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1. jacy monteiro:
tinha o tempo grande quantidade de vozes no negócio, algumas majestosas e lentas
conforme lhes convinha à venerável idade; outras gárrulas e pressurosas. todas
marcavam os segundos em coro complicado de tique-taques. de repente os passos de
um menino que corria pesadamente sobre a calçada cobriram aqueles pequenos sons e
trouxeram markheim de sobressalto à consciência do lugar em que se achava. olhou
em roda espantado. a candeia estava colocada sobre o banco e a chama oscilava
solenemente à corrente de ar; e com aquele insignificante movimento a sala inteira
enchia-se de muda agitação fazendo-a ondear como o mar. as sombras longas anuíam;
as largas manchas de escuridão dilatavam-se e restringiam-se como a respiração, os
rostos dos retratos e os ídolos de porcelana mudavam e ondeavam como imagens sobre
a água. a porta interior estava meio aberta e mostrava-se apenas naquele exército
de sombras por longa estria de luz como dedo acusador. (p. 186)
2. pietro nassetti:
tinha o tempo grande quantidade de vozes na loja, algumas majestosas e lentas
conforme lhes convinha à venerável idade; outras, tagarelas e impacientes. todas
marcavam os segundos em coro complicado de tique-taques. repentinamente, os passos
de um menino que corria pesadamente sobre a calçada cobriram aqueles pequenos sons
e trouxeram markheim de sobressalto à consciência do lugar em que se achava.
espantado, olhou em redor. a candeia estava colocada sobre o banco e a chama
oscilava solenemente à corrente de ar; e com aquele insignificante movimento a
sala inteira enchia-se de muda agitação, fazendo-a ondear como o mar. as sombras
longas anuíam; as largas manchas de escuridão dilatavam-se e restringiam-se como a
respiração, os rostos dos retratos e as estátuas de porcelana mudavam e ondeavam
como imagens sobre a água. a porta interior estava meio aberta e mostrava-se
apenas naquele exército de sombras por longa aresta de luz tal qual dedo acusador.
(p. 92)
1. jacy monteiro:
mas já estava tão agitado por outros receios que, enquanto uma parte da mente
ainda estava vigilante e aguda, a outra tremia no limiar da loucura. apoderava-se
dele certa alucinação de maneira particular. o vizinho que, de rosto branco,
escutava perto da janela, o passante que parava na calçada preso de dúvida
terrível... podiam pelo menos suspeitar, mas não saber; através das paredes de
tijolo e das janelas fechadas, somente os sons podiam penetrar. (p. 189)
2. pietro nassetti:
entretanto já estava tão agitado por outros receios que, enquanto uma parte da
mente ainda estava vigilante e aguda, a outra tremia no limiar da loucura. certa
alucinação tomara conta dele de maneira particular. o vizinho que, de rosto
branco, escutava perto da janela, o passante que parava na calçada preso de dúvida
terrível... podiam pelo menos suspeitar, mas não saber; através das paredes de
tijolo e das janelas fechadas, somente os sons podiam penetrar. (p. 94)
1. jacy monteiro:
a luz débil e nublada do dia caía indistintamente sobre o soalho nu e sobre a
escada, sobre a armadura brilhante ereta com a alabarda na mão sobre o primeiro
patamar, e sobre os entalhes profundos e sobre os quadros emoldurados, pendentes
dos painéis amarelos da tapeçaria. o barulho da chuva por toda a casa era tão
forte que começou, aos ouvidos de markheim, a subdividir-se em muitos sons
diversos. rumor de pés e suspiros, passo cadenciado de regimentos que marchavam ao
longe, tilintar de moedas sobre o balcão, e o chiar de portas fechadas
furtivamente parecia misturarem-se com o bater das gotas sobre a cúpula e o
escorrer da água nos canos. (pp. 193-94)
2. pietro nassetti:
a luz fraca e nublada do dia caía indistintamente sobre o soalho nu e sobre a
escada, sobre a armadura brilhante ereta com a alabarda na mão sobre o primeiro
patamar, e sobre os entalhes profundos e sobre os quadros emoldurados, pendentes
dos painéis amarelos da tapeçaria. o barulho da chuva por toda a casa era tão
forte que começou, aos ouvidos de markheim, a subdividir-se em muitos sons
diversos. som de pés e suspiros, passo cadenciado de regimentos que marchavam ao
longe, tilintar de moedas sobre o balcão, e o chiar de portas fechadas
furtivamente parecia misturarem-se com o bater das gotas sobre a cúpula e o
escorrer da água nos canos. (p. 96)
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respondendo a consultas:
não, o plágio nunca prescreve.
é crime imprescritível.
imagem: http://cleacroche.blogspot.com
1. eis uma instituição dos antigos da qual não podemos formar idéia através do
direito de propriedade no mundo moderno. os antigos basearam o direito de
propriedade em princípios diferentes dos das gerações presentes; e daqui resulta
serem as leis que o garantiram sensivelmente diversas das nossas.
2. eis uma instituição dos antigos da qual não podemos formar idéia através do
direito de propriedade no mundo moderno. os antigos alicerçaram o direito de
propriedade em princípios diferentes dos das gerações presentes; e daqui resulta
serem as leis que o garantiram bem diversas das nossas.
On sait qu’il y a des races qui ne sont jamais arrivées à établir chez elles la
propriété privée ; d’autres n’y sont parvenues qu’à la longue et péniblement. Ce
n’est pas, en effet, un facile problème, à l’origine des sociétés, de savoir si
l’individu peut s’approprier le sol et établir un si fort lien entre son être et
une part de terre qu’il puisse dire : Cette terre est mienne, cette terre est
comme une partie de moi. Les Tartares conçoivent le droit de propriété quand il
s’agit des troupeaux, et ne le comprennent plus quand il s’agit du sol. Chez les
anciens Germains, suivant quelques auteurs, la terre n’appartenait à personne ;
chaque année la tribu assignait à chacun de ses membres un lot à cultiver, et on
changeait de lot l’année suivante. Le Germain était propriétaire de la moisson ;
il ne l’était pas de la terre. Il en est encore de même dans une partie de la race
sémitique et chez quelques peuples slaves.
Or, entre ces dieux et le sol, les hommes des anciens âges voyaient un rapport
mystérieux. Prenons d’abord le foyer : cet autel est le symbole de la vie
sédentaire ; son nom seul l’indique 1. Il doit être posé sur le sol ; une fois
posé, on ne doit plus le changer de place. Le dieu de la famille veut avoir une
demeure fixe ; matériellement, il est difficile de transporter la pierre sur
laquelle il brille ; religieusement, cela est plus difficile encore et n’est
permis à l’homme que si la dure nécessité le presse, si un ennemi le chasse ou si
la terre ne peut pas le nourrir. Quand on pose le foyer, c’est avec la pensée et
l’espérance qu’il restera toujours à cette même place. Le dieu s’installe là, non
pas pour un jour, non pas même pour une vie d’homme, mais pour tout le temps que
cette famille durera et qu’il restera quelqu’un pour entretenir sa flamme par le
sacrifice. Ainsi le foyer prend possession du sol; cette part de terre, il la fait
sienne ; elle est sa propriété.
Et la famille, qui par devoir et par religion reste toujours groupée autour de son
autel, se fixe au sol comme l’autel lui-même. L’idée de domicile vient
naturellement. La famille est attachée au foyer, le foyer l’est au sol ; une
relation étroite s’établit donc entre le sol et la famille. Là doit être sa
demeure permanente, qu’elle ne songera pas à quitter, à moins qu’une force
supérieure ne l’y contraigne. Comme le foyer, elle occupera toujours cette place.
Cette place lui appartient ; elle est sa propriété, propriété non d’un homme
seulement, mais d’une famille dont les différents membres doivent venir l’un après
l’autre naître et mourir là.
Suivons les idées des anciens. Deux foyers représentent des divinités distinctes,
qui ne s’unissent et qui ne se confondent jamais ; cela est si vrai que le mariage
même entre deux familles n’établit pas d’alliance entre leurs dieux. Le foyer doit
être isolé, c’est-à-dire séparé nettement de tout ce qui n’est pas lui [...] Cette
enceinte tracée par la religion et protégée par elle est l’emblème le plus
certain, la marque la plus irrécusable du droit de propriété.
Il est résulté de ces vieilles règles religieuses que la vie en communauté n’a
jamais pu s’établir chez les anciens. Le phalanstère n’y a jamais été connu.
Pythagore même n’a pas réussi à établir des institutions auxquelles la religion
intime des hommes résistait.
1. ao árabe convém a tenda, ao tártaro o carro, mas para estas famílias, tendo um
lar doméstico, é necessária a morada fixa. à cabana de terra, ou de madeira,
sucedeu, dentro em pouco, a casa de pedra. esta casa não se construiu somente para
a vida dum homem, mas para uma família cujas gerações deviam suceder-se na mesma
habitação.
2. ao árabe convém a tenda, ao tártaro o carro, mas para estas famílias, tendo um
lar doméstico, é necessária a residência fixa. à cabana de terra ou de madeira,
seguiu-se, dentro em pouco, a casa de pedra. esta casa não se construiu apenas
para a vida de um homem, mas para uma família cujas gerações deviam suceder-se na
mesma habitação.
[livro 4, cap. i]
Jusqu’ici nous n’avons pas parlé des classes inférieures et nous n’avions pas à en
parler. Car il s’agissait de décrire l’organisme primitif de la cité, et les
classes inférieures ne comptaient absolument pour rien dans cet organisme. La cité
s’était constituée comme si ces classes n’eussent pas existé. Nous pouvions donc
attendre pour les étudier que nous fussions arrivés à l’époque des révolutions.
1. até aqui não falamos das classes inferiores, e nem mesmo havia ocasião para nos
referirmos a estas. e isto porque a finalidade era traçar a estrutura primitiva da
cidade, e as classes inferiores não tiveram importância absolutamente nenhuma
nesta organização. a cidade achava-se constituída como se estas classes não
existissem. podíamos reservar, portanto, seu estudo para quando chegássemos ao
período das revoluções.
2. até aqui não falamos ainda das classes inferiores, e nem mesmo havia ocasião
para nos referirmos a ela [sic], porque nossa finalidade era descrever a estrutura
primitiva da cidade, e as classes inferiores não tiveram nenhuma importância nessa
organização. a cidade constituíra-se como se estas classes não existissem. poderia
reservar-se, pois, o seu estudo para quando atingíssemos esse período de
revoluções.
Puis cette famille a des serviteurs, qui ne la quittent pas, qui sont attachés
héréditairement à elle, et sur lesquels le pater ou patron exerce la triple
autorité de maître, de magistrat et de prêtre. On les appelle de noms qui varient
suivant les lieux ; celui de clients et celui de thètes sont les plus connus.
1. depois, esta família tem servos que não a abandonam, servos hereditariamente
ligados à família e sobre os quais o pater ou patrono usa da sua tríplice
autoridade de senhor, de magistrado e de sacerdote. davam-lhes nomes diferentes,
segundo os lugares, embora os mais comumente conhecidos sejam os de clientes e
tetas.
2. depois, essa família tem servos que não a abandonam, servos hereditariamente
vinculados à família e sobre os quais o pater ou patrono exerce sua tríplice
autoridade de mestre, de magistrado e de sacerdote. davam-lhes nomes diferentes,
segundo as regiões, embora os mais comumente conhecidos sejam os de clientes e
tetas.
Cette classe, qui devint plus nombreuse à Rome que dans aucune autre cité, y était
appelée la plèbe. Il faut voir l’origine et le caractère de cette classe pour
comprendre le rôle qu’elle a joué dans l’histoire de la cité et de la famille chez
les anciens.
Les plébéiens n’étaient pas les clients ; les historiens de l’antiquité ne
confondent pas ces deux classes entre elles.
1. esta classe, mais numerosa em roma que em qualquer outra cidade, tinha aí o
nome de plebe. precisamos examinar a origem e o caráter desta classe para melhor
entender o papel, entre os antigos, desempenhado pela plebe na história da cidade
e da família.
os plebeus não eram clientes; os historiadores da antiguidade nunca confundiram
estas duas classes uma com a outra.
2. essa classe, mais numerosa em roma que em nenhuma outra cidade, tinha aí o nome
de plebe. precisamos examinar a origem e o caráter dessa classe para melhor
compreendermos o papel desempenhado pela plebe na história da cidade e da família
entre os antigos.
os plebeus não eram clientes; os historiadores da antiguidade nunca confundiram
estas duas classes uma com a outra.
Eis uma instituição dos antigos sobre a qual não devemos formar idéia pelo que
vemos a nosso redor. Os antigos basearam o direito de propriedade sobre princípios
que não são mais os das gerações presentes, e daqui resultou que as leis pelas
quais o garantiram são sensivelmente diversas das nossas.
Ora, entre esses deuses e o solo, os homens das épocas mais antigas divisavam uma
relação misteriosa. Tomemos, em primeiro lugar, o lar; esse altar é o símbolo da
vida sedentária, como o nome bem o indica. Deve ser colocado sobre a terra, e, uma
vez construído, não o devem mudar mais de lugar. O deus da família deseja possuir
morada fixa; materialmente, é difícil transportar a terra sobre a qual ele brilha;
religiosamente, isso é mais difícil ainda, e não é permitido ao homem senão quando
é premido pela dura necessidade, expulso por um inimigo, ou se a terra não o puder
sustentar por ser estéril. Quando se constrói o lar, é com o pensamento e a
esperança de que continue sempre no mesmo lugar. O deus ali se instala, não por um
dia, nem pelo espaço de uma vida humana, mas por todo o tempo em que dure essa
família, e enquanto restar alguém que alimente a chama do sacrifício. Assim o lar
toma posse da terra; essa parte da terra torna-se sua, é sua propriedade.
E a família, que por dever e por religião fica sempre agrupada ao redor desse
altar, fixa-se ao solo como o próprio altar. A idéia de domicílio surge
naturalmente. A família está ligada ao altar, o altar ao solo; estabelece-se
estreita relação entre a terra e a família. Aí deve ter sua morada permanente, que
jamais abandonará, a não ser quando obrigada por força superior. Como o lar, a
família ocupará sempre esse lugar. Esse lugar lhe pertence, é sua propriedade; e
não de um homem somente, mas de toda uma família, cujos diferentes membros devem,
um após outro, nascer e morrer ali.
A tenda convém ao árabe, o carro ao tártaro, mas uma família que tem um altar
doméstico precisa de uma casa que dure. À cabana de terra ou de madeira seguiu-se
logo a casa de pedra. E esta não foi construída somente para a vida de um homem,
mas para a família, cujas gerações deviam suceder-se na mesma morada.
Até aqui ainda não falamos das classes inferiores, nem tínhamos o que falar,
porque se tratava de descrever o organismo primitivo da cidade, e as classes
inferiores não tinham importância nenhuma em sua estrutura, A cidade constituíra-
se como se essas classes não existissem. Podíamos, portanto, esperar para estudá-
las quando chegássemos à época das revoluções.
Depois, essa família tem criados, que não a deixam, e que a ela estão ligados por
hereditariedade, e sobre as quais o pater, ou patrono, exerce a tríplice
autoridade de mestre, de magistrado e de sacerdote. Seus nomes variam de acordo
com os lugares; os mais conhecidos são os de clientes e tetas.
Essa classe, que se torna mais numerosa em Roma que em nenhuma outra cidade,
chamava-se ali de plebe. É preciso que vejamos a origem e o caráter dessa classe,
para compreendermos o papel que desempenhou na história da cidade e da família
entre os antigos.
Os plebeus não eram clientes; os historiadores da antiguidade não confundem essas
duas classes entre si
* existem outras traduções de a cidade antiga: edson bini (edipro, 1998), nélia
pinheiro padilha (juruá, 2002), joão cretella jr. e agnes cretella (revista dos
tribunais, 2003), aurélio barroso rebello e laura alves (pela própria ediouro,
2004), heloísa da graça burati (rideel, 2005), cf. http://www.bn.br/.
se a coisa tivesse parado lá pelos anos 70, época da publicação da hemus, eu nem
mexeria nisso. o problema é que essa fraude está aí próspera e viçosa, ainda em
catálogo da hemus, licenciada para a ediouro (a qual declarou que vai tomar as
providências cabíveis), e replagiada pelo intrépido claret, na mais autêntica
ciranda com o joão-bobo do leitor no meio.
resta ver o que a ediouro fará. seria uma vergonha que o maior grupo editorial do
país continuasse a abrigar lixo tóxico em seu catálogo.
imagens: o luto
ou
il y avait un jour de l'année, qui était chez les romains le 1er mars, où chaque
famille devait éteindre son feu sacré et en rallumer un autre aussitôt
apareça como:
1. havia determinado dia no ano, entre os romanos o primeiro de março, no qual
cada família devia apagar o seu fogo sagrado e reacender logo outro em seu lugar
2. havia determinado dia no ano, entre os romanos era o primeiro de março, no qual
cada família devia apagar seu fogo sagrado e reacender logo outro em seu lugar
3. havia certo dia no ano, que entre os romanos era o primeiro de março, em que
cada família devia extinguir o seu fogo sagrado para acender logo outro em seu
lugar
ou
le repas était l'acte religieux par excéllence
surja como:
1. considerava-se a refeição como o ato religioso por excelência
2. considerava-se o repasto como o ato religioso por excelência
3. o banquete era considerado o ato religioso por excelência
ou
le dieu y présidait. c'était lui qui avait cuit le pain et préparé les aliments;
aussi lui devait-on une prière au commencement et à la fin du repas
como:
1. o deus presidia. era o deus quem tinha cozido o pão e preparado os alimentos;
por isso se lhe devia uma oração no começo e outra no fim da refeição
2. o deus presidia. era o deus quem tinha cozido o pão e preparado os alimentos;
por isso se lhe devia uma oração no início e outra no fim da refeição
3. o deus presidia. era ele quem tinha cozido o pão e preparado os alimentos; por
isso era-lhe devida uma oração no começo e outra no fim da refeição
ou
on peut donc penser que le foyer domestique n'a été à l'origine que le symbole du
culte des morts
como:
1. é lícito julgar-se portanto ter sido o lar doméstico, na sua origem,
considerado como expressão do culto dos mortos
2. é lícito julgar-se, portanto, ter sido o fogo doméstico, em sua origem,
considerado como expressão do culto dos mortos
3. é lícito, pois, pensar ter sido o fogo doméstico, em sua origem, considerado
como expressão do culto dos mortos
então entrei em contato com a ediouro, para perguntar se por acaso andavam
plagiando o fernando de aguiar, aliás reeditado várias vezes pela martins fontes
pelo menos desde 1987, ou se tinham caído em algum conto do vigário. a posição da
ediouro foi muito clara: não, não plagiaram, a empresa não é afeita a tais
procedimentos. compraram em 1985 os direitos sob re a tradução da hemus, tomando-a
por boa, e tinham o contrato em mãos. bom, a explicação me pareceu satisfatória -
o que a ediouro vai fazer ou deixar de fazer com seu contrato, é problema dela.
para nós leitores, o importante é o livro honesto - e aí vai ser um abacaxi: três
edições da mesma obra com problema? ruim, hein?
é isso aí, dr. mamede: em tempos de tão aguda escassez de discernimento e clareza
de idéias, quem dera se multiplicassem as honestas vozes do bom senso.
imagem: www.78sclub.com
1. o CITRAT, além dos tais entendimentos telefônicos, resolveu enviar para toda a
sua mala direta a proposta da martin claret:
A
CITRAT-USP
At. Sandra Cunha
Conforme entendimentos por telefone, a Editora Martin Claret está procurando bons
tradutores, com o objetivo de pôr no mercado traduções cuidadosas, a partir da
língua original. O projeto abrange obras de Niezstche [sic], clássicos gregos e
latinos, literatura inglesa, francesa e russa.
Tendo conhecimento da excelência de alunos e professores desse Centro, gostaríamos
de propor uma parceria que, certamente, iria contribuir grandemente para a
divulgação da cultura em nosso país.
Atenciosamente,
Martin Claret
Diretor
2. até onde consigo entender, a usp é uma instituição pública, e não há autonomia
universitária capaz de justificar alguma eventual pretensão sua de não ter que
prestar contas de seus atos à sociedade. portanto escrevi ao CITRAT e a seu
diretor, o prof. John Milton:
boa tarde
várias pessoas já me repassaram e-mails que têm recebido do CITRAT em nome da
martin claret.
é realmente uma lástima que o CITRAT esteja se prestando ao papel de aliciador de
tradutores para a referida editora.
denise bottmann
From: CITRAT
To: 'Denise Bottmann'
Sent: Friday, April 17, 2009 3:52 PM
Desculpe Denise
Somente hoje fiquei sabendo o que ocorre com a Editora. Mas não estamos com
parceria com eles. Apenas redirecionamos o email.
Boa tarde,
SANDRA CUNHA
CITRAT/FFLCH/USP
Centro Interdepartamental de Tradução e Terminologia da Universidade de São Paulo
4. só hoje ficou sabendo, dona sandra? é rotina normal do CITRAT que sua
secretaria não repasse à sua diretoria as propostas de parceria que recebe, os
entendimentos telefônicos a que chega? é normal que saia por aí aliciando
tradutores cadastrados em sua mala direta sem o conhecimento da direção? pois
certamente a direção sabe muito bem, e de longa data, "o que ocorre com a
Editora". então de duas uma: ou a diretoria do CITRAT sabe e determinou à
secretaria que fizesse circular a proposta da martin claret entre sua mala direta,
ou a diretoria do CITRAT não sabe e a secretaria demonstrou grande e injustificada
irresponsabilidade, além de ter passado seu atestado de ignorância.
imagem: www.toonpool.com
achei uma pena que ela parecesse ter embarcado acriticamente na proposta da anl,
que abriga grandes e tradicionais livrarias, tipo saraiva, siciliano, nobel,
leitura etc. para criar uma reserva de mercado no setor, tabelando o livro por seu
preço cheio e acabando com descontos e promoções para os leitores.
fiquei confusa, e acabei achando que a libre poderia demarcar de maneira mais
explícita os limites de seu apoio à proposta do preço fixo cheio do livro. pois
não por acaso boa parte das supostas pequenas e médias livrarias associadas à anl
são também editoras que, aliás, não compartilham propriamente o perfil dos
associados da libre. a impressão que dá é que na proposta do preço cheio da anl
estão mesclados interesses editoriais incrustados, cuja principal preocupação é a
participação cada vez maior do capital internacional no setor -interesses estes
que se apresentam ao público e mesmo dentro do mundo do livro sob a fachada dos
problemas específicos enfrentados pelo segmento livreiro de pequeno e médio porte.
a nota de galeno amorim parece sinalizar que a anl está começando a colocar a
discussão onde deveria ter sido colocada desde o começo: não no legislativo, e sim
dentro de seu próprio setor, abrindo-se para vários desdobramentos interessantes.
aí sim ela poderá ser profícua e até conquistar maior apoio em geral.
imagem: www.alterinfo.net
milliet:
[5] Os que julgam sem regras uma obra estão em relação aos outros como os que não
têm relógios, em relação aos demais. Um diz: "Já passaram duas horas", o outro :
"Passaram apenas três quartos de hora". Olho o meu relógio, e digo a um: "Você
está se aborrecendo", e a outro: "O tempo anda depressa para você, pois passou
hora e meia". E zombo dos que dizem que o tempo custa a passar para mim, e que
julgo pela imaginação: não sabem que julgo pelo meu relógio.
bauduh:
[5] Aqueles que sem regras julgam uma obra estão, para os demais, como os que não
possuem relógios em relação aos outros. Um fala: "Passaram-se já duas horas", o
outro : "Passaram-se somente três quartos de hora". Consulto meu relógio e digo a
um: "Você está se aborrecendo", e a outro: "O tempo anda rapidamente para você,
pois passou-se hora e meia". E zombo dos que pensam custar o tempo a passar, para
mim, e que julgo pela imaginação: desconhecem que julgo por meu relógio.
depois o fulaninho deve ter cansado da brincadeira e foi tomar um café na esquina.
milliet:
[140] Esse homem tão abatido com a morte de sua mulher e de seu único filho e
sujeito ao tormento de tão grande dor, por que não está triste neste momento, e o
vemos tão isento destes pensamentos penosos e inquietantes? Não há motivo para
estranharmos: acabam de entregar-lhe uma bola e cabe-lhe atirá-la a seu
companheiro, e ei-lo a pegá-la de modo a marcar um
ponto.
bauduh:
[140] Esse homem tão abatido com a morte de sua mulher e de seu único filho e
sujeito ao tormento de tão grande dor, por que não está triste neste instante, e o
vemos tão desprovido de tais pensamentos dolorosos e inquietantes? Não há por que
estranhar: acabam de entregar-lhe uma bola e cabe-lhe atirá-la a seu companheiro,
e ei-lo a pegá-la de modo a marcar um ponto.
milliet:
[141] Ocupam-se os homens com uma bola ou uma lebre; esse é o prazer, inclusive
para os reis.
bauduh:
[141] Ocupam-se os homens com uma bola ou uma lebre; é esse o prazer, inclusive
para os reis.
milliet:
[162] Quem quiser conhecer por completo a vaidade do homem não tem senão que
considerar as causas e os efeitos do amor. A causa é um não sei o quê (Corneille)
e os efeitos são espantosos.
Esse não sei o quê, tão pouca coisa que não se pode reconhecê-lo, revolve toda a
terra, os príncipes, os exércitos, o mundo inteiro.
Se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais curto, toda a face da terra teria
mudado.
bauduh:
[162] Quem quiser conhecer por inteiro a vaidade do homem não tem senão que
considerar as causas e os efeitos do amor. A causa é um não-sei-quê (Corneille) e
os efeitos são assombrosos. Esse não-sei-quê, tão pouca coisa que não se pode
reconhecê-lo, revolve toda a terra, os príncipes, os exércitos, o mundo inteiro.
Se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais curto, toda a face da terra teria
mudado.
milliet:
[233] Vejamos. Já que é preciso escolher, vejamos o que menos vos interessa.
Tendes duas coisas a perder: a verdade e o bem; e duas coisas a empenhar: vossa
razão e vossa vontade, vosso conhecimento e vossa beatitude; e vossa natureza tem
que fugir de duas coisas: o erro e a miséria. Vossa razão não se sentirá mais
atingida por terdes escolhido uma coisa de preferência a outra, já que é preciso
necessariamente escolher. Eis um ponto liquidado. Mas, vossa beatitude? Pesemos o
ganho e a perda escolhendo a cruz, que é Deus. Consideremos esses dois casos: se
ganhardes, ganhareis tudo; se perderdes, não perdereis nada. Apostai, pois, que
ele existe, sem hesitar.
bauduh:
[233] Vejamos. Uma vez que é necessário escolher, vejamos o que menos vos
interessa . Tendes duas coisas a perder: a verdade e o bem; e duas coisas a
empenhar: vossa razão e vossa vontade, vosso conhecimento e vossa beatitude; e
vossa natureza tem que fugir de duas coisas: o erro e a miséria. Vossa razão não
se sentirá mais atingida por terdes escolhido uma coisa de preferência a outra,
pois é preciso necessariamente escolher. Eis um ponto liquidado. Mas, e vossa
beatitude? Pesemos o ganho e a perda escolhendo a cruz, que é Deus. Consideremos
esses dois casos: se ganhardes, ganhareis tudo; se perderdes, não perdereis nada.
Apostai, pois, que ele existe, sem hesitação.
milliet:
[245] Há três meios de crer: a razão, o costume, a inspiração. A religião cristã,
que é a única que tem razão, não admite como verdadeiros filhos os que crêem sem
inspiração: não que exclua a razão e o costume, ao contrário; mas é preciso abrir
o espírito às provas, assegurar-se destas pelo costume, oferecer-se pelas
humilhações às inspirações, que são as únicas que podem produzir o verdadeiro e
salutar efeito: Ne evacuetur crux Christi.
bauduh:
[245] Existem três meios de acreditar: a razão, o costume, a inspiração. A
religião cristã, [] a única que tem razão, não admite como verdadeiros filhos os
que crêem sem inspiração: não que exclua a razão e o costume, ao contrário; no
entanto, é preciso abrir o espírito às provas, delas assegurar-se pelo costume,
mas ofertar-se, pelas humilhações, às inspirações, que são as únicas que podem
produzir o verdadeiro e salutar efeito: Ne evacuetur crux Christi.
milliet:
[294] Haverá algo mais divertido do que um homem ter direito de me matar porque
mora do outro lado das águas, e porque o seu príncipe tem uma questão com o meu,
embora eu nada
tenha contra ele?
bauduh:
[294] Haverá algo mais divertido do que um homem ter direito de me matar porque
mora do outro lado das águas, e porque o seu príncipe tem uma questão com o meu,
embora eu nada tenha contra ele?
milliet:
[331] [Platão e Aristóteles] Se escreveram sobre política, foi como para pôr ordem
num hospício; e, se fizeram menção de falar dela como de uma grande coisa, é que
sabiam que os loucos a que falavam julgavam-se reis e imperadores; entravam nos
seus princípios para moderar a loucura deles na medida do possível.
bauduh:
[331] Se [Platão e Aristóteles] escreveram sobre política, foi como para pôr em
ordem um hospício; e, se fizeram menção de falar dela como de uma grande coisa, é
que sabiam que os loucos a que falavam julgavam ser reis e imperadores; entravam
nos seus princípios para moderar a loucura deles na medida do possível.
milliet:
[543] As provas metafísicas de Deus acham-se tão afastadas do raciocínio dos
homens e tão embrulhadas que pesam pouco; e, mesmo que isso servisse para alguns,
serviria apenas durante o instante em que vissem essa demonstração; mas, uma hora
depois, receariam ter-se enganado.
bauduh:
[543] As provas metafísicas de Deus encontram-se tão apartadas do raciocínio dos
homens e tão embrulhadas que pesam pouco; e, mesmo que isso valesse para alguns,
somente valeria no instante em que vissem essa demonstração; uma hora depois,
entretanto, receariam ter-se enganado.
é mais uma daquelas famosas "traduções feitas por renomados estudiosos e com
acabamento primoroso" que a nova (in)cultural impinge desde 1999 até hoje ao
incauto leitor. mas, como dizem, who cares?
viva a martin, viva a fbn/isbn, vivam as feiras do livro da usp, vivam todas as
escolas com suas teses e ementas de curso martinescas, vivam todos os solidários
claretianos! viva brasil!
em tempo: agradecemos à livraria cultura e às livrarias curitiba. todas as imagens
do slideshow com uma parte da superprodução nassettiana provêm de seus sites. viva
a elas também!
obs.: no caso das obras com discrepância de dados entre o isbn/fbn e o exemplar
impresso, as imagens são apenas a título ilustrativo e trazem a legenda "chapa
fria".
imagem: http://www.pipette.w1host.org/
reproduzo: "Notei que o site do domínio público tem como uma de suas instituições
parceiras a CultVox ('os melhores e-livros da internet'). Eles têm uma seção de
downloads gratuitos, que inclui vários clássicos, porém não há qualquer menção
sobre a tradução ou o tradutor. Quando indaguei o suporte deles sobre isso eles me
responderam que 'os e-livros grátis são doados de forma voluntária e não
costumamos indagar sobre a tradução'."
sim, a grandíssima maioria dos e-books em tradução para download gratuito não
costuma trazer o nome do tradutor. além disso, a grandíssima maioria dos e-books
em tradução para download gratuito, mesmo muitos que estão no portal do mec, não
está em domínio público.
por outro lado, a grande maioria desses e-books não traz nome de tradutor em parte
por acharem irrelevante, mas sobretudo como forma de se resguardarem. eis um
trecho do comentário de um docente sobre esse fenômeno: "Recentemente recebi um e-
mail de um aluno com um link para uma entrevista de Foucault na internet. Fui
conferir o link em um site chamado scribd.com [...]. Lá encontrei uma entrevista
de Foucault em português com cento e tantas páginas, mas sem identificação do
autor da entrevista, do tradutor, do editor original. E mais: quem pirateou o
texto declarava que havia suprimido propositalmente essas informações para
dificultar a identificação do original".
então entendo a coisa mais ou menos assim: fica uma espécie de ameaça difusa no ar
de que isso seria pirataria; por outro lado, as pessoas querem compartilhar e
compartilham mesmo; por outro lado ainda, os detentores desses direitos aceitam,
com seu silêncio, esse compartilhamento digital; finalmente, o governo dá seu aval
incluindo muitas dessas obras em seu portal. não se pode dizer que seja "pirata":
afinal todos os envolvidos estão de acordo, seja pelo silêncio, seja pela
iniciativa, seja pelo aval dado. mas sobre essas obras continua a pairar o
fantasma da ilegalidade, prejudicial para todos. afora a desinformação para o
público, para os pesquisadores é uma via crúcis tentar descobrir editor, tradutor
etc. dessas obras.
uma saída puntual seria pedir uma espécie de legalização do "usucapião" desses e-
books, de forma que ninguém seja penalizado, e que se possam incluir os dados de
identificação faltantes. outra possibilidade, e de maior alcance, seria que a
legislação finalmente autorizasse a disponibilização digital sem fins lucrativos,
para a sociedade, de obras esgotadas há mais de 3/5 anos, conforme sugestão do
grupo de estudos da fgv.
em tempo: há coisa de um ano atrás contatei o minc, o mec e o cultvox sobre esse
problema. a troca de correspondência se encontra aqui.
imagem: http://diariosdabicicleta.blogspot.com
é a fraude aristotelando por aí, e o público nem tem direito a catarse alguma.
https://www.ucpel.tche.br/sapu/mostradadosdisci.php3?coddisci=053406
www.infoescola.com/artes/tragedia/
www.fasete.edu.br/arquivos/file/secretaria/2008/LETRAS%202008%20PDF/IV%20PERÍODO/L
iteratura_Latina.pdf
http://sistemas1.usp.br:8080/fenixweb/fexDisciplina?sgldis=AUP5866
www.unesp.br/prograd/ix%20cepfe/Arquivos%202007/6CGerarPD.pdf
www.seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/6491/4873
www.seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/6491/4735
http://www4.mackenzie.com.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Doutorado/Letras/Cadernos/Vol
ume_4/009.pdf
www.revistafenix.pro.br/PDF10/ARTIGO7.SECAO%20LIVRE.Ana.Teresa.Contier.pdf
www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/ALDR-
6WEKBT/1/versao_final_junho.pdf
www.fasete.edu.br/arquivos/file/secretaria/2008/Planos_de_Curso20082/Letras/1º/Teo
ria%20da%20Literatura%20I.pdf
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/3545/2764
www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_07/04RAFAEL&MARCOS.pdf
http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/simone/edipo.doc
http://www6.mackenzie.br/inicie/1/SilvioDias.pdf.
www.fdj.com.br/graduacao/filosofia/ementario_e_bibliografia_filosofia.pdf
www.ip.usp.br/laboratorios/lapa/versaoportugues/2c4a.pdf
http://irece.ba.gov.br/livros.pdf.
http://publique.rdc.puc-rio.br/revistaalceu/media/alceu_n12_Freire.pdf
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1459
http://esade.phlnet.com.br/cgi-
bin/wxis.exe?IsisScript=phl8/003.xis&cipar=phl8.cip&bool=exp&opc=decorado&exp=ARTE
&code=&lang=
http://bch.phlnet.com.br/cgi-
bin/wxis.exe?IsisScript=phl8/003.xis&cipar=phl8.cip&bool=exp&opc=decorado&exp=ARIS
TOTELES&code=&lang= http://esmac.phlnet.com.br/cgi-
bin/wxis.exe?IsisScript=phl8/003.xis&cipar=phl8.cip&bool=exp&opc=decorado&exp=POET
ICA&code=&lang=
www.abralic.org.br/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/082/AMILTON_QUEIROZ.pdf
http://artigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1150213537_75.pdf
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000380274
www.intv.cefetce.br/connepi/viewpaper.php?id=1354
www.ufpe.br/pgletras/2006/dissertaoes/diss-savio-roberto.pdf
www.filosofianocotidiano.com.br/programa-filosofia-no-cotidiano-livros.php
www.dibib.ufsj.edu.br/dibib/principal/resultadofinal.pdf
www.filologia.org.br/cluerj-
sg/anais/v/completos%5Ccomunicacoes%5CVinicius%20Carvalh...
www.llv.cce.ufsc.br/ProjetoPedagSet2006.pdf
http://tede.biblioteca.ucg.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=82
http://ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1818
www.letraseletras.ileel.ufu.br/include/getdoc.php?id=384&article=101&mode=pdf
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/13432/1/disserta%C3%A7%C3%A3ogior
gia.pdf
www.estacio.br/publicacoes/redeletras/rededeletrasmar08.pdf
www.fflch.usp.br/df/site/posgraduacao/2006_mes/Fernando_Gazoni_A_Poetica_de_Aristo
teles.pdf www.unesp.br/prograd/ix%20cepfe/Arquivos%202007/6CGerarPD.pdf
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=925
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2861
http://ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1171
www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi-
bin/PRG_0599.EXE/7001_8.PDF?NrOcoSis=19920&CdLinPrg=pt
www.tede.ufsc.br/teses/PLIT0284-D.pdf
www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/SoaresMP.pdf
www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2714
www.bdtd.ndc.uff.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=905
www.letras.ufmg.br/hispanistas/hot/literatura_espanhola.pdf
www.bibliotecadigital.ufba.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=593
CAPÍTULO I
Da poesia e da imitação segundo os meios, o objeto e o modo de imitação
1. Nosso propósito é abordar a produção poética em si mesma e em seus diversos
gêneros, dizer qual a função de cada um deles, e como se deve construir a fábula
visando a conquista do belo poético; qual o número e natureza de suas diversas
partes, e também abordar os demais assuntos relativos a esta produção. Seguindo a
ordem natural, começaremos pelos pontos mais importantes.
2. A epopéia e a poesia trágica, assim como a comédia, a poesia ditirâmbica, a
maior parte da aulética e da citarística, consideradas em geral, todas se
enquadram nas artes de imitação.
3. Contudo há entre estes gêneros três diferenças: seus meios não são os mesmos,
nem os objetos que imitam, nem a maneira de os imitar.
4. Assim como alguns fazem imitações em modelo de cores e atitudes — uns com arte,
outros levados pela rotina, outros com a voz –, assim também, nas artes acima
indicadas, a imitação é produzida por meio do ritmo, da linguagem e da harmonia,
empregados separadamente ou em conjunto.
5. Apenas a aulética e a citarística utilizam a harmonia e o ritmo, mas também o
fazem algumas artes análogas em seu modo de expressão; por exemplo, o uso da
flauta de Pã.
6. A imitação pela dança, sem o concurso da harmonia, tem base no ritmo; com
efeito, é por atitudes rítmicas que o dançarino exprime os caracteres, as paixões,
as ações.
7. A epopéia serve-se da palavra simples e nua dos versos, quer mesclando metros
diferentes, quer atendo-se a um só tipo, como tem feito até ao presente.
8. Carecemos de uma denominação comum para classificar em conjunto os mimos de
Sófron e de Xenarco,
9. as imitações em trímetros, em versos elegíacos ou noutras espécies vizinhas de
metro.
10. Sem estabelecer relação entre gênero de composição e metro empregado, não é
possível chamar os autores de elegíacos, ou de épicos; para lhes atribuir o nome
de poetas, neste caso temos de considerar não o assunto tratado, mas
indistintamente o metro de que se servem.
11. Não se chama de poeta alguém que expôs em verso um assunto de medicina ou de
física! Entretanto nada de comum existe entre Homero e Empédocles, salvo a
presença do verso. Mais acertado é chamar poeta ao primeiro e, ao segundo,
fisiólogo.
12. De igual modo, se acontece que um autor, empregando todos os metros, produz
uma obra de
imitação, como fez Querémon no Centauro, rapsódia em que entram todos os metros,
convém que se lhe atribua o nome de poeta. É assim que se devem estabelecer as
definições nestas matérias.
13. Há gêneros que utilizam todos os meios de expressão acima indicados, isto é,
ritmo, canto, metro; assim procedem os autores de ditirambos, de nomos, de
tragédias, de comédias; a diferença entre eles consiste no emprego destes meios em
conjunto ou em separado.
14. Tais são as diferenças entre as artes que se propõem a imitação.
CAPÍTULO II
Diferentes espécies de poesia segundo os objetos imitados
Como a imitação se aplica aos atos das personagens e estas não podem ser senão
boas ou ruins (pois os caracteres dispõem-se quase nestas duas categorias apenas,
diferindo só pela prática do vício ou da virtude), daí resulta que as personagens
são representadas melhores, piores ou iguais a todos nós.
2. Assim fazem os poetas: Polignoto pintava tipos melhores; Páuson, piores; e
Dionísio, iguais a nós.
3. É evidente que cada uma das imitações de que falamos apresentará estas mesmas
diferenças, e também alguns aspectos exclusivos delas, porém inseridos na
classificação exposta.
4. Assim na dança, na aulética, na citarística, é possível encontrar estas
diferenças;
5. e também nas obras em prosa, nos versos não cantados. Por exemplo, Homero pinta
o homem melhor do que é; Cleofonte, tal qual é; Hegémon de Tasso, o primeiro autor
de paródias, e Nicócares, em sua Delíade, o pintam pior.
6. O caráter da imitação também existe no ditirambo e nos nomos, havendo neles a
mesma variedade possível, como em Os persas e Os ciclopes de Timóteo e Filóxeno.
7. É também essa diferença o que distingue a tragédia da comédia: uma se propõe
imitar os homens, representando-os piores; a outra os torna melhores do que são na
realidade.
CAPÍTULO III
Diferentes espécies de poesia segundo a maneira de imitar
Existe uma terceira diferença em relação à maneira de imitar cada um dos modelos.
2. Com efeito, é possível imitar os mesmos objetos nas mesmas situações e numa
simples narrativa, seja pela introdução de um terceiro personagem, como faz
Homero, seja insinuando-se a própria pessoa sem que intervenha outro personagem,
ou ainda apresentando a imitação com a ajuda de personagens que vemos agirem e
executarem as ações elas próprias.
3. A imitação é realizada segundo esses três aspectos, como dissemos no princípio,
a saber: os meios, os objetos, a maneira.
4. Sófocles, por um lado, imita à maneira de Homero, pois ambos representam homens
melhores; entretanto ele também imita à maneira de Aristófanes, visto ambos
apresentarem a imitação usando personagens que agem perante os espectadores.. Daí
que alguns chamem a essas obras dramas, porque fazem aparecer e agir as próprias
personagens.
5. Disto procede igualmente que os dórios atribuem a si a invenção da tragédia e
da comédia; e os megarenses também se arrogam a invenção da comédia, como fruto de
seu regime democrático; e além desses, também os sicilianos se acham inventores da
comédia, por serem compatriotas do poeta Epicarmo, que viveu muito antes de
Crônidas e de Magnete. A criação da comédia é também reclamada pelos peloponésios,
que invocam os nomes usados para denominá-la com palavras de seu dialeto, para
argumentar ser esta a razão por que a comédia é invenção deles.
6. Pretendem que entre eles a aldeia se chama cvma, enquanto os atenienses a
denominam dhmoz , donde resulta que os comediantes derivam o nome da comédia, não
do verbo cwmazeiu (celebrar uma festa com danças e cantos), mas de outro fato: por
serem desprezados na cidade, eles andam de aldeia em aldeia.
Quanto ao verbo agir, que entre eles se diz drau, os atenienses exprimem-no por
pratteiu.
7. É bastante o dito, sobre as diferenças da imitação, quanto a seu número e
natureza.
CAPÍTULO I
Da poesia e da imitação segundo os meios, o objeto e o modo de imitação
Propomo-nos tratar da produção poética em si mesma e de seus diversos gêneros,
dizer qual a função de cada um deles, como se deve construir a fábula, no intuito
de obter o belo poético; qual o número e natureza de suas diversas partes, e falar
igualmente dos demais assuntos relativos a esta produção. Seguindo a ordem
natural, começaremos pelos [] mais importantes. A epopéia e a poesia trágica, e
também a comédia, a poesia ditirâmbica, a maior parte da aulética e da
citarística, consideradas em geral, todas se enquadram nas artes de imitação.
Contudo há entre estes gêneros três diferenças: seus meios não são os mesmos, nem
os objetos que imitam, nem a maneira de os imitar. Do mesmo modo que alguns fazem
imitações segundo um modelo com cores e atitudes — uns com arte, outros levados
pela rotina, outros com a voz; assim também, nas artes acima indicadas, a imitação
é produzida por meio do ritmo, da linguagem e da harmonia, empregados
separadamente ou em conjunto. Utilizam a harmonia e o ritmo só a aulética e a
citarística, bem como as demais artes análogas em seu modo de expressão, por
exemplo, a flauta de Pã. No ritmo, sem o concurso da harmonia, consiste a imitação
pela dança; com efeito, é por atitudes rítmicas que o dançarino exprime os
caracteres, as paixões, as ações. A epopéia serve-se unicamente da palavra simples
e nua dos versos, quer mesclando diferentes metros, quer atendo-se a um só tipo,
como o tem feito até ao presente. Carecemos de uma denominação comum para
classificar em conjunto os mimos de Sófron e de Xenarco, as imitações em
trímetros, em versos elegíacos ou noutras espécies de metro vizinhas. A não ser
estabelecendo uma relação entre tal gênero de composição e o metro empregado, não
se denominam os autores ou elegíacos ou épicos; dando-lhes este nome de poetas,
não segundo o assunto tratado, mas indistintamente segundo o metro de que se
servem. Não acontece que, por se ter exposto em verso um assunto de medicina ou de
física, se é chamado correntemente de poeta! Entretanto nada de comum existe entre
Homero e Empédocles, salvo a presença do verso. Mais acertado é chamar poeta ao
primeiro e, ao segundo, fisiólogo, mais do que poeta. De igual modo, se acontece
que um autor, empregando todos os metros, produz uma obra de imitação, como fez
Querémon no Centauro, rapsódia em que entram todos os metros, convém que se lhe
atribua o nome de poeta. É assim que nestas matérias se devem estabelecer as
definições. Há gêneros que se utilizam de todos os meios de expressão acima
indicados, isto é, do ritmo, do canto, do metro; assim procedem os autores de
ditirambos, de nomos, de tragédia, de comédias; a diferença entre eles consiste no
emprego destes meios em conjunto ou em separado. Tais são as diferenças entre as
artes que se propõe a imitação.
CAPÍTULO II
Diferentes espécies de poesia segundo os objetos imitados
Como a imitação se aplica aos atos das personagens e estes não podem ser senão
bons ou maus (pois os caracteres dispõem-se quase só nestas duas categorias,
diferindo apenas pela prática do vício ou da virtude), daí resulta que as
personagens são representadas ou melhores ou piores ou iguais a todos nós. Assim
fazem os poetas: Polignoto pintava tipos melhores; Páuson, piores; e Dionísio,
tais quais são. 3. É evidente que cada uma das imitações de que falamos
apresentará estas mesmas diferenças, e também [] aspectos diversos segundo esta
variedade. Assim na dança, na aulética, na citarística, é possível encontrar estas
diferenças e também nas obras em prosa, nos versos não cantados; por exemplo,
Homero pinta o homem melhor do que é; Cleofonte, tal qual é; Hegémon de Taso, o
primeiro autor de paródias, e Nicócares, em sua Delíade, o pintam pior. O mesmo
caráter da imitação [] no ditirambo e nos nomos, e a mesma possibilidade de
imitação, como em Os persas e Os ciclopes de Timóteo e de Filóxeno. A mesma
diferença [] distingue a tragédia da comédia: uma propõe-se imitar os homens,
representando-os piores, a outra [] melhores do que são na realidade.
CAPÍTULO III
Diferentes espécies de poesia segundo a maneira de imitar
Existe uma terceira diferença, segundo a maneira de imitar cada um dos modelos.
Com efeito é possível imitar os mesmos objetos nas mesmas situações, numa simples
narrativa ou pela introdução de um terceiro [], como faz Homero, ou insinuando-se
a própria pessoa sem que intervenha outra personagem, ou ainda apresentando a
imitação com a ajuda de personagens que vemos agirem e executarem as ações elas
próprias. A imitação produz-se segundo esses três modos, como dissemos ao
princípio, a saber: os meios, os objetos, a maneira. Sófocles, de um lado, imita à
maneira de Homero, pois ambos representam homens melhores; de outro lado, ele
também imita à maneira de Aristófanes, visto ambos apresentarem a imitação por
personagens em ação diante de nós. Daí vem que alguns chamam a essas obras dramas,
porque fazem aparecer e agir as próprias personagens. Daí procede igualmente que
os dórios atribuem a si a invenção da tragédia e da comédia; os megarenses se
arrogam a invenção da comédia, como fruto de seu regime democrático, e também os
sicilianos, enquanto compatriotas do poeta Epicarmo, que viveu muito antes de
Crônidas e de Magnete. A [] comédia é também reclamada pelos peloponésios, que
invocam a semelhança dos nomes []. Pretendem que entre eles a aldeia se chama
κομα, ao passo que os atenienses a denominam δεμοσ , donde resulta que os
comediantes derivam o nome da comédia, não do verbo κομαχειν (celebrar uma festa
com danças e cantos), mas de que, por serem desprezados na cidade, andam de aldeia
em aldeia. Quanto ao verbo agir, que entre eles se diz δραν, os atenienses
exprimem-no por πραττειν. Baste o dito, acerca das diferenças da imitação, quanto
a seu número e natureza.
todo mundo já reclama que livro é caro no brasil, e agora tem livreiro que quer
acabar com desconto e promoção, porque acha que desse jeito leva prejuízo?!
Preço fixo: ameaça de retrocesso
Claudio Willer
Não tive mais notícias desse projeto. Dei a iniciativa como extinta, pelo
interesse restrito. No entanto, eis que ela reaparece; conforme o blogue noticioso
mantido por Galeno Amorim: haverá audiência pública no Congresso para debatê-lo,
neste dia 2 de abril. Por isso, solicito divulgação para alguns argumentos
contrários a esse projeto:
3 - O preço fixo em livros é adotado na França, pelo que sei; mas não na
Inglaterra e outros países. Não por acaso, comparado a um centro livreiro do porte
daquele da Charing Cross Road em Londres, o mercado livreiro parisiense é
irrisório. Grandes organizações do comércio de livros, a exemplo da Amazon, fazem
ofertas e dão descontos, prodigamente. Há motivos para desconfiar que a aprovação
de um dispositivo desses no Brasil seria aberrante, colocando-nos no contrafluxo
de lugares onde prospera o comércio de livros.
4 - Será mais uma lei inócua. Quem irá fiscalizá-la? Livreiros continuarão dando
descontos à vontade; bastará não anunciá-los. E os sebos e alfarrábios, também
serão tabelados? E as pontas de estoque de grandes editoras, despejadas em bancas
e outros lugares a R$ 9,90? E as feiras de livros promovidas por editoras, como
aquela da USP, com preços reduzidos, chances para que estudantes e demais
interessados possam comprar livros? E as boas políticas de fidelização de clientes
de algumas livrarias, com descontos proporcionais ao volume de compras, assim
estimulando-as? Uma lei dessas será um retrocesso com relação ao que vem ocorrendo
de bom para facilitar e democratizar o acesso ao livro.
1. paulo m. oliveira
Por conseguinte, gostarás agora, não só de aceitar de bom grado esta minha pequena
arenga, como um presente do teu bom amigo, mas também de colocá-la sob o teu
patrocínio, como coisa sagrada para ti e, na verdade, mais tua do que minha. Já
prevejo que não faltarão detratores para insurgir-se contra ela, acusando-a de
frivolidade indigna de um teólogo, de sátira indecente para a moderação cristã, em
suma, clamando e cacarejando contra o fato de eu ter ressuscitado a antiga comédia
e, qual novo Luciano, ter magoado a todos sem piedade. Mas, os que se desgostarem
com a ligeireza do argumento e com o seu ridículo devem ficar avisados de que não
sou eu o seu autor, pois que com o seu uso se familiarizaram numerosos grandes
homens. Com efeito, muitos séculos antes, Homero escreveu a sua Batraquiomaquia,
Virgílio cantou o mosquito e a amoreira, e Ovídio a nogueira; Polícrates chegou a
fazer o elogio de Busiris, mais tarde impugnado e corrigido por Isócrates; Glauco
enalteceu a injustiça, o filósofo Favorino louvou Tersites e a febre quartã;
Sinésio a calvície e Luciano a mosca parasita; finalmente, Sêneca ridicularizou a
apoteose de Cláudio, Plutarco escreveu o diálogo do grilo com Ulisses, Luciano e
Apuleio falaram do burro; e um tal Grunnio Corocotta fez o testamento do porco,
citado por São
Jerônimo. Saibam, pois, esses censores que também, para divertir-me, já joguei
xadrez e montei em cavalo de pau, como um menino. Na verdade, haverá maior
injustiça do que, sendo permitida uma brincadeira adequada a cada idade e
condição, não poder pilheriar um literato, principalmente quando a pilhéria tem um
fundo de seriedade, sendo as facécias manejadas apenas como disfarce, de forma que
quem as lê, quando não seja um solene bobalhão, mas possua algum faro, encontre
nelas ainda mais proveito do que em profundos e luminosos temas? Que dizer, então,
de alguém que, com um longo discurso, depois de muito estudar e fatigar as costas
elogiasse a retórica ou a filosofia? Ou de alguém que escrevesse o elogio de um
príncipe, outro uma exortação contra os turcos, outro fizesse horóscopos e
predições baseado nos planetas, outro questões de lana caprina e investigações
futilíssimas? Portanto, assim como não há nada mais inepto do que abordar graves
argumentos puerilmente, assim também é bastante agradável e plausível tratar de
igual forma as pilhérias, não têm aqui outro objetivo senão o de pilheriar.
Quanto a mim, deixo que os outros julguem esta minha tagarelice; mas, se o meu
amor-próprio não deixar que eu o perceba, contentar-me-ei de ter elogiado a
Loucura sem estar inteiramente louco. Quanto à imputação de sarcasmo, não deixarei
de dizer que há muito tempo existe a liberdade de estilo com a qual se zomba da
maneira por que vive e conversa o homem, a não ser que se caia no cinismo e no
veneno. Assim, pergunto se se deve estimar o que magoa, ou antes o que ensina e
instrui, censurando a vida e os costumes humanos, sem pessoalmente ferir ninguém.
Se assim não fosse, precisaria eu mesmo fazer uma sátira a meu respeito, com todas
as particularidades que atribuo aos outros. Além disso, quem se insurge em geral
contra todos os aspectos da vida não deve ser inimigo de ninguém, mas unicamente
do vício em toda a sua extensão e totalidade. Se houver, pois, alguém que se sinta
ofendido por isso, deverá procurar descobrir as suas próprias mazelas, porque, do
contrário, se tornará suspeito ao mostrar receio de ser objeto da minha censura.
Muito mais livre e acerbo nesse gênero literário foi São Jerônimo, que nem sequer
perdoava os nomes das pessoas! Nós, porém, além de calarmos absolutamente os
nomes, temperámos o estilo, de forma que o leitor honesto verá por si mesmo que o
meu propósito foi mais divertir do que magoar. Seguindo o exemplo de Juvenal, em
nenhum ponto tocámos na oculta cloaca de vícios da humanidade, nem relevámos as
suas torpezas e infâmias, limitando-nos a mostrar o que nos pareceu ridículo. Se,
apesar de tudo, ainda houver ranzinzas e descontentes, que ao menos observem como
é bonito e vantajoso ser acusado de loucura. Com efeito, na boca da que trouxemos
à cena e fizemos falar, foi necessário pôr os juízos e as palavras que mais se
coadunam com o seu caráter.
Mas, para que hei de te dizer todas essas coisas, se és emérito advogado, capaz de
defender egregiamente mesmo as causas menos favoráveis?
Sem mais, eloqüentíssimo More, estimo que estejas são e tomes animosamente a parte
de tua loucura.
2. pietro nassetti até 2000; depois, alex marins até final de 2008
Por conseguinte, gostarás agora, não só de aceitar de bom grado esta minha pequena
arenga, como um presente do teu bom amigo, mas também de colocá-la sob o teu
patrocínio, como coisa sagrada para ti e, na verdade, mais tua do que minha. Já
prevejo que não faltarão detratores para insurgir-se contra ela, acusando-a de
frivolidade indigna de um teólogo, de sátira indecente para a moderação cristã, em
suma, clamando e cacarejando contra o fato de eu ter ressuscitado a antiga comédia
e, qual novo Luciano, ter magoado a todos sem piedade. Mas, os que se desgostarem
com a ligeireza do argumento e com o seu ridículo devem ficar avisados de que não
sou eu o seu autor, pois que com o seu uso se familiarizaram numerosos grandes
homens. Com efeito, muitos séculos antes, Homero escreveu a sua Batraquiomaquia,
Virgílio cantou o mosquito e a amoreira, e Ovídio a nogueira; Polícrates chegou a
fazer o elogio de Busiris, mais tarde impugnado e corrigido por Isócrates; Glauco
enalteceu a injustiça, o filósofo Favorino louvou Tersites e a febre quartã;
Sinésio a calvície e Luciano a mosca parasita; finalmente, Sêneca ridicularizou a
apoteose de Cláudio, Plutarco escreveu o diálogo do grilo com Ulisses, Luciano e
Apuleio falaram do burro; e um tal Grunnio Corocotta fez o testamento do porco,
citado por São Jerônimo. Saibam, pois, esses censores que também, para divertir-
me, já joguei xadrez e montei em cavalo de pau, como um menino. Na verdade, haverá
maior injustiça do que, sendo permitida uma brincadeira adequada a cada idade e
condição, não poder pilheriar um literato, principalmente quando a pilhéria tem um
fundo de seriedade, sendo as facécias manejadas apenas como disfarce, de forma que
quem as lê, quando não seja um solene bobalhão, mas possua algum faro, encontre
nelas ainda mais proveito do que em profundos e luminosos temas? Que dizer, então,
de alguém que, com um longo discurso, depois de muito estudar e fatigar as costas
elogiasse a retórica ou a filosofia? Ou de alguém que escrevesse o elogio de um
príncipe, outro uma exortação contra os turcos, outro fizesse horóscopos e
predições baseado nos planetas, outro questões de lana caprina e investigações
futilíssimas? Portanto, assim como não há nada mais inepto do que abordar graves
argumentos puerilmente, assim também é bastante agradável e plausível tratar de
igual forma as pilhérias, não têm aqui outro objetivo senão o de pilheriar. Quanto
a mim, deixo que os outros julguem esta minha tagarelice; mas, se o meu amor-
próprio não deixar que eu o perceba, contentar-me-ei de ter elogiado a Loucura sem
estar inteiramente louco. Quanto à imputação de sarcasmo, não deixarei de dizer
que há muito tempo existe a liberdade de estilo com a qual se zomba da maneira por
que vive e conversa o homem, a não ser que se caia no cinismo e no veneno. Assim,
pergunto se se deve estimar o que magoa, ou antes o que ensina e instrui,
censurando a vida e os costumes humanos, sem pessoalmente ferir ninguém. Se assim
não fosse, precisaria eu mesmo fazer uma sátira a meu respeito, com todas as
particularidades que atribuo aos outros. Além disso, quem se insurge em geral
contra todos os aspectos da vida não deve ser inimigo de ninguém, mas unicamente
do vício em toda a sua extensão e totalidade. Se houver, pois, alguém que se sinta
ofendido por isso, deverá procurar descobrir as suas próprias mazelas, porque, do
contrário, se tornará suspeito ao mostrar receio de ser objeto da minha censura.
Muito mais livre e acerbo nesse gênero literário foi São Jerônimo, que nem sequer
perdoava os nomes das pessoas! Nós, porém, além de calarmos absolutamente os
nomes, temperámos o estilo, de forma que o leitor honesto verá por si mesmo que o
meu propósito foi mais divertir do que magoar. Seguindo o exemplo de Juvenal, em
nenhum ponto tocámos na oculta cloaca de vícios da humanidade, nem relevámos as
suas torpezas e infâmias, limitando-nos a mostrar o que nos pareceu ridículo. Se,
apesar de tudo, ainda houver ranzinzas e descontentes, que ao menos observem como
é bonito e vantajoso ser acusado de loucura. Com efeito, na boca da que trouxemos
à cena e fizemos falar, foi necessário pôr os juízos e as palavras que mais se
coadunam com o seu caráter.
Mas, para que hei de te dizer todas essas coisas, se és emérito advogado, capaz de
defender egregiamente mesmo as causas menos favoráveis?
Sem mais, eloqüentíssimo More, estimo que estejas são e tomes animosamente a parte
de tua loucura.
tomara também que os fãs da chapa fria, tipo jardim dos livros (selo do grupo
geração), dêem um pulinho lá.
imagem: winkle, emoticon msn
Hamlet: Ser ou não ser, eis a questão! Que é mais nobre para o espírito: sofrer os
dardos e setas de um ultrajante fardo, ou tomar armas contra um mar de calamidades
para pôr-lhes fim, resistindo? Morrer... dormir; nada mais! E com o sono, dizem,
terminamos o pesar do coração e os mil naturais conflitos que constituem a herança
da carne! Que fim poderia ser mais devotadamente desejado? Morrer... dormir!
Dormir!... Talvez sonhar! Sim, eis aí a dificuldade! Porque é forçoso que nos
detenhamos a considerar que sonhos possam sobrevir, durante o sono da morte,
quando nos tenhamos libertado do torvelinho da vida. Aí está a reflexão que torna
uma calamidade a vida assim tão longa! Porque, senão, quem suportaria os ultrajes
e desdéns do tempo, a injúria do opressor, a afronta do soberbo, as angústias do
amor desprezado, a morosidade da lei, as insolências do poder e as humilhações que
o paciente mérito recebe do homem indigno, quando ele próprio pudesse encontrar
quietude com um simples estilete? Quem gostaria de suportar tão duras cargas,
gemendo e suando sob o peso de uma vida afanosa, se não fosse o temor de alguma
coisa depois da morte, região misteriosa de onde nenhum viajante jamais voltou,
confundindo nossa vontade e impelindo-nos a suportar aqueles males que nos
afligirem, ao invés de nos atirarmos a outros que desconhecemos? E é assim que a
consciência nos transforma em covardes e é assim que o primitivo verdor de nossas
resoluções se estiola na pálida sombra do pensamento e é assim que as empresas de
maior alento e importância, com tais reflexões, desviam seu curso e deixam de ter
o nome de ação.
Hamlet: Ser ou não ser, eis a questão! Que é mais nobre para alma: sofrer os
dardos e setas de um destino cruel, ou pegar em armas contra um mar de calamidades
para pôr-lhes fim, resistindo? Morrer... dormir; nada mais! E com o sono, dizem,
terminamos o pesar do coração e os inúmeros naturais conflitos que constituem a
herança de carne! Que fim poderia ser mais devotamente desejado? Morrer... []
Dormir!... Talvez sonhar! Sim, eis [] a dificuldade! Porque é forçoso que nos
detenhamos a considerar que sonhos possam sobrevir, durante o sono da morte,
quando nos tenhamos libertado do torvelinho da vida. Aí está a reflexão que dá à
desventura uma [sic!] vida assim tão longa! Pois, senão, quem suportaria os
insultos e desdéns do tempo, a injúria do opressor, a afronta do soberbo, as
angústias do amor desprezado, a morosidade da lei, as insolências do poder e as
humilhações que o paciente mérito recebe do homem indigno, quando ele próprio
pudesse encontrar repouso com um simples estilete? Quem gostaria de suportar tão
duras cargas, gemendo e suando sob o peso de uma vida afanosa, se não fosse o
temor de alguma coisa depois da morte, região misteriosa de onde nenhum viajante
jamais voltou, confundindo nossa vontade e impelindo-nos a suportar aqueles males
que nos afligirem, em vez de nos lançarmos a outros que desconhecemos? E é assim
que a consciência nos transforma em covardes, é assim que o primitivo verdor de
nossas resoluções se debilita na pálida sombra do pensamento e é assim que as
empresas de maior alento e importância, com semelhantes reflexões, desviam seu
curso e deixam de ter o nome de ação.
martin claret e rodolfo schaefer [de]formando nas escolas com a crítica da razão
prática, de kant:
www.fafich.ufmg.br/~labfil/wp-content/uploads/2008/12/kant.doc
www.al.rs.gov.br/biblioteca/servicos_aquisicoes.asp
www.colegiokant.com.br/kant/modulo/emmanuel_kant/index.php
http://jusvi.com/artigos/30173/2
www.ig.ufu.br/coloquio/textos/BARBOSA,%20Tulio.pdfwww.pucsp.br/pos/filosofia/Pragm
atismo/cognitio_estudos/cog_estudos_v4n1/cog_est_v4n1_freitas_lorena_de_m.pdf
www.fdc.br/Arquivos/Mestrado/Ementas/SemIntProjDiss.pdf
www.anped.org.br/reunioes/31ra/2poster/GT17-4576--Int.pdf
www.uefs.br/portal/downloads/secretaria/programas-de-
disciplinas/exa/EXA890.pdf/at_download/file
www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/salvador/aluizio_rodrigues_lana.pdf
www.franca.unesp.br/interno-cursos-Professorfilosofia.php
www.revistas.ufg.br/index.php/interacao/article/view/1393/2565
www.colegiodombosco.net/novo/downloadAnexo.php?type=artigo&id=2
www.amprs.org.br/arquivos/comunicao_noticia/sansroekelly.pdf
www.fafich.ufmg.br/~labfil/extratos-de-textos/extrato-de-textos-sobre-
racionalidade-e-desejo/
www.nwm.com.br/fapam/arquivospdf/arquivos2008/dirfilosofiajuridica1.pdf
www.corpofreudiano.com.br/txtteresinhacosta-Apiramidedasheresias-
aeticanaclinicapsicanaliticainfantil.rtf
www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-70772007000400009&script=sci_arttext
www.revistadafesp.com.br/revistas/revista_de_dialogos_cientificos.doc
www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20080425122255282
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-69092008000200003&script=sci_arttext
http://200.131.208.57:8000/cgi-bin/gw_45.../chameleon
www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/view/9913/9479
www.letras.ufrj.br/ciencialit/trabalhos/rogeriocarvalho_ciencia.pdf
http://bdtd.unisinos.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=298
www.dibib.ufsj.edu.br/dibib/principal/resultadofinal.pdf
LISTAGEM DE LIVROS DO EDITAL 2008 - COTADOS
www.bdtd.ufpe.br/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2104
http://200.131.208.57:8000/cgi-bin/gw.../chameleon?...4...
www.unit.br/biblioteca/2007/BOLETIM%20MAIO-JUN.pdf
www.bdtd.ufpe.br/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1539
www.unimar.br/pos/trabalhos/arquivos/e8922b8638926d9e888105b1db9a3c3c.pdf
http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/biblioteca_tcu/biblio
teca_digital/REVISTA0106.pdf
http://tede.ucs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=29
http://giga.ea.ufrgs.br/dissertacao_ivone_palma.PDF
http://ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=258
http://bdtd.furg.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=115
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/10593/1/rebeca_final.pdf
www.cpact.embrapa.br/teses/tese_heberle.pdf
imagem: www.fidep.com.br/
a anl diz representar 65% do setor livreiro no país (minha calculadora mental e
minha calculadora digital, as duas, devem andar com defeito: as contas delas deram
uma representatividade de 3,7%, mas que seja), por intermédio das pequenas e
médias livrarias. ok.
fui de novo dar uma olhada na lista das associadas da anl. e foi aí que caiu na
minha cabeça o tijolo da caipirice.
estou com o número de 2.700 livrarias na cabeça, que é a cifra apresentada pela
referida associação nacional das livrarias.
vi em seu site a lista das associadas. dei uma contada, são 100. não sou muito boa
em aritmética, mas nas minhas contas isso corresponderia a 3,7% do universo das
livrarias do país.
então o que significa esta frase no mesmo site: "A Associação, que representa
cerca de 65% do setor, através de livrarias de pequeno e médio porte"?
submarino
americanas
estante virtual
livronet
livraria do advogado
relativa
mercado livre
humanitas
leonardo da vinci
loyola
livrarias curitiba
fnac
cultura
travessa
saraiva
siciliano
galileu
martins
livraria da vila
imagem: http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/
imagem: http://thehypebr.blogspot.com
apresento abaixo morão, bertagnoli, "schaefer" e kant. é fácil ver que a base é o
texto de morão, e os enxertos feitos a partir de bertagnoli são evidentes. vou
colocar em destaque as transcrições mais curiosas de "schaefer", seja porque
repetem soluções de bertagnoli afastadas do original, seja porque, misturando as
duas fontes em português, acabam estropiando o sentido das frases.
Escólio
Admitindo-se que a razão pura possa conter em si um fundamento prático, isto é,
suficiente para a determinação da vontade, então existem leis práticas; mas se não
se admite isso, então todos os princípios práticos serão simples máximas. Em uma
vontade patologicamente afetada de um ser racional pode observar-se um conflito
entre as máximas diante das leis práticas* reconhecidas por ele mesmo. Por
exemplo, alguém pode adotar o axioma de não aceitar nenhum insulto sem vingá-lo e,
todavia, reconhecer que isso não constitui lei prática e sim apenas uma máxima
sua, e que, como regra para a vontade de todo ser racional, tal máxima não pode
concordar em si mesma em uma só e única máxima. No conhecimento da natureza, os
princípios do que ocorre (por exemplo, o princípio da igualdade da ação e da
reação na comunicação do movimento) são também leis da natureza, pois o uso da
razão está aí determinado teoricamente e pela constituição do objeto [Objekt]. No
conhecimento prático, isto é, naquele que se relaciona tão somente aos princípios
da determinação da vontade, os princípios que são feitos para si mesmo nem por
isso constituem ainda leis, às quais inevitavelmente se estaria submetido, porque
a razão na ordem prática refere-se ao sujeito, isto é, com a faculdade de desejar,
segundo cuja constituição especial a regra pode se estabelecer por muitos modos. A
regra prática é sempre um produto da razão, porque prescreve a ação como meio para
o efeito, considerado como intenção [Absicht]. Entretanto, para um ser no qual a
razão não é o único princípio da determinação da vontade, essa regra é um
imperativo, ou seja, é uma regra designada por um dever [Sollen], que exprime a
obrigação [Nötigung] objetiva da ação, e significa que, se a razão determinasse
completamente a vontade, a ação ocorreria inevitavelmente conforme tal regra.
Assim, os imperativos têm um valor objetivo e são inteiramente distintos das
máximas, enquanto estas são princípios subjetivos. Os imperativos determinam ou as
condições da causalidade do ser racional como causa eficiente, unicamente em
consideração do efeito e capacidade para produzi-lo, ou então determinam apenas a
vontade, seja ou não ela suficiente para o efeito. Os primeiros seriam imperativos
hipotéticos e conteriam simples preceitos de habilidade [Geschiscklichkeit]; os
segundos, ao contrário, seriam categóricos e unicamente leis práticas. Assim, as
máximas certamente são princípios [Grundsätze], mas não imperativos. Porém, os
próprios imperativos, quando condicionados, isto é, quando não determinam a
vontade apenas como vontade, mas somente em vista de um efeito desejado, ou seja,
quando são imperativos hipotéticos, constituem sem dúvida preceitos práticos, mas
não leis. Estas últimas devem determinar suficientemente a vontade, antes ainda
que eu indague se tenho a faculdade necessária para um efeito desejado, ou o que
devo fazer para produzir esse efeito; devem, conseqüentemente, ser categóricas,
pois caso contrário, não seriam leis, faltando-lhes a necessidade, a qual, se tem
de ser prática, tem de ser independente de condições patológicas e, por isso
mesmo, ligadas de modo contingente à vontade. Dizei a alguém, por exemplo, que
deve trabalhar e poupar na juventude para não sofrer necessidade na velhice: esse
é um preceito prático da vontade, ao mesmo tempo exato e importante. Vê-se
facilmente, porém, nesse caso, que a vontade é referente a alguma coisa diferente
de que se supõe ela o deseja*, devendo esse desejo ser deixado ao próprio agente,
pois talvez ele preveja alguma outra fonte de auxílio, além da fortuna por ele
próprio adquirida, ou não espera chegar a ser velho, ou pense que, se chegar a
ficar em um estado de privações, poderá satisfazer-se com pouco. A razão, da qual
unicamente pode sair toda regra que deve conter necessidade, inclui também nesse
seu preceito a necessidade (pois sem esta não seria nenhum imperativo); mas tal
necessidade só é condicionada subjetivamente e não cabe pressupor-se em grau
idêntico em todos os sujeitos. Todavia, para a sua legislação, exige-se que ela só
necessite pressupor-se a si mesma, porque a regra é objetiva e universalmente
verdadeira apenas se valer sem condições subjetivas, contingentes, que distinguem
um ser racional de outro. Ora, dizei a alguém que nunca deve fazer promessas
falsas: tal regra só é concernente à sua vontade; talvez os desígnios [Absichten]
que o homem deseje se realizem ou não mediante essa vontade; o simples querer é o
que deve ser determinado inteiramente a priori por essa regra. Se, todavia,
descobrir-se que tal regra é praticamente exata, então ela é uma lei, porque se
trata de um imperativo categórico. Conseqüentemente, as leis práticas referem-se
exclusivamente à vontade, sem ter em conta o que é feito pela sua causalidade,
podendo-se abstrair-se dessa causalidade (como pertencente ao mundo sensível) para
ter puras essas leis práticas.
* vê-se nestes dois casos que, na ânsia de disfarçar a mistura dos trechos de
morão e bertagnoli, as frases perderam qualquer sentido.
Erstes Buch Die Analytik der reinen praktischen Vernunft
Erstes Hauptstück
Von den Grundsätzen der reinen praktischen Vernunft
§1 Erklärung
Praktische Grundsätze sind Sätze, welche eine allgemeine Bestimmung des Willens
enthalten, die mehrere praktische Regeln unter sich hat. Sie sind subjektiv, oder
Maximen, wenn die Bedingung nur als für den Willen des Subjekts gültig von ihm
angesehen wird; objektiv aber, oder praktische Gesetze, wenn jene als objektiv
d.i. für den Willen jedes vernünftigen Wesens gültig erkannt wird.
Anmerkung
Wenn man annimmt, daß reine Vernunft einen praktisch d.i. zur Willensbestimmung
hinreichenden Grund in sich enthalten könne, so gibt es praktische Gesetze; wo
aber nicht, so werden alle praktischen Grundsätze bloße Maximen sein. In einem
pathologisch-affizierten Willen eines vernünftigen Wesens kann ein Widerstreit der
Maximen, wider die von ihm selbst erkannten praktischen Gesetze, angetroffen
werden. Z.B. es kann sich jemand zur Maxime machen, keine Beleidigung ungerächet
zu erdulden, und doch zugleich einsehen, daß dieses kein praktisches Gesetz,
sondern nur seine Maxime sei, dagegen, als Regel für den Willen eines jeden
vernünftigen Wesens, in einer und derselben Maxime, mit sich selbst nicht zusammen
stimmen könne. In der Naturerkenntnis sind die Prinzipien dessen, was geschieht,
(z.B. das Prinzip der Gleichheit der Wirkung und Gegenwirkung in der Mitteilung
der Bewegung) zugleich Gesetze der Natur; denn der Gebrauch der Vernunft ist dort
theoretisch und durch die Beschaffenheit des Objekts bestimmt. In der praktischen
Erkenntnis, d.i. derjenigen, welche es bloß mit Bestimmungsgründen des Willens zu
tun hat, sind Grundsätze, die man sich macht, darum noch nicht Gesetze, darunter
man unvermeidlich stehe, weil die Vernunft im Praktischen es mit dem Subjekte zu
tun hat, nämlich dem Begehrungsvermögen, nach dessen besonderer Beschaffenheit
sich die Regel vielfältig richten kann. – Die praktische Regel ist jederzeit ein
Produkt der Vernunft, weil sie Handlung, als Mittel zur Wirkung, als Absicht,
vorschreibt. Diese Regel ist aber für ein Wesen bei dem Vernunft nicht ganz allein
Bestimmungsgrund des Willens ist, ein Imperativ, d.i. eine Regel, die durch ein
Sollen, welches die objektive Nötigung der Handlung ausdrückt, bezeichnet wird,
und bedeutet, daß, wenn die Vernunft den Willen gänzlich bestimmte, die Handlung
unausbleiblich nach dieser Regel geschehen würde. Die Imperativen gelten also
objektiv, und sind von Maximen, als subjektiven Grundsätzen, gänzlich
unterschieden. Jene bestimmen aber entweder die Bedingungen der Kausalität des
vernünftigen Wesens, als wirkender Ursache, bloß in Ansehung der Wirkung und
Zulänglichkeit zu derselben, oder sie bestimmen nur den Willen, er mag zur Wirkung
hinreichend sein oder nicht. Die ersteren würden hypothetische Imperativen sein,
und bloße Vorschriften der Geschicklichkeit enthalten; die zweiten würden dagegen
kategorisch und allein praktische Gesetze sein. Maximen sind also zwar Grundsätze,
aber nicht Imperativen. Die Imperativen selber aber, wenn sie bedingt sind, d.i.
nicht den Willen schlechthin als Willen, sondern nur in Ansehung einer begehrten
Wirkung bestimmen, d.i. hypothetische Imperativen sind, sind zwar praktische
Vorschriften, aber keine Gesetze. Die letztern müssen den Willen als Willen, noch
ehe ich frage, ob ich gar das zu einer begehrten Wirkung erforderliche Vermögen
habe, oder was mir, um diese hervorzubringen, zu tun sei, hinreichend bestimmen,
mithin kategorisch sein, sonst sind es keine Gesetze; weil ihnen die Notwendigkeit
fehlt, welche, wenn sie praktisch sein soll, von pathologischen, mithin dem Willen
zufällig anklebenden Bedingungen, unabhängig sein muß. Saget jemandem, z.B. daß er
in der Jugend arbeiten und sparen müsse, um im Alter nicht zu darben: so ist
dieses eine richtige und zugleich wichtige praktische Vorschrift des Willens. Man
sieht aber leicht, daß der Wille hier auf etwas Anderes verwiesen werde, wovon man
voraussetzt, daß er es begehre, und dieses Begehren muß man ihm, dem Täter selbst,
überlassen, ob er noch andere Hilfsquellen, außer seinem selbst erworbenen
Vermögen, vorhersehe, oder ob er gar nicht hoffe alt zu werden, oder sich denkt im
Falle der Not dereinst schlecht behelfen zu können. Die Vernunft, aus der allein
alle Regel, die Notwendigkeit enthalten soll, entspringen kann, legt in diese ihre
Vorschrift zwar auch Notwendigkeit, (denn ohne das wäre sie kein Imperativ,) aber
diese ist nur subjektiv bedingt, und man kann sie nicht in allen Subjekten in
gleichem Grade voraussetzen. Zu ihrer Gesetzgebung aber wird erfordert, daß sie
bloß sich selbst vorauszusetzen bedürfe, weil die Regel nur alsdann objektiv und
allgemein gültig ist, wenn sie ohne zufällige, subjektive Bedingungen gilt, die
ein vernünftig Wesen von dem anderen unterscheiden. Nun sagt jemandem: er solle
niemals lügenhaft versprechen, so ist dies eine Regel, die bloß seinen Willen
betrifft; die Absichten, die der Mensch haben mag, mögen durch denselben erreicht
werden können, oder nicht; das bloße Wollen ist das, was durch jene Regel völlig a
priori bestimmt werden soll. Findet sich nun, daß diese Regel praktisch richtig
sei, so ist sie ein Gesetz, weil sie ein kategorischer Imperativ ist. Also
beziehen sich praktische Gesetze allein auf den Willen, unangesehen dessen, was
durch die Kausalität desselben ausgerichtet wird, und man kann von der letztern
(als zur Sinnenwelt gehörig) abstrahieren, um sie rein zu haben.
além do mais, tenho a impressão de que hoje em dia nem mais o pãozinho é tabelado
no brasil. querem tabelar o livro?! sei não, parece que, como sempre, vai acabar
sobrando para o leitor/cidadão. como não tenho a menor simpatia pelo absenteísmo
de cbls, anls etcls. na questão dos plágios, da desonestidade editorial e da
responsabilidade solidária das livrarias, talvez possa haver aí um certo parti-
pris meu contra qualquer proposta dessa gente conivente com os crimes de
concorrência desleal, lesa-patrimônio, falsidade ideológica, falsificação de
produtos, ludibrio do consumidor/leitor, abuso da boa-fé da sociedade etc. que
assolam o mundo do livro.
em todo caso, isso de tentar salvar o barco que está afundando propondo medidas
unilaterais nunca deu certo em lugar nenhum. é ilusão pensar que a simpática e
aconchegante livrariazinha familiar, com o preço do livro tabelado, conseguirá
fazer frente à concorrência das fnacs e submarinos da vida [aviso que não sou fã
do processo de fnaquização] - mas querer transformar essa ilusão em lei e
sacrificar os leitores e consumidores aos interesses do segmento das pequenas e
médias livrarias em crise, aí já acho meio demais. algumas sempre conseguirão
sobreviver, mas não será por causa do tabelamento de preços.
imagem: www.kitchen.it
no brasil, o prazo para que uma obra entre em domínio público são 70 anos após a
morte do autor.
* até hoje continuo estupidificada com a idéia de que alguém quisesse comprar
aquela encarnação da trambicagem ambulante que é a claret.
jane austen em português, o mais completo endereço brasileiro na net sobre tudo o
que você pode imaginar a respeito de jane austen, hoje traz umas opiniões minhas
sobre o plágio.
imagem: http://janeausten.com.br
para lembrar um pouco o que acontece quando um bandoleiro como martin claret fica
à solta por aí, eis alguns exemplos (nem 5% do que tem na internet) da presença de
pietro nassetti atrofiando os cérebros de alunos, professores, pesquisadores,
leitores em geral. aqui são referências a a ética protestante e o espírito do
capitalismo, de weber, na pseudoedição da martin claret. clique aqui para ver o
cotejo.
http://www2.fic.br/sysbibli_cgi/sysbweb.exe/busca_html?alias=sysbibli&pagina=3&exp
...
http://biblioteca.claretiano.edu.br/cgi-
bin/wxis.exe?IsisScript=phl8/003.xis&cipar=phl.cip&bool...
www.cchla.ufrn.br/interlegere/revista/pdf/2/es02.pdf
www.cce.udesc.br/titosena/Arquivos/Textos%20para%20aulas/livros1afase.doc
www.sbsociologia.com.br/congresso_v02/papers/.../Microsoft%20Word%20-
%20GT25_Homero_Nunes_Pereira_2007.pdf
www.uff.br/grecos/programasocecomcompleto20072.doc
http://jusvi.com/artigos/38263
www.puc-rio.br/sociologia/pdf/disc_eletivas_20082.pdf
www.fasete.edu.br/arquivos/file/secretaria/2008/LETRAS%202008%20PDF/III%20PERÍODO/
Estrut_Func_Educ_Basic.pdf
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7065
http://www1.fapa.com.br/folder/programas/2110/1339.pdf
www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada5/TRABALHOS/GT3_E_MEDIO/1
5/315.PDF
www.ceamecim.furg.br/vi_pesquisa/trabalhos/33.doc
www.nwm.com.br/fapam/arquivospdf/arquivos2008/dirsociologia1.pdf
www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/view/25324/24887
www.ie.ufmt.br/semiedu2006/GT04-Educa%E7%E3o%20%20em%20...
www.cep.pr.gov.br/cep/modules/conteudo/conteudo_fso.php?conteudo=242
www.univem.edu.br/mestrado_dir/detalhe.asp?reg=22&lng=1
http://www4.fct.unesp.br/cursos/geografia/programas_ensino/ESPECIAIS/teorias_socio
logicas_classicas.pdf
http://revistas.unipar.br/akropolis/article/view/508/464
www.uepg.br/emancipacao/pdfs/revista%204/Artigo%201.pdf
www.abhr.org.br/wp-content/uploads/2008/12/amado-andre-miele.pdf
www.unifor.br/pls/oul/w_uol_programa_disciplina_ncm?p_tp_arquivo=1&p_cd_disciplina
...p...
www.ims.uerj.br/ementas/Ementas2006_1_chs.htm
www.pciconcursos.com.br/concurso/30205
www.balcaodeconcursos.com.br/download/anexos/BALCAODECONCURSOS.COM.BR_01402_05.pdf
www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao22/materia03
www.jfal.gov.br/biblioteca/aquisicoesde2003_1.htm
www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro3/arquivos/TA192-06032006-102834.DOC
www.serverweb.unb.br/matriculaweb/graduacao/disciplina_pop.aspx?cod=199320
www.cefeteq.br/concursos/professores/documentos/2008/prof_1_2_graus/R_04_Sociologi
a_e_Etica.pdf
www.metodista.br/.../conflitos-polissemicos-dos-simbolos-sagrados-expressao-e-
perigo-na-diversidade-interpret...
www.fai.br/upload/Temas/vila_mariana/ciencias_contabeis/Fundamentos%20das%20cienci
as%20sociais%20I.pdf
http://www.etesaopaulo.com.br/arquivos/Planos%20de%20cursos/Ensino%20M%C3%A9dio/3%
C2%BA%20M%C3%A9dio/Sociologia_EMedio_3.pdf.
http://direito.catolica-to.edu.br/documentos/02020632/Plano-Ensino-Ci%EAncias-
Religi%E3o.pdf
www.graduacao.ufrn.br/Programas/Ciencias.../DCS0014%20-
%20Introdu%E7%E3o%20%E0s%20Ci%EAncias%20...
www.estudosibericos.com/arquivos/iberica9/morsegasparetto.pdf
www.usj.edu.br/templates/52/conteudo_visualizar_dinamico.jsp?idConteudo=3125&idUse
r...57...
www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewPDFInterstitial/2
5324/24887
http://mestradoadm.up.edu.br/arquivos/pmda/.../Programa%20Comportamento%20Empreend
edor%20...
www.fasete.edu.br/arquivos/file/cursos/letras/grade/PlanosLetras20072/7/Plano%20de
%20Curso_Estrutura%20II.pdf
www.faa.br/economia_ementas/ideais_sociais.pdf
www.ethos.org.br/_Uniethos/Documents/Ecossocioeconomia%20das%20Organizações%20.pdf
www.icetiqt.senai.br/dcb/novox/port/educacao/portaria/adm/14101/periodo01.pdf
http://189.17.143.19/scripts/sysbiblinl/sysbweb.exe/busca_html?alias=sysbibli&edit
or...
www.scielo.br/scieloOrg/php/articleXML.php?pid=S0102-311X2007000900024&lang=en
www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1057/Capitalismo-e-Direito-ao-Trabalho
www.revistafenix.pro.br/PDF16/ARTIGO_09_SILVIA_RAMOS_BEZERRA_FENIX_JUL_AGO_SET_200
8.pdf
http://servicos.capes.gov.br/arquivos/avaliacao/estudos/dados1/2004/24001015/034/2
004_034_24001015004P3_Disc_Ofe.pdf
http://www1.fapa.com.br/folder/programas/2210/1339.pdf
www.ea.ufrgs.br/biblioteca/bib_boletim_docs/Boletim_Informativo_FEV_2008.pdf
http://www4.metodistademinas.edu.br/scripts/sysbiblinl/sysbweb.exe/busca_html?alia
s=sysbibli&assunto...
www.ffb.edu.br/_download/ListagemNovosLivrosAdm.pdf
www.unifra.br/professores/709/Plano%20Serviço%20Social%20e%20Processos%20de...
www.iesacre.edu.br/.../PLANO%20DE%20CURSO%20SOCIOLOGIA%20DA...
www.ceps.ufpa.br/daves/pss2008/conteudo%20programatico/Conteudo%20Programatico%20S
ociologia-2008.pdf
A pirataria de livros no Brasil foi destaque ... O documento menciona como uma das
causas a cópia de trechos de livros e até de obras inteiras, no caso das não
disponíveis no mercado largamente difundidas nas universidades.
... Dalton Morato [ABDR] afirma que 'a inocente pastinha do professor' contribui
para a queda na venda de livros no País e prejudica editoras e autores. ...
"Por que a ABDR luta contra a 'pasta do professor', procedimento habitual nas
universidades?
A pasta do professor é uma deformação da função de ensinar. Isto porque impõe aos
alunos a leitura fragmentada de textos que, na maioria das vezes, descaracteriza o
conteúdo das obras e altera sua identidade. O aluno não adquire o hábito da
leitura, da pesquisa, do questionamento. Não desenvolve o senso crítico nem
aprende a atribuir os créditos ao autor da obra. Por outro lado, a formação dos
alunos a partir de reproduções de obras, e não de obras originais, fere princípios
éticos não condizentes com os atos de ensinar e especialmente de formar cidadãos."
então, se pagar, fica bom? só o brasil mesmo para gestar uma loucurada "inédita e
exclusiva" dessas! ai, que vergonha.
imagem: www.delymyth.net
a ver.
que bom, gente, obrigada a todos. quem sabe essa turma de bandoleiros começa a
tomar um pouco de vergonha e passa a respeitar um pouco mais o livro, o leitor e a
sociedade.
imagem: www.d.umn.edu
imagem: sapphofacultypage
pois já não seria um bom começo ter em sua biografia tradutória uma listagem
assim?
campanella, a cidade do sol
conan doyle, a caixa macabra e outras histórias
conan doyle, a face amarela e outras histórias
conan doyle, a morte do chantagista e outras histórias
conan doyle, as nódoas de sangue e outras histórias
conan doyle, o arpoador maldito e outras histórias
conan doyle, o cão dos baskervilles
conan doyle, o detetive agonizante e outras histórias
conan doyle, o signo dos quatro
conan doyle, o último adeus e outras histórias
conan doyle, o vale do terror
conan doyle, os sete mistérios
conan doyle, um estudo em vermelho
descartes, princípios da filosofia
erasmo de roterdã, elogio da loucura
fustel de coulanges, a cidade antiga
hegel, introdução à história da filosofia
hobbes, leviatã
ihering, a luta pelo direito
ihering, teoria simplificada de posse
maquiavel, a arte da guerra
maquiavel, o príncipe
nietzsche, a gaia ciência
nietzsche, além do bem e do mal
nietzsche, assim falou zaratustra
nietzsche, ecce homo
nietzsche, humano, demasiado humano
nietzsche, o anticristo
nietzsche, o nascimento da tragédia
platão, a república
platão, fédon
platão, o banquete
savigny, metodologia jurídica
shakespeare, a megera domada
shakespeare, as alegres comadres de windsor
shakespeare, medida por medida
thomas morus, utopia
Atenciosamente
Angela Monteiro Bettencourt
Coordenadora de Informação Bibliográfica
Fundação Biblioteca Nacional
imagem: http://aguadouro.blogspot.com
alguém pode me informar como é que a martin claret se acha no direito de tascar em
sua edição: "copyright desta tradução: editora martin claret, 2006"? por acaso
terá comprado os direitos da ráduga? ou sequer adquirido licença de publicação?
ele traduziu a dama de espadas de púshkin, que foi publicada pela brasilia aeterna
em 1945.
alguém pode me explicar como é que a martin claret se acha no direito de tascar em
sua edição: "copyright desta tradução: editora martin claret, 2006"? com quem terá
firmado algum contrato sobre os direitos de publicação?
mas como ela é da abdr e ostenta esse sinistro dedão na primeira página de todos
seus plágios e contrafações, então deve achar que pode.
QUANDO SE fala em traduções, o leitor brasileiro tem cada vez menos do que se
queixar. O mercado do livro ainda comporta preguiça ou vigarice ocasional, como no
caso recente da Nova Cultural, editora que alimentou a plágio descarado toda uma
coleção, mas nada disso passa mais batido. Se não chegamos a rivalizar com
tradutores onívoros, como os franceses ou os americanos, aos poucos deixamos de
fazer feio, e os sinais de vitalidade na extensão e na qualidade do que se traduz
vêm superando os vexaminosos."
baseio-me em dados do setor - importante lembrar que custo de produção é uma coisa
e preço de venda é outra.
No caso de obra em domínio público, não se paga direito autoral, mas, caso o
original não esteja em domínio público, deve ser incluído um percentual de 20%
sobre o custo total. Na realidade é 10%, mas como o livro é vendido com 50% de
desconto para os livreiros, os 10% do preço total correspondem a 20% da metade.
Isto quer dizer que quem rouba uma tradução tem um custo 30% menor do que os seus
concorrentes.
Daí o livro é vendido a R$10,50 e todo mundo acha que é um grande mérito, mas na
verdade a editora já teria lucro se pagasse pela tradução, imagine pirateando."
ditto.
uma ilustração concreta: suponha-se esse período de 10 anos desde que a claret
começou sua coleção bandoleira, "a obra-prima de cada autor". suponha-se esse
mesmo período de 10 anos numa editora honesta de porte médio, com, digamos, cerca
de 400 traduções nesses 10 anos, na base média de 250 laudas de tradução por
livro, a um valor médio de R$ 20,00/lauda. isso corresponde a um custo de R$
2.000.000,00 em traduções.
no caso das editoras que roubam as traduções, essa "economia" financeira
remunerada a juros de mercado, num prazo médio de 5 anos, vai dar o quê? uns 3
milhões?
e como já mostrei, essa redução de custos por não se pagar a tradução NÃO é
repassada para o consumidor, muito pelo contrário. para EMPATAR com o preço de
venda do exemplo da paz e terra (mas não com a qualidade nem com a idoneidade da
edição), a martin claret teria que vender seu exemplar fraudado a R$ 5,40 (dedução
de 30% do custo de tradução sobre os R$ 8,00 do preço de venda da paz e terra).
ou para EMPATAR com o preço (mas não com a qualidade nem com a idoneidade da
edição) do rei lear da lpm, de millôr fernandes, a martin claret teria que vender
sua edição fraudada a R$ 7,00.
não acreditei quando vi - afinal, era uma ficha catalográfica, coisa de respeito!
então cliquei no autor "karl marx de medeiros". sim, a sra. biblioteca nacional
confirma. foi medeiros quem escreveu a ideologia alemã, imagino que por volta dos
anos 1980 (afinal, informa-nos a ficha catalográfica da referida dama, ele é um
brasileiro nascido em 1952). puxa vida, fico comovida com os esforços de incultura
dos cadastradores do ISBN e dos bibliotecários da BN. e agora, qual será que vai
ser a desculpa?
no fundo, acho que, no quesito "respeito pelo leitor e pelo cidadão", claret,
agência do isbn, bn, fbn, acabam se equivalendo - nassetti traduz machado e o
marquinho psicografa com engels.
*"Todas as informações que compõem este cadastro são fornecidas pelos editores
mediante preenchimento de planilha e envio de 'boneca' da página de rosto do
livro. A Agência Brasileira do ISBN apenas transcreve para o seu cadastro os dados
fornecidos pelos editores que são os responsáveis por estas informações.
Os registros catalográficos elaborados pelo corpo de bibliotecários da Biblioteca
Nacional a partir da obra impressa estão de acordo com padrões internacionais de
catalogação e refletem a função da Biblioteca Nacional como Agência Bibliográfica
Nacional" - Ângela Monteiro Bettencourt em e-mail enviado em 16/05/2008
imagem: http://www.gm-volt.com/
parabéns a esse profissional cujo trabalho tantas vezes fica oculto e, no entanto,
é da maior importância. parabéns pela paciência, pela dedicação, pelo conhecimento
da língua, pelo amoroso acompanhamento das letras do texto.
imagem: www.laurahughesstudio.com
lorde jim, de joseph conrad: já comentei esta contrafação da martin claret. até
onde sei, a sra. elena quintana, que detém a guarda dos direitos de mário
quintana, não vendeu nem cedeu os direitos de tradução de seu tio à martin claret.
e, também até onde sei, a editora globo ainda é a detentora dos direitos de
exploração comercial dessa obra. portanto, afirmar "copyright desta tradução:
editora martin claret, 2007" não procede. afora a chapa fria: registrado na
agência do isbn com tradução de pietro nassetti.
a morte de ivan ilitch e senhores e servos, de tolstói. mais dois textos que boto
a mão no fogo que são contrafações: como é que pode existir o "copyright desta
tradução: editora martin claret, 2007", feita por gulnara lobato de morais pereira
(sobrinha e nora de monteiro lobato) nos anos 1950? quero ver o contrato. também
sem tradutor na ficha do isbn.
não basta a contrafação, ainda tem de inventar um copirraite que não engana nem
criança? aí já é somar o insulto à injúria.
imagem: myspace.com
a editora lpm, que tem demonstrado uma seriedade e integridade a toda prova e
apoia a campanha pela moralização editorial do país, publicou como notícia de
destaque em seu site minha singela petição ao ministério.
agradeço, dona lpm. quiséramos nós metade das editoras do país mostrassem a mesma
honradez.
joana canêdo deixou um comentário sob a listinha dos plagiados. destaco um trecho:
"essas 'traduções' da Claret ... trazem erros crassos que deturpam o sentido
original do texto ... esses livros, por mais baratos que sejam, não valem o que
custam, já que trazem textos inexatos, mal escritos, e com erros conceituais".
estou me delongando sobre o tema para chegar ao que, para mim, é o fundamental.
temos que, independente do nome do tradutor:
1. está demonstrado que as edições da claret não são as mais baratas.
2. foi bem lembrado que não são edições de conteúdo fidedigno.
o terceiro ponto, não sei bem como colocar. é meio difuso. uma vez falei em
"bagagem cultural", mas a metáfora de "bagagem" me faz pensar numa mala que você
abre e vai pondo coisas dentro, e que depois carrega consigo. não é isso que quero
dizer. para mim, é mais uma espécie de lar no mundo, onde posso ter referências e
me sentir mais ou menos à vontade. vou dar um exemplo, pegando justamente o mito
do preço III.
acho sensacional que o brasil disponha de uma tradução das regras do método
sociológico feita por maria isaura pereira de queiroz. tudo bem, não se precisa
saber quem é, em termos intelectuais, maria isaura ou sequer quem foi e continua a
ser durkheim para o mundo do pensamento. tem lá o livro, o professor manda ler, a
gente vai e lê. que chatice. não se entende nada, ou é árido demais, em todo caso
é uma tarefa escolar, bate-se o cartão e pronto.
outro dia, alessandro martins, do livro e afins, pegou muito bem esse ponto. ele
não é novinho, mas também não é velhinho. e dizia: tive de estudar a escola de
frankfurt na faculdade, sabia que era importante, mas detestava aquilo, só que uma
passagem do benjamin me pegou, e vejam só o que achei nesses dias, aquele trecho
do benjamin sobre o anjo da história, que coisa linda.
então é meio isso. você é jovem, tem que ler umas coisas, lê por obrigação. dez,
quinze anos depois, você topa com aquilo de novo, e tem um clique, faz um sentido
que não fazia antes, é legal. você reconhece, e você se reconhece, e você se
reconhece no mundo. você reconhece porque conheceu antes, você se reconhece porque
você lembra aquilo e se lembra naquilo ou com aquilo, e você se reconhece no mundo
porque aquilo continua a existir e de alguma maneira agora faz parte de você
também, e você se sente um pouco mais "aconchegado", um pouco mais referenciado, e
ao mesmo tempo um pouco mais ligado ao que está fora de você, tudo isso meio junto
ao mesmo tempo, e de maneira muito difusa e discreta.
e você, mesmo que não conheça a obra dela, não se sente totalmente perdido ou meio
idiota por nunca ter ouvido falar nela, sente uma espécie de longínqua
familiaridade que te ajuda a raciocinar melhor, a ficar mais à vontade no mundo do
pensamento, coisas assim. e n o final do dia você se sente feliz porque o dia
rendeu, amanhã você vai ver aquele outro ponto, ou vai reler o que anotou hoje
etc. você se sente grato ao mundo por ele não ser demasiado inóspito. claro que
nem vai perceber muito como se sente e menos ainda atribuir teu estado de espírito
a ter reconhecido o nome de maria isaura ou o que seja. você apenas vai passar bem
o dia, e se sentir satisfeito ao final dele. e talvez trinta anos depois você
fique impressionado com o alto nível das pessoas que traduziam as obras que você
lia na adolescência, e se dê conta retrospectivamente que afinal foi um bom acaso
você ter escolhido aquele volume, e não um outro de um tal pietro nassetti, que te
daria, para tua vida, para tua biografia íntima, para teus pensamentos, apenas
decepção ou, na melhor das hipóteses, nada.
pois tudo soma. o durkheim da maria isaura que você leu aos 18 anos no primeiro
semestre de curso, o mowgli do monteiro lobato, o baudelaire do jamil almansur, a
eneida do odorico mendes que vc achou do outro mundo de tão difícil, mas tão
encantadoramente exótico, o rimbaud do ivo barroso, o adorno/horkheimer do guido
almeida, ou até a hannah arendt da denise bottmann :)) - você não percebe, você só
lê. mas o mundo vai revelando uma certa consistência, e você não se sente perdido
demais, você tem referências, são soltas, avulsas, milhares, milhões de fiapinhos,
e elas se somam, se juntam às músicas que você conhece, às conversas que você tem,
às coisas que você faz, vão sendo você, e você se sente bem. é uma espécie de
identidade íntima. acho isso legal.
para mim, o preço do mito claretiano é perder ou não permitir criar referências.
parece-me um preço altíssimo, e que destrói qualquer amor-próprio.
se a questão é preço, não vejo por que comprá-la se posso comprar a edição da
companhia editora nacional, na famosa tradução de maria isaura pereira de queiroz,
a partir de R$ 4,90 na estante virtual, ou a edição dos pensadores da abril, na
tradução de margarida garrido esteves, que de quebra traz vários outros textos de
durkheim, a partir de R$ 13,50, também na estante virtual.
resumindo, não vejo por que hei de justificar as ishpertezas dos outros e dar meu
suado dinheirinho a ladrões, que ainda por cima me deixam mais pobre em informação
e cultura.
q.e.d.
maquiavel, o príncipe
paz e terra
tradução: maria lúcia cumo
R$ 8,00
maquiavel, o príncipe
tradução: roberto grassi
bertrand brasil na estante virtual
R$ 5,00
maquiavel, o príncipe
download gratuito no portal domínio público
R$ 0,00
não costumo abordar esse lado comercial, mas é um argumento que se repete com
tanta frequência que merece ser esclarecido. creio que é falacioso, e faz parte da
máquina de propaganda claretiana. acho mais fácil mostrar do que discorrer:
REI LEAR, O
KING LEAR
William Shakespeare
Tradução de Millôr Fernandes
R$ 10,00
ao longo desse ano e meio de briga contra o plágio, tive alguns contatos
esporádicos com a nova cultural, cobrando, tentando me informar das providências
etc. a editora sempre manteve uma atitude bastante altaneira e autossuficiente, e
em dado momento até um pouco hostil. hoje fiquei surpreendida com um e-mail muito
afável que recebi de cristiane mutus, a negociadora da nova cultural, perguntando
se eu tinha interesse em receber exemplares dos pensadores para os cotejos, se
havia algo mais em que a empresa pudesse colaborar, avisando que havia despachado
para mim várias edições da república de platão, e até me agradecendo ao final do
e-mail.
bom, não tenho nem quero ter rabo preso com ninguém. só não gosto de plágio, e
ponto. mas que achei engraçado, isso lá achei.
imagem: www.uwlax.edu
a ver.
imagem: fotosdahora.com.br
mas acho que não custa apresentá-la com sua última atualização. muito, muito
infelizmente até hoje não consegui tirar nenhum nome. os candidatos mais fortes
seriam:
1. joão paulo monteiro, com o leviatã de hobbes garfado pela martin claret sob o
nome de "jean melville", para o qual até soltei um foguetinho. segundo o que dra.
maria luiza egéa, advogada da martin claret, me disse em setembro do ano passado e
me autorizou a usar como fiel informação, sua cliente estaria fechando um acordo
com a editora lesada, a martins fontes, e indenizaria o tradutor. de fato a martin
claret até publicou outra tradução, mas fez o favor de NÃO retirar o plágio de
circulação. tampouco publicou qualquer retificação dos créditos em errata pública,
com vistas a esclarecer os leitores que haviam comprado muitas dezenas e dezenas
de milhares da fraude. a sociedade, portanto, continua ludibriada em sua boa-fé e
atropelada pela incontrolável vigarice da martin claret.
2. luiz costa lima, com o vermelho e o negro de stendhal, garfado pela nova
cultural sob o nome de "maria cristina figueiredo da silva" desde 1995, na coleção
"os imortais da literatura", até recentemente, nas sucessivas reedições pela
coleção "obras-primas", em parceria com o instituto ecofuturo. seu advogado, dr.
marco túlio de barros castro, chegou a um acordo com a editora, a qual ressarciu o
tradutor e até publicou uma pífia errata na imprensa. o nome de luiz costa lima
continua na listinha porque acho que nenhum leitor deve ter visto a retificação e
nenhuma biblioteca deve ter se dado conta. calculo por baixo, por baixo, uns 150
mil exemplares assim. como o principal lesado é o leitor, é a sociedade, falta
ainda uma verdadeira reparação, substituindo os exemplares fraudados por obras
legítimas, e uma errata decente que possa preencher - ah, conselheiro acácio - sua
finalidade de errata.
alguns desses casos sofreram mais de um saque. por exemplo: monteiro lobato,
octavio mendes cajado, paulo m. oliveira, oscar mendes, mário quintana, j.b. mello
e souza.