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Resumo
Atualmente, no mundo globalizado, as empresas têm buscado alto nível de inovações, bem
como a qualificação dos trabalhadores, visando alcançarem resultados eficientes em termos
de competitividade. O posicionamento estratégico na busca de vantagens competitivas
depende muito dos esforços de investimento que as firmas fizerem para capacitar seus
recursos humanos, visando desenvolver e aprimorar a criatividade. Pessoas desenvolvidas,
treinadas e capacitadas conseguem desempenhar melhor as atividades produtivas, com
custos menores do que a concorrência, ou de forma diferenciada, que gere valor para os
compradores a ponto de levá-los a pagar mais caro pelo produto. Este artigo discute o
impacto que a integração dos mercados globais trouxe para o ambiente das organizações. A
seguir, aborda a importância dos investimentos na capacitação do trabalho em tempos de
globalização, permeados por desafios para melhorar a competitividade das empresas.
Reflete-se aqui, também, sobre as mudanças introduzidas no ambiente da produção e sobre a
necessidade de se dispor de trabalhadores capacitados para trabalhar com novas tecnologias
e para gerar inovações no ambiente da produção. Por fim, é examinado o impacto dos
investimentos em recursos humanos na criação de competências e na competitividade das
firmas, com ênfase no contexto das estratégias competitivas de Michael Porter.
Palavras chave: Competitividade; Inovações; Qualificação.
1. Introdução
O século passado foi marcado por uma enorme aceleração de mudanças tecnológicas e
organizacionais no contexto mundial. Surgiram novas tecnologias e inovações de produto e de
processo que contribuíram para elevar a competitividade das empresas dos diversos ramos
industriais. Os avanços na micro-eletrônica, e tecnologias de informação disseminaram-se
rapidamente com o objetivo de aperfeiçoar tanto a produtividade do setor industrial quanto a
qualidade na área de serviços.
“Uma das características centrais da atual mudança estrutural das economias
industrializadas é a aceleração do progresso técnico, isto é, a intensificação do crescimento
da taxa de acumulação de conhecimento científico e tecnológico e de sua correspondente
participação na geração de crescimento e riqueza”(CARVALHO,1994, p.95).
Assim, neste novo contexto, as mudanças organizacionais constituem requisitos
indispensáveis para acompanhar os dinâmicos padrões de tecnologia e competitividade
globais. De fato, a adoção de novos modelos de gestão do trabalho e da produção tem sido um
fator extremamente relevante para o êxito das empresas. Estas mudanças exigem novas
qualificações e especializações nos ambientes de trabalho. Adicionalmente, nota-se que
quando são introduzidos novos padrões organizacionais, responsabilidades e atribuições nas
relações de trabalho, é indispensável a criação de um ambiente de envolvimento e cooperação
dos trabalhadores, baseados no treinamento e na valorização profissional.
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003
Neste contexto, este artigo discute o teor das transformações que a globalização trouxe no seu
bojo para o ambiente das organizações. A seguir, aborda-se importância dos investimentos na
capacitação do trabalho em tempos de globalização, permeados por desafios para melhorar a
competitividade das empresas. Reflete-se este trabalho, também, sobre as mudanças
introduzidas no ambiente da produção e sobre a necessidade de se dispor de trabalhadores
capacitados para trabalhar com novas tecnologias e para gerar inovações no ambiente da
produção. Por fim, é examinado o impacto dos investimentos em recursos humanos na
competitividade das firmas, com ênfase no contexto das estratégias competitivas de Michael
Porter.
2. As transformações no cenário da globalização
O final do século XX trouxe consigo uma aceleração da globalização da economia, que se
manifesta principalmente na ampliação dos fluxos econômicos e financeiros mundiais. Esta
maior inter-relação entre os mercados das economias nacionais é viabilizada pela revolução
nos sistemas de informação e de comunicação, que ligam os agentes econômicos de forma
instantânea, permitindo a superação das fronteiras nacionais ou regionais. A nova dinâmica
econômica mundial imposta pela globalização impõe uma competição acirrada onde as
empresas têm de alcançar padrões globais de competitividade para continuar no mercado.
Esta competição é reforçada pelo surgimento de uma nova dinâmica de inovação, ancorada
nas redes globais de comunicação, se baseia na geração continuada de novos conhecimentos
científicos, que são rapidamente transferidos à esfera produtiva (SANTOS, 1993). Portanto,
para competir em mercados globalizados, a produção de manufaturas deve incorporar
constantemente as melhorias nos produtos e as soluções e novidades desenvolvidas nas
formas de se produzir. Desta forma, é necessário capacita-se para satisfazer um cliente global,
acostumado aos melhores produtos com a melhor qualidade possível.
Nesse sentido, Gonçalves (1994) chamava atenção para o progresso tecnológico que
estava ocorrendo nas últimas décadas. Para ele: “o progresso foi de tal significância que se
transformou num novo paradigma técnico - econômico, que incorpora novos processos de
produção, novos produtos e novos conceitos-guia em termos de organização da produção”.
Também, salienta Lacerda (1998: 124) que as “transformações globais, de ordem tecnológica
e/ou organizacional, têm provocado uma reestruturação global no setor industrial,
interferindo significativamente nos padrões de competitividade em nível internacional”.
Neste contexto, a sobrevivência das empresas passa a depender da sua capacidade de
transformar os novos conhecimentos em maior competitividade, que, por sua vez, depende de
sua capacidade de aprender constantemente para adaptar-se às mudanças impostas pelo
mercado. Neste contexto, as empresas manufatureiras, não somente necessitam de altos
investimentos na modernização da estrutura de produção, mas também necessitam de mão-de-
obra capaz de lidar com o fator de produção conhecimento. Este fator tem uma dinâmica
própria que requer organizações com capacidade de modificar-se freqüentemente, de
introduzir novas tecnologias, de promover melhorias e novas soluções para contornar velhos
problemas da produção (SOTO-URBINA E VIEIRA, 2001).
Assim, num ambiente onde a competição já não é feita apenas via preço, mas principalmente
através do desenvolvimento de inovações, a capacidade que os recursos humanos tenham de
adquirir novas habilidades e conhecimentos emerge como uma fonte essencial de
competitividade. Nesse sentido, o aprendizado torna-se essencial para gerar inovações em
produtos, processos e em práticas organizacionais. Todos os setores da economia devem estar
abertos às possibilidades de aprendizado, aperfeiçoamento e mudanças.
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003
Saber competir tem sido uma questão de sobrevivência no contexto atual, tanto para as
indústrias como para o setor de serviços. Vários estudos apontam o processo de
competitividade compreendido em três dimensões:
- Empresarial: Fatores que podem ser alterados e controlados pelas empresas, como relação
custo/ preço, qualidade, inovação em produtos e/ou serviços, capacitação dos recursos
humanos e modelos de gestão;
- Liderança no Custo Total: Esta estratégia visa manter o custo total da empresa mais baixo
em relação à concorrência, permitindo assim a obtenção de um grande volume de vendas.
Para isto, é preciso minimizar os custos em cada área de operação da companhia
(desenvolvimento, marketing, pessoal, etc.).
- Diferenciação: Neste tipo de estratégia, a empresa procura ser única em sua indústria,
selecionando um ou mais atributos, que muitos compradores consideram importantes,
programando-se para satisfazer estas necessidades. A diferenciação pode ser baseada no
próprio produto, no sistema de entrega, no processo de marketing e em vários outros
fatores. Em outras palavras, consiste em agregar ao produto ou ao serviço algo que não
tenha sido percebido em todo cenário industrial. Esta estratégia busca desenvolver a
fidelidade dos consumidores e diminuir a possibilidade de substituição. A diferenciação
protege da competição devido à lealdade da marca, que resulta na possibilidade de se
produzir com menor sensibilidade ao preço.
6- Conclusão
Este trabalho mostrou as mudanças estruturais provocadas pelo processo de globalização das
economias, sustentado por redes de informação e comunicação que viabilizaram o surgimento
de uma nova dinâmica, mais acelerada, de inovação. Observou-se que no novo contexto
mudaram os padrões de inovação e competitividade exigidos da manufatura moderna.
Foi salientado aqui que, com o intuito de estimular a inovação, as empresas tiveram de adotar
novas formas de administração e de organização da produção que as tornassem mais flexíveis
e capazes de aprender e criar novos conhecimentos. Discutiu-se que a capacidade por sua vez
depende da capacitação e das competências dos recursos humanos da empresa. Eles conferem
à firma a capacidade de se manter competitiva, fornecendo a base das competências essenciais
da mesma. Assim, foi discutido o papel dos investimentos em recursos humanos como
fortalecedor da capacidade que as firmas detém de criar um posicionamento estratégico.
Em síntese, observou-se, neste trabalho que, como resultado das mudanças, estruturas que
vêm modificando o ambiente empresarial e, consequentemente, o ambiente da produção e do
trabalho, torna-se necessário investir na capacitação e qualificação dos trabalhadores com
vistas a capacitar as firmas competir nos mercados mundiais.
Como recomendação registra-se a necessidade que as empresas modernas têm de gerenciar
adequadamente seus recursos humanos. Isto decorre do fato amplamente aceito de que as
organizações mais lucrativas, atualmente, são aquelas que conseguem adaptar-se às alterações
ocorridas no contexto global, adotando políticas de desburocratização empresarial e de gestão
de pessoal, voltadas para a liderança, negociação e motivação, que tendem a criar um
ambiente propício para a inovação, a criatividade, e conseqüentemente para a lucratividade.
Referências:
AZEVEDO, P. F.(1992) - Esforço Tecnológico Através de Investimentos em Capital Humano nas Empresas do
Setor de Bens de Capital Brasileiro. USP/FEA: São Paulo, 139 p.
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003