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A Economia Neotestamentária de Deus

Witness Lee

CAPÍTULO TRÊS

A MORTE DO FILHO EM SUA HUMANIDADE COM A DIVINDADE


PELO ESPÍRITO

Leitura da Bíblia: Cl 1:22; Jo 3:14; Rm 8:3; Ef 2:15; Lc 1:35;


Jo1:14; Rm 9:5; Mt 27:45-46; 1Jo 1:7; Jo 12:24, 31-33; Hb
9:14, 12; 1Pe 1:19-20; Ap 13:8

A CONCEPÇÃO E O NASCIMENTO DO FILHO

Devemos ficar profundamente impressionados com o fato do Novo


Testamento revelar-nos uma Pessoa maravilhosa para o dispensar divino. Essa
Pessoa é o Deus Triúno encarnado a fim de Se tornar um homem (Jo 1:14). Os
Evangelhos nos mostram a concepção e nascimento dessa Pessoa. Sua
concepção foi realizada pelo Deus Triúno. Os três da Deidade, o Pai, o Filho e o
Espírito, uniram-se a essa concepção e participaram dela. Muitos de nós têm um
conceito inadequado da Sua concepção. Costumávamos pensar que se tratava
meramente da concepção do Filho de Deus; mas temos de perceber que o Pai e o
Espírito uniram-se a essa concepção. A essência divina do Pai foi mesclada com
a essência humana pelo Espírito (Mt 1:18; Lc 1:35). Portanto, os três da Deidade
participaram daquela concepção que ocorreu no ventre de uma virgem humana.
Isso gerou um filho com duas naturezas – divina e humana. Ele nasceu um
homem-Deus. Desde o Seu nascimento, Ele era o Deus completo (Rm 9:5) e o
Homem perfeito. A partir de tal concepção e nascimento, vemos os três da
Deidade na humanidade. Nenhuma palavra humana pode explicar tal concepção
e nascimento tão misteriosos, excelentes e maravilhosos. A Pessoa que foi
produzida por tal concepção também é misteriosa, excelente e maravilhosa. Na
história da humanidade jamais havia existido Pessoa igual.
O VIVER DO FILHO
O Novo Testamento, então, nos diz que tal Pessoa excelente e maravilhosa
viveu uma vida que também foi tão misteriosa, excelente e maravilhosa. Essa
vida combinou e mesclou a vida humana com a vida divina. Nessa vida
podemos ver todos os atributos divinos e todas as virtudes humanas, não
podemos ver qualquer vestígio de pecado e nela não há lugar para Satanás e
nenhum elemento do mundo. Essa vida não somente é misteriosa, excelente e
maravilhosa, mas também é vitoriosa, uma vida de vitória até a última gota. Tal
vida leva a cabo o propósito eterno de Deus e pode ser estabelecida como
padrão, um modelo para todos os cristãos viverem. Ela é um modelo completo
para a vida da igreja.
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A MORTE DO FILHO
Nos capítulos anteriores vimos dois itens básicos da economia
neotestamentária de Deus: a encarnação do Verbo e o viver do Filho. Agora,
chegamos ao terceiro item da economia neotestamentária de Deus: a morte do
Filho. Se a morte será honrada ou não, se ela será digna ou não, tudo depende da
fonte dessa morte. A morte de um mosquito não tem significado algum, mas a
morte de um rei tem grande significado. No Novo Testamento há uma morte
cheia de significado. Ela é misteriosa, excelente e maravilhosa porque é a morte
de uma Pessoa misteriosa, excelente e maravilhosa. Trata-se da morte do
homem-Deus. É a morte de um Homem que tinha Deus trabalhado em sua
natureza intrínseca, um Homem mesclado com o Deus Triúno. O Deus Triúno, o
Pai, Filho e Espírito; está todo envolvido com esse Homem, de tal maneira que
esse Homem era um homem-Deus Triúno. Tal Homem teve uma morte
maravilhosa, excelente, misteriosa e vitoriosa.
OS FATORES QUE EXIGIAM A MORTE DO FILHO
Agora, precisamos ver todos os fatores que exigiam a morte dessa Pessoa
maravilhosa. O primeiro fator foi o pecado (Jo 1:29). Neste universo, o pecado
entrou (Rm 5:12) entre Deus e o homem. Do pecado, vieram os pecados (1Pe
2:24). Além desses dois fatores, outro é que havia um inimigo, que é não apenas
o inimigo de Deus, mas também inimigo do homem. Esse inimigo é o Diabo,
Satanás (Hb 2:14). Satanás produziu um sistema chamado mundo, que usurpou
o homem que Deus havia criado para o Seu propósito (Jo 12:31). O mundo é
outro fator que exigia a morte do homem-Deus, Jesus. Quando esse Homem
maravilhoso viveu nesta terra, Ele enfrentou o sistema satânico, o mundo. Além
desses fatores, há a velha criação. Tudo que Deus havia criado tornara-se velho.
Quando a Bíblia diz velho, ela indica corrupção. A criação de Deus tornou-se
corrompida porque o fator morte invadiu e corrompeu a criação. Todos os itens
no universo se deterioraram por meio da invasão da morte, fazendo com que
tudo ficasse velho. O universo foi criado por Deus, mas foi arruinado por
Satanás e ficou velho por meio da morte. Essa velha criação incluiu a
humanidade (Rm 6:6). Nós pertencemos à velha criação. Outro fator que exigia
a morte maravilhosa de Cristo são os regulamentos, rituais e ordenanças
religiosos (Ef 2:15). As ordenanças religiosas tornaram-se um fator de separação
entre os homens. Os judeus tinham muitas ordenanças que os separavam dos
gentios.
O último fator que exigia a morte de Cristo é um fator positivo. Ele morreu
para liberar a vida divina (Jo 12:24). Se Sua morte tivesse apenas tirado os seis
fatores negativos, ela teria limpado todo o universo, mas o resultado teria sido
um vazio. Se o pecado e os pecados se foram, Satanás foi vencido, o mundo
terminou, a velha criação foi aniquilada e todas as ordenanças religiosas foram
afastadas, tudo que resta é um vazio. Contudo, há um fator positivo maravilhoso.
A morte de Cristo liberou a vida divina para o dispensar divino. Se a vida divina
jamais tivesse sido liberada, ela jamais poderia ser dispensada. Uma vez que a

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vida divina é liberada, ela pode ser dispensada. O pecado, os pecados, Satanás, o
mundo, a velha criação, as ordenanças religiosas e a liberação da vida divina são
os sete fatores que exigiam a morte maravilhosa de Cristo.
EM SUA HUMANIDADE
Na história da humanidade houve apenas uma Pessoa que estava
qualificada para morrer tal morte – o Filho de Deus, Jesus Cristo. Ele morreu tal
morte em Sua humanidade. Ele era o Filho de Deus, tinha a vida divina (Jo 1:4;
14:6). Ele era Deus (Jo 1:1), era a corporificação do Deus Triúno (Cl 2:9), o
agregado do Pai, do Filho e do Espírito. Nele estava a vida, e essa vida foi
liberada por meio da Sua morte. Contudo, se Ele fosse apenas o Deus completo
e não fosse um homem, ele não poderia ter morrido pelo homem. Para morrer
pelo homem, para realizar a redenção, Ele tinha de ser um homem com sangue
de homem (Ef 1:7; Hb 9:22) uma vez que somente o sangue do homem pode
redimir o homem. Portanto, Ele era não apenas o Filho de Deus, mas o homem
Jesus Cristo. Deus tem a vida divina, mas não tem sangue humano. Deus, por Si
mesmo, está qualificado para tudo, mas não Se qualifica para a redenção do
homem. A redenção do homem precisa de sangue genuíno de um homem
genuíno.
Louvado seja o Senhor por ter havido tal Pessoa misteriosa, excelente e
maravilhosa que era tanto Deus como homem. Ele tinha a vida divina e tinha o
sangue humano. Nosso Salvador, nosso Redentor, era o Deus completo e o
Homem perfeito. Como Deus completo, Ele tinha a vida divina, e como Homem
perfeito, Ele tinha o sangue humano. Por ter a vida divina, Ele pode liberá-la
para o dispensar divino, e Seu sangue humano qualificou-O para ser nosso
Redentor, para morrer uma morte vicária por nós. Essa morte do Homem-Deus
tira nosso pecado e nossos pecados (Jo 1:29; 1Co 15:3), e Seu sangue nos
purifica de todo pecado (1Jo 1:7). Ele realizou Sua redenção por nós, homens
pecaminosos, em Sua humanidade, isto é, na sua carne (Cl 1:22).

O Verbo Tornou-se Carne


Quando Deus tornou-se homem, Ele não se tornou um novo homem. João
1:14 não diz que o Verbo tornou-se homem, mas diz que o Verbo tornou-se
carne. Quando o Filho de Deus tornou-se um homem, o homem havia tornado-se
velho e tornado-se carne. Na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, a carne
representa o homem caído. A Bíblia nos diz que Deus criou o homem, mas Deus
não criou a carne. Gênesis 1 nos diz que depois de ter criado o homem, “Viu
Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (v. 31), indicando que o
homem que Deus criara era muito bom. Em Gênesis 3, contudo, esse homem
criado por Deus caiu, e em Gênesis 6, esse homem caído tornou-se a carne caída
corrompida por meio do pecado (v. 3). Romanos 3:20 diz que pelas obras da lei
“nenhuma carne (lit.) será justificada diante dele”. A carne aqui, refere-se ao
homem caído. Aos olhos de Deus, a humanidade caída é simplesmente carne.

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Embora João 1:14 diga que o Verbo tornou-se carne, no nosso
entendimento, sempre dizemos que o Verbo tornou-se um homem. Há uma
grande diferença entre o homem criado por Deus e a carne, que significa o
homem caído. A razão de Deus ter enviado o dilúvio na época de Noé, foi
porque o homem tornara-se carne. Porque o homem criado por Deus tornou-se
carne, Deus teve vontade de destruí-lo (Gn 6:7).

A Semelhança da Carne do Pecado


Romanos 8:3 diz: “Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava
enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do
pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (RC). Deus enviou Seu Filho
em semelhança da carne de pecado. Mesmo que Cristo estivesse somente em
semelhança da carne do pecado, ainda precisamos perceber que essa carne tinha
algum relacionamento com o pecado. Em João 1:14, somente a carne é
mencionada. João não nos dá nenhum adjetivo para a carne. Paulo, contudo, usa
o termo “semelhança da carne do pecado”. Aqui, em Romanos 8:3, há três itens:
a semelhança, a carne e o pecado. Se Paulo dissesse que Deus enviou Seu Filho
em semelhança de um anjo, isso não seria problema para ninguém. Mas Deus
enviou Seu Filho em semelhança da carne do pecado.

A Serpente de Bronze
Em João 1:14 vemos a carne e em João 3:14 vemos a serpente. João 3:14
diz: “E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho
do Homem seja levantado”. Neste versículo, Cristo é tipificado por uma
serpente. O versículo 15 diz: “para que todo o que Nele crê tenha a vida eterna”.
A Bíblia compara Cristo a uma serpente. Em João 1:29, Cristo é tipificado pelo
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Cordeiro é um tipo de Cristo, e
a serpente também. Números 21 nos diz que Moisés não levantou uma serpente
verdadeira com veneno, mas levantou uma serpente de bronze (vs. 4-9).
Se houvesse uma serpente no nosso quarto, não creio que a maioria de nós
conseguiria dormir bem. Mesmo que você me desse uma serpente de ouro, eu
não a colocaria no meu quarto. O ouro é precioso, mas não gosto de ouro na
forma de uma serpente. Você já havia percebido que a Bíblia compara Cristo a
uma serpente? A carne que Cristo se tornou está relacionada com essa serpente.
A velha serpente está na nossa carne. Cristo tornou-se carne, e Satanás, a
serpente, está relacionado a essa carne. Aos olhos de Deus, quando Cristo foi
crucificado, Ele era como uma serpente somente na forma, na semelhança, sem
a natureza venenosa, pecaminosa. Cristo estar na forma da serpente é o mesmo
que dizer que Ele está na forma da carne do pecado.
Cristo veio em semelhança da carne do pecado, e nesta carne estava
Satanás. Dizer que Cristo tornou-se carne, e que em Sua carne estava Satanás, é
uma heresia. Contudo, dizer que Cristo tornou-se carne, e que na carne (não a de
Cristo) estava Satanás, é correto. Para ensinar a verdade, precisamos aprender
com os advogados. Eles usam muitos adjetivos em sua fala, e são muito
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cuidadosos e detalhados. Por exemplo: a Bíblia diz que o Verbo tornou-se carne,
mas não diz que o Verbo tornou-se algo pecaminoso. A Bíblia também compara
Cristo a uma serpente, mas isso não significa que a Bíblia compare Cristo a algo
que tenha natureza venenosa. Em Romanos 8:3, Paulo adjetiva a carne. Ele diz
que Deus enviou Seu Filho em semelhança da carne do pecado. Também, a
serpente em João 3:14 é definida em Números 21. A serpente levantada por
Moisés era uma serpente de bronze. Ela tinha somente a forma, a semelhança da
serpente, sem a natureza venenosa.
Cristo, como o Filho de Deus, tornou-se homem em semelhança da carne
do pecado. O homem caído tinha pecado, mas Cristo não tinha pecado (2Co
5:21; 1Pe 2:21-22). Ele tinha a semelhança do homem caído, mas não tinha a
natureza do homem caído. Quando tornou-se carne, Ele tornou-se uma parte da
velha criação, uma vez que a carne é parte da velha criação. Como resultado,
Sua morte foi a morte da velha criação.
Essa Pessoa maravilhosa estava qualificada de três maneiras para morrer
uma morte maravilhosa, todo-inclusiva. Como Filho de Deus, Ele estava
qualificado para liberar a vida divina, como homem, Ele estava qualificado para
derramar o genuíno sangue humano, e como carne, o último Adão (1Co 15:45)
da velha criação, Ele estava qualificado para dar fim à velha criação, incluindo o
velho homem (Rm 6:6).
Precisamos também perceber que o inimigo de Deus, Satanás, entrara na
carne caída do homem por meio da queda. Na carne caída do homem estava
Satanás, e com Satanás estava o sistema satânico, o mundo. Foi na semelhança
dessa carne caída que Cristo morreu na cruz como Homem. Portanto, por meio
de Sua morte na carne, Ele destruiu o Diabo, Satanás (Hb 2:14) e julgou o seu
mundo (Jo 12:31-33).

Satanás como Pecado Está na Carne


Já dissemos que Cristo tornou-se carne (Jo 1:14), e que, na carne (não a
carne de Cristo), estava Satanás. Se disséssemos que Satanás estava na carne de
Cristo, isso seria uma heresia. Contudo, alguns de nós ainda podem ter algum
problema quanto à afirmação de que Cristo tornou-se carne e de que Satanás
estava na carne. A figura da página 44 mostra a esfera da carne com Satanás
como o pecado personificado nela, como Romanos 7 pode nos ajudar.
Baseados em Romanos 7, afirmamos que Satanás e o pecado estão na
carne. Romanos 7 nos diz que o pecado está na nossa carne e, em Romanos 7 o
pecado está personificado. Esse capítulo nos mostra que o pecado pode enganar
e matar as pessoas (v. 11), e que ele pode habitar nas pessoas e fazer coisas
contra a vontade delas (vs. 17, 20). Ele é muito vivo (v. 9) e extremamente ativo;
portanto, deve ser a mesma natureza maligna de Satanás, o maligno, agindo e
operando na raça humana caída. O pecado em Romanos 7 é uma pessoa. Essa
pessoa é a fonte do pecado, a origem do pecado. Esse Pecado, que é Satanás,

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ainda permanece na nossa carne onde ele habita, trabalha e se move, mesmo
depois de termos sido salvos. O pecado em nossa carne é uma pessoa,

assim como a vida divina no nosso espírito é uma Pessoa. Essa Pessoa, que é
nossa vida, é Cristo (Cl 3:4), a corporificação do Deus Triúno. O Deus Triúno
como vida está no nosso espírito, e Satanás, como pecado, está na nossa carne.
Se nós, os salvos, não estivermos alertas e não vigiarmos e orarmos, esse
maligno pode instigar-nos a fazer coisas pecaminosas. Na nossa carne há
concupiscência (Gl 5:16) e essa concupiscência está relacionada com Satanás
em nossa carne.

Cristo Uniu-Se à Carne do Pecado, mas Sem Pecado


Um dia o Verbo tornou-se carne. Lembre-se de que Jesus não nasceu de um
pai humano, mas de uma mãe humana (Mt 1:18). Sua humanidade é carne;
contudo, Sua humanidade não é do homem, mas da mulher. Nossa carne é
pecaminosa porque é do homem com a mulher. Mas a carne de Jesus é somente
da mulher, não do homem; portanto, Sua carne não é pecaminosa. Nossa carne é
não apenas carne, mas carne pecaminosa, mas a carne de Cristo, nada tendo a
ver com o varão, não é uma carne pecaminosa. A carne de Jesus certamente está
unida à carne pecaminosa como indica o diagrama na página... Contudo, o
elemento do pecado está na esfera da carne abaixo da linha tracejada. Na parte
acima da linha tracejada está Deus! Na esfera da carne abaixo da linha tracejada
está Satanás, mas na esfera que está acima, está Deus!
O diagrama mostra que essas duas esferas estão unidas com uma linha
tracejada que as delimita. Como Deus estava na esfera da carne acima da linha
tracejada, o pecado não pode penetrar através dessa linha porque Deus é muito
forte para o Seu inimigo, Satanás. Satanás estava restringido à esfera da carne
abaixo da linha tracejada. Satanás tentou diversas vezes entrar na carne de Jesus,
mas não conseguiu. O Espírito até mesmo levou Jesus ao deserto para ser
tentado pelo Diabo. Depois de ter jejuado por quarenta dias e quarenta noites,
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Ele foi tentado pelo Diabo por três vezes (Mt 4:1-11). Satanás tentou três vezes
entrar na carne de Jesus, mas não conseguiu.
O diagrama da página ... ilustra as duas partes da carne. A parte principal é
pecaminosa e a parte menor não. Na parte principal está Satanás; na parte menor
está Deus. Durante os trinta e três anos e meio da vida de Jesus, Satanás lutou
para ultrapassar a fronteira e entrar na carne de Jesus. Contudo, ele nunca o
conseguiu porque Deus estava sempre resistindo-o, e Deus é mais forte do que
ele. Quando o Verbo tornou-se carne, Ele uniu-se à carne. Então, quando Cristo
foi para a cruz, Ele colocou toda a esfera da carne na morte, o que incluiu
Satanás e o pecado, injetando a morte nela. Quando Jesus levou Sua carne à
cruz, Ele levou também Satanás e o pecado, que estão na carne, para a cruz, e
injetou a morte na carne que incluía Satanás e o pecado, a carne à qual Ele havia
se unido. Satanás não teve como rejeitar essa morte. Hebreus 2:14 nos diz que a
morte de Jesus na cruz destruiu o Diabo que tinha o poder da morte. Essa morte
maravilhosa, todo-inclusiva, vitoriosa, matou a carne na qual Satanás e o pecado
moravam.
Tirou o Pecado, Liberando a Vida Divina e Destruindo o Diabo
Cristo morreu na cruz não apenas como o Cordeiro de Deus para tirar nosso
pecado, mas também como um grão de trigo para liberar a vida divina do Seu
interior (Jo 12:24). Ele também morreu como uma serpente para destruir a
antiga serpente, o Diabo (Hb 2:14). Ele destruiu Satanás morrendo na carne.
Satanás estava na carne, assim, quando Ele morreu na carne, Sua morte destruiu
Satanás. Sua morte é todo-inclusiva.
Feito Pecado a Nosso Favor
Segunda aos coríntios 5:21 diz: “Aquele [Cristo] que não conheceu pecado,
ele [Deus] o fez pecado por nós”. Isso deve ter ocorrido nas últimas três horas,
do meio-dia às três horas da tarde (Mt 27:45), enquanto Ele morria a morte
vicária por nós pecadores que somos carne, de maneira que Deus fez Cristo
pecado por nós e, por Sua morte em Sua carne, condenou o pecado (Rm 8:3) que
está na carne do homem. Quando Deus condenou Cristo na cruz em Sua carne,
Deus condenou o pecado na carne. Quando Sua carne foi condenada, Satanás,
que estava na carne do homem, também foi destruído.
COM SUA DIVINDADE
Quando o homem Jesus foi crucificado, o Deus Triúno, Pai, Filho e Espírito
estava inteiramente envolvido. A morte do Filho foi com o Pai e pelo Espírito.
Sim, foi em Sua humanidade, na carne, que Cristo morreu na cruz. Contudo, Ele
também morreu com Sua divindade. Quando Cristo estava morrendo na cruz,
Ele não era apenas o Filho do Homem, mas também o Filho de Deus. Devemos
lembrar que Ele era uma Pessoa com duas naturezas – a natureza humana e a
natureza divina. Não podemos dizer que, quando Cristo estava morrendo na
cruz, a natureza divina foi retirada, porque a própria Pessoa que estava
morrendo, tanto como Filho do Homem quanto como Filho de Deus, ainda

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possuía a natureza divina e a natureza humana. Isso era Seu próprio ser e está
relacionado com Sua natureza intrínseca.
Por exemplo: uma pessoa pode tirar o paletó que estou usando, mas não
pode tirar minha natureza intrínseca. A natureza intrínseca de Jesus era a
natureza tanto de Filho do Homem como de Filho de Deus. Jesus, como Pessoa,
era tanto Filho do Homem como Filho de Deus. Quando andou na terra, viveu
na terra, quando foi preso, quando foi julgado, quando foi crucificado, Ele
sempre foi ambos: Filho do Homem e Filho de Deus.
O Filho de Deus
Ele era o Filho de Deus por meio da concepção do Espírito Santo
essencialmente (Lc 1:35). Essencialmente significa intrinsecamente. A natureza
intrínseca de uma pessoa não pode ser mudada. O simples fato de um alemão
vestir um quimono japonês não faz dele um japonês; ele ainda continua sendo
alemão. Essencialmente ele é alemão. economicamente ele está vestindo uma
roupa japonesa. Jesus nasceu para ser o Filho de Deus essencialmente porque
Ele foi concebido do Espírito de Deus. Nada pode mudar sua natureza essencial.
Sua Concepção Foi a Encarnação de Deus
Sua concepção foi a encarnação de Deus (Jo 1:14); portanto, Ele era Deus
(Rm 9:5). Jesus era Deus quando estava na manjedoura como um pequeno bebê.
Isaías 9:6 nos diz que um Filho nos nasceu e Seu nome será Deus forte. O bebê
na manjedoura era essencialmente Deus. Será que podemos afirmar que, quando
Ele foi colocado na cruz, Ele deixou de ser Deus? Dizer que Ele não era mais
Deus sobre a cruz não é lógico, uma vez que nada pode mudar Sua essência. Ele
sempre esteve com o Pai e pelo Espírito.
Deus Deixou-O Economicamente Enquanto Ele Morria
Essencialmente, Cristo era Deus na cruz. Economicamente, Deus deixou-O
quando Ele estava morrendo Sua morte vicária pelos pecadores (Mt 27:45-46).
Muitos cristãos nunca viram a diferença entre os aspectos essencial e econômico
da Trindade. Jesus foi concebido do Espírito Santo e o elemento divino do
Espírito Santo tornou-se Sua própria essência. Desde o Seu nascimento, o
Espírito Santo estava todo o tempo no Seu ser, mas quando Ele tinha trinta anos,
depois do Seu batismo, o Espírito Santo desceu sobre Ele como uma pomba (Mt
3:16). Antes de o Espírito Santo descer sobre Ele, Ele tinha o Espírito Santo
como Sua essência intrínseca essencialmente (Mt 1: 18, 20). Por que, então, o
Espírito Santo ainda precisava descer sobre Ele? A razão é que, essencialmente,
Jesus já tinha o Espírito de vida para sua existência, mas economicamente para o
Seu ministério, Ele ainda não tinha o Espírito de poder. Ele já tinha o Espírito
Santo como Sua essência de vida, mas não tinha o Espírito Santo como Seu
poder. No momento do Seu batismo, o Espírito Santo veio sobre Ele
economicamente, e esse Espírito econômico permaneceu com Ele durante três
anos e meio até o momento em que Ele foi crucificado para morrer por nós,
pecadores. Nessa ocasião, Deus deixou-o economicamente (Mt 27:45-46), assim

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como Deus tinha vindo até Ele pelo Espírito, como poder economicamente, três
anos e meio antes.
Quer Deus tenha vindo ou O deixado economicamente, isso não mudou
Sua essência ou natureza intrínseca. Quer eu vista ou tire o paletó isso não muda
minha essência. Deus veio sobre Ele no Seu batismo economicamente, e
também O deixou na cruz economicamente. Isso não mudou Sua essência.
Quando estava na água do batismo, Ele era Filho do Homem e Filho de Deus.
Quando foi crucificado, Ele ainda era Filho do Homem e Filho de Deus.
Essencialmente não houve mudança, mas economicamente houve alguma
mudança. No Seu batismo, Deus veio sobre Ele, e na cruz, Deus O deixou. Mas
essa vinda econômica e essa ida econômica não mudaram Sua essência. Quando
Jesus estava morrendo na cruz, Deus estava morrendo ali. Uma linha de um hino
famoso escrito por Charles Wesley diz: “Amor admirável! Como pode ser que
Tu, meu Deus, morreste por mim?” (Hymns 296). Jesus era Deus, e Ele morreu
na cruz como Homem mas também como Deus. Portanto, mesmo quando estava
na cruz, Ele ainda era o Filho, com o Pai e pelo Espírito.
O Deus Triúno estava na concepção de Jesus. O Deus Triúno viveu na terra
e também morreu na cruz. O Deus Triúno esteve envolvido com a concepção de
Jesus, com o viver de Jesus nesta terra e também com a morte de Jesus na cruz.
O Deus Triúno esteve totalmente envolvido por Jesus.
A Eficácia Eterna da Sua Morte
A morte de Jesus na cruz como homem provê o sangue humano necessário
para nosso perdão na redenção. Mas se Ele tivesse morrido meramente como
homem, a eficácia da Sua morte não seria eterna. A eficácia da morte de Jesus é
eterna, sem limite de espaço e de tempo. Sua morte eficaz pode cobrir milhões
de crentes. Sua humanidade o qualifica para morrer por nós, e Sua divindade
assegura a eficácia eterna de Sua morte.
UMA REDENÇÃO ETERNA
Uma redenção eterna foi realizada pelo sangue do Filho de Deus por meio
do Espírito Eterno (Hb 9:12, 14; 1Jo 1:7). O sangue que Ele derramou na cruz
foi não apenas o sangue do Homem Jesus, mas também do Filho de Deus.
Primeira de João 1:7 nos diz que o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos
purifica de todo pecado. O sangue de Jesus Homem qualifica Sua redenção por
nós como homens. Ele era um homem genuíno que morreu por nós e derramou
Seu sangue genuíno por nós. Mas a eficácia da Sua redenção tinha de ser
garantida por Sua divindade e ela foi garantida eternamente por Ele como Filho
de Deus. Portanto, Sua redenção é eterna (Hb 9:12) porque ela foi consumada
não apenas pelo sangue de Jesus Homem, mas também pelo sangue de Jesus
Filho de Deus, que o apóstolo Paulo chamou de “sangue de Deus” (At 20:28).
Isso é maravilhoso!
POR MEIO DO ESPÍRITO

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A morte do Filho também foi por intermédio do Espírito (Hb 9:14). Ele
ofereceu a Si mesmo a Deus por Sua morte por meio do Espírito eterno. Ele
morreu com o Pai, na natureza do Deus Triúno e ofereceu a Si mesmo até a
morte pelo Espírito. Novamente, isso indica que até mesmo em Sua morte como
Filho de Deus, Ele estava com o Pai e pelo Espírito. Portanto, Sua morte
consumou uma redenção eterna pelo sangue do Filho de Deus e pelo Espírito
eterno. Essa redenção eterna não tem elemento de tempo. Como Cordeiro
redentor, Ele foi previamente conhecido desde antes da fundação do mundo (1Pe
1:19-20) e foi imolado desde a fundação do mundo (Ap 13:8). Aos nossos olhos,
Cristo morreu há dois mil anos, mas aos olhos de Deus Ele foi imolado desde a
fundação do mundo. Sua morte é eterna, sem nenhum elemento de tempo.
A MORTE DE CRISTO É NOSSA HERANÇA
Tal morte todo-inclusiva foi incluída no Espírito todo-inclusivo (Fp 1:19).
Nossa intenção é ver, conhecer e perceber o Espírito composto porque os
elementos da concepção, do viver humano e da morte de Cristo estão todos
compostos nesse Espírito. Quando aplicamos o Espírito todo-inclusivo a nós
mesmos essa morte todo-inclusiva é nossa. Essa morte não foi meramente
humana, mas também divina. Ela foi a morte do Pai, do Filho, do Espírito e do
Homem. Nessa morte, o pecado é condenado, Satanás é destruído, o mundo é
julgado e o homem com a carne pecaminosa é crucificado. Essa é uma morte
misteriosa, excelente, maravilhosa e vitoriosa. Devemos apreciar esta morte,
pois ela é uma grande herança para nós. É um dos grandes legados do Novo
Testamento. Deus Pai legou a nós o tesouro de Cristo (2Co 4:7) com Suas
riquezas insondáveis (Ef 3:8). Entre essas riquezas insondáveis está Sua morte
maravilhosa. Que o Senhor nos dê uma visão adequada e um conhecimento
adequado dessa morte maravilhosa, todo-inclusiva, para que possamos ser
introduzidos no desfrute da herança do Novo Testamento.

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