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apresentação
compreensão mais abrangente e www.metmuseum.org,
precisa deste percurso percorrido www.historychannel.com, e
pelo objeto em seu desenvolvimen- www.pbs.org.
to. A cada novo capítulo, uma cha- A seguir, conforme se estruturava o
mada dará a tônica da abordagem, estudo, contamos com a orientação
fortalecida por títulos que se farão da dosecente Sandra Medeiros en-
claros à medida que a leitura se dá, quanto desenvolvíamos, paralela-
compondo-se diante do leitor uma mente, um leiaute que se adequas-
apresentação não puramente line- se às nossas aspirações: o resul-
ar, mas cheia de intertextos e ob- tado é apresentado nas próximas
servações fundamentais para se páginas, divididas em 4 seções,
evidenciar a correspondência das sendo que na última parte reunimos
obras pesquisadas com a realida- algumas informações complemen-
de histórica da caneta. tares.
[ vision of the future ] As imagens apresentadas foram A caneta foi, portanto, entre tantos
obtidas através dos websites dos outros objetos, aquele que nos apra-
fabricates Bic, Montblanc, Parker e zou explorar, e não fosse o bastante
Waterman; do site conceitual Vision a sua presença marcante na histó-
of the future mantido pela Philips; e ria e no cotidiano de todo o mundo,
A Magic Pen é um dis- também extraídas de livros como O gostaríamos de ressaltar um seu
positivo inteligente de re- design do Século, Design de A a Z, valor mais resguardado, talvez mes-
cepção. Informações ge- A palavra Escrita e o Anuário 2003 mo despercebido pelo leitor em sua
radas durante a escrita e de canetas da Fountain Pen Hospi- ingenuidade e leviana curiosidade.
o desenho são gravadas. tal. Escolhemos este instrumento por-
Elas podem ser carrega- Para embasamento teórico foram que percebemos que não obstante
fundamentais os capítulos Estética tenha vindo de há muito, está ainda
das depois da caneta,
do design industrial e configuração fadado a acompanhar longos capí-
através do “tinteiro”, para simbólico-funcional de produtos in- tulos de nossa história, como ficará
dentro do computador. dustriais da obra de Löbach; a intro- claro.
Pode inclusive ser utiliza- dução ao desenvolvimento da es- Mais ainda - e aqui exprimimos algo
da para gravar falas, u- do orgulho de nosso fazer diário -
desenvolvimento
“Um problema central no exame dos avanços técnicos, e que torna
difícil até mesmo definir ou caracterizá-lo prontamente, é que ele
toma vários aspectos diferentes. Porque o processo técnico não é
uma coisa, é muitas coisas...”
Nathan Rosenberg
desenvolvimento
rar a demanda, os meios, e até as
características da inovação, ele-
mentos que poderiam ser tomados
como simples competência ou pre-
ferência do designer.
Todo processo engendrado o é por
força de uma energia, uma tensão,
que se configura a partir das condi-
ções sociais, culturais e, em se tra-
tando de um mundo capitalista: eco-
nômicas. Tais condições formam
uma malha de tensões capaz de,
numa espécie de convulsão, impul-
sionar ou possibilitar um avanço
tecnológico, que por sua vez permi-
tirá outros tantos, numa espécie de
reação em cadeia, pois a cada res-
posta obtida surgem novas ques-
tões decorrentes. Cada avanço, cada
inovação ou incremento levanta, in-
variavelmente, questões novas. A
transformação no cotidiano de uma
sociedade implica numa transfor-
desenvolvimento
“Os romanos chegaram a fabricar calami de bronze, que fo-
ram, assim, um prenúncio da pena metálica, dela separados
pelo reinado da pena propriamente dita, a pena das aves.”
Wilson Martins
.......................................................................
de materiais não é de valia prática à
produção de artefatos até que se
dominem as técnicas necessárias
para trabalhá-los. E uma vez domi-
nando-se a técnica, cabe ainda ave-
riguar a validade de sua aplicação.
Dificuldades na manipulação do
aço, por exemplo, (já conhecido des-
desenvolvimento
de aquela época) podem ter levado
a uma predileção pelo cobre na con-
fecção dos calami.
O mesmo quadro se repete hoje na
indústria, enquanto que no extremo
oposto, chega-se a projetar objetos
em função de um dado material,
notadamente quando a facilidade de
obtenção, e conseqüentes possibi-
lidades de lucro, são consideravel-
mente elevadas (seja por baixos
custos de processamento ou por
um forte apelo estético, por exem-
plo).
Já a partir de 600 d.C., com a cres-
cente dificuldade para se conseguir
calami de boa qualidade, as penas
passaram a ser utilizadas como
instrumento de escrita.
desenvolvimento
“Eram escolhidas, como se sabe, as penas da
asa, chamadas remígias, o que provavelmen-
te deveria facilitar os vôos da imaginação.”
Wilson Martins
desenvolvimento
sílabas havia a necessidade de
molhar a pena, retirar os excessos
e conduzir a ponta molhada por so-
bre o papel (tentando de todas as
formas evitar os respingos) para
então imprimir à página mais umas
tantas letras e retomar o ritual. A este
compasso penoso estava limitada
sua expressão escrita: horas a fio
para produzir uma seqüência razoá-
vel de páginas, em caracteres exu-
berantes, certamente muitas vezes
maiores que os encavalados nas
páginas digitadas da atualidade (o
que constituía uma outra dificulda-
de relativa à obtenção do suporte).
A pena será utilizada numerosas
vezes na produção de diversos dos
documentos que nos contam hoje
um pouco de nossa história e nos
transmitem a poética e a ciência de
tempos passados. Sua valorização
comercial, entretanto, não se pode-
....
17
[ uma ferramenta mais resistente ]
desenvolvimento
“Sem a escrita, privilégio do homem, cada indivíduo, reduzido à
sua própria experiência, seria forçado a recomeçar a carreira que
o seu antecessor teria percorrido, e a história dos conhecimentos
do homem seria quase a da ciência da humanidade”.
Encyclopédie
desenvolvimento
“Em 1900, os pricípios fundamentais para uma caneta-tinteiro bem-
sucedida estavam estabelecidos: um reservatório para tinta, um sis-
tema de carregamento e um método para conduzir a tinta até a
ponta. Encontrar a melhor combinação era um desafio constante...”
O Design do Século
Os desenvolvimentos técnicos de
uma nova era trariam novas ques-
tões ao design da caneta: um mo-
delo em níquel de 1850 marca a tran- materiais ou energia e força de tra-
sição tecnológica. De produtor des- balho, ou no melhor aproveitamen-
Década de 1850, produtor desconhecido, Esta conhecido, a caneta com reservató-
ca neta em níquel com reservatório em couro
to do tempo. Conforme as novas
rio em couro de porco não funciona- possibilidades iam surgindo, os
de porco pretendia evitar que se mergulhasse
va muito bem, mas já tentava evitar projetistas e designers iam-se va-
a pena no tinteiro a cada palavra. Apesar do
avanço técnico, este tipo de modelo ainda não que se mergulhasse a pena no tin- lendo delas em seus projetos, no
funcionava muito bem. teiro a cada palavra. Surge neste caso das canetas produzidas em
momento uma série de canetas com massa, restringidos pela viabilida-
os mais diversos implementos na de comercial, enquanto que no ca-
busca por incorporar uma carga de so dos artigos de luxo, aproveitan-
tinta e aposentar o tinteiro definitiva- do-se dos novos processos, mais
desenvolvimento
tilizantes comerciais e no aumento da
intensidade com que eram utilizados companhias norte-americanas, pa-
na produção de alimentos. Sua signi- tentearam a mesma invenção. Cri-
ficância para a produção de esfe- avam a primeira caneta-tinteiro ba-
rográficas ou guarda-chuvas, entre- seada no princípio da capilaridade:
tanto, foi provavelmente muito peque-
sem formar vácuo, a tinta fluía sua-
na. Na medida em que essas inova-
ções na geração de energia pude- vemente do reservatório para o pa-
ram promover uma redução massiva pel: finalmente um objeto prático,
no custo da energia (a consumação simples e portátil, mas que logo
de algo há muito desejado!) inova- demandaria novos desenvolvimen-
ções subseqüentes, conhecidas por tos.
serem tecnicamente viáveis, mas Dois anos mais tarde, Lewis Edson
economicamente pouco atrativas, Waterman experimenta as restri-
puderam passar ao campo da viabili-
ções do novo processo ainda pre-
dade econômica.”
maturo: corretor de imóveis, diante
Eis um exemplo da potencialidade de um importante negócio, perde o
de uma segunda fase da revolução cliente para um concorrente sim-
industrial. A busca simultânea de plesmente porque sua caneta, além
Costumava-se soluções técnicas nas diversas áre- de não escrever, respingara todo o
usar um
as possibilitou que resultasse de contrato. Decepcionado, dedica-se
conta-gotas
para encher o suas interações práticas um sal-to ao projeto de uma caneta com a qual
reservatório
historicamente inigualável até en- pudesse contar sempre, e dá ori-
tão. O desenvolvimento do auto- gem à Waterman, uma das mais
móvel particularmente, com os con- tradicionais marcas de canetas-tin-
teiro ao receber, na Exposition Uni-
.......................................................................
ramificação em sua linha de desen-
volvimento: diferentes dispositivos
de segurança antivazamento, pro-
cessos de recarga variados, prote-
gidos pelas várias marcas através
das patentes, que lhes garantiam
o direito de exclusividade da aplica-
ção de seus dispositivos por vários
desenvolvimento
anos, gerando uma multiplicidade
de soluções, uma vez que este ou
aquele fabricante só poderia se va-
ler da inovação do concorrente me-
diante sua aprovação, e pagamen-
to dos direitos.
Em 1900, Waterman alcança uma
produção anual de 227.000 unida-
des: um marco significativo para a
época. Os mercados ainda eram
suficientes para absorver a produ-
1925, Wahl-Everrsharp. Em pau-rosa, ção limitada das várias marcas,
esta ca neta apresenta mais uma ino- mas os acontecimentos do século
vação na tecnologia desses instrumen-
que hora se iniciava transforma-
tos: a pequena alavanca lateral permitia
encher a caneta sem desmontá-la. riam definitivamente aqueles mol-
des comerciais.
desenvolvimento
“Competição feroz de preços coexiste com ní-
veis muito altos de concentração do produtor
e diferenciação significante dos produtos.”
Nathan Rosenberg
.......................................................................
pesquisas de inovações tecnológi- davam vazão a quantidades cada
[ a escrita no espaço ] cas diversificadas, vêm sendo re- vez maiores de produtos com con-
centemente defendidas para outras
A maior parte das canetas depende da gravidade para alimentar suas siderável economia, decorrente do
indústrias pelos consultores. (...)
pontas. Assim sendo, não escrevem de cabeça para baixo, ou mesmo É crucial notar, além disso, que a
barateamento causado por pesqui-
perpendiculares às paredes. Situação similar é encontrada no espaço, NACA desenvolveu poucas pesqui- sas em setores de maior consumo
dada a ausência de campo gravitacional. sas básicas durante este período. energético, como a indústria bélica
Antes de 1940, ela funcionava pri- ou do alumínio. Conforme baratea-
mariamente para prover infra-estru- vam-se os processos, gradativa-
desenvolvimento
tura de pesquisa, o que disponibili- mente os lucros davam lugar a uma
zou grandes estruturas de informa- democratização dos produtos, fren-
ções e testes em design, como os
te à sempre crescente concorrên-
túneis-de-vento.”
cia.
Os cartuchos das esferográficas
convencionais são abertos para per- A tinta é levada à ponta por pressão à Para a indústria de aviões comerci- Cresce o mercado de capitais, sur-
mitir que a tinta alimente a ponta. O gás, permitindo à caneta escrever em ais, as reduções nos custos de fer- gem as Sociedades Anônimas
segredo por trás da Fisher Space Pen qualquer posição. Um benefício adici- ramentas e maquinário de produ- (S.A.) e os holdings. Para empresas
reside em características singulares onal do design hermético é que ele evita ção foram consideráveis, proporci- como a Waterman, devido à tradi-
do design da tinta e nas tolerâncias que a tinta se resseque, dando à
onan-do a existência das grandes ção de negócios em família, ape-
da fabricação de alta perfrmance da Fisher Space Pen uma vida útil esti- nas em 1971 seria incorporado o
ponta esferográfica e do soquete. mada de 100 anos.
companhias aéreas da atualidade.
A NACA viria a se chamar NASA anos S.A. e, dadas as pressões de uma
depois. Para as canetas, assim nova organização econômica mun-
................................................................ como para vários objetos produzi- dial, em 1987 a marca passaria a
dos nessa época, a mudança mais fazer par-te do grupo Gillete: refle-
notável que o consumidor pôde xos das mudanças que se impu-
[ sistema de carregamento snorkel ] acompanhar foi a apropriação das nham já a partir do início do século.
formas aerodinâmicas, que reforça- Em 1928 surge o famoso e podero-
remos à diante. so cartel de companhias petrolífe-
ras conhecido como “sete irmãs”,
reunindo a Exxon, Chevron, Gulf Oil,
O método Snorkel, da sheaffer, utiliza Móbil Oil, Texaco, British Petroleum
um tubo fino que emerge do lado e Royal Dutch/Shell. Mais poderoso
inferior da ponta quando o usuário do que muitos Estados, o cartel con-
gira o botão na extremidade da trola, em muitas regiões, todas as
.......................................................................
das, diversos produtos foram refor-
mulados estéticamente com o in- mais forte, expandiu negócios para
tuito de aumentar as vendas. as áreas de jóias, relógios, perfu-
mes, e bolsas executivas de clas-
“No design, a admiração pela veloci- se, sendo hoje uma refinada bouti-
dade como elemento estético deu que.
origem a um modismo bastante pe-
culiar durante a década de 1930. Ins-
pirados nas formas aerodinâmicas
desenvolvimento
A ponta da
Parker 61 era aplicadas a trens, automóveis e prin-
A caneta pode ser
vulnerável cipalmente aviões (...), um grande
carregada sem a número de objetos industrializados
necessidade de A estrela branca representa
o pico do Mont Blanc
passou a sofrer um arredondamento
mergulhar a ponta na
tinta coberto de neve e/ou alongamento assimétrico das
formas, às vezes com aplicação de
nervuras estruturadas na horizontal,
remetendo claramente às linhas de
força das histórias em quadrinhos.
Essa tendência ficou conhecida como
streamlining em referência à pala-
vra inglesa streamline, que denota a
linha de fluxo de uma corrente de ar
– marcou de forma extraordinária a
configuração de muitos produtos, in-
A Pen for Man foi A Parker 61 era Com 13,25 cm de clusive alguns que dificilmente teri-
projetada com um produzida em plástico comprimento e bem am necessidade de qualidades ae-
corpo amplo , de preto, vermelho, larga, a Montblanc é
forma supostamente cinza ou turqueza uma caneta sólida,
rodinâmicas, como canetas ou rádi-
masculina pesada os.”
desenvolvimento
“Somente quando um produto for capaz de prender a atenção
do usuário durante um certo tempo, torna-se possível a posse
psíquica deste produto, sobrepujando seu uso prático.”
Bernd Löbach
.......................................................................
tira das mãos do escriturário o privi- admite variedade de cores, nota-
légio da lida com documentos. Con- mos o emprego, pelos diferentes
tratos os mais variados passam a designers, de cores primárias, mais
ser firmados diretamente entre usu- fortes, quando o produto é destina-
ário e bancos ou lojas, financeiras, do às classes populares, ao passo
imobiliárias, advogados e ou-tros. que às classes de maior poder aqui-
Escrever torna-se imprescindível na sitivo destinavam produtos de co-
vida moderna: é a caneta a ferra- res mais sóbrias.
desenvolvimento
menta mais adequada à maioria Mais à frente virá uma série de atri-
dos casos. butos de ordem meramente estéti-
Delineia-se assim uma divisão cla- ca assumidos pelos vários e dife-
ra no momento em que se faz pos- rentes modelos Bic (um reflexo das
sível produzir uma caneta para as neces-sidades dos diferentes usu-
massas. De um lado a caneta ins- ários); ao passo que grifes mais
trumento, ferramenta de escrita. De caras tenderão a diluir os altos pre-
outro, a caneta objeto, luxo, fetiche. ços em linhas colecionáveis, a fim
Observando-se as formas imutá- de alcançar extratos um pouco mais
veis da Bic ao lado da Aurora Dia- baixos sem castrar as possibilida-
mond (atualmente a mais caras) des de lucros que os produtos de
percebere-mos que a primeira não luxo oferecem.
se presta ao preenchimento de che- A Bic 4Cores por exemplo, ainda
ques multimilionários, e a segunda que útil, teve seu grande sucesso
não é fruto de um esforço por de- não pela necessidade de 4 cores,
mocratizar a escrita. Mas os extre- mas pelo prazer de tê-las todas à
mos parecem ilustrar apenas o con- mão. Tanto marcas tradicionais
fronto inicial das diferentes linhas, quanto as emergentes tratam de
no que Bernd Löbach chama de disponibilizar uma variedade cada
configurações prático-funcional e vez maior de modelos para a escri-
simbólico-funcional, numa dualida- ta. Cores, formas, pesos e até os
de entre instrumento vs. status, sons das tampas e mecanismos
questões cada vez mais presentes retráteis são explorados na busca
na concepção estética quanto na vi- por destaque dentre os diversos
desenvolvimento
zes apoiadas em ícones da cultura
pop ou estreantes nas telas do cine-
ma. Mera ilusão. Surgem canetas
capazes de escrever em diferentes
suportes que se disseminam no co-
tidiano: canetas para transparências,
para CD´s, para tecidos ou que es-
crevem de cabeça para baixo e até
dentro d´água (mostrando que há
ainda muito o que explorar). Cane-
tas com tinta especial possível de
desmanchar, proibidas pela possi-
bilidade de fraudes em documen-
tos e cheques. Novas esferográficas
capazes de quilometragens extra-
ordinárias de escrita com cargas
que durariam tranqüilamente por 80
anos. Mas quem quer carregar o
mesmo objeto por tanto tempo? É
preciso renovar sempre o interesse
do consumidor. Adicionar elemen-
tos capazes de prender sua a-ten-
ção, elementos para todos os gos-
....
37
[ desmaterialização do meio ]
desenvolvimento
“Qual será o impacto das novas tecnologias sobre os indiví-
duos e as comunidades, e quais as oportunidades que elas
irão oferecer para aprimorar e estender nossa experiência?”
Philips, Vision of the Future
desenvolvimento
ções posteriores.
conclusão
A escrita está tão arraigada no pro-
cesso de transformação social que
faz da caneta e demais próteses da
expressão peças-chave neste pro- besse individualmente tinha o al-
cesso. Retomamos a Encyclopédie cance exato da fala.
para reforçar que “Sem a escrita, Com a escrita a cultura passa a ter
privilégio do homem, cada indiví- além da dimensão fenomênica, do
duo, reduzido à sua própria experi- instantâneo, uma dimensão histó-
ência, seria forçado a recomeçar a rica, registrada e passiva de trans-
carreira que o seu antecessor teria porte. Dimensão que expande os
percorrido, e a história dos conhe- horizontes da humanidade. Passa-
cimentos do homem seria quase a mos a um desenvolvimento que
da ciência da humanidade”. sempre se continua a partir de onde
A caneta e seus ancestrais são, já pararam os antecessores, o que trás
.......................................................................
mandas de seus usuários, geram
tensões que levam à busca por um não é meramente funcional. Há pa-
incremento ou uma inovação capa- ralelamente uma demanda psíqui-
zes de permitir o pleno exercício da ca, seja de ordem auto-afirmativa ou
função. afetiva. Busca-se através dos obje-
tos, conforme assinala Löbach, uma
auto-representação: o homem “se
esforça por ser reconhecido pelos
outros membros do seu grupo. Isto
lhe proporciona, tendo atingido a
meta, uma sensação de aceitação
e segurança social”, o que vale para
demandas de ambas as naturezas.
A posse psíquica do produto é, por-
tanto, essencial para o equilíbrio
psíquico dos homens e, conforme
suas capacidades vão sendo ex-
pressas através dos diversos mei-
conclusão
[ vision of the future ]
os em evolução, as necessidades
www.philips.com/design/vof psíquicas também evoluem. São os
meios que possibilitam, portanto,
não apenas a expansão quantitati-
A simplicidade de inter- va como também a expansão quali-
faces naturais tais como tativa, psíquica, da cultura.
escrita e fala, combina- Cabe ao designer posicionar-se
da com a simples metá- conscientemente dentro do contex-
fora de uma caneta, per- to da sociedade que o cerca, e que
está em constante transformação,
mitem o desenvolvimen-
para realizar de forma dinâmica e
to de um produto que é
interativa os desenvolvimentos e ino-
de uso fácil e altamente vações de meios que possibilitem
pessoal. o pleno desenvolvimento psíquico-
cultural de sua época.
....
45
[ Caneta de R$ 2,6 milhões em exposição em Vila Velha ]
Bruno Faustino
complemento
neta possui cerca de 1.919 diaman-
tes. “A parte superior da caneta con-
ta com um diamante de 20 quilates.
A composição da caneta mais cara
do mundo conta ainda com 200g de
platina”, disse o diretor.
Dário Castilho informou ainda que
já existem duas pessoas interes-
complemento
estetica.html [capturado em 17 set. 2003]
FRAGA, J.G. Mais forte que a espada, mais inteligente que o mouse?. ARC
Design, São Paulo, n. 11, p. 51-56, set./out. 1999.
LIVINGSTON, Alan. The Thames & Hudson dictionary of graphic design and
designers.
complemento
8 set. 2003]
The Parker Pen Company, the history, the technical infomation, the illustrati-
ons. Disponível: http://www.parker.ru/. [capturado 8 set. 2003]