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O problema da organização e a noção de síntese

international | history of anarchism | opinion/analysis Wednesday December 10, 2008 15:01


by Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro - (Comitê Editorial de Dielo Trouda)
A tendência central, a coluna vertebral do anarquismo se encontra representada pelo comunismo
anarquista. O anarquismo individualista é, no melhor dos casos, só um fenômeno filosófico e
literário, porém não um movimento social. E ocorre freqüentemente que os últimos, ao ver-se
envolvidos em política, terminam como caprichosos burgueses (tal qual Tucker e outros
individualistas).

O PROBLEMA DA ORGANIZAÇÃO E A
NOÇÃO DE SÍNTESE
Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro
(Comitê Editorial de Dielo Trouda)

Muitos companheiros têm dado sua opinião nas colunas do Dielo Trouda (“A Causa Operária”), a
respeito da questão dos princípios anarquistas e do formato organizativo. Nem todos sem
aproximam do problema desde o mesmo ângulo. A essência deste problema, segundo entende o
comitê editorial do Dielo Trouda, consiste no seguinte.

Os anarquistas que agitam e lutam pela emancipação do proletariado devem, a todo custo, pôr fim
a dispersão e a desorganização que abundam em nossas fileiras já que estas destroem nossas
fortalezas e nossos esforços libertários. A forma de superar isto é criar uma organização que
talvez não agrupe a todos os militantes ativos do anarquismo, porém, certamente a maioria deles
sob a base de posições táticas e teóricas específicas, e nos leve a um firme entendimento de como
estas se devem aplicar na prática.

Não é necessário dizer que, para tratar esta questão, deve-se lançar mão para a elaboração de
posições teóricas e táticas que forneça a base, a plataforma, para esta organização. Pois, se não
associarmos a idéia de tal organização com posições teóricas e táticas bem definidas, podemos
desperdiçar nosso tempo falando da necessidade de organizar nossas forças sem ganhar nada com
ela.

O Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro nunca tem perdido de vista essa última questão.
Em uma série de artigos publicados no Dielo Trouda, seu ponto de vista tem sido parcialmente
exposto em assuntos de particular importância para um programa: a relação do anarquismo com a
luta das classes dos explorados, sindicalismo revolucionário, o período de transição, etc.

Nossa próxima tarefa será chegar a uma clara formulação de todas essas posições e princípios
para logo expô-los em uma plataforma organizativa mais ou menos acabada, a qual servirá de
base para unir certo número de militantes e grupos em uma mesma organização. Esta última, por
sua vez, servirá de trampolim para uma fusão mais completa das forças do movimento anarquista.

Esta é, então, o caminho que temos escolhido para a resolução do problema organizativo. Não é
nossa intenção proceder, nesta ocasião, com um re-exame total de valores ou a elaboração de
novas posições. Nossa visão é que qualquer coisa necessária para a construção de uma
organização anarquista, fundada sob uma plataforma dada, pode ser encontrada no Comunismo
Libertário que expõe a luta de classes, a liberdade e a igualdade de todos os trabalhadores, e que
encontra sua realização na Comuna anarquista.

Aqueles companheiros que são partidários da noção de “Síntese” teórica entre as variadas
correntes do anarquismo têm uma noção muito distinta da questão organizativa. É lastimável que
sua visão esteja tão debilmente exposta e elaborada, e que seja, então, muito difícil fazer uma
crítica cabal dela. Essencialmente, sua noção é como segue. O anarquismo se divide em três
ramos: anarquismo comunista, anarco-sindicalismo e anarquismo individualista. Pese a que cada
um destes ramos tem de particulares, os três se parecem tanto e são tão próximos um ao outro,
que é só graças a mal entendidos superficiais que tem existência como ramos separados.

A fim de dar surgimento a um movimento anarquista forte e poderoso, é necessário que ele se
funda completamente. Essa fusão, por sua vez, implica em uma síntese teórica e filosófica dos
ensinamentos sobre as quais cada um desses ramos se funde. Só depois da síntese teórica desses
ensinamentos, podemos abordar a estrutura e o formato de uma organização que represente as três
tendências. Tal é o conteúdo da Síntese assim concebida, como tem sido exposta na “Declaração
dos anarquistas trabalhando conjuntamente”, e uns quantos artigos de Volin [1], publicados no
Anarjichéskii Véstnik (“Mensageiro Anarquista”) e no Dielo Trouda (números 8 e 9). Nós
estamos de total desacordo com esta idéia. Sua inadequação é notoriamente óbvia. Para começar,
por que esta divisão arbitrária do anarquismo em três ramos? Há outros também. Podemos
mencionar, por exemplo, o Anarquismo cristão, o Associacionismo, o qual seja dito de passagem,
é mais próximo ao comunismo anarquista que ao individualismo anarquista. Então, qual é,
precisamente, a consistência das discrepâncias “teóricas e filosóficas” entre as já mencionadas
três tendências, sem querer aperceber uma síntese entre elas?

Antes de falar entre uma síntese teórica entre o comunismo, o sindicalismo e o individualismo,
necessitamos analisar estas correntes. A análise teórica mostra rapidamente o grau em que o
desejo de sintetizar essas correntes é descabido e absurdo. De fato, falar de uma “síntese entre
comunismo e sindicalismo” não significa resistência entre eles? Muitos anarquistas têm visto o
sindicalismo como uma das expressões do movimento revolucionário proletário, com um dos
métodos de luta expostos pela classe operária em sua luta pela emancipação.

Nós entendemos o Comunismo como o objetivo de libertação da classe produtora. Então, pode o
fim estar em contradição com seus meios? Só um raciocínio débil de um intelectual diletante,
ignorante da história do pensamento comunista libertário pode pôr-los a parte, em paralelo, para
tratar de fazê-los chegar a uma síntese. Por nossa parte, estamos bem conscientes que o
comunismo libertário sempre tem sido sindicalista na medida em que contempla a existência e
expansão de organizações de ofício independentes como uma necessidade para a vitória social
dos explorados.

Então, só pode ser e na realidade não é senão um assunto, não de síntese teórica do comunismo e
do sindicalismo, mas do papel que deve ser atribuído ao sindicalismo nas táticas do comunismo
anarquista e na Revolução Social dos explorados.

A incoerência teórica de quem apóia a Síntese é ainda mais chocante quando tratam de chegar a
uma síntese entre comunismo e individualismo. De fato, em que consiste o anarquismo dos
individualistas? Na noção de liberdade dos indivíduos? Porém, o que é a “individualidade”? É a
individualidade em geral, ou a “individualidade” oprimida dos explorados?
Não há tal coisa de “individualidade em geral” porque de uma ou outra maneira, todo indivíduo
se encontra a si mesmo, objetiva ou subjetivamente, nas fileiras do Trabalho ou nas fileiras do
Capital. Porém, esta idéia não está implícita no comunismo libertário? Poderíamos inclusive dizer
que a liberdade do indivíduo, enquanto explorado, só é realizável no contexto de uma sociedade
comunista libertária que tenha um interesse escrupuloso, tanto na solidariedade social, como no
respeito aos direitos do indivíduo.

A Comuna anarquista é o modelo de relações sociais e econômicas melhor adaptado para realizar
o desenvolvimento da liberdade do indivíduo. O comunismo anarquista não é um esquema social
rígido, inflexível, o qual uma vez alcançado está completo e ponha termo ao desenvolvimento do
indivíduo. Ao contrário, sua organização social fluída e elástica, se desenrolará, aumentando em
complexidade e sempre buscando melhoras para que a liberdade dos indivíduos se expanda sem
obstáculos.

Da mesma maneira, o anti-estatismo é um dos princípios fundamentais do comunismo anarquista.


Ademais, este tem um conteúdo social e uma expressão real. O comunismo anarquista rechaça o
estatismo em nome da independência social e da autogestão das classes trabalhadoras. Porém, o
individualismo, sob que base rechaça o Estado? Assumindo que o rechaça! Certos teóricos do
individualismo são partidários do direito a propriedade privada nas relações pessoais e
econômicas, indistintivamente. Porém, aonde os princípios de propriedade privada e fortuna
pessoal existam, existirá inevitavelmente uma luta de interesses econômicos e surgirá uma
estrutura estatal criada pelos mais poderosos economicamente. Então, o que nos permanece do
individualismo anarquista? A negação da luta de classes, a negação do princípio de organização
anarquista cuja finalidade seja a sociedade livre dos trabalhadores iguais. E mais ainda, a
tagarelice vazia, estimulando aos trabalhadores infelizes com sua existência, a tomar sua parte
recorrendo a soluções pessoais, supostamente abertas a eles enquanto indivíduos liberados. [2]

Porém, o que há em tudo isso que se possa ser definido como anarquista? Onde estão os
elementos necessários para uma síntese com o comunismo? Toda essa filosofia nada tem a ver
com a teoria ou a prática anarquista e é improvável que um operário anarquista se sinta inclinado
conforme essa “filosofia”.

Como temos visto, então, a análise das tarefas teóricas impostas a Síntese nos leva a um beco sem
saída. E nos encontramos na mesma situação quando examinamos os aspectos práticos deste
problema. Devemos, então, escolher entre duas opções.

Que as tendências nomeadas persistam como tendências independentes, em cujo caso, como vão
continuar com suas atividades em uma organização comum, se o propósito desta é precisamente
afinar as atividades anarquistas segundo acordos específicos?

Ou estas tendências podem perder suas características e, fundindo-se, dar origem a uma nova
tendência que não será nem comunista, nem sindicalista, nem individualista... Porém, em todo
caso, quais seriam suas características e posições fundamentais?

Parece-nos que a noção de Síntese se funda sobre uma completa aberração, uma coleta superficial
de aspectos básicos das três tendências que os partidários da Síntese pretendem fundir em uma só.

A tendência central, a coluna vertebral do anarquismo se encontra representada pelo comunismo


anarquista. O anarquismo individualista é, no melhor dos casos, só um fenômeno filosófico e
literário, porém não um movimento social. E ocorre freqüentemente que os últimos, ao ver-se
envolvidos em política, terminam como caprichosos burgueses (tal qual Tucker e outros
individualistas). [3]

O anterior não significa, em absoluto, que estamos contra os esforços concentrados entre
anarquistas de múltiplas opiniões. Ao contrário: não podemos senão saudar todo o esforço que
aproximem aos anarquistas revolucionários na prática.

Todavia, esse pode ser obtido na prática, em concreto, por meio do estabelecimento de vínculos
entre organizações já estabelecidas e fortes, em cujo caso, trataremos só com tarefas práticas
específicas, sem requerer síntese e de fato, evitando-la. No entanto, cremos que na medida em
que os anarquistas clareiam mais suas posturas básicas – a essência do comunismo libertário –
mais se encontram de acordo em questões de princípios e irão erigir, sob essa base, uma
organização ampla que forneça um guia nas questões sócio-políticas, assim como nas questões
sindicais e gremiais.

Portanto, não vemos nenhuma classe de vínculo entre o problema organizativo e a noção de
síntese. Se quiser resolver este problema, não há necessidade de ver-se arrastado por teorizações
vagas e esperar delas obter resultados. A bagagem que o anarquismo tem acumulado em seus
anos de existência e de luta social é mais que suficiente. Necessitamos somente tomar a devida
conta disso, aplicá-la as condições e exigências da vida, para assim construir uma organização
que seja referência.

Grupo de Anarquistas Russos no Estrageiro


(Comitê Editorial de Dielo Trouda)

(Dielo Trouda nº 10, março de 1926)

Notas do tradutor espanhol:

[1] Pseudônimo de Vsevolod M. Eichenbaum (1882-1945), anarquista russo de origem


privilegiada. Até 1911 militou nas fileiras do Partido Social-Revolucionário russo, depois do qual
se aproximou aos círculos exilados russos na França e nos EUA, onde se interessou pelo anarco-
sindicalismo. Voltou a Rússia durante a revolução em 1917, onde dirigiu o periódico Golos Truda
(“A Voz Operária”), primeiro em São Petersburgo, e logo em Moscou. Ao final de 1918 e
começos de 1919, se muda para Ucrânia (Khárkov) onde toma parte na confederação anarquista
Nabat. Durante um brevíssimo lapso de tempo, em 1919, toma parte na comissão de cultura e
educação do Exército de Campesinos Insurgentes (Makhnovista). Neste período desenvolve pela
primeira vez suas teorias “Síntetistas” aos quais chamou Edinyi Anarjizm (Anarquismo Único),
em alguns artigos do periódico Nabat. Os primeiros a criticá-las foram os anarco-sindicalistas
russos. Logo é levado a prisão pelos bolcheviques de onde sai em direção ao exílio em Berlin em
janeiro de 1922. Posteriormente chegará a França, onde terá grandes discrepâncias com o Grupo
de Anarquistas Russos no Estrangeiro, sobre as causas da derrota dos libertários na Revolução
Russa de 1917-1921, sobre as lições a extrair dessa experiência e sobre o problema da
organização revolucionária anarquista. Este artigo é parte do debate entre “plataformistas” e
“sintetistas” a respeito do problema da organização.

[2] Refere-se às escolas anarquistas individualistas que trocam o ideal de emancipação social por
um código de comportamento ético, por um estilo de vida, que vai desde o rechaço individual de
todo código de comportamento considerado “burguês” até o ilegalismo, ou seja, a teoria de
transformar a atividade delinqüente comum em uma atividade de emancipação individual. Seu
principal órgão de difusão foi o periódico L'Anarchie, de París (1905-1914), e os principais
animadores do ilegalismo foram Albert Libertad, Mauricius, Emile Armand e Le Rétif (Victor
Serge). Estas teorias conduziram a um desastre político, organizativo e humano para o
anarquismo francês anterior a Primeira Guerra Mundial, graças ao qual um sem número de
delinqüentes comuns encontrou um “álibi político” para as mais execráveis ações anti-sociais (já
que em seu rechaço a luta de classes e a aceitação do indivíduo como o único ponto de referência
teórica, dava ao mesmo setor social de que provinham as vítimas). As ações dos ilegalistas nada
tem a ver com as justas ações de expropriação dos Alexander Jacob, dos Arcángel Roscigna, de
um Buenaventura Durruti ou de um Vittorio Pinni, que se dedicaram a financiar o movimento
operário e anarquista com ações de expropriação a Bancos e importantes capitalistas. Os
ilegalistas só perseguiam o bem estar pessoal, individual, egoísticamente, sem pensar as
conseqüências de suas atividades. Suas ações de expropriação só beneficiavam a eles, e muitas
vezes, prejudicavam os demais.

[3] Menção a Bejamin Tucker, individualista “anarquista” estadunidense do final do século XIX,
fundador do periódico Liberty. Suas doutrinas têm mais relação com uma versão radical do
liberalismo burguês que com o anarquismo revolucionário, popular e classista. Inclusive, levando
seu liberalismo radical ao seu extremo lógico, chega a dizer, em seus escritos, que os capitalistas
tinham o direito de recorrer ao Estado para reprimir as greves operárias, em defesa de seus
interesses “individuais”. Flor de “anarquia”! Nele se podem encontrar as raízes do
“anarco”-capitalismo, nome político do neoliberalismo radical, formulado na Escola de Chicago.
É um bom exemplo dessa classe de gente que, sem ter nada em comum com o anarquismo,
chegou a dizer-se “anarquista”, e por este simples fato, foram considerados dentro da “família”
pelos Sintetistas. Foi esta classe de excessos que criticaram mais duramente os companheiros do
Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro, em seu rechaço a denominação fácil e
indiscriminada, vazia de conteúdo e muitas vezes abusiva, do termo “anarquista”.

Traducido do inglês para o espanhol por Jose Antonio Gutierrez Danton


Traduzido do espanhol para o português por LMF

[Artigo tomado de: http://cazp-al.blogspot.com]

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