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FALSUM COMMITTIT, QUI VERUM TACET

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Escrevinhação n.º 752


OS TRÊS PORQUINHOS
Redigido em 07 de outubro de 2009, Semana Santa, dia de São
João Batista de La Salle.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Conhecimento real é saber a extensão


da própria ignorância".
(Confúcio)

- - - - - + - - - - -

Por várias ocasiões foi o nosso intento através

de nossas míseras missivas, explicar a diferença

substancial que há entre o que é uma opinião e o que é

conhecimento. Procuro insistir nesse tema não por mera

teimosia, mas sim, pelo fato de que não se tem como falar

em real aprendizado de algo se não temos clara a diferença

que há entre as duas categorias.

Podemos dizer que a diferença que existe entre

uma reles opinião e o conhecimento notório de algo pode ser

muito bem demonstrada através da fábula dos três

porquinhos. Como assim? Bem, vamos ver então o que

pretendemos com essas mal traçadas letras.

Opinião, como nos explica o filósofo espanhol

José Ortega y Gasset, nada mais é do que um estranho que

habita o âmago de nosso ser. É uma mera impressão da

realidade que absorvemos e repetimos muito mais com o

intento de ser aceito pelos nossos pares do que realmente

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para compreender a estrutura da realidade. Ter uma opinião

sobre algo não é sinônimo de sermos uma pessoa que sabe o

que está dizendo, mas sim, algo equivalente a um elemento

que sabe dizer o que os outros gostam de ouvir mesmo que

esse primeiro não saiba o que está falando e os segundos

não compreendam nada do que está sendo dito.

As opiniões, em regra, são similares à casa do

primeiro porquinho. São feitas de palha e para destruí-las

basta que um lobo malvado sopre uma única vez para

desmanchar todo o tosco edifício. O sopro do malvado lupino

nada mais é que aquela velha perguntinha: de onde você

tirou essa sua opinião? Como você chegou a ela? Vai me

dizer que isso que você papagueia é um saber inato?

Quantas e quantas vezes não nos portamos como

legítimos construtores de casebres de palha intelectual. Em

quantas ocasiões não ficamos lá arrotando autoridade sendo

que basta a presença de um lobo bocudo para acabar com a

nossa festa de fingimento ilustrado.

Doravante, temos o segundo porquinho que, por

sua deixa, é tão falante quanto o primeiro. Claro que este

não é como o primeiro. É pior! O porquinho do casebre de

palha apenas repetia o que se repete aqui e acolá sobre

determinados assuntos nas rodas de botequim ou até nos

ditos “debates”. Este segundo, para melhor justificar a sua

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pueril opinião, recorre a um material melhor para

travestir-se de entendido em determinados assuntos. Ele

ostenta títulos como se estes fossem dignas tábuas de

salvação. Todavia, não passa disso: de uma reles tábua

velha sem valor substancial.

Neste caso, o elemento não apenas quer dar a

aparência de que é alguém postiçamente ilustrado como o

primeiro suíno. Ele deseja, em sua dissimulação, apresentar

certo ar de superioridade frente aos demais tomando aquela

postura pedante de ostentação de títulos acadêmicos,

honoríficos, status social ou coisas do gênero que, de modo

geral, são muito bonitinhos para serem mostrados, mas que,

em sua realidade, não passam de papeis que camuflam um

sujeitinho ordinário.

Do mesmo modo, basta que o lobo malvado dê um

belo de um sopro para derrubar todo o barraco erguido com

tábuas de fingimento e ripas de presunção. E o que é mais

interessante nesse porquinho é que ele deseja que sua

opinião seja aceita por todos, não porque ele conhece

realmente o status questionem da discussão, mas sim, porque

ele afirmou isso porque ele é o “fulano de tal” e, por essa

razão, a sua palavra deve ser respeitada, mesmo que ele

tenha desdenhado toda a discussão que antecede a própria

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existência de sua flatulência verbal travestida de parecer

de autoridade respeitável. É pra acabar.

Por fim, temos o terceiro porquinho, justamente

aquele que é pouco dado a conversas fúteis e a

divertimentos vulgares. É aquele que, contrariando a

preguiça intelectual do primeiro e a arrogância

gnosiológica do segundo, dedica-se com grande paciência à

construção de algo que seja sólido. Ora, e não é apenas

contrariando a vontade massificante da maioria que podemos

realmente edificar algo que seja digno de ser chamado de

conhecimento?

Conhecer, como nos ensina o filósofo Olavo de

Carvalho e a nossa própria experiência como pessoa humana,

é um ato solitário e totalmente desprovido de testemunhas.

Podemos até estar a discutir com um amontoado de bufos, mas

quem dá testemunho da realidade é a consciência individual,

não a opinião das massas bestializadas pela sua desídia

existencial, seja ela travestida ou não de títulos de valor

pífio.

E aí meu caro, que o porco, a porca e o leitão

torcem o rabo. Pode o lobo soprar o quanto ele quiser, que

a construção continuará em pé. Poderá o malvado até mesmo

tentar entrar pela chaminé da casa que a única coisa que

ele conseguirá será uma bela queimadura e nada mais.

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Claro que pessoas como o terceiro suíno não são

muito aceitas e mesmo bem vista pela sociedade (tal qual na

fábula) que, de um modo geral, são compostas por pessoas

que agem de modo similar aos dois primeiros leitões que são

ávidos pela tagarelice sem sentido e muito pouca afincos ao

entendimento de suas próprias afirmações que são ditas e

repetidas mecanicamente.

Por fim, se todas essas nossas ponderações

feitas sobre a condição humana através da ilustração dessa

fábula infantil não foi o suficiente para entendermos a

diferença que há (mesmo que desdenhada) entre uma reles

opinião e o conhecimento, rezemos e lembremos sempre que

quando estamos recitando a Oração Dominical (o Pai Nosso),

nós pedimos a Deus que seja feita a Sua vontade, não a

nossa, para que nos esvaziemos o máximo possível de nossas

opiniões para que possamos construir um conhecimento seguro

sobre a estrutura da realidade e sobre o sentido da vida e

assim, possamos realmente edificar nossa morada sobre a

rocha.

Prospera Pascha sit. Pax et bonum.


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