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Witness Lee
CAPÍTULO DOIS
A ENCARNAÇÃO DA PALAVRA
1
Devemos perceber também que, enquanto o Pai está com o Filho e no Filho, Ele também está no trono.
Os dois são distintos, mas não separados. Esse é um mistério divino que não podemos penetrar. Por um lado, os
três da Deidade coexistem e, por outro, eles co-inerem. Eles mutuamente habitam um no outro e interpenetram
um ao outro. A eletricidade nos dá um bom exemplo de tal mistério. A eletricidade que estamos desfrutando em
nossa sala é a mesma eletricidade da usina geradora. Ela, simultaneamente, está na usina geradora e também na
nossa sala. Da mesma maneira, Deus Pai estava com Jesus na terra e, ao mesmo tempo, estava no trono. Não
devemos nos preocupar com isso. Precisamos nos dar conta de que com o Deus infinito não há elemento de
tempo ou espaço. Por ser o Deus eterno, Ele está acima do tempo e do espaço e não é limitado por eles.
Pelo Espírito
Lucas 1:35 e Mateus 1:18 também nos mostram que o Filho veio pelo Espírito. Eles foi concebido do
Espírito Santo. Esse Espírito era o próprio Espírito de Deus Pai, a própria essência de Deus Pai. Quando o
Espírito entrou no ventre de Maria, foi a essência de Deus Pai que entrou na virgem. Essa foi uma concepção
divina realizada no ventre de uma virgem humana. A essência divina foi mesclada com a essência humana a fim
de produzir um filho nascido como homem-Deus. Isso mostra como o Filho veio com a essência do Pai e pelo
Espírito.
Quando jovem, eu não conseguia entender por que o Senhor precisava fazer as coisas pelo Espírito, já que
Ele era todo-poderoso. O Senhor Jesus disse aos fariseus que Ele expulsava demônios pelo Espírito de Deus (Mt
12:28). Quando o Filho veio, Ele veio com o Pai. Quando trabalhava, Ele trabalhava pelo Espírito. O Deus
Triúno é um mistério. É um mistério o fato do Filho de Deus ser todo-poderoso, mas precisava fazer as coisas
pelo Espírito. Nos quatro Evangelhos não vemos o Filho sozinho, mas vemos o Filho, com o Pai, pelo Espírito.
2
É por isso que Tiago nos diz que Abraão foi chamado amigo de Deus (2:23). Isso nos mostra novamente o
mistério da Trindade divina. O Antigo Testamento, os Evangelhos, de Atos até Judas, e Apocalipse nos revelam o
mesmo e maravilhoso homem-Deus Triúno.
Muitos de nós, cristãos, cremos em Cristo, contudo não O conhecemos em Pessoa. Sua Pessoa é tão
excelente, tão maravilhosa. Ele é a corporificação do Deus Triúno que mesclou a Si mesmo com a humanidade
para nascer um homem-Deus, no qual vemos o Pai, o Filho e o Espírito – o Deus completo e o Homem perfeito
com o propósito de dispensar o Deus Triúno a nós. Devemos aprender a conhecer essa Pessoa, a descrever essa
Pessoa maravilhosa e a apresentar essa Pessoa excelente aos outros.
O VIVER DO FILHO NA TERRA
O primeiro item da economia neotestamentária de Deus é a encarnação da Palavra. O segundo, é o viver
do Filho nesta terra, que é a continuação da encarnação da Palavra. No Novo Testamento, a primeira coisa vista é
a Palavra, que era Deus, tornando-se carne. É o Deus Triúno corporificado em um Homem. Agora, esse Homem
continua a viver na terra. Ele era a corporificação do Deus Triúno vivendo a vida de Deus. Seu viver é
maravilhoso e precisa de milhares de palavras para ser descrito.
A Vida Mais Elevada
Deus criou diversas vidas em Sua criação. A criação de Deus começou com a vida mais inferior, que é a
vida vegetal. Flores, árvores e verduras são coisas vivas mas sua vida é a mais inferior. Essa vida não tem
personalidade alguma. Eles não têm sentimento algum, não pensam e tampouco amam ou odeiam. Então, Deus
criou a vida animal, que é mais elevada que a vida vegetal. Os cachorros podem gostar ou não de você, e, às
vezes, eles ficam bravos e latem para você, mas isso ainda não é a vida mais elevada. O terceiro nível de vida
criada por Deus está em um plano mais elevado. Trata-se da vida humana. Sem as vidas vegetal, animal e
humana, a terra seria desolada. Esta terra é muito agradável e interessante devido a essas três vidas. A vida mais
elevada neste universo, contudo, é a vida da árvore da vida. Em Gênesis 1 estão os vegetais, os animais e o
homem criado por Deus. Depois da criação do homem, Deus pôs esse homem diante da árvore da vida,
mostrando que ainda havia uma vida que era superior à vida humana (Gn 2:8-9). Essa é a vida divina.
O Mesclar da Vida Divina com a Vida Humana
No Novo Testamento aconteceu uma coisa maravilhosa – o mesclar da vida divina com a vida humana!
Quando dizemos que a própria corporificação do Deus Triúno vive a vida do Deus Triúno, queremos dizer que
esse é o viver de uma vida combinada, o viver de uma vida mesclada. É uma vida tanto humana como divina. A
vida humana e a vida divina são maravilhosas, e agora essas duas vidas se casaram. A vida divina é o marido e a
vida humana é a esposa – um casal maravilhoso! Esse é o mesclar da vida divina com a vida humana. Jesus
Cristo é a corporificação de tal mesclar, e Ele viveu uma vida, uma vida peculiar, uma vida extraordinária, uma
vida que é um mesclar da vida divina com a vida humana. Nessa vida, no viver de tal vida, podemos ver todos os
atributos divinos e todas as virtudes humanas. Essa foi a vida vivida por essa corporificação do Deus Triúno no
Homem Jesus. Tal viver se desenvolverá até o reino de Deus. O reino de Deus é simplesmente o viver da vida
divina mesclada com a vida humana. Hoje o reino de Deus deveria ser a vida da igreja – o desenvolvimento
dessa vida maravilhosa composta pelo mesclar de duas vidas.
Viver uma Vida Combinada
Nós que somos regenerados, que amamos o Senhor, que buscamos o Senhor e que estamos sob a
transformação de Deus, devemos nos perguntar que tipo de vida vivemos. Não deveríamos viver simplesmente
uma vida humana, uma vida ética. devemos viver uma vida combinada – uma vida que é uma combinação da
vida divina com a vida humana. Tal vida é a vida da igreja. Jesus Cristo, como a própria corporificação do Deus
Triúno, viveu tal vida. Seu viver estabeleceu um modelo da vida da igreja, e essa é uma vida que vive Deus na
humanidade. A vida da igreja deveria ser exatamente igual ao Seu viver. Ele era o Homem Jesus, contudo, Ele
viveu o Deus Triúno. Ele era um nazareno, mas viveu a vida divina. Aos doze anos, Ele foi para Jerusalém e
comportou-se, agiu e viveu de uma maneira que mostrava a vida divina em um jovem ser humano. Ele era um
ser humano galileu, mas a vida divina foi vivida através Dele. Lucas 2 mostra-nos um jovem humano de apenas
doze anos de idade vivendo uma vida no plano mais elevado. Naquela jovem vida podemos ver as virtudes
humanas e os atributos divinos. Esse é o modelo da vida da igreja. Enquanto aquele menino vivia, o Filho, o Pai
e o Espírito viviam todos nele. Fora da Bíblia não há nenhum registro humano de tal vida. Tal vida como o
resultado do dispensar divino. A encarnação da Palavra foi um dispensar que dispensou o Filho com o Pai pelo
Espírito para a humanidade. Então, proveniente dessa encarnação, a vida do Deus Triúno foi vivida em um
jovem ser humano. Os quatro Evangelhos primeiramente mostram-nos a encarnação da Palavra e então
apresentam o viver do Filho, que era uma combinação da vida divina com a vida humana.
A Corporificação do Deus Triúno
3
O viver do Filho na terra foi a corporificação do Deus Triúno. Colossenses 2:9 fala da “plenitude da
deidade”. Não fala das riquezas da Deidade, mas da plenitude da Deidade. A diferença entre riquezas e plenitude
pode ser ilustrada por um copo d’água. Uma caneca com água contém as riquezas da água. Ela pode ter as
riquezas da água, mas essas riquezas não podem ser vistas enquanto a água não encher a caneca até transbordar.
Somente então é que as riquezas tornaram-se a plenitude, que é a expressão das riquezas. Colossenses 2:9 diz
que a plenitude da Deidade habita corporalmente Nele. Isso significa que as riquezas da Deidade são plenamente
expressadas Nele. Quando esse Homem Jesus viveu na terra, Ele viveu de tal maneira que todos aqueles que
estavam ao Seu redor viram a plenitude da Deidade. A Deidade em Sua plenitude simplesmente fluía Dele. A
plenitude da Deidade não apenas habitava Nele, mas fluía Dele. Quando Ele vivia naquela casa de um
carpinteiro em Nazaré, Ele era a corporificação da plenitude da Deidade. Ele era a própria corporificação da
Deidade em sua plenitude, possuindo tudo que o Pai tinha. Em João 16:15 Ele nos disse que tudo que Deus Pai
tinha era Dele. Ele herdou tudo o que Deus Pai tinha porque Ele viveu como a corporificação do Pai, Filho e
Espírito. Até mesmo quando tinha doze anos de idade, Ele viveu de maneira que todos viam a plenitude da
Deidade fluindo Dele. Aquilo não era meramente Sua obra ou Seu ministério, mas Seu viver. Ele viveu
expressando a plenitude da Deidade; portanto, Ele pode dizer: “Quem Me vê a Mim, vê o Pai” (Jo 14:9).
O Tabernáculo e o Templo de Deus
O Filho viveu como o tabernáculo de Deus e como o templo de Deus (Jo 1:14a; 2:21). Ele era a habitação
de Deus. A vida de todo cristão deve ser assim. Quando vivemos, devemos viver como habitação de Deus.
Devemos viver de tal maneira que as pessoas possam ver a habitação de Deus no nosso viver. Nossa vida diária
deveria ser o tabernáculo de Deus. Quando trabalhamos na escola ou no escritório, as pessoas deveriam
conseguir ver Deus na nossa vida diária.
Coinerir com o Pai
O Filho também estava coinerindo com o Pai. Coinerir significa simplesmente habitar um no outro. O
Pai habita no Filho e o Filho habita no Pai (Jo 14:10a, 11a; 17:21). Quando o Filho viveu nesta terra, Seu viver
era um habitar mútuo. Ele habitava no Pai e o Pai habitava Nele.
Um com o Pai
O Filho era um com o Pai (Jo 10:30; 17:22). O Filho, quando viveu nesta terra, viveu uma vida que
mostrava às pessoas que Ele e o Pai eram um. Todos devemos viver uma vida que mostre às pessoas que nós e
Cristo somos um. Devemos ser um com Jesus.
Ter o Pai Nele
No viver do Filho, Ele tinha o Pai com Ele, por isso Ele nos disse que nunca estava só (Jo 8:29; 16:32).
Ele tinha o Pai consigo o tempo todo. Também devemos viver uma vida na qual o Senhor está conosco o tempo
todo.
Viver Por Causa do Pai
O Filho viveu por causa do Pai (Jo 6:57). Ele não viveu Sua própria vida, mas a vida do Pai. Também
podemos viver uma vida que não somos nós mesmos, mas Cristo. Deveríamos viver uma vida que não somos
nós, mas Cristo. Paulo disse: “Estou crucificado com Cristo: logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim” (Gl 2:19b-20a). Todos nós podemos viver por causa de Cristo (Jo 6:57b). O Senhor Jesus era o Filho
vivendo o Pai; agora nós devemos viver Cristo (Fp 1:21a).
Ungido pelo Pai com o Espírito
O Filho também foi ungido pelo Pai com o Espírito (Mt 3:16-17; Lc 4:18a). Tudo que o Filho faz, Ele o
faz com o Pai pelo Espírito. Quando o Pai ungiu o Filho, o Pai não voltou para os céus. Ele permanecia com o
Filho o tempo todo, e Ele ungiu o Filho com o Espírito. Então, um dia o filho disse que o Espírito do Senhor
estava sobre Ele e que Ele fora enviado para proclamar boas novas (Lc 4:18a). Ele proclamou as boas novas com
o Pai e pelo Espírito.
Um Modelo de Vida Cristã e de Vida da Igreja
Devemos ver uma visão a respeito do Deus Triúno corporificado no Homem, um Homem que viveu a
vida do Deus Triúno. A encarnação foi o dispensar do Deus Triúno para dentro da humanidade, e o viver do
Filho foi o resultado de tal dispensar. O Homem Jesus foi um modelo, confirmando-nos que o dispensar do Deus
Triúno para dentro da humanidade funciona! Na história da humanidade houve pelo menos uma Pessoa que foi o
resultado do dispensar de Deus e que viveu uma vida da natureza divina mesclada com a vida da natureza
humana.
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Quando era mais jovem, eu me perguntava por que nosso Deus precisou tornar-se um Homem para viver
nesta terra por trinta e três anos e meio. Durante trinta anos Ele viveu na casa de um carpinteiro. Aparentemente
Ele não fazia nada; simplesmente vivia ali. Para mim, isso não era necessário. Precisamos de um Salvador e de
um Redentor, por que o nosso Senhor precisou viver nesta terra durante trinta anos, aparentemente nada
fazendo? Até mesmo a obra do Senhor Jesus durante três anos e meio não envolveu tanta coisa; Ele viajava
principalmente na Palestina, uma faixa estreita de terra de uns quinhentos quilômetros de norte a sul e uns cento
e sessenta quilômetros de largura. Por fim, Ele reuniu apenas cento e vinte pessoas (At 1:15). Entre esses cento e
vinte não havia um sequer com título de doutor. A maioria era inculta, alguns eram pescadores, e havia um grupo
de mulheres, uma das quais havia sido possuída por sete demônios. Aparentemente, Jesus não fez muito de obra.
Na verdade, Ele fez algo muito significante. Ele viveu uma vida que é um modelo, um padrão da vida cristã e da
vida da igreja. Isso mostra que Deus não valoriza tanto o que fazemos. Ele valoriza Seu dispensar e quanto do
dispensar divino foi transmitido para o nosso ser. Jesus era totalmente o agregado do dispensar divino, a
corporificação do dispensar divino. Ele viveu uma vida como Homem saturado com o Deus Triúno. Seu viver
era a expressão do dispensar divino. Ele viveu em Nazaré durante trinta anos não fazendo obra alguma porque
Seu encargo e Sua intenção não era fazer obra, mas viver uma vida que era o resultado do dispensar divino. Em
cada página dos quatro Evangelhos podemos ver um retrato do dispensar divino vivido por esse Homem Jesus.
Trabalhar com o Pai
A maioria dos jovens não gosta de trabalhar com seu pai porque ele pode restringi-los com repreensões.
Mas Jesus nunca fez trabalho algum sem o Pai. Ele sempre trabalhou com o Pai (Jo 14:10b; 5:17, 19). Trabalhar
com o Pai exige negação absoluta do eu. Cristo negou a Si mesmo para trabalhar com o Pai. Na vida da igreja
hoje, precisamos trabalhar sempre com o Pai.
Trabalhar no Nome do Pai
O Filho trabalhou no nome do Pai (Jo 10:25). Trabalhar no nome do Pai significa que não sou eu que
trabalho, mas trabalho como o Pai. Quando esse Homem viveu nesta terra, Ele era o Filho com o Pai pelo
Espírito, vivendo para estabelecer um padrão de maneira que o homem pudesse uma vida mesclada com o Deus
Triúno. Pelo menos um Homem na humanidade foi bem sucedido em viver tal vida. Milhares de homens que
possuem a vida divina deveria seguir esse Homem a fim de viver uma vida que é o resultado do dispensar
divino.
Fazer a Vontade do Pai
O Filho deixou Sua vontade de lado e tomou a vontade do Pai. Portanto, Ele fez a vontade do Pai (Jo
5:30; 6:38). Em João 6:38 o Senhor diz: “Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha própria vontade, e,
sim, a vontade Daquele que Me enviou”.
Falar a Palavra do Pai
O Filho jamais falou sua própria palavra. Tudo que o Filho falava era o Pai falando (Jo 14:24; 7:16-17;
12:49-50).
Buscar a Glória do Pai
Com Cristo não havia base para o ego. Ele não buscava sua própria glória, mas a do Pai (Jo 7:18).
Expressar o Pai
Finalmente, o Filho expressou o Pai (Jo 14:7-9). Não é de se admirar Ele ter dito: “Quem Me vê a Mim,
vê o Pai” (14:9). Ele era um com o Pai. Ele não tinha obra, vontade, palavra, glória nem ambição para Si mesmo.
Ele apenas expressava o Pai. O Deus Triúno foi expressado nesse Homem. Isso foi o resultado do dispensar
divino no primeiro homem da nova criação. Esse foi o primeiro homem na história da humanidade que era o
resultado do dispensar divino. Esse resultado se desenvolverá e esse dispensar irá para milhares de pessoas
escolhidas por Deus. Todas elas viverão uma vida que é o resultado do dispensar divino. Esse é o viver do Filho
na terra.