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r n o d ~ l o

q u a t r o

9 maquina porfaíi/ que é II


exacfamenfe igua / a uma
maquina grande.

Ha m a i s C O R O N A S
e m u s o , em todo o
m u n d o , que todas
as outras maquinas
portat e i s reunidas.

s e m i g u a l em
velocidade, e m
leveza d e toque
e em silencio

Pede-se z n n l visifa iros r ;critorios do:; crgen-


tes, rnesnzo que SPJLI por ct~riosillde,p(zr(~
apreciar ns vnn+:c,rrrtz; drst.~he' r 111 :qztinz,
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BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

Qual seria a gaso-


lina que Brito Pais,
Sarmento Beires, Pi-
pregu ntas nedo, Jinenez, Iglesias
e muitos outros famo-
sos aviadores usaram
de f a c i l -
nos voos que têem
marcado na historia
resposta da Aviação?

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BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

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Roltlim Comercial ba mabeira
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P U B L I C A Ç A O MENSAL

Prop rietaria, Direc fora e Edi topa - A Associação Comercial do Funchal


Secretario da Redacção - O Secretario Permanente da A. C. F.
-- - - -

I R E D A C Ç ~ O E ADMINISTRAÇÃO

R U A HEIZMENEGILDO CAPEILO, 9
COMPOSIÇÁO
-
:
- IMPRESSAO : Tipografia ESPERANÇA -
I
Tipografia SPORT DO F U N C H A L
-

Novembro da 1 9 2 9 3-1 NgO 1 -1II

AO COMEÇAR
No desejo firme de querer cumprir integralmen- cha1 não esquecendo, a par dos interesses comer-
te a sua função associativa, resolveu a Associação ciais, os interesses gerais da colectividade.
Coniercial do Funchal iniciar a publicação dum Dentro das suas colunas caberão a discussão e o
boletim que fosse, ao mesmo tempo, um orgão de estudo de todos os p r o b l e m ~ sque respeitam ao co-
propaganda e de defesa da Madeira e um porta- mercio, á Madeira, e ao país, de que esta ilha é
voz de todas as reivindicações da classe que esta parte componente e integrante.
colectividade representa.
Instituição secular, com um passado todo cons- Apesar das medidas que ultimamente teem sido
tituido de serviços prestados a esta terra e á classe tomadas pelo Governo Central e em cuja defesa
comercial madeirense e que impõe, só por si, pe- esta associação teve um papel que orgulhosamente
sadas responsabilidades áqueles que teem a seu reivindica, estão ainda por satisfazer muitas das
cargo geri-la no actual mon~ento,a Associação Co- mais legitimas e antigas aspirações regionais. Al-
mercial do Funchal tem procurado sempre iden- gumas das actividades que mais interessam á1 vida
tificar a sua acção com os superiores interêsses do con~ercialda Madeira, tais como os bordados, os vi-
arquipélago, dedicando urna especial atenção ao nhos, a navegação e o turismo que são, ao mesmo
estudo de todos os problemas que mais directa- tempo, factores de grande importancia na balança
mente interessam á vida e ao fomento regionais. econoniica desta ilha e na balança económica do
Tendo, de resto, a classe comercial uma impor- país necessitam de medidas especiais de protecção,
tancia particular, a dentro da vida local, e sendo destinadas a fomentar o seu desenvolvimento.
a eia que esta ilha deve, quasi exclusivamente, toda Ao 1iBoletim Comercial d a Madeira,) merecerá
a obra da sua expansão económica, nãv fazia sen- urn cuidado especial o estudo e a defesa das me-
tido que esta Associação se alheasse das soluções didas acima referidas, junto das estancias ás quais
dos problemas de ordem geral, dada a sua possi- compete adopta-las, e se não lhe faltar o àpoio do
vel repercussão e influencia na marcha e na vida comercio e das classes produtoras da Madeira não
d o comercio madeirense. será dificil atingir este objectivo:
Fiel á sua tradição associativa, esta colectivida- O r g ã o duma associação de classe, o llBoletim
de tem procurado, simultaneamente, realisar uma Comercial da Madeira)) procurará tambem cirnen-
dupla finalidade, dando a sua contribuição para o tar em bases firmes o espirito associativo na con-
estudo e para a solução das questões de interêsse vicção de que prestará um relevante serviço á cau-
vital para o arquipélago e defendendo intransigente- sa d o ressurgi tnento econórnico da Madeira.
mente os legitimos interesses das classes produtoras. Tribuna aberta a todos os que, bem intenciona-
Dentro deste programa de acção a Associação damente, pretendem coi~tribuir para a solução
Comercial d o Funchal tem realisado a missão que do problema madeirense, nos seus vários aspectos
lhe foi originariamente atribuida, dando assim, a e modalidades, o ~~Boletirnl~ que hoje inicia a sua
quota parte do seu esforço para a obra do ressur- publicação confia no auxilio de todos os que an-
gimento económico do país em que se actiam em- seiam pelo ress~irgitnentoda Madeira, para uma in-
penhados'todos os bons portugueses. tegral realisação dos seus objectivos, e dirige as
O 11Boletim Comercial da Madeira!) do qual sai suas primeiras saudações ás forças económicas
hoje o primeiro número, procurará traduzir e dar desta ilha, cujos interesses procurará defender com
publicidade ao pensamento e ás directrizes que intransigeilcia e com justiça.
norteiam a acção da Associação Comercial do Fun- A Direcfão
2 BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

As relações hispano-lusas
Q a sua rep~rcussáo na vida ~conómica dos dois p a i z ~ s
-*:.-

A propósito da visita do Sr. Presidente da Republica á Espanha

U m dos factos mais culminantes da nossa Excelen fissimo Senhor


politica nacional no momento presente é, por Presidente dn República
certo, o estreitamento de relações. ou melhor.
o fortalecimento da amisade entre. as duas na:
ções peninsulares, agora concretisado na visi ta A Associação Comercial do Funcha! vem
do sr. Presidente da República á Espanha e na seguindo, com o mais vivo e justificado inte-
promessa da retribuição dessa visita pelo So- resse, a acção diplomatica de V.Ex." e do Go-
berano da nação visinha. verno da Repkblica, tendente a criar entre as
A Espanha e o nosso país estão desde há duas naqões peninsulares re!açóes de franco e
muito identificados nos mesmos interesses que leal entendimento.
necessitam de ser encarados sob uma plata- Com interesses ligados e comuns, em pro-
forma única, numa conjugação de esforços e blemas de importancia máxima para a vida e
de medidas de fomento dos dois governos. para o futuro da; duas nacionalidades, parece
A solução de i rn p o r t a n t e s problemas que chegou a ocasiáo de cimentar, em bases
econórnicos e a defesa das ricas industrias sólid(zs e firmes, as relações de amisarle entre
de que ambas as nações peninsulares são a Espanha e Portuga! por fórma n poderem
hoje quási que as exclusivas detentoras, ser resolvidas, dentro dum absoluto .espirito
tais como a cortiça e o azeite, e ainda de concordancia, algumas das questões que
doutras importan t issirnas fontes de rique- mais afectam os interesses económi-os e co-
queza publica, como os vinhos e conservas, mer ciais dos dois países.
impunham aos governantes dos dois países A viagem que V. Ex." acaba de rea!isar á
esta aproximação, que tudo indica resulte nação visinha, duplamente enche de orgu!ho e
imensamente vantajosa para ambas as nacio- satisfaçáo a classe comercia! da Madeira que
nalidades. esta Associaçáo representa.
Em vez da atitude de desconfiança mútua Ela serviu, a c h z de tudo, p-ra estreitar os
mantida durante séculos pelos dois povos da laços dece;ttm: e de cordialidade entre os dois
península, e que não tem qualquer justificação povos irm?os e visinhos e que t2o glorioso
na época actual, esta aproximação dará antes papel teem de-empenhado na história d~ Avi-
logar a um franco entendimento e cordial lisaçáo.
amisade entre os dois países e terá a mais pro- Por outro lado, c'uranfe ess3 viagem, ver-
veitosa repercussão na vida económica de cada dzdeirarnente friunfa 1, produziram-se mani-
um deles. festações de apreqo e de simpatiz ao nosso
A Associação Comercial do Funchal reco- pais que nZo pódem deixar de sensAilis~rpro-
nhecendo com simpatia o patriotico intuito do fundamente o nosso orgulho patriotico e os
nosso Governo ao encetar sob tão felizes auspi- coraçóes de todos os bons portugueses.
cios as <cdémarches~para o estreitamento dos Por todos os beneficias que dessa viagem
laços de amisade entre Portugal e Espanha, resultam, queira pois V. aceit~ros protes-
não podia deixar de manifestar o seu sentir em tos das nossas mais vivas e sinceras Itomena-
face deste acontecimento que interessa a todos gens, na certeza de que delu participam as
os portugueses e dum modo especial ao Co- classes económicas da Ma deira.
mercio -a aproximação hispano~lusa,-tendo
dirigido ao primeiro Magistrado da Nação a O PRESIDENTE
seguinte mensagem : José Quiríno de Castro
-----
- --- - - - ----- --

A defêsa dos interesses regionais e a primeira modalidade


d a p r i n c i p a l virtude d o s c i d a d a o s : o p a t r i o t i s m o .
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

SOB A P O E I R A D O P A S S A D O

R artáo da fleeoriafao Comercial do funrhal


nos 93 a n o s d a s u a existencia
.iltl:JB a 1929)
I
Tornar conhecidas da actual geração que ao PRIMEIRA SESSAO
Comercio dedica a sua actividaue e os seus capi-
tais, as origens e a acção, na sua já bem larga Funchai, 10 de Julho de 1835
existencia, da Associação Comercial do Funchal, e a
repercussão que tiveram na sila vida associativa 0s Na conformidade de um officio do Ex."'"Sr. Pre-
mais importantes problemns economict~çda Ma- feito da Provincia. de 7 do corrente, como por co-
deira nestes ul timos cem anos, af iqurou- se-nos ser pia transcri~tam ~ e a n d oMembros de uma Com-
uma tarefa interessante e digna de publicidade. missão Commercial Momentanea as pessoas nelle
Empenhados neste propósito fonioç rebuscar "0s indicadas; reunirão-se OS dittos Membros da Com-
velhos livros de actas desta colectividade, o mais missão em casa de João de Oliveira e procedendo-
antigo dcs quais remonta a 1835, data coeva da se á eleição do Presidente, obteve maioria de votos
sua fundação, todos 0s dados e informações que O ~~íustrissimo Snr. João Çhortridge.1,
pela sua importancia ou interêsse mereçam ser re-
memorados agora, após tantos anos volvidos. Reuniu-se a Comissão Momentanea por várias
De alguns dos factos ocorridos no dilatado es- vezes, nomeadamente em 11 de Julho e 23 de Ou-
paço de vida que conta esta agremiacão do Co- tubro do mesmo ano e em 5 de Janeiro do ano se-
mercio madeirense-quási um século-dá-nos o guinte, reunióes estas que tiveram por fim estudar
Passado proveitosas lições e ensinamentos, reffec- e adoptar as medidas preliminares para a realisa-
tindo-se, embora já diluida pelo Tempo, a acção Ç ~ Odos fins a que a mesma Comissão se propunha.
das várias direcqões que se sucederam no seio Destas reuniões foram lavradas as respectivas actas
desta Associação e na defesa dos interesses do nos- que foram assinadas Por João Shortridge.
so comercio, na qual se destacaram numerosos " ~ 1 - A primeira reunião da Assembleia Geral d a As-
tos que marcaram na sua época, tanto adentro des. socicção Comercial realisou-se em 20 de Janeiro
ta colectividade, como na politica e na governa- de 1836, data que marca praticamente o inicio da
ção das corporações oficiais. sua vida associativa.
Muitos deles peta sua elevada cateqoria social, Esta reunião, em que tomaram parte a maioria
inteligencia e ilustraçãcj alcançaram, como home- dos l~negociantes e mercadores desta Praça., em
nagem póstuma, que os seus nomes fossem perpe- numero de 47, teve lagar pelas 10 horas da ma-
tuados nas ruas e estradas públicas desta cidade e nhã no Palacio do Governo, sendo aberta a sessão
é assim que 0s nomes prestigiosos de alguns que se pelo Presidente da Comissão Momentanea, O CO-
tornaram fiquras de relevo no comércio e na go- merciante inglês John Shortridge.
vernação pública do seli tempo, ficaram vincula- U m dos membros da referida Comissão, o co-
dos na memória das gerações que se sucederam. merciante de vinhos Roque Caetano de Araulo,
João de Oliveira, José Phelps, Conselheiro Ma- explicou em uin breve discurso á assembleia os
nuel José Vieira, Henrique Vieira de Castro, e ain- fins e objecto desta reunião, que eram:-fia for-
da outros que foram presidentes e directores desta mação de u m a Associação Comercial que cuidasse
Associação, e que nã? nos ocorrem de momento, seriamente nos interesses do Comercio promovendo
teem os seus nomes perpetuados nas ruas do Fun- e requerendo tudo quanto fosse a bem do ~ e s m o v .
chal. Nesta reunião foi apreciado o projecto dos esta-
E' pois um pouco a vida da Madeira nestes ul- tutos, que foram imediatamente e iinanimemente
timos cem anos que pretendemos reviver através aprovados, saindo depois eleita a mêsa da primeira
das deliberações da sua Associaqão mais represen- Direcção da Assoei ação Comercial, composta de
tativa e dos actos dos homens que presidiram á nove membros, e que foi constituída pelos comer-
sua admii~istração. ciantes Roque Caetano de Araujo, que obtivera
A primeira acta da Associa~ão Comercial do totalidade de votos, seguindo-se, por númei-O de
Funchal tem a data de 10 de Julho de 1835 e diz votos, João Shortridge, Jose Maria Bernes, João An-
respeito á reunião inicial preparatoria para a fun- tonio de Ciouveia Rego, Joaquim Monteiro dfAffon-
dação desta colectividade. seca, Guilherme Cirant, João Coelho de Meyrelles,
E' um documento resumido em meia duzia de José Phelps e João Crisoçtomo Ferreira Usei.
linhas, concebido nos seguintes termos : Terminada a eleição da Mêsa teve logar a elei-
ção do Presidente e Vice-presidente, tendo saí do
.Actos da Commissão Momentanea, nomeada eleitos para estes cargos João Shortridge e Roque
pelo Ex."" Prefeito e Governador Militar em 7 de Caetano de Araujo, respectivamente por 16 e 23
Julho com o fim de formar uma Associação Com- votos.
mercial nesta Praça do Funchal, em consequencia E assim ficaram organisados definitivamente os
das Ordens e Instriicções do Supremo Magistrado primeiros corpos gerentes da Associação Comer-
do Commercio em data de 2 de Julho deste anno cial do Fiinchal.
de 1835: T. C.
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

A NOVA LEGISLAÇAO
Abusos velhos, irregularidades em que se persis- ções e impostos que se exiqe p x a as companhias
tiu, e consequentes reclamações de interessados - port~iguesas; a instalarem aqencias no nosso país,
levaram o governo a estabelecer novas bases para com plenos poderes para assinar apólices, liquidar
o exercicio e fiscalisação da industria dos seguros seguros e pagar contribuições ; e, finalmente, são
em Portugal. sujeitas ao mesino sistêma de fiscalisação designa-
A reforma destes serviços acaba de ser feita do para as sociedades portuq~iesas.
pela pasta das Finanças, atravez dos Decretos Uma unica diferença de tratamento encontrâmos
n.OS 17.555 e 17.556, de 5 de novembro corrente, nos novos decretos, para companhias n;tcionais e
publicados no Diario do Governo d a mesma data, estrangeiras :-é relativa á separação de cauciona-
' I série, n.O 254. rnento. Ao passo que ás primeiras é permitido en-
O espirito a que obedece a nova legislação, po- corporarem nos depositos de reservas tecnicas as
demol-o considerar sintetisado nas seguintes pas- importancias que teem a depositar na Caixa Geral
sagens d o relatorio que antecede o primeiro daque- de Depositos para garantia das suas operações, as
les diplomas : sociedades estrangeiras deverão constituir esses
depositos separadamerite.
.Urgia remediar estes males e prover ds necessi- Mas se a nova leqislação não coarta ás rocie-
dades uliirnamente surgida s, começando primeiro dades extrangeiras a liberdade de industria, desde
que tudo por garantir d indusfria seguradora um que se ajustem seni subterfugios ás disposições da
ambiente de prestigio e confiança indispensavel para lei, ela 6, todavia, inexoravel para as sociedades
que ela possa desenvolver-se satisfatoriamente, em não a utorisadas a trabalhar ein Portugal, negan-
concorrenciu cam as companhias extrangeiras que, do validade aos contratos de seguro efectuados em
num regime de favoritismo, fruto da desordem de companhias dessa natureza, proíbindo que os
muitos anos, se vieram multiplicando no nosso paiz. tribunais e as autoridades aceitem como boas as
Por esse caminho se enveredou francamente, na cer- respectivas apólices, tirando portanto toda a base
teza de que as medidas decretadas, constituindo o jurídica e legal aos contratos realisados nestas
minimo das providencias requeridas, não podem condições, e fazendo incidir pezadas multas sobre
deixar de ser bem acolhidas por quantos se empe- a aqencia ou corretagem de seguros para t?.is em-
nham pelo honesto desenvolvimento das sociedades prezas.
de seguros. Obedece, manifestamente, esta orientação ao du-
plo proposito de fazer cessar abusos que ha muito
se vinham notando, e de impedir que sociedades
14 Por ultimo procurou-se atender d situação f iscal existam com o intuito e a certeza antecipada de
das sociedades de seguros estrangeiras, que têem escaparem aos preceitos da lei, fugindo a toda a
na verdade beneficiado, mercê de varias circunstan- especie de fiscalisação, faltando com os seus depo-
cias, de um regime de favor verdadeiramente injus- sitos de caucionamento a garantir as suas opera-
tificaved. Sem se recorrer a quaisquer medidas de ções, e furtando-se finalmente ao regime tributario
excepção, pre f ende-se apenas sujeital-as, corno é de- a que estão sujeitas as sociedades devidamente
vido, a uma tribufação em tudo equiparada autrlrisadas.
ao que pagam as socidades nacionais 'e que as pre- Ra7ões d e defeza da industria e, quando mais
sentes disposigões tornarão efectiva,f. não fosse, razões de decôro-aconselhavam de ha
muito uma eneryica intervenção do Estado neste
Lendo-se estes trechos do relatorio do Sr. Minis- sentido.
tro das Finanças, vê-se imediatamente qual o pen- A reforma aqora feita pelos decretos a que nos
samento dominante da reforma, a que, aliás, todos reportâmos, enfrentou, como se vê, a situação, de
os louvores teem de ser, com justiça, prestados, modo decidido. Mas porque o seu autor entendeu,
pelo manifesto espirito de equidade em que assenta. e milito bem, que só ,ganharia forças para assim
E' que os decretos de 5 de Novembro, tendendo proceder, quando olhasse com o mesmo rigor para
a proteger a industria nacional, não emb~iraçam, a situação das sociedades portuguesas, procurou
todavia, a criação e livre exercicio das sociedades impor a estas a obriqação de aumentarem as suas
extrangeiras. Limitam-se a exigir-lhes que entrem garantias perante os sequrados e o Estado, estabe-
nos dominios do direito comum, impondo-lhes o lecendo novos principias para a determinação e
cumprimento das obrigações legais a que sujeitam realisação das suas reservas, e preceituando u m
as companhias portuguesas, e negando-lhes trata- activo e rigoroso serviço de fiscalisação sobre a
mento de excepção ou favor. sua constituição, funcionamento e operações.
E, assim, são as sociedades extrangeiras obriga- Por outras palavras, põe as sociedades nacionais
das a fazer o seu caucionamento no montante em em condições de bem merecer do crédito e da
que as companhias portuguesas o teem de realisar ; confiança do paiz-e o Estado surge, na propria
a publicarem anualmente as contas relativiç aos reforma, como a primeira entidade a abonar esse
seus negocios em Portugal e ainda um resumo das crédito, dispondo que não possam ser feitos senão
suas contas ;. a satisfazerem as mesmas contribui- em sociedades nacionais os seguros dos seus bens
BOLETIM COMERCIAL MADEIRA

VINHOS PORTUGUESES
Ateneu Comercial do Funchal
Passa no dia 1 de Dezembro o 31." aniver-
sário do Ateneu Comerci:rl do Funclial, a aitti- A EXPANSÃO DO NOSSO COMERCIO
ga e bem conhecida agremiaç3o fundada por ern-
pregridos do comercio desta praça e qiie h á pou- DE VINHOS
cos ;inos foi reorgatlisada mercê d o porfiado esfor-
ço de alguns dos seus dirigentes e antigos shcios.
Esta colectividade que é hoje uma agremirição
de profissionais de comércio, contando no seu seio A Madeira representada n a Comissão
grande número de comerciantes, tem desenvolvido encarregada de estudar este assunto
nestes ultimos tempos uma inteligente e perseve-
rante acção na defesa dos interesses economitos
deste distrito. Com o fim de estudar e propor as providencias
Ao esforço do Ateneu se deve eni grande parte a t e n d ~ n t e sa facilitar e desenvolver a exportação
instalação da telegrafia seni fios no Porto Santo, dos nossos vinhos, publicou recenternelite o Gover-
Alem de outros serviços de reconhecida utilidade no português, pelo Ministerio d:i AqricuItura, uma
para o desenvolvimento da Msdeira e daquela ilha. portaria nomeando uma comissão especialmente
A' Associaçáo Comercial tein o Ateneu prestado enc:irregad;i desta missão, de cujo trabalho rn uito
por diversas vezes o se i inteligente e valioso con- há a esperar para o desenvolvimetito do comercio
curso para a defesa e solução de numerosas ques- de vinhos, que é uma das grandes fontes de rique-
tões que interessam ao coniércio desta praça e a za nacional.
toda a população madeirense. E' pois com o mais assinalado louvôr que regis-
Registando aqui com o devido louvôr a acção tamos n:is nossas colunas esta iniciativa do Gover-
d o Ateneu, saudamos nos seus actuais corpos ge- no que, encarando de frente e com o carinhoso
rentes esta simpática colectividade e formulamos cuidado a que tetn jús, iIrn dos nossos mais im-
os nossos mais cordeais votos de prosperidades e portantes problemas económicos, teve em vista a
de longa vida, afim de que possa sempre prestar adoptação de medidas de defesa e protecção para
ao comércio madeirense a sua colaboração sempre a industria vinicolii portuguesa, perante a concor-
dedicada e valiosa. rencia dos vinhos de outras procedencias nos mer-
cados estrangeiros.
e dos pertencentes aos corpos administrativos e Não tendo sido incluido, na comissão nomeada,
demais serviços publicas. nenhum delegado da Madeira que representasse no
O decreto n." 17.556, publicado, como acima di- seio d:i mesma comissão esta importante região vi-
zemos, na mesma data, etri complemento dos prin- nicola, defendendo, com conhecimentos especiais do
c i p i o ~reformadores do decreto n." 17.555, extin- assunto, os interesses da nossa viticultura e corner-
e por seu lado, o Conselho de Seguros, substi- cio d e vinhos, de t:inta inaqnitude para a vida
tuindo-o pela Inspecção de Seguros, á qual é económica deste distrito, a Associaçáo Comercia 1
cometido o encargo de fiscalisação das cornpa- do Funchal fez sentir este lapso ao sr. Ministro da
nhias e suas operações, dar expediente a todos os Aqricultura, a quem solicitou a faculdade da Ma-
assuritos respeitantes ás condições em que podem deira poder-se representar n? mesma Comissão.
funcionar no paiz as sociedades nacionais e as Este pedido foi :I tendido prontamente pelo Ex."'
agencias das sociedades estrangeiras, velar pelo Ministro qiie ordeno11 fosse sein demora lavrada a
exacto cumprimento das leis, etc. segiiinte portaria, que acaba de ser publicada no
Ar Inspecção de Seguros fica incumbida, desi- diari rio do CJovernof~:
gnadamente, uma função a que não podemos dei-
xar de fazer uma referencia particular:-é a de Manda o Governo da Repliblica Portuguesa, pelo
elaborar um Codigo de Seguros, onde se reunam Ministro da Agricultura, que da Comissão encarre-
todas as disposições referentes á constituição e
funcionamento das sociedades seguradoras e ao gada de estudar e propor as medidas tendentes a
contrato de seguros. facilitar e desenvolver a exportacão de vinhos, ten-
Ficam, assim, preconisados os meios e aberto o do em vista a necessidade de orientar o seu fabrico,
caminho para a unificação da nossa legislação conservação e acondicionantento, garantir ojicial-
sobre tudo quanto interesse a Seguros, estabelecen- mente a sua genuinidade, promover uma propaganda
do-se com esta providencia o natural remate ao
conjunto inteligente e sensato das medidas agora activa e insistente nos mercados externos e indicar a
publicadas. jorrna eficiente de alargar a sua colocação em fa-
Com os Decretos n." "-555 e 17.556 deu-se, voravel concorrencia com os vinhos doutras prove-
pois, por varias razões, um grande passo para o niencias, faça tambem parte unt representante da
prestigio da industria seguradora em Portugal, Associação Comercial do Funchal.
para o consequente desenvolvimento da sua esfera
d a acção, para a criação de um ambiente de maior
confiança entre seguradores e segurados, e para Paços do Governo da República, 9 de Novembro
que a vida d a instituição do Seguro marche nos de 1929. O Ministro da Agriciiltura, (a) Henrique
seus justos e legitimas termos. Linhares de Lima.
BOLETIM COMERCIAL MADEIRA

- - - -- . -

I - I VIDA ASSOCIATIVA /
REUNIÕES DA DIRECÇÃO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL
Sob a presidencia do Sr. José Qiiirino de Castro, presi- pelos Srs. Leonel G. Liiiz, João I'iago de Castro, José Tor-
dente, reuniu nos dias 1, 9 e 21 de Novembro corrente a quato de Freitas e Aires Filipe de Freitas e nomeado tam-
Direcção desta colectividade tendo tomado conhecimento e bem, o sr. Alberto de Araujo, Secretario Permanente desta
deliberado sobre os seguintes assuntos : Colectividade, para secretario da mesma Redacção.
--Foram apresentadas algiimas propostas y ara socios
Sessão do dia 1 desta Associa~ão e aprovada uma, apresentada na sessão
anterior.
O Sr. Presidente deu conhecimento á Direcção, do tele- - Sobre a resolução, finalmente toniada pela Companhia
grama que imediatamente expedira á Cornparihia Nacional Nacional de Navegação, de tocarem neste porto o s vapores
de Navegação logo que soiibe pelos jornais, que os vapores da nova carreira do Brazil e a que se refere o telegrama do
daquela Companhia em suas viagens para o Brasil, não fa- secretario desta Associação, Sr. João Tiago de Castro, já d o
ziam escala pelo Funchal, supondo infundada tal informação conhecimento publico, a Direcção resolveu aguardar noti-
e pedindo q u e este porto seja considerado de escala obriga- cias pormeiiorisadas.
toria tanto na ida, como no regresso dos mesmos vapores, -Foi resolvido ainda inserir na acta desta reunião um
e lembrando ainda que o s vapores estrangeiros que aqui voto de profundo pesar pela morte do S. Comendador João
tocam recebem sempre passageiros e carga. Bernardino Gomes e dar desta deliberação conhecimento á
A Direcção sancionou a resalução do Sr. presidente, ten- famil:a do extinto.
do aprovado o teor diirna representação a enviar áquela
companhia, sobre o assunto em qiiestão. Sessão do dia 21
(A referida i-epresentação vem publicada noiitro logar
deste Boletim). Foi i.esolvido :
-Foi resolvido registar a reconstitiiição do Conselho Ex- Agradecer a S. Ex." o Ministro da Agricultura a publi-
terno, e a permanencia d o Professor sr. Francisco Anton o cação da portaria de 9 de Novernbi-0, publicada no Diario
Correia, como Director Geral dos Negocios Comerciais, de do Governo n.O 263 2.a serie, que atende o pedido desta
cuja acção muito ha a esperar em prol d a economia do Direcção no sentido de ser nomeado, por parte desta ASSO-
Paiz. ciação, um representante na comissão criada pela portaria
Resolveti-se tambem felicitar o iiosso patricio, Sr. Dr. Jor- de 11 de Outubro ultimo, para estudar e propor a s medidas
dão Mauricio Henriques pela s u a nomeação para o cargo de tendentes a facilitar e desenvolver a exportação de vinhos,
secretario do referido Conselho. promovendo uma propaganda activa dos mesmos nos mer-
-A Direcção desta Associação deliberou pôr-se em con- cados externos.
tacto com o sr. José Oliveira Soares, seu representante no -Convocar a Comissão especialisada ldVinhos~para dar
mesmo Conselho de Comercio Externo, afim d e receber com seu parecer e indicar o nome da pessoa que a Direcção
regularidade, informações d a sua acção no citado Conselho. deve nomear afim de dar cumprimento áquela portaria.
Foi mais deliberado : -Convocar a Assembleia Geral para o proximo dia 30
Oficiar ao Director Geral de Estatistica snr. Dr. Armin- pelas 15 horas, para a eleiqão dos corpos gerentes que hão
do Monteiro, manifestando a satisfação desta colectividade de servir n o ano de 1930.
pelo triunfo alclnçado pelo Bolitim Mensal da superior di- -Informar á Comissão promotora da Exposição Agrico-
recção de S. Ex. la, Pectiaria e Industrial do Funchal, em resposta ao oficio
-Agradecer á Direcção dos Negocios Comerciais, o en- recebido, a impossibilidade em que esta Associação se acha
vio do *Boletim Comercial, da nova série respeitante ao de poder coiicorrer com qualquer subsidio para auxiliar os
mês de outubro. trabalhos da montagem da exposição que deve realisar-se
-Acusar á Associação Comercial de Lisboa a recepção em D e ~ e m b r oproximo, por escassez de fundos, o qiie a Di-
do seu oficio, que acompanhoii a circular sobre a s *causas recção deveras lamenta.
comerciais>~que demonstra a conveniencia d e ser restabele- -Registar e agradecer a comunicação recebida do nosso
cido o Juri Comercial, e comunicar a sua inteira concordan- representante n o Conselho d o Comercio Externo, Sr. José
cia com o teor da mesmo, o que de resto já tinha sido re- de Oliveira Soares em que o mesmo ExSm0Snr, dá conta
solvido comuiiicar em sessão anterior. dos trabalhos realisados naquele Conselho, e oferece s e u s
--Prestar á aBendients Wor Id Servicef,, indicação de no- prrstimos para tratar de qualquer assiinto de interesse da
mes de firmas desta praça para representar uma grande classe, junto das estancias superiores.
casa manufacttireira de goma para jornais. -Notar o oficio de agradecimento do Ex."" Snr, Dr.
-Enviar ao Consiilado Geral de Portugal em Johannes- Jordão Mauricio Henriques á comunicação desta Direcção,
burg a lista pedida de todas a s casas associadas exportado- e a oferta dos seits valiosos prestimos.
ras de bordados, obras de vimes e vinhos da Madeira. - Agradecer ao Ex."' Snr. Laur Andersen a comunica-
-Indicar o nome de firmas associadas exportadoras de ção de ter sido nomeado Consul da Estoiiia nesta ilha.
vinho Madeira interessadas na s u a representação em Genéve. -Pôr lia secretaria á disposição dos snrs. associados a
brochura, projecto da reforma do calendario, recebida da
Sessão do dia 9 Sociedade das Nações.
-Agradecer ao Snr. Constil dos E. U. da America a re-
Nesta sessão foratn tomadas as seguirites deliberações: messa das publicações de propaganda da Exposição Inter-
Indicar, conforme foi solicitado por S. Ex.8 o Governador nacional de Importação no mercado americano, que deve
Civil, o Sr. João Marcelo de Brito Figueirôa para fazer ter logar em New York em 1930, e dar conhecimento d a s
parte, como representante desta Associação, da Comissão mesmas, aos interessados, após o necessario estudo das
que S. Ex.&o Ministro da Agricultura vai nomear, afim de bases.
apresentar as bases da reorganisação da industria dos lacti- -Nomear uma comissão p a r a estudar a s modificações a
cinios neste distrito, assunto sobre o qual ainda ha pouco introduzir no serviço de encomendas postais entre o Conti-
esta Direcção representou. nente e a Madeira, de forma a que sejam tomadas as provi-
-Tendo sido presente o relatorio da Comissão encarre- dencias pedidas na representação que a Associação Comer-
gada da elaboração do plano de reforma dos serviços inter- cial de Lisboa enviou ao Snr. Ministro do Comercio, repre-
nos desta Associação e organisação do seu Boletim, foi re- sentação essa q u e vem ao encontro dos desejos desta Asso-
solvido siibmetel-o á apreciação do Conselho Fiscal, em ciação, devendo no entanto acautelar-se os interesses do
reunião conjunta com a Direcção. comercio desta ilha.
- f o i nomeada a Comissão, delegada da Direcção, junto -Foram aprovadas duas propostas para socios desta
da Redacção do referido Boletim, e que ficou constituida Associação e emitida uma.
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA 7

Ao iniciarmos a publicação deste <<Boletini. correcção e pelo seu caracter de verdadeiro


é-nos grato cumprir o dever de consagrar nas liometn de bem.
suas colunas algumas palavras de homenagem Apesar de velho e cançado, nunca deixou
á memoria de dois dedicados amigos da Asso- de dispensar o seu interêsse e simpatia pela
ciação Comercial do Funclial, os nossos sau- Associa~ão Comercial de que era um dos
dosos consocios Srs. Jaime Caldeira e Comen- mais antigos socios, pois que a sua inscrição
dador João Bernardino Gomes, cuja morte como membro desta colectividade data de
ocorreu respectivaniente nos mezes de Agos- ha 45 anos. Admitido como socio em sessão
to e Novembro c10 corrente ano. de 31 de Dezembro de 1884, foi por varias
O primeiro, que foi durante muitos anos o vezes eleito para os seus corpos gerentes
director da Agencia da Vacuum Oil Co. nesta tendo desempeiihado com a maior dedica-
cidade, gosava de geral estitna e consideração ção o cargo de membro da sua Direcção
no nosso meio onde as suas superiores quali- nos anos de 1892, 1899, 1895, 1896 e
dades de inteligencia e de carácter lhe alcan- 1901.
çaram as maiores simpatias, tendo constituido E com sincero pesar que registamos aqui o
familia na Madeira onde se fixara definitiva- seu decesso, endereçando a toda a familia do
mente e a que dedicava o maior afecto, como extinto os nossos cuniprimentos de viva con-
se fora a sua propria terra natal. dolencia.
Foi um útil e dedicado cooperador desta
Associação Comercial, de cuja direcção fez
parte nos anos de 1923 e 1924. Já haviamos traçado estas singelas linhas
A Morte fez baquear ainda no pleno vigor consagradas á memoria destes dois prestantes
da vida este nosso querido amigo, a cuja me- membros da Associação Comercial, quando
moria rendemos o preito da nossa sau- tivemos conhecimento da morte dos Srs. Abel
dade. Rodrigues de Gouveia, estimado socio-geren te
da firma Gouveia & Espirito Santo, associada
desta colectividade, e do Sr. Raul N. Pi-
O Comendador João Bernarclino Gomes, men tel.
um dos mais antigos socios da Associação O s dois malogrados comerciantes que já
Comercial, era dos mais velhos e respeitados ha rnezes a doença, que os vitimou, obrigara a
membros do alto Comercio desta praça. afastar-se da vida activa do Comercio, deixa-
Co-proprietario da importante casa comercial ram fundas saudades entre os seus numerosos
.Viuva de Romano Gomes 8r Filhos>, a sua amigos e dedicadas farnilias a quem dirigimos
figura inipunha-se no nosso meio pela sua os nossos mais sentidos pêsames.

13
O progresso da Madeira deve ser obra dos proprios madeirenses. Esta afir-
mativa não póde de qualquer forma, significar a exclusão daqueles que a esta Ilha
trazem o concurso valioso do seu trabalho, da sua iniciativa ou do seu capital,
mas o desejo de que todos os madeirenses se compenetrem d a obrigação de
trabalhar pela sua terra.
8 BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

Raueqú~ãoPortugueea para o Brasil


Foi recebida coni geral satisfação entre n6s a vores que a Companhia Nacional l e Navegação
noticia de ter sido definitivamente inauxurada de toda a parte tem recebido pela efectivação de
pela Marinha Mercante Nacional uma car8reira de tão patriotico e util empreendimento.
navegação entre Portugal e o Brasil. lnfeliztnente, ao seu louvor público a Associação
Desnecessario se torna encarecer a importancia signataria tem de juntar o seu desgosto manifesto
e o alcance económico de tal iniciativa, realisada pois que, se como colectividade portuguesa se re-
com o mais elevado intuito patriótico. jubila COE a expansão da h4 irinha Mercante Na-
A contropôr ao regosijo que causou aos madei- cional, como representante do comercio madeirense
renses a efectivação deste empreenditnent0,-que não póde deixar de exprimir a sua profunda e sin-
constituirá tim dos maiores factores para o desen- cera mágua por a Madeira ter sido de todo esque-
volvimento das relações comerciais com a grande cida ao fixar.se a rota da carreira que acaba de
república siil-americana e para r estreitamento dos ser criada.
laços morais que nos prendem aos nossos irmãos Terra essencialmente portuguesa, que ao paCs dá
de além-mar,--vimos com desgosto que a Compa- valiosos e seguros interesses comerciais, dada a sua
nhia Nacional de Navegação não havia incluido a especial situação geográfica e a particular feição
Madeira como porto de escala da nova linha de d a sua economia, a Madeira esperava ser benefi-
navegação que acaba de criar para o Brasil. ciada com a criação duma carreira maritima que
A Associação Comercial do Funchal, defenden- pretende ser util a todos os verdadeiros e legiti-
do, como lhe cumpre, os legitimas interesses do Co- mos interesses portugueses.
mercio d a Madeira e interpretando o sentir e o De resto, dado o número de emigrantes que
pensamento da população desta terra, levou até desta Ilha saem actualmente e dadas as suas rela-
junto do Conselho de Administração daquela Com- ções comerciais com o B r ~ s i l ,a Madeira tinha di-
panhia as razões da sua mágua, expondo os seus reito a ser considerada como ponto de escala dos
pontos de vista na seguinte representaçãò: navios portugueses que se dirigetn para os portos
daquele país.
Ex."' Sr. Presidcnte do Conselho de Adminis- As condições particulares da vida madeirense, a
tração d a Companhia Nacional de Navegação. limitada extensão territorial da Ilha, a impossibi-
LISBOA lidade de aumentar a sua superficie de cultura
agricola e a extraordinaria densidade d a sua po-
A Associação Comercial do Funchal já teve oca- pulação fazern prevêr que a Madeira ha-de conti-
sião de telegraficamente fazer sentir a V. Ex." e nuar a dar uma contribuição importantissima para
ao Conselho de Administração a que V. E x . ~pre- o contingente emigratorio português.
side, a sua mágua por a Madeira não ter sido in- Por outro lado, a dificuldade dessa emigração
cluida no itenerario d a riova linha de navegação se dirigir para ri Am-rica, como aconteceu duran-
que essa Companhia acaba de criar para o Brasil te muitos anos, e a relutancia que os habitantes
e para a qual destina dois dos mais confortaveis e desta ilha teein em procurar outros países, fazem
melhores paquetes d a sua frota. com que o Brasil continue a ser tambem o ponto
O comercio do Funchal não ignora o alcance e de destino d a quasi totalidade da emigração ma-
a importancia da linha de navegação que a Com- deirense.
panhia Nacional aca-a de criar, com o mais ele- Os vapores portiigueses que se destinam ao Bra-
vado intuito patriotico e coni a mais segura visão sil terão, assim, u m a fonte de receita assegurada
dos verdadeiros interesses nacionais. o longos anos e com evidentes probabilidades
Sendo o Brasil o país que maiores afinidades de aumentar progressivamente.
tem com Portugal e aquele para onde se dirige a Mas não é só a emigração que constitui uma
grande massa do contingente emigratorio português, fonte de receita para as embarcações que passem
não fazia sentido que a Marinha Mercante Nacio- pela Madeira com aquele destino.
nal se desinteressasse duma carreira rnaritima que As relações comerciais com o Brasil tendem fe-
tão profunda e fundamentaltnente interessa ao de- lizmente a desenvolver-se e é natural que progre-
senvolvimen to das relações de comercio e ao estrei- dissem zinda mais se as companhias de navega-
treitamento dos laços morais que prendem, uma á ção se interessassem pelo seu desenvolvimento.
outra, as duas nações irmãs. De carga e emigrantes as companhias estrangei-
A forma como a Companhia Nacional de Nave- ras de navegação auferem todos os anos algumas
gação procurou resolver este problema e o interes- centenas de contos em ouro que podiam ficar n o
rêsse que nêle pôs desde a primeira hora, dão-lhe país, com evidente vantagem para a balança eco-
direito a o reconhecimento de todos os portugueses nómica portuguesa.
de áquem e d'alem-mar e esta Ascociação, que A Companhia Nacional de Navegaçáo procurou
rde o ensejo de prestar a sua homenagem precisamente remediar este mal e se é para louvar
as iniciativas qce de qualquer fórma po- a sua iniciativa, de lastimar é que a Madeira não
tribuir para o ressurgimento econom ico aufira os mesmos beneficios da metrópole.
não quere deixar passar esta oportunida- A Associação signataria, representante do co-
tambem vir juntar o seu aplauso aos lou- mercio madeirense, aue através de tantos arios tem
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

Dr. Oliveira 5aIazar


O(( Boletirn Comercial da ,\ladeirr\h ao iniciar de medidas e providencias tendentes a fomentar o
a sua publicação, não pode deixar de apresentar desenvolvimento e a expansão de todas as grandes
as suas hornenngens ao ilustre t-st'idista qiie neste actividades economicas do país.
momento sobraqa a pasta d'is Fin:itiçaç e que, As forças produtoras da Nação que colabora-
rnerce da sua obra de renovação e ressurgimerito, ram, dentro dos limites maximos das suas possi-
se tor110~1credor da respeitosa admiração de todas bilidades, na obra realisada pelo Sr. Ministro das
a s forças produtoras do país. Finanças, aguardam agora que se inicie a almeja-
Tendo subordinado toda a sua acção governati- da era de fomento e progresso economicos, por
va á ideia da restauração fin;inceira do Estado, o forma a serem compensadas d o grande esforço e
Sr. Dr. Oliveira Sri1;izni- p6z ein execução, desde a sacrificio que acabam de realisar.
primeira hora da sua ascensão ao poder, um pia- A Associação Comercial do Funchal ao dirigir
n o metódico e ordenado de equilibrio orçamental ao ilustre Ministro das Finanças as suas home-
que está já dando os seus resultados praticos e nagens, não pode esquecer o cuidado que S.
positivos. Ex." tem dedicado aos problemas que mais direc-
A situação deficitaria das nossas finanças e a tamente interessam á vida local e no estudo
descrença que se tiavia apoderado das forças pro- das quais a Associ;ição Comercial tem posto
dutoras da nação tornavam diiplamente dificil toda a sua boa vontade e as suas melhores
esta obra de ressurgimento financeiro. O Sr. energias.
Dr. Oliveira Salazar, rnercê das suas qualidades As medidas referentes ás isenções concedidas á s
de saber, da sua capacidade de trabalho e do seu materias primas destinadas á industria dos bor-
incontestavel prestigio moral, organisou o plano dados, as facilidades concedidas ás emprezas cons-
d e salvação e efectivou-o sem demoras com o trutoras de hoteis, ao comercio de vinhos da Ma-
apoio m ~ r a el material da nação inteira! deira, e a outros ramos de actividade regional
Vai, assim, a caminho a obra do ressurgimento foram, quasi exclusivamente, devidas ao esforço e
financeiro do Estado e do fortalecimento d o seu á acção ministerial de S. Ex." que nunca perde a
credito externo-condições fundamentais para se oportunidade de mostrar o seu in terêsse pelos mais
poder pensar na elaboração dum conjunto geral vitais problemas desta terra.

provado a sua simpatia pela Companfiia Nacional


de Navegação, espera de V. E x . ~que a Madeira RAUL QUINTINO DE SOUSA
seja incluida nos portos de escala dos navios des-
tinados á nova carreira para o Brasil. Fixou residencia em Lisboa o nosso amigo snr.
Fiada no patriotismo de V. E x . ~e no do Conse- Raul Q. de Sousa, qiie durante algunias gerencias
lho de Administração a que V. E x . ~preside, a As- foi Director da Associação Comercial do Funchal,
sociação Comercial d o Funchal, interpretando o Raul de Sousa que gosa rio nosso meio de gerais
sentir e o pensamento de todas as forças vivas da e bem justifica da*^ simpatias, foi entre nós um de-
Madeira, espera deferimento para tão justa preten- votado propagandista da ideia associativa, tendo
são. sido a alrna da reorganisação d o Ateneu Comer-
Saúde e Fraternidade cial desta cidade, de cuja Direcção é o actual Vice-
Direcção da Associação Comercial do Funchal Presidente.
aos 2 de Novembro de 1929. Em todo; os movimentos levados a efeito pelas
classes economicas desta Ilha, Raul de Sousa nunca
O Presidente lhe recusou a sua colaboração sempre entusiastica
(a) José Quirino de Castro e dedicada.
Sentindo vêrmo-nos privados dessa colaboração
Esta representação foi entregue ao Sr. Conde da bem necessária no momGnto presente, fazemos sin-
Ponte, ilustre Presidente do Conselho de Adminis- ceros votos pelas prosperidades de Raul (S. de Sou-
tração da Companhia Nacional de Navegação, sa e daqui lhe enviarnos as nossas saudações.
pelo Sr. João Tiago de Castro, 1." secretario da
Direcção da Associação Comercial do Funchal.
Depois de uma conferencia em que o delegado solvera que os seus vapores passem a considerar o
desta Associação fez sentir a S. Ex." as razões que Funchal como porto de escala obrigatoria nas
determinaram o pedido do comercio, concretisa das suas viagens para o Brasil, a partir da segunda
na referida representaqão, foi a mesma presente ao viagem, que se efectuará em Janeiro proximo.
Conselho da Administração da C. N. N. que oca- Após esta formal promessa feita em nome da C.
sionalmente se achava reunido. N. N. pelo seu ilustre Presidente do Conselho de
Depois dos restantes membros daquele Conselho Administração, resta-nos agradecer o acolhimento
terem dela tomado conhecimento, foi comunicado dispensado ás solicitações que, em nome do Co-
pelo Sr. Conde da Ponte que a Companhia, reco- mercio d a Madeira, foram formuladas pela Asso-
nhecendo a justiça d a reclamação d a Madeira, re- ciação Comercial.
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

Os Vinhos da Madeira
SUA PROPAGANDA p

A exportação dos vinhos da Madeira, constitue, intervindo quanto possivel para evita-la, especial-
senão uma das grandes fontes da riqueza d o paiz, mente no que toca aos vinhos ali cor os os^,, que,
certamente, o maior e mais solido esteio d a vida como de sobra se tem dito, constituem uma das
economica madeirense. maiores fontes de riqueza do paiz.
Ha pois que atentamente olhar para a necessida- E' certo que ao comercio de exportação, compe-
de de protege-la, amparando-a contra a formida- tia providenciar no sentido de que essa propagan-
vel concorrencia de outros paizes vinicolas, que d a se efectivasse como convinha; mas é tambem
quasi inteiramente aniquilam o esforço dos inte- verdade, que esse comercio se acha sobrecarrega-
ressados directos-os exportadores-e menciono do de pesadissirnos encargos, quaes sejam os de
estes porque o Estado em nada tem protegido a despacho dos vinhos, contribuições do Estado, e
exportação. principalmente a injusta entrega de cambial a
Se é facto que o comercio de vinhos da Madei- uma divisa oficial que razão alguma justifica, tra-
ra viveu epocas de grande esplendor, nomeada- tando-se de um produto que arrecada u m a sorna
mente em seguida á grande guerra, em que, por importante de ouro, e que em conseqitencia devia
virtude da devastação dos campos vinhateiros da merecer, por parte dos Poderes Pu blicos, maior
Europa, os nossos vinhos tiveram uma extraordina- numero de facilidades. Assim procedem outros
ria procura, não é tambem menos certo, q u e de paizes vinicolas que incl usivatnen te concedem
então para cá perde mos terreno dia a dia. llpremios de exportaçãotl que promovendo a inten-
O declinio da nossa exportação funda-se na sificação do comercio externo fomentam, cá den-
pouca, ou quasi nenhuma propaganda que aos tro, o desenvolvimento das culturas agricolas.
vinhos da Madeira se tem feito no estrangeiro; Atendendo ao enorme valor economico desta
emquanto que os nossos concorrentes, a Espanha, industria, tem pois o Estado de dispensar-lhe certa
a Italia, e outros grandes paises vinicolas agitam protecção, criando-lhe u n ~ 41Fundo de propagan-
uma propaganda colossal nos grandes centros de dali que, administrado por quem de direito, e eni-
consumo-unico meio de na época actual tornar pregado em reclames luminosos, e outros meios d e
conhecido utn produto, qualquer que ele seja e propaganda muito contribuiria para intensificar a
por maior que seja a sua fama, a ilpropagandai, colocação dcs IIOSSOS vinhos nos mercados exte-
dos vinhos da Madeira, é coisa para que ninguem riores, com o que a Madeira teria muito a lucrar.
ou quasi ninguem tenha olhado. Para isso bem poderia o Estado desviar uma
A campanha anti-alcoolica que em muitos pai- parte das receitas que arrecada do monopolio da
zes se vem fazendo ha alguns anos, é u m a das ra- aguardente.
zões do declinio da nossa exportação. Para ela
tem os Poderes Publicos de olhar cuidadosamente,

-Por amavel deferencia do Sr. Vice- Consul do


PUBLIEAÇÕES RECEBIDAS Brasil nesta Ilha, o nosso presado amiqo Sr. RauI
Teives, tivemos ha poucos dias a oportunidade de
apreciar um dos trabalhos estatisticos mais com-
pletos e interessantes que nos tem sido dado
Com uma amavel dedicatoria do seu autor, aca- com pulsar.
bamos de receber a ofertn d o interessante opusculo, Tem por titulo .Brasil - Gmjicos economicos
O Comercio-Sua origem e evolução histórica do - Estatisticas~~e é u m a bem elaborada resenha de
Sr. dr. Alvaro Reis Gomes, cujo assunto serviu de todas as actividades produtoras brasileiras e um
tema á brilhante conferencia que realísou e m Ju- seguro indice do desenvolvimento e da civilisação
nho ultimo numa das salas do Ateneu Comercial. da grande republica sul-americana.
Arquivando neste folheto o seu notabilissimo Organisado por meio de pitorescos graficos que
trabalho, o talentos0 advogado, professor e jorna- nos facultam logo ao primeiro relance todas as in-
lista, que pode ser contado sem favor como um formnçóes respeitantes aos assuritos que versa,
autentico valor mental na nova geração madeiren- coitstitue o mais interessante repositorio dos gran-
se, proporcionou-nos com o praser de uma amena des problemas económicas brasileiros no que re,s-
leitura, u m a douta dissertação sobre as origens e peita á sua agricultura, fomento, comercio d e im-
desenvolvimento do comércio, desde os tempos portação e exportação, finanças, imigração e tantas
prehistoricos até aos nossos dias. outras questões de interesse nacional.
Ao Sr. dr. Reis Gomes fazemos os nossos cum- Agradecemos muito penhorados a oferta de um
primentos pela publicação da sua erudita obra, e dos tres exeniplares desta utilissima publicação, re-
agradecemos n sua gentil oferta. cebidos pelo Consulado do Brasil nesta cidade.
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA 11

O .Boletim Comercial da M a d e i r a * aparece n u m a Criado para a defesa do Comercio desta Ilha,


hora de crise para as actividades económicas na- este Boletim, que pretende ser o indice d e to-
cionais, m a s confiante de que essa crise serA con-
d a s a s actividades produtoras d a Madeira, prestar6
jurada, se a o d e s e j o de ressurgimento que a n i m a
o Governo da Nação corresponder a organisação com o mais desvelado interêsse todo o seu con-
das suas classes produtoras. c u r s o para o estudo dos problemas regionais.
Saudando todos aqueles que se acham e m p e - Da sua solução n ã o poder5 n e m dever6 alhear-
nhados pelo m e s m o propósito patriótico, a f i r m a - se, quando esta se reflicta directamente no de-
m o s o nosso sincero desejo de trabalhar pela
senvolvimento d a vida económica desta ilha.
prosperidade d a Patria.

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A POLITICA DOS PORTOS

O Porto do Funchal
O segundo Porto turistico do Pais continua ao abandono
O 4lBoletim Comercial da Madeira,, orgão de tos, ultimamente votadas pelo Governo. Não neces-
uma Ass'ociação que tem sempre pugnado por que sitamos igualmente invocar o já1estafado argumen-
se dote o Torto do Funchal com os melhoramentos to da concorrencia dos magnificos pcrtos das Ca-
que exigem a importancia do seu movimento e a narias em face d o abandono a que está votado o
sua ma,gnifica situação geografica, na linha das nosso porto. Cremos bem que o Governo Central
grandes carreiras de navegação, não póde nem está ao facto do que se torna urgente fazer após os
deve deixar de registar a sua mágoa ao vê-lo re- aturados estudos da comissão de engenhei-
legado para um segundo plano nas obras que o ros que veiu estudar ain loco, as urgentes obras
Governo resolveu iniciar em diversos portos na- que requere o porto do Funchal, a qual já há mui-
cionais, obedecendo ao plano geral de ressurgi- to submeteu ás estações superiores o seu parecer
mento economico do Paiz. sobre tão importante assunto.
Não pretendemos neste momento discutir sobre O Governo está portanto habilitado a reconhe-
qual a solução mais aconselhavel a dar á questão cer que a vergonhosa situação do porto do Fun-
das obras do nosso porto, quer sob o ponto de vis- chal não póde nem deve prolongar-se. Há bem
ta juridico, quer técnico. O que afirmamos, reflec- pouco tempo ainda, noticiou a imprensa local
tindo o consenso unanime da população madei- que, em um dia de movimento de vapores em
rense, é o inegavel direito que tem esta Ilha de ser transito, o desembarque de passageiros proceden-
dotada com um porto que corresponda ás necessi- tes de varias freguesias da costa da Madeira teve
dades que o seu importantissimo movimento ma- de fazer-se na praia, em pleno calhau, com as di-
ritimo impõe desde há muito, e que esteja á altura ficuldades e incomodas que comporta um desem-
de uma afamada estação de turismo, mundialmen- barque efectuado nestas condições, afim de não
te conhecida, como é a Madeira. dificultar o tráfego na unica escada acessivel de
A vexatoria situação actual do nosso porto, sem que dispõe o nosso cais!
molhes e sem cais dignos desse nome, sem as mais Isto dá-se no porto do Funchal, no segundo por-
rudimentares obras para serviço do tráfego mari- to do País em movimento de navegação.
timo que se notam em qualquer porto estrangeiro Urge, torna-se absolutamente necessário que
de inferior categoria,-e até mesmo em certos por- cesse este estado de coisas. Não fala o nosso bair-
tos portugueses com movimento menos importan- rismo, fala o nosso orgulho de portugueses que
te que o do Funchal, como por exemplo Ponta se sente aviltado perante a desgraçada situação
Delgada,-envergonha-nos perante o conceito de de u m porto que não só envergonha a Madeira,
milhares de passageiros que constituem a popula- mas até mesmo o País de que esta terra faz parte
ção flutuante dos grandes transatlanticos que a integrante. E' com desgosto que fazemos sentir
esta Ilha aportam quási diariamente, e dos nume- a inacção em que jaz a questão dos melhoramen-
rosos estrangeiros que se demoram entre n6s em tos do porto do Funchal. Acalentamos no entanto
visitas de turismo. a esperança de que os clamores da Madeira serão
Dispensamo-nos por agora de fazer quaisquer finalmente ouvidos nas estações oficiais, solidarios
confrontos entre o movimento e importancia do como estamos com a campanha que neste sentido
porto do Funchal e de niuitos do Continente, para vern sendo travada pela imprensa do Funchal e
fazer ressaltar a injustiça na distribuição que Ihes que traduz com justeza o sentir do povo madei-
coube nas verbas para a dotação de melhoramen- rense.
12 BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

Encomendas postaes na Madeira


Reclamação da Associação Comercial de Lisboa
A Associação Comercial de Lisboa. satisfa- que, com um pouco de estudo da questão seria
zendo as conStantes reclamações do comercio possivel encontrar Uma fortl'lula para Compensar as
exportador português para esta ilha entregou Camaras da Madeira das receitas até agora perce-
bidas.
há dias a seguinte representação ao sr. Minis- Segundo informes colhidos por esta corporação,
tro do Comercio : as entidades competentes do Funchal não manifes-
tam a menor relu-tancia em que sejam anuladas as
Ex."" Sr. Ministro do Comercio-Os serviços disposições da lei que autorisam a cobrança dos
dasencomendas postais destinadas para Funchal es- direitos em referencia. Nestas circunstancias, e da-
tavam motivando sobretudo duas espéeies de re- das ns vantagens que desse facto devem resultar, a
clamações: umas sobre as demoras na expedição Associação Comercial de Lisboa vem instar com
ao seu destino, e outras sobre as delongas na res- V. Ex." pela rápida publicação das medidas n :ces-
pectiva entrega e incidencia de direitos municipais sárias para que tenha termo uma sit~iaçãoque tan-
que as oneravam. As encomendas nacionais foram tos prejuizos tem causado a todo o comercio en-
transportadas para o Funchal nos ultimos anos tre o Continente e as Ilhas Adjacentes, pois que
apenas pelos paquetes d a Empresa Insulana, isto é essas medidas e pelas mesmas razões devem ser
por vapores de ligação quinzenal. Dava isto logar extensivas rios Açores.
á acumulação de malas e, consequentemente, á Ousando esperar que V. E x . ~prestará a melhor
sua entrega com grande atrazo. Esse inconvenien- atenção ao assunto em referencia, apresento-lhe os
te teve termo por terem sído atendidas as recta- meus mais respeitosas cumprimentos.
mações formuladas por intermédio desta corpora- Pela Associação Comercial de Lisboa-O Vice
ção e de outras entidades e a expedição passou Presidente em exercicio - (a) Marcelino Nunes
a ser feita agora pelos paquetes de todas as empre Correia.
zas de navegação que habitualmente rnantéem esca-
las pela d de ira. - A representação acima, veiu ao encontro
Para completar este indiscutivel melhoramento, dos desejos da Associação Comercial do Fun-
resta que se ponha termo ao lançamento de direi-
tos municipais sobre as mercadorias expedidas do chal, que por diversas vezes tem feito ((demar-
Continente da República para o Funcl~alcomo ches~junto das entidades oficiais, afim de pôr-
encomendas postais. Trata-se da aplicação de uma se côbro aos inconvenientés que bastante di-
pauta com complicada nomenclatura e que origi- ficultam a permuta de encomendas postais que
na um moroso serviço de análise e, por esse mo- deve ser um serviço destinado a prestar, a to-
tivo, delongas na respectiva entrega, tanto mais
que semelhante serviço se efectua com um reduzi- dos os que dele se utilisam, as maiores facili-
dissimo numero de funcionarios aduaneiros. One- dades.
rando de certo modo os produtos nacionais im- Numa das iiltimas reuniões a sua Direcção
portados na Madeira, esses direitos constituindo, resolveu nomear uma comissão para tratar do
de resto, verbas de receita relativamente pequenas assunto, e estudar uma solução, de forma a
servem todavia para embaraçar grandemente a
movimentação das encomendas postais. Está a As- que sejam acautelados convenientemente os
sociação Comercial de Lisboa crente de resto, de interesses do nosso comercio.

fontes de riqueza desta Ilha, e das nossas bem in-


A 2." Exposição Agricola, Pecuaria teressantes industrias, das quais alguns ramos de
e Industrial do Funchal carácter acentuadamente madeirense são tão dignos
Dentro de poucas semanas, na 2." quinzena de de desvelado intêresse e protecção.
Dezembro, deverá realisar-se entre n6 ;, na ampla A Associação Comercial do Funchal, lamenta
cêrca do Palacio da Junta Geral, obsequiosamente não poder prestar a este certamen regional o apoio
cedida para esse fim, a 2.a Exposi~ãoAgricola, material que lhe foi solicitado, em virtude da
Pecuaria e .Industrial que está destinada a alcançar escassez de fundos com que luta presentemente;
o mesmo brilhante exito da que teve logar no ulti- acolhe no entanto com a maior simpatia esta ex-
mo ano no parque do antigo ~ R e i d ' sCarmo Hotellr. posição, que representa uma das mais uteis inicia-
Empreendimentos como este de que vimos tra- tivas levadas a efeito nesta cidade, fazendo
tando, devem ser acolhidos com toda a simpatia votos por que a sua realisação obtenha os mais fe-
não s6 pela opinião pública, corno, principalmen- cundos resultados para bem da agricultura e indus-
te, por aqueles que almejam o desenvolvimento da tria rnadeirenses, e como compensação dos perse-
nossa produção agricola, que é urna das maiores verantes esforços da sua digna comissão promotora.
-
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA 13
14 BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA -

INFORMAÇOES ESTATISTICAS -

o sestado
~ ~ n d i m ~ n tdo deste corpo adininistr-ativo, foi arrecadada nos
no distrito do C'unchal seguintes concelhos :
Calheta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 409:~33~0a
Camara de Lobos. . . . . . . . . . . . . . 1 15:903$66
COBRANÇA Funchal.. ..................... 6.964:943$45
Ano economico de 1928-1929 Machico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 1:157$03
IDonta do S o l . . . . . . . . . . . . . . . . . . 422:439$5 1
Agencia d o Banco Porto Moniz. .................. 100:191$63
de Portugal .... Porto Santo.. . . . . . . . . . . . . . . . . . 03: 189$79
Tesourarias da Fa- Ribeira Brava. . . . . . . . . . . . . . . . . 223:052$69
zenda Publica.. Santana ...................... 226:505$59
Alf andega ....... santa Cruz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 419:629$20
Passagens de Fun- S. Vicente.. .................. 254:965$64
dos da extinta
R e p a r t i ç ã o de
Obras Públicas. Desenvolvimento, por epigrafes, das receitas co-
bradas em c1 da Junta Geral, durante o ano de
1928-1929.
Impostos directos gerais
Contribuição Industrial e adicio-
Receitas de corpos administrativos nais. ................... 2.481:458$84
Importancias provenientes de contribuições e irn- Idem, idem para o Fundo de Ins-
postos cobradas durante o ano económico findo: trução Primária. ........ 284:998$92
Contribuição Predial--rustica e ur-
Em c/ dos municipios bana-e adicionais. ...... 3.103:269$94
Adicionais cobra-dos nas ~ e s o u r a r i a sda Fazen- Imposto sl aplicação de capitais. .. 1.062:809$79
d a Pública dos seguintes concelhos, com destino Juros de mora.. ................. 98:823$71
ás respectivas Camaras Municipais: Actualisação de impostos. ........ 93 1$58
Calheta .......... 50:064$71 Impst de Transito e diferentes
Camara de Lobos 13$10 taxas para viação.. ...... 65:799$80
Funchal. ......... 214:627$37 --
Machico ......... 32:143$43 7.098:092$58
P o n t a d o s o l . . . 58.131$25 Impostos indirectos
Porto Moniz.. .... 17:758$09 Iniposto s1 o vãlor das Transacções
Porto Santo. ..... -$- e adicionais. ............ 2.089:179$75
Ribeira Brava. ... Taxas - rendimentos de diversos
Santana. ......... serviços
Santa Cruz.. ..... Rendimentos do Governo Civil e
S. Vicente.. ...... 553:3 14$00 Corpos Administrativos. ..
Receitas de Estabeleciinentos
da Junta Ge ral de Ensino.. ..............
Nas Tesourarias da Emolumentos da Direcção Geral
Fazenda Pública de Saúde.. ..............
Na Alfandega.. ..
1) Agenciado
Banco de Portu- Consignaç6es de receitas
gal ............ Receitas de Assistencia. ........ . . .
Fundo de Beneficencia de Alienados
Damos a seguir a nota dos rendimentos do pri- Fundo de Socorros a Naufragos. ...
meiro corpo administrativo da Madeira no ultimo Receita da Estação Agraria e outras
quinquenio : receitas cobradas na Alfan-
Receita de 1924-1925. ............ 2.672:219$40 dega .....................
tt 11 1925-1926. ............ 2.495:981$47

~mpostosindirectos . . . . . . . 2.089.179$75
A importancia acima, de Esc. 9.531:813$24 Taxas - Rendimentos de diversos
cobrada nas tesourarias da Fazenda Publica, e serviços . . . . . . . . . . . 261.127$57
proveniente das contribuições, impostos e outros consignações de receitas . . . 339.360$74
rendimentos que pela Lei que concedeu a autono- Soma Total. . 9.787:760$64
mia á Junta Geral, passaram a constituir receita
BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA 15

Junta Geral MOVIMENTO MARITIMO


Receita de Outubro Embarcaç6es entradas no Porto do Funchal
Desenvolviiiiento das receitas cobradas ein c/ durante o mês de Outubro
da Junta Geral, no mês de Outubro de 1929. VAPORES
Contribuição industrial e adicio- Portugueses.. . . . . . . . 19
.
nais. . . . . . . . . . . . 94:212$45 Ingleses. . . . . . . . . . . 38
Imposto 13rofissioflal . . . . . . . . . 24:284$Sl Alemães . . . . . . . . . . 15
Contribuição Predial-riistica e ur- Dinamarqueses . . . . . . . 3
bana-e adicionais. . . . . 68:566$39 Franceses . . . . . . . . . . 3
Imposto s/ nplicação de capitais. . 57:269$83 Suecos . . . . . . . . . . . 1
Juros de mora . . . . . . . . . . . . 4:663$90 Holandeses . . . . e5 . . . .

Actualisação de Impostos. . . . . . . 130$60 Italianos . . . . . . . . . . . 1


Imposto de Transito e diferentes ta- Americanos . . . . . . . . . 1
xas para viação. . . . . . . 2.669640 Gregos . . . . . . . . . . . 2
Iniposto s/ o valor das Transacções Noruegueses. . . . . . . . . 3
e adicionais. . . . . . . . . 1:656$49 Cruzador Inglês. . . . . . . 1
Rendimentos do Governo Civil e Cor-
pos Administrativos. . . . . 423$1O 92
Receitas de Estabelecimentos de Ensino 62:437$00 Tonel agem total 598.014
Receita de Assistencia . . . . . . . . 5:589$03 Passageiros para a Madeira 655
Fundo de Socorros a Naufragas . . . 134$00 Passageiros em transito. . 12:222
Receita da Estação Agraria . . . . . 190$72 Emigração para o Brasil
Total Esc. . . . 322:227$72 durante o corrente ano
Até o mez de Outubro findo foram visados no
A irnportancia acima foi arrecadada nas seguin- consulado do Brasil nesta cidade 1.509 passaportes
tes tesourarias : de emigrantes com destino áquele paiz, sendo:
Calheta . . . . . . . . . . . . . . 8.612Q529 1.043 madeirenses, 420 açoreanos, 23 brasileiros,
Camara de Lobos . . . . . . . . . 4.394$32 e 23 de outras nacionalidades.
Funchal . . . . . . . . . . . . . . 174.884$75
Machico . . . . . . . . . . . . . . 6.919$48 E' nosso desejo, ao organisar neste Boletim uma
Ponta do Sol. . . . . . . . . . . . 13.74'1$25 desenvolvida secção de informações estatisticas,
Porto do Moniz . . . . . . . . . . 2.328$00 englobar nesta secção todos os elementos necessa-
Porto Santo . . . . . . . . . . . . 779357 rios para com a tnaior exactidão e clareza, poder-
Ribeira Brava . . . . . . . . . . . 7.441$37 se seguir de perto o movimento comercial e econo-
Çant'Ana. . . . . . . . . . . . . . 4.402$18 mico da Madeira.
Santa Cruz. . . . . . . . . . . . . 16.215$76 Este desejo não poude efectivar-se no presente
S . V i c e n t e . . . . . . . . . . . . . 17.214$70 numero do Boletim com a amplitude que preten-
256.937$67 demos, mercê de diversas circunstancias resultan-
Agencia do Banco de Portugal . . . 65.099$33 tes das dificuldades que surgem no inicio de uma
Alf andega . . . . . . . . . . . . . -- 190$72 publicação desta natureza. Entre a falta de elemen-
Total Esc. . . . -
322.227$72
- -
tos com que tivemos de lutar, devemos salientar a
remodelação por q:ie passaram recen tetnente os
Vinhos da Madeira serviços estatisticos de importação e exportação
Do (~BoletirnMensal!? da Direcção Geral de Es- respeitantes a esta ilha, os quais se acham centrali-
tat istica, recortamos os seguintes dados referentes sados na Direcção Geral de Estatisticas que publi-
ao movimento de exportação do Vinho da Ma- ca no seu boletim mensal os nutneros referentes á
deira durante o corrente ano: Madeira, englobados com os do resto do paiz.
Exportação desde Janeiro a Outubro de 1929 Para poder-se descriminar o nosso movimento
Decalitros de importação e exportação, a Associação Comer-
Alemanha .. * ..
Belgica . . . . . . . . . . . . . .
. 20.499
1.421
. cial jLi efectuou, nesse sentido, as necessarias adé-
marchesfl junto da Direcção Geral de Estatistica,
Dinamarca.. . . . . . . . . . . . 46.570 tendo a promessa de que lhe serão fornecidos da-
Espanha . . . . . . . . . . . . . . 99 dos completos respeitarites a este distrito.
E. U. Brasil . . . . . . . . . . . . 5.01 1 Por seu turno, a Associaqão Comercial lida no
França. . . . . . . . . . . . . . . 44.39 1 empenho de organisar a estatistica do nosso movi-
Holanda . . . . . . . . . . . . . . 5.297 mento de importação e exportação entre o Coi-iti-
Inglaterra . . . . . . . . . . . . . 18.265 nente, Açores e Madeira (cabotageni) para, assim,
Noruega. . . . . . . . . . . . . . 27.873 completar as suas informações estatísticas que sem
Suecia. . . . . . . . . . . . . . . 120.200 duvida constituirão um elemento de estudo da
Tcheco-Slovaquia . . . . . . . . . 63 nossa actividade economica.
Outros Países . . . . . . . . . . . 353 Confiamos que ao empreender esta missão, nos
Colonias portuguesas . . . . O 286
. .
serão facultados pelas repartições e estações com-
Gastos d'embarcações . . . . . . . 15 petentes todos os dados e elementos requeridos
290.344 para um serviço de informações desta especiali-
dade.
16 BOLETIM COMERCIAL DA MADEIRA

SECÇAO JURIDICA PBAÇA DO PUIOCHAL


O 11Boletim Comercial da Madeirall querendo Registos efectuadcs na Conservatoria do Registo Comercial
em Outubro ultimo
oferecer o maior numero possivel de vantagens FIRMAS:
aos seus assinantes, resolveu abrir nas suas colu- Pereiras & Rocha-Rua da Ponte de S. Lazaro,
nas Lima Secção Juridica, destinada a tratar as 14.
mais momentosas questões que se forem realisando Capital 45.000$00.
nos dominios da doutrina e da jurisprudencia do Componentes:-Antonio Gonçalves Rocha, An-
nosso país. tonio Pereira da Conceição e João Francisco Pe-
Havendo em Portugal uma certa dificuldade ení reira da Cotíceição.
resolver, por vezes, determ itiridas questões de di-
reito, dada a complexidade dos nossos diplomas Ramos de negocio:- Bordados, Obras de Vimes,
lepislativos e as decisões contraditorias dos tribu- Frutas e quaisquer oufros.
..
nais superiores, a iniciativa deste liBoletim~~ tem
por fim resolver ris dificuldades e duvidas que Companhia Automobilista de Santo Anto-
possam ocorrer no espirito dos nossos assinantes, nio-Casas Proxirnas.
os quais, por meio duma consulta a esta redacção, Capi t a1 100,000$00.
serão prontamente a tendidos. Componentes:-Alfredo Euzebio da Silva, Fran-
A secção juridica será dirigida por um distin- cisco Eduardo da Costa, Antonio Fernandes Mani-
tissimo advogado desta cidade que no foro tem cal Antonio Lucas Vicente e Francisco Leonardo
afirmado os altos méritos do seu espirito e que Gomes.
nesta publicação porá mais uma vez á prova os Transporte de passageiras e carga.
seus predicados de estudo e de inteligencia. INDIVIDUAIS :
J . R. Memorio-Sapataria, mercearia e confei-
tar ia.
Antonio de Nobrega-Rua de Santa hiIarb-EX-
Se r v i ç o de informações -portacão
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de vinhos
- - -
--

=--
-.

--
--
( para os snrs. associados )

Pedidos
Ref. 1 P.-Firma estabelecida nesta praçc? cotn
uma antiga casa de comissões, pede representação
duma casa exportadora de aduelas em New Or-
leans.
Ref. 2 P.-Firma exportadora desta ilha procu- O BOLETIM COMERCIAL
ra colocação para frutas da Madeira nos mercados
Scandinavos. DA MADEIRA
Ref. 3 P.-Exportador de cebolas d a Madeira, -- -
- - 0-

procurz relações com importadores nas West


Indias. A Associação Comercial do Funchal
Ref. 4 P.- Fabricante e exportador de borda-
dos da Madeira procura um agente bem introduzi- ao iniciar a publicação do seu bole-
do e com conhecimento da praça d o Rio de Ja-
neiro. tim, que virá por certo preencher uma
Ref. 5 P.-Casa coinissionista do Funchal pre-
tende representar uma boa moagem de Liverpool lacuna no nosso meio, onde escassei-
que conheça as farinhas que se consomem nesta
ilha. am os necessários elementos d'infor-
Dão-se referencias nas principais praças d o
mundo. mação e de propaganda, confia em
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seja entrar em relações com fabricantes especiali-
sados de toucas e capas para creanças. corresponder com o seu acolhimento
Ref. 2 0.-Representante de vinhos em Gené-
ve-Suissa, deseja entrar em elações com uma boa e simpatia aos esforços e responsabili-
6
casa exportadora de vinhos a Madeira.
Ref. 3 0.-Casa holandeza deseja relacionar-se dades de tal cometimento, prestando-
com fornecedores de vimes, para fornecimentos
importantes. lhe o auxilio e apoio moral de que
A Associação Comercial deseja conhecer nomes uma publicação desta natureza tanto
de firmas associadas que sejam exportadoras de
bordados, obras de verga e vinhos da Madeira, necessita.
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