Вы находитесь на странице: 1из 20

A EVOLUÇÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

INTRODUÇÃO:

A) DEFINAMOS PRIMEIRO O SENTIDO DA PALAVRA REVELAÇÃO

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 2.

Definamos primeiro o sentido da palavra revelação. Revelar,


do latim revelare, cuja raiz, velum, véu, significa literalmente sair de sob
o véu — e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa
secreta ou desconhecida. Em sua acepção vulgar mais genérica,
essa palavra se emprega a respeito de qualquer coisa ignota que é
divulgada, de qualquer idéia nova que nos põe ao corrente do que não
sabíamos.

B) A CARACTERÍSTICA ESSENCIAL DA REVELAÇÃO

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Itens 2 e 3.

Deste ponto de vista, todas as ciências que aos


fazem conhecer os mistérios da Natureza são revelações
e pode dizer-se que há para a Humanidade uma revelação
incessante. A Astronomia revelou o mundo astral, que não
conhecíamos; a Geologia revelou a formação da Terra; a Química, a
lei das afinidades; a Fisiologia, as funções do organismo, etc.;
Copérnico, Galileu, Newton, Laplace, Lavoisier foram
reveladores.
A característica essencial de qualquer
revelação tem que ser a verdade. (...).
C) A REVELAÇÃO DIVINA

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 10.

Só os Espíritos puros recebem a palavra de Deus com


a missão de transmiti-la; mas, sabe-se hoje que nem todos os
Espíritos são perfeitos e que existem muitos que se apresentem sob
falsas aparências, o que levou S. João a dizer: “Não acrediteis em todos
os Espíritos; vede antes se os Espíritos são de Deus. ”(1ª, 4:4.)

Pode, pois, haver revelações sérias e verdadeiras como as


há apócrifas e mentirosas. O caráter essencial da revelação
divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de
erros ou sujeita a modificação não pode emanar de
Deus.
DESENVOLVIMENTO:

A)A PROGRESSIVIDADE DA REVELAÇÃO DIVINA

ESPIRITISMO BÁSICO, 1ª Parte, AS REVELAÇÕES E O PROGRESSO ESPIRITUAL DO


HOMEM.

REVELAR significa tirar o véu, mostrar, tornar conhecido o que é


secreto, mas todo conhecimento deve ser progressivo e
ajustado às mentalidades a que se destina.
ESPIRITISMO BÁSICO, Primeira Parte, P. 37, AS REVELAÇÕES E O PROGRESSO ESPIRITUAL DO
HOMEM.

De fato, as leis divinas são reveladas às criaturas humanas de


acordo com seu grau de entendimento e capacidade de apreensão das
verdades que encerram. O selvagem não entenderia por que não
deve matar, se a isso o aconselhássemos.

EMMANUEL, O Consolador, Terceira Parte, Religião, Pg. 271.

Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens


receberão sempre as revelações divinas de conformidade
com a sua posição evolutiva.

LIVRO DOS ESPÍRITOS, Livro Terceiro, Capítulo I, Lei Divina ou Natural.

628. Por que nem sempre a verdade foi colocada ao alcance de


todos?
“É necessário que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é
como a luz: é preciso habituar-se a ela pouco a pouco, senão ela
ofusca.”

UM EXEMPLO:

RODOLFO CALLIGARES, As Leis Morais, A Progressividade da Revelação Divina I, P.


16.

Há uma opinião generalizada de que, sendo a Bíblia um livro


de inspiração divina, tudo o que nela se contém, "de capa a capa",
forma um bloco indiviso, uma unidade indecomponível, um respositório
de verdades eternas, e que, rejeitar-lhe uma palavra que seja,
seria negar aquele seu caráter transcendente.
E preciso, entretanto, dar-nos conta de que entre a época em
que foi escrito o pentateuco de Moisés e aquela em que João escreveu
o Apocalipse, decorreram séculos e séculos, durante os quais a
Humanidade progrediu, civilizou-se e sensibilizou-se, devendo ter
ocorrido, paralelamente com esse desenvolvimento, um acréscimo
correspondente nos valores morais da Revelação Divina, como de
fato ocorreu.
A.1) OUTRA CARACTERISTICA DA REVELAÇÃO DIVINA

RODOLFO CALLIGARES, As Leis Morais, A Progressividade da Revelação Divina I, P.


16.

Por outro lado, sendo o progresso constante e infinito,


essa revelação, necessariamente, também deve ser
ininterrupta e eterna, não podendo haver cessado, por
conseguinte (como alguns o supõem), com o último livro do
Novo Testamento.

B) AS TRÊS REVELAÇÕES
ESPIRITISMO BÁSICO, 1ª Parte, AS REVELAÇÕES E O PROGRESSO ESPIRITUAL DO
HOMEM.

As revelações (*) deram-se em épocas variadas, e povos, os mais


diversos, as receberam, através do ensino de profetas inspirados, de
instrutores espirituais capacitados. (...).
(*) Nesse sentido, houve uma "revelação" budista, uma islâmica, etc.
Allan Kardec estuda em "A Génese" as revelações dirigidas à
civilização cristã, ou seja, a de Moisés e a de Jesus, comparando-as
com a dos Espíritos.

B.1) LEVANDO–SE EM CONSIDERAÇÃO QUE:

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 10.

O caráter essencial da revelação divina é o da


(...)
eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita
a modificação não pode emanar de Deus.

B.2) NOS TEMOS QUE:

É assim que a lei do Decálogo tem todos os caracteres


de sua origem, enquanto que as outras leis moisaicas,
fundamentalmente transitórias, muitas vezes em contradição com a lei
do Sinai, são obra pessoal e política do legislador hebreu.
Com o abrandarem-se os costumes do povo, essas leis por si mesmas
caíram em desuso, ao passo que o Decálogo ficou sempre de pé,
como farol da Humanidade. O Cristo fez dele a base do
seu edifício, abolindo as outras leis. Se estas fossem obra de Deus,
seriam conservadas intactas. O Cristo e Moisés foram os dois
grandes reveladores que mudaram a face ao mundo e
nisso está a prova da sua missão divina. Uma obra
puramente humana careceria de tal poder.
B.3) O ESPIRITISMO
A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Itens 12 e 13.

O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível que


nos cerca e no meio do qual vivíamos sem o suspeitarmos, assim
como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível,
a natureza e o estado dos seres que o habitam e, por
conseguinte, o destino do homem depois da morte, é uma
verdadeira revelação, na acepção científica da palavra.

B.3.1) A REVELAÇÃO ESPIRITA TEM DUPLO CARÁTER


Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter:
participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação
científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu
aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio
premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da doutrina
provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de
esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, (...).
Participa da segunda, por não ser esse ensino privilégio de indivíduo
algum, (...); por não serem os que o transmitem e os que o recebem seres
passivos, dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, (...);
enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à
crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da
observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das
instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a
fim de tirar ele próprio as ilações e aplicações. Numa palavra, o que
caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e
da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do
trabalho do homem.
B.4) EMMANUEL: AS TRÊS REVELAÇÕES

EMMANUEL, O Consolador, Terceira Parte, Religião, Pg. 271.

Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande


Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão
da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o
Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez,
a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações
encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda
a sabedoria.

É que, com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu


esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os
instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de
Deus, alma da redenção de toda a Humanidade.
C)UM POUCO DE CADA REVELAÇÃO

A PRIMEIRA REVELAÇÃO:
MOISÉS

INDIVIDUAL, DEUS VINGATIVO E PARCIAL,


PROPRIO PARA UMA ÉPOCA.
ESPIRITISMO BÁSICO, Pedro Franco Barbosa, Primeira Parte, P. 37, A REVELAÇÃO DE
MOISÉS.

A Revelação moisaica é individual e sobressai pela herança que


nos legou do Decálogo, do Deus único e da fortificação da fé, mas nos
apresenta a divindade sob a forma de um ser vingativo, cruel,
guerreiro, temido e parcial, próprio de uma época em que
somente pela ameaça de castigo físico, de represálias, seria
possível conseguir ordem, obediência, submissão. "As leis
moisaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essen-
cialmente transitório." — Allan Kardec, em "O Evangelho segundo o
Espiritismo".

RODOLFO CALLIGARES, As Leis Morais, A Progressividade da Revelação Divina I, P.


16.

E porque não pudessem assimilar lições de teor mais elevado, a par


das ordenações de Moisés, especificamente nacionais, que tinham por
objetivo levá-los a uma estreita solidariedade racial, e regras outras,
oportunas, porém transitórias, que servissem para discipliná-
los durante o êxodo, (...).

O PROFETA
LIVRO DOS ESPIRITOS, Parte terceira, Capítulo I, DA LEI DIVINA OU NATURAL.

622. Confiou Deus a certos homens a missão de


revelarem a sua lei?
“Indubitavelmente. Em todos os tempos houve homens que
tiveram essa missão. São Espíritos superiores, que encarnam com o
fim de fazer progredir a Humanidade.”

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 21.

Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de


um Deus único, Soberano Senhor e Orientador de todas as coisas;
promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé.
Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé,
purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra.
O DECÁLOGO: LEI DIVINA
RODOLFO CALLIGARES, As Leis Morais, A Progressividade da Revelação Divina I, P.
16.

receberam, também, a primeira grande revelação de leis


(...)
divinas — o Decálogo — que lhes prescrevia o que não deviam fazer
em dano do próximo.

EMMANUEL, O CONSOLADOR, LEI.

268 — Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base


de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas
religiosas?

— As seitas religiosas, de todos os tempos, (...), procuram modificar


os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez
mandamentos, (...), voltam sempre a ressurgir na sua pureza
primitiva, como base de todo o direito no mundo,
sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre.

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, Capítulo I, NÃO VIM


DESTRUIR A LEI, As três revelações: Moisés, Cristo, Espiritismo, Item 2, Moisés.

Na lei mosaica, há duas partes distintas: a lei de Deus,


promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por
Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter
do povo, se modifica com o tempo.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos


seguintes:

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da


casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros
deuses estrangeiros. — Não fareis imagem esculpida, nem
figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo
na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a
terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto
soberano.
II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo
tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo,
nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem
qualquer das coisas que lhe pertençam.
A SEGUNDA REVELAÇÃO:
JESUS: O CRISTO

JESUS NÃO VEIO DESTRUIR A LEI, VEIO CUMPRI-LA

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, Capítulo I, NÃO VIM


DESTRUIR A LEI, As três revelações: Moisés, Cristo, Espiritismo, Itens 3 e 4.

Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-
la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la
ao grau de adiantamento dos homens. (...).
Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as
falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las
passar, do que as reduzindo a esta única prescrição:
“Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a
si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas.

Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples


legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua
palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe
anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza
excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera
ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que
transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera
ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, (...).
A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Itens 22 E 23.

O Cristo, tomando da antiga lei o que é eterno e


divino e rejeitando o que era transitório, puramente
disciplinar e de concepção humana, acrescentou a
revelação da vida futura, de que Moisés não falara, assim
como a das penas e recompensas que aguardam o
homem, depois da morte.

A PARTE MAIS IMPORTANTE DA REVELAÇÃO DO CRISTO


SEGUNDO ALLAN KARDEC
A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Itens 22 E 23.

A parte mais importante da revelação do Cristo, no


sentido de fonte primária, de pedra angular de toda a sua
doutrina é o ponto de vista inteiramente novo sob que
considera ele a Divindade.

UM QUADRO COMPARATIVO MOSTRANDO:


A PROGRESSIVIDADE DA REVELAÇÃO DIVINA

MOISÉS O CRISTO
Deus terrível, ciumento, Deus clemente,
vingativo, cruel e soberanamente justo e
implacável, (...). Deus bom, cheio de mansidão e
injusto, que pune um povo misericórdia, que perdoa ao
inteiro pela falta do seu pecador arrependido e dá a
chefe, que se vinga do cada um segundo as suas
culpado na pessoa do obras.
inocente, que fere os filhos
pelas faltas dos pais.
Deus de um único povo Pai comum do gênero
privilegiado, o Deus dos humano, que estende a sua
exércitos, presidindo aos proteção por sobre todos os
combates para sustentar a seus filhos e os chama todos a
sua própria causa contra o si;
Deus dos outros povos.
Deus que recompensa e Deus que diz aos homens: “A
pune só pelos bens da vossa verdadeira pátria não
Terra, que faz consistir a é neste mundo, mas no
glória e a felicidade na reino celestial, lá onde os
escravidão dos povos rivais humildes de coração serão
e na multiplicidade da elevados e os orgulhosos
progenitura. serão humilhados.”
Deus que faz da vingança Deus de misericórdia, que
uma virtude e ordena se diz: “Perdoai as ofensas, se
retribua olho por olho, quereis ser perdoados;
dente por dente; fazei o bem em troca do
mal; não façais o que não
quereis vos façam.”
Deus mesquinho e Deus grande, que vê o
meticuloso, que impõe, sob pensamento e que se não
as mais rigorosas penas, o honra com a forma.
modo como quer ser
adorado, que se ofende
pela inobservância de uma
fórmula;
Deus que quer ser temido; Deus que quer ser amado.

A PROMESSA DO CRISTO
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, Capítulo I, Itens 3 e 4.

Entretanto, (Jesus) não disse tudo, limitando-se, respeito a muitos


pontos, a lançar o gérmen de verdades que, segundo ele próprio o
declarou, ainda não podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas
em termos mais ou menos implícitos. Para ser apreendido o sentido
oculto de algumas palavras suas, mister se fazia que novas idéias e
novos conhecimentos lhes trouxessem a chave indispensável,
idéias que, porém, não podiam surgir antes que o espírito humano
houvesse alcançado um certo grau de madureza. A Ciência tinha de
contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais
idéias. Importava, pois, dar à Ciência tempo para progredir.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 26.

Entretanto, o Cristo acrescenta: “Muitas das coisas que vos digo


ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não
compreenderíeis; por isso é que vos falo por parábolas; mais tarde,
porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que
restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas.” (S. João,
14,16; S. Mateus, 17.)
Se o Cristo não disse tudo quanto poderia dizer, é que
julgou conveniente deixar certas verdades na sombra, até que
os homens chegassem ao estado de compreendê-las.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 26.

Como ele próprio o confessou, seu ensino era incompleto,


pois anunciava a vinda daquele que o completaria; previra, pois,
que suas palavras não seriam bem interpretadas, e que os
homens se desviariam do seu ensino; em suma, que desfariam o
que ele fez, uma vez que todas as coisas hão de ser restabelecidas: ora,
só se restabelece aquilo que foi desfeito.

EURÍPEDES BARSANULFO, Tormentos da Obsessão, Manoel P. de Miranda, p. 316.

Foi, no entanto, Jesus, quem melhor se doou à Humanidade,


ensinando pelo exemplo dedicação até à morte, e oferecendo carinho até
hoje, aguardando com paciência infinita que Suas ovelhas retornem ao
aprisco. Apesar das Suas magníficas lições, o ser humano alterou o
rumo da Sua proposta de lídima fraternidade, promovendo guerras
de extermínio, elaborando castas separatistas, elegendo ilusões para a
conquista do reino terrestre... Sabendo, por antecipação, dessa
peculiaridade da alma humana, o Mestre prometeu o Consolador
que viria para erguer em definitivo os combalidos na luta, permanecendo
com as criaturas até o fim dos tempos...
A TERCEIRA REVELAÇÃO:
O ESPIRITISMO

E O CONSOLADOR VEIO

EURÍPEDES BARSANULFO, Tormentos da Obsessão, Manoel P. de Miranda, p. 316.

E o Consolador veio. Ao ser apresentado no Espiritismo,


surgiram incontáveis possibilidades de edificação humana, pelo fato
de a Doutrina abarcar os vários segmentos complexos e
profundos da Ciência, da Filosofia e da Religião, contribuindo em
todas as áreas do conhecimento e da emoção para o desenvolvimento
dos valores eternos e a conseqüente consolidação do reino de Deus na
Terra.

CIÊNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO


ÁUREO, Universo e Vida, Hernani T. Sant’Anna, Capítulo XI, O terceiro legado.

O Espiritismo não tem o carater isolado de uma filosofia, de uma


ciência ou de uma religião, porque é, ao mesmo tempo, religião, filosofia
e ciência.(...).
• É ciência, porque investiga, experimenta,
comprova, sistematiza e conceitua leis, fatos,
forças e fenômenos da vida, da natureza, dos
pensamentos e dos sentimentos humanos.
• É filosofia, porque cogita, induz e deduz idéias e
fatos lógicos sobre as causas primeiras e seus efeitos
naturais; generaliza e sintetiza, reflete, aprofunda
e explica; estuda, discerne e define motivos e
conseqüências, comos e porquês de fenômenos
relativos à vida e à morte.
• É Religião, porque de suas contatações científicas
e de suas conclusões filosóficas resulta o
reconhecimento humano da Paternidade Divina e
da irmandade universal de todos os seres da
Criação, estabelecendo, desse modo, o culto
natural do amor a Deus e ao próximo.

ESPIRITISMO BÁSICO, Pedro Franco Barbosa, Primeira Parte, P. 38, A REVELAÇÃO


ESPIRITA

A Revelação Espírita é, assim, divina (proveniente dos


Espíritos de Deus) e científica, pois resultou, também, da
experimentação, da observação e do trabalho do homem
e se baseia em fatos, ou seja, na Ciência, cujos métodos adota.
O ESPIRITISMO: TERCEIRA REVELAÇÃO, FRUTO DO
ENSINO DOS ESPÍRITOS

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, Capítulo I, Itens 6 e 7.

A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a


do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira
revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma
individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um
homem, sim pelos Espíritos (...).

ESPIRITISMO BÁSICO, Pedro Franco Barbosa, Primeira Parte, P. 38, A REVELAÇÃO


ESPIRITA

As Revelações moisaica e cristã são individuais, a


Espírita é coletiva, porque oriunda do ensino coincidente
de muitos Espíritos, ministrado ao mesmo tempo em
muitos lugares e por vários intermediários (médiuns).
O ESPIRITISMO: NADA ENSINA EM CONTRÁRIO AO CRISTO

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, Capítulo I, Itens 6 e 7.

Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a


lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não
venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada
ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas,
desenvolve, completa e explica, em termos claros e
para toda gente, o que foi dito apenas sob forma
alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o
Cristo anunciou e preparar a realização das coisas
futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside,
conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se
opera e prepara o reino de Deus na Terra.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 30.

O Espiritismo, partindo das próprias palavras do


Cristo, como este partiu das de Moisés, é conseqüência
direta da sua doutrina. (...). Pelo Espiritismo, o homem
sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra,
por que sofre temporariamente e vê por toda parte a
justiça de Deus.

CONCLUSÃO:
ONDE ENCONTRAR A ARGUMENTAÇÃO
ESPIRITISMO BÁSICO, Pedro Franco Barbosa, Primeira Parte, P. 38, A REVELAÇÃO
ESPIRITA

O ensino de Allan Kardec, o extraordinário Codificador da


Doutrina Espírita, exposto em "A Génese", referente às Três
Revelações e que constitui excelente estudo de suas
características, (...).

AS DUS PRIMEIRAS REVELAÇÕES: UM ENSINO DIRETO


A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 49.
As duas primeiras revelações só podiam resultar de
um ensino direto; como os homens não estivessem ainda
bastante adiantados a fim de concorrerem para a sua
elaboração, elas tinham que ser impostas pela fé, sob a
autoridade da palavra do Mestre.
Contudo, notam-se entre as duas bem sensível
diferença, devida ao progresso dos costumes e das idéias, (...).
A doutrina de Moisés é absoluta, despótica; não admite
discussão e se impõe ao povo, pela força. A de Jesus é
essencialmente conselheira; é livremente aceita e só se
impõe pela persuasão; foi controvertida desde o tempo do
seu fundador, que não desdenhava de discutir com os seus
adversários.

A TERCEIRA REVELAÇÃO: ENSINO E TRABALHO


A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 50.

A terceira revelação, vinda numa época de


emancipação e madureza intelectual, em que a
inteligência, já desenvolvida, não se resigna a
representar papel passivo; em que o homem nada aceita
às cegas, mas quer ver aonde o conduzem, quer saber o
porquê e o como de cada coisa — tinha ela que ser ao
mesmo tempo o produto de um ensino e o fruto do
trabalho, da pesquisa e do livre-exame.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 50.

Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é mister


para guiá-lo no caminho da verdade, mas abstêm-se de revelar o
que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o
cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da
razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua
custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais; cabe-lhe a ele aproveitá-
los e pô-los em obra.

DE PAR COM O PROGRESSO:


O ESPIRITISMO JAMAIS SERÁ ULTRAPASSADO
A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 55.
Um último caráter da revelação espírita, a ressaltar das
condições mesmas em que ela se produz, é que, apoiando-se
em fatos, tem que ser, e não pode deixar de ser,
essencialmente progressiva, como todas as ciências de
observação. Pela sua substância, alia-se à Ciência que, sendo a
exposição das leis da Natureza, com relação a certa ordem de
fatos, não pode ser contrária às leis de Deus, autor daquelas
leis. As descobertas que a Ciência realiza, longe de o
rebaixarem, glorificam a Deus; unicamente destroem o que
os homens edificaram sobre as falsas idéias que formaram
de Deus.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 55.

Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais


será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe
demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se
modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a
aceitará.

A TERCEIRA REVELAÇÃO PROGRESSIVA


ESTAMOS PARTICIPANDO DELA
A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 50.

A revelação fez-se assim parcialmente em


diversos lugares e por uma multidão de
intermediários e é dessa maneira que prossegue
ainda, pois que nem tudo foi revelado. Cada centro
encontra nos outros centros o complemento do que
obtém, e foi o conjunto, a coordenação de todos os
ensinos parciais que constituíram a doutrina espírita.

ZÊUS WANTUIL e FRANCISCO THIESEN, ALLAN KARDEC, Volume II, Capítulo V, A


Progressividade da Revelação.

Com a Primeira (de Moisés), ensinam os Espíritos,


tivemos um dos aspectos da eterna Verdade: o da Justiça;
com a Segunda (do Cristo), outro aspecto: o do Amor; com a
Terceira (do Espírito da Verdade, através de suas imensas
Falanges de Espíritos), o derradeiro: da Verdade
progressiva. Esta última revelação é mesmo a última,
porque não nos foi dada em circuito fechado, mas aberto.
São as três Grandes Revelações sucessivas e complementares,
pois a segunda engloba a primeira, tanto quanto a terceira
enfeixa a segunda e não se encerra. Dai os Altos Espíritos
considerarem-na como a Revelação da Revelação = Reve-
lação das Revelações. É a própria Revelação Permanente.

JUVANIR BORGES DE SOUZA, Reformador, Nº 2.146, Janeiro de 2008, P.5.

Os livros básicos da Doutrina, escritos pelo Codificador,


sob a orientação dos Espíritos superiores, à frente o Espírito de
Verdade, obras que posteriormente se desdobraram em
milhares de outras, de autoria de diversas entidades es-
pirituais e dos próprios homens, expressam, ampliam e
expandem a última Revelação, como previu o Espírito de
Verdade:

"Prefácio" de O Evangelho segundo o Espiritismo, Ed. FEB.

As grandes vozes do Céu ressoam como sons de


trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos
convidamos, a vós homens, para o divino concerto. [...]

FIM

TEXTOS

LIVRO DOS ESPÍRITOS, Livro Terceiro, Capítulo I, Lei Divina ou Natural.

628. Por que nem sempre a verdade foi colocada ao alcance de todos?
“É necessário que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: é preciso
habituar-se a ela pouco a pouco, senão ela ofusca.”
“Jamais permitiu Deus que o homem recebesse comunicações tão completas e instrutivas como
as que hoje lhe são dadas. Havia, como sabeis, na antiguidade alguns indivíduos possuidores do que
eles próprios consideravam uma ciência sagrada e da qual faziam mistério para os que, aos seus olhos,
eram tidos por profanos. Pelo que conheceis das leis que regem estes fenômenos, deveis compreender
que esses indivíduos apenas recebiam algumas verdades esparsas, dentro de um conjunto equívoco e,
na maioria dos casos, emblemático. Entretanto, para o estudioso, não há nenhum sistema antigo de
filosofia, nenhuma tradição, nenhuma religião, que seja desprezível, pois em tudo há germens de
grandes verdades que, se bem pareçam contraditórias entre si, dispersas que se acham em meio de
acessórios sem fundamento, facilmente coordenáveis se vos apresentam, graças à explicação que o
Espiritismo dá de uma imensidade de coisas que até agora se vos afiguraram sem razão alguma e cuja
realidade está hoje irrecusavelmente demonstrada. Não desprezeis, portanto, os objetos de estudo que
esses materiais oferecem. Ricos eles são de tais objetos e podem contribuir grandemente para vossa
instrução.”

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Itens 2 e 3

Definamos primeiro o sentido da palavra revelação. Revelar, do latim revelare, cuja raiz,
velum, véu, significa literalmente sair de sob o véu — e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer
uma coisa secreta ou desconhecida. Em sua acepção vulgar mais genérica, essa palavra se
emprega a respeito de qualquer coisa ignota que é divulgada, de qualquer idéia nova que nos põe ao
corrente do que não sabíamos.

Deste ponto de vista, todas as ciências que aos fazem conhecer os mistérios da
Natureza são revelações e pode dizer-se que há para a Humanidade uma revelação incessante. A
Astronomia revelou o mundo astral, que não conhecíamos; a Geologia revelou a formação da Terra;
a Química, a lei das afinidades; a Fisiologia, as funções do organismo, etc.; Copérnico, Galileu,
Newton, Laplace, Lavoisier foram reveladores.

A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um


segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por conseqüência, não existe
revelação. Toda revelação desmentida por fatos deixa de o ser, se for atribuída a Deus. Não podendo
Deus mentir, nem se enganar, ela não pode emanar dele: deve ser considerada produto de uma
concepção humana.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 10.

Só os Espíritos puros recebem a palavra de Deus com a missão de transmiti-la; mas, sabe-se
hoje que nem todos os Espíritos são perfeitos e que existem muitos que se apresentem sob falsas
aparências, o que levou S. João a dizer: “Não acrediteis em todos os Espíritos; vede antes se os
Espíritos são de Deus.”(Epíst. 1ª, 4:4.)
Pode, pois, haver revelações sérias e verdadeiras como as há apócrifas e mentirosas. O caráter
essencial da revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita a
modificação não pode emanar de Deus. É assim que a lei do Decálogo tem todos os caracteres de sua
origem, enquanto que as outras leis moisaicas, fundamentalmente transitórias, muitas vezes em
contradição com a lei do Sinai, são obra pessoal e política do legislador hebreu. Com o abrandarem-se
os costumes do povo, essas leis por si mesmas caíram em desuso, ao passo que o Decálogo ficou
sempre de pé, como farol da Humanidade. O Cristo fez dele a base do seu edifício, abolindo as outras
leis. Se estas fossem obra de Deus, seriam conservadas intactas. O Cristo e Moisés foram os dois
grandes reveladores que mudaram a face ao mundo e nisso está a prova da sua missão divina. Uma
obra puramente humana careceria de tal poder.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Itens 12 e 13.

O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível que nos cerca e no meio do qual
vivíamos sem o suspeitarmos, assim como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a
natureza e o estado dos seres que o habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte,
é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra.
Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da
revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu
aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os
pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de
esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e
que lhes importa conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las. Participa da segunda, por não ser
esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os
que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da
pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre-arbítrio; porque não lhes é interdito o exame,
mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à
crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe
põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim
de tirar ele próprio as ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser
divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.

ESPIRITISMO BÁSICO, Primeira Parte, P. 37.

AS REVELAÇÕES E O PROGRESSO ESPIRITUAL DO HOMEM

REVELAR significa tirar o véu, mostrar, tornar conhecido o que é secreto, mas todo conhecimento deve ser
progressivo e ajustado às mentalidades a que se destina.

De fato, as leis divinas são reveladas às criaturas humanas de acordo com seu grau de entendimento
e capacidade de apreensão das verdades que encerram. O selvagem não entenderia por que não deve matar,
se a isso o aconselhássemos.
Periodicamente, a Espiritualidade Maior revela aos Homens os princípios que nortearão suas vidas no
caminho do bem, embora nem todos os aceitem ou deles se apercebam. Isso porque têm livre-arbítrio na escolha.
Entretanto, esse cabedal de conhecimentos ético-morais forma, paulatinamente, a estrutura da individualidade, ou
seja, de cada Espírito, despojando-o de todos os vícios e defeitos que constituem jsua bagagem de erros do
passado.
As revelações (19) deram-se em épocas variadas, e povos, os mais diversos, as receberam, através do
ensino de profetas inspirados, de instrutores espirituais capacitados. A vivência e a prática desses ensinamentos
promovem a evolução espiritual das criaturas, imperfeitas, mas perfectíveis em si mesmas.
Allan Kardec estuda em "A Génese" as revelações dirigidas à civilização cristã, ou seja, a de Moisés e a de
Jesus, comparando-as com a dos Espíritos.

(19) Nesse sentido, houve uma "revelação" budista, uma islâmica, etc.

A REVELAÇÃO DE MOISÉS

O povo hebreu destaca-se por seus numerosos profetas, dos quais um foi Moisés, e dos mais
notáveis. A Revelação moisaica é individual e sobressai pela herança que nos legou do Decálogo, do
Deus único e da fortificação da fé, mas nos apresenta a divindade sob a forma de um ser vingativo,
cruel, guerreiro, temido e parcial, próprio de uma época em que somente pela ameaça de castigo
físico, de represálias, seria possível conseguir ordem, obediência, submissão. "As leis moisai-cas,
propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório." — Allan Kardec, em "O
Evangelho segundo o Espiritismo".

A REVELAÇÃO DE JESUS

A revelação cristã desvendou-nos a vida futura, e o Deus de Jesus é todo bondade e amor, o Pai
misericordioso e justo, não o Senhor inclemente e cruel. Todavia, seu ensino foi incompleto, como ele
mesmo nos advertiu:

"Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora." (João, 16:12.

Seu Evangelho é o mais perfeito Código de conduta moral que se conhece, mas os
ensinamentos que deixou estavam, muitas vezes, velados, principalmente nas parábolas, pois ainda
era cedo para seu conhecimento integral.

A REVELAÇÃO ESPIRITA

No século passado novos ensinamentos foram trazidos à Humanidade e continuam sendo


ampliados, para conhecimento de todos. Completaram os de Jesus, pois os tempos são chegados.
Foram ditados pelos Espíritos e constituem o Espiritismo, o Consolador prometido pelo Mestre.
O caráter essencial da Revelação Espírita é a verdade, pois nos mostra a existência de outro
mundo, mais real que o nosso, de suas leis morais rigorosas, explicando-nos a origem e a natureza dos
seres que o habitam, os Espíritos, que nada mais são, aliás, que as almas dos Homens que
desencarnaram.
As Revelações moisaica e cristã são individuais, a Espírita é coletiva, porque oriunda do ensino
coincidente de muitos Espíritos, ministrado ao mesmo tempo em muitos lugares e por vários
intermediários (médiuns).
A Revelação Espírita é, assim, divina (proveniente dos Espíritos de Deus) e científica, pois
resultou, também, da experimentação, da observação e do trabalho do homem e se baseia em fatos,
ou seja, na Ciência, cujos métodos adota.
É também universal, pois o ensino do Cristo se destina a todos os povos, e progressiva, porque
não teme a Ciência e suas descobertas, mas nelas se alicerça, complementando-as com
esclarecimentos de outra ordem, nem por isso menos importantes.
A verdade é que, antes do Espiritismo, o homem formulava hipóteses sobre a vida futura, hoje
tem certeza dela, conhece muito de seu mecanismo e funcionamento e aceita e compreende, pela
reencarnação, a justiça e a bondade de Deus.
O ensino de Allan Kardec, o extraordinário Codificador da Doutrina Espírita, exposto em "A
Génese", referente às Três Revelações e que constitui excelente estudo de suas características, mostra
que a moisaica é despótica (impunha-se pela força e pelo medo), a cristã é conselheira (Jesus mostrava
sempre a necessidade de obediência às leis de Deus), sendo ambas, entretanto, parte de um todo em
processo de esclarecimento progressivo.
Quanto à revelação espírita, demonstra ele que ela é científica (adapta-se às pesquisas e
métodos da Ciência em busca do conhecimento, Ciência que ela, por sua vez, ilumina e esclarece) e
filosófica (ditada diretamente pelos Espíritos do Senhor, seus Mensageiros e intérpretes) (20), e, ainda,
coletiva (originada do ensino de muitos Espíritos) e universal (porque os ensinos dos Espíritos foram
colhidos de muitas fontes, em muitos lugares, mostrando-se sempre concordantes). (21)

(20) O conhecimento revelado é dos mais Importantes e perfeitamente possível: "Deus pode
revelar o que à ciência nâo é dado apreender." ("O Livro dos Espíritos" — questão 20.) Ver Paulo aos
Gaiatas, 1:11-12: "Faco-vos, porém, saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado não é
segundo o homem; porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação
de Jesus-Cristo." (Destacamos.)
As leis morais, divinas ou naturais, são eternas e imutáveis como o próprio Deus ("O Livro dos
Espíritos" — questão 615), são reveladas e estão implícitas ou explícitas no Decálogo, de Moisés, nos
Mandamentos de Jesus ("Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", o que
resume a Lei e os profetas, no "Amai-vos uns aos outros tanto quanto eu vos amei") e nos preceitos
mencionados na Parte Terceira de "O Livro dos Espíritos".
(21) "Com a Primeira (de Moisés), ensinam os Espíritos, tivemos um dos aspectos da eterna
Verdade: o da Justiça; com a Segunda (do Cristo), outro aspecto: o do Amor; com a Terceira (do Espirito
da Verdade, através de suas imensas Falanges de Espíritos), o derradeiro: da Verdade progressiva"
— "Allan Kardec", de Zeus Wantuil e Francisco Thiesen, Introdução, V — A progressividade da
Revelação, Vol. II 1ª edição FEB.

A GÊNESE, ALLAN KARDEC, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, Item 30.

O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de
Moisés, é conseqüência direta da sua doutrina. À idéia vaga da vida futura, acrescenta a
revelação da existência do mundo invisível que nos rodeia e povoa o espaço, e com isso precisa a
crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade à idéia. Define os laços que unem a alma ao
corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte. Pelo
Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre
temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus. Sabe que a alma progride
incessantemente, através de uma série de existências sucessivas, até atingir o grau de perfeição que a
aproxima de Deus. Sabe que todas as almas, tendo um mesmo ponto de origem, são criadas iguais,
com idêntica aptidão para progredir, em virtude do seu livre-arbítrio; que todas são da mesma essência
e que não há entre elas diferença, senão quanto ao progresso realizado; que todas têm o mesmo
destino e alcançarão a mesma meta, mais ou menos rapidamente, pelo trabalho e boa vontade. Sabe
que não há criaturas deserdadas, nem mais favorecidas umas do que outras; que Deus a nenhuma
criou privilegiada e dispensada do trabalho imposto às outras para progredirem; que não há seres
perpetuamente votados ao mal e ao sofrimento; que os que se designam pelo nome de demônios são
Espíritos ainda atrasados e imperfeitos, que praticam o mal no espaço, como o praticavam na Terra,
mas que se adiantarão e aperfeiçoarão; que os anjos ou Espíritos puros não são seres à parte na
criação, mas Espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso; que,
por essa forma, não há criações múltiplas, nem diferentes categorias entre os seres inteligentes, mas
que toda a criação deriva da grande lei de unidade que rege o Universo e que todos os seres gravitam
para um fim comum que é a perfeição, sem que uns sejam favorecidos à custa de outros, visto serem
todos filhos das suas próprias obras.
RODOLFO CALLIGARES, As Leis Morais, A Progressividade da Revelação Divina I, P. 16.

Há uma opinião generalizada de que, sendo a Bíblia um livro de inspiração divina, tudo o que
nela se contém, "de capa a capa", forma um bloco indiviso, uma unidade indecomponí-vel, um
respositório de verdades eternas, e que, rejeitar-lhe uma palavra que seja, seria negar aquele seu
caráter transcendente.
E preciso, entretanto, dar-nos conta de que entre a época em que foi escrito o pentateuco de
Moisés e aquela em que João escreveu o Apocalipse, decorreram séculos e séculos, durante os quais a
Humanidade progrediu, civilizou-se e sensibilizou-se, devendo ter ocorrido, paralelamente com esse
desenvolvimento, um acréscimo correspondente nos valores morais da Revelação Divina, como de fato
ocorreu.
Por outro lado, sendo o progresso constante e infinito, essa revelação, necessariamente,
também deve ser ininterrupta e eterna, podendo haver cessado, por conseguinte (eosno alguns o
supõem), com o último livro do Novo Testamento.
Certo, sendo Deus a perfeição absoluta, desde a eternidade, "sempre revelou o que é perfeito —
como lembra um renomado pensador contemporâneo —, mas os recipientes humanos da antiguidade
receberam imperfeitamente a perfeita revelação de Deus, devido à imperfeição desses humanos
recipientes, porquanto, o quer que é recebido, é recebido segundo o modo do recipiente. Se alguém
mergulhar no oceano um dedal, vai tirar, não a plenitude do oceano, mas a diminuta fração
correspondente ao pequenino recipiente do dedal. Se mergulhar no mesmo oceano um recipiente de
litro, vai tirar da mesma imensidade medida maior de água. O recipiente não recebe segundo a medida
do objeto, mas sim segundo a medida do sujeito. Na razão direta que o sujeito recipente ampliar o seu
espaço, a sua receptividade, receberá maior quantidade do objeto".
Aos homens das primeiras idades, extremamente ignorantes e incapazes de sentir a menor
consideração para com os semelhantes, entre os quais o único tipo de justiça vigente era o direito do
mais forte, não poderia haver outro meio de sofrear-lhes os ímpetos brutais senão fazendo-os crer em
deuses terríveis e

EMMANUEL, O Consolador, Terceira Parte, Religião, Pg. 271.

271 — Moisés transmitiu ao mundo a lei definitiva?

— O profeta de Israel deu à Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral
e definitiva.
Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de
conformidade com a sua posição evolutiva.
Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais:
Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo, em
sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três
revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que,
com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais
são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da reden-
ção de toda a Humanidade. A Justiça, portanto, lhe aplainou os caminhos, e a Verdade,
conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos. Eis por que, com o Espiritismo
simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara, aguardando as sublimadas
realizações do seu futuro espiritual, nos milénios por-vindouros.

RODOLFO CALLIGARES, As Leis Morais, A Progressividade da Revelação Divina I, P. 16.

Certo, sendo Deus a perfeição absoluta, desde a eternidade, "sempre revelou o que é perfeito —
como lembra um renomado pensador contemporâneo —, mas os recipientes humanos da antiguidade
receberam imperfeitamente a perfeita revelação de Deus, devido à imperfeição desses humanos
recipientes, porquanto, o quer que é recebido, é recebido segundo o modo do recipiente. Se alguém
mergulhar no oceano um dedal, vai tirar, não a plenitude do oceano, mas a diminuta fração
correspondente ao pequenino recipiente do dedal. Se mergulhar no mesmo oceano um recipiente de
litro, vai tirar da mesma imensidade medida maior de água. O recipiente não recebe segundo a medida
do objeto, mas sim segundo a medida do sujeito. Na razão direta que o sujeito recipente ampliar o seu
espaço, a sua receptividade, receberá maior quantidade do objeto".
Aos homens das primeiras idades, extremamente ignorantes e incapazes de sentir a menor
consideração para com os semelhantes, entre os quais o único tipo de justiça vigente era o direito do
mais forte, não poderia haver outro meio de sofrear-lhes os ímpetos brutais senão fazendo-os crer em
deuses terríveis e vingativos, cujo desagrado se fazia sentir através de tempestades, erupções
vulcânicas, terremotos, epidemias, etc, que tanto pavor lhes causavam.
O sentimentto religioso dos homens teve, pois, como ponto de partida, o temor a um poder
extraterreno, infinitamente superior ao seu.
E foi apoiado nisso que Moisés pôde estabelecer a concepção de Jeová, uma espécie de amigo
todo-poderoso, que, postando-se à frente dos exércitos do povo judeu, ajudava-o em suas batalhas,
dirigia-lhe os destinos, assistia-o diuturnamente, mas exigia dele a mais completa fidelidade e
obediência, bem assim o sacrifício de gado, aves ou cereais, conforme as posses de cada um.
Era como levar os homens à aceitação do monoteísmo e encaminhá-los a um princípio de
desapego dos bens materiais, que tinham em grande apreço.
O Velho-Testamento oferece-nos um relato minucioso dessa etapa da evolução humana. Vê-se,
por ali, que "o Deus de Abraão e de Isaac" é uma divindade zelosa dos israelitas, que faz com eles um
pacto (Êx., 34:10), pelo qual se compromete a obrar prodígios em seu favor, mas que, ciumento,
manda passar à espada, pendurar em forcas ou lapidar os que se atrevam a adorar outros deuses (Êx.,
32:27; Núm., 25: 2-4; Deut., cap. 13) e, com requintes de um mestre-cuca, estabelece como preparar e
executar os holocaustos em sua memória ou pelos pecados do "seu" povo (Lev., caps. 1 a 7) .
Por essa época, conquanto fossem, talvez, os homens mais adiantados espiritualmente, os
judeus não haviam atingido ainda um nível de mentalidade que lhes permitisse compreender que,
malgrado a diversidade dos caracteres físicos e culturais dos terrícolas, todos pertencemos a uma só
família: a Humanidade.
E porque não pudessem assimilar lições de teor mais elevado, a par das ordenações de Moisés,
especificamente nacionais, que tinham por objetivo levá-los a uma estreita solidariedade racial, e
regras outras, oportunas, porém transitórias, que servissem para discipliná-los durante o êxodo,
receberam, também, a primeira grande revelação de leis divinas — o Decálogo — que lhes prescrevia o
que não deviam fazer em dano do próximo.
Chegou o momento, todavia, em que a Humanidade devia ser preparada para um novo avanço e...

Вам также может понравиться