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Justificativa do método
de Gauss-Jordan
Autores
aula
04
Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
Presidente da República Janaina Tomaz Capistrano
Luiz Inácio Lula da Silva Sandra Cristinne Xavier da Câmara
224 p.
ISBN 85-7273-290-X
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização
expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação
Identificaremos e analisaremos os princípios básicos envolvidos no método de Gauss-
Jordan descritos na aula 3 (Sistema de Equações Lineares).
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: definir matrizes
equivalentes por linhas; definir e reconhecer matrizes reduzi-
das por linhas e também matrizes escalonadas; aplicar de forma
consciente o método de Gauss-Jordan. Através do uso de
operações elementares, você deverá ainda verificar se uma dada
matriz quadrada é inversível e, em caso afirmativo, determinar a
sua inversa.
Supondo que as matrizes aumentadas de dois sistemas são equivalentes por linhas,
para provar que esses sistemas são equivalentes, isto é, possuem as mesmas soluções,
precisamos antes do seguinte resultado.
Teorema 1
A cada operação elementar de linha ε corresponde uma operação elementar de
linha ε do mesmo tipo, tal que
(ε · ε )(A) = ε(ε (A)) = A,
(ε · ε )(A) = ε (ε(A)) = A,
Prova
i) Se ε permuta as linhas Lr e Ls , tome ε = ε.
ii) Se ε é a operação que multiplica a linha Lr de uma matriz pelo escalar não nulo k, tome
ε a operação que multiplica Lr por k −1 .
iii) Se ε é a operação que substitui a linha Lr por Lr +kLs , tome ε a operação que substitui a
linha Lr por Lr +(−k)Ls . Em cada caso acima, temos obviamente que ε (ε(A)) = ε(ε (A)),
para cada A.
Essa equação é chamada uma combinação linear das equações em (I). Agora, note que
toda solução do sistema (I) será também uma solução dessa nova equação. De fato, suponha
que (y1 , . . . , yn ) seja uma solução de (I).
Então,
(c1 a11 + · · · + cm bm1 )y1 + · · · + (c1 a1n + · · · + cmn )yn =
= c1 a11 y1 + · · · + c1 a1n yn + · · · + cm am1 y1 + · · · + cm amn yn
= c1 (a11 y1 + · · · + a1n yn ) + · · · + cm (am1 y1 + · · · + amn yn )
= c1 (b1 ) + · · · + cm (bm )
= c1 b1 + · · · + cm bm .
Teorema 2
Sistemas equivalentes de equações lineares têm o mesmo conjunto solução.
Atividade 1
Prove matematicamente o Teorema 2.
não é reduzida por linhas, pois o elemento a12 = 3 = 1, falhando a condição (i) da definição
anterior.
Atividade 2
A matriz nula, 0, m × n, é reduzida por linhas? Justifique.
Teorema 3
Toda matriz A, m × n, é equivalente por linhas a uma matriz R reduzida por
linhas.
Veja que a primeira linha de (I) é nula, de modo que a condição (i) está satisfeita para a
primeira linha.
1o passo – Substitua a linha L3 de (I) por L3 + (−1)L2 para obter
0 0 0 0
(II) 1 1 1 3 .
0 −2 0 −2
o −1
2 passo – Multiplique a linha L3 de (II) por para obter
2
0 0 0 0
(III) 1 1 1 3 .
0 1 0 1
Você deve observar que essa operação não alterou ou não mudou nenhum elemento da
primeira coluna de (III). Agora, note que a matriz (V) é reduzida por linhas.
Procedendo da mesma forma que no exemplo anterior, passemos a provar o Teorema 3.
Prova
Se a primeira linha L1 da matriz A é nula, a condição (i) da definição está satisfeita.
Agora, se L1 tem um elemento não-nulo, seja h o menor inteiro positivo j tal que a1j = 0,
isto é, vamos trabalhar na h-ésima coluna. Faça agora a seguinte seqüência de operações
lineares:
1
L1 , L2 + (−a2h )L1 , L3 + (−a3h )L1 , . . . , Lm + (−amn )L1 .
01h
Com essas operações, obtém-se uma matriz α em que o primeiro elemento da linha L1
é 1, e todos os outros na h-ésima coluna são iguais a zero. Se todo elemento da linha L2 de
α é igual a zero, conservamos essa linha L2 . Se algum elemento na linha L2 de α é diferente
de zero, seja k o menor inteiro positivo j tal que a2j = 0. Observe que k = h. Considere
a qual tornará o primeiro elemento não-nulo da linha L2 igual a 1 e todos os outros elemen-
tos da coluna k iguais a zero. Observe que, ao efetuar essas últimas operações, nenhum
elemento da coluna h é alterado. Trabalhando desse modo em cada linha, é óbvio que, após
um número finito de passos, obtemos uma matriz reduzida por linhas.
Matrizes Escalonadas
Voltemos a analisar a matriz (IV), reduzida por linhas, do último exemplo:
0 0 0 0
(IV ) 1 0 1 2
0 1 0 1
1 0 1 2
(V I) 0 1 0 1 .
0 0 0 0
Devido a essas três condições serem satisfeitas pela matriz (VI), diz-se que (VI) é uma
matriz escalonada. De um modo geral, temos a seguinte definição.
Voltando novamente ao último exemplo, observe que para obter a matriz escalonada (VI)
a partir da matriz reduzida por linhas (IV), foi suficiente efetuar apenas duas permutações.
De um modo geral, vale o teorema seguinte.
Teorema 4
Toda matriz A, m × n, é equivalente por linhas a uma matriz escalonada.
Prova
Pelo Teorema 3, segue que A é equivalente por linhas a uma matriz R reduzida por
linhas. Observe (como no último exemplo, o 4o e o 5o passo) que efetuando um número
finito de permutações de linhas, obtemos a partir de R uma matriz escalonada E.
Com relação ao sistema associado à matriz (VI), temos
x+z =2 x=2−z
(IV ) ou .
y=1 y=1
Encontremos A−1 de outro modo, usando operações elementares. Para isso, considere
a matriz
3 −5 1 0
(I) ,
−1 2 0 1
formada por dois blocos, sendo um bloco a própria matriz A e o outro bloco, a matriz identi-
dade I2 . Através de operações elementares, tentamos reduzir a matriz A à matriz I2 . Se isso
for possível, então essa mesma seqüência de operações sobre as linhas quando aplicadas a
I2 produz a matriz A−1 . Se não for possível, a matriz A não é inversível.
1o passo – Multiplique a linha L2 de (I) por (-1) para obter
3 −5 1 0
(II) .
1 −2 0 −1
Exercício resolvido 1
1 Verifique se a matriz A =
1 2
3 6
é inversível.
Solução
Considere a matriz
1 2 1 0
(I) .
3 6 0 1
Atividade 3
a b
Se A = , lembre-se da aula 2: o determinante da matriz A, indicado
c d
por det(A), é dado por det(A) = ad − bc. Calcule det(A) para
1 2
A= .
3 6
Lembre-se de que A é inversível se, e somente se, det(A) = 0. Conclua que A não é
inversível (como já sabíamos pelo Exercício resolvido 1).
Resumo
O método de Gauss-Jordan é plenamente justificado pelo Teorema 4. O que
fizemos no Exemplo e nos Exercícios Resolvidos 1 e 2 da aula passada foi a par-
tir da matriz aumentada do sistema dado, encontrarmos uma matriz escalonada
equivalente por linhas a essa matriz. A partir daí, analisamos mais facilmente o
sistema original, em relação à existência ou não de suas soluções. Além disso,
usando operações elementares, você viu como verificar que uma dada matriz é
inversível, e em caso afirmativo, aprendeu a calcular a sua inversa.
Exercícios Propostos
1) Aplique o método de Gauss-Jordan para resolver os seguintes sistemas:
x+y−z =0 x1 + x2 + 2x3 = 4
a) b) 3x1 + x2 + 4x3 = 6
2x + 5y − 2z = 0
x1 + x2 + x3 = 1
x1 + x2 = 2
2) Mostre, algébrica e geometricamente, que o sistema x1 − x2 = 0 é inconsistente,
isto é, não admite soluções. 2x1 + x2 = 2
Lembrete: solicitamos que não verifique as respostas dos exercícios, que estão
após as referências, antes de resolvê-los.
GONÇALVES, A.; SOUZA, R. M. L. Introdução à álgebra linear. São Paulo: Editora Edgar
Blucher Ltda, 1977.