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EQUIPE TÉCNICA
Marília de Souza
Organizador Técnico
CDU 620.9
APRESENTAÇÃO
Cenários Energéticos Globais 2020
Cenários Energéticos Globais 2020
Cenários Energéticos Globais 2020
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5
Rodrigo Rocha Loures
Démarche metodológica 13
Business as Usual 15
Environmental Backlash 17
High-tech Economy 20
Political Turmoil 31
O CONFERENCISTA 47
1. INTRODUÇÃO 51
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Sobre o futuro da humanidade no ano 3000, acessar no site < http://www.acunu.org >
Global Scenarios e os artigos Science and Technology, Anti-Terrorism, Scenario for 2050 e
Long-Range Scenarios for 3000.
O conteúdo desta palestra pode ser encontrado na Internet e também no livro State of the Future
2006, publicado em Toronto, Canadá. O estudo completo, de 400 páginas, está em CDRom.
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Entre os usuários de cenários, os trabalhos feitos pela multinacional Shell são muito conhecidos.
A cada cinco anos a Shell faz estudos de longo prazo, desenhando cenários futuros, de forma
que popularizou o conceito de cenários durante os anos 1970. Eles começaram a projetar
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Démarche metodológica
cenários no ano de 1972. Agora trabalham com dois cenários para o ano de 2050, Dynamics
as Usual, e o cenário The Spirit of the Coming Age, que combina mudanças ambientais e
mudanças tecnológicas.
Metodologia para tratamento de opiniões de especialistas sobre prováveis eventos futuros.
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Business as Usual
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dos Estados Unidos, que pensam que em cinco anos a inflação voltará a
subir um pouco naquele país e, portanto, em grande parte do mundo.
É interessante observar que a eficiência energética mundial vem
melhorando há dois anos. Os British Termal Units por mil dólares dos
Estados Unidos indicam que a eficiência esteve aumentando. Mas
neste momento, com o crescimento da produção da China e da Índia,
que são relativamente ineficientes, deverá subir um pouco o nível de
consumo energético mundial. A China também, queiramos ou não, está
desenvolvendo novos carros e vai converter-se em um grande produtor
e importador de carros de todos os tipos, desde carros pequenos até
carros de corrida.
Se há algo em que todos os experts em energia estão de acordo é
sobre o etanol. Nos próximos 10 ou 20 anos o etanol será uma fonte de
combustível muito importante. E hoje o Brasil é o líder mundial, não há
ninguém que tenha mais etanol que o Brasil.
Há muitas maneiras de fazer etanol. Pode-se retirá-lo do lixo, da
celulose, do milho, da cana-de-açúcar, do óleo de palma, de diferentes
tipos de grãos, biomassa. Além disso, existem políticas públicas agrícolas
que permitem aumentar a importância do etanol. Outro fator fundamental
é a pesquisa genética para gerar novos tipos de plantas que produzam
mais etanol, mais eficiente e mais barato. As pesquisas genéticas
são fundamentais.
Por essa razão, estão mudando os projetos de motores do Brasil e
do mundo, e o Brasil é o líder sem discussão. Os africanos, os chineses e
até os russos estão de acordo de que o Brasil é atualmente o líder mundial
em produção de etanol. Tudo isso é importante para vocês e para o Estado
do Paraná, é só seguir liderando. Os flex-fuel cars, automóveis movidos
a álcool e gasolina, foram produzidos massivamente no Brasil. A União
Européia também está estudando diferentes maneiras de fazer isto. O fato
é que o etanol veio para ficar. Está aqui para continuar em longo prazo,
e o Brasil é o líder mundial hoje.
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Environmental Backlash
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prazo, temos que ter presente as mudanças na Terra. Uma mudança que
se espera nos próximos séculos é que comece uma nova Idade do Gelo.
A cada cento e poucos mil anos começa uma Idade do Gelo e estamos
às portas de uma delas.
O que eu quero dizer é que sobre mudança climática sabemos
muito pouco. Não sabemos quando começará a próxima glaciação, não
sabemos por que na época dos dinossauros a temperatura era 10 graus
superior à atual... Então, é preciso olhar a mudança climática com muita
humildade, porque não sabemos, dentro do prisma da ciência, realmente
o que a produz. Se voltarmos aos anos 1800, a temperatura era estável e,
em seguida, quando começa a aparecer o petróleo, a temperatura sobe.
Isso é correto. O ilógico é que os anos 1930, 1940 e 1950, quando há
mais carros, a temperatura baixou. E, em parte dos anos 1970 e 1980, a
temperatura voltou a subir. Então não está totalmente clara a relação entre
os combustíveis fósseis e a temperatura. Não há uma correlação direta.
Se olharmos mais atrás, como nos referimos, a cada cem mil anos há uma
glaciação grande e estamos em um destes momentos. A temperatura está
subindo agora e estamos historicamente no momento de uma glaciação.
Eu não quero dizer que ela vai ocorrer, o que quero dizer é que não
sabemos quando vai começar a próxima. O que é pior, no ano de 2006
ninguém sabe, cientificamente, o que gera a glaciação. E por isso, talvez,
esteja havendo um aumento da temperatura da Terra. Logo, não estamos
muito longe de passar da temperatura atual para estar no nível do período
jurássico. Talvez estejamos começando uma glaciação em breve. O ponto
aqui, para nos situarmos ambientalmente, é que sabemos pouco sobre
essas questões, há necessidade de mais pesquisas para compreender a
mudança climática, pois não a compreendemos ainda.
Outra coisa que não compreendemos são as manchas solares. Por
exemplo, o ano de 1997 comparado ao ano de 1999. Em 1997 houve
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High-tech Economy
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Digo para vocês que vai acontecer muita coisa, pois a tecnologia
está ampliando e muito os limites do crescimento. Vamos fazer então
uma descrição de como será a economia no ano 2020. O que vai ocorrer
de mais contundente nos próximos 15 anos?
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Já ouviram falar da Lei de Moore? O que nos diz a Lei de Moore? Para
explicar, vou fazer antes um exercício de memória com vocês. Lembram-se
dos primeiros copydisk de 30 anos atrás? Vocês se lembram de quanta
memória tinha um floppy disk? Tinha 1024 bites. Quanto é 1.024 bites?
É um kilobite. Isto é um museu, 1.024 bites, um kilobite há 30 anos.
Mas essa foi a grande memória, o primeiro floppy disc do mundo, era
muito grande e era muito floppy. Em seguida vieram os disquetes de 5 e
¼, menores e menos floppy. E quanto de memória tinha isso? A última
geração chegou a 512 kilobites. Então passamos de 1K a 500K.
Em seguida, vieram outros, ainda menores, mais fortes, menos
floppy e com mais memória. E quanta memória tinham estes? 1.4 Mega.
E hoje temos os pen drives. Quem não tem um pen drive hoje em dia?
Qual é a memória? Um Giga. Passamos desde o primeiro floppy disk de
8 polegadas, que era de 1K, a este pequenino pen drive, forte, resistente
e que nunca falha. Tínhamos que levar sempre cinco disquetes porque
todos falhavam. O primeiro dispositivo de memória tinha 1 Kilobite e este
último tem 1 Gigabite. Quanto existe entre um K e um G? Temos um milhão
de vezes. Um milhão de vezes! Isto é mudança acelerada, diminuição de
preço e aumento da capacidade.
A Lei de Moore explica que a cada 18 meses a capacidade
de processamento dos computadores dobra, enquanto os custos
permanecem constantes. Segundo o próprio Moore, que foi o fundador
da Intel, o princípio deve vigorar ainda por mais vinte anos. Em vinte anos
teremos flash memories ou pen drives que deverão ter tantos transistores
quanto você tem neurônios em seu cérebro. O que está por vir em
vinte anos, segundo a Lei de Moore, é fascinante, porque vão ocorrer
desenvolvimentos com a computação quântica. Conhecem a computação
quântica? A computação digital é zero e um, zero ou um. A computação
quântica trabalha com múltiplas possibilidades. Além disso, há os circuitos
tridimensionais. Hoje, todos os circuitos dos computadores têm duas
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Existe muito petróleo no planeta. O Brasil, que pensava que não tinha
petróleo, agora extrai mais a cada ano e está exportando.
Entretanto, estão ocorrendo mudanças energéticas. É o fenômeno
das ondas de energia. Nos séculos XVII, XVIII e XIX toda a energia do
mundo vinha da combustão da madeira. A primeira onda energética foi
a da madeira, em seguida apareceu a onda do carvão, depois veio a onda
do petróleo. Agora estamos vivendo a onda do gás. Mas depois desta
virão outras como: a energia solar, o hidrogênio e todas as outras energias
renováveis. É interessante notar que cada onda energética é mais curta que
a anterior, tem menos carbono e mais hidrogênio. Se vocês observarem, a
lenha tem muito carbono. A hulha e o carvão mineral têm muito carbono.
O petróleo tem menos, o gás tem menos… Então há cada vez menos
carbono e mais hidrogênio. Existe uma tendência de descarbonização da
energia, ou uma hidrogenação da energia, até que cheguemos totalmente
ao hidrogênio. O hidrogênio é o elemento mais abundante do universo,
creio que todos vocês sabem que 99% da matéria do universo é hidrogênio.
O sol é hidrogênio, sua energia funciona em forma de hélio e gera energia
solar. Então, cada vez mais estamos hidrogenando a energia.
A rapidez disso depende de uma questão econômica. Quanto mais
alto o preço do petróleo, mais alternativas de fontes energéticas serão
desenvolvidas. Se os custos do petróleo e da energia forem baratos,
haverá menos fontes. Isto se chama, em termos econômicos, Energy
Return for Energy Investment – ERFEI. Estamos diante da matemática
energética. ERFEI é quanto vale produzir uma energia baseado no custo
dela. Há fontes energéticas muito caras e há outras mais baratas, e isto
pode ser medido. Por exemplo, o milho nos Estados Unidos é muito
caro. Produzir etanol de milho é muito mais caro que produzir etanol de
cana-de-açúcar. Então, o Energy Return for Energy Investment do milho
nos Estados Unidos é muito baixo. Além disso, existem políticas públicas
que ajudam a mudar isso, como os impostos sobre a gasolina e o carvão,
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Informações sobre Global Energy Network Institute no site < http://www.geni.org >.
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sem fio, por microondas, de energia solar espacial para a Terra. Seriam
painéis de energia solar orbitando a Terra, recebendo energia solar e
mandando microondas para a Terra. Não tem nada de ficção científica e
nada impossível, trata-se apenas de um problema técnico.
Quando se fala em energia, é interessante observar quanta potência
requer o consumo de diferentes dispositivos. Por exemplo, um cérebro
humano consome, em média, 34W de potência. Quantos Watt consome
uma lâmpada normal? Há lâmpadas que consomem mais, porque são
maiores, mas uma lâmpada normal consome cerca de 60W, 75W. Então,
vejam que um cérebro não consome tanta energia. O corpo humano
inteiro, normal, consome 100 W. Agora, quanto é, por exemplo, a geração
da maior represa do mundo? Era Itaipu, 12GW, e agora vai a ser Três
Gargantas, da China, 18GW. Observem que a produção fotossintética
das plantas está entre 3,6 e 7,2TW. A civilização humana, todos juntos,
consumimos 13,5TW.
Agora, quanta energia solar recebe a Terra? A Terra recebe
continuamente 174PW,10 ou seja, 174 x 1015 Watt continuamente, v
ersus o consumo planetário, que é de 13,5TW, ou seja, 13, 5 x 1012 Watt.
Isso significa que nossa civilização consome menos de 1% do 1% do que
recebemos em energia solar. Pergunto então: crêem que falta energia na
Terra? Repito, consumimos menos de 1% do 1% da energia solar. Na Terra
o que sobra é energia, o que não sabemos é utilizá-la, transformá-la,
armazená-la e transportá-la. Mas isso é um problema técnico que
vamos resolver.
Existe uma classificação muito importante, desenhada há 30 anos
por um cientista e astrônomo soviético chamado Nikolai Kardashev
em parceria com um físico norte-americano chamado Freeman Dyson.
Usando as leis da termodinâmica, eles classificaram possíveis civilizações
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Political Turmoil
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eles têm petróleo para cinco séculos, mais ou menos, e, segundo, porque
podemos observar que os países com muito petróleo vivem em torno do
petróleo. São países ricos enquanto o petróleo é caro. O que vai ocorrer
com esses países quando o petróleo não valer nada? Os problemas
políticos poderão tomar proporções extremamente alarmantes, e o pior
deles é o terrorismo. Vejam o atentado de 11 de setembro. Realmente,
as implicações políticas relacionadas ao fundamentalismo islâmico são
preocupantes. Eu vivi três anos em países árabes e, para nós ocidentais,
é doloroso ver a condição das mulheres e dos homens nesses países.
A questão política é realmente inquietante. Estamos vendo o que
está ocorrendo em Israel e no Líbano, a zona mais conflitante da Terra, e
isso provavelmente aumentará quando o petróleo perder peso econômico.
A questão política impacta na questão energética e vice-versa. Como já
vimos, a energia é o principal commodity do mundo e, dentro da energia,
o petróleo. E o petróleo está, principalmente, em países politicamente
complicados. Tragicamente, são os países mais turbulentos do mundo os
que realmente têm petróleo: Irã, Iraque, Arábia Saudita, Rússia... Logo,
as implicações entre política e energia são preocupantes.
O objetivo de um cenário não é dizer: “isto é o que vai acontecer”, mas
simplesmente visualizar algumas considerações importantes que podem
ou não ocorrer. Esta é um pouco a idéia de falar destes cenários.
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Crescimento populacional
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Poder de destruição
Sou ainda muito otimista com o futuro e creio que seguiremos quase
até a uma utopia das possibilidades humanas, isto é, se sobrevivermos.
Não vou ficar frisando “o lado obscuro da força”, mas ele está aí. Temos
as bombas nucleares, armas bioquímicas, biológicas e nanotecnológicas
que podem destruir toda a vida. Tenho um amigo que trabalha com este
tema nas Nações Unidas, e ele tem dois cenários para o que pode vir por
aí. O cenário positivo é a destruição total da vida humana nos próximos
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As hidrelétricas
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captar energia solar. Há muitíssimo que melhorar ainda. Não são mudanças
revolucionárias, são mudanças de apenas 5%, mas gradualmente, o
somatório desses 5% resultará em porcentagem considerável. Nos
próximos 20 anos vão ocorrer essas mudanças relativamente pequenas
que influenciarão positivamente na continuidade da geração de
hidroeletricidade. Talvez não em conformidade com o potencial hidrelétrico
existente, sobretudo em países como Brasil e Venezuela, que têm um
grande potencial, mas ela continuará fazendo parte da matriz.
Influências culturais
Novas tendências
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sociedade diante disso? Haverá muita gente que vai querer comer peito
de frango e será possível fazer peito de frango sem o frango. Para que
criar um frango se você não quer comer o frango inteiro? Além disso, é
muito melhor ambiental e financeiramente. Você não tem que fazer os
ossos nem as asas, você faz só peito de frango e pronto. Ou o bife de
Kobe, no Japão, sem a vaca. Dá para fazer puro bife de Kobe sem a vaca.
Tudo isto vai ser possível em cinco ou dez anos, ou um pouco mais tarde,
segundo o desenvolvimento atual.
Como irão reagir – e aí o tema das diferentes culturas – as diferentes
sociedades? Por exemplo, sobre a clonagem, metade do mundo,
aproximadamente, crê na reencarnação. Os budistas, os hinduístas e
outras religiões orientais crêem na reencarnação e para eles clonar-se é
algo normal. Se você vai reencarnar, melhor reencarnar-se em você mesmo.
Como dizemos em espanhol: “Mais vale mau conhecido que bom por
conhecer”. Então, o que vai acontecer quando a religião cristã e a religião
muçulmana reagirem porque não admitem a reencarnação?
Se não formos mais tolerantes diante destas grandes mudanças
que se aceleram, aparecerão muitos problemas. E, em verdade, isto é
muito sério porque, se olharmos em uma dimensão galáctica, em uma
dimensão universal, observaremos fatos interessantes. Existem experts que
se perguntam por que não há vida em outros planetas que conhecemos.
A pergunta é terrível. Mas a resposta é mais terrível ainda. Os experts
respondem que, quando as civilizações chegam ao grau de conhecimento
que temos, elas se autodestroem. Estamos então no umbral de criar um
paraíso ou de destruir-nos. Como lhes disse, no cenário positivo, destruir
a vida humana inteira e no negativo, destruir todas as formas de vida,
até as bactérias. Então tudo é muito bonito, mas também aterrorizante
se não fizermos as escolhas certas.
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O CONFERENCISTA
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1. INTRODUÇÃO
1. Business as Usual
Crescimento moderado em rupturas tecnológicas
Impactos moderados de movimentos ambientalistas
Crescimento econômico moderado
Mudanças moderadas na geopolítica
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2. Environmental Backlash
Crescimento moderado em rupturas tecnológicas
Impactos elevados de movimentos ambientalistas
Crescimento econômico moderado
Mudanças moderadas na geopolítica
3. High-tech Economy
Crescimento elevado em rupturas tecnológicas
Baixos impactos de movimentos ambientalistas
Crescimento econômico elevado
Poucas mudanças na geopolítica
4. Political Turmoil
Crescimento moderado em rupturas tecnológicas
Baixos impactos de movimentos ambientalistas
Crescimento econômico moderado/baixo
Importantes mudanças na geopolítica
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Um Caldeirão de Contradições
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A Vida Continua
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O Novo Fogo
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O Custo do “Vício”
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A Cascata de Conseqüências
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Biomassa e resíduos
793 1400 607 76,5
tradicionais
Outras biomassas
Metanol 370 388 18 4,9
Etanol
Óleo não-convencional de
88 350 262 297,7
areias de alcatrão e xisto
Processos totais de carvão
da liquefação, oxigenação, – 500 – –
gaseificação
Solar (fotovoltaica, torres de
energia solar, solar termal e 11 100 89 809,1
solar espacial)
Fusão nuclear 0 0 0 –
Gás metano 0 22 22 –
Marés .1 1 1 900,0
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Terrorismo oportunista
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acreditam que eles aumentem nos próximos vinte anos, e que possam
interromper os suprimentos em 5-10% por pelo menos um mês. Alguns
analistas pensam que a missão antipetróleo dos terroristas é fazer com
que governos democráticos e economias seculares fracassem, de modo
que governos fundamentalistas possam assumir a influência desses países
sobre algumas nações produtoras de petróleo. Também pode haver outros
motivos, tais como alienar os moderados em relação a seus governos
ineficazes, manter concentrações de riquezas em países ricos em petróleo,
e diminuir o desenvolvimento de tecnologias avançadas, vistas por eles
como não-religiosas. Algumas pessoas têm até sugerido que, por meio
do terrorismo, os próprios terroristas possam enriquecer apossando-se
dos recursos petrolíferos.
Alguns analistas pensam que os terroristas querem ver um aumento
no preço do petróleo (ataques aos suprimentos resultam em aumentos
de preço) para enriquecer países árabes. Eles querem reduzir a presença
ocidental em “seus” países, bem como minar governos democráticos,
pressionando-os a adotar rígidas provisões de segurança, que movam
esses países a estados de alerta e proíbam o que os terroristas consideram
ser liberdades imorais. Alguns vêem o terrorismo transformando-se em
extorsão de proteção, funcionalmente não distinguível do crime organizado.
Evidentemente, eles querem a retirada das tropas e corporações ocidentais
dos países muçulmanos, para “purificar” o reinado islâmico.
A matança de pessoas nos últimos vinte anos foi uma estratégia
projetada para ilustrar a fraqueza e fragilidade dos países não-fundamentalistas.
Com a necessidade óbvia de petróleo, era aparente que havia outras
maneiras de provocar o fracasso e de ilustrar, e talvez intensificar, a
fraqueza e fragilidade inerentes dos países que eles consideravam
decadentes. De início a abordagem foi atacar os campos petrolíferos e
suas instituições e infra-estrutura. Em resposta a esta ameaça a presença
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Finalmente
Assim sendo, sim, é fácil ser cético. Nós ouvimos tudo isso antes.
O que as pessoas mais sentem falta dos velhos tempos são as vacinações
em lugares distantes, a liberdade para dirigir o que e para onde quisessem,
um governo no qual pudessem acreditar, que contasse a verdade – se, de
fato, alguém ainda sabe o que é a verdade – e estabilidade. Hoje em dia
há um pensamento excessivamente pessimista em torno da energia. As
reservas cresceram no passado, quando a previsão era o esgotamento, e
agora muitas pessoas, na indústria, dizem que isso acontecerá de novo.
Quanto ao desenvolvimento de novos sistemas energéticos, com esforço e
firmeza as potências do mundo podem solucionar o problema; elas podem
fazer qualquer coisa que desejarem. Mas a Copa do Mundo está passando
na televisão, agora, então vamos nos preocupar com isso amanhã.
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http://www.soc.soton.ac.uk/index.php?pagetype=display_news&idx=303
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o que foi amplamente mantido fora dos noticiários, por receio de que os
ataques fossem imitados. Estes, e ataques subseqüentes a companhias
petrolíferas, montadoras e grandes revendas de carros eram incapazes
de causar muito impacto sobre o consumo de combustíveis fósseis.
Os alvos potenciais eram numerosos e diversos. Será que os sabotadores
deveriam atingir perfuradoras, refinarias, dutos, navios-tanque, tanques
de abastecimento, caminhoneiros, postos de gasolina, montadoras,
consumidores, sedes corporativas... ou o quê?
Os relatórios diários de novos impactos de material radioativo
vazando para o Oceano Índico enfureceram muitas pessoas, e a
coordenação de ataques e a definição de prioridades para alvos tornaram-
se irrelevantes. A poluição radioativa do acidente espalhou-se ao longo
do continente povoado da Índia e áreas vizinhas, causando disputas
políticas entre os estados. Grupos ativistas se organizaram nos EUA,
Europa, Ásia e América Latina. Eles escolheram o alvo mais convincente,
que seria notícia internacional, e usaram câmeras em telefones celulares
para obter imagens dramáticas que seriam veiculadas em blogs da Internet
que alimentaram a mídia.
O novo movimento ambientalista assumiu muitas formas. Green
Smart emergiu como uma rede avulsa de arquitetos e engenheiros, que se
tornou uma força em planejamento urbano e de comunidades alternativas
ao redor do mundo, e invadiu a agricultura rural. Radicais do Save Gaia
atingiram dutos de petróleo no Oriente Médio e nos EUA com ataques
que interromperam o fornecimento em 5% por um mês, e realizaram uma
série de ciberataques a sistemas financeiros de companhias petrolíferas
e de automóveis. Estavam envolvidos radicais moderados e estudantes
universitários, que marcharam até as Nações Unidas, o Banco Mundial,
parlamentos, salas de imprensa e sedes corporativas de companhias de
energia em todo o mundo.
Os ativistas do Save Gaia protestavam contra o modo como o mundo
estava sendo conduzido, o modo como os ricos gastavam seu dinheiro,
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http://www.sweden.gov.se/sb/d/3212/a/51058;jsessionid=aRO1qHEpCvAg
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Os Ricos Intervêm
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da bacia do Congo foram compradas por um clube das 100 pessoas mais
ricas na China, com o objetivo de evitar o que aconteceu com a Amazônia.
Os três empreendedores mais ricos da Índia alavancaram financeiramente
os principais projetos de água na Ásia. Algumas das pessoas mais ricas
no Oriente Médio causaram reviravoltas em várias importantes áreas de
desertificação do mundo.
Investidores menores também puderam participar financeiramente
no contra-ataque ambiental, investindo em fundos internacionais tais
como o Green Brick (composto das 10 principais empresas Green Smart
no Brasil, Rússia, Índia, China e Coréia) e o GreenMap (formado pelas
empresas mais promissoras, independente de localização, que estão
produzindo as tecnologias dentro do roteiro do GLEEM).
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Todas as referências em dólares americanos estão em valores de 2006, não calculadas para
valores de 2020.
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Esta curva foi derivada usando-se o CurveExpert. A forma é “taxa de crescimento saturado”.
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Minuta por Dennis Bushnell, Cientista-Chefe, NASA Langley Research Center d.m.bushnell@
larc.nasa.gov
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Transporte
http://www.syntheticgenomics.com/
http://www.bp.com/sectiongenericarticle.do?categoryId=9008205&contentId=7015200
10 http://www.epa.gov/otaq/climate/420r06003summary.htm
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11 São 7 bilhões de toneladas em 2004, o que pode ser traduzido para cerca de 25 bilhões de
toneladas de CO2. http://www.bp.com/genericarticle.do?categoryId=98&contentId=7000452.
(ver a seção sobre Mudança Climática).
101
Cenários Energéticos Globais 2020
Outros não levaram isso a sério, visto que significaria construir 4.900
usinas nucleares em todo o mundo para substituir um número suficiente
de usinas de energia da queima de combustíveis fósseis ou aumentar o
uso de energia solar mediante uma quantidade expressiva. Mesmo assim,
três anos mais tarde, quando ocorreu o acidente na Índia – e isto denegriu
a imagem da solução nuclear –, as indústrias petrolíferas perceberam que
mudanças fundamentais eram necessárias.
Nessa busca pela mudança fundamental, algumas empresas de
transportes e de energia seguiram a liderança do Brasil e conduziram a
luta para que governos aprovassem regulamentações exigindo veículos
flex, que pudessem usar gasolina, etanol, metanol ou misturas desses
combustíveis. Já no ano de 2005, mais de 30% da demanda brasileira de
gasolina foi atendida pelo etanol, enquanto o etanol atendeu a apenas 2%
da demanda nos Estados Unidos. Este padrão iniciado pela concorrência de
combustíveis proveu os incentivos necessários para tornar os combustíveis
menos dispendiosos e mais amplamente disponíveis.
Quando se percebeu que menos de 6% das terras dos EUA
poderiam produzir biomassa suficiente para suprir a energia equivalente
às necessidades de petróleo e gás natural, isto se tornou uma questão
de segurança nacional no Congresso dos EUA, o qual aprovou a lei da
energia de biomassa. Deve-se reconhecer que não havia água o suficiente
para produzir a biomassa que abastecesse todos os carros, mas uma lei
impulsionou a P&D que ajudou o mundo a realizar mudanças, de forma
que, hoje, 19% de todos os carros novos utilizam biocombustíveis.
A produção de biocombustível dependia da energia fóssil para
converter açúcares biológicos em combustíveis para transporte. Mesmo
com o uso da energia fóssil para produzir os biocombustíveis, suas
emissões de gases de efeito estufa eram 20-50% mais baixas do que
aquelas de combustíveis de petróleo. Combustíveis fósseis agora são
substituídos por nanopainéis solares fotovoltaicos, dispostos em camadas
102
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12 http://europe.eu.int/comm/energy/res/sectors/bioenergy_en.htm
13 http://www.oilendgame.com/ExecutiveSummary.html
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500 km, mas a comercialização tem sido lenta por causa dos custos de
produção excessivamente altos e dos problemas técnicos – tais como a
necessidade de operação a 350-400°C –, que ainda não foram resolvidos
economicamente. Os fornecedores de hidrogênio não têm sido capazes
de suportar a complexa infra-estrutura de distribuição de hidrogênio,
necessária para atrair as montadoras e motoristas para a troca. Hidretos
químicos e materiais de nanoestrutura de carbono operando a temperaturas
mais baixas que os hidretos metálicos estão se tornando competitivos
em ensaios de P&D.
Carros elétricos são mais aceitáveis, agora que as baterias de
nanomaterial melhoraram a relação peso-armazenamento. Eles respondem
por 15,4% de todos os carros vendidos em 2020. Como resultado, a
estratégia de longo prazo da China em ser o líder mundial em carros
elétricos teve sucesso, e o país vende agora mais de um milhão de carros
por ano. A China responde por mais de 50% de todos os carros elétricos
novos vendidos no mundo. Deve-se reconhecer que a maioria deles é
vendida no país, mas o seu êxito foi em decorrência de um longo trabalho
de mudança da opinião mundial sobre as práticas anteriores de poluição
do ar e da água daquela nação.
Os híbridos ainda são os mais populares, respondendo por 31,7%
de todos os carros novos vendidos em 2020. Os seus proprietários agora
podem conectá-los à noite para obter a energia não utilizada nas redes
elétricas para recarregar seus carros. Conseqüentemente, carros elétricos
híbridos tipo plug-in com combustíveis flex conquistaram a imagem
Green Smart como os carros elétricos chineses. Carros puramente elétricos
foram isentos de impostos rodoviários, pedágios urbanos e outros tributos
estatais similares. Algumas cidades – Paris, São Paulo, Tóquio, e Cidade
do México – vêm oferecendo estacionamento gratuito para carros
elétricos durante vários anos, enquanto a maioria das cidades tem áreas
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Eletricidade
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Inovações Adicionais
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Consumidores Educados
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15 http://www.foresight.org/cms/press_center/128
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117
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18 Ver http://www.singularity.com/.
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119
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19 Ver http://www.whitehouse.gov/news/releases/2006/01/20060131-6.html.
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As “Ondas” de Energia
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A “Internet” da Energia
20 Ver http://news.nationalgeographic.com/news/2005/01/0114_050114_solarplastic.html e
http://www.nanosolar.com/.
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21 Ver http://hotrock.anu.edu.au/index.html.
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O sucesso da IEEN tem sido tão grande, que agora outros países
querem rapidamente se interligar, desde a África até o Leste da Ásia,
incluindo a Austrália e a Nova Zelândia, e estas conexões estão planejadas
para 2022. A redundância completa e a capacidade de reserva da IEEN são
fundamentais ao seu funcionamento; cada parte da sua malha elétrica
descentralizada e automaticamente redistribuída tem cobertura de
segurança e múltiplas alternativas. Da mesma forma que a Internet fez para
as telecomunicações, a IEEN permitiu interconexões elétricas contínuas e
confiáveis entre povos e nações. De fato, as novas redes elétricas estão se
tornando algo como uma Internet da energia. As diferenças no período
de pico de carga do Leste para o Oeste e do Norte para o Sul têm ajudado
a aumentar a eficiência e redundância dessas redes elétricas globais. Isto
tem sido especialmente importante para reduzir as ameaças políticas e
aumentar o superávit elétrico.
As Américas estão ligadas desde 2015, quando a rede Pan-American
Electrical Grid (PAEG) foi concluída. De fato, a PAEG foi o fruto do Plano
Pueblo-Panamá (PPP), iniciado pelo presidente mexicano Vicente Fox
em 2006 e que ligava o México ao Panamá em 2010. Os elos elétricos
finais entre México e EUA também foram concluídos em 2011, e o Brasil
ligou-se a todos os seus vizinhos até 2015. Primeiro a PAEG, e agora a IEEN
expandida conquistarão o sonho de ligar toda a humanidade quando a
rede elétrica for finalmente conectada entre a Sibéria e o Alasca, em 2023.
Isto será um avanço importante para todo o planeta e trará eletricidade
confiável a todos os cantos de cada continente.
As idéias do pensador visionário Buckminster Fuller e sua Global
Energy Network (www.geni.org) logo estarão realizadas, o que trará mais
contatos e mais trocas entre todas as nações, enquanto reduz e quase
elimina o medo de conflitos em um mundo totalmente interligado e
interdependente. De fato, Buckminster Fuller falou em não jogar “jogos
de guerra”, mas sim “jogos mundiais” para trazer paz e prosperidade a
133
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flex podiam usar gasolina, etanol ou qualquer mistura dos dois. Além
disso, quando surgiram os primeiros carros flex, toda gasolina vendida
no Brasil continha 20-25% de álcool, e tinha um preço equivalente ao da
gasolina por quilômetro percorrido. O etanol e os carros flex permitiram
que o Brasil parasse de importar gasolina e iniciasse a exportação de
bioálcool em 2005. Até 2010, todos os carros novos vendidos no Brasil
tinham motores flex, e o etanol tornou-se um dos principais produtos
das exportações brasileiras, principalmente para o Japão e outros países
asiáticos. O Brasil produz etanol a partir de cana-de-açúcar, e aumentou
substancialmente a sua produção de 300 metros cúbicos por quilômetro,
em 1980, para 550 em 2000, e 900 em 2020, graças à biotecnologia, que
agora tornou o etanol 20% mais barato que o petróleo. O Brasil tem sido
tão bem-sucedido com o bioálcool que está produzindo motores de avião
movidos a etanol. Além disso, algumas empresas brasileiras começam a
substituir petroquímicos por bioalternativas. Esta sábia escolha de negócio
deixa o Brasil menos vulnerável à volatilidade dos preços do que os outros
países, que ainda contam exclusivamente com o petróleo e gás.
Os EUA iniciaram um programa similar nos anos 90, mas baseado
em milho, primeiro em Minnesota e depois em outros estados do Cinturão
do Milho do meio-oeste. Minnesota possuía 10% de etanol em toda a sua
gasolina e 20% era exigido por lei no início de 2013. Logo outros estados
seguiram seu exemplo. Na Europa, o combustível E85 (uma mistura de
85% de etanol e 15% de gasolina por volume, algumas vezes também
chamado de bioálcool BA85) estava obtendo bons resultados na Suécia,
e rapidamente espalhou-se em grande parte da Europa. Contudo, custos
mais elevados na Europa e a indisponibilidade de mais terra impediram
qualquer substituição mais rápida da gasolina. O desenvolvimento da
tecnologia de biodiesel começou na Europa, onde havia uma frota
importante de veículos diesel e ele podia ser produzido de uma variedade
de fontes – desde a soja, passando pela semente de colza até as algas.
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As Células da Vida
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Teor energético
Tipo de combustível
(MJ/kg)
Água armazenada bombeada à altura de barragem de 100 m 0,001
Bagaço 10
Madeira 15
Açúcar 17
Metanol 22
Carvão (antracita, lignita etc.) 23–29
Etanol (bioálcool) 30
GLP (gás liquefeito de petróleo) 34
Butanol 36
Biodiesel 38
Óleo diesel 42
E10 (mistura de 90% de gasolina e 10% de álcool) 44
Gasolina 45
Diesel 48
Metano (combustível gasoso, dependente de compressão) 55
Hidrogênio (combustível gasoso, dependente de compressão) 120
Fissão nuclear (Urânio, U-235) 90.000
Fusão nucelar (Hidrogênio, H) 300.000
Energia de ligação do hélio (He) 675.000
Equivalência de massa-energia (equação de Einstein) 89.880.000
Antimatéria como combustível (estimada de acordo com E = mc2) 180.000.000
Fonte: O Projeto Millenium, baseado no IEA e no Departamento de Energia dos EUA
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Cenários Energéticos Globais 2020
O Espaço e o Futuro
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Cenários Energéticos Globais 2020
durante os anos 60, pela NASA, para gerar eletricidade para as missões
Apollo, e mais tarde foram usadas no ônibus espacial e na Estação Espacial
Internacional. Células a combustível são extremamente eficientes em
converter energia química em energia elétrica, visto que elas não são
restritas pela eficiência máxima do ciclo de Carnot, como são os motores
à combustão. Em uma célula a combustível, um combustível inflamável
reage com o oxigênio para transformar energia química em eletricidade,
com eficiência superior a 60%, o que demonstra uma melhora, se
comparado aos 40% obtidos no início do século.
Células a combustível estão sendo usadas em quase todos os lugares,
em residências, indústrias, carros e até mesmo foguetes. Elas também
podem usar vários tipos de combustíveis, desde hidrogênio puro até gás
de aterros sanitários, para produzir eletricidade. Se o hidrogênio puro
é “queimado” com oxigênio, então a única emissão é água. Se forem
usados hidrocarbonetos, então também é produzido dióxido de carbono;
e quanto maior a quantidade de carbono no hidrocarboneto utilizado,
mais dióxido de carbono será emitido. O principal problema com as células
a combustível é o seu alto custo, que, apesar de ter diminuído com as
rupturas de alta temperatura e de catálise, ainda é elevado em 2020.
Atualmente está-se usando nanotecnologia para tentar baixar os custos
de fabricação de células a combustível, da mesma forma como foi feito
com as nanobaterias depois de 2015.24
Além disso, o custo veicular com o uso de hidrogênio a partir de
células a combustível caiu de R$ 0,12 por quilômetro, em 2000, para
R$ 0,04 por quilômetro em 2020, mas isto ainda é 50% mais caro que os
motores à combustão interna flexfuel híbridos. Comparado com outros
combustíveis compostos de hidrocarbonetos, os custos ao usar células a
combustível e ICEs são similares, motivo pelo qual os híbridos elétricos
24 Ver http://www.foresight.org/challenges/energy.html.
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25 Ver http://www.space.com/news/ap_060126_russia_moon.html.
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26 Ver http://www.esa.int/esaCP/SEMHVXVLWFE_index_0.html.
27 Ver http://www.nada.kth.se/~asa/dysonFAQ.html#WHAT.
147
Cenários Energéticos Globais 2020
continua
Notação
Exemplo Potência
científica
Potência do sinal de rádio da sonda espacial Galileu
10 zW 10 × 10-21 watt
de Júpiter
Sinal mínimo discernível em um terminal de antena
2.5 fW 2.5 × 10-15 watt
de FM
Consumo médio de uma célula humana 1 pW 1 × 10-12 watt
Consumo aproximado de um relógio de pulso de
1 µW 1 × 10-6 watt
quartzo
Laser em uma unidade de CD-ROM 5 mW 5 × 10-3 watt
Consumo aproximado de um cérebro humano 30 W 30 × 100 watt
Potência de uma lâmpada doméstica típica 60 W 60 × 100 watt
Potência média usada pelo corpo humano 100 W 100 × 100 watt
Aproximadamente 1.000 BTU/hora 290 W 2.9 × 100 watt
Potência recebida do Sol na órbita da Terra por m 2
1.4 kW 1.4 × 103 watt
Potência fotossintética emitida por km2 no oceano 3.3 – 6.6 kW 3.3 – 6.6 × 103 watt
Potência fotossintética emitida por km em terra
2
16 – 32 kW 16 – 32 × 103 watt
Faixa de potência emitida de automóveis típicos 40 – 200 kW 40 – 200 × 103 watt
Potência mecânica emitida de uma locomotiva diesel 3 mW 3 × 106 watt
Potência de pico emitida do porta-aviões da maior
190 MW 190 × 106 watt
classe
Potência recebida do Sol na órbita da Terra por km2 1.4 GW 1.4 × 109 watt
28 Ver http://www.aleph.se/Trans/Global/Omega/.
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conclusão
Notação
Exemplo Potência
científica
Geração de potência de pico do maior reator nuclear 3 GW 3 × 109 watt
Geração elétrica da barragem Três Gargantas na China 18 GW 18 × 109 watt
Consumo elétrico dos EUA em 2001 424 GW 424 × 109 watt
Consumo elétrico do mundo em 2001 1.7 TW 1.7 × 1012 watt
Consumo total dos EUA em 2001 3.3 TW 3.3 × 1012 watt
Produção global de energia fotossintética 3.6 – 7.2 TW 3.6 – 7.2 × 1012 watt
Consumo total do mundo em 2001 13.5 TW 13.5 × 1012 watt
Fluxo de calor total médio do interior da Terra 44 TW 44 × 1012 watt
Energia térmica liberada por um furacão 50 – 200 TW 50 – 200 × 1012 watt
Fluxo de calor estimado transportado pela Corrente
1.4 PW 1.4 × 1015 watt
do Golfo
Potência total recebida pela Terra do Sol (Tipo I) 174 PW 174 × 1015 watt
Luminosidade do Sol (Tipo II) 386 YW 386 × 1024 watt
Luminosidade aproximada da Via Láctea (Tipo III) 5 × 10 W
36
5 × 1036 watt
Luminosidade aproximada de uma erupção de
1 × 1045 W 1 × 1045 watt
Raios Gama
Uso de energia de um supercluster galáctico (Tipo IV) 1 × 1046 W 1 × 1046 watt
Controle de energia sobre todo o universo
1 × 1056 W 1 × 1056 watt
(civilização Tipo V)
Fonte: O Projeto Millenium, baseado no Wikipedia29
29 Ver http://en.wikipedia.org/wiki/Orders_of_magnitude_%28power%29.
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31 Construído a um custo de US$ 3,6 bilhões e capaz de bombear 1 milhão de barris por dia; ver
http://www.rferl.org/featuresarticle/2005/05/206868a6-60ca-4f9a-81f0-dea2f7fbc501.html.
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O Cáucaso
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Isso, por sua vez, causou tensão entre o governo turco e o Partido
dos Trabalhadores Curdo, que declarou autonomia no sudeste. O governo
turco, auxiliado pelas facções xiitas do novo governo iraquiano, que
tinham receio do fortalecimento dos partidos curdos em seu país, enviou
tropas, terminando efetivamente uma trégua de cinco anos com o Partido
dos Trabalhadores.
A UE interrompeu o processo de adesão da Turquia, o que a
empurrou ainda mais para dentro da órbita do Oriente Médio. A força e
influência do Irã cresceram na região, e o seu apoio declarado aos xiitas no
Iraque efetivamente pôs fim à tênue coesão nacional iraquiana. As tensões
e guerras não declaradas aumentaram, enquanto alianças formavam-se
entre grupos terroristas do Irã e do Iraque e senhores da guerra em toda
a região, existentes hoje em dia.
NOROESTE DA CHINA
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33 Ewing, Dan, “China’s New Energy Strategy and the Specter of Inflation,” localizado no
NixonCenter.org, http://www.nixoncenter.org/publications/2001articles/Dan%20Ewing/Chin
a%20Energy%20and%20Inflation.htm
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CHINA E JAPÃO
34 http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/4831624.stm#pipelinebox
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reivindicou a área sob a Convenção das Nações Unidas com base na Lei
do Mar, que permite que países costeiros reivindiquem uma zona
econômica que se estende até 370 km das suas linhas costeiras. Tanto o
Japão como a China são partes deste acordo. A China reivindica a área
sob a Convenção de Genebra de 1958 na Plataforma Continental, que
permite que países costeiros estendam suas fronteiras até suas plataformas
continentais submarinas.35
Embora política e economicamente enfraquecido pelos custos de
guerras passadas e pela atual necessidade de energia, os EUA foram
capazes de enviar sua Sétima Frota em manobras navais para próximo
da área disputada, e então a China e o Japão concordaram em levar a
questão ao Tribunal Mundial em Den Haag. As tensões ainda permanecem
elevadas, enquanto as bombas de petróleo e de gás estão paradas,
aguardando uma decisão do tribunal. Além disso, o Japão aumentou sua
concorrência com a China pelo gás natural líquido da Austrália, enquanto
gera conflitos na China e acelera seus esforços para extrair hidratos de
metano no leito do oceano, para os quais ainda não existem tecnologias
ambientalmente seguras.
O Ártico
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Nigéria
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O Golfo Pérsico/Árabe
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Isto deu mais força aos extremistas dentro dos movimentos políticos
islamitas para alegarem que o seu tempo havia chegado. Campanhas
religiosas nas ruas, sermões políticos em mesquitas e artigos ofensivos nos
jornais condenavam a corrupção e defendiam a necessidade de mudança.
Os extremistas surpreenderam o mundo e ganharam a primeira eleição
nacional, escolhendo o seu Primeiro-Ministro para a Arábia Saudita.
Entretanto, a vitória tinha vida curta. Com aproximadamente 3.500
príncipes e incontáveis acordos informais com fornecedores de energia
em todo o mundo durante várias gerações, a família real era forte e
profundamente enraizada em todos os aspectos do governo e sociedade
saudita. Dívidas antigas foram cobradas de governos, corporações e
pessoas. A guerra civil estourou entre diferentes facções dentro do país,
tendo como resultado o desmembramento da Arábia Saudita em várias
partes, com uma trégua preocupante mantida até hoje.
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38 Ver: http://www.news24.com/News24/World/News/0,,2-10-1462_1873545,00.html
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Nos últimos 20 anos, os esforços para criar estruturas sérias de
governança internacional, que exigem compromisso e negociações tipo
“toma lá, dá cá”, falharam imensamente. Grupos étnicos e países estão
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SATURNOS - ASSESSORIA EM COMUNICAÇÃO SOCIAL S/C LTDA.
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Antônia Schwinden
CAPA
Glauce Midori Nakamura
Editoração Eletrônica
Ivonete Chula dos Santos