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Direitos dos Trabalhadores

Direitos dos Trabalhadores

• Direito à Higiene, Segurança e Protecção da Saúde no Trabalho

Todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de segurança, higiene e de


protecção da saúde.

·Os trabalhadores não podem ser prejudicados por causa dos procedimentos adoptados em caso de
perigo grave e imediato, nomeadamente em virtude de se afastarem do seu posto de trabalho ou de uma
área perigosa, ou tomarem outras medidas para a sua própria segurança ou a de terceiros.

·As medidas e actividades relativas à segurança, higiene e saúde no trabalho não poderão implicar
encargos financeiros para os trabalhadores, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar e civil
emergente do incumprimento culposo das respectivas obrigações.

• Direito à informação

Em termos gerais, os trabalhadores têm direito a dispor de informação permanente e actualizada sobre:

·os riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de protecção e de prevenção e a forma como
se aplicam, relativos quer ao posto de trabalho ou função, quer, em geral, à empresa, estabelecimento ou
serviço;

·as medidas e as instruções a adoptar em caso de perigo grave e iminente;

·as medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação dos trabalhadores ou


serviços encarregados de as pôr em prática.

• Direito a Formação

Os trabalhadores têm direito a receber formação adequada e suficiente no domínio da segurança, higiene
e saúde no trabalho, tendo em conta as respectivas funções e o posto de trabalho.

·Aos trabalhadores designados para exercer funções nas áreas de segurança, higiene e saúde no
trabalho deverão ser proporcionadas condições para que possam receber formação permanente e
adequada, concedendo, se necessário, para este efeito, licença com retribuição ou sem retribuição se
lhes for atribuído subsídio específico por outra entidade.

• Direito de Participação

Os trabalhadores têm o direito de apresentaçar propostas; caso detectem riscos profissionais, têm o
direito de, por si ou por intermédio dos seus representantes, apresentar propostas, de modo a minimizar
esses mesmos riscos.
Para tal, assiste-lhes o direito de aceder a todas as informações técnicas objecto de registo, provenientes
de serviços de inspecção e outros organismos competentes no domínio da segurança, higiene e saúde no
trabalho, e ainda a dados médicos colectivos (não individualizados).

• Direito de consulta prévia

Os trabalhadores ou os seus representantes têm o direito de ser previamente consultados sobre:

·a avaliação dos riscos para a segurança e saúde no trabalho, incluindo os respeitantes aos grupos de
trabalhadores sujeitos a riscos especiais;

·as medidas de higiene e segurança antes de serem postas em prática ou, logo que seja possível, em
caso de aplicação urgente das mesmas;

·as medidas que, pelo seu impacte nas tecnologias e nas funções, tenham repercussão sobre a
segurança e a saúde no trabalho;

·o programa e a organização da formação no domínio da segurança, higiene e saúde no trabalho;

·a designação e a exoneração de trabalhadores responsáveis pela área da segurança, higiene e saúde no


trabalho na empresa;

·a designação dos trabalhadores encarregados de pôr em prática as medidas de primeiros socorros, de


combate a incêndios e da evacuação dos trabalhadores;

·a designação dos trabalhadores responsáveis pela aplicação de medidas de primeiros socorros, de


combate a incêndios e de evacuação de trabalhadores, a respectiva formação e o material disponível;

·o recurso a serviços exteriores à empresa ou a técnicos qualificados para assegurar o desenvolvimento


de todas ou parte das actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho;

·o material de protecção que seja necessário utilizar;

·as informações relativas a riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de protecção e de
prevenção e a forma como se aplicam, relativos quer ao posto de trabalho ou função, quer, em geral, à
empresa, estabelecimento ou serviço;

·a lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos que ocasionem incapacidade para o trabalho
superior a três dias úteis, elaborada até ao final de Março do ano subsequente;

·os relatórios dos acidentes de trabalho;

·as medidas tomadas de acordo com a obrigação de informar trabalhadores com funções específicas no
domínio da segurança, higiene e saúde no trabalho.

• Direito de Voto e Representação


Os representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho são eleitos pelos
trabalhadores por voto directo e secreto, segundo o princípio da representação pelo método de Hondt.

·Só podem concorrer listas apresentadas pelas organizações sindicais que tenham trabalhadores
representados na empresa ou listas que se apresentem subscritas, no mínimo por 20% dos trabalhadores
da empresa, não podendo nenhum trabalhador subscrever ou fazer parte de mais de uma lista;

·Por convenção colectiva de trabalho podem ser criadas comissões de higiene e segurança no trabalho
de composição paritária;

·Os representantes dos trabalhadores escolherão de entre si, com respeito pelo principio
da proporcionalidade, os respectivos membros da comissão de higiene e segurança no
trabalho.

Os direitos dos trabalhadores migrantes


A expressão "trabalhador migrante" designa a pessoa que vai exercer,
exerce ou exerceu, uma actividade remunerada num Estado de que não é nacional
Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os
Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias (art. 2, nº1)
adoptada pela Resolução 45/158 da Assembleia Geral, de 18 de Dezembro de 1990.
Sumário
Introdução
Direitos humanos e trabalhadores migrantes
Aspectos da acção internacional
Para um acordo global
A Convenção e a sua aplicação
Trabalhadores migrantes e conferências das Nações Unidas
Factos mais recentes
Anexo:
- Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os
Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias.
Introdução
Em Dezembro de 1990, a Assembleia Geral adoptou a Convenção
Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e
dos Membros das suas Famílias (ver anexo).
A Convenção abriu um novo capítulo na história da acção desenvolvida para
estabelecer os direitos dos trabalhadores migrantes e garantir a protecção e o respeito
destes direitos. Trata-se de um Tratado internacional de carácter global, inspirado em
acordos juridicamente vinculativos, em estudos sobre direitos humanos elaborados no
quadro das Nações Unidas, em conclusões e recomendações adoptadas em reuniões
de peritos e nos debates e nas resoluções adoptadas pelos órgãos das Nações Unidas,
ao longo das duas últimas décadas, sobre a questão dos trabalhadores migrantes.
À semelhança dos outros acordos internacionais relativos aos direitos
humanos, a Convenção estabelece normas que servem de modelo à legislação e aos
3
procedimentos judiciais e administrativos dos diferentes Estados. Os governos dos
Estados que ratificam a Convenção, ou a ela aderem, comprometem-se a aplicar as
suas disposições, adoptando as medidas necessárias para esse efeito. De igual modo,
obrigam-se a garantir o acesso a vias de recurso aos trabalhadores migrantes cujos
direitos tenham sido violados.
Na presente brochura, expõem-se os diferentes tipos de problemas que mais
preocupam os trabalhadores migrantes e os membros das suas famílias e descrevemse
as medidas adoptadas, no plano internacional, para promover e defender os seus
direitos.
Direitos Humanos e Trabalhadores Migrantes
O trabalhador migrante não é um produto do século XX. Homens e mulheres
têm abandonado os seus países, em busca de trabalho noutros lugares, desde que
existe o sistema do trabalho remunerado. Porém, hoje, a diferença está em que o
número de trabalhadores migrantes é muito superior ao verificado em qualquer outro
período da história da humanidade. Milhões de pessoas que ganham a vida - ou
procuram um emprego remunerado – chegaram na qualidade de estrangeiros aos
Estados onde residem. Não há nenhum continente ou região no mundo que não tenha
o seu contingente de trabalhadores migrantes.
Porque se emigra?
A pobreza e a impossibilidade de ganhar ou produzir o suficiente para
garantir a própria subsistência, ou a da família, são as principais razões da migração
de trabalhadores. Estes factores não são específicos da migração dos países pobres
para os países ricos; a pobreza também está na origem dos movimentos migratórios de
países em desenvolvimento para aqueles onde as perspectivas de trabalho parecem ser
melhores - pelo menos, à distância.
Existem outras razões pelas quais se vai para o estrangeiro à procura de
trabalho. A guerra, os conflitos internos, a insegurança ou a perseguição derivadas da
discriminação por motivos de raça, origem étnica, cor, religião, língua ou opiniões
políticas, são factores que contribuem para o fluxo migratório de trabalhadores.
Preparação da migração
Alguns Estados encorajam os seus cidadãos a irem trabalhar para o
estrangeiro; outros estão constantemente a recrutar trabalhadores estrangeiros.
Nalguns casos existem acordos bilaterais, entre Estados, em matéria de mão de obra
estrangeira.
Seria ideal dotar os trabalhadores migrantes - com contrato ou outro tipo de
acordo formal, ou que hajam partido por iniciativa própria – de um conhecimento
básico da língua, da cultura e do sistema jurídico, social e político dos Estados para
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onde se deslocam. Seria conveniente informá-los acerca dos salários, das condições
de trabalho e de vida que os esperam.
Nos termos do artigo 33º da Convenção Internacional sobre a Protecção dos
Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, os
Estados Partes devem adoptar todas as medidas que considerem adequadas para
garantir que os trabalhadores migrantes e os membros das suas famílias recebam a
informação que solicitem, gratuitamente e, na medida do possível, numa língua que
compreendam, acerca dos direitos que lhes são reconhecidos pela Convenção e outras
questões que lhes permitam cumprir as formalidades administrativas, ou de outra
natureza, exigidas pelo Estado de emprego. Além disso, o artigo 37º da Convenção
reconhece o direito dos trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias a
serem informados, "antes da sua partida ou, o mais tardar, no momento da sua
admissão no Estado de emprego," de todas as condições exigidas para a sua admissão,
bem como dos "requisitos que devem satisfazer no Estado de emprego e das
autoridades a que devem dirigir-se para solicitar a modificação dessas condições".
Quando os serviços oficiais de emprego gerem os fluxos migratórios, é maior
a probabilidade de os trabalhadores migrantes receberem uma preparação mínima
para viver e trabalhar no estrangeiro do que quando o recrutamento e a colocação
estão entregues a agências privadas.
Não obstante, é grande o número de trabalhadores migrantes mal informados
e mal preparados para enfrentar a vida e o trabalho num país estrangeiro. De igual
modo, a maioria ignora a protecção, em matéria de direitos humanos e de liberdades
fundamentais, que lhes é garantida pelos tratados internacionais e pela legislação
nacional.
Problemas de adaptação
Os trabalhadores migrantes são estrangeiros. E basta este facto para que
possam ser objecto de suspeita ou de hostilidade nas comunidades onde vivem e
trabalham. Na maioria dos casos, são economicamente desfavorecidos e sentem as
mesmas dificuldades económicas, sociais e culturais que os grupos sociais menos
favorecidos do Estado de emprego.
A discriminação contra os trabalhadores migrantes na área do emprego
assume diversas formas, como, por exemplo, as exclusões ou preferências segundo o
tipo de emprego que podem ocupar, e as dificuldades de acesso à formação
profissional. Muitas vezes, os critérios aplicados aos nacionais e aos imigrantes não
são os mesmos, no que se refere à segurança do emprego, e os contratos podem privar
os imigrantes de certas vantagens.
O nº1 do artigo 25º da Convenção Internacional sobre a Protecção dos
Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias
estabelece que "os trabalhadores migrantes devem beneficiar de um tratamento não
menos favorável que aquele que é concedido aos nacionais do Estado de emprego em
matéria de retribuição" e outras condições de trabalho e de emprego. O nº 3 do mesmo
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artigo impõe aos Estados a adopção de todas as medidas adequadas a garantir que os
trabalhadores migrantes não sejam privados desses direitos.
São conhecidos os casos de normas jurídicas e administrativas que obrigam
os trabalhadores migrantes a permanecer em determinadas ocupações e regiões, bem
como de desigualdades de salário e de categoria profissional para trabalho idêntico.
Sabe-se que tem havido trabalhadores migrantes excluídos do âmbito de aplicação das
normas que regulam as condições de trabalho e que lhes tem sido proibido o exercício
de actividades sindicais.
Há uma tendência generalizada para considerar os migrantes como mão-deobra
complementar, atribuindo-se-lhes as tarefas que menos interessam aos nacionais.
Dificuldades sociais e culturais
Com frequência, as condições de vida dos trabalhadores migrantes não são
satisfatórias. Os rendimentos baixos, as rendas de casa elevadas, a falta de habitação,
a dimensão do agregado familiar e os preconceitos locais contra os estrangeiros na
comunidade são os principais factores que, reunidos, causam graves problemas de
alojamento.
Embora os trabalhadores migrantes contribuam para a segurança social, nem
eles, nem as suas famílias, gozam sempre dos mesmos benefícios e do mesmo acesso
aos serviços sociais que os nacionais do país de acolhimento.
Em muitos casos, os trabalhadores migrantes deixam as famílias no seu
Estado de origem. A existência solitária que levam dificulta os contactos normais com
a comunidade onde vivem e afecta o seu bem-estar. Esta é uma das questões
abordadas em alguns instrumentos jurídicos internacionais, citados nesta brochura, e
nos quais se solicita vivamente aos Estados que facilitem o reagrupamento familiar
dos trabalhadores migrantes.
A integração dos trabalhadores migrantes e das suas famílias no ambiente
social dos Estados de acolhimento, sem perda da sua identidade cultural, é outro
problema que tem sido objecto de debate no plano internacional. Tem sido
frequentemente afirmado que não se pode esperar que os filhos dos imigrantes - que
estudam numa língua diferente da sua e procuram adaptar-se a novos costumes -
tenham o mesmo rendimento que os seus colegas, a menos que sejam tomadas
medidas especiais para superar as suas dificuldades. Nalguns Estados, a resistência
que opõem os pais do local de acolhimento, por receio de que o nível geral do ensino

piore com a admissão dos filhos dos imigrantes, tornou-se um problema delicado.

Nos artigos 22º e 56º da Convenção Internacional sobre a Protecção dos


Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias
aborda-se a questão da expulsão e da expulsão arbitrária. O nº 1 do artigo 22º proíbe,
expressamente, as medidas de expulsão colectiva. Uma decisão de expulsão deverá
ser tomada por uma autoridade competente, em conformidade com a lei (art. 22º, nº 2)
e somente por razões definidas na legislação nacional do Estado de emprego (artigo
56, nº 1). No nº 4 do artigo 22º estabelece-se que, exceptuado o caso de haver uma
decisão definitiva emanada de uma autoridade judicial, "o interessado tem o direito de
fazer valer as razões que militam contra a sua expulsão e de recorrer da decisão
perante a autoridade competente, salvo imperativos de segurança nacional".
Os trabalhadores migrantes têm direito a regressar, se assim o desejarem. Em
debates internacionais, tem sido manifestada a opinião de que esta questão deveria ser
tratada através da cooperação entre o Estado de origem e o Estado de acolhimento. Os
emigrantes que regressam devem dispor de serviços de orientação e ter a possibilidade
de utilizar os conhecimentos que hajam adquirido no estrangeiro.
Migração ilegal e clandestina
Os trabalhadores migrantes correm sérios riscos de ver infringidos os direitos
humanos e as liberdades fundamentais que lhes são reconhecidos, quando são
contratados, transportados e empregados ilegalmente. A pobreza generalizada, o
desemprego e o subemprego, que se verificam em muitos países em desenvolvimento,
oferecem uma boa oportunidade de recrutamento a empregadores e agências privadas
sem escrúpulos; o transporte clandestino de trabalhadores migrantes constitui, por
vezes, um acto criminoso.
Destituído de estatuto jurídico ou social, o trabalhador migrante ilegal é um
alvo natural de exploração. Fica à mercê do seu empregador e pode ver-se obrigado a
aceitar todo o tipo de trabalho, sem condições de trabalho e de vida. No pior dos
casos, a situação dos trabalhadores migrantes assemelha-se à escravatura ou ao
trabalho forçado. O trabalhador migrante ilegal raras vezes procura justiça, com medo
de ser descoberto e expulso e, em muitos Estados, não tem direito a recorrer das
decisões administrativas que o afectam.

Declaração
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos
seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos humanos conduziram a actos de
barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres
humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta
inspiração humanos;
Considerando que é essencial a protecção dos direitos humanos através de um regime de direito, para
que o homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos
fundamentais humanos, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos
homens e das mulheres e se declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores
condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;
Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em cooperação com a
Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efectivo dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância para
dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal
dos Direitos humanos
como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e
todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela
educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas
progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e
efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios
colocados sob a sua jurisdição.

Artigo 1°

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2°

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração,
sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política
ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do
país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela,
autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3°

Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.


Artigo 4°

Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas
as formas, são proibidos.

Artigo 5°

Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Artigo 6°

Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.

Artigo 7°

Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei. Todos têm direito a
protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.

Artigo 8°

Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais competentes contra os actos
que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.

Artigo 9°

Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10°

Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada
por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de
qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.

Artigo 11°

1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade
fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da sua prática, não
constituíam acto delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será
infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi
cometido.
Artigo 12°

Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua
correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a
pessoa tem direito a protecção da lei.

Artigo 13°

1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito
de regressar ao seu país.

Artigo 14°

1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros
países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime
de direito comum ou por actividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 15°

1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.


2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de
nacionalidade.

Artigo 16°

1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem
restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua
dissolução, ambos têm direitos iguais.
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do
Estado.

Artigo 17°

1. Toda a pessoa, individual ou colectivamente, tem direito à propriedade.


2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.

Artigo 18°

Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a
liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou
convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo
culto e pelos ritos.

Artigo 19°

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser
inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras,
informações e idéias por qualquer meio de expressão.

Artigo 20°

1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.


2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21°

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios, públicos do seu país, quer
directamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu
país.
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se
através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto
secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

Artigo 22°

Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir
a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à
cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.

Artigo 23°

1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua
família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos
os outros meios de protecção social.
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos
para defesa dos seus interesses.

Artigo 24°

Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação razoável da duração
do trabalho e as férias periódicas pagas.
Artigo 25°

1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a
saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança
no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de
meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças,
nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma protecção social.

Artigo 26°

1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a
correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino
técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto
a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos
humanos e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a
amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o
desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escholher o género de educação a dar aos filhos.

Artigo 27°

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção
científica, literária ou artística da sua autoria.

Artigo 28°

Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de
tornar plenamente efectivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente Declaração.

Artigo 29°

1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno
desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às
limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o
respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral,
da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente aos fins e aos
princípios das Nações Unidas.
Artigo 30°
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer
Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto
destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.

Capítulo I: Direitos e deveres económicos


[editar] Artigo 58.º
Direito ao trabalho

1. Todos têm direito ao trabalho.

2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover:

a) A execução de políticas de pleno emprego;


b) A igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e
condições para que não seja vedado ou limitado, em função do sexo, o acesso a
quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais;
c) A formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores.

[editar] Artigo 59.º


Direitos dos trabalhadores

1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de


origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito:

a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade,


observando-se o princípio de que para trabalho igual salário igual, de forma a
garantir uma existência condigna;
b) A organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma
a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da actividade
profissional com a vida familiar;
c) A prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde;
d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao
descanso semanal e a férias periódicas pagas;
e) À assistência material, quando involuntariamente se encontrem em situação
de desemprego;
f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de
doença profissional.

2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho, retribuição e repouso a que os


trabalhadores têm direito, nomeadamente:

a) O estabelecimento e a actualização do salário mínimo nacional, tendo em


conta, entre outros factores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento do
custo de vida, o nível de desenvolvimento das forças produtivas, as exigências
da estabilidade económica e financeira e a acumulação para o desenvolvimento;
b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do trabalho;
c) A especial protecção do trabalho das mulheres durante a gravidez e após o
parto, bem como do trabalho dos menores, dos diminuídos e dos que
desempenhem actividades particularmente violentas ou em condições insalubres,
tóxicas ou perigosas;
d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de centros de repouso e de férias,
em cooperação com organizações sociais;
e) A protecção das condições de trabalho e a garantia dos benefícios sociais dos
trabalhadores emigrantes;
f) A protecção das condições de trabalho dos trabalhadores estudantes.

[editar] Capítulo II: Direitos e deveres sociais


[editar] Artigo 63.º
Segurança social e solidariedade

1. Todos têm direito à segurança social.

2. Incumbe ao Estado organizar, coordenar e subsidiar um sistema de segurança social


unificado e descentralizado, com a participação das associações sindicais, de outras
organizações representativas dos trabalhadores e de associações representativas dos
demais beneficiários.

3. O sistema de segurança social protege os cidadãos na doença, velhice, invalidez,


viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de falta ou
diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho.

4. Todo o tempo de trabalho contribui, nos termos da lei, para o cálculo das pensões de
velhice e invalidez, independentemente do sector de actividade em que tiver sido
prestado.

5. O Estado apoia e fiscaliza, nos termos da lei, a actividade e o funcionamento das


instituições particulares de solidariedade social e de outras de reconhecido interesse
público sem carácter lucrativo, com vista à prossecução de objectivos de solidariedade
social consignados, nomeadamente, nesteartigo, na alínea b) do n.º 2 doartigo 67.º,
noartigo 69.º, na alínea e) do n.º 1 doartigo 70.º e nosartigos 71.º e 72.º.

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