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CE/CSA‐ DF‐RJ‐SP/05‐2009  

 
Brasília , Rio de Janeiro e São Paulo, 09 de Junho de 2009. 
 
 
Informativo 
 
 
O PL nº 7494/2006, que foi apensado ao PL 3021/2008, voltou a ser conduzido 
na Câmara do Deputados em regime de urgência, tramitando concomitantemente nas 
comissões de Educação e Seguridade Social. 
 
Anexo  seguem  os  textos  dos  relatórios  já  apresentados  na  Comissão  de 
Educação,  pelo  ex‐relator  Dep.  Gastão  Vieira  (PMDB‐MA),  e  na  Comissão  de 
Seguridade, pelo relator Dep. Eduardo Barbosa (PSDB‐MG). 
 
Com a saída de Gastão Vieira para o Secretariado do Governo do Maranhão, a 
relatoria foi assumida pelo Dep.  Carlos Abicalil (PT‐MT). Em face dessas  mudanças, e 
da divergência no texto final do deputado Barbosa e Gastão Vieira, a Câmara tentará 
nesta semana um acordo para apreciação de um texto consensual nas duas comissões. 
 
A versão de Eduardo Barbosa apresenta avanços significativos, mas não resolve 
o  imbróglio  dos  múltiplos  CNPJ  ou  dos  múltiplos  processos  de  certificação,  ferindo  o 
princípio  contábil  da  entidade.  O  Projeto  também  não  garante  a  participação  da 
sociedade  civil  na  certificação,  não  avançando  na  discussão  do  problema  de 
interpretação do Prouni (especialmente o artigo 8º da Lei nº 11.096/05), causando, por 
consequência, confusão quanto aos atos jurídicos perfeitos obtidos pela MPV 446/08 e 
não atacado por Decreto Legislativo. Considerando a dubiedade do texto, é razoável se 
esperar uma quantidade significativa de ações judiciais sobre o tema. 
 
Os  projetos  apresentados  na  Comissão  de  Educação  e  na  Comissão  de 
Seguridade Social  praticamente  repetem  a  lógica  da  MPV  446/08  e  foram  originados 
graças  ao  diálogo  entre  Câmara  e  Senado,  de  modo  que  o  resultado  final  deve  ficar 
próximo ao exposto nos relatórios. 
 
Ainda é cedo para se comentar o texto (o que vai criar mais celeumas jurídicas). 
A hora é de acompanhar a tramitação na Câmara e tentar intervir em conjunto com as 
entidades  representativas  do  setor  para  tentar  melhorar  algo  que  certamente  não 
resolverá o problema de segurança jurídica no marco regulatório da filantropia.  
 
Estamos  acompanhando  o  processo  legislativo  e  manteremos  todos 
informados, adiantando, desde já, a expectativa de que na próxima semana ocorra  a 
votação da questão nas citadas comissões da Câmara. 
 
Sendo  o  que  cabia  expor,  colocamo‐nos  à  disposição  para  esclarecimentos 
adicionais.  

 
 

 
  

 
 

ANEXO I 

 
COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA

PROJETO DE LEI Nº 7.494 DE 2006


(Apensados PL 7.225, de 2002; PL 7.494, de 2006)

Altera o inciso II do art. 55 da Lei nº


8.212, de 24 de julho de 1991, para prorrogar o
prazo de renovação do Certificado de Entidade
Beneficente de assistência social para fins de
isenção previdenciária.

Autor : SENADO FEDERAL


Relator: Deputado EDUARDO BARBOSA

I – RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 7.494, de 2006, altera o inciso II do art.


55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para prorrogar o prazo de renovação
do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social para fins de isenção
previdenciária.

Em sua Justificação, o nobre Autor propõe que a Entidade


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Beneficente de Assistência Social, portadora do Registro e do Certificado de
Entidade Beneficente de Assistência Social, fornecidos pelo Conselho Nacional
de Assistência Social - CNAS, deverá renovar o Certificado a cada cinco anos,
não mais os três anos previstos atualmente.

Ao Projeto de Lei ora sob análise foi apensado o Projeto de


Lei nº 7.225, de 2002, de autoria do Ilustre Deputado Luiz Carlos Hauly, que altera
o art. 4º da Lei nº 9.429, de 26 de setembro de 1996, que “dispõe sobre
prorrogação de prazo para renovação de Certificado de Entidades de Fins
Filantrópicos e de recadastramento junto ao Conselho Nacional de Assistência
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2

Social - CNAS e anulação de atos emanados do Instituto Nacional do Seguro


Social - INSS contra instituições que gozavam de isenção da contribuição social,
pela não apresentação do pedido de renovação do certificado em tempo hábil”.
Esse projeto torna extintos os créditos decorrentes de contribuições sociais
devidas a partir de 25 de julho de 1981, pelas entidades beneficentes de
assistência social que, nesse período, tenham cumprido o disposto no art. 55 da
Lei nº 8.212, de 1991, observada a exigência do Registro ou Certificado de
Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Serviço
Social, até 26 de dezembro de 1996. A partir dessa data, a exigência passaria a
ser o Registro e o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social,
fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado o Certificado
a cada três anos.

Também encontra-se apensado ao Projeto de Lei nº 7.494,


de 2006, o Projeto de Lei nº 3.021, de 2008, oriundo do Poder Executivo, que
“dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social,
regula os procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social e
dá outras providências.” De ressaltar que as disposições contidas no Projeto de
Lei nº 3.021, de 2008, em muito se assemelham ao da Medida Provisória nº 446,
de 07 de novembro de 2008, que foi rejeitada pelo Plenário da Câmara dos
Deputados, por inadmissibilidade, por falta do pressuposto constitucional da
urgência, em 10 de fevereiro do corrente ano.

A certificação das entidades beneficentes de assistência


social é feita pelo Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, consoante os
arts. 9º, § 3º, e 18, parágrafo único, incisos III e IV da Lei nº 8.742, de 7 de
*9D4FB4D129*
dezembro de 1993. Para efeito de isenção das contribuições devidas à
Seguridade Social, é necessário cumprir as disposições do art. 55 da Lei nº 8.212,
de 24 de julho de 1991 e de seu Regulamento, qual seja, Decreto nº 2.536, de 6
de abril de 1998.

O Projeto de lei nº 3.021, de 2008, supracitado, retira do


CNAS a atribuição e competência para certificar as entidades beneficentes de
assistência social e as transferem para os Ministérios da Saúde, da Educação e
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, conforme a respectiva área de
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3

atuação da entidade. De acordo com esse Projeto, o descumprimento, pela


entidade, dos requisitos necessários à certificação e ao exercício do direito de
isenção ensejará seu cancelamento, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Nesses casos, caberá à Secretaria da Receita Federal do Brasil a lavratura de
infração relativa ao período correspondente. Em relação a essas questões, o
Projeto de Lei nº 3.021, de 2008, vai ao encontro das disposições contidas na já
citada Medida Provisória nº 446, de 2008.

Por outro lado, o Projeto de Lei nº 3.021, de 2008, tem


característica diversa, e mesmo antagônica, à Medida Provisória nº 446, de 2008,
com relação à anistia concedida pelo instrumento legal rejeitado. Para melhor
entendimento, apresentamos, resumidamente os pontos polêmicos da citada
Medida Provisória, que se concentravam nas disposições contidas nos seus arts.
37 a 41, segundo os quais:

a) foram extintos recursos, pendentes de decisão, relativos a


pedido de renovação ou de concessão originária de Certificado Beneficente de
Assistência Social - Cebas deferido pelo CNAS;

b) foram deferidos, liminarmente, pedidos de renovação de


Cebas que não tivessem sido julgados pelo CNAS até a data de publicação da
Medida Provisória ou que estivessem aguardando julgamento de recursos ou de
pedido de reconsideração;

c) foram declaradas prejudicadas as representações


oferecidas pelo Poder Executivo contra as entidades beneficentes.

Cabe mencionar, ainda, que tais medidas, durante a


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vigência da Medida Provisória nº 446, de 2008, não só mantiveram as entidades
beneficiárias isentas do pagamento das contribuições previdenciárias, mas
também as tornaram aptas a continuar recebendo recursos públicos, conforme
depreende-se do art. 195, § 3º, da Constituição Federal.

A Proposição foi distribuída às Comissões de Educação e


Cultura, Seguridade Social e Família, de Finanças e Tributação e de Constituição
e Justiça e de Cidadania.

É o Relatório.
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II – VOTO DO RELATOR

As Proposições em discussão no Congresso Nacional, em


especial o Projeto de Lei nº 3.021, de 2008, buscam dar resposta aos anseios da
sociedade com relação ao estabelecimento de regras para a certificação das
entidades filantrópicas com base nos princípios da descentralização e da
transparência.

A partir de inúmeras reuniões promovidas na Liderança do


Governo, sob a coordenação do nobre Deputado Ricardo Barros, então Relator
da Medida Provisória nº 446, de 2008, e, a seguir, com o nobre Deputado Gastão
Vieira, Relator do Projeto de Lei nº 7.494, de 2006, e seus apensos, na Comissão
de Educação e Cultura, e com o nobre Senador Flávio Arns, Relator do Projeto de
Lei nº 462, de 2008, de autoria do Senador Romero Jucá, na Comissão de
Assuntos Sociais do Senado Federal, entendemos ter chegado próximo ao texto
ideal.

O Substitutivo do Deputado Gastão Vieira apresentado à


Comissão de Educação e Cultura foi a base para elaboração do Substitutivo que
ora oferecemos, por espelhar os entendimentos possíveis na ocasião em que foi
produzido e, não obstante os avanços contidos na proposta do Deputado Gastão
Vieira, julgamos necessárias que sejam efetivadas algumas alterações em seu
Texto, a seguir comentadas.

No que respeita à área de saúde, propomos adequar o texto


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da nova lei à contratualização de entidades no SUS, seguindo a prática mais
moderna de convênio com o Sistema. Para tanto, acrescentamos § 1º ao art. 4º,
assegurando o direito de certificação àquelas instituições que cumpram as metas
estabelecidas em convênio ou instrumento congênere, celebrado com o gestor
local do SUS e chancelado pelo Ministério da Saúde. No mesmo sentido,
acrescentamos também parágrafo único ao art. 5º, para harmonizar o texto à nova
regra estabelecida.

Ainda no art. 4°, acrescentamos ao parágrafo único do texto


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original, agora renumerado § 2°, a expressão “inclusive aqueles com base em


contratos de gestão” com o mesmo objetivo de adequar o Projeto de Lei em
análise à realidade da execução da política nacional de saúde, em que se verifica
gradativa diversificação das relações dos hospitais sem fins lucrativos com os
gestores do SUS, realidade essa que aponta para o crescente aumento de
responsabilidade dos hospitais “filantrópicos” na gestão de estruturas físicas,
públicas. Porém, a responsabilidade operacional é total por parte do hospital sem
fins lucrativos, que assume o compromisso de que o atendimento seja realizado
integralmente aos pacientes do SUS, em apoio ao Estado.

Sugerimos também alterar o art. 10, com o fito de preservar


a saúde econômica das instituições filantrópicas. É de conhecimento geral que os
valores pagos pelo SUS são muito pequenos, por vezes inferiores ao valor de
custo dos materiais utilizados em vários procedimentos. Dessa feita, sugerimos
que o Conselho Nacional de Saúde estime os custos dos serviços de saúde,
criando tabela que deverá ser utilizada para comparação com a tabela vigente do
SUS. A diferença entre os dois valores poderá ser, então, contabilizada como
aplicação em gratuidade, para os fins desta Lei.

Estamos propondo, ainda, alterar o art. 11, visando estender


a certificação a hospitais que prestem serviços de saúde em cumprimento a
Normas Coletivas de Trabalho e que destinem percentual do atendimento a
beneficiários do SUS, desde que haja pactuação com o gestor local.

Finalmente, e ainda com o mesmo propósito de preservação


da viabilidade das entidades beneficentes, cuja relevância é inquestionável em
*9D4FB4D129*
nossa rede assistencial, alteramos a base de cálculo do valor a ser aplicado em
gratuidade. Consideramos que a utilização da renda bruta viria a penalizar as
instituições, muitas das quais já em situação crítica.

No tocante à área de assistência social, faz-se necessário


alterar o art. 19, ao qual conferimos redação para ratificar o previsto no inciso IV
do art. 18 da Lei nº 8.742 – LOAS, de 07 de dezembro de 1993, que define a
competência na concessão de Registro e Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social. Esse inciso foi regulamentado pelo Decreto nº 2.536, de 06 de
abril de 1998, que, no inciso VI do art. 3º, determina quais entidades de
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assistência social fazem jus ao Certificado de Entidade Beneficente de


Assistência Social.

No art. 26, nossa proposta é inserir um novo parágrafo a fim


de estender a validade do certificado emitido, até que o órgão competente se
manifeste quanto à decisão sobre o requerimento de renovação, desde que o
pedido de renovação seja protocolado tempestivamente.

Com relação ao art. 28, propomos alterar o inciso VI,


devendo a entidade apresentar certidão negativa ou certidão positiva de débitos
relativos apenas em relação às contribuições devidas à seguridade social, pois
assim prevê a Constituição Federal no seu art. 195, § 7º, segundo o qual as
isenções de contribuições restringem-se àquelas relacionadas à seguridade
social, caso as entidades beneficentes de assistência social atendam às
exigências estabelecidas em lei. Sugerimos, portanto, alteração no Substitutivo
do Deputado Gastão Vieira, que prevê a necessidade de certidões relativas aos
tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e à dívida
ativa da União, certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS e de regularidade em face do Cadastro Informativo de Créditos
não Quitados do Setor Público Federal – CADIN. Propomos, ainda, a exclusão do
inciso V, por entender que ele limita as opções de captação de recursos por parte
das entidades; e do inciso XIII, uma vez que é dispensada a citação em uma lei
de dispositivo contido em outra lei em vigor, no caso o art. 93 da Lei nº 8.213, de
24 de julho de 1991.

Quanto ao art. 30, a alteração proposta por este Relator é


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de que o direito à isenção das contribuições sociais exercido pela entidade a
contar da data da sua certificação pela autoridade competente, retroaja à data do
protocolo do pedido de isenção, desde que atendidos os requisitos previstos em
lei para a concessão de isenções, cabendo à Receita Federal do Brasil definir em
regulamento a forma de compensação dos valores recolhidos pela entidade
durante o período em que o processo de concessão da isenção esteve em
tramitação.

Julgamos importante, também, suprimir, no art. 33 do


Substitutivo citado, o inciso I, que trata da competência do usuário dos serviços
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7

prestados pela entidade para representar a prática de irregularidades ao


Ministério responsável pela área de atuação da entidade. A competência do
usuário para esse feito é desnecessária, uma vez que os instrumentos de controle
social para tal objetivo já se encontram contemplados na Lei Orgânica da
Assistência Social – LOAS – Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993 e na Lei do
Sistema Único de Saúde – SUS, Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

No art. 34, § 2º, propomos que, se procedente a


representação de que trata o inciso II, a autoridade responsável deverá cancelar a
certificação e dar ciência do fato à Secretaria da Receita Federal do Brasil
somente após decisão final, ou transcorrido o prazo para interposição de recurso.

Consideramos relevante, ainda, alterar, no Substitutivo do


Deputado Gastão Vieira, o art. 42, §1º, para contemplar o cadastramento de
entidades de assistência social, de saúde e de educação, sem fins lucrativos,
junto aos Ministérios responsáveis pela área de atuação, independentemente de
serem certificadas como beneficente de assistência social. Isso porque tais
entidades não serão mais obrigadas a obter o Registro junto ao Conselho
Nacional de Assistência Social, o que já está limitando o acesso a recursos
públicos, de acordo com as condições propostas no Projeto Lei de Diretrizes
Orçamentárias de 2009.

No art. 43, este Relator propõe suprimir o trecho “e os


serviços que são prestados gratuitamente”, existente no Substitutivo do Deputado
Gastão Vieira, por se encontrar implícito no texto do Projeto de Lei, sem
necessidade dessa divulgação sob forma de placa indicativa.

Com a rejeição da Medida Provisória nº 446, de 2008, a


*9D4FB4D129*
presente Proposição ganha regime de urgência, possibilitando o estabelecimento
de consensos sobre a matéria. Nesse sentido, esta relatoria procura viabilizar
acordos em relação ao mérito e construir resultados que atendam a maioria de
nossos Pares e as expectativas da sociedade.

No entanto, antes de declarar o nosso voto e passar à


apreciação do Substitutivo proposto, é necessário destacar que a discussão em
torno da certificação das entidades beneficentes é antiga. Ela registra-se num
contexto muito mais amplo do que aquele considerado até aqui, que vem
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enfocando, de forma quase consensual, a questão da isenção das contribuições


patronais para a Previdência Social sob a ótica única da renúncia fiscal.

A atuação da sociedade civil no Brasil acontece há décadas,


tendo surgido de um sistema de Estado em que as necessidades coletivas já
exigiam uma forma institucionalizada de levar ao Estado as suas demandas, as
quais o sistema político tinha e tem a obrigação de responder. Esse papel
importante das instituições sem fins lucrativos é historicamente deficitário do
ponto de vista do financiamento de suas ações, e a certificação das entidades
vem ao encontro de saídas para a gestão financeira daquelas que se ocupam da
execução de políticas sociais, no âmbito das políticas públicas. E o debate não
pode se descolar para uma visão simplista que, por excluir a complexidade da
organização da sociedade, esbarra nas dificuldades que a formação de juízo de
valor traz consigo nessa questão.

No Estado de direito em que vivemos, que assegura a


consolidação da democracia brasileira, vislumbramos na nossa Constituição
Federal a liberdade que a sociedade tem para se organizar, e mais, podemos
conviver com processos que nos apresentam a figura do cidadão participante e do
cidadão protegido. Essas figuras podem se encontrar muitas vezes na mesma
pessoa e isso reforça a possibilidade de Estado e sociedade andarem juntos
ainda que separados na atuação; distintos mas interdependentes do sistema
social em sua complexidade e em sua articulação.

Para dimensionar essa sociedade civil organizada, que


convive com o Estado enquanto parceira, recorremos a duas pesquisas do
*9D4FB4D129*
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A primeira, “Fundações
Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil – FASFIL 2005”, foi
realizada pelo IBGE em parceria com o Grupo de Institutos, Fundações e
Empresas – GIFE, com a Associação Brasileira de Organizações Não
Governamentais – ABONG, e com o Instituto de Pesquisa Aplicada – IPEA. Essa
pesquisa, baseada no Cadastro Central de Empresas do IBGE, demonstra que
existem no Brasil 601.611 entidades sem fins lucrativos, incluindo aí partidos
políticos, entidades sindicais, condomínios prediais, cartórios, dentre outras, além
das entidades que atuam nas áreas de habitação, saúde, cultura e recreação,
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9

educação e pesquisa, assistência social, meio ambiente, desenvolvimento e


defesa de direitos.

Da FASFIL 2005 pode-se extrair os dados a seguir, que


ilustram de forma contundente o universo de que trata a proposição sob exame,
quais sejam aquelas que atuam, sem finalidades lucrativas, nas áreas de saúde,
assistência social e educação. Elas totalizam 63.799, sendo 4.464 de saúde,
19.940 de educação e 39.395 de assistência social. Das de saúde, 2.068 são
hospitais e 2.396 prestam outros serviços de saúde.

Em relação às entidades de assistência social, a segunda


pesquisa, intitulada “As Entidades de Assistência Social sem Fins Lucrativos no
Brasil – PEAS 2006”, realizada pelo IBGE em parceira com o Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, indica que das 39.395
entidades levantadas pela FASFIL e que se identificam como de assistência
social, somente 16.089 executam ações definidas pela Política Nacional de
Assistência Social, do MDS. A Pesquisa nos permite mostrar que dessas 16.089;
apenas 6.932 são registradas no Conselho Nacional de Assistência Social; 6.283
são declaradas de utilidade pública federal; e que 5.844 possuem certificado de
entidade beneficente de assistência social.

Dados obtidos no SICNAS – Sistema de Informação do


Conselho Nacional de Assistência Social, apresentados no Relatório de Entidades
Certificadas (atualizado em 11 de março de 2009), não confirmam os números da
PEAS 2006 e nós não temos elementos para explicar as distorções. O Relatório
indica que 6.942 entidades possuem o Certificado de Entidade Beneficente de
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Assistência Social, distribuídas nos seguintes quantitativos: 4.429 se identificam
como de assistência social; 1.112 entidades atuam na área de saúde; 948
declaram ser de educação; e as 453 restantes não especificam uma das áreas,
podendo atender em mais de uma delas.

Em que pese as distorções, mas considerando que todos os


dados são oficiais, pode-se concluir que, da certificação de que trata o Projeto de
Lei, menos de vinte por cento das entidades de assistência social, de saúde e de
educação, que prestam atendimentos e serviços sem finalidades lucrativas,
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1

compondo a rede “filantrópica” no Brasil, têm condição de usufruir das isenções a


que, em tese, fazem jus.

Apesar disso, de acordo com a PEAS 2006, as 16.089


entidades sem fins lucrativos de assistência social funcionam com 519.152
colaboradores, sendo que o corpo de voluntários conta com a participação de
277.301 pessoas que fazem da assistência social uma forma de exercício da
filantropia. Assim, podemos afirmar que a filantropia brasileira nessa área está
institucionalizada, e que a política pública de assistência social, dever do Estado e
direito do cidadão, tem também na filantropia – vista com tão maus olhos - uma
grande aliada.

A FASFIL 2005 mostra que as instituições de saúde sem


fins lucrativos registram um pessoal assalariado na ordem de 415 mil pessoas, e
as de educação 509 mil, sendo que a metade faz parte dos quadros do ensino
superior. Nas três áreas, a remuneração não supera a média de quatro salários
mínimos, o que comprova que trabalhar em ONG ou em outras entidades sem
fins lucrativos para ganhar dinheiro é um mito que deve ser derrubado! Se
existem denúncias de irregularidades, que elas sejam apuradas, e o Estado tem
instrumentos legais para isto. Que as instituições que operam com irregularidades
sejam punidas na forma da lei. O que não pode é prevalecer esse espírito de
demonização das entidades, que vem permeando o debate, como se todo o
trabalho dedicado à população, gerado do esforço coletivo de pessoas que
compreendem o seu papel na sociedade, fosse fruto do oportunismo, e da
exploração do bem público. *9D4FB4D129*
Por fim, necessário se faz que a análise desta matéria
considere a existência das organizações não governamentais do ponto de vista
de parceiras do Estado e da sociedade brasileira, uma vez que atuam com o
pressuposto constitucional de uma sociedade justa e solidária, por meio de um
setor privado que se orienta por interesses públicos, mas que não é estatal. Essa
forma de atuar sinaliza para um lócus possível de reconhecimento da
problemática social, na relação do homem com o individuo que demanda
cuidados, buscando respostas e soluções de forma ágil, com a rapidez que as
necessidades humanas exigem, seja por estar na ponta, ao lado do cidadão; seja
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1

pela tecnologia que desenvolve para lidar com as fragilidades, sem os óbices que
a burocracia impõe; seja por respeitar o cidadão sem a perversidade da lógica do
mercado.

Assim sendo, e diante do exposto, votamos pela aprovação


do Projeto de Lei nº 3.021, de 2008, resultado de negociações e consenso de
lideranças e, em especial, com o Relator da Comissão de Educação e Cultura,
Deputado Gastão Vieira, e com o Relator no Senado Federal do Projeto de Lei nº
462, de 2008, Senador Flávio Arns, bem como pela aprovação dos Projetos nºs
7.494, de 2006, e 7.225, de 2002, na forma do Substitutivo apresentado em
anexo.

Sala das Sessões, em 28 de maio de 2009.

Deputado EDUARDO BARBOSA


Relator

*9D4FB4D129*
9D4FB4D129
COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 7.494 DE 2006

Dispõe sobre a certificação das


entidades beneficentes de assistência social,
regula os procedimentos de isenção de
contribuições para a seguridade social e dá
outras providências.

Autor: SENADO FEDERAL


Relator: Deputado EDUARDO BARBOSA

O Congresso Nacional decreta:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A certificação das entidades beneficentes de


assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão
concedidas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade
de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e
que atendam ao disposto nesta lei.

Art. 2º As entidades de que trata o art. 1º deverão obedecer


*9D4FB4D129*
ao princípio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigir suas
atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional,
respeitado o disposto no art. 11 desta lei.

CAPÍTULO II
DA CERTIFICAÇÃO

Art. 3º A certificação, ou sua renovação, será concedida à


entidade beneficente que demonstre, no exercício fiscal anterior ao do
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requerimento, observado o período mínimo de 12 meses de constituição da


entidade, o cumprimento do disposto nas Seções I, II, III e IV deste Capítulo, de
acordo com as respectivas áreas de atuação.

Parágrafo único. O período mínimo de cumprimento dos


requisitos de que trata este artigo poderá ser reduzido se a entidade for
prestadora de serviços por meio de convênio ou instrumento congênere com o
Sistema Único de Saúde - SUS ou com o Sistema Único de Assistência Social -
SUAS, em caso de necessidade local atestada pelo gestor do respectivo sistema.

Seção I
Da Saúde

Art. 4º Para ser considerada beneficente e fazer jus à


certificação, a entidade de saúde deverá ofertar a prestação de todos os seus
serviços ao SUS no percentual mínimo de sessenta por cento, e comprovar,
anualmente, o mesmo percentual em internações realizadas, medida por
paciente-dia.

§ 1º A entidade de saúde poderá, alternativamente, para


fazer jus à Certificação de que trata o caput deste artigo, comprovar o
cumprimento das metas quantitativas e qualitativas estabelecidas em convênio ou
instrumento congênere celebrado com o gestor local do SUS e autorizado pelo
Ministério da Saúde.

§ 2º O atendimento do percentual mínimo de que trata o


caput pode ser individualizado por estabelecimento ou pelo conjunto de
*9D4FB4D129*
estabelecimentos de saúde da pessoa jurídica, incluídos aqueles com base em
contratos de gestão, desde que não abranja outra entidade com personalidade
jurídica própria que seja por ela mantida.

Art. 5º A entidade de saúde deverá ainda informar,


obrigatoriamente, ao Ministério da Saúde, na forma por ele estabelecida:

I - a totalidade das internações realizadas para os pacientes


não usuários do SUS;
9D4FB4D129
14

II - a totalidade das internações realizadas para os pacientes


usuários do SUS;

III - as alterações referentes aos registros no Cadastro


Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES.

Parágrafo único. As entidades de que trata o §1º do art. 4º


desta lei deverão apresentar as informações, definidas em regulamento, que
comprovem o cumprimento das metas estabelecidas no convênio ou instrumento
congênere.

Art. 6º A entidade de saúde que presta serviços


exclusivamente na área ambulatorial deverá, em substituição ao requisito definido
no art. 4º, comprovar anualmente a prestação desses serviços ao SUS no
percentual mínimo de sessenta por cento.

Art. 7º Quando a disponibilidade de cobertura assistencial


da população pela rede pública de determinada área for insuficiente, os gestores
do SUS deverão observar, para a contratação de serviços privados, a preferência
de participação das entidades beneficentes de saúde e das sem fins lucrativos.

Art. 8º Na impossibilidade do cumprimento do percentual


mínimo a que se refere o art. 4º na contratação dos serviços de saúde da
entidade, em razão da falta de demanda, declarada pelo gestor local do SUS,
deverá ela comprovar a aplicação de percentual da sua receita em atendimento
gratuito de saúde da seguinte forma:

I - vinte por cento, se o percentual de atendimento ao SUS


for inferior a trinta por cento;
*9D4FB4D129*
II - dez por cento, se o percentual de atendimento ao SUS
for igual ou superior a trinta e inferior a cinqüenta por cento; ou

III - cinco por cento, se o percentual de atendimento ao SUS


for igual ou superior a cinqüenta por cento, ou se completar o quantitativo das
internações hospitalares, medido por paciente-dia, com atendimentos gratuitos
devidamente informados de acordo com o disposto no art. 5º, não financiados
pelo SUS ou por qualquer outra fonte.
9D4FB4D129
15

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a entidade deverá


comprovar o percentual de aplicação em gratuidade sobre a receita proveniente
da venda de serviços, acrescida da receita decorrente de aplicações financeiras,
de locação de bens, de venda de bens não integrantes do ativo imobilizado e de
doações particulares.

Art. 9º O valor aplicado em gratuidade na área de saúde,


quando não comprovado por meio de registro contábil específico e informado de
acordo com o disposto no art. 5º, será obtido mediante a valoração dos
procedimentos realizados com base nas tabelas de pagamentos do SUS.

Art. 10. A entidade poderá considerar aplicação em


gratuidade a eventual diferença entre os valores pagos pelo SUS e os valores
previstos em tabela a ser estabelecida pelo Conselho Nacional de Saúde dos
custos estimados dos serviços de saúde, não sendo admitida a eventual diferença
entre os valores pagos pelo SUS e os preços praticados pela entidade ou pelo
mercado.

Art. 11. Para dar cumprimento ao requisito previsto no art.


4°, ou no seu § 1°, a entidade de saúde de reconhecida excelência,
alternativamente, poderá:

I- prestar serviços assistenciais de saúde, não remunerados


pelo SUS, a trabalhadores, ativos e inativos, e respectivos dependentes
econômicos, decorrentes do estabelecido em Norma Coletiva de Trabalho, desde
que simultaneamente destine, no mínimo, 20 % (vinte por cento) do valor total das
isenções de suas Contribuições Sociais em serviços, com universalidade de
*9D4FB4D129*
atendimento, a beneficiários do Sistema Único de Saúde – SUS, mediante pacto
com o Gestor local;

II – realizar projetos de apoio ao desenvolvimento


institucional do SUS, celebrando ajuste com a União, por intermédio do Ministério
da Saúde, com interveniência do Ministério da Educação, quando for o caso, nas
seguintes áreas de atuação:

a) estudos de avaliação e incorporação de tecnologias;


9D4FB4D129
16

b) capacitação de recursos humanos;

c) pesquisas de interesse público em saúde; ou

d) desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em


serviços de saúde.

§ 1º O Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério da


Educação, quando for o caso, definirão os requisitos técnicos essenciais para o
reconhecimento de excelência referente a cada uma das áreas de atuação
previstas neste artigo.

§ 2º O recurso despendido pela entidade de saúde no


projeto de apoio não poderá ser inferior ao valor da isenção das contribuições
sociais usufruída.

§ 3º O projeto de apoio será aprovado pelo Ministério da


Saúde, ouvidas as instâncias do SUS, e pelo Ministério da Educação, quando for
o caso, segundo procedimento definido em ato do respectivo Ministro de Estado.

§ 4º As entidades de saúde que venham a se beneficiar da


condição prevista neste artigo poderão complementar as atividades relativas aos
projetos de apoio com a prestação de serviços ambulatoriais e hospitalares ao
SUS, não remunerados, mediante pacto com o gestor local do SUS, observadas
as seguintes condições:

I - a complementação não poderá ultrapassar trinta por


cento do valor usufruído com a isenção das contribuições sociais;
*9D4FB4D129*
II - a entidade de saúde deverá apresentar, ao gestor local
do SUS, plano de trabalho com previsão de atendimento e detalhamento de
custos, os quais não poderão exceder o valor por ela efetivamente despendido;

III - a comprovação dos custos a que se refere o inciso II


poderá ser exigida a qualquer tempo, mediante apresentação dos documentos
necessários; e
9D4FB4D129
17

IV - as entidades conveniadas deverão informar a produção


na forma estabelecida pelo Ministério da Saúde, com observação de não geração
de créditos, e ainda pelo Ministério da Educação, quando for o caso.

§ 5º A participação das entidades de saúde ou de educação


em projetos de apoio previstos neste artigo não poderá ocorrer em prejuízo das
atividades beneficentes prestadas ao SUS ou na forma estipulada pelo Ministério
da Educação, quando for o caso.

§ 6º O conteúdo e o valor das atividades desenvolvidas em


cada projeto de apoio ao desenvolvimento institucional e de prestação de serviços
ao SUS deverão ser objeto de relatórios anuais, encaminhados ao Ministério da
Saúde, e ao da Educação, quando for o caso, para acompanhamento e
fiscalização, sem prejuízo das atribuições dos órgãos de fiscalização tributária.

Art. 12. A prestação de serviços de que trata caput e o


§1°do art. 4º, o art. 6° e o caput do art. 8º dar-se-á mediante a formalização de
convênio ou instrumento congênere com a definição de metas quantitativas e
qualitativas estabelecidas em plano operativo, conforme pactuação entre o gestor
local do SUS e o responsável legal pela entidade.

Seção II
Da Educação

Art. 13. A certificação ou sua renovação será concedida à


entidade de educação que atenda ao disposto nesta Seção e na legislação
aplicável.
*9D4FB4D129*
Art. 14. Para os fins da concessão ou renovação da
certificação de que trata esta lei, a entidade de educação deverá aplicar
anualmente em gratuidade, na forma do §1º, pelo menos vinte por cento da
receita proveniente da venda de serviços, acrescida da receita decorrente de
aplicações financeiras, locação de bens, venda de bens não integrantes de ativos
imobilizados e doações particulares.

§ 1º Para o cumprimento do disposto no caput, a entidade


deverá:
9D4FB4D129
18

I - demonstrar adequação às diretrizes e metas


estabelecidas no Plano Nacional de Educação - PNE, na forma do art. 214 da
Constituição;

II - atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos


processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação; e

III - oferecer bolsas de estudo nas seguintes proporções:

a) no mínimo, uma bolsa de estudo integral para cada nove


alunos pagantes da educação básica;

b) bolsas parciais de cinqüenta por cento, quando


necessário para o alcance do percentual mínimo exigido.

§ 2º As proporções previstas no inciso III do § 1º poderão


ser cumpridas considerando-se diferentes etapas e modalidades da educação
básica presencial.

§ 3º Para a entidade que além de atuar na educação básica


ou em área distinta da educação, também atue na educação superior, aplica-se o
disposto no art. 10 da Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005.

Art. 15. Para os efeitos desta lei, a bolsa de estudo refere-se


às semestralidades ou anuidades escolares fixadas na forma da lei, vedada a
cobrança de taxa de matrícula e de custeio de material didático.

§ 1º A bolsa de estudo integral será concedida a aluno cuja


renda familiar mensal per capita não exceda o valor de um e meio salário
*9D4FB4D129*
mínimo.

§ 2º A bolsa de estudo parcial será concedida a aluno cuja


renda familiar mensal per capita não exceda o valor de três salários mínimos.

Art. 16. Para fins da certificação a que se refere esta lei, o


aluno a ser beneficiado será pré-selecionado pelo perfil socioeconômico e,
cumulativamente, por outros critérios definidos pelo Ministério da Educação.
9D4FB4D129
19

§ 1º Os alunos beneficiários das bolsas de estudo de que


trata esta lei ou seus pais ou responsáveis, quando for o caso, respondem
legalmente pela veracidade e autenticidade das informações socioeconômicas por
eles prestadas.

§ 2º Compete à entidade de educação aferir as informações


relativas ao perfil socioeconômico do candidato.

§ 3º As bolsas de estudo poderão ser canceladas a qualquer


tempo, em caso de constatação de falsidade da informação prestada pelo bolsista
ou seu responsável, ou de inidoneidade de documento apresentado, sem prejuízo
das demais sanções cíveis e penais cabíveis.

Art. 17. É vedada qualquer discriminação ou diferença de


tratamento entre alunos bolsistas e pagantes.

Art. 18. No ato de renovação do certificado, as entidades de


educação que não tenham aplicado em gratuidade o percentual mínimo previsto
no caput do art. 14 poderão compensar o percentual devido no exercício
imediatamente subseqüente, com acréscimo de vinte por cento sobre o
percentual a ser compensado.

§ 1º O disposto neste artigo alcança tão-somente as


entidades que tenham aplicado pelo menos dezessete por cento em gratuidade,
na forma do art. 14, em cada exercício financeiro a ser considerado.

§ 2º O pedido de renovação do certificado será indeferido


quando a soma dos percentuais a serem compensados exceder a dez por cento,
*9D4FB4D129*
considerando-se os acréscimos previstos neste artigo.

Seção III
Da Assistência Social

Art. 19. A certificação ou sua renovação será concedida à


entidade de assistência social que presta serviços e ações continuados e
planejados, a quem dela necessitar e sem qualquer discriminação, aplicando
9D4FB4D129
20

anualmente em gratuidade, pelo menos vinte por cento da receita proveniente da


prestação de serviços assistenciais.

Parágrafo único. As entidades de assistência social a que se


refere o caput podem ser de atendimento, de assessoramento e de defesa de
direitos.

Art. 20. Constituem ainda requisitos para a certificação de


uma entidade de assistência social:

I - estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de


Assistência Social ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal,
conforme o caso, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 1993; e

II - integrar o cadastro nacional de entidades e organizações


de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da Lei nº 8.742, de 1993.

§ 1º Quando a entidade de assistência social atuar em mais


de um Município ou Estado, ou em quaisquer destes e no Distrito Federal, deverá
inscrever suas atividades no Conselho de Assistência Social do respectivo
Município de atuação ou do Distrito Federal, mediante a apresentação de seu
plano ou relatório de atividades e do comprovante de inscrição no Conselho de
sua sede ou de onde desenvolva suas principais atividades.

§ 2º Quando não houver Conselho de Assistência Social no


Município, as entidades de assistência social deverão inscrever-se nos
respectivos Conselhos Estaduais. *9D4FB4D129*
Art. 21. A comprovação do vínculo da entidade de
assistência social à rede socioassistencial privada no âmbito do SUAS é condição
suficiente para a concessão da certificação, no prazo e na forma a serem
definidos em regulamento.
9D4FB4D129
21

Seção IV
Da Concessão, da Renovação e do Cancelamento

Art. 22. A análise e decisão quanto aos requerimentos de


concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de
assistência social serão apreciados no âmbito dos seguintes Ministérios:

I - da Saúde, quanto às entidades da área de saúde;

II - da Educação, quanto às entidades educacionais; e

III - do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto


às entidades de assistência social.

§ 1º A entidade interessada na certificação deverá


apresentar, juntamente com o requerimento, todos os documentos necessários à
comprovação dos requisitos de que trata esta lei, na forma do regulamento.

§ 2º A tramitação e apreciação do requerimento deverá


obedecer à ordem cronológica de sua apresentação, salvo em caso de diligência
pendente, devidamente justificada.

§ 3º O requerimento será apreciado no prazo a ser


estabelecido em regulamento, observadas as peculiaridades do Ministério
responsável pela área de atuação da entidade.

Art. 23. A entidade que atue em mais de uma das áreas


especificadas no art. 1º e cuja receita anual seja de até R$ 2.400.000,00 (dois
milhões e quatrocentos mil reais) deverá requerer a certificação e sua renovação
*9D4FB4D129*
no Ministério responsável pela área de atuação preponderante da entidade.

Parágrafo único. Considera-se área de atuação


preponderante aquela definida como atividade econômica principal no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica da Receita Federal do Brasil.

Art. 24. A entidade que atue em mais de uma das áreas


especificadas no art. 1º e cuja receita anual seja superior a R$ 2.400.000,00 (dois
milhões e quatrocentos mil reais) deverá requerer a certificação e sua renovação
9D4FB4D129
22

em cada um dos Ministérios responsáveis pelas respectivas áreas de atuação da


entidade, conforme previsto no art. 22.

Parágrafo único. Os efeitos da certificação terão validade


apenas para a(s) área(s) específica(s) em que a entidade tenha cumprido os
requisitos necessários à certificação.

Art. 25. Para efeito do disposto nos arts. 23 e 24, considera-


se receita aquela proveniente da prestação de serviços, acrescida da receita
decorrente de aplicações financeiras, locação de bens, venda de bens não
integrantes do ativo imobilizado e de doações particulares.

Art. 26. Os Ministérios referidos no art. 22 deverão zelar pelo


cumprimento das condições que ensejaram a certificação da entidade como
beneficente de assistência social, cabendo-lhes confirmar que tais exigências
estão sendo atendidas quando da apreciação do pedido de renovação da
certificação.

§ 1º O requerimento de renovação da certificação deverá


ser protocolado com antecedência mínima de seis meses do termo final de sua
validade.

§ 2º Enquanto não houver decisão sobre o requerimento de


renovação, a certificação continuará vigente e presumir-se-á válida para todos os
fins, ainda que o seu prazo esteja esgotado, e desde que a entidade ingresse
tempestivamente com o pedido de renovação.

Art. 27. Constatada, a qualquer tempo, a inobservância de


*9D4FB4D129*
exigência estabelecida neste Capítulo, será cancelada a certificação, nos termos
de regulamento, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

CAPÍTULO III
DA ISENÇÃO
9D4FB4D129
23

Seção I
Dos Requisitos

Art. 28. A entidade beneficente certificada na forma do


Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os
arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda,
cumulativamente, aos seguintes requisitos:

I - seja constituída como pessoa jurídica nos termos do


caput do art. 1º;

II - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios,


instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou
indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções
ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;

III - aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit


integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus
objetivos institucionais;

IV - preveja, em seus atos constitutivos, em caso de


dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente a
entidades sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas;

V - apresente certidão negativa ou certidão positiva de


débitos relativos às contribuições devidas para a seguridade social;

VI - mantenha escrituração contábil regular que registre as


*9D4FB4D129*
receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada,
em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de
Contabilidade;

VII - não distribua resultados, dividendos, bonificações,


participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;

VIII - aplique as subvenções e doações recebidas nas


finalidades a que estejam vinculadas;
9D4FB4D129
24

IX - conserve em boa ordem, pelo prazo de cinco anos,


contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a
aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que
impliquem modificação da situação patrimonial;

X - cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na


legislação tributária;

XI - zele pelo cumprimento de outros requisitos,


estabelecidos em lei, relacionados com o funcionamento das entidades a que se
refere este artigo.

Art. 29. A isenção de que trata esta lei não se estende a


entidade com personalidade jurídica própria constituída e mantida pela entidade à
qual a isenção foi concedida.

Seção II
Do reconhecimento e da suspensão do direito à isenção

Art. 30. O direito à isenção das contribuições sociais poderá


ser exercido pela entidade a contar da data da concessão de sua certificação,
retroagindo à data do protocolo do pedido de concessão da certificação, desde
que atendidas as disposições da Seção I deste Capítulo.

Parágrafo único. Caberá à Receita Federal definir em


regulamento a forma de compensação dos valores recolhidos pela entidade
durante o período em que o processo de concessão da certificação esteve em
*9D4FB4D129*
tramitação.

Art. 31. Constatado o descumprimento pela entidade dos


requisitos indicados na Seção I deste Capítulo, a fiscalização da Secretaria da
Receita Federal do Brasil lavrará o auto de infração relativo ao período
correspondente e relatará os fatos que demonstram o não-atendimento de tais
requisitos para o gozo da isenção.

§ 1º Considerar-se-á automaticamente suspenso o direito à


isenção das contribuições referidas no art. 30 durante o período em que se
9D4FB4D129
25

constatar o descumprimento de requisito na forma deste artigo, devendo o


lançamento correspondente ter como termo inicial a data da ocorrência da
infração que lhe deu causa.

§ 2º O disposto neste artigo obedecerá ao rito processual da


legislação vigente.

CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS E DA REPRESENTAÇÃO

Art. 32. Da decisão que indeferir o requerimento para


concessão ou renovação de certificação e da decisão que cancelar a certificação,
caberá recurso por parte da entidade interessada, na forma definida em
regulamento, no prazo de trinta dias contados da publicação da decisão.

Art. 33. Verificada prática de irregularidade na entidade


certificada, são competentes para representar, motivadamente, ao Ministério
responsável pela sua área de atuação, sem prejuízo das atribuições do Ministério
Público:

I - o gestor municipal ou estadual do SUS ou do SUAS, de


acordo com a sua condição de gestão, bem como o gestor da educação
municipal ou estadual;

II - a Secretaria da Receita Federal do Brasil;

III – os conselhos de acompanhamento e controle social


previstos na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007 (Lei do Fundeb – Fundo de
*9D4FB4D129*
Desenvolvimento da Educação Básica) e os Conselhos de Assistência Social e de
Saúde; e

IV – o Tribunal de Contas da União.

Parágrafo único. A representação será dirigida ao Ministério


que concedeu a certificação e conterá a qualificação do representante, a
descrição dos fatos a serem apurados e, sempre que possível, a documentação
pertinente e demais informações relevantes para o esclarecimento do seu objeto.
9D4FB4D129
26

Art. 34. Caberá ao Ministério competente:

I - dar ciência da representação à entidade, que terá o prazo


de trinta dias para apresentação de defesa, assegurada a proteção da identidade
do representante mencionado no inciso I do art. 33, quando por este solicitado ou
quando julgado necessário pela autoridade competente; e

II - decidir sobre a procedência da representação, no prazo


de trinta dias a contar da apresentação da defesa.

§ 1º Se improcedente a representação de que trata o inciso


II, o processo será arquivado.

§ 2º Se procedente a representação de que trata o inciso II,


após decisão final ou transcorrido o prazo para interposição de recurso, a
autoridade responsável deverá cancelar a certificação e dar ciência do fato à
Secretaria da Receita Federal do Brasil.

§ 3º O representante será cientificado das decisões de que


tratam os §§ 1º e 2º deste artigo.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 35. É facultada às entidades mencionadas no art. 24 a


criação de uma pessoa jurídica para cada uma de suas áreas de atuação, com
número próprio no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ.
*9D4FB4D129*
§ 1º Cada pessoa jurídica criada na forma do caput deverá
apresentar requerimento próprio de certificação ao Ministério correspondente à
sua área de atuação, observado o disposto nos art. 23 e 24 desta lei.

§ 2º Ainda que a entidade opte por manter apenas um


CNPJ, caso se enquadre no previsto no art. 24, requererá em cada ministério de
referência o certificado correspondente às atividades beneficentes que
desenvolva em cada área.
9D4FB4D129
27

§ 3º A entidade que atue em mais de uma das áreas a que


se refere o art. 1º e que opere com apenas um CNPJ, deverá, na forma de
regulamento:

I - manter escrituração contábil segregada por área, de


modo a evidenciar o patrimônio, as receitas, os custos e as despesas de cada
atividade desempenhada;

II – ratear as receitas, despesas e custos comuns por área


de atuação;

§ 4º O não atendimento das condições estabelecidas no


regulamento a que se refere o parágrafo 3º deste artigo implicará perda da
isenção de contribuições para a seguridade social de que trata esta lei, no
respectivo ano-calendário.

Art. 36. Os pedidos de concessão originária de Certificado


de Entidade Beneficente de Assistência Social que não tenham sido objeto de
julgamento até a data de publicação desta lei serão remetidos, de acordo com a
área de atuação da entidade, ao Ministério responsável, que os julgará nos
termos da legislação em vigor à época da protocolização do requerimento.

§ 1º Caso a entidade requerente atue em mais de uma das


áreas abrangidas por esta lei, o pedido será remetido ao Ministério responsável
pela área de atuação preponderante da entidade.

§ 2º Das decisões proferidas nos termos do caput, que


sejam favoráveis às entidades, não caberá recurso.
*9D4FB4D129*
§ 3º Das decisões de indeferimento, proferidas com base no
caput, caberá recurso no prazo de trinta dias, dirigido ao Ministro de Estado
responsável pela área de atuação da entidade.

§ 4º Fica a entidade obrigada a oferecer todas as


informações necessárias à análise do pedido, nos termos do art. 60 da Lei nº
9.784, de 29 de janeiro de 1999.
9D4FB4D129
28

Art. 37. Os pedidos de renovação de Certificado de Entidade


Beneficente de Assistência Social protocolados e ainda não julgados até a data
de publicação desta lei, serão julgados pelo Ministério da área no prazo máximo
de noventa dias a contar da referida data.

§ 1º As representações em curso no CNAS, em face da


renovação do certificado referida no caput, serão julgadas no prazo máximo de
noventa dias após publicação desta lei.

§ 2º Das decisões de indeferimento, proferidas com base no


caput, caberá recurso no prazo de trinta dias, com efeito suspensivo, dirigido ao
Ministro de Estado responsável pela área de atuação da entidade.

Art. 38. Constatada a qualquer tempo alguma irregularidade,


considerar-se-á cancelada a certificação da entidade desde a data de lavratura da
ocorrência da infração, sem prejuízo da exigibilidade do crédito tributário e das
demais sanções previstas em lei.

Art. 39. A concessão originária, deferida na forma do art. 36,


será reconhecida como certificação da entidade para efeitos da isenção de que
trata esta lei, desde que atendidos os demais requisitos nela previstos.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. Para a unificação dos prazos de vigência, os


certificados deferidos a partir da publicação desta lei deverão ter, como prazo de
*9D4FB4D129*
validade, o dia 31 de dezembro do ano ímpar subseqüente à decisão do
deferimento da concessão ou renovação da certificação.

§ 1º Como regra de transição para a unificação dos prazos


de vigência, as entidades que possuam certificados com data de validade distinta
do dia 31 de dezembro de ano ímpar, poderão requerer a sua renovação até a
data do prazo de validade expresso no certificado ou no Diário Oficial da União,
não sendo exigida a antecedência mínima de 6 meses.
9D4FB4D129
29

Art. 41. As entidades que tiverem a certificação deferida


continuam sujeitas à fiscalização do Ministério Público, do Departamento de
Policia Federal, da Secretaria da Receita Federal do Brasil e de quaisquer outros
órgãos públicos, no exercício das respectivas competências.

Art. 42. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do


Desenvolvimento Social e Combate à Fome informarão à Secretaria da Receita
Federal do Brasil, na forma e prazo por esta determinados, os pedidos de
certificação originária e de renovação deferidos, bem como os definitivamente
indeferidos, nos termos da Seção IV do Capítulo II.

§ 1º Os Ministérios da Saúde, da Educação e do


Desenvolvimento Social e Combate à Fome procederão ao recadastramento de
todas as entidades sem fins lucrativos, beneficentes ou não, atuantes em suas
respectivas áreas em até 180 (cento e oitenta) dias após a data de publicação
desta lei, e tornarão os respectivos cadastros disponíveis para consulta pública.

§ 2º As entidades beneficentes de assistência social


deverão obrigatoriamente cadastrar-se e atualizar periodicamente suas
informações, em cada um dos Ministérios de referência das ações beneficentes
que desenvolvam, conforme regulamento.

Art. 43. As entidades isentas na forma desta lei deverão


manter, em local visível ao público, placa indicativa contendo informações sobre a
sua condição de beneficente e sobre sua área de atuação, conforme o disposto
no art. 1º. *9D4FB4D129*
Art. 44. Os incisos III e IV do art. 18 da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art.
18................................................................

...........................................................................
.

III - acompanhar e fiscalizar o processo de


certificação das entidades e organizações de assistência
9D4FB4D129
30

social junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e


Combate à Fome;

IV - apreciar relatório anual que conterá a


relação de entidades e organizações de assistência social
certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para
conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos
Estados, Municípios e do Distrito Federal;

................................................................” (NR).

Art. 45. Os valores a que se referem os artigos 23 e 24


serão corrigidos anualmente pela variação acumulada do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, ou por índice equivalente que lhe venha a
suceder.

Art. 46. Serão objeto de auditoria operacional os atos dos


gestores públicos previstos no §2º do art. 3º; no art. 8º; no §4º do art. 11; e no
art.12 desta Lei

Art. 47. Revogam-se:

I - o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

II - o § 3º do art. 9º e o parágrafo único do art. 18 da Lei nº


8.742, de 7 de dezembro de 1993;

III - o art. 5º da Lei nº 9.429, de 26 de dezembro de 1996, na


parte que altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.;
*9D4FB4D129*
IV - o art. 1º da Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998,
na parte que altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

V - o art. 21 da Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003;

VI - o art. 3º da Medida Provisória nº 2.187-13, de 24 de


agosto de 2001, na parte que altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991; e
9D4FB4D129
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VII - o art. 5º da Medida Provisória nº 2.187-13, de 24 de


agosto de 2001, na parte que altera os arts. 9º e 18 da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993.

Art. 48. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

Sala da Comissão, em 28 de maio de 2009.

Deputado EDUARDO BARBOSA


Relator

*9D4FB4D129*
9D4FB4D129
 

ANEXO II 
COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

PROJETO DE LEI Nº 7.494, DE 2006

Altera o inciso II do art. 55 da Lei nº


8.212, de 24 de julho de 1991, para prorrogar o
prazo de renovação do Certificado de entidade
Beneficente de assistência social para fins de
isenção previdenciária.

Autor : SENADO FEDERAL


Relator: Deputado GASTÃO VIEIRA

PARECER

Em 19 de novembro de 2008 apresentamos à Comissão de


Educação e Cultura (CEC) Parecer pela aprovação parcial do Projeto de Lei nº
3.021/2008, do Poder Executivo, que “Dispõe sobre a certificação das entidades
beneficentes de assistência social, regula os procedimentos de isenção de
contribuições para a seguridade social e dá outras providências”, na forma de um
Substitutivo.1 Quando de sua tramitação autônoma, ao PL nº 3.021/2008 haviam

1 Este PL nº 3021/08 tramitara em separado nesta Casa, de março a agosto de 2008. Em


18/08/2008 foi, junto com o PL nº 7225/2002, apensado ao PL nº 7.494/2006, do Sen. Flávio Arns,
que “Altera o inciso II do art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para prorrogar o prazo de
renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social para fins de isenção
previdenciária”. O PL nº 7.225/2002, do Dep. Hauly, propõe alterar “o art. 4º da Lei nº 9.429, de 26
de setembro de 1996, que "Dispõe sobre prorrogação de prazo para renovação de Certificado de
Entidades de Fins Filantrópicos e de recadastramento junto ao Conselho Nacional de Assistência
Social - CNAS e anulação de atos emanados do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS contra
instituições que gozavam de isenção da contribuição social, pela não apresentação do pedido de
renovação do certificado em tempo hábil". O argumento em favor deste PL é que as instituições
beneficentes que faziam jus à extinção de créditos decorrentes de contribuições sociais devidas
até 26/12/1996 podiam apresentar, para pleiteá-la, o Certificado ou o Registro de Entidade de Fins
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sido oferecidas 54 (cinquenta e quatro) emendas. Em nosso mencionado Parecer,


acatamos as emendas nºs 1 a 4, 8, 16, 26 a 29, 32, 39, 48 ao PL nº 3.021/2008,
na forma de um Substitutivo e rejeitamos as emendas nºs 5 a 7, 9 a 15, 17 a 25,
30, 31 e 33 a 54, e o Projeto de Lei nº 7.494/2006. No prazo regimental,
transcorrido de 20/11 a 3/12/2008, foram oferecidas 64 (sessenta e quatro)
emendas ao nosso Substitutivo, a seguir analisadas.

O ilustre Deputado Sílvio Torres interpôs a emenda nº 1,


que inclui novo artigo ampliando para doze meses após a edição da nova lei o
prazo de formalização do pedido de parcelamento referido nos §§ 12 e 13 do art.
4º da Lei nº 11.345/2006.

O nobre Deputado Dr. Talmir apresentou sete emendas. A


emenda nº 2 modifica o “art. 24”, para garantir condições adicionais de
comunicação, prazo e defesa às entidades sobre as quais se constate
inobservância de exigência estabelecida para certificação, antes do efetivo
cancelamento do certificado. Entretanto, nossa análise mostrou que a emenda do
nobre colega na verdade diz respeito ao teor do art. 27 do Substitutivo (e não do
art. 24). A emenda nº 3 sugere alteração nos §§ 3º e 4º do art. 22, fixando
respectivamente prazo de até 60 (sessenta) dias para apreciação do requerimento
de certificação pelo Ministério incumbido da tarefa e um mínimo de três anos para
a validade do certificado, a contar da data de publicação do ato de concessão. A
emenda nº 4 acrescenta onde couber, entre os dispositivos da área da saúde,
artigo que estipula que a entidade de saúde poderá limitar o atendimento aos
pacientes do SUS ao percentual pactuado com o gestor local, desobrigando-se do
atendimento tão logo atinja tal limite, ficando o gestor do SUS responsável por
encaminhar o paciente a outra entidade. Além disso, estabelece que os

Filantrópicos, o que foi vedada pelo art. 4º da Lei nº 9.429, de 26/12/1996, que modificou
restritivamente o disposto no inciso II do art. 55 da Lei nº 8.212/91, que regulava a matéria, fato
que conforme o Dep. Hauly, prejudicou diversas entidades. Em nosso Parecer de 18/11/09
informamos que a Mesa, em 29/10/2002, remeteu este PL do Dep. Hauly à Comissão de
Seguridade Social e Família (CSSF) e à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC)
para análise. Ele tramitou na CSSF entre abril de 2003 e abril de 2007, sem ter sido apreciado e
em 18/8/2008 a Mesa o apensou ao PL nº 7.494/2006, do Sen Arns, o qual passou a tramitar em
regime de prioridade na CEC, CSSF, CFT e CCJC (art. 24 e 54, RICD). Entretanto, com a edição
da Medida Provisória MP nº 446/2008, a Mesa, a pedido do Dep Hauly (Of. nº 594/2008-CN)
transformou seu PL em emenda da MP, desapensando-o do PL nº 7.494/2006. Mas com a rejeição
da MP n° 446/008 em 10 de fevereiro de 2009, por in constitucionalidade, o PL nº 7.225/2002, do
Dep. Hauly, foi mais uma vez apensado ao PL nº 7.494/2006, de autoria do Senador Arns.
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atendimentos pactuados que ultrapassem o limite de 60% previsto no art. 12


poderão ser objeto de acordo com o gestor, inclusive no tocante à remuneração.
Na emenda nº 5 modificam-se os incisos II e VI do art. 28, prevendo-se
respectivamente a possibilidade de remuneração em níveis de mercado para
dirigentes executivos e prestadores de serviço da entidade e a manutenção de
escrituração contábil regular conforme legislação e princípios do Conselho Federal
de Contabilidade. As emendas nºs 6 e 7 suprimem respectivamente os artigos 10
e 9 do Substitutivo, sob a justificativa de que não caberia o termo “gratuidade” na
área da saúde. E a emenda nº 8 altera o teor do art. 4º, baixando para 50% o
percentual de atendimentos da entidade vinculados ao SUS.

O eminente Deputado José Linhares sugeriu vinte


emendas, numeradas de 9 a 28. A emenda nº 9 suprime do Substitutivo o art. 35
por suposta inconstitucionalidade e inobservância da tradição. As de nºs 10 e 11
suprimem respectivamente os incisos V e VI do art. 28 por suposta contradição
com dispositivo da lei das fundações e, no segundo caso, por alegados erros de
cobranças da Receita Federal que prejudicam entidades adimplentes e afrontam
dispositivos constitucionais relacionados a exigências que coagem os
contribuintes ao pagamento de tributos. A emenda nº 12 especifica o teor do
parágrafo único do art. 37, atribuindo aos respectivos Ministérios o julgamento das
representações em curso no CNAS. A emenda nº 13 corrige o caput do art. 49:
onde se lê 9.666, leia-se 8.666. A de nº 14 introduz no art. 38 a especificação de
que a instância julgadora será o Ministério da área e retira do texto original a
expressão “indeferidos pelo CNAS”. A emenda nº 15 muda redação do caput do
art. 22 especificando que o julgamento dos requerimentos caberá a “unidades
técnicas específicas da estrutura interna dos (..) ministérios”. A de nº 16 altera o
caput do art. 14, definidor das condições de certificação para entidades de
educação, sugerindo que se aplique “em média, pelo menos cem por cento do
valor total correspondente à isenção das contribuições sociais usufruídas”. A
emenda nº 17 inclui parágrafo único no art. 10 em que se possibilita contabilizar
alternativamente à prestação de gratuidade a diferença entre os valores pagos
pelo SUS e os custos efetivos da prestação de serviços, desde que comprovados
por registros contábeis específicos e auditados externamente por empresas
registradas na Comissão de Valores Mobiliários. A de nº 18 dá nova redação ao
art. 9º, introduzindo a alternativa de não-comprovação do valor aplicado em
4

gratuidade via demonstração em planilha de custos com parecer de adequação de


auditoria externa independente. A emenda nº 19 acrescenta o termo “de
assistência social” à expressão “entidade beneficente”, no art. 3º do Substitutivo. A
emenda nº 20 acrescenta expressão na redação do art. 2º, ficando a frase da
seguinte maneira: ”vedado dirigir a totalidade de suas atividades....”. A emenda
nº 21 altera o inciso X do art. 28, baixando para cinco anos o prazo de
conservação de documentos comprobatórios, “para adequação à Súmula
Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal”. A emenda nº 22 abre a chance de
concessão de bolsas de 25% (vinte e cinco por cento) no item b) do inciso III do
art. 14 do Substitutivo. A emenda nº 23 inclui §4º do art. 34 em que possibilita que
a entidade que tiver indeferida a concessão ou renovação de seu certificado por
não cumprir os percentuais de gratuidade, complemente esta prestação com
depósito financeiro no valor correspondente, em conta do Fundo Nacional de
Assistência Social do estado ou município, a critério da entidade. A emenda nº 24
inclui parágrafo único no art. 28 que exclui do inciso II do artigo os profissionais
contratados para funções executivas operacionais na entidade, conforme as leis
vigentes. A emenda nº 25 suprime o art. 6º em vista da alteração proposta pelo
autor, na emenda nº 27, descrita adiante. A emenda nº 26 suprime o § 2º do art.
11 por “já definição deste item no caput do art. 8º”. A emenda nº 27 transforma o
parágrafo único em § 1º, ao acrescentar um § 2º ao art. 4º, introduzindo entre os
requisitos para ser considerada beneficente, a comprovação do cumprimento das
metas qualitativas e quantitativas por convênio ou contrato entre a entidade e o
gestor do SUS, conforme a lei vigente ou ainda por contrato de gestão. A emenda
nº 28 altera a redação do § 3º do art. 36, ampliando para trinta dias o prazo de
recurso em face das decisões pelo indeferimento dos pedidos de concessão
originária pelo CNAS e conferindo-lhe o efeito suspensivo.

A emenda nº 29, proposta pelo ilustre Deputado Lelo


Coimbra, acrescenta inciso XIII ao art. 28 do Substitutivo, referente à
obrigatoriedade ou não de apresentação pela entidade de demonstrações
contábeis e financeiras auditadas por auditor independente, habilitado no
Conselho de Contabilidade. Há três alíneas propostas, que respectivamente
desobrigam da auditagem as entidades com renda bruta igual ou inferior a R$
2.319.337,53; obrigam à auditagem por auditores acreditados em Conselho
Regional de Contabilidade as que têm renda anual situada entre o valor
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anteriormente citado e R$ 4.638.675,08; e obrigam a que a auditoria se realize por


auditor acreditado no Cadastro Nacional de Auditores Independentes do Conselho
Federal de Contabilidade, se a renda da entidade superar, por ano, este último
valor. Observa-se na justificação que tais valores estão atualizados conforme Res.
nº 47, de 15/3/2007, do CNAS.

O eminente Deputado Lobbe Neto propôs três emendas ao


Substitutivo. A emenda nº 30, que nele introduz novo art. 50, com renumeração
dos subseqüentes, estabelecendo que “As isenções previstas no caput do art. 8º
da Lei 11.096, de 13 de janeiro de 2005, recairão sobre o lucro, nas hipóteses dos
incisos I e II, sobre a receita auferida, nas hipóteses dos incisos III e IV, e sobre a
folha de pagamento, na hipótese do inciso IV, quando da realização de atividades
de ensino superior relativas a cursos de graduação ou cursos seqüenciais de
formação específica, a partir da adesão ao Prouni, nas condições previstas nesta
lei (NR)”. A emenda nº 31, que acresce aos §§ 5º. 6º e 7º o art. 16 do Substitutivo,
que respectivamente prevêem que: "§ 5º As entidades beneficentes de assistência
social que tiveram seus pedidos de renovação de Certificado de Entidade
Beneficente de Assistência Social indeferidos, após edição da Medida Provisória
nº 213, de 10 de setembro de 2004, e que adotarem as regras do Prouni, nos
termos desta Lei poderão, até o dia 30 de junho de 2007, requerer ao Conselho
Nacional de Assistência Social - CNAS o restabelecimento do Certificado de
Entidade Beneficente de Assistência Social e, posteriormente, requerer ao
Ministério da Previdência Social a isenção das contribuições de que trata o art. 55
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, independentemente do cumprimento dos
requisitos de aplicação do percentual mínimo de gratuidade exigido e da prévia
inscrição do Conselho Municipal de Assistência Social, bem como da existência de
vício formal constante do estatuto social da entidade.” O § 6º, prevendo que “O
Ministério da Previdência Social decidirá sobre o pedido de isenção da entidade
que obtiver o Certificado na forma do caput deste artigo, retroagindo os seus
efeitos, cabendo à entidade comprovar ao Ministério da Previdência Social o
efetivo cumprimento das obrigações assumidas, até o último dia do mês de abril
subseqüente a cada um dos 3 (três) próximos exercícios fiscais.” E o § 7º,
estabelecendo que “Na hipótese de o CNAS não decidir sobre o pedido até 60
(sessenta dias) após a sua apresentação, a entidade poderá formular ao Ministério
da Previdência Social o pedido de isenção, independentemente do
6

pronunciamento do CNAS, mediante apresentação de cópia do requerimento


encaminhando a este e do respectivo protocolo de recebimento." E a emenda nº
32 que acrescenta parágrafo único ao art. 1º, segundo o qual “ Os Ministérios da
Fazenda, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde e da
Educação editarão os atos complementares necessários à execução desta Lei e
criarão órgãos com a participação popular paritária para julgar os pedidos de
certificados, nos termos do artigo 3º desta Lei.”

O ilustre Deputado Raimundo Gomes de Matos


apresentou 30 emendas ao Substitutivo do Relator Deputado Gastão Vieira. A
emenda nº 33, reduz de dez para cinco anos o prazo de conservação de
documentos que comprovem a origem de receitas e efetivação de despesas. A
emenda nº 34 visa retirar do texto a expressão “ou expressamente admitidas
pelos órgãos de controle externo”. A emenda nº 35 altera o caput do art. 8º, de
forma a substituir a expressão “receita bruta” por “receita’. A emenda nº 36 visa
acrescer ao projeto, onde couber, dispositivo com a previsão de que a entidade
que atue em mais de uma das áreas apresente sua solicitação de certificação ao
ministério de atividade preponderante. A modificação afeta o disposto nos arts. 23
e 24, de forma a retirar o corte de receita anual neles previsto. A emenda nº 37
visa suprimir a expressão “bruta” do art. 10 do Substitutivo. A emenda nº 38
propõe a supressão da expressão “bruta” do art. 14 do Substitutivo. A emenda nº
39 substitui a obrigação de oferta de uma bolsa integral para cada nove alunos
pagantes da educação básica, por uma bolsa integral para cada dezenove alunos.
A emenda nº 40 altera a redação do § 3º do art. 14 de forma a fazer remissão
expressa ao ar. 11 da Lei do Prouni e com isso incluir tanto as entidades que
optaram pelo Prouni com as que não optaram. A emenda nº 41 acrescenta § 4º
ao art. 14, com a previsão de que a entidade da área de educação poderá
computar outros serviços diretamente relacionados e necessários aos
beneficiários de bolsas escolares, como complementação da gratuidade. A
emenda nº 42 propõe o acréscimo de § 4º ao art. 14, com a previsão de que o
disposto no art.14, III, §1º (oferta de bolsas) e no art. 15, §§1º e 2º (critério de
renda) passem a vigorar a partir do segundo processo seletivo imediatamente
posterior a definição de critérios fixados pelo MEC. A emenda nº 43 prevê o
acréscimo de §5º ao art. 16 do Substitutivo, com a previsão de que, para o
cumprimento das demais exigências previstas na lei, até a conclusão de dois
7

processos seletivos os bolsistas anteriormente selecionados pela entidade


comporão o percentual previsto no caput do art.14. A emenda nº 44 altera a
redação do art. 18 de forma a reduzir de vinte para dez por cento sobre o
percentual a ser compensado no exercício subseqüente, a título de acréscimo pelo
não alcance do percentual devido no exercício. A emenda nº 45 prevê, para a
entidade de educação, formas alternativas à aplicação em gratuidade. A emenda
nº 46 propõe a supressão do § 2º do art. 18, que prevê o indeferimento do pedido
de renovação quando a soma dos percentuais a serem compensados exceder a
dez por cento. A emenda nº 47 propõe a alteração do § 1º do art. 20, de forma a
substituir a expressão “inscrever” por “informar”. A emenda nº 50 altera a redação
do § 2º do art.20, de forma a incluir a expressão “de sua sede”. A emenda nº 51
acrescenta inciso IV ao art.22, com a previsão de que o requerimento de
concessão será apreciado pelo ministério cuja área de atuação for preponderante,
no caso de atuação em mais de uma área. A emenda nº 52 pretende alterar a
redação do art. 23, de forma a suprimir o corte de receita anual previsto no
Substitutivo, para efeito de certificação pelo ministério da área de atuação
preponderante. A emenda nº 53 suprime o art.24 do Substitutivo, que prevê que
as entidades com atuação múltipla, cuja receita anual seja acima de dois milhões
e quatrocentos reais, devem pedir certificação para suas atividades em cada
ministério correspondente às áreas de atuação. A emenda nº 54 propõe a
supressão da expressão “e 24” no art. 25, em coerência com o proposto na
emenda 53. A emenda nº 55 altera a redação do inciso VI do art. 28, de forma a
retirar a obrigação de apresentação de certidão de regularidade em face do
CADIN. A emenda nº 56 dá nova redação ao art. 14, de modo a substituir a
expressão “receita bruta” por “receita efetivamente recebida” e a retirar da base de
cálculo a receita decorrente de aplicações financeiras e de locação de bens. A
emenda nº 57 propõe alterar o inciso III do § 1º do art. 14, de forma que a oferta
de bolsas integrais seja de uma para cada dezenove alunos, ao invés de uma a
cada nove e estabelece ainda que as bolsas parciais possam ser de trinta,
cinqüenta ou setenta e cinco por cento, quando necessário para o alcance do
percentual mínimo. A emenda nº 58 acrescenta dois artigos (32 e 33) ao capítulo
IV, com renumeração dos subseqüentes e cujo objetivo é a criação de um
conselho recursal do CEBAS, vinculado à Presidência da República, com
membros governamentais e representantes das entidades prestadoras de serviços
de assistência, além de alterar as competências dos Ministérios previstas no art.
8

34. A emenda nº 59 exclui o § 2º do art. 18 (que prevê hipótese de indeferimento


do pedido de renovação), acrescentando novo dispositivo com a previsão de
formas alternativas ao cumprimento da gratuidade. A emenda nº 60 propõe a
supressão do art. 35 (que prevê a criação de um CNPJ para cada área de
atuação, no caso das entidades de atual múltipla). A emenda nº 61 prevê a
supressão do art. 35 e seus parágrafos. A emenda nº 62 altera o §3º do art. 36,
ampliando de dez para trinta dias o prazo de recursos contra indeferimento por
parte do Ministério, e concede-lhes efeito suspensivo. A emenda nº 63 propõe o
acréscimo de dispositivo ao projeto, onde couber, com a previsão de que os
recursos em tramitação até a data de publicação da lei, relativos aos pedidos de
renovação ou de concessão de certificados, serão julgados no prazo máximo de
90 dias após a publicação do texto legal. E a emenda nº 64 suprime o art. 47, que
prevê a correção dos valores referidos nos arts 23 e 24 (receita anual que define
se a entidade de atuação múltipla reporte-se ao Ministério da área de atuação
preponderante ou a todos os Ministérios das áreas previstas na lei).

A emenda nº 48 , de autoria do nobre Deputado Jorginho


Maluly, acrescenta um art. nº 50 e seu parágrafo único ao Substitutivo, com o
objetivo de regular a transformação da natureza jurídica das entidades. E a
emenda nº 49, de autoria do mesmo Deputado, introduz dispositivo que regula
isenções referentes ao PROUNI.

Por relevante, reiteramos que em 10/11/2008 - portanto, em


meio ao trâmite normal do PL nº 7.494/2006 e seus apensados -, o Governo
Federal editou a Medida Provisória MP nº 446/2008, que “Dispõe sobre a
certificação das entidades beneficentes de assistência social, regula os
procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social, e dá outras
providências.” Em síntese, a MP repetia textualmente a maior parte dos artigos do
Projeto de Lei nº 3.021/2008, também de iniciativa governamental. Mas é verdade
que acrescentava modificações em alguns dispositivos referentes às áreas de
educação, saúde e assistência que, em geral, aprimoravam o contido no PL nº
3021/2008. E trazia também matérias novas: como nos artigos nº 23, 24 e 25,
por exemplo, que estipulavam a renda anual de R$ 2,4 milhões de reais como
linha de corte para a definição da instância certificadora das entidades com
atuação em mais de uma área. E também no art. nº 37, que concedia
DEFERIMENTO AUTOMÁTICO a todos os PEDIDOS DE RENOVAÇÃO DE
9

CERTIFICADO PROTOCOLADOS NO CNAS E AINDA NÃO JULGADOS, e ainda


ANISTIA ÀS ENTIDADES ALVO DE REPRESENTAÇÕES existentes no CNAS;
ou no art. nº 39, que transformava em DEFERIDOS todos os pedidos de
renovação do CEBAS já INDEFERIDOS pelo CNAS, que fossem OBJETO DE
PEDIDO DE RENOVAÇÂO ou de RECURSO PENDENTE DE JULGAMENTO até
a data de publicação da MP. Revogava ainda o art. nº 55 da Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991; o § 3o do art. 9o e o parágrafo único do art. 18 da Lei no 8.742, de 7
de dezembro de 1993; o art. 5o da Lei no 9.429, de 26 de dezembro de 1996; o art.
1o da Lei no 9.732, de 11 de dezembro de 1998, na parte que altera o art. 55 da Lei
nº 8.212, de 24 de julho de 1991;o art. 21 da Lei no 10.684, de 30 de maio de
2003; o art. 3o da Medida Provisória no 2.187-13, de 24 de agosto de 2001, na
parte que altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; e o art. 5o da
Medida Provisória no 2.187-13, de 24 de agosto de 2001, na parte que altera os
arts. 9º e 18 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

Grande foi o clamor da sociedade contra as consequências


decorrentes da MP, sobretudo as concernentes às anistias com grande impacto
financeiro, que acabaram por se impor, resultando em benefício para mais de sete
mil entidades, conforme divulgou a imprensa nacional. Por fim, em 10/2/09, a
Medida Provisória nº 446, de 2008, foi rejeitada por ser inconstitucional e a Mesa,
em 18/2/2009 houve por bem rever “o despacho aposto ao PL 7.225/02, para
determinar sua apensação ao PL 7.494/06, conforme reza o art. 143, inciso II,
alínea ”a” do RICD”. E em 18/2/2009 o Plenário vota favoravelmente o
Requerimento n° 3.063/2008, do Dep. Maurício Rands, e o PL nº 7.494/2006
passa a tramitar em regime de urgência e é distribuído pela Mesa à Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (em 4/3/2009); à Comissão de Seguridade
Social e Família (na qual em 5/3/09 o Dep. Eduardo Barbosa é designado relator)
e à Comissão de Finanças e Tributação (na qual o Dep. Aelton Freitas é, em
18/3/09, indicado relator). E no âmbito desta Comissão de Educação e Cultura, o
PL em comento é devolvido, para novo trâmite e Parecer, a este relator.

Sempre acreditamos ser o Projeto de Lei em discussão no


Congresso Nacional o melhor caminho para estabelecer regras consensuadas
para a certificação das entidades filantrópicas, com base nos princípios da
descentralização e da transparência. O tempo necessário para o amadurecimento
do debate revelou-se, como sempre, o condutor ideal para a melhor solução
10

possível, considerados os vários fatores limitantes que se interpuseram no campo


das disputas parlamentares.

Com a rejeição, em fevereiro de 2009, da Medida Provisória


nº 446/08, a presente Proposição, que de nossa parte já havia merecido análise e
Parecer, ganhou regime de urgência e prestou-se a ser o veículo de construção do
consenso sobre a matéria. Neste sentido, esta relatoria, em conjunto com a
liderança do governo, os líderes dos partidos, os parlamentares que atuam nas
áreas afetadas pela regulamentação proposta e a direção da Casa, sempre que
possível, procuraram viabilizar acordos em relação ao mérito dos dispositivos
centrais da proposta regulatória, e, na eventual impossibilidade, buscou-se a
construção, por procedimentos democráticos, de resultados que pudessem ser
acolhidos pela maioria dos parlamentares. Bom exemplo está na questão da
exigência de mais de um CNPJ para as entidades que atuam em mais de uma
área, originalmente proposta pela proposta do Executivo e que se constituía em
insuperável obstáculo para diversos parlamentares. Após muitas idas e vindas que
incluíram consultas à Receita Federal e à Casa Civil, foi possível desenhar fórmula
aceitável para as partes, que retirava o caráter de obrigatoriedade da medida, sem
prejuízo das necessárias medidas fiscalizatórias e de prestação de contas.

Assim, a partir de inúmeras reuniões promovidas na


liderança do governo, sob a coordenação do nobre Deputado Ricardo Barros - a
quem rendemos nossas homenagens -, da análise das emendas ao primeiro
Substitutivo por nós apresentado ao PL nº 7.494/2006 e da coleta de sugestões
dos nobres pares, chegamos à formulação de duas Minutas alternativas de texto,
que foram submetidas à discussão preliminar com diversos deputados. É preciso
dizer que, na medida do possível e do cabível, considerados os limites regimentais
de um relator da área específica da Educação e Cultura, incorporamos também
subsídios recebidos de diversas lideranças da sociedade organizada, que vieram
ao Parlamento interessadas em prestar sua colaboração informal para o
aperfeiçoamento da Proposição que elaborávamos. Deste processo participativo
resultou o novo Substitutivo que ora oferecemos à apreciação de nossos Pares e
que, tal como o PL nº 3.021/2008 e a MP n° 446/2008 , “Dispõe sobre a
certificação das entidades beneficentes de assistência social, regula os
procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social e dá outras
providências”. Aproveitamos a oportunidade para muito agradecer todas as
11

contribuições recebidas. Decerto que nossos nobres colegas relatores das demais
Comissões saberão também sopesar e acolher o que de melhor foi apresentado
em suas áreas de competência.

Cumpre-nos, então, destacar agora a conclusão da análise


das emendas ao nosso primeiro Substitutivo oferecido ao PL nº 7.494/2006 e
manifestar o nosso voto acerca da matéria. As emendas nºs 12, 19, 28, 51, 60, 62
e 63, por introduzirem aprimoramentos no texto original do Substitutivo, foram
aceitas, na forma do novo Substitutivo. E as demais emendas, de nºs 1 a 11, 13 a
18, 20 a 27, 29 a 50, 52 a 59 e 64, foram rejeitadas, seja por introduzirem
complexidades que poderão dificultar as ações cotidianas das entidades
beneficentes, seja por modificarem a estrutura ou os objetivos intencionados nos
dispositivos originais do PL nº 3.021/2008 e que desejamos ver mantidos ou ainda
por sugerirem aspectos em contradição com as leis vigentes.

Assim sendo, e diante do exposto, votamos pela aprovação,


nos termos do segundo substitutivo em anexo, do PL nº 3.021/08, de iniciativa do
Poder Executivo, que “Dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de
assistência social, regula os procedimentos de isenção de contribuições para a
seguridade social e dá outras providências”, apensado ao PL nº 7.494, de 2006, o
qual, por sua vez, fica rejeitado, tanto quanto se rejeita também o PL nº
7.225/2002, cuja idéia central, ainda que justa, fica superada em vista dos
dispositivos da nova Proposição que se segue. Acolhemos também, nos termos
do Substitutivo, as emendas nºs 12, 19, 28, 51, 60, 62 e 63 e rejeitamos as
emendas nºs 1 a 11, 13 a 18, 20 a 27, 29 a 50, 52 a 59, 61 e 64, pelas razões
explicitadas.

Sala da Comissão , em 06 de maio de 2009.

Deputado GASTÃO VIEIRA


Relator
12

SEGUNDO SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 7.494 DE 2006

Dispõe sobre a certificação das entidades


beneficentes de assistência social, regula os
procedimentos de isenção de contribuições
para a seguridade social e dá outras
providências..

Autor: SENADO FEDERAL


Relator: Deputado GASTÃO VIEIRA

O Congresso Nacional decreta:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A certificação das entidades beneficentes de


assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão
concedidas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade
de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e
que atendam ao disposto nesta lei.

Art. 2º As entidades de que trata o art. 1º deverão obedecer


ao princípio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigir suas
atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional.
13

CAPÍTULO II
DA CERTIFICAÇÃO

Art. 3º A certificação será concedida à entidade beneficente


que demonstre, nos doze meses que antecederam o mês do requerimento, o
cumprimento do disposto nas Seções I, II e III deste Capítulo, de acordo com a
respectiva área de atuação.

§ 1º Nas situações previstas em regulamento, a


demonstração do cumprimento do disposto no caput poderá ter como base os
primeiros doze meses contidos nos dezesseis meses que antecederem o mês do
requerimento.

§ 2º O período mínimo de cumprimento dos requisitos de que


trata este artigo poderá ser reduzido se a entidade for prestadora de serviços
conveniados com o Sistema Único de Saúde - SUS ou com o Sistema Único de
Assistência Social - SUAS, em caso de necessidade local atestada pelo gestor do
respectivo sistema.Seção I
Da Saúde

Art. 4º Para ser considerada beneficente e fazer jus à


certificação, a entidade de saúde deverá ofertar a prestação de todos os seus
serviços ao SUS no percentual mínimo de sessenta por cento, e comprovar,
anualmente, o mesmo percentual em internações realizadas, medida por paciente-
dia.

Parágrafo único. O atendimento do percentual mínimo de


que trata o caput pode ser individualizado por estabelecimento ou pelo conjunto
de estabelecimentos de saúde da entidade, desde que não abranja outra pessoa
jurídica por ela mantida.

Art. 5º A entidade de saúde deverá ainda informar,


obrigatoriamente, ao Ministério da Saúde, na forma por ele estabelecida:

I - a totalidade das internações realizadas para os pacientes


não usuários do SUS;
14

II - a totalidade das internações realizadas para os pacientes


usuários do SUS;

III - as alterações referentes aos registros no Cadastro


Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES.

Art. 6º A entidade de saúde que presta serviços


exclusivamente na área ambulatorial deverá, em substituição ao requisito definido
no art. 4º, comprovar anualmente a prestação desses serviços ao SUS no
percentual mínimo de sessenta por cento.

Art. 7º Quando a disponibilidade de cobertura assistencial da


população pela rede pública de determinada área for insuficiente, os gestores do
SUS deverão observar, para a contratação de serviços privados complementares,
a preferência de participação das entidades beneficentes de saúde e das sem fins
lucrativos, observada a legislação pertinente.

Art. 8º Na impossibilidade do cumprimento do percentual


mínimo a que se refere o art. 4º na contratação dos serviços de saúde da
entidade, em razão da falta de demanda, declarada pelo gestor local do SUS,
deverá ela comprovar a aplicação de percentual da sua receita bruta em
atendimento gratuito de saúde da seguinte forma:

I - vinte por cento, se o percentual de atendimento ao SUS


for inferior a trinta por cento;

II - dez por cento, se o percentual de atendimento ao SUS


for igual ou superior a trinta e inferior a cinqüenta por cento; ou

III - cinco por cento, se o percentual de atendimento ao SUS


for igual ou superior a cinqüenta por cento, ou se completar o quantitativo das
internações hospitalares, medido por paciente-dia, com atendimentos gratuitos
devidamente informados de acordo com o disposto no art. 5º, não financiados pelo
SUS ou por qualquer outra fonte.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a entidade deverá


comprovar o percentual de aplicação em gratuidade sobre a receita bruta
15

proveniente da venda de serviços, acrescida da receita decorrente de aplicações


financeiras, de locação de bens, de venda de bens não integrantes do ativo
imobilizado e de doações particulares.

Art. 9º O valor aplicado em gratuidade na área de saúde,


quando não comprovado por meio de registro contábil específico e informado de
acordo com o disposto no art. 5º, será obtido mediante a valoração dos
procedimentos realizados com base nas tabelas de pagamentos do SUS.

Art. 10. Em hipótese alguma será admitida como aplicação


em gratuidade a eventual diferença entre os valores pagos pelo SUS e os preços
praticados pela entidade ou pelo mercado.

Art. 11. A entidade de saúde de reconhecida excelência


poderá, alternativamente, para dar cumprimento ao requisito previsto no art. 4º,
realizar projetos de apoio ao desenvolvimento institucional do SUS, celebrando
ajuste com a União, por intermédio do Ministério da Saúde, com interveniência do
Ministério da Educação, quando for o caso, nas seguintes áreas de atuação:

I - estudos de avaliação e incorporação de tecnologias;

II - capacitação de recursos humanos;

III - pesquisas de interesse público em saúde; ou

IV - desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em


serviços de saúde.

§ 1º O Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério da


Educação, quando for o caso, definirão os requisitos técnicos essenciais para o
reconhecimento da excelência referente a cada uma das áreas de atuação
previstas neste artigo.

§ 2º O recurso despendido pela entidade de saúde no


projeto de apoio não poderá ser inferior ao valor usufruído com a isenção das
contribuições sociais.

§ 3º O projeto de apoio será aprovado pelo Ministério da


Saúde, ouvidas as instâncias do SUS, e pelo Ministério da Educação, quando for o
16

caso, segundo procedimento definido em ato do respectivo Ministro de Estado.

§ 4º As entidades de saúde que venham a se beneficiar da


condição prevista neste artigo poderão complementar as atividades relativas aos
projetos de apoio com a prestação de serviços ambulatoriais e hospitalares ao
SUS, não remunerados, mediante pacto com o gestor local do SUS, observadas
as seguintes condições:

I - a complementação não poderá ultrapassar trinta por cento


do valor usufruído com a isenção das contribuições sociais;

II - a entidade de saúde deverá apresentar ao gestor local do


SUS plano de trabalho com previsão de atendimento e detalhamento de custos, os
quais não poderão exceder o valor por ela efetivamente despendido;

III - a comprovação dos custos a que se refere o inciso II


poderá ser exigida a qualquer tempo, mediante apresentação dos documentos
necessários; e

IV - as entidades conveniadas deverão informar a produção


na forma estabelecida pelo Ministério da Saúde, com observação de não geração
de créditos, e ainda na forma estabelecida pelo Ministério da Educação, quando
for o caso.

§ 5º A participação das entidades de saúde ou de educação


em projetos de apoio previstos neste artigo não poderá ocorrer em prejuízo das
atividades beneficentes prestadas ao SUS ou na forma estipulada pelo Ministério
da Educação, quando for o caso.

§ 6º O conteúdo e o valor das atividades desenvolvidas em


cada projeto de apoio ao desenvolvimento institucional e de prestação de serviços
ao SUS deverão ser objeto de relatórios anuais, encaminhados ao Ministério da
Saúde, e ao da Educação, quando for o caso, para acompanhamento e
fiscalização, sem prejuízo das atribuições dos órgãos de fiscalização tributária.

Art. 12. A prestação de serviços de que trata o art. 6º e o


caput dos arts. 4º e 8º dar-se-á mediante a formalização de convênio com a
17

definição de metas quantitativas e qualitativas estabelecidas em plano operativo,


conforme pactuação entre o gestor local do SUS e o responsável legal pela
entidade.

Seção II
Da Educação

Art. 13. A certificação será concedida à entidade de


educação que atenda ao disposto nesta Seção e na legislação aplicável.

Art. 14. Para os fins da concessão da certificação de que


trata esta lei, a entidade de educação deverá aplicar anualmente em gratuidade,
na forma do §1º, pelo menos vinte por cento da receita bruta proveniente da venda
de serviços, acrescida da receita decorrente de aplicações financeiras, locação de
bens, venda de bens não integrantes de ativos imobilizados e doações
particulares.

§ 1º Para o cumprimento do disposto no caput, a entidade


deverá:

I - demonstrar adequação às diretrizes e metas


estabelecidas no Plano Nacional de Educação - PNE, na forma do art. 214 da
Constituição;

II - atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos


processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação; e

III - oferecer bolsas de estudo nas seguintes proporções:

a) no mínimo, uma bolsa de estudo integral para cada nove


alunos pagantes da educação básica;

b) bolsas parciais de cinqüenta por cento, quando


necessário para o alcance do percentual mínimo exigido.

§ 2º As proporções previstas no inciso III do § 1º poderão ser


cumpridas considerando-se as diferentes etapas e modalidades da educação
18

básica presencial.

§ 3º Para a entidade que além de atuar na educação básica


ou em área distinta da educação, também atue na educação superior, aplica-se o
disposto no art. 10 da Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005.

§ 4º O parágrafo único do art. 1o da Lei no 11.128, de 28 de


junho de 2005, passa a vigorar com a seguinte redação:

“ Art. 1º ................................................................

Parágrafo único. O atendimento ao disposto no art. 60 da Lei


o
n 9.069, de 29 de junho de 1995, para as instituições que aderiram ao Programa
até 31 de dezembro de 2006, poderá ser efetuado, excepcionalmente, até 31 de
dezembro de 2011.”

Art. 15. Para os efeitos desta lei, a bolsa de estudo refere-se


às semestralidades ou anuidades escolares fixadas na forma da lei, vedada a
cobrança de taxa de matrícula, custeio de material didático ou qualquer outro
encargo.

§ 1º A bolsa de estudo integral será concedida a aluno cuja


renda familiar mensal per capita não exceda o valor de um e meio salário-mínimo.

§ 2º A bolsa de estudo parcial será concedida a aluno cuja


renda familiar mensal per capita não exceda o valor de três salários-mínimos.

Art. 16. Para fins da certificação a que se refere esta lei, o


aluno a ser beneficiado será pré-selecionado pelo perfil socioeconômico e,
cumulativamente, por outros critérios definidos pelo Ministério da Educação.

§ 1º Os alunos beneficiários das bolsas de estudo de que


trata esta lei ou seus pais ou responsáveis, quando for o caso, respondem
legalmente pela veracidade e autenticidade das informações socioeconômicas por
eles prestadas.

§ 2º Compete à entidade de educação aferir as informações


relativas ao perfil socioeconômico do candidato.
19

§ 3º As bolsas de estudo poderão ser canceladas a qualquer


tempo, em caso de constatação de falsidade da informação prestada pelo bolsista
ou seu responsável, ou de inidoneidade de documento apresentado, sem prejuízo
das demais sanções cíveis e penais cabíveis.

Art. 17. É vedada qualquer discriminação ou diferença de


tratamento entre alunos bolsistas e pagantes.

Art. 18. No ato de renovação do certificado, as entidades de


educação que não tenham aplicado em gratuidade o percentual mínimo previsto
no caput do art. 14 poderão compensar o percentual devido no exercício
imediatamente subseqüente, com acréscimo de vinte por cento sobre o percentual
a ser compensado.

§ 1º O disposto neste artigo alcança tão-somente as


entidades que tenham aplicado pelo menos dezessete por cento em gratuidade,
na forma do art. 14, em cada exercício financeiro a ser considerado.

§ 2º O pedido de renovação do certificado será indeferido


quando a soma dos percentuais a serem compensados exceder a dez por cento,
considerando-se os acréscimos previstos neste artigo.

Seção III
Da Assistência Social

Art. 19. A certificação será concedida à entidade de


assistência social que presta serviços e ações gratuitos, continuados e planejados,
sem qualquer discriminação e sem exigência de contrapartida do usuário,
observada a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 e ressalvado o disposto no §
1º do art. 35 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.

Parágrafo único. As entidades de assistência social a que se


refere o caput podem ser de atendimento, de assessoramento, de defesa de
direitos e de promoção da cidadania, assim definidos conforme regulamento.

Art. 20. Constituem ainda requisitos para a certificação de


uma entidade de assistência social:
20

I - estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de


Assistência Social ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal,
conforme o caso, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 1993; e

II - integrar o cadastro nacional de entidades e organizações


de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da Lei nº 8.742, de 1993.

§ 1º Quando a entidade de assistência social atuar em mais


de um Município ou Estado, ou em quaisquer destes e no Distrito Federal, deverá
inscrever suas atividades no Conselho de Assistência Social do respectivo
Município de atuação ou do Distrito Federal, mediante a apresentação de seu
plano ou relatório de atividades e do comprovante de inscrição no Conselho de
sua sede ou de onde desenvolva suas principais atividades.

§ 2º Quando não houver Conselho de Assistência Social no


Município, as entidades de assistência social deverão inscrever-se nos respectivos
Conselhos Estaduais.

Art. 21. A comprovação do vínculo da entidade de


assistência social à rede socioassistencial privada no âmbito do SUAS é condição
suficiente para a concessão da certificação, no prazo e na forma a serem definidos
em regulamento.

Seção IV
Da Concessão e do Cancelamento

Art. 22. A análise e decisão quanto aos requerimentos de


concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de
assistência social serão apreciados pelos seguintes Ministérios:

I - da Saúde, quanto às entidades da área de saúde;

II - da Educação, quanto às entidades educacionais; e

III - do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto


às entidades de assistência social.
21

§ 1º A entidade interessada na certificação deverá


apresentar, juntamente com o requerimento, todos os documentos necessários à
comprovação dos requisitos de que trata esta lei, na forma do regulamento.

§ 2º A tramitação e apreciação do requerimento deverá


obedecer à ordem cronológica de sua apresentação, salvo em caso de diligência
pendente, devidamente justificada.

§ 3º O requerimento será apreciado no prazo a ser


estabelecido em regulamento, observadas as peculiaridades do Ministério
responsável pela área de atuação da entidade.

§ 4º O prazo de validade da certificação será fixado em


regulamento, observadas as especificidades de cada uma das áreas e o prazo
mínimo de um ano e máximo de cinco anos.

Art. 23. A entidade que atue em mais de uma das áreas


especificadas no art. 1º e cuja receita anual seja de até R$ 2.400.000,00 (dois
milhões e quatrocentos mil reais) deverá requerer a certificação e sua renovação
no Ministério responsável pela área de atuação preponderante da entidade.

Parágrafo único. Considera-se área de atuação


preponderante aquela em que a entidade aplique a maior parte de sua receita.

Art. 24. A entidade que atue em mais de uma das áreas


especificadas no art. 1º e cuja receita anual seja superior a R$ 2.400.000,00 (dois
milhões e quatrocentos mil reais) deverá requerer a certificação e sua renovação
em cada um dos Ministérios responsáveis pelas respectivas áreas de atuação da
entidade, conforme previsto no art. 22.

Parágrafo único. Os efeitos da certificação terão validade


apenas para a(s) área(s) específica(s) em que a entidade tenha cumprido os
requisitos necessários à certificação.

Art. 25. Para efeito do disposto nos arts. 23 e 24, considera-


se receita aquela proveniente da prestação de serviços, acrescida da receita
decorrente de aplicações financeiras, locação de bens, venda de bens não
integrantes do ativo imobilizado e de doações particulares.
22

Art. 26. Os Ministérios referidos no art. 22 deverão zelar pelo


cumprimento das condições que ensejaram a certificação da entidade como
beneficente de assistência social, cabendo-lhes confirmar que tais exigências
estão sendo atendidas quando da apreciação do pedido de renovação do
certificado.

Parágrafo único. O requerimento de renovação da


certificação deverá ser protocolado com antecedência mínima de seis meses do
termo final de sua validade.

Art. 27. Constatada, a qualquer tempo, a inobservância de


exigência estabelecida neste Capítulo, será cancelada a certificação, nos termos
de regulamento, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

CAPÍTULO III
DA ISENÇÃO

Seção I
Dos Requisitos

Art. 28. A entidade beneficente certificada na forma do


Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os
arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda,
cumulativamente, aos seguintes requisitos:

I - seja constituída como pessoa jurídica nos termos do


caput do art. 1º;

II - seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou


benfeitores não percebam remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou
indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções
ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;

III - aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit


integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus
23

objetivos institucionais;

IV - preveja, em seus atos constitutivos, em caso de


dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente a
entidades sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas;

V - não constitua patrimônio individual ou de sociedade sem


caráter beneficente;

VI - apresente certidão negativa ou certidão positiva com


efeito de negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil e à dívida ativa da União, certificado de regularidade
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e de regularidade em face do
Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal - CADIN;

VII - mantenha escrituração contábil regular que registre as


receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada,
em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de
Contabilidade;

VIII - não distribua resultados, dividendos, bonificações,


participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;

IX - aplique as subvenções e doações recebidas nas


finalidades a que estejam vinculadas;

X - conserve em boa ordem, pelo prazo de dez anos,


contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a
aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que
impliquem modificação da situação patrimonial;

XI - cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na


legislação tributária;

XII - zele pelo cumprimento de outros requisitos,


estabelecidos em lei, relacionados com o funcionamento das entidades a que se
refere este artigo; e

XIII – cumpra o disposto no art. 93 da Lei nº 8.213, de 24 de


24

julho de 1991.

Art. 29. A isenção de que trata esta lei não se estende a


entidade com personalidade jurídica própria constituída e mantida pela entidade à
qual a isenção foi concedida.

Seção II
Do reconhecimento e da suspensão do direito à isenção

Art. 30. O direito à isenção das contribuições sociais poderá


ser exercido pela entidade a contar da data da sua certificação pela autoridade
competente, desde que atendidas as disposições da Seção I deste Capítulo.

Art. 31. Constatado o descumprimento pela entidade dos


requisitos indicados na Seção I deste Capítulo, a fiscalização da Secretaria da
Receita Federal do Brasil lavrará o auto de infração relativo ao período
correspondente e relatará os fatos que demonstram o não-atendimento de tais
requisitos para o gozo da isenção.

§ 1º Considerar-se-á automaticamente suspenso o direito à


isenção das contribuições referidas no art. 30 durante o período em que se
constatar o descumprimento de requisito na forma deste artigo, devendo o
lançamento correspondente ter como termo inicial a data da ocorrência da infração
que lhe deu causa.

§ 2º O disposto neste artigo obedecerá ao rito processual do


Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.

CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS E DA REPRESENTAÇÃO

Art. 32. Da decisão que indeferir o requerimento para


concessão ou renovação de certificação e da decisão que cancelar a certificação,
caberá recurso por parte da entidade interessada, na forma definida em
regulamento, no prazo de trinta dias contados da publicação da decisão.
25

Art. 33. Verificada prática de irregularidade na entidade


certificada, são competentes para representar, motivadamente, ao Ministério
responsável pela sua área de atuação, sem prejuízo das atribuições do Ministério
Público:

I - o usuário dos serviços prestados pela entidade;

II - o gestor municipal ou estadual do SUS ou do SUAS, de


acordo com a sua condição de gestão, bem como o gestor da educação municipal
ou estadual;

III - a Secretaria da Receita Federal do Brasil;

IV – os conselhos de acompanhamento e controle social


previstos na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007 (Lei do Fundeb – Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica) e os Conselhos de Assistência Social e de
Saúde; e

V – o Tribunal de Contas da União.

Parágrafo único. A representação será dirigida ao Ministério


que concedeu a certificação e conterá a qualificação do representante, a descrição
dos fatos a serem apurados e, sempre que possível, a documentação pertinente e
demais informações relevantes para o esclarecimento do seu objeto.

Art. 34. Caberá ao Ministério competente:

I - dar ciência da representação à entidade, que terá o prazo


de trinta dias para apresentação de defesa, assegurada a proteção da identidade
do representante mencionado no inciso I do art. 33, quando por este solicitado ou
quando julgado necessário pela autoridade competente; e

II - decidir sobre a procedência da representação, no prazo


de trinta dias a contar da apresentação da defesa.

§ 1º Se improcedente a representação de que trata o inciso


II, o processo será arquivado.
26

§ 2º Se procedente a representação de que trata o inciso II,


a autoridade responsável deverá cancelar a certificação e dar ciência do fato à
Secretaria da Receita Federal do Brasil.

§ 3º O representante será cientificado das decisões de que


tratam os §§ 1º e 2º.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 35. É facultado às entidades mencionadas no art. 24 a


criação de uma pessoa jurídica para cada uma de suas áreas de atuação, com
número próprio no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ.

§ 1º Cada pessoa jurídica criada na forma do caput deverá


apresentar requerimento próprio de certificação ao Ministério correspondente à
sua área de atuação, observado o disposto nos art. 23 e 24 desta lei.

§ 2º Ainda que a entidade opte por manter apenas um


CNPJ, caso se enquadre no previsto no art. 24, requererá em cada ministério de
referência o certificado correspondente às atividades beneficentes que desenvolva
em cada área.

§ 3º A entidade que atue em mais de uma das áreas a que


se refere o art. 1º e que opere com apenas um CNPJ, deverá, na forma de
regulamento:

I - manter escrituração contábil segregada por área, de modo


a evidenciar o patrimônio, as receitas, os custos e as despesas de cada atividade
desempenhada;

II – ratear as receitas, despesas e custos comuns por área


de atuação;

§ 4º O não atendimento das condições estabelecidas no


regulamento a que se refere o parágrafo 3º deste artigo implicará perda da
isenção de contribuições para a seguridade social de que trata esta lei, no
respectivo ano-calendário.
27

Art. 36. Os pedidos de concessão originária de Certificado


de Entidade Beneficente de Assistência Social que não tenham sido objeto de
julgamento até a data de publicação desta lei serão remetidos, de acordo com a
área de atuação da entidade, ao Ministério responsável, que os julgará nos termos
da legislação em vigor à época da protocolização do requerimento.

§ 1º Caso a entidade requerente atue em mais de uma das


áreas abrangidas por esta lei, o pedido será remetido ao Ministério responsável
pela área de atuação preponderante da entidade.

§ 2º Das decisões proferidas nos termos do caput, que


sejam favoráveis às entidades, não caberá recurso.

§ 3º Das decisões de indeferimento, proferidas com base no


caput, caberá recurso no prazo de trinta dias, dirigido ao Ministro de Estado
responsável pela área de atuação da entidade.

§ 4º Fica a entidade obrigada a oferecer todas as


informações necessárias à análise do pedido, nos termos do art. 60 da Lei nº
9.784, de 29 de janeiro de 1999.

Art. 37. Os pedidos de renovação de Certificado de Entidade


Beneficente de Assistência Social protocolados e ainda não julgados até a data de
publicação desta lei, serão julgados pelo Ministério da respectiva área no prazo
máximo de noventa dias a contar da referida data.

§ 1º As representações em curso no CNAS, em face da


renovação do certificado referida no caput, serão julgadas no prazo máximo de
noventa dias após publicação desta lei.

§ 2º Das decisões de indeferimento, proferidas com base no


caput, caberá recurso no prazo de trinta dias, com efeito suspensivo, dirigido ao
Ministro de Estado responsável pela área de atuação da entidade.

Art. 38. Constatada a qualquer tempo alguma irregularidade,


considerar-se-á cancelada a certificação da entidade desde a data de lavratura da
ocorrência da infração, sem prejuízo da exigibilidade do crédito tributário e das
demais sanções previstas em lei.
28

Art. 39. A concessão originária, deferida na forma do art. 36,


será reconhecida como certificação da entidade para efeitos da isenção de que
trata esta lei, desde que atendidos os demais requisitos nela previstos.

Art. 40. Os Certificados de Entidade Beneficente de


Assistência Social que expirarem no prazo de doze meses contados da publicação
desta lei ficam prorrogados por doze meses, desde que a entidade mantenha os
requisitos exigidos pela legislação vigente à época de sua concessão ou
renovação.

Art. 41. Os requerimentos para o reconhecimento da isenção


protocolados perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil, pendentes de
apreciação até a data da publicação desta lei, seguirão o rito estabelecido pela
legislação precedente.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 42. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do


Desenvolvimento Social e Combate à Fome informarão à Secretaria da Receita
Federal do Brasil, na forma e prazo por esta determinados, os pedidos de
certificação originária e de renovação deferidos, bem como os definitivamente
indeferidos, nos termos da Seção IV do Capítulo II.

§ 1º. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do


Desenvolvimento Social e Combate à Fome procederão ao recadastramento de
todas as entidades beneficentes atuantes em suas respectivas áreas em até 180
(cento e oitenta) dias após a data de publicação desta lei, e tornarão os
respectivos cadastros disponíveis para consulta pública.

§ 2º. As entidades beneficentes de assistência social


deverão obrigatoriamente cadastrar-se e atualizar periodicamente suas
informações, em cada um dos Ministérios de referência das ações beneficentes
que desenvolvam, conforme regulamento.
29

Art. 43. As entidades isentas na forma desta lei deverão


manter, em local visível ao público, placa indicativa contendo informações sobre a
sua condição de beneficentes, as áreas de sua atuação, conforme o art. 1º e os
serviços que são prestados gratuitamente.

Art. 44. Os Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento


Social e Combate à Fome, da Saúde e da Educação e a Receita Federal do Brasil
editarão os atos complementares necessários à execução desta lei.

Art. 45. Os incisos III e IV do art. 18 da Lei nº 8.742, de 7 de


dezembro de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:

"III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das


entidades e organizações de assistência social junto ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome;

IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de


entidades e organizações de assistência social certificadas como beneficentes e
encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos
Estados, Municípios e do Distrito Federal;”(NR).

Art. 46. Serão objeto de auditoria operacional os atos dos


gestores públicos previstos no §2º do art. 3º; no art. 8º; no §4º do art. 11; e no
art.12.

Art. 47. Revogam-se:

I - o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

II - o § 3º do art. 9º e o parágrafo único do art. 18 da Lei nº


8.742, de 7 de dezembro de 1993;

III - o art. 5º da Lei nº 9.429, de 26 de dezembro de 1996, na


parte que altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.;

IV - o art. 1º da Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, na


parte que altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

V - o art. 21 da Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003;


30

VI - o art. 3º da Medida Provisória nº 2.187-13, de 24 de


agosto de 2001, na parte que altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991; e

VII - o art. 5º da Medida Provisória nº 2.187-13, de 24 de


agosto de 2001, na parte que altera os arts. 9º e 18 da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993.

Art. 48. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

Sala da Comissão, em 06 de maio de 2009.

Deputado GASTÃO VIEIRA


Relator

2009_938

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