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INTRODUÇÃO
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profundos, capazes de abalar a concepção do mundo e desequilibrar forças
até então em suspenso? Os que vivemos em Portugal temos o condão de
estar sempre no meio dos acontecimentos e passar por eles e eles passarem
por nós como se não nos entrassem pelos sentidos: não vemos, não
ouvimos, nada nos toca, nada nos faz reflectir. O primeiro passo para
qualquer mudança de atitude e de comportamento é o olhar crítico sobre a
realidade que nos cerca e da qual somos filhos. A sociedade em Portugal
viveu os últimos trinta anos sob o signo da liberdade que nunca
conquistou. Falar de comum participação na missão evangelizadora do
povo de Deus resulta exclusivo para alguns teólogos e leigos formados em
cultura católica. A Igreja em Portugal viveu os últimos trinta anos sob o
signo do Concílio Vaticano II que nunca chegou a entrar e transformar as
nossas comunidades paroquiais.
Gostaria de indicar dois títulos sugestivos que têm circulado entre jovens e
menos jovens, evangelizadores e descrentes e que provocou alguma euforia
livresca. Trata-se da obra de Dan Brown, O Código Da Vinci. Bertrand. Um
romance histórico com muitas imprecisões e leituras unidireccionais com
pouca honestidade intelectual. Precisamente um dos pontos da nossa
cultura é a exploração deste filão. Muita informação que não informa, que
confunde, que leva a admitir a ficção por realidade. Surgiu também entre
nós uma obra de referência para a cristologia liberal de E. R Sanders, A
verdadeira história de Jesus (Editorial Notícias). Voltamos à inquietação do
que se pode saber verdadeiramente sobre o Filho de Deus, como
compaginar aliança sinaítica com futuro escatológico.
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domínio profissional, compromisso com uma pessoa concreta, participação
numa causa.
“E urgente e necessário estruturar uma pastoral vocacional, ampla e
detalhada, que envolva as paróquias, os centros de educação, as famílias,
suscitando uma reflexão mais atenta aos valores essenciais da vida, cuja
síntese decisiva reside na resposta que cada um é convidado a dar ao
chamamento de Deus, especialmente quando este pede a total doação de si
mesmo e das suas próprias forças à causa do Reino” (Novo milienio ineunte,
n.°46).
Um pouco antes este mesmo texto de João Paulo II apresenta sete aspectos
pastorais da comunidade (Novo milienio ineunte, n.° 29). Para nós serviriam
de indicador de como servimos as vocações.
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comunitária. Uma comunidade que não sinta amor à eucaristia não sente
apreço pelas vocações. Devoção à Eucaristia, ao dom que Cristo faz de si
mesmo. Quando estamos sós o sacrário é um bom refúgio e o nosso melhor
descanso, o nosso melhor ombro. Visitar o Santíssimo Sacramento é
verdadeira imitação de Cristo.
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narrar a história da salvação, nas palavras e nas obras de arte. Promover o
sentido estético e literal da nossa evangelização.
3.7. O Anúncio da Palavra é um imperativo
Mas como pedir que se seja escutada a palavra que senão há quem pregue,
e como pregar se não há a quem enviar, e como enviar se não há quem
chame? Nas paróquias atender à criação de escolas onde a bíblia seja lida,
estudada, partilhada, por todos e em todas as idades.
CONCLUSÕES E DESAFIOS
A conversão e Jesus Cristo e a sua confissão como Filho de Deus implica a
adopção de um estilo de vida sóbrio e próximo do que Ele assumiu. Um
estilo de viver cuja centralidade está na sua consciência filial, ou seja, para
nós é necessário um retorno à vida familiar, aos seus valores de nascimento
e educação para a responsabilidade. Um estilo de viver apostado na relação
de coração a coração, que estimula e ensina, que acolhe e envia. Um estilo
de viver pobre: conhecer as necessidades e respeitar o que se pede e
agradecer o que se obtém. Só no reflexo da vida de Cristo na nossa própria
vida poderemos falar dele aos que O não conhecem ou conhecem
deficientemente.
Não estamos no início nem tão pouco no final. Estamos no hoje da salvação
e é este tempo que precisamos assumir e evangelizar. Importa sair do
cansaço em que nos encontramos para retomar forças e ir lançar redes ao
largo.
É essencial que uma comunidade que chama reze. Sem desfalecer, sem
cessar, sem adormecer. Reze não só durante uma semana mas em cada
semana, não só por uma pessoa concreta mas por todos os baptizados, por
todos os que têm condições para o chamamento: ouvido e voz, para que
escutando, respondam afirmativamente. Porque não incluir no plano
pastoral uma hora semanal de adoração/oração eucarística com carácter
vocacional. Que congregue todos: pais e filhos, educadores e educandos na
fé. Criar ritmos de oração, abrir caminhos para que o Mestre e Senhor possa
passar. Ele está na Eucaristia e fala na Palavra. Reaprender a juntar às
palavras os sinais teologais e sacramentais. A reintrodução da oração feita
em família: oferecimento do dia, terço, bênção da mesa e do trabalho,
exame de consciência; devoção ao Anjo da Guarda e aos santos patronos.
Ensinar a rezar e ensinar a fazê-lo em chave vocacional.
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Um projecto de pastoral realista e sério passa hoje pela criação de uma
equipa de coordenação e animação vocacional de todas as realidades
humanas da paróquia, da família à escola, do grupo à comunidade cristã,
do social à cultura, do desporto ao lazer. Este é o largo. Um coordenador/
animador unirá vários membros com especial carisma pelos sectores
profético, litúrgico e apostólico. Uma verdadeira equipa, chamada, unida
pela comunhão. Uma equipa que acredite no seu trabalho apostólico e na
urgência dele. Uma visão de conjunto de toda a pastoral, transversabilidade
no saber e no fazer chamados. Não se trata de criar mais actividades
pastorais, mas sim o de dar conteúdo vocacional ao muito que já se faz nas
paróquias. Fazer com que esta animação e coordenação não dependa só do
pastor. Ele é o seu primeiro responsável, não pode ser o único elemento
activo, O seu contributo será o seu testemunho sacerdotal alegre e fazedor
de comunhão.
Um Pároco