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INTRODUÇÃO:
UM EXEMPLO:
B) AS TRÊS REVELAÇÕES
ESPIRITISMO BÁSICO, 1ª Parte, AS REVELAÇÕES E O PROGRESSO ESPIRITUAL DO
HOMEM.
A PRIMEIRA REVELAÇÃO:
MOISÉS
O PROFETA
LIVRO DOS ESPIRITOS, Parte terceira, Capítulo I, DA LEI DIVINA OU NATURAL.
Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-
la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la
ao grau de adiantamento dos homens. (...).
Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as
falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las
passar, do que as reduzindo a esta única prescrição:
“Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a
si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas.
MOISÉS O CRISTO
Deus terrível, ciumento, Deus clemente,
vingativo, cruel e soberanamente justo e
implacável, (...). Deus bom, cheio de mansidão e
injusto, que pune um povo misericórdia, que perdoa ao
inteiro pela falta do seu pecador arrependido e dá a
chefe, que se vinga do cada um segundo as suas
culpado na pessoa do obras.
inocente, que fere os filhos
pelas faltas dos pais.
Deus de um único povo Pai comum do gênero
privilegiado, o Deus dos humano, que estende a sua
exércitos, presidindo aos proteção por sobre todos os
combates para sustentar a seus filhos e os chama todos a
sua própria causa contra o si;
Deus dos outros povos.
Deus que recompensa e Deus que diz aos homens: “A
pune só pelos bens da vossa verdadeira pátria não
Terra, que faz consistir a é neste mundo, mas no
glória e a felicidade na reino celestial, lá onde os
escravidão dos povos rivais humildes de coração serão
e na multiplicidade da elevados e os orgulhosos
progenitura. serão humilhados.”
Deus que faz da vingança Deus de misericórdia, que
uma virtude e ordena se diz: “Perdoai as ofensas, se
retribua olho por olho, quereis ser perdoados;
dente por dente; fazei o bem em troca do
mal; não façais o que não
quereis vos façam.”
Deus mesquinho e Deus grande, que vê o
meticuloso, que impõe, sob pensamento e que se não
as mais rigorosas penas, o honra com a forma.
modo como quer ser
adorado, que se ofende
pela inobservância de uma
fórmula;
Deus que quer ser temido; Deus que quer ser amado.
A PROMESSA DO CRISTO
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, Capítulo I, Itens 3 e 4.
E O CONSOLADOR VEIO
CONCLUSÃO:
ONDE ENCONTRAR A ARGUMENTAÇÃO
ESPIRITISMO BÁSICO, Pedro Franco Barbosa, Primeira Parte, P. 38, A REVELAÇÃO
ESPIRITA
FIM
TEXTOS
628. Por que nem sempre a verdade foi colocada ao alcance de todos?
“É necessário que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: é preciso
habituar-se a ela pouco a pouco, senão ela ofusca.”
“Jamais permitiu Deus que o homem recebesse comunicações tão completas e instrutivas como
as que hoje lhe são dadas. Havia, como sabeis, na antiguidade alguns indivíduos possuidores do que
eles próprios consideravam uma ciência sagrada e da qual faziam mistério para os que, aos seus olhos,
eram tidos por profanos. Pelo que conheceis das leis que regem estes fenômenos, deveis compreender
que esses indivíduos apenas recebiam algumas verdades esparsas, dentro de um conjunto equívoco e,
na maioria dos casos, emblemático. Entretanto, para o estudioso, não há nenhum sistema antigo de
filosofia, nenhuma tradição, nenhuma religião, que seja desprezível, pois em tudo há germens de
grandes verdades que, se bem pareçam contraditórias entre si, dispersas que se acham em meio de
acessórios sem fundamento, facilmente coordenáveis se vos apresentam, graças à explicação que o
Espiritismo dá de uma imensidade de coisas que até agora se vos afiguraram sem razão alguma e cuja
realidade está hoje irrecusavelmente demonstrada. Não desprezeis, portanto, os objetos de estudo que
esses materiais oferecem. Ricos eles são de tais objetos e podem contribuir grandemente para vossa
instrução.”
Definamos primeiro o sentido da palavra revelação. Revelar, do latim revelare, cuja raiz,
velum, véu, significa literalmente sair de sob o véu — e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer
uma coisa secreta ou desconhecida. Em sua acepção vulgar mais genérica, essa palavra se
emprega a respeito de qualquer coisa ignota que é divulgada, de qualquer idéia nova que nos põe ao
corrente do que não sabíamos.
Deste ponto de vista, todas as ciências que aos fazem conhecer os mistérios da
Natureza são revelações e pode dizer-se que há para a Humanidade uma revelação incessante. A
Astronomia revelou o mundo astral, que não conhecíamos; a Geologia revelou a formação da Terra;
a Química, a lei das afinidades; a Fisiologia, as funções do organismo, etc.; Copérnico, Galileu,
Newton, Laplace, Lavoisier foram reveladores.
Só os Espíritos puros recebem a palavra de Deus com a missão de transmiti-la; mas, sabe-se
hoje que nem todos os Espíritos são perfeitos e que existem muitos que se apresentem sob falsas
aparências, o que levou S. João a dizer: “Não acrediteis em todos os Espíritos; vede antes se os
Espíritos são de Deus.”(Epíst. 1ª, 4:4.)
Pode, pois, haver revelações sérias e verdadeiras como as há apócrifas e mentirosas. O caráter
essencial da revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita a
modificação não pode emanar de Deus. É assim que a lei do Decálogo tem todos os caracteres de sua
origem, enquanto que as outras leis moisaicas, fundamentalmente transitórias, muitas vezes em
contradição com a lei do Sinai, são obra pessoal e política do legislador hebreu. Com o abrandarem-se
os costumes do povo, essas leis por si mesmas caíram em desuso, ao passo que o Decálogo ficou
sempre de pé, como farol da Humanidade. O Cristo fez dele a base do seu edifício, abolindo as outras
leis. Se estas fossem obra de Deus, seriam conservadas intactas. O Cristo e Moisés foram os dois
grandes reveladores que mudaram a face ao mundo e nisso está a prova da sua missão divina. Uma
obra puramente humana careceria de tal poder.
O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível que nos cerca e no meio do qual
vivíamos sem o suspeitarmos, assim como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a
natureza e o estado dos seres que o habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte,
é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra.
Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da
revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu
aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os
pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de
esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e
que lhes importa conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las. Participa da segunda, por não ser
esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os
que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da
pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre-arbítrio; porque não lhes é interdito o exame,
mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à
crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe
põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim
de tirar ele próprio as ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser
divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.
REVELAR significa tirar o véu, mostrar, tornar conhecido o que é secreto, mas todo conhecimento deve ser
progressivo e ajustado às mentalidades a que se destina.
De fato, as leis divinas são reveladas às criaturas humanas de acordo com seu grau de entendimento
e capacidade de apreensão das verdades que encerram. O selvagem não entenderia por que não deve matar,
se a isso o aconselhássemos.
Periodicamente, a Espiritualidade Maior revela aos Homens os princípios que nortearão suas vidas no
caminho do bem, embora nem todos os aceitem ou deles se apercebam. Isso porque têm livre-arbítrio na escolha.
Entretanto, esse cabedal de conhecimentos ético-morais forma, paulatinamente, a estrutura da individualidade, ou
seja, de cada Espírito, despojando-o de todos os vícios e defeitos que constituem jsua bagagem de erros do
passado.
As revelações (19) deram-se em épocas variadas, e povos, os mais diversos, as receberam, através do
ensino de profetas inspirados, de instrutores espirituais capacitados. A vivência e a prática desses ensinamentos
promovem a evolução espiritual das criaturas, imperfeitas, mas perfectíveis em si mesmas.
Allan Kardec estuda em "A Génese" as revelações dirigidas à civilização cristã, ou seja, a de Moisés e a de
Jesus, comparando-as com a dos Espíritos.
(19) Nesse sentido, houve uma "revelação" budista, uma islâmica, etc.
A REVELAÇÃO DE MOISÉS
O povo hebreu destaca-se por seus numerosos profetas, dos quais um foi Moisés, e dos mais
notáveis. A Revelação moisaica é individual e sobressai pela herança que nos legou do Decálogo, do
Deus único e da fortificação da fé, mas nos apresenta a divindade sob a forma de um ser vingativo,
cruel, guerreiro, temido e parcial, próprio de uma época em que somente pela ameaça de castigo
físico, de represálias, seria possível conseguir ordem, obediência, submissão. "As leis moisai-cas,
propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório." — Allan Kardec, em "O
Evangelho segundo o Espiritismo".
A REVELAÇÃO DE JESUS
A revelação cristã desvendou-nos a vida futura, e o Deus de Jesus é todo bondade e amor, o Pai
misericordioso e justo, não o Senhor inclemente e cruel. Todavia, seu ensino foi incompleto, como ele
mesmo nos advertiu:
"Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora." (João, 16:12.
Seu Evangelho é o mais perfeito Código de conduta moral que se conhece, mas os
ensinamentos que deixou estavam, muitas vezes, velados, principalmente nas parábolas, pois ainda
era cedo para seu conhecimento integral.
A REVELAÇÃO ESPIRITA
(20) O conhecimento revelado é dos mais Importantes e perfeitamente possível: "Deus pode
revelar o que à ciência nâo é dado apreender." ("O Livro dos Espíritos" — questão 20.) Ver Paulo aos
Gaiatas, 1:11-12: "Faco-vos, porém, saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado não é
segundo o homem; porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação
de Jesus-Cristo." (Destacamos.)
As leis morais, divinas ou naturais, são eternas e imutáveis como o próprio Deus ("O Livro dos
Espíritos" — questão 615), são reveladas e estão implícitas ou explícitas no Decálogo, de Moisés, nos
Mandamentos de Jesus ("Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", o que
resume a Lei e os profetas, no "Amai-vos uns aos outros tanto quanto eu vos amei") e nos preceitos
mencionados na Parte Terceira de "O Livro dos Espíritos".
(21) "Com a Primeira (de Moisés), ensinam os Espíritos, tivemos um dos aspectos da eterna
Verdade: o da Justiça; com a Segunda (do Cristo), outro aspecto: o do Amor; com a Terceira (do Espirito
da Verdade, através de suas imensas Falanges de Espíritos), o derradeiro: da Verdade progressiva"
— "Allan Kardec", de Zeus Wantuil e Francisco Thiesen, Introdução, V — A progressividade da
Revelação, Vol. II 1ª edição FEB.
O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de
Moisés, é conseqüência direta da sua doutrina. À idéia vaga da vida futura, acrescenta a
revelação da existência do mundo invisível que nos rodeia e povoa o espaço, e com isso precisa a
crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade à idéia. Define os laços que unem a alma ao
corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte. Pelo
Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre
temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus. Sabe que a alma progride
incessantemente, através de uma série de existências sucessivas, até atingir o grau de perfeição que a
aproxima de Deus. Sabe que todas as almas, tendo um mesmo ponto de origem, são criadas iguais,
com idêntica aptidão para progredir, em virtude do seu livre-arbítrio; que todas são da mesma essência
e que não há entre elas diferença, senão quanto ao progresso realizado; que todas têm o mesmo
destino e alcançarão a mesma meta, mais ou menos rapidamente, pelo trabalho e boa vontade. Sabe
que não há criaturas deserdadas, nem mais favorecidas umas do que outras; que Deus a nenhuma
criou privilegiada e dispensada do trabalho imposto às outras para progredirem; que não há seres
perpetuamente votados ao mal e ao sofrimento; que os que se designam pelo nome de demônios são
Espíritos ainda atrasados e imperfeitos, que praticam o mal no espaço, como o praticavam na Terra,
mas que se adiantarão e aperfeiçoarão; que os anjos ou Espíritos puros não são seres à parte na
criação, mas Espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso; que,
por essa forma, não há criações múltiplas, nem diferentes categorias entre os seres inteligentes, mas
que toda a criação deriva da grande lei de unidade que rege o Universo e que todos os seres gravitam
para um fim comum que é a perfeição, sem que uns sejam favorecidos à custa de outros, visto serem
todos filhos das suas próprias obras.
RODOLFO CALLIGARES, As Leis Morais, A Progressividade da Revelação Divina I, P. 16.
Há uma opinião generalizada de que, sendo a Bíblia um livro de inspiração divina, tudo o que
nela se contém, "de capa a capa", forma um bloco indiviso, uma unidade indecomponí-vel, um
respositório de verdades eternas, e que, rejeitar-lhe uma palavra que seja, seria negar aquele seu
caráter transcendente.
E preciso, entretanto, dar-nos conta de que entre a época em que foi escrito o pentateuco de
Moisés e aquela em que João escreveu o Apocalipse, decorreram séculos e séculos, durante os quais a
Humanidade progrediu, civilizou-se e sensibilizou-se, devendo ter ocorrido, paralelamente com esse
desenvolvimento, um acréscimo correspondente nos valores morais da Revelação Divina, como de fato
ocorreu.
Por outro lado, sendo o progresso constante e infinito, essa revelação, necessariamente,
também deve ser ininterrupta e eterna, podendo haver cessado, por conseguinte (eosno alguns o
supõem), com o último livro do Novo Testamento.
Certo, sendo Deus a perfeição absoluta, desde a eternidade, "sempre revelou o que é perfeito —
como lembra um renomado pensador contemporâneo —, mas os recipientes humanos da antiguidade
receberam imperfeitamente a perfeita revelação de Deus, devido à imperfeição desses humanos
recipientes, porquanto, o quer que é recebido, é recebido segundo o modo do recipiente. Se alguém
mergulhar no oceano um dedal, vai tirar, não a plenitude do oceano, mas a diminuta fração
correspondente ao pequenino recipiente do dedal. Se mergulhar no mesmo oceano um recipiente de
litro, vai tirar da mesma imensidade medida maior de água. O recipiente não recebe segundo a medida
do objeto, mas sim segundo a medida do sujeito. Na razão direta que o sujeito recipente ampliar o seu
espaço, a sua receptividade, receberá maior quantidade do objeto".
Aos homens das primeiras idades, extremamente ignorantes e incapazes de sentir a menor
consideração para com os semelhantes, entre os quais o único tipo de justiça vigente era o direito do
mais forte, não poderia haver outro meio de sofrear-lhes os ímpetos brutais senão fazendo-os crer em
deuses terríveis e
— O profeta de Israel deu à Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral
e definitiva.
Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de
conformidade com a sua posição evolutiva.
Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais:
Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo, em
sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três
revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que,
com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais
são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da reden-
ção de toda a Humanidade. A Justiça, portanto, lhe aplainou os caminhos, e a Verdade,
conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos. Eis por que, com o Espiritismo
simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara, aguardando as sublimadas
realizações do seu futuro espiritual, nos milénios por-vindouros.
Certo, sendo Deus a perfeição absoluta, desde a eternidade, "sempre revelou o que é perfeito —
como lembra um renomado pensador contemporâneo —, mas os recipientes humanos da antiguidade
receberam imperfeitamente a perfeita revelação de Deus, devido à imperfeição desses humanos
recipientes, porquanto, o quer que é recebido, é recebido segundo o modo do recipiente. Se alguém
mergulhar no oceano um dedal, vai tirar, não a plenitude do oceano, mas a diminuta fração
correspondente ao pequenino recipiente do dedal. Se mergulhar no mesmo oceano um recipiente de
litro, vai tirar da mesma imensidade medida maior de água. O recipiente não recebe segundo a medida
do objeto, mas sim segundo a medida do sujeito. Na razão direta que o sujeito recipente ampliar o seu
espaço, a sua receptividade, receberá maior quantidade do objeto".
Aos homens das primeiras idades, extremamente ignorantes e incapazes de sentir a menor
consideração para com os semelhantes, entre os quais o único tipo de justiça vigente era o direito do
mais forte, não poderia haver outro meio de sofrear-lhes os ímpetos brutais senão fazendo-os crer em
deuses terríveis e vingativos, cujo desagrado se fazia sentir através de tempestades, erupções
vulcânicas, terremotos, epidemias, etc, que tanto pavor lhes causavam.
O sentimentto religioso dos homens teve, pois, como ponto de partida, o temor a um poder
extraterreno, infinitamente superior ao seu.
E foi apoiado nisso que Moisés pôde estabelecer a concepção de Jeová, uma espécie de amigo
todo-poderoso, que, postando-se à frente dos exércitos do povo judeu, ajudava-o em suas batalhas,
dirigia-lhe os destinos, assistia-o diuturnamente, mas exigia dele a mais completa fidelidade e
obediência, bem assim o sacrifício de gado, aves ou cereais, conforme as posses de cada um.
Era como levar os homens à aceitação do monoteísmo e encaminhá-los a um princípio de
desapego dos bens materiais, que tinham em grande apreço.
O Velho-Testamento oferece-nos um relato minucioso dessa etapa da evolução humana. Vê-se,
por ali, que "o Deus de Abraão e de Isaac" é uma divindade zelosa dos israelitas, que faz com eles um
pacto (Êx., 34:10), pelo qual se compromete a obrar prodígios em seu favor, mas que, ciumento,
manda passar à espada, pendurar em forcas ou lapidar os que se atrevam a adorar outros deuses (Êx.,
32:27; Núm., 25: 2-4; Deut., cap. 13) e, com requintes de um mestre-cuca, estabelece como preparar e
executar os holocaustos em sua memória ou pelos pecados do "seu" povo (Lev., caps. 1 a 7) .
Por essa época, conquanto fossem, talvez, os homens mais adiantados espiritualmente, os
judeus não haviam atingido ainda um nível de mentalidade que lhes permitisse compreender que,
malgrado a diversidade dos caracteres físicos e culturais dos terrícolas, todos pertencemos a uma só
família: a Humanidade.
E porque não pudessem assimilar lições de teor mais elevado, a par das ordenações de Moisés,
especificamente nacionais, que tinham por objetivo levá-los a uma estreita solidariedade racial, e
regras outras, oportunas, porém transitórias, que servissem para discipliná-los durante o êxodo,
receberam, também, a primeira grande revelação de leis divinas — o Decálogo — que lhes prescrevia o
que não deviam fazer em dano do próximo.
Chegou o momento, todavia, em que a Humanidade devia ser preparada para um novo avanço e...