamos por oferecer preços mais acessí-
veis em embalagens compatíveis”, afirma
Ricardo Wolff, gerente de Projetos para Em 2005, a
Consumidores de Baixa Renda da Johnson & população de
Johnson. Um dos resultados foi o lançamento baixa renda
da Essencial, versão para o Nordeste do clás- aumentou seu
sico curativo Band-Aid, marca líder em seu poder de
segmento com 60% de share. O cartucho do consumo em

7%
produto, produzido pela Emibra, traz apenas
dez unidades e tem preço sugerido (1,10
real) estampado em seu frontal. Outra força
da J&J, o absorvente Sempre Livre, ganhou
uma embalagem popular, uma flexível da

abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 15


Canguru Embalagens contendo oito unida- Hoje, a Danone comemora um aumento de
des – duas a menos que na porção original. 2,2% da presença do queijinho petit suisse
Não se trata de produto maquiado. O Sempre em domicílios de classe C, atingindo 19%
Livre popular tem distribuição especial, vol- desses lares. “Conseguimos oferecer uma
tada ao pequeno varejo – canal de 49% das opção top de linha ao público de renda baixa
compras da classe CD, de acordo com o sem alterar o produto”, afirma Bendicho.
LatinPanel. Outro caso providencial de embalagem
Prática similar fora adotada pela Danone popular para o varejo de vizinhança vem da
em meados do ano passado com o Danoninho. Kimberly-Clark. A empresa observou que as
O queijinho ganhou uma versão com apenas embalagens com 36 unidades de suas fraldas
duas forminhas, em vez das tradicionais oito, da Turma da Mônica encalhavam
também com preço impresso na embalagem. em comércios de bairro. Desse
Com a versão menor custando 79 centavos, modo, versões com duas e
em vez de média de 3,90 reais da bandeja três unidades, em pacotes
clássica, a Danone apostava na importância produzidos pela Rhotoplás,
que o público de baixa renda dá à compa- foram lançadas pela empresa. A
ração de preços unitários de produto. “É Kimberly-Clark não revela números
um consumidor atento ao custo-benefício de vendas da novidade, porém afirma
oferecido”, diz Alberto Bendicho, gerente de que o plano deu certo. Até por isso,
Inteligência de Mercado e Comunicação da destinará 50 milhões de dólares para o
Danone. A versão menor também respondia lançamento de 16 novos produtos com o
a um curioso fato observado pela fabricante: mesmo perfil ainda neste ano.
donos de mercadinhos e padarias de periferia Os casos da Johnson & Johnson, da
costumavam quebrar as bandejas useiras do Danone e da Kimberly-Clark fazem coro à
produto e vender o Danoninho por forminha. tese do aclamado especialista em estratégias
C. K. Prahalad, autor de best-sellers sobre
consumo popular e hoje um dos mais requi-
sitados palestrantes de eventos corporativos.
Segundo esse guru indiano, fracionar emba-
lagens é a saída mais sensata para cooptar a
baixa renda. Por quê? Porque esse consumi-

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


dor também venera as marcas líderes, mas,
não raro, recebe por dia ou semanalmente.
Pensadas naqueles com contracheque men-
sal, as embalagens tradicionais muitas vezes
FOTOS: DIVULGAÇÃO

tornam-se excludentes para os que compram


picado. Como exemplo, Prahalad gosta de
citar a Unilever indiana, que aumentou a
inserção de seus xampus nas classes popu-

FRAÇÕES – Mais em conta,


versões reduzidas ajudam
a ampliar venda de marcas
tradicionalíssimas

16 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


lares com sachês em doses pequenas. A
Unilever brasileira vem tentando fazer o
mesmo. Há quase um ano, lançou embalagens
compactas de seus desodorantes líderes de
mercado Rexona e Axe, respectivamente em
roll-on e aerossol, a preços três vezes menores
que os das versões regulares. Os lançamentos
levaram em consideração o desejo do público
de baixo poder aquisitivo em consumir deso-
dorantes mais sofisticados que aqueles em
frascos squeezable (que liberam o produto
quando apertados). De lá para cá, o Rexona
Compact saltou de 2% de participação para
5,6% no mercado nordestino.

Mais que as frações


O fracionamento, porém, não é unanimidade
entre as estratégias de embalagem buriladas
para agarrar a base da pirâmide. Os pacotões
econômicos, que vicejaram nos anos 70 e 80
sob a lógica de seduzir o consumidor a levar
para casa quantidades maiores que as das
embalagens-padrão em nome de uma econo-
mia de cerca de 20%, mas que perderam a

ATENDIMENTO – Unilever lançou Axe e Rexona em


aerossol e roll-on: carência do consumidor CD
força com o controle inflacionário e a perda
de sentido das compras de mês, são prezados
por empresas como a Procter & Gamble. No
ramo de fraldas, importante por crescer 13%
ao ano nos volumes de vendas da empresa, foi
tomado o caminho inverso ao da Kimberly-
Clark. A P&G colocou no mercado embala-
gens tamanho-família da marca Pampers, com
42 unidades.
Disposta a lançar mão de diferentes estra-
tégias em embalagem para ampliar negócios
na classe CD, a Johnson & Johnson também
abraça o tamanho família em sua marca de
protetores diários Carefree. Na versão econô-
mica, um cartucho de papel cartão da Emibra Cola para o Rio e para o Espírito Santo. BIG – P&G aposta em
acondiciona quarenta unidades do produto Em notas de jornais fluminenses, a empresa versões tamanho gigante
a 4,90 reais, preço proporcionalmente bem deixou clara a sua insatisfação com os preços para ampliar consumo
de fraldas nas massas
menor que o da embalagem clássica, uma voláteis dos plásticos e do alumínio. Seria um
plástica flexível com 15 protetores vendida sinal de que as garrafas retornáveis de vidro
a 3 reais. Os diferentes materiais utilizados poderão ganhar reforço ainda maior entre
em cada variante fazem supor, uma vez que a as franqueadas da Coca-Cola? A empresa
Johnson & Johnson não confirma, um aspec- não se posiciona a respeito, mas pode-se
to para o qual cada vez mais empresas em crer que sim. Em 2002, a operação brasilei-
busca do sucesso na baixa renda mostram-se ra da gigante em refrigerantes, vendo pela
atentas: os custos implicados pelos materiais primeira vez seu share cair abaixo dos 50%
de embalagem. Embora as embalagens plás- com o ataque das tubaínas, decidiu contra-
ticas sejam bastante reconhecidas por seu atacar relançando uma família de vasilhames
custo acessível, a volatilidade dos preços do
petróleo preocupa as indústrias, pois aumen-
tos gerariam inevitáveis repasses nos preços
finais dos produtos – e incrementos que pare- VAIVÉM – Garrafas de
cem mínimos para os consumidores do topo vidro retornáveis, como
da pirâmide podem suscetibilizar a base. a de 200 mililitros,
permitiram à Coca-Cola
Uma comprovação dessa teoria pôde ser
retomar mercado perdido
notada em recentes declarações da Rio de
Janeiro Refrescos, engarrafadora de Coca-
AÇÃO
FOTOS: DIVULG

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

DISTINÇÕES – Flexível é a apresen-


tação original do Carefree, da J&J.
Cartuchos com 40 unidades é a
solução econômica para o povão

18 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


ALTERNATIVA – Sachês barateiam o Ninho, leite em
pó preferido das mães de baixa renda no Nordeste

retornáveis – dentro da qual, aliás, apareceu


uma garrafinha pocket money, de 200 milili-
tros, vendida a 50 centavos nas periferias. A
Coca-Cola terminou 2005 com 63% de share,
um indício de que a valorização do vidro,
material com pouca volubilidade de preços,
funcionou.

Povão puxa sachês


Buscando criar uma versão popular do Leite
Ninho para a praça nordestina, a Nestlé colo-
cou o produto, tradicionalmente vendido em
lata, numa versão em embalagem flexível,
fornecida pela Santa Rosa Embalagens. Mais
em conta do que as latas de aço, o uso dos
saquinhos veio da percepção de que o Ninho
é o leite em pó preferido das mães das classes

SIMPLICIDADE – J&J escolheu


envelopes para os sabonetes
populares. Outras linhas são
apresentadas em papel cartão

abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 19


de baixo poder aquisitivo na hora de alimen- lançado em embalagem flexível da Canguru Canguru Embalagens
tar o bebê, embora para o restante da família Embalagens, e não em cartuchos de papel (48) 3461-9000
www.canguru.com.br
elas comprem marcas alternativas. cartão, como a empresa fez em linhas mais
Ação parecida também foi tomada pela sofisticadas. “Na escolha por uma embala- Emibra
(11) 4748-2199
Johnson & Johnson em sua recente estréia no gem, além dos testes de compatibilidade com
www.emibra.com.br
segmento de sabonetes para adultos das clas- o produto, avaliamos o público a que ela se
ses menos abastadas. Um conjunto de quatro destina. Já neste ponto analisamos os gastos Rhotoplás
(11) 4199-2555
barras, vendidas a 68 centavos cada, foi e optamos por aquela de melhor custo-bene- www.rhotoplas.com.br
fício”, diz Armando Albarelli, responsável
pelo departamento de Desenvolvimento de Santa Rosa Embalagens Flexíveis
(11) 3622-2300
Embalagens da J&J. “Assim, o produto já www.santarosaembalagtens.com.br
nasce com o custo otimizado”.
Mas talvez o setor em que a troca de
materiais tenha se dado em maior vulto seja
o de sabões em pó. Em 2005, marcas fortes
desse mercado, como Ariel e Ace, da Procter
& Gamble, substituíram os cartuchos por
bolsas flexíveis de polietileno, da Rhotoplás.
Motivo: os sachês, por serem de plástico,
DIVULGAÇÃO

resistem melhor ao manuseio por donas-de-


casa que lavam mais roupa em tanques do
que em máquinas. A Unilever contra-atacou
com o líder Omo, também em versão flexí-
vel, com 2 quilos. No caso dos sabões em
pó, as marcas poderosas viam sua liderança
corroída em 9% de 2000 para 2005, confor-
me dados da ACNielsen (veja reportagem
em EMBALAGEMMARCA nº 73, setembro de
2005).
A verdade é que o campo das embala-
gens pode render uma série de estratégias
BRIGA DE GIGANTES – Flexíveis ganharam força para conquistar a baixa renda, e não faltam
na disputa de líderes do mercado de sabão exemplos de como a embalagem certa pode
em pó por lares de renda comprimida determinar a recusa ou a rendição do con-
sumidor popular às marcas. Para empresas
como as multinacionais, que constatam ven-
das estagnadas no topo da pirâmide e não
têm outra saída senão eleger o consumidor
emergente para o sustento do crescimento
de seus negócios, vale o recado de estreitar
a intimidade com o público e levar em conta
questões industriais na hora de traçar pla-
nos. Na opção por embalagens menores, por
exemplo, o custo relativo da embalagem na
escala industrial é maior. “A razão que justi-
fica o investimento é não deixar escapar para
as marcas de combate a demanda dos consu-
midores de renda baixa”, analisa o designer e
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

consultor de marcas Lincoln Seragini. Dessa


forma, lucros imediatos são sacrificados em
nome de uma conquista duradoura dos seto-
res mais pobres da sociedade.

20 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


celulósicas >>> chocolates

Bola dentro
Copa inspira Pão de Açúcar
a lançar chocolate em
“bola” de papel cartão

FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


M
arcas próprias, por que não?,
também podem explorar a oca-
sião da Copa do Mundo para
fomentar vendas por meio de
embalagens promocionais. Notório pelo estí-
mulo à criatividade no campo da apresen-
tação de produtos, o Grupo Pão de Açúcar/
Companhia Brasileira de Distribuição já
acordou para essa tática. Com a Páscoa a
tiracolo, a companhia lançou uma Bola de
Chocolate num inventivo cartucho de papel
cartão, cujas múltiplas faces simulam o for-
mato esférico das bolas de futebol.
“A idéia do projeto veio de literaturas
de protótipos e de um calendário de uma
rede de fast food”, relata Angélica Guerreta, TABELINHA – Cartucho
da área de desenvolvimento de embalagens destaca seis estrelas em da gráfica Nova Página, de Cajamar (SP),
relevo no frontal e calen-
dário da Copa no verso a produtora do cartucho. Aliás, nas faces
da embalagem – com visual projetado pela
Mazz Design com natural ênfase no verde
e amarelo – também se encontra impresso
um calendário: a tabela de jogos da Copa da
Alemanha. Artilheiros e países campeões das
Copas anteriores também são destacados em
algumas das paredes.
Produzido com papel cartão da Suzano,
o cartucho da Bola é impresso em off-set
cinco cores mais verniz base água. Fechadas
manualmente por um sistema de lingüetas e
selos adesivos de proteção na linha da pro-
dutora do chocolate, a Fruitland (Chocolates
Araucária), de Campos do Jordão (SP), as
embalagens contam ainda com aplicações
de relevo, nas seis estrelas posicionadas
em seu frontal, e de informações em braile.
“Trabalhamos outros projetos de embalagens
de alimentos com corte e vinco diferencia-
dos, e eles deverão chegar ao mercado em
breve”, diz Angélica, da Nova Página.

Mazz Design Nova Página Suzano


(11) 3842-7880 (11) 3531-7000 0800 055 5100
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22 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


vidro >>> conservas e molhos

Drible certeiro
Por maiores margens, Olé amplia adoção de
potes de vidro em conservas e atomatados

U
m dos maiores regozijos se concentra o público mais exigente,
do setor vidreiro em 2005 mais afeito ao vidro e que, em função
foi a retomada de clientes de suas rotinas atribuladas, mais neces-
em vegetais em conserva, sita de praticidade”, entende o executi-
mercado que vinha escapando de seus vo. A menção à conveniência tem expli-
potes para as latas de aço. As recon- cação: os potes de vidro de 310 gramas
quistas incluíram uma importante for- da Olé, supridos pela Owens-Illinois do
madora de opinião desse segmento, a Brasil e decorados com rótulos auto-
Conservas Olé, com distribuição em adesivos da Mack Color, são selados
todo o território nacional alimentada com as afamadas tampas abre-fácil da
por fábricas no Rio Grande do Sul e em Metalgráfica Rojek.
Goiás. A volta ao vidro permitiu à Olé A readoção do vidro implicou na
fintar o problema das margens compri- descontinuidade da abre-fácil nas latas
midas. Daí o fato de a empresa prosse- que permanecem sendo utilizadas pela
guir com a estratégia, lançando agora Olé. Assim, a indústria de conser-
novos itens em potes de vidro: uma vas circunscreve cada material a um
seleta de Ervilha e Cenoura e Molhos nicho de preço. O vidro fica encarre-
de Tomate nas versões Tradicional, gado das vendas nas faixas premium.
Manjericão e Azeitonas. “A transparência, a maior adaptação
Segundo o gerente de marketing da ao armazenamento na geladeira e o
Olé, Odilon Roberto Oliviéri, as emba- aproveitamento de 100% do conteúdo
lagens de vidro têm a missão de ampliar contam pontos a favor do vidro para
a base consumidora da marca nos gran- o consumidor mais abonado”, explica
des centros urbanos brasileiros. “É onde Oliviéri.

Mack Color Metalgráfica Rojek Owens-Illinois do Brasil


(11) 6195- 4499 (11) 4447-7900 (11) 6542-8000
www.mackcolor.com.br www.rojek.com.br www.oidobrasil.com.br

O-I propõe soluções ponta a ponta


Um novo conceito de fornecimen- ner Fábio Mestriner, da Packing
to é proposto pela Owens-Illinois Design, um dos responsáveis
do Brasil, grande produtora de pela iniciativa. Segundo Arthur
embalagens de vidro. Batizado Almeida Prado de Assumpção,
Total Packaging Solutions, o gerente de marketing da O-I
DIVULGAÇÃO

plano da vidraria é oferecer uma do Brasil, a solução integrada


abordagem sistêmica, trabalhan- agiliza os projetos, encurtando
do-se, num pacote só, design, caminhos. “As etapas são feitas
estrutura, fechamento e deco- internamente ou encaminhadas
ração de embalagens. “Tudo é a parceiros do projeto”, explica
pensado dentro da mesma lógi- Assumpção. Detalhes sobre o
ca, o que diminui equívocos no Total Packaging Solutions podem
resultado final”, afirma o desig- ser obtidas com a O-I do Brasil. MISSÃO – Linha em vidro visa aumentar
penetração da Olé nas grandes cidades

24 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


O sanduíche pode mudar
Na Unilever americana, troca da camada de alumínio por filme de BOPP
metalizado acena a um novo padrão de flexíveis para alimentos secos

P
or mais de três décadas a sigla PPFP, ce. “É um significativo benefício econômico se
definidora da estrutura papel/polieti- pensarmos na selagem de centenas de milhões de
leno/foil de alumínio/polietileno, sus- pouches”, lembra Hughes. Noves fora, a cons-
tentou-se na Unilever americana como trução modificada também se adaptou aos equi-
construção paradigmática para embalagens flexí- pamentos form-fill-seal que a Unilever Foods
veis de alimentos desidratados – misturas em pó já possuía. Havia um temor de que os ritmos
para molhos, lámens e outros pré-preparados. variáveis de trabalho da linha de embalagem da
Agora, avanços tecnológicos da área de filmes companhia causassem stress à nova estrutura,
começam a abalar essa tradição. A companhia mas isso não se verificou.
está promovendo a substituição da camada de American Packaging Numa mudança que poderá ser notada pelo
alumínio por um filme de polipropileno biorien- +1 (800) 551-8801 trade e pelo público, o filme plástico solucio-
www.ampkcorp.com
tado (BOPP) metalizado e de alta barreira da nou o problema estético das rugas e vincos que
Toray Plastics. A troca envolve os pouches dos Toray Plastics as embalagens anteriores adquiriam durante as
alimentos secos das bandeiras Knorr e Lipton e, +1 (401) 294-4511 etapas de distribuição e com o manuseio pelo
www.torayfilms.com
diz a Unilever, resulta em ganhos em custos de consumidor no ponto-de-venda. Tirado o alumí-
produção, proteção e imagem do produto. nio e colocado o filme plástico, com memória
Michael Hughes, gerente de tecnologia de (a capacidade de os plásticos retornarem ao
embalagem da Unilever Foods, conta que o estado inicial após torções), as marcações são
REVIRAVOLTA – Flexíveis
filme metalizado substituto, da linha Torayfan, agora temporárias, sem resultar em pacotes rotos
das marcas Knorr e
provou garantir barreiras superiores ao oxigê- Lipton: vantagens na nas lojas. Na Unilever, as vantagens da troca já
nio e à umidade em testes de benchmarking. troca do alumínio por atiçam sua adoção em nível global, como padrão
Mais importante ainda foi a demonstração de BOPP metalizado para flexíveis de alimentos secos. Sucursais
resistência superior ao rasgo. Ocorre que os européias e a australiana da Unilever já esta-
grânulos e massas dos produ- riam prestes a testar a novidade. “Tudo leva
tos secos muitas vezes apre- a crer que a adoção mundial acontecerá”,
sentam bordas pontiagudas, opina Hughes.
arriscando furar as embala-
gens, especialmente durante
o processo de acomodação
nas caixas de despacho. Com
a película de alumínio eram
recorrentes puncturas microscó-
picas, imperceptíveis a olho nu,
mas que acabavam por reduzir a
vida dos produtos.
Outras vantagens de proces-
so saltaram aos olhos da Unilever
Foods e da convertedora das fle-
xíveis, a American Packaging, de
Rochester, Nova Iorque. Por receber
FOTOS: DIVULGAÇÃO

um avançado tratamento corona, o


filme plástico metalizado propiciou
redução de custos com selantes na
laminação, sem prejuízo de performan-

26 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


Uma homenagem a São Patrício
Garrafa de alumínio liga Bud Light a padroeiro da Irlanda
Tradicional feriado americano tro folhas. Adotadas no ano
celebrado em 17 de março, passado com grande sucesso
o St. Patrick’s Day – ou, (veja EMBALAGEMMARCA nº 74,
em bom português, o dia outubro de 2005), as garra-
de São Patrício, padroei- fas de alumínio da Anheuser-
ro da Irlanda – motivou a Busch agora são litografadas
Anheuser-Busch a soltar com tintas ultravioleta que as
nos Estados Unidos uma fazem brilhar sob holofotes
cerveja Bud Light vestida de luz negra, presentes em
a caráter para a ocasião. diversos bares americanos.
A edição comemora- “As embalagens estão mais
tiva fiou-se numa gar- divertidas e inovadoras, para
rafa de alumínio de 16 o deleite do consumidor”, defi-
onças líquidas (cerca de ne Rick Leininger, diretor de
475 mililitros), suprida marketing da marca Bud Light
pela Exal, com fortes na Anheuser-Busch.
“equities” irlandeses: Exal (Argentina)
a cor verde e estam- +54 (23) 2249-6226
pas de trevos de qua- www.exal.com

Sopro de inovação para os lavabos


Dispenser de PET enobrece sabão líquido de fabricante holandês
Certas empresas já enxergam nas dos. Segundo a RPC Kutenholz,
embalagens sopradas de PET atri- filial alemã do grupo europeu de
butos vendedores para mercados embalagens RPC e responsável
que sempre alegaram objeções pelo desenvolvimento do recipien-
às resinas commodities, casos de te, a claridade do PET permite ao
cosméticos e produtos premium consumidor visualizar o produto e
de higiene pessoal. Uma delas é a ação da válvula pump, e as pare-
a Haal Verpakkingen, fabricante des da embalagem proporcionam
holandesa de itens de toucador. um efeito visual multidimensional,
A companhia aposta num fras- reforçando uma percepção de pro-
co paralelepípedo de PET de 300 duto de qualidade.
mililitros, com alta transparência e RPC Kutenholz
design inovador, para comercializar +49 476-2890
uma nova linha de sabonetes líqui- www.rpc-kutenholz.de
FOTOS: DIVULGAÇÃO

abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 27


mercado >>> cafés

Mais empurrões nobres


Latas, cartuchos, pouches. Eis as embalagens puxadas pelos cafés gourmet

O
café vive um bom momento no
Brasil. Segundo números do EXTENSÃO – Café Santa Lúcia agora
setor, a safra 2006/2007 renderá aposta também em cartuchos sofisticados
42 milhões de sacas, ante 32,9
milhões de sacas em 2005/2006. O consumo
interno deve aumentar 5,5% em 2006, ou
quatro vezes a média de crescimento mun-
dial, dado que deve ter atiçado a rede de
cafeterias Starbucks a anunciar o ingresso no

GAÇÃO
país. Vendem-se máquinas de torrefação num

FOTOS: DIVUL
volume sem par nos últimos anos. As expor-
tações também evoluem – e de produto com
maior valor, já embalado, saída consensual
para fazer daquele que é o maior exportador
mundial de grão verde há 300 anos melhorar
a imagem de marca e ampliar sua rentabili-
dade. “O segmento de cafés especiais con-
tinua crescendo a taxas próximas de 10% e
o Brasil ainda participa pouco desse nicho,
cerca de 5%”, alerta o economista José
Roberto Mendonça de Barros em recente
artigo do diário O Estado de S. Paulo.
Não se pode negar, contudo, que cada
vez mais empresas do setor fazem sua lição
de casa. Ao fim do ano passado, o preço
médio do quilo de café, indicador de agre-
gação de valor, apresentava um crescimento sua fronte a ilustração estilizada de um
de 33,91%. O viés positivo se sustenta. No bispo tomando cafezinho, criada pelo artis-
entender da Abic – Associação Brasileira ta plástico Gustavo Rosa. Outra marca de
da Indústria de Café, o quadro espelha o cafés gourmet que já vinha investindo em
estouro dos cafés gourmet, acondicionados embalagens buriladas e possui novidades é
em nobres embalagens. Quase um ano atrás, a Café do Centro. A empresa está lançando
EMBALAGEMMARCA abordava casos de mer- uma linha de cappuccinos gourmet, nas ver-
cado desse gênero (edição nº 69, maio de sões regular e light, em latas da Metalúrgica
2005). A tendência mantém-se em alta, a Mococa, com sistema de fechamento da
partir de ações eloqüentes de cafeicultores. mineira Tecnoplast e da Sonoco For-Plas.
“As vendas de cappuccino têm crescido
Cartão e metal no vácuo tanto quanto as de café expresso”, comenta
Veja-se o caso do café gourmet em pó Santa Alexandre Petroni, gerente de vendas do
Lúcia. A marca acaba de ampliar seu port- Café do Centro. Os cappuccinos da empresa
fólio de embalagens com três cartuchos de são distribuídos no varejo mais sofisticado,
papel cartão, produzidos pela Cartonagem como o Supermercado Santa Luzia e o
São Luiz, de Franca (SP). Como nas emba- Empório Santa Maria, e já foram
INOVAÇÃO
lagens flexíveis de alta barreira já utilizadas exportados para o Japão no fim Nova Ploc Off, com vácuo,
pela torrefadora, as caixas estampam em do ano passado. foi projetada pela Brasilata
para exportar marca
de torrefadora
28 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006
Latas, aliás, podem aproveitar ainda mais
a carona do vácuo no segmento premium de
cafés. De olho nisso, a Brasilata coloca no
segmento uma nova embalagem metálica
ideal para café torrado e moído, a Ploc Off
VP – Vacuum Packaging. Como o nome
denuncia, a lata conserva o conteúdo com
vácuo, da mesma forma que certas embala-
gens flexíveis. O desenvolvimento da Ploc
Off VP foi motivado pelo interesse de um
cliente da Brasilata, o Café Toleno, em
exportar para os Estados Unidos.
ESTEIRA – Café do Centro
Para criar a condição de vácuo no sistema lança Cappuccinos em
de fechamento da lata, a solução encontrada latas da Mococa. Alta
do produto ajuda
pela equipe técnica da Brasilata foi recobrir
o anel com plastissol, um vedante largamente
utilizado em embalagens de alimentos e bebi-
das. O perfil da tampa plástica também foi
modificado para garantir a vedação perfeita
e manter o vácuo residual. “Trata-se de uma no fim de 2005. “A ampliação das opções Brasilata
inovação que une a resistência, a segurança de fornecimento deve acelerar os avanços (11) 3871-8500
www.brasilata.com.br
e a beleza da litografia da lata de aço com técnicos em embalagem de café”, entende
Cartonagem São Luiz
a flexibilidade e o fácil manuseio da tampa Sérgio Hamilton Angelucci, diretor comer- (16) 3727-3466
plástica”, diz o diretor-superintendente da cial da Embalagens Diadema, líder em emba- www.cartonagemsaoluiz.com.br
Brasilata, Antonio Carlos Teixeira Álvares. lagens flexíveis para café no Brasil. Segundo Embalagens Flexíveis Diadema
A Ploc Off VP seria apresentada oficialmente ele, um dos principais efeitos pode ser a (11) 4066-7833
www.embalagensdiadema.com.br
na feira Cannex ’2006, no início de abril, em maior velocidade da adoção do trilaminado
Cingapura, com fechamentos nos diâmetros poliéster/alumínio/polietileno nas embala- Metalúrgica Mococa
(19) 3656-9300
99 milímetros e 73 milímetros. gens do setor, construção mais sofisticada www.metalurgicamococa.com.br
e com maiores propriedades de barreira que Polo Films
Flexíveis aguçam o faro a poliéster/poli comum nas almofadas. “É o (11) 3707-8270
Naturalmente, o bom cenário dos cafés gour- caminho aguardado, uma vez que o mercado www.polofilms.com.br
met resulta num quadro sintomático no setor felizmente está cada vez mais nivelado por Sonoco For-Plas
de flexíveis, o maior supridor de embalagens cima, tanto em produto quanto em apresenta- (11) 5097-2750
www.sonocoforplas.com.br
do mercado de cafés. ção”, diz Angelucci.
Tecnoplast
Tome-se o caso da Polo Films. Uma (35) 3422-5233
semana depois de informar a injeção de 100 TENDÊNCIA – Leque maior de tecnoplastminas@tcnet.com.br
produtores locais de filmes
milhões de reais em uma nova linha de Terphane
pode acelerar adoção de
polipropileno biorientado (BOPP) flexíveis mais protetoras
(11) 6014-3951
www.terphane.com.br
(veja a seção Panorama desta
edição), a empresa anunciou
mais 90 milhões de reais de
investimentos em uma fábrica
de filmes de poliéster bio-
rientado (BOPET), muitís-
simo utilizados na produção de
almofadas (pillow packs) e emba-
lagens a vácuo para cafés. Atualmente,
o mercado interno contava com apenas
um fornecedor, a Terphane – que,
a propósito, também investiu em
ampliação de capacidade instalada

abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 29


CONGRAF
CONGRAF
Polo investe em BOPP... Conchas vivem um problema de imagem
Após abrir duas linhas de produção Irado, consumidor americano pede blisters mais amigáveis
de filmes de polipropileno biorienta-
do (BOPP) em sua unidade gaúcha Largamente utilizados nas vendas ra que duram em média nove minutos.
de Montenegro (RS) nos últimos cinco de eletrônicos, itens de informática, Bordas cortantes das embalagens,
anos, a Polo Films, empresa do grupo cosméticos e peças resultantes dessas
químico Unigel, acaba de anunciar a de construção, entre brigas, ocasionaram
construção de uma terceira. outros produtos, os mais de 300 000
blisters plásticos do atendimentos ambu-
...Rumo às 100 000 toneladas tipo concha (clam- latoriais nos Estados
O investimento na nova linha, que terá shell) não gozam lá Unidos, em 2003.
capacidade anual de 30 000 tonela- de grande reputação Tal quadro inspira
das e será inaugurada em meados de
entre os americanos. novas soluções
2007, chega a 100 milhões de reais.
Numa enquete da em embalagem.
“Caminhamos rumo às 100 000 tone-
revista Consumer Uma delas vem da
ladas por ano”, diz Jorge Cardoso, dire-
tor-superintendente da empresa. Os Reports, eles foram MeadWestvaco, a
filmes de BOPP da Polo são utilizados eleitos “as embala- controladora da bra-
principalmente na produção de emba- gens menos amigá- sileira Rigesa: uma
lagens flexíveis para alimentos e cigar- veis ao consumidor”. Segundo a publi- concha que alia papel cartão de altís-
ros, rótulos e fitas adesivas. cação, o principal pró das conchas, sima resistência a poliéster. A emba-
o de dificultar furtos e violações de lagem, batizada Nutralock, preserva a
Prevenção às filas mercadorias nas lojas, obriga o consu- propriedade anti-furtos, é reciclável e
Quem planeja visitar a feira de negó- midor a “lutar” com elas após as com- está em fase inicial de prospecção.
cios em embalagens Pack Expo pras, em furiosas tentativas de abertu- www.meadwestvaco.com
International 2006, a ser realizada de
29 de outubro a 2 de novembro próxi-
mos em Chicago, nos Estados Unidos,
pode obter credenciais com desconto Pressão da gigante?
de 50% no site www.packexpo.com. O AmBev estaria prestes a fabricar garrafa própria
PMMI, organizador do evento, informa
Segundo notícia publicada pela 20% de sua capacidade de
que os tíquetes promocionais, no valor
de 25 dólares e válidos para o período revista Veja no início de abril, produção. Mas há quem ache
integral da feira, estarão disponíveis a AmBev estaria pronta para que a gigante das cervejas usa
até 10 de outubro. construir uma fábrica de gar- o projeto apenas para pressio-
rafas de vidro, que teria capa- nar seus fornecedores de garra-
Organograma renovado cidade de suprir 50% de seu fa”, assinala a nota. Procurada
Produtora de bisnagas e tampas, a consumo na região Sudeste. “A por EMBALAGEMMARCA, a AmBev
C-Pack anuncia mudanças em sua idéia está deixando em polvoro- não confirmou nem desmen-
estrutura. Edson Eisele assumiu a sa boa parte dos fabricantes de tiu a informação. Será ou não
assessoria de novos projetos, voltada garrafa, que hoje têm ociosos espuma?
especialmente à construção das novas
instalações da empresa. Renata Saurin
Felin é a nova gerente de Qualidade, e
terá como meta a obtenção da certifica-
“A indústria terá condições de elevar sua
ção ISO 9001:2000 em 2007. O recém- produção a partir do segundo trimestre deste ano,
criado NQP – Núcleo de Qualidade de
Produtos terá como titular Gabriela o que possibilitará acomodar taxas de crescimento
Mayer Vieira.
de 5% a 7%, sem pressões de custo”
Diadema com ISO Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV – Faculdade Getúlio Vargas,
A Embalagens Flexíveis Diadema acaba sobre o possível quadro para 2006. Nesse prognóstico, o mercado de embalagens apresentará
de conquistar o ISO 14001, certificado um crescimento moderado da produção, de 2% a 3%. Em estudo feito para a Abre – Associação
referente a políticas de responsabi-
Brasileira de Embalagem e divulgado em março, Quadros aponta que a indústria brasileira de
lidade ambiental. A empresa já era
embalagem retraiu 1,26% em produção física em comparação a 2004, gerando 31,3 bilhões de
certificada pelo ISO 9001.
reais. O destaque coube às embalagens plásticas, que cresceram 3,14% no período.

32 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


A retomada do maior preço no topo
Evolução do consumo em 2005 premiou marcas premium
Se de um lado a indústria e o comér-
cio reclamam da desaceleração dos
negócios, de outro as máquinas regis-

FONTE: ACNIELSEN
tradoras do varejo fazem supor um des-
colamento entre discurso e prática. Um
recém-divulgado estudo da ACNielsen
mostra que o consumo de massa no
Brasil evoluiu em 2005. Em 157 catego-
rias de produto monitoradas, 63% delas
cresceram mais de 3% em volume no
ano passado, e apenas 11% caíram.
Outro dado do estudo: o segmento de 2003 2004 2005
alto preço vem recuperando importân- Preço alto
cia no grupo de marcas líderes. Veja o
Preço médio
posicionamento de preço das marcas
Preço baixo
líderes no Brasil nos últimos três anos.

ABRE tem novo presidente


Diretor da Klabin irá comandar a entidade
Paulo Sérgio Peres, dire- o designer Fábio Mestriner,
tor da Klabin e presidente da Packing Design, que dei-
da ABPO – Associação xou o cargo no fim de feve-
Brasileira do Papelão Ondu- reiro. Peres conduzirá a prin-
lado, é o novo presidente da cipal entidade de classe do
ABRE – Associação Brasileira setor de embalagens durante
de Embalagem. Ele substitui o biênio 2006-2007.

Maior oferta de oxi-biodegradáveis


Poly Blow lança bisnagas e frascos de degradação acelerada
Mais uma transformadora inicia a oferta de
embalagens plásticas de degradação ace-
lerada. É a Poly Blow, de São Bernardo do
Campo (SP). A princípio, a linha especial,
denominada Poly Bio, abrange bisnagas
para silicone e selantes em geral e frascos
para os segmentos farmacêutico, químico e
veterinário, produtos de força da empresa.
“Já temos em vista frascos e garrafas para
cosméticos e embalagens para alimentos”,
diz David Pulido Perez, gerente de marke-
ting da Poly Blow. A origem da tecnologia
FOTO: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

é mantida em sigilo, sob a alegação de


proteção de um diferencial competitivo.
“Conseguimos oferecer a nova linha com
repasses irrisórios, até absorvendo custos
dependendo da escala”, argumenta Perez.
(11) 4178-0011 • www.polyblow.com.br

abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 33


plásticas >>> águas minerais

Um peixe fora d’água?


Sem fama no Brasil, mercado de águas com sabor
pode crescer com nacionalização da marca Aquarius

S
ucesso no Japão, nos com as useiras e vezeiras do mercado
Estados Unidos, na Europa de águas. O design da embalagem é
e até aqui ao lado, na da própria Coca-Cola. As garrafas
Argentina, onde já responde são produzidas pela Amcor PET
por 30% das vendas de águas engarrafa- Packaging, pela Engepack e tam-
das, a água com sabor é a nova aposta bém pela divisão de embalagens
da Coca-Cola para o Brasil, mercado do grupo chileno Andina, contro-
em que tal bebida vive quase na clan- lador da Rio de Janeiro Refrescos,
destinidade. Confiante na decolagem grande engarrafadora de Coca-Cola
do produto por aqui, a Coca-Cola acaba para o Sudeste. Não foram infor-
de nacionalizar sua marca Aquarius de mados os fornecedores dos rótulos
águas “diferentes”. Nos sabores limão e nem das tampas.
laranja, a novidade apareceu em março, De acordo com a fabrican-
em garrafas de PET de 510 mililitros, no te, a Aquarius terá a missão de
interior paulista – região em que 70% sacudir o mercado de água engar-
das vendas de águas se devem às classes rafada no Brasil, caracterizado
A e B, alvos primários da marca. por pouca diferenciação e baixa
Lá fora, as águas Aquarius têm per- percepção de valor – aspectos
fil diferente. Também são enriqueci- refletidos no cotidiano, confor-

O
AÇÃ
das com sabores, mas têm proprieda- me assinala a diretora de marke-

ULG
des isotônicas. Por isso, as garrafas do ting da Coca-Cola Brasil, Andréa

DIV
tipo caramanhola, típicas das bebidas Mota. “Quando nos perguntam o
esportivas, são suas principais emba- que queremos beber, muitas vezes
lagens internacionais (veja o quadro). respondemos ‘nada – só água’”, reflete
Transposta para cá sem o apelo isotôni- a executiva. “Nossa intenção é quebrar
co, a Aquarius ganhou garrafas de PET esse estigma de que a água não tem
identificadas em formato e cor (azul) graça nem sabor”.
CARONA
Garrafas da
Lá fora, roupa com bônus ambiental Aquarius: equities
das embalagens
Na Europa, onde tem prestígio européias de reciclagem conse- de água mineral

na categoria de isotônicos, a guem identificar rapidamente as


Coca-Cola Aquarius é também garrafas de PET decoradas com
reconhecida como vanguardista TPE-G, facilitando a separação
em embalagem. Meses atrás, o dos rótulos das embalagens
rótulo da bebida na França, um por flotação (suspensão em
termoencolhível feito com filme meio líquido). A Sleever também Amcor PET Packaging
(11) 4589-8000
de TPE-G (um elastômero termo- desenvolveu tintas e adesivos www.amcor.com
plástico) rendeu à sua fornecedo- especiais para o material, que
ra, a Sleever, um dos troféus do não interferem no processo de Engepack
(11) 2149-8800
Prêmio Francês de Embalagem. reciclagem. O filme de TPE-G já
www.engepack.com.br
Ocorre que o TPE-G possui um possui aprovação de recicladores
diferencial ambiental. As máqui- franceses, alemães, suíços e Sleever
nas selecionadoras das estações escandinavos. (11) 5641-3356
www.sleever.com

34 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


decoração >>> alimentos

Enfim, chegou

ÃO
DIVULGAÇ
Aguardada, estréia do rótulo in-mold em pote
de margarina ocorre em tacada da Dixie Toga

T
endência mundial, o uso do in-mold (IML) para
a decoração de potes plásticos de margarinas
vinha sendo aguardado no mercado brasileiro.
Pois bem. A estréia acaba de acontecer, a rebo-
que de uma parceria entre a Dixie Toga e a Sadia, dona da
Qualy, marca líder do mercado de margarinas, com cerca
de 24% de share. Três SKUs da família de margarinas
Qualy Light com sabor (Mel, Queijo Tipo Suíço e Peito de
NO MOLDE – Potes de parede fina recebem o rótulo durante a injeção
Peru) agora têm potes com in-mold – rótulos aplicados às
embalagens plásticas rígidas no momento de seu sopro ou planta industrial da Dixie Toga de Votorantim (SP). “Os
injeção, no interior dos moldes. itens estão sendo lançados em março e devem estar nas
A novidade em decoração passa a concorrer no seg- gôndolas já no início de abril”, disse a EMBALAGEMMARCA
mento de margarinas com o dry off-set – a tradicional Régis Sá, coordenador de marketing da divisão de emba-
impressão direta no corpo e na tampa das embalagens –, lagens industriais da Dixie Toga. O in-mold labeling ainda
com os auto-adesivos e com os rótulos termoencolhíveis. é pouco utilizado no Brasil. Projetos como o da Sadia
Os novos rótulos das versões saborizadas de Qualy Light prometem ampliar a acessibilidade à tecnologia.
são aplicadas em potes de polipropileno de 250 gramas,
produzidos por injeção de ciclo rápido e parede fina na Dixie Toga: (11) 5516-2096 • www.dixietoga.com.br
entrevista >>> Iorley Lisboa

Um modelo para
muitas indústrias
A
última virada de século marcou tam- e necessidades do público. Os dados foram tabulados e
bém uma guinada no negócio de marcas concluímos que nossos consumidores tinham mudado.
próprias do Pão de Açúcar. Até então, o Eles estavam mais críticos e mais exigentes em todas as
maior grupo varejista brasileiro seguia classes sociais. A empresa percebeu que era necessário
o mercado, isto é, delegava seu aval a se alinhar aos anseios desse novo comprador para ganhar
produtos de primeiro preço com embalagens insossas. rentabilidade com marca própria. Por isso, resolveu-se
Sucedeu-se a reciclagem. Cabeças-de-ponte de um novo criar toda uma estrutura interna de indústria dentro do
modelo de vendas, calcado em qualidade, as marcas da varejo para desenvolver produtos e embalagens. Hoje,
casa passaram a ganhar embalagens requintadas, mira- contamos com gerentes de produto, engenheiros de
das no giro. Deu certo. Além de maior caixa, os itens, alimentos, nutricionistas, enfim, pessoas de indústria.
melhor apresentados, até renderam prêmios de emba- Temos gente egressa da Johnson & Johnson, da Natura,
lagem ao conglomerado criado pelos Diniz. Como uma da Unilever, da Nestlé... A única diferença real para uma
companhia de distribuição atingiu o status de formadora grande indústria é que não há produção.
de opinião em embalagem, posição almejada por várias
das suas indústrias abastecedoras? Boa parte do mérito Outras redes varejistas também têm investido mais
cabe ao departamento técnico criado à época da revisão em suas marcas próprias, mas não ao ponto de terem
de estratégia. Seu gerente, Iorley Lisboa, ex-projetista uma área de criação de embalagens. Por que o Pão de
de embalagens da Johnson & Johnson brasileira, deu a Açúcar formou uma equipe interna desse gênero?
seguinte entrevista a EMBALAGEMMARCA no Centro de Porque ficou claro que a embalagem seria nossa princi-
Inovação de Marcas Próprias do Pão de Açúcar – um pal aliada nas vendas, uma vez que não somos líderes.
anexo da sede da corporação, na região paulistana dos Aonde podemos buscar seduzir e encantar o consumi-
Jardins –, que ajuda a entender o sucesso. dor? Na embalagem. O produto dá o suporte de quali-
dade, claro, pois só uma roupagem bonita não garante
O que motivou o Grupo Pão de Açúcar/Companhia vendas continuadas. Um departamento de garantia de
Brasileira de Distribuição a rever seu modelo de negó- qualidade nos dá aval, realizando testes internos ou
cios de marcas próprias? As vendas iam mal? terceirizando outros para o Cetea (Centro de Tecnologia
Na verdade, o povo comprava, mas tendia a não recom- de Embalagens do Ital – Instituto de Tecnologia de
prar. Caiu a ficha. Focar somente preço, ofertando produ- Alimentos). Aqui, no nosso Centro de Inovação de
tos genéricos, comprometia a imagem da corporação. O Marcas Próprias, fazemos estudos com o consumidor,
consumidor constrangia-se ao adquirir marcas próprias. testes cegos, palestras, tudo para chegarmos a produtos
Ele as escondia em seus carrinhos, colocando por cima com benchmarking. Nossa filosofia é empatar com as
delas as marcas líderes. Decidiu-se pausar o negócio. marcas líderes ou até superá-las, não só em performance
Houve revisão de fornecedores e pesquisas sobre gostos de produto, mas em apresentação. A embalagem vende!

O gerente de desenvolvimento de embalagens


do Grupo Pão de Açúcar explica como foi possível
reerguer um combalido negócio de marcas
próprias priorizando inovações em embalagem
STUDIO AG

36 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


entrevista >>> Iorley Lisboa
(enfático) Isso é comprovado por estudos sérios, viven- mento de salgadinhos estreava embalagens flexíveis com
ciamos isso no nosso dia-a-dia. Antigamente víamos na filme plástico fosco (matte), cerca de um ano atrás, o
TV muita propaganda de produto. O que temos hoje? Pão de Açúcar fazia o mesmo em seus snacks de marcas
Cerveja, companhia telefônica e banco. Pouca indústria. próprias. Como a companhia monitora tendências para
Toda a responsabilidade de venda recaiu sobre a emba- inovar no ritmo da grande indústria?
lagem. Infeliz é a empresa que não tem essa consciência. Contamos com a parceria de fabricantes de matérias-
Para quem não é líder, a qualidade do produto não é o primas, como Braskem, Suzano, CSN, de transfor-
que mais conta na decisão de com- madores de variadas áreas e de
pra. O consumidor experimenta a
embalagem diferenciada. Com con-
“Fabricantes de escritórios de design. Por vocação,
também estamos antenados com o
teúdo bom, ele recompra. que acontece no varejo. Não nos
matérias-primas, metemos em questões industriais,
Quais foram as atitudes iniciais da mas sabemos quais são as tendên-
divisão de embalagens logo após a transformadores e cias em embalagem e buscamos
sua criação? nos antecipar, lançar na frente e
Uma das primeiras coisas foi refor- escritórios de design formar categorias.
çar o contato com agências a fim
de mexer nos visuais das embala- são nossos parceiros. Inovações em embalagem muitas
gens de cada bandeira – na época, vezes acarretam custos maiores.
Barateiro, hoje CompreBem, Extra Como a companhia equaciona a
e Pão de Açúcar. Depois, feitas as
Sabemos quais são oferta de embalagens inovadoras
reestruturações gráficas, voltamos ou similares às das marcas líderes
a medir comportamentos em loja. as tendências em com a premissa da marca própria,
Propusemos comparações de nos- a de oferecer preço de gôndola
sas novas embalagens com as dos embalagem e buscamos mais em conta?
líderes e houve aprovação unâni- Óbvio que sempre temos preços
me, com afirmações do tipo “ah, nos antecipar, lançar target para o ponto-de-venda, e
agora eu compro marca própria”, produtos muito caros não ven-
“agora está legal”. A dissimula- dem. A intimidade com a cadeia de
ção da marca própria nos carrinhos
na frente e formar embalagem ajuda muito. Exemplo:
de supermercado diminuiu. Foram para lançarmos as latas expandidas
sinais iniciais de que o foco em categorias” de óleos do Pão de Açúcar, que
embalagem de qualidade era uma nos renderam um prêmio da WPO
estratégia sustentável. (Organização Mundial de Embalagem), nos sentamos
com o fornecedor do produto, com a CBL, a fabrican-
Quase ao mesmo tempo em que a marca líder do seg- te da lata, com a CSN, a fornecedora da chapa de aço

ARTILHARIA – Óleos e conservas em latas


expandidas e sabão em pó em lata com
batoque: sucessos de vendas
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

38 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


entrevista >>> Iorley Lisboa

da lata, e com a Packing Design. Sem negociações inovações em embalagem acabam chegando primeiro
estratégicas, ganha-ganha, eu teria um negócio inviá- a nós. Sempre costumo avisar: se você tem uma inova-
vel na ponta do lápis. Só que os parceiros entenderam ção em embalagem na gaveta que outras empresas se
que formar uma categoria não é só do nosso interesse. recusaram a ouvir, converse conosco. Temos agilidade,
Temos uma ferramenta para fazer disso realidade, o e isso é um tremendo diferencial. Numa indústria, um
ponto-de-venda, e queremos inovação com saídas boas projeto de embalagem passa por diversos poderes de
para todos em médio prazo. Business é isso. Logo, vale decisão. Aqui as decisões estão delegadas a equipes, que
negociar com transparência e visão, têm confiança da presidência e do
buscando uma oportunidade única: “Por investirmos conselho. Enquanto uma indústria
transformar o mercado propondo tradicional demora um ano, um ano
inovação, até formando categorias. e meio para lançar um produto, nós
O retorno é um diferencial de ima-
em diferenciação, levamos quatro meses.
gem coletivo. Em óleos, vemos a
lata perdendo espaço para o PET. muitas inovações em A ousadia em embalagem não pro-
Por que isso ocorre? voca melindres dos fornecedores
embalagem acabam do Grupo? Já houve chiadeira em
Basicamente por custos... relação a algum projeto da casa?
Custos, tudo bem, mas eu acho que chegando primeiro a Não há rivalidade. Os fornecedores
faltou pensar em sentar, conversar. são nossos parceiros e suas marcas
Que norte eu busco? Qual meu clássicas também são vitais para os
objetivo? O que vai ser do meu
nós. Enquanto uma negócios do Pão de Açúcar. Uma
negócio daqui a “x” anos? Na hora vez aconteceu um conflito com a
em que você começa a buscar essas indústria demora um Nestlé, pois ela considerou o visual
respostas, os conceitos e sua meto- da embalagem de um achocolata-
dologia de trabalho mudam. Essa é ano, um ano e meio do nosso conflitante com o dela.
a cultura, esse é o DNA que temos Houve um acordo de cavalheiros
aqui: evitar ao máximo que o ime- para lançar um e mexemos na nossa embalagem.
diatismo contamine o incentivo ao Não é de nosso interesse ser “me
lado criativo, aos modelos de venda
com visão.
produto, nós levamos too” (“eu também”, em inglês)
de ninguém, nós queremos formar
opinião. Ética é básica. Se ocor-
A proposta mais sinérgica de agre- quatro meses” rer insatisfação com alguma das
gar os elos de valor da embalagem nossas embalagens, e constatarmos
para criar inovações já garante vantagens competitivas que o outro lado tem razão, nós nos retratamos sem pro-
em relação ao setor produtivo? blema. Mas também há casos de designs nossos que...
Sem dúvida. Por investirmos em diferenciação, muitas Bom, não vale a pena comentar. (risos)

VANGUARDA – Sintonia com tendências


assegurou estréias de embalagens de snacks
com filme fosco e sacolas oxi-biodegradáveis

40 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


entrevista >>> Iorley Lisboa
Falemos em números de vendas. O que as embalagens Existe atenção às embalagens de marcas próprias de
caprichadas retornaram concretamente à companhia? outros países? Como o senhor posiciona as embalagens
Veja só: dos segmentos em que nós participamos nas do Pão de Açúcar frente às embalagens das cadeias
lojas, em quase 70% deles nós somos líderes. Os óleos varejistas internacionais?
em lata expandida nos renderam um incremento de 30% Monitoramos insistentemente o que é feito pelas mar-
a 40% sobre as vendas anteriores. Com o sabão em pó cas próprias européias, através de viagens, da internet
Extra, em lata da Brasilata, que ganhou 12 prêmios, e do nosso sócio francês, com quem temos sinergia
sendo quatro deles internacionais e muito grande (o grupo varejista
nos ajudou a conquistar o troféu de Casino, detentor de 50% do con-
Empresa do Ano no Prêmio Abre
“A marca própria é trole da Companhia Brasileira de
de 2004, as vendas também cres- Distribuição). Um parâmetro para
ceram entre 30% e 40%. Ninguém hoje uma grande nós é a inglesa Tesco, que chega até
bate nossos salgadinhos de marca a vender seus produtos de marca
própria em nossa rede. No fim do empresa dentro do própria fora de sua rede e é focada
ano passado lançamos frutas em em qualidade e em inovação em
calda em latinhas expandidas de grupo, e pode crescer embalagem. Compare nossas emba-
200 gramas, da Bertol, que se tor- lagens com as da Tesco e você verá
naram um sucesso de vendas, pois o
mercado oferecia latas muito gran-
muito mais. Por isso, que estamos ali, em pé de igualdade.
O Pão de Açúcar é benchmark no
des, inadequadas ao público single. Brasil em marca própria. Mas tam-
Vi pessoas comprando o produto só
nossos produtos bém queremos ser referência mun-
pela aparência, pela lata diferente. dial. Os prêmios internacionais indi-
Na linha GoodLight, do Pão de dividem com as marcas cam que estamos na estrada certa.
Açúcar, tivemos altas expressivas
em vendas com embalagens inova- fortes os melhores Não adianta projetar embalagens
doras de pratos prontos. Também inovadoras, impactantes, sem des-
em 2005 nós promovemos o rede- locais de venda nas tacá-las devidamente no ponto-de-
sign de embalagens de sazonais, venda. Como ficam as marcas pró-
frutas secas para o Natal. Embora prias na política de gerenciamento
eu não tenha números, posso dizer
lojas, na linha dos de categorias nos supermercados
que esse projeto gerou um lucro do Grupo Pão de Açúcar?
significativo. olhos do consumidor” A marca própria é hoje um dos
maiores bens da corporação, como
O Pão de Açúcar também adotou em algumas lojas uma o próprio Abílio Diniz (atual presidente de conselho)
embalagem cuja eficácia não pode ser medida em ven- faz questão de transmitir. Ela é uma grande empresa
das, as sacolas de boca de caixa produzidas com plás- dentro do Grupo, e pode crescer muito mais. Por isso,
ticos de degradação acelerada. Essa inovação foi bem nossas marcas próprias dividem com as marcas fortes os
aceita? Há planos de ampliar sua adoção? melhores locais de venda nas lojas, na linha dos olhos
A aceitação foi ótima. Ganhamos em imagem. É uma do consumidor. Trata-se de uma extensão da política que
ação que se soma aos projetos ambientais do Grupo Pão rege o desenvolvimento das embalagens da casa.
de Açúcar, como o incentivo à reciclagem, que também
foi reforçado em alertas à importância da separação de É possível antecipar detalhes sobre os projetos de inova-
resíduos de embalagem por tipo de material, estampados ção atualmente tocados pelo seu departamento?
nas sacolas do tipo camiseta, e em ações de coleta seleti- Por estratégia, guardamos sigilo. Hoje, todos vigiam o
va nas lojas do Grupo. Queremos intensificar, daqui para Pão de Açúcar também. Posso dizer que estamos estu-
a frente, o uso da embalagem oxi-biodegradável. Outra dando projetos com a Saint-Gobain para embalagens
ação nossa com caráter social é que todos os cartuchos de vidro de novas categorias. Acabamos de lançar, de
de papel cartão que utilizamos em nossas marcas pró- carona na Páscoa e na Copa do Mundo, uma bola de cho-
prias são dotados de informações em braile. Pensamos colate com cartucho diferenciado, em formato esférico
em estudar meios de aplicar esse suporte aos deficientes (veja detalhes na página 22). Teremos outras novidades
visuais em outros tipos de embalagem, por exemplo nas ligadas à Copa e outros lançamentos inovadores no
plásticas flexíveis. decorrer do ano. Pode esperar.

42 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


higiene e beleza >>> design

Rugas, rusgas
e apuro visual

O
AÇÃLG
DIVU
Em novo creme anti-sinais, Avon busca

OS:
FOT
ainda maior sofisticação em embalagem
para distanciar-se da concorrência

C
inco anos atrás, a linha de cosmé- O pote do produto, produzido pela maior DE LÁ – Pote de vidro, da
mexicana Vitro, segue o
ticos antiidade Renew, da Avon, vidraria mexicana de embalagens, a Vitro, teve
mesmo design da versão
vendia 140 000 unidades por ano design desenvolvido pela própria Avon, com americana do creme
no Brasil. Em 2005, as vendas base nas cores e no layout do mesmo creme
unitárias fecharam em 4 milhões. A linha de lançado recentemente nos Estados Unidos. A
combate aos sinais do tempo tornou-se uma contribuição brasileira se dá na embalagem
menina-dos-olhos da empresa, mas também secundária do produto. O cartucho de papel
atraiu o interesse de rivais, especialmente da cartão do Renew Alternative é produzido pela
Natura. Naturalmente, a concorrência mais gráfica paulistana Congraf. “As características
renhida exige embalagens com maior apelo da embalagem comunicam ao público que o
vendedor. Por isso, a líder do mercado de produto é de alta tecnologia e oferece ao consu-
cosméticos rejuvenescedores dedicou extrema midor o que há de mais inovador no tratamento
atenção à criação do visual de seu novo Creme antiidade”, diz o diretor de pesquisa e desen-
Facial Intensivo Antiidade Renew Alternative, volvimento da Avon para a América Latina,
produto resultante de cinco anos de pesquisas João Hansen. “Temos o desafio de estar sem-
e que une o poder medicinal de plantas orien- pre atentos aos anseios de nosso público e às
tais com a alta tecnologia americana. novidades que possam ser desenvolvidas, para
que a embalagem continue a ser uma aliada na Congraf
conquista dos consumidores”. (11) 5563-3466
www.congraf.com.br
Para divulgar o Renew Alternative, a Avon
investiu 21 milhões de reais em ações que Embalarte
envolvem campanha publicitária na mídia (11) 4138-8080
www.embalarte.com.br
impressa e eletrônica, patrocínios de progra-
mas de TV, catálogos, displays e guias de Mappel
orientação às revendedoras, entre outras. Outra (11) 4346-6377
www.mappel.com.br
ação de vulto tem a ver com embalagens.
Mais de 10 milhões de amostras grátis do Vitro
+1 (800) 766-0600
produto serão distribuídas ao público, em
www.vitro.com
sachês de 1,1 grama. As embalagens
flexíveis promocionais são das brasi-
leiras Mappel e Embalarte. Quanto
aos próximos passos em produtos
e embalagens da linha Renew, a
Avon avisa: metrossexuais, pre-
parem-se. “Temos um projeto de
DAQUI – Embalagens
antiidade masculino para o ano que
secundárias de papel vem”, afirma Silvana Cassol, vice-
cartão são impressas presidente de marketing da Avon
pela Congraf
brasileira.

44 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


institucional

Sem fronteiras
EMBALAGEMMARCA inicia distribuição
para outros países da América Latina

P
ara quem continua acreditando no mercado exter-
no, mesmo com a atual política cambial, uma velha
máxima continua válida: para vender, é preciso que
os compradores estejam cientes de que a oferta existe.
Por isso, em meados de 2005 a Bloco de Comunicação,
editora responsável por EMBALAGEMMARCA, tomou uma
decisão ousada, anunciada ao mercado durante a Argenplás,
feira do setor de plásticos que ocorreu em Buenos Aires entre
20 e 24 de março. Com a edição nº 79, de março de 2006, a
revista ganhou uma versão em espanhol, iniciando um pro-
cesso de expansão da distribuição pela América Latina.
“O mercado brasileiro é muito importante para os
demais países da região, e por isso há grande interesse em
se saber o que ocorre por aqui”, explica Marcos Palhares,
diretor de marketing de EMBALAGEMMARCA. “As revistas
locais priorizam informações dos países em que são produ-
zidas, o que gera uma carência de notícias vindas do Brasil.”
É essa lacuna que EMBALAGEMMARCA vai suprir, ajudando
a promover o setor brasileiro de embalagens em países que
constituem mercados importantes.
A editora, preocupada manter a mesma qualidade grá-
fica e editorial que consolidou EMBALAGEMMARCA como
referência no mercado brasileiro, optou por ampliar a tira-
gem da revista com os textos em português, e distribuí-la
dessa forma nos países vizinhos. “Desde seu lançamen-
to, a revista veicula ações especiais de amostragem que
seriam difíceis de replicar numa versão traduzida”, explica
Palhares. “Nesse estágio, por questões industriais, produzir
uma revista em espanhol seria economicamente inviável,
mas pensando no conforto do leitor disponibilizamos em
nosso site a versão integral das reportagens em castelhano.”
Os interessados podem, inclusive, “folhear” a revista virtual
com os textos traduzidos. www.embalagemmarca.com.br

TRADUÇÃO – Versão em castelhano da revista virtual já está no ar


decoração >>> alimentos

Óleo no ciclo de expansão


Graças a lançamento funcional da Bunge, rótulo termoencolhível, presente em
um número crescente de produtos, estréia nas prateleiras de óleos vegetais

T
inha-se a sensação, não um perfil slim e mais ergonômico.
muito tempo atrás, de que De PVC, o filme empregado no
o rótulo termoencolhível rótulo do novo óleo é importado
permaneceria por anos de variadas fontes ligadas ao grupo
e anos circunscrito à decoração de americano ITW e suporta contra-
produtos como cosméticos e bebidas ção de até 62%. Baterias de testes
com algum valor agregado. Aos pou- de encolhimento foram conduzidas
cos aquela noção cai por terra, liqui- para que a arte do rótulo, criada pela
dada por casos como o agora mos- agência Pande e impressa em sete
trado pela Bunge. Seu novo Cyclus cores em flexografia, não distorcesse
Saúde pinta como o primeiro óleo e se adaptasse às ranhuras da garrafa,
vegetal brasileiro a trajar o filme projetadas para evitar colapsos estru-
plástico aplicado sob calor. Para a turais durante o ciclo de vida do pro-
fabricante, o rótulo inusitado na cate- duto. Obtido o resultado satisfatório,
goria irá comunicar de modo claro a a Bunge instalou um túnel de enco-
fórmula nobre e o atributo funcional lhimento na sua unidade de Gaspar
da novidade. (SC), a responsável pela produção de
Composto por sementes de soja, óleos, margarinas e maioneses.
canola e girassol, o Cyclus Saúde Partiu da Bunge a opção por dei-
garante reduzir riscos cardiovascula- xar a parte superior da garrafa des-
res com doses de ômega 3 e ômega coberta, permitindo ao consumidor
6, a um preço médio de 5 reais no visualizar o conteúdo da embalagem,
varejo. O posicionamento em faixa num jogo de contraste com o rótu-
premium favoreceu o uso do termo- lo opaco. Mais que isso, a cabeça
encolhível, mais caro que o rótulo transparente destaca, através de duas
plástico mais popular da seção de gravações em relevo, o logotipo de
óleos, a banda de polipropileno bio- Cyclus, marca guarda-chuva de pro-
rientado (BOPP). “A contrapartida dutos funcionais e de apelo saudável
ao custo é a adaptação ao design (o detalhe não aparece no ângulo
arrojado, pois o termoencolhível da foto ao lado, de divulgação). Na
conforma-se a superfícies curvas e interpretação de Ubaldo Mota, geren-
complexas, cada vez mais exigidas te de marketing da Bunge, o investi-
nas embalagens”, coloca Armando mento em diferenciação de embala-
Luís Monteiro, gerente de vendas sul- gem rendeu à empresa “o único óleo
DIVULGAÇÃO

americanas da ITW Canguru Rótulos, da categoria que segue as tendências


a fornecedora ligada ao projeto. O do mercado de embalagens, apresen-
Cyclus Saúde aproveita esse deta- tando um design moderno”. A torcida
lhe. Por causa do termoencolhível, da fabricante, agora, é para o consu-
sua garrafa de PET, produzida pela midor compensar todo esse esforço
Amcor PET Packaging, pôde ganhar de desenvolvimento.

Amcor PET Packaging ITW Canguru Rótulos Pande


(11) 4589-8000 (11) 3044-2366 (11) 3849-9099 ADIÇÃO – Com termoencolhível, maior valor
www.amcor.com www.itw-autosleeve.com www.pande.com.br percebido que com a usual banda de BOPP

46 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


decoração >>> alimentos

Cai como luva


Máquinas da STM dão eficácia à aplicação
de termoencolhíveis em potes de faces planas

O
avanço dos termoencolhí- consumidor, à guisa de um Tupperware.
veis no mercado brasileiro Para tanto, a STM propôs a aplicação de
deve muito aos projetos de um termoencolhível da Zanniello com
máquinas para a adaptação uma linha micro-serrilhada, para facilitar
desses rótulos às embalagens de formato a retirada do rótulo após o término do
cubado e paralelepípedo. Afinal, a gran- produto.
de difusão inicial dos filmes contráteis Também para a Vigor, a STM recen-
ocorreu nos recipientes cilíndricos, que, temente participou da estréia da nova
por não terem frente e verso definidos, linha de margarinas Leco com sabores.
facilitam a aplicação. Já os potes com A aplicação dos rótulos é feita pelo
faces planas exigem centralização do equipamento EPET AB 140 COP, de
rótulo e deformações exatas da impres- fabricação nacional. No fim de 2005, a
são, a fim de se obter a apresentação empresa entregou uma segunda máquina
desejada na contração da decoração. aplicadora para a Fibrasa, no Espírito
Uma das principais contribuintes para Santo, destinada à colocação de rótulos
a superação desses obstáculos é a STM, da Zanniello nos potes das margarinas
produtora de equipamentos automáti- Leco de 250 gramas e 500 gramas.
cos para inserção de termoencolhíveis e “Nossas máquinas possuem alimenta-
representante local dos rótulos da argen- dor de potes e descarga com empilha-
tina Zanniello, hoje aplicados numa série dor automático e podem decorar até
de produtos nacionais. 150 potes por minuto”, destaca Ricardo
Os projetos de decoração de potes Chorovicz, do departamento comercial
cubados remontam ao fim de 2004, da STM/Zanniello. “Já os nossos rótulos
quando a STM envolveu-se no lança- podem assimilar os mehores processos
mento da maionese Vigor. O objetivo de impressão e aplicações como metali-
da cliente era fazer seu pote, produzido zação, tratamento fosco e sistema ultra-
pela Huhtamaki, ser reutilizado pelo violeta, entre outros”.
STM: (11) 6191 6344 • www.stm.ind.br
DIVULGAÇÃO

AMOLDAMENTO – Maioneses e margarinas: nobreza com inserção exata dos rótulos


Rumo à desindustrialização
Na Argentina, setor de máquinas vocifera contra os juros altos e o câmbio irreal

D
entre os expositores mão você não tem um câmbio
brasileiros na Argen- CONTRA-SENSO favorável, incentivador.
Para Maristela, não
plás, feira dirigida adianta incentivar
ao setor plástico que exportações com Em que extensão a atual situ-
ocorreu em Buenos Aires entre real valorizado ação está afetando o setor de
20 e 24 de março último, os que bens de capital no Brasil?
mais tinham a lamentar eram O problema não se restringe
os fabricantes de equipamentos. apenas à entrada de máquinas.
As críticas centravam-se num Hoje entram também os produ-
alvo comum: o real sobrevalo- tos acabados. Com isso, temos
rizado. Numa entrevista exclu- máquinas paradas, e não há a
siva concedida a EMBALAGEMMARCA, bem o caso do Brasil. A Abimaq tem necessidade de investimento em equi-
Maristela Simões de Miranda, da Dire- feito vários pleitos para sensibilizar o pamentos. O mercado interno, dessa
toria Estratégica de Financiamentos governo de que essa perda de com- forma, não consegue absorver o que
da Abimaq – Associação Brasileira da petitividade dos equipamentos é um se deixa de exportar. No decorrer do
Indústria de Máquinas e Equipamen- problema sério, na medida em que não tempo, isso pode levar a um proces-
tos e diretora comercial da fabricante é só o fabricante de bens de capital so de desindustrialização do país. O
de máquinas Maqplas, alerta para os que está sendo abalado. Toda a cadeia governo tem de tomar muito cuidado
riscos que a atual política cambial traz produtiva está sendo afetada pela atual com o que está acontecendo. Hoje
para o setor industrial brasileiro. taxa cambial. Nós deixamos de fabricar vemos fábricas multinacionais mudan-
equipamentos, mas toda a nossa cadeia do alguns centros de produção do
Quais são os maiores desafios que o também deixa de fabricar. Com o Brasil para outros países. Em multina-
fabricante brasileiro de equipamentos passar do tempo, perde-se essa cadeia, cionais, a análise é simples: se o Brasil
enfrenta para exportar para outros porque ela acaba saindo do país. Os está dando prejuízo, vai-se embora do
países da América Latina? primeiros a perder são os nossos forne- Brasil. Não existe sentimento nacio-
O grande problema hoje é a taxa de cedores, que acabam saindo do Brasil nalista. Na Abimaq temos visto vários
câmbio, o real valorizado. Isso torna para se instalar em outras regiões, em exemplos de empresas fazendo isso. O
o valor de nossos equipamentos muito outros países. Formar novamente essa que também se vê é empresa maquian-
ruim para a exportação. Estamos per- cadeia é muito difícil. E o governo não do equipamento importado para pas-
dendo não só para os equipamentos está se dando conta disso. sar por produto nacional e conseguir
asiáticos. Hoje já estamos perdendo financiamento. Tudo isso vai levar a
também para equipamentos america- Mas o governo alega estar incentivan- uma desindustrialização do Brasil, e
nos e europeus. Os equipamentos euro- do as exportações... nós vamos exportar só commodities,
peus estão chegando com preço muito Na Maqplas, estamos investindo há sem nenhum valor agregado.
similar aos nossos, às vezes cerca de vários anos em uma estrutura para
15% mais caros que os brasileiros, exportação, acreditando naquilo que o Isso não seria perder as conquistas
mas, como eles têm mais tradição, nós governo falou, e ainda fala, de que as dos últimos anos?
acabamos perdendo a concorrência. empresas devem investir em exporta- É uma pena, pois nos últimos anos as
ção. Estamos aqui na Argenplás junto máquinas brasileiras cresceram muito
Há algum tipo de financiamento que com outras empresas, com o apoio da em tecnologia, ganharam credibilidade
possa minimizar o impacto da super- Apex, que é um programa governa- internacional. Existem hoje, por exem-
valorização? mental destinado a promover as expor- plo, fabricantes brasileiros que expor-
Não temos como fazer mágica. Para tações. É um contra-senso. Numa mão tam máquinas já com o logotipo de
compensar o câmbio forte, precisa- você tem um incentivo para divulgar o fabricantes europeus, que as vendem
ríamos ter juros baixos. E esse não é seu produto para exportar, e na outra como se fossem fabricadas por eles.

48 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


plásticas >>> degradação acelerada

Encontros e desencontros
Confusão acerca dos plásticos oxi-biodegradáveis faz inglês bisar visita ao país

T
razida ao Brasil menos casos houve migração, por exemplo, garrafas para leite e água mineral. A
de cinco anos atrás, a tec- do polietileno para o papel, aumentan- maioria dos produtos oxi-biodegradá-
nologia d2w, da inglesa do custos e os volumes de resíduos, veis ainda é de descarte em curto prazo,
Symphony, vem sendo o ou então a manutenção dos plásticos como sacolas de varejo, envoltórios
principal catalisador da difusão no país comuns, que podem levar até 400 anos para alimentos e sacos para lixo.
das embalagens plásticas de degrada- para se degradar na natureza. Esclarecer
ção acelerada – ou oxi-biodegradáveis, dúvidas do mercado foi a principal Já existem mais de 60 convertedores
na expressão que define a decomposi- intenção de minhas visitas ao Brasil. brasileiros testando ou já produzin-
ção mais veloz desses materiais sob a do embalagens com os aditivos da
ação de agentes naturais como água, Há uma série de pressões governa- Symphony. O senhor esperava esse
raios solares e microorganismos. Mais mentais e de leis severas relativas ao desempenho em tão pouco tempo?
de 60 transformadores nacionais de impacto ambiental das embalagens na Ficamos impressionados, mas não sur-
embalagens já trabalham com a d2W, Europa. Por aqui as indústrias não presos, porque os transformadores não
avalizados pela RES Brasil, sua licen- enfrentam o mesmo rigor. Essa situação alteram seus processos produtivos e o
ciadora no país. Em março, o CEO da enfraquece o apelo das embalagens custo da tecnologia é bastante acessível.
Symphony, o inglês Michael Laurier, oxi-biodegradáveis no Brasil? Numa época em que crescem a preo-
veio pela segunda vez ao Brasil, a fim A situação na Europa também é con- cupação ambiental e a necessidade por
de acompanhar os negócios e dar pros- fusa e sujeita a pesados debates, como plásticos para carregar bens e protegê-
seguimento a uma missão que consi- em outros países. Em alguns meses a los, os oxi-biodegradáveis são soluções
dera crucial: esclarecer o empresariado posição européia a respeito das emba- imediatas para a indústria e para o
local sobre a tecnologia de oxi-biode- lagens oxi-biodegradáveis deverá ficar consumidor defenderem uma posição
gradação e suas conformidades legais. mais clara, e o Brasil poderá seguir a pró-ambiental sustentável.
EMBALAGEMMARCA aproveitou a oca- mesma linha. Até lá, entretanto, não há
sião para conversar com o executivo. motivo para o processo afetar a difusão
de tecnologias como a nossa, uma vez
O senhor visitou o Brasil duas vezes que o FDA e padrões europeus deter-
nos últimos meses. Que fatores chama- minam que ela é segura para o solo e
ram sua atenção quanto à divulgação para o contato com alimentos. Diversas
dos plásticos de degradação acelerada corporações de grande porte já utilizam
no país? a tecnologia d2w em mais de 35 países
A confusão causada por algumas asso- ao redor do mundo.
ciações representantes da indústria de
plásticos. Houve confusões na inter- A tecnologia d2w da Symphony inicial-
pretação de regras internacionais sobre mente se difundiu no negócio de emba-
embalagens compostáveis. Algumas lagens plásticas flexíveis no Brasil. O
pessoas acharam que elas abarcariam senhor vê potencial para embalagens
também as embalagens oxi-biodegradá- rígidas também? Como se encontra o
veis. Mas são coisas diferentes. Por isso, cenário europeu no tocante aos tipos
associações tomaram uma posição con- de embalagens oxi-biodegradáveis que
denatória quanto aos plásticos oxi-bio- já são utilizadas?
degradáveis, divulgando informações Aplicações da tecnologia em embala-
desencontradas ou não recomendando gens rígidas são possíveis e na Europa
o seu uso entre as indústrias. Muitas alguns trabalhos já foram feitos com
FOTO: DIVULGAÇÃO

empresas usuárias de embalagens que


estavam interessadas na tecnologia aca- RUÍDO – Para Laurier, comunicação errônea
baram retrocedendo. Em alguns desses retardou a oxi-biodegradabilidade no Brasil

50 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


Escopo ampliado
Terceira versão da suíte Scope aumenta leque de ferramentas e propõe
sinergia ainda maior para aperfeiçoar a pré-impressão de embalagens

C
anivete suíço para a pré-produção
de embalagens, a suíte de softwares
Scope chega à sua terceira versão
em abril. O pacote de programas
da belga Esko vem conquistando adeptos ao
redor do mundo com uma abordagem atraente:
transformar todas as etapas que antecedem a
impressão de embalagens num processo colabo-
rativo, aberto à participação de todos os elos da

ÃO
DIVULGAÇ
cadeia produtiva, para a obtenção do tripé maior
qualidade, prazos menores e racionalização de
custos. Em resumo, a proposta é de sinergia, e o
Scope 3 promete tornar mais fácil obtê-la.
Para as etapas de design estrutural e gráfico, GERAL – Pacote do
Scope 3 abrange
o Scope 3 afina os métodos de visualização
dos rascunhos às
3D de projetos, para tornar testes e provas saídas de máquina
os mais realísticos possíveis. A versão 7.0 do de embalagens dade. Essa função é coberta
ArtiosCAD, o componente de design estrutu- pelo 3-dX, plug-in para o Adobe
ral do Scope, vem na suíte com mais opções Illustrator que integra o produto DeskPack.
de formatos para a importação de arquivos de O 3-dX deixa um canal aberto entre a criação
modelos CAD, bem como uma gama expandida bidimensional e a visualização 3D, facilitando o
de aspectos de substratos, que cobrem todos os trabalho dos designers e a compreensão dos pro-
materiais de embalagem – papelão, papel cartão, jetos. Segundo Jan De Roeck, diretor de marke-
plásticos etc. ting da Esko, a adição do plug-in é resultado de
Uma aposta da Esko no Scope 3 é mostrar um sinal do mercado. “Mais de 90% dos proje-
como o design de embalagens pode se tornar tos de embalagens são preparados no Illustrator,
um processo tridimensional com alta interativi- o programa preferido dos designers”.

Prinect, da Heidelberg, mira as gráficas rumo ao downsizing


Quem também se esforça para trinca de ferramentas distintas. de investimento em maquinário. Já
divulgar uma suíte de programas O Prinect Production Solutions é o Prinect Color Solutions gerencia
para gerir de forma integrada composto por diferentes softwares cores oferecendo uma ferramenta
os processos de pré-impressão, que permitem o trabalho on-line de para padronizá-las em todos os
impressão e acabamento de emba- equipamentos de pré-impressão, equipamentos de pré-impressão e
lagens e outros artigos gráficos é impressão e acabamento. Uma vez impressão da gráfica. Por fim, o
a Heidelberg. O Prinect, sistema integrados, os dados de acerto Prinect Management Solutions é
da titã alemã para o gerenciamen- dos equipamentos saem da pré- uma espécie de administrador vir-
to ponta a ponta de gráficas, vem impressão diretamente para os tual: promove soluções de gestão
recebendo tratamento vip nos equipamentos inerentes – proces- da gráfica, regendo orçamentos,
mais recentes eventos mundiais do so que incide na redução do tempo compras, custos, planejamento,
setor gráfico, e quer formar uma de acerto em cada fase do fluxo controle de produção e até o moni-
forte base usuária no mercado de trabalho. Nesse processo, o toramento da entrega de trabalhos
brasileiro. gráfico ganha subsídios para identi- aos clientes.
O sistema baseia-se numa ficar gargalos e definir estratégias O Prinect permite às gráficas

52 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


O casamento com pa-
drões da Adobe vai além. As
ferramentas de workflow do
Scope 3 utilizam o PDF 1.6
como linguagem nativa para
edição de trabalho, provas de
páginas e ripagem. Elas tam-
bém são compatíveis com
a versão 1.3 do Adobe JDF (Job Definition PALETA – DeskPack
Format), formato de arquivo criado para que amplia funcionalidade
CAD do Adobe Illustrator,
todas as ferramentas de produção de uma gráfica programa preferido dos
“falem” a mesma língua, independentemente de designers de embalagens
marca. Com a linguagem Adobe XMP, todos
na cadeia de criação da embalagem têm aces-
so a dados críticos embutidos nos arquivos de
design, de produção e na saída de RIP. Os fluxos
de colaboração e aprovação também são dinami-
zados com a nova versão 6.0 do WebCenter, o
comunicador on-line integrado ao Scope, agora
com novas ferramentas para comparação.
Em gerenciamento de cores o Scope 3
introduz uma nova ferramenta para retículas,
a fim de otimizar impressões flexográficas. O
PerfectHighlights responde a desafios como
a impressão de papelão ondulado, que muitas
Esko
vezes é feita com chapas poliméricas com (11) 5583-1311
grande profundidade de relevo. Nesses casos, www.esko.com
pontos de luz dispersos muitas vezes não con-
Heidelberg
seguem se manter estáveis ao longo da tiragem. +55 (11) 5525 4500
O PerfectHighlights garante essa estabilidade. www.heidelberg.com
Assim, não só os usuários das embalagens
ganham uma impressão melhor, mas os con-
vertedores de papelão ondulado obtêm uma
forma de diferenciar sua qualidade de impressão
daquela da concorrência.

instalarem os módulos de
acordo com sua conveniên-
cia e necessidade em cada
fase de produção. Assim
como os gerenciadores de
HEIDELBERG DRUCKMASCHINEN AG

serviços gráficos mais atu-


ais, o Prinect abraça o for-
mato JDF (veja explicação
no texto sobre o Scope).
A Heidelberg do Brasil
irá promover na ExpoPrint
Latin America, evento a ser
À MÃO – Prinect gerencia
realizado em maio em São Paulo, o Prinect processos produtivos
Experience, evento que explica todos os e até mesmo a
processos do Prinect e que fez barulho administração de gráficas
nas feiras internacionais Drupa 2004 e
Print & Converting 2005.

março 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 53


Inteligentes... BRICs, eldorados também para rótulos
Um estudo da Faculdade de Ciências Brasil, Rússia, Índia e China manterão alta nos próximos anos
da Universidade de Amsterdã, apre-
sentado na semana passada em uma A economia global mais e mais Enquanto no Japão, nos Estados
conferência de informática na Itália e volta os olhares para os chamados Unidos e no Oeste Europeu o mer-
depois publicado no jornal The New BRICs, sigla cunhada para definir o cado de rótulos provavelmente
York Times, demonstra que etiquetas bloco formado por Brasil, Rússia, crescerá a médias anuais de 5% a
de identificação por radiofreqüência
Índia e China, países em rápida 7% nos próximos cinco anos, nos
(RFID) podem ser contaminadas por
industrialização – portanto, com BRICs essas taxas se manterão
vírus digitais. Isso pode ocorrer de
dois modos: com códigos maliciosos vastas oportunidades de negócios. com folga na casa dos dois dígitos.
e pane do sistema por sobrecarga de A situação não é diferente para a Veja as previsões para cada um
dados (buffer overflow). indústria de rótulos e etiquetas. desses países emergentes.

...Mas suscetíveis
Segundo o estudo, os vírus, a partir
de uma só etiqueta, podem corrom-
per estoques inteiros. Indústrias não
gostaram do estudo. Mas os pesqui-
sadores envolvidos demonstraram na
prática a eficácia de sua tese, “conta-
minando” uma etiqueta inteligente.

Atenções no Sol Nascente


Nilpeter, Gallus, MPS, Gidue, HP
Indigo, Lintec e Omet são alguns
dos nomes que participarão do Label
Summit Japan, a se realizar no fim BRASIL RÚSSIA ÍNDIA CHINA
de abril em Tóquio. A expectativa em Mesmo sem Vem sendo o Sediou em Rótulos e emba-
torno do evento é grande. O Japão espetáculo de país de maior fevereiro, pela lagens repre-
responde por 52% do mercado de crescimento, o crescimento para primeira vez, sentam 48% de
rótulos asiático e é o segundo maior
mercado nacio- o negócio de a rodada de todos os servi-
consumidor de rótulos do mundo.
nal de rótulos e rótulos auto-ade- negócios Label ços de impres-
Mais uma Heidelberg etiquetas evolui sivos nos últimos Summit, realizada são no país de
Focada no segmento promocional, a consistentemen- três anos. Para em vários países. Mao, em franco
Gráfica Romus, de São Caetano do te. Ele deverá especialistas, o Estudos prevêem crescimento. O
Sul (SP), adquiriu uma impressora manter médias mercado local de que seu mer- mercado chinês
Speedmaster SM 74-4+L com verniz
anuais de cres- rótulos manterá cado de rótulos de rótulos deve-
em linha, da Heidelberg. A meta é
cimento de 18% índices de cres- crescerá a taxas rá ter evoluções
aumentar a produtividade nos tra-
balhos de médio formato. A Romus pelo menos até cimento de 17% anuais de 18% a anuais de 15% a
espera um aumento de 30% na pro- a próxima Copa nos próximos 23% nos próxi- 20% pelo menos
dução em 2006. do Mundo. anos. mos cinco anos. até 2007.
Fontes: FINAT e Tarsus Group
Certificação completada
A Suzano Papel e Celulose acaba de
receber para as suas unidades flo- Auto-adesivo brasileiro em evidência
restais de São Paulo e Minas Gerais,
a certificação OHSAS 18001, norma
Boletim setorial destaca a Cachaça Sagatiba
internacional que atesta o uso das A brasileiríssima Cachaça Prodesmaq, hoje CCL Label,
melhores práticas de gestão de segu- Sagatiba ganhou destaque o sistema de rotulagem da
rança e saúde ocupacional junto aos na capa da primeira edição garrafa da Sagatiba, em
seus colaboradores. Essa conquis-
trimestral de 2006 da revista que sobressaem o no-label
ta completa o processo iniciado em
2001, quando as áreas da Bahia e FINAT Labelling News, órgão look e o efeito lupa da
do Espírito Santo foram certificadas. oficial da FINAT, a associa- imagem interna do con-
Agora, toda a unidade florestal da ção mundial da indústria de tra-rótulo, foi um dos pre-
empresa possui a OHSAS 18001. rótulos auto-adesivos e pro- miados do Concurso de
dutos afins. Produzido pela Rótulos FINAT de 2005.

54 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


Gráfica Sarapuí investe em mercado meia folha
Intenção é atender à maior demanda de pequenas e médias tiragens de embalagens
De olho na tendência de peque- do meia folha. Segundo Danilo da Sarapuí deve ser otimizada em
nas e médias tiragens, a Gráfica e Storti Garcia, diretor comercial da até 40%. Os principais clientes da
Editora Sarapuí, especializada no Sarapuí, os pedidos de pequenos Sarapuí estão na indústria farma-
segmento de embalagens, adquiriu volumes incorriam em problemas cêutica. Hoje, os laboratórios res-
uma impressora Roland 500, da de custo no trabalho com folha pondem por 60% do volume
alemã MAN, representada no Brasil inteira, que muitas vezes tinham de produção da empresa.
pela Intergrafica Print & Pack. O de ser absorvidos pela gráfica. (11) 6115-3400
equipamento, capaz de realizar Com a MAN Roland 500, que atin- www.graficasarapui.com.br
trabalhos em seis cores com verniz, ge cadência de até 18 000 folhas (11) 5522-5999
é ideal para a atuação no merca- por hora, a capacidade produtiva www.ippgroup.net

Komori, nova
Duas vias de promoção com adesivos
estrela da Estrela Soluções da Novelprint valorizam embalagens de cereais
Off-set dará competitividade a
gráfica catarinense de rótulos A gaúcha Cerealista Albaruska
encontrou uma maneira criativa de
destacar seus arrozes Natural Ser e
Arroz de Pilão nas seções de grãos.
Os frontais da sacaria dessas mar-
cas recebem a aplicação de etique-
tas auto-adesivas do tipo bula, da
Novelprint. Com informações sobre
PLUS – Melhor
off-set na Estrela
o produto e seu modo de preparo,
a peça pode ser destacada e guar-
Com vocação para a conversão de dada pelo consumidor. “Já somos
rótulos e etiquetas adesivas, a cata- conhecidos como ‘o arroz do seli-
rinense Gráfica Estrela quer ver sua nho’”, conta Nelson Londero, diretor
produção em off-set – que, ao lado da da Albaruska. Cerca de 600 000
flexográfica, corresponde a 50% dos etiquetas são consumidas por mês
serviços da empresa – dobrada em pela cerealista. Outra solução da
pouco tempo. Para tanto, a empresa Novelprint, stickers promocionais
acaba de adquirir uma impressora auto-adesivos, ganharam o verso
japonesa Komori, modelo Lithrone S do rótulo do Neston 3 Cereais, da
640+C. A máquina, comercializada Nestlé. As figurinhas, para colecio-
no Brasil pela Gutenberg Máquinas e nar, destacam temas da animação SOLUÇÕES – Arrozes da Albaruska adotaram
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Materiais Gráficos, tem capacidade A Era do Gelo 2. bula (acima); Neston 3 Cereais, da Nestlé,
para impressão em até seis cores, (11) 3768-4111 figurinhas colecionáveis (abaixo)

mais aplicação de verniz. “O inves- www.novelprint.com.br


timento foi feito para incrementar
a competitividade, reduzir custos e
melhorar a produtividade, uma vez
que o modelo é automatizado”, diz
Cesário Rogério, gerente geral da
Gráfica Estrela.
(49) 3441-0200
www.graficaestrela.com.br
(11) 3225-4400
www.gutenberg.com.br

abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 55


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56 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006


A Braga Produtos Adesivos, preocupada em atender, ouvir e
transformar em soluções as necessidades de seus clientes, pre-
za pela imagem que é refletida nos veículos em que anuncia. É
neste aspecto que a credibilidade, o conteúdo editorial e gráfico
de alta qualidade da EmbalagemMarca fazem dela uma referên-
cia no mercado de embalagens. Com informações atualizadas
e sintonizadas com as mudanças do mercado, a revista trata o
“mundo da embalagem” da maneira como deve ser visto: com o
valor e a importância que tem na vida das pessoas.
Almanaque
My name Será coisa
is Boca... secular?
Herói das peças publicitárias Dizem que o xote deriva
do Cepacol, o enxaguatório da polca escocesa, ou
bucal da Sanofi-Aventis, o Bond schotisch, uma popular
Boca foi criado pelo publicitário dança de salão dos ale-
mães. Curiosamente, atri-
Cláudio Sendim no início dos
bui-se origem germânica
anos 80. Como o personagem
também à xiboquinha,
deixa claro, Sendim o rascu- bebida que virou moda
nhou tendo em mente Roger nos forrós de ultimamen-
Moore, o ator britânico que à te. Seria uma receita do
época personificava o agente imigrante tedesco Hans
secreto James Bond, o 007, Wolfgang Mehster popu-
no cinema. Os traços de Boca larizada em Itápolis, inte-
foram refinados pelo cartunista rior paulista, na década
Spacca. Serginho Leite, o humo- de 50. Os clientes do res-
rista, emprestava seu gogó ao taurante do qual Mehster era
herói nas animações, produzi- cozinheiro teriam aportuguesado
das pela Briquet Filmes. Mais o nome original do drinque,
schepöken, por assonância, e deu
recentemente, Boca adquiriu
no que deu. Há quem acredite
ar menos formal, deixando o
que regar xotes com shots de xibo-
summer com lenço e a gravata quinha pode ser tradição antiga,
borboleta no closet. importada dos bailes alemães. Mas
a versão oficial é que a bebida se
DIVULGAÇÃO; BRIQUET FILMES

apegou aos arrasta-pés na praia


capixaba de Itaúnas, perto de onde
era fabricada, já como Xiboquinha,
marca registrada da Philadelphia,
nos anos 90. Seguiu de lá para os
forrobodós de todo o Brasil.

Pesquisas puseram giz no taco VOCÊ SABIA?


Até o início do século passado era em variados pontos de seu país, A receita do café tipo cappuccino
comum a aplicação de verbas de rastreando desempenhos de mar- foi criada nos anos 1940, na Itália,
publicidade a esmo, valendo-se cas, e passou a ofertar às indústrias a partir da mistura de pó de grãos
apenas de fé na tacada. um serviço até então nobres, leite vaporizado, açúcar e
Prestando serviços a inédito: pesquisas de canela em pó. O nome se deveria à
semelhança entre a cor da bebida
indústrias como avalia- mercado. Nielsen criou
e a da vestimenta dos monges
dor de especificações o conceito de market capuchinhos, ou cappuccini em
técnicas de produtos, o share e abriu, em italiano (no singular, cappuccino).
engenheiro americano 1923, uma empresa 
Arthur C. Nielsen (ao para explorar o filão das A Cervejarias Kaiser Brasil, hoje
lado) notou como esses estatísticas de merca- Femsa Cerveja Brasil, foi a primeira
cervejaria a estampar um número
tiros no escuro afligiam do, a ACNielsen. Foi um
de atendimento ao consumidor em
os executivos. Eureca. Ele encetou giz para as tacadas de marketing seus rótulos. Foi em 1992.
uma rotina de peregrinações a lojas dali em diante.

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