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Da Medíocre Democracia à Meritocracia

De uma medíocre democracia ou Idiótica democracia


que é pertencente à oclocracia (governo em que
prepondera a plebe, a multidão, ou em que o poder é
por ela exercido) a proposta do Osho de uma
Meritocracia - porque a chamada “Democracia” falhou

Introdução*

Em fevereiro de 1985, quando ainda estava no Oregon, Osho


fez um discurso em que explicitou sua visão da meritocracia,
explicando em detalhes como esse sistema poderia funcionar
para uma transformação da triste realidade com a qual
convivemos.

Os sinais mostram que a morte dos políticos está cada vez


mais próxima e, de acordo com Osho, estes precisam ser
substituídos pela intelligentsia. O problema é que a
intelectualidade de nossos dias está tão envolvida em políticas
de poder quanto os políticos.

Osho diz que a solução passa por um tipo completamente


diferente de formação nas universidades. Em sua visão de
uma nova humanidade, Osho diz que as novas universidades
devem incluir, paralelamente ao estudo acadêmico, um
Instituto de Desprogramação e um Instituto de Meditação, de
forma que as pessoas que estejam indo para o poder, possam
ser preparadas para servir e compartilhar.

E em relação ao sistema eleitoral, Osho explicita a


necessidade de se mudar o próprio fundamento do que
concebemos como democracia, logo de início abandonando "a
idéia de que todo homem, só por ter vinte e um anos" - no
Brasil aos 16 nos - "seja capaz de escolher quem é a pessoa
certa para decidir a sorte das nações". E, em detalhes,
apresenta os pré-requisitos para aqueles que vão votar e para
aqueles que vão concorrer a cargos eletivos nos mais
diferentes níveis de poder.

Tudo isso você pode ler no discurso que apresentamos abaixo.

*Esta introdução foi escrita pelos tradutores destes discursos -


Ma Anand Samasthi e Swami Abhoda do Osho Sukul (Rio de
Janeiro)

Da Mediocracia à Meritocracia

5 de fevereiro de 1985, Lao Tzu Grove, Oregon

Osho, como a idéia da meritocracia pode ser realizada


na prática?

Uma coisa é absolutamente certa: os dias dos políticos já


terminaram.
Eles já fizeram muito bem seu papel sendo destrutivos,
violentos. Eles atingiram um ponto no qual a humanidade tem
de decidir: ou morrer permanecendo com os políticos -
cometer um suicídio global -, ou livrar-se dos políticos e salvar
a humanidade, a civilização, a cultura, a vida.

Nada é favorável aos políticos e, à medida que se passam os


dias, a morte deles está cada vez mais próxima. Eles próprios
são os responsáveis. Eles aperfeiçoaram as armas a tal ponto,
que podem trazer a morte ao mundo todo sem nenhum
caminho de volta. Ou haverá uma última guerra - que significa
a morte para todos e para todas as coisas -, ou uma mudança
total em toda a estrutura da sociedade humana. Eu estou
chamando essa mudança de meritocracia.

Primeira coisa: temos de abandonar a idéia de que todo


homem, só porque tenha vinte e um anos, seja capaz de
escolher quem é a pessoa certa para decidir a sorte das
nações. A idade não pode ser o fator decisivo. Temos de
mudar o fator decisivo - isto é, mudar o próprio fundamento.

Minha sugestão é que somente uma pessoa que esteja pelo


menos matriculada em um curso superior, deve poder votar. A
idade dessa pessoa não importa.

À medida que eu for lhes explicando a coisa toda, ficará mais


fácil compreender.

Para o governo local, a matrícula seria a qualificação para os


votantes. E a graduação na universidade - pelo menos o grau
de bacharel - deve ser uma qualificação necessária para os
candidatos, para qualquer um que queira disputar a eleição. E
um grau de mestrado deve ser a qualificação mínima para
quem estiver disputando o cargo de prefeito.

Para as eleições estaduais, a graduação com grau de bacharel


deve ser a qualificação mínima para os votantes. Um mestrado
em ciências, artes, economia, deve ser o grau necessário para
os candidatos.

Para os ministros, um grau de Mestre, de primeira classe,


deveria ser a qualificação mínima - um grau maior seria,
naturalmente, melhor. E qualquer um que pleiteie o cargo de
ministro, deverá saber algo sobre o assunto. Sua qualificação
deve estar relacionada ao campo do assunto que ele irá lidar
em seu ministério.

Por exemplo: eu já vi ministros da educação que nunca


estiveram na universidade... Antes de se tornarem ministros
da educação, nunca tinham visto um campus universitário.
Sim, depois de se tornarem ministros da educação, eles
começam a fazer discursos nas assembléias das universidades.
As universidades começaram a lhes dar graus, graus
honorários, porque, de fato, eles nunca estiveram sequer
matriculados. Alguns deles sabem somente assinar seus
nomes, e outros nem isso: eles têm de assinar com a marca
do polegar sobre o papel.

Dessa forma, se alguém vai ser um secretário de educação,


então, sua qualificação deve torná-lo capaz de ser um
secretário de educação. Ele deve ter pelo menos um grau de
Mestre em Educação, de primeira classe - com menos do que
essa classificação de primeira classe, ninguém deveria ser um
secretário estadual. Sim, se tiver graduações melhores -
Doutor em Educação, Ph.D. em Educação - seria bom, pois
isso o tornaria mais qualificado.

O Procurador Geral deve ter pelo menos o grau de doutorado


em leis - não menos que isso, porque ele vai defender a lei do
estado, os direitos dos cidadãos. Ele deve ter o melhor grau
possível, de modo que saiba tudo sobre o assunto.

O governador deve ter o melhor de todos os graus que lhe for


possível: Grau de Mestre de primeira classe, Ph.D. - a matéria
do Ph.D. deve ser em Ciências Políticas - e pelo menos um
grau honorário, um Doutorado em Letras, ou em Leis.

Para o governo federal, um grau de mestre será a qualificação


mínima para ser um eleitor. Um grau de mestre de primeira
classe e um Ph.D. devem ser o mínimo para os candidatos que
disputarem as eleições. E os ministros devem todos ter o mais
alto grau nos assuntos referentes à cadeira que irão ocupar
como ministros. Se for de educação, então, os mais altos
graus disponíveis no país; se for de saúde, então, os mais
altos graus disponíveis no país.

O presidente deve ter pelo menos dois doutorados em


filosofia, Ph.D., e um doutorado em Letras ou em Leis - e o
mesmo para o vice-presidente, porque ele pode se tornar
presidente a qualquer dia.

Deste modo, a oclocracia[1] é destruída. Então, só porque


você tem vinte e um anos não significa que você é capaz de
escolher o governo.

Escolher o governo deve ser um trabalho muito habilidoso,


inteligente. Só por ter vinte e um anos, você pode ser capaz
de produzir filhos - isso não necessita de nenhuma habilidade,
até os animais o fazem perfeitamente bem: não precisa de
nenhuma instrução, a biologia já o manda bem preparado.
Mas para escolher o governo, para escolher a pessoa que vai
ter todos os poderes sobre você e sobre todo mundo e que vai
ter de decidir o destino do país e do mundo... o modo como
temos escolhido essas pessoas é simplesmente idiota.

Ainda outro dia eu recebi esta informação... - e eu felicitei a


Universidade de Oxford por isso; talvez esta seja a única
felicitação que receberão. Na Inglaterra, como em todo país,
há convenções. Todo primeiro-minstro da Inglaterra,
convencionalmente, ganha um doutorado honorário de Oxford.
Desta vez - é algo sem precedentes em toda a história da
Inglaterra - a Universidade de Oxford decidiu não dar o grau a
Margaret Thatcher. Eu os felicitei, porque é assim que toda
universidade do mundo deveria agir. Naturalmente, a razão
pela qual eles negaram não é muito boa, mas isso é
irrelevante. Pelo menos, eles mostraram bastante coragem. E
Margaret Thatcher também será uma pessoa histórica, porque
nenhum primeiro-ministro da Inglaterra saiu sem um
doutorado honorário de Oxford. A razão pela qual eles
decidiram negar foi ela ter cortado a verba para a universidade
de Oxford, principalmente para pesquisa em literatura. A razão
não é muito boa, mas, ainda assim, é significativa. Uma
mulher que pensa que a literatura não merece nenhuma
pesquisa, certamente não merece nenhum doutorado da
universidade.

Eu gostaria que todas as universidades do mundo


repensassem: não continuem simplesmente honrando com
doutorados, de modo convencional, estúpidos políticos idiotas.
Desse modo, vocês estão simplesmente se insultando. Desse
modo, vocês estão degradando o status da educação.

Ao contrário, eu gostaria que todas a universidades - primeiro


de apenas um estado - convocassem uma convenção de todos
os reitores e professores eminentes; da intelligentsia eminente
que não faz parte da universidade: pintores, artistas, poetas,
dançarinos, atores, músicos... Essa convenção incluiria todas
as espécies de pessoas que tenham atingido uma certa
eminência e já tenham mostrado seu calibre - excluindo os
políticos completamente.

Todos os vencedores do Prêmio Nobel deveriam ser convidados


- novamente excluindo os políticos, porque nos últimos anos
alguns políticos deram um jeito de receber o Prêmio Nobel, e
isso tem degradado o valor do Prêmio Nobel.

Isso não acrescentou nenhum valor ao político: ele ainda


permanece na sarjeta, e permanecerá na sarjeta, porque é lá
o lugar a eles que pertencem. Ele não pode viver fora da
sarjeta - ele morreria. E se você lhe der um Prêmio Nobel, ele
arrastará o Nobel também para a sarjeta: é claro, onde quer
que ele more, ele irá levar o Prêmio Nobel, os doutorados e
todas as espécies de graduação com ele.

Cada estado deve convocar uma convenção de toda a


intelectualidade, quer essas pessoas façam ou não parte das
universidades - jornalistas, romancistas, todas as dimensões
de talentos - e elas devem escolher uma delegação para a
convenção nacional. Assim, oriunda de todos os estados, uma
convenção nacional se constitui e entra nos detalhes de como
a meritocracia deve funcionar.

Para os candidatos nacionais, pode haver uma convenção


internacional com participação de todas as universidades do
mundo e da intelligentsia. Esta seria a primeira da espécie,
porque jamais toda a intelectualidade do mundo juntou-se
para decidir a sorte da humanidade.

Esta convenção deveria escrever a primeira constituição do


mundo. Esta não será norte-americana, não será indiana, não
será chinesa: ela será simplesmente a constituição de toda a
humanidade. Não há necessidade de leis diferenciadas. Não há
nenhuma necessidade, todos os seres humanos precisam da
mesma espécie de lei.

E uma constituição mundial será uma declaração de que as


nações não têm mais significado. Elas podem existir como
unidades funcionais, mas não mais serão poderes
independentes. E se toda a intelligentsia do mundo estiver por
trás dessa convenção, não será muito difícil convencer as
pessoas em geral a se afastarem dos políticos.

E que poder têm os políticos? Todo o poder que eles têm,


fomos nós que lhes demos. Nós podemos tomá-lo de volta.
Temos apenas de descobrir um meio de tomá-lo de volta -
porque dar é muito fácil, tomar é um pouco mais difícil. Eles
não serão tão simples e inocentes, quando vocês tomarem o
poder de volta, como foram quando o pediram a vocês. É
nosso poder, mas eles continuarão a possuí-lo se as massas
permanecerem dando-lhes o poder - as massas podem ser
convencidas de tudo.

Isso é função da intelligentsia... Eu gostaria de dizer que se


acontecer algo à humanidade agora, toda a condenação irá
para a intelligentsia: "O que vocês estiveram fazendo? Se
aqueles idiotas estavam prontos para matar a humanidade, o
que vocês estavam fazendo? Vocês não conseguiram nem
mesmo manobrar esses idiotas? Vocês simplesmente ficaram
rosnando, ficaram resmungando, mas não fizeram mais
nada!?".

E o tempo está ficando curto. Uma vez que decidamos que o


poder do voto não é direito de nascimento de todo ser
humano, mas sim um direito que se tem de adquirir... - tem-
se de fazer a distinção. Não se trata de um direito de
nascimento, trata-se de um direito que você tem de adquirir
pela sua inteligência. A todos deve ser dado a oportunidade de
adquiri-lo; deverá haver igual oportunidade para todos
adquirem esse direito, mas ele não é algo dado pelo
nascimento, de graça: você tem de provar que tem o direito.

Passemos o poder da turba para as mãos de algumas pessoas


inteligentes e para pessoas que saibam o que estão fazendo.
Se um homem devotou toda a sua vida para pensar sobre
educação e seus problemas - um homem que fez tudo o que
era possível fazer para descobrir cada detalhe, cada
fundamento da educação, todas as possíveis filosofias da
educação -, se ele se torna um ministro da educação, há toda
a possibilidade de ele fazer alguma coisa. E, ao mesmo tempo,
eu desejo a transposição completa das massas para os poucos
escolhidos.

Eu não sou contra o povo. Na verdade, nas mãos desses


políticos, as pessoas estão contra elas mesmas. Eu sou a favor
das pessoas, e o que eu estou dizendo pode ser dito
exatamente como se diz com referência à democracia: para o
povo, pelo povo, do povo - apenas terei de mudar o "pelo
povo". Essa intelligentsia será para o povo, do povo. Ela
servirá às massas.

É uma coisa tão simples! Vocês não elegem um médico.


Alguém simplesmente se apresenta, por direito de nascimento,
e as pessoas votam. Duas pessoas lutando para ser o médico
ou o cirurgião. O que há de errado nisso!? As pessoas
escolhem por si mesmas: para o povo, pelo povo, do povo.
Elas escolhem uma pessoa, um cirurgião, porque ele fala
melhor, fica bem na televisão e faz grandes promessas.

Mas ele não é nem mesmo um açougueiro! E vai se tornar um


cirurgião...! Ele não é nem sequer um açougueiro. Até um
açougueiro teria sido melhor... - pelo menos ele saberia como
cortar, acabar com você. E esse homem...

Entretanto, você não escolhe um cirurgião por eleição. Como


você pode então escolher um presidente por eleição? Como
você pode escolher um governador por eleição? Você está
dando demasiado poder ao poder - a pessoas famintas. Com
suas próprias mãos, as pessoas estão dizendo para enforcá-
las! Isso não é democracia. Em nome da democracia, essas
pessoas têm explorado as massas.

Só para fazer uma distinção, eu estou chamando meu sistema


de meritocracia. Mas mérito para quê? O mérito é para servir e
compartilhar. E uma vez que vocês tenham decidido passar o
poder dos políticos para a intelligentsia, tudo é possível - tudo
se torna simples.

Então, eu quero que toda universidade tenha duas instituições


compulsórias, porque este é o modo pelo qual eu gostaria que
as pessoas que estão se encaminhando para serem poderosas,
fossem preparadas.

Até os dias de hoje, durante milhares de anos, vocês nunca


prepararam ninguém.

Se alguém vai ser um boxeador, vocês não o empurram para


dentro do ringue e dizem: "Comece!". Ele tem de aprender. Se
alguém vai ser um espadachim, isso levará anos. Caso
contrário, ele não saberá nem como segurar a espada - usá-la
e lutar com ela será impossível. Primeiramente, ele terá de
descobrir como tirá-la da bainha, como embainhá-la. Isso
precisa de treinamento. Vocês simplesmente não dão uma
guitarra para alguém que nunca viu o instrumento antes, e
esperam que ele seja um Yehudi Menuhin ou um Ravi Shankar.

Isso é falha de vocês: essas pessoas que estão no poder,


vocês as treinaram? Alguma vez alguém pensou que as
pessoas que terão tanto poder, precisam de certas qualidades
de modo a não cometerem abuso de poder? Isso não é culpa
delas.

Assim, eu proponho dois institutos em cada universidade. Um


instituto é para desprogramação. Todo mundo que consiga um
certificado de graduação, primeiramente terá de conseguir um
certificado de liberação vindo do instituto de desprogramação -
o que quer dizer: o instituto o desprogramou como um cristão,
como um hindu, como um muçulmano, como um judeu... -
porque esse têm sido o nosso problema.

E quatro anos são suficientes. A desprogramação não leva


tanto tempo assim: bastam algumas horas por mês durante
quatro anos e vocês estarão desprogramados. E vocês não
receberão nenhum certificado do instituto educacional, a
menos que tenham sido liberados pelo instituto de
desprogramação, dizendo que: "Este homem agora é um
simples ser humano. Ele não mais é um cristão, não mais é
um hindu, um muçulmano, um judeu".

O segundo instituto será um instituto para meditação, porque


simplesmente desprogramar não é o suficiente. A
desprogramação tira o lixo de você, mas você é deixado vazio
- e é difícil ficar vazio: você começará a juntar lixo novamente.
Vocês não conseguem por si mesmos aprender a viver
alegremente na sua vacuidade. Eis toda a arte da meditação.

Assim, por um lado o instituto de desprogramação o libera,


esvazia-o, torna-o um vácuo; e o instituto de meditação vai
ajudando-o a desfrutar o seu nada, a sua vacuidade, o seu
vácuo interno, a limpeza que ele tem, o frescor que ele tem. E,
à medida que você começa a desfrutar isso, você começa a
sentir que aquilo não mais é vazio, absolutamente: aquilo está
cheio de alegria. Parece vazio inicialmente, porque você estava
acostumado a ter muito lixo ali, e aquele lixo foi removido;
assim, você diz que parece vazio.

É como uma sala cheia de mobília: você sempre a viu cheia de


mobília; então, um dia, você entra e toda a mobília foi
removida e você diz: "Esta sala parece vazia.". A sala não está
vazia, a sala está simplesmente limpa. A sala está espaçosa
pela primeira vez. Ela estava atravancada antes,
sobrecarregada, cheia de lixo; agora, ela é puro espaço.

Você tem de aprender meditação para desfrutar sua


vacuidade.

E esse é um dos maiores dias na vida de uma pessoa - quando


ela começa a desfrutar a vacuidade, a solitude, o nada.

Então, ninguém pode reprogramá-la, ninguém no mundo.


Mesmo que Jesus venha e diga a você "Você é abençoado.
Venha e me siga, e eu o levarei a Deus.", você dirá: "Vá para
o inferno com seu Deus. Onde eu estou, aqui é o paraíso.
Onde quer que eu esteja, aqui é o paraíso. Vá, siga a si
mesmo - e leve sua cruz também. E se ninguém o crucificar,
crucifique-se a si mesmo, porque sem a crucificação você não
será o verdadeiro messias."

Foi isso o que Buda disse realmente aos seus discípulos: "Se
eu entrar no caminho, corte minha cabeça imediatamente. Eu
não posso atravancar sua limpeza. Eu não devo estar ali,
ninguém deve estar ali - nenhum deus. Você sozinho é o
bastante, mais do que bastante... É tão transbordante!".

Assim sendo, um segundo instituto é necessário em toda


universidade, que lhe dará uma simples meditação. Não há
nenhuma necessidade de nenhuma complexidade. As
universidades, a intelectualidade, tendem à complexidade,
tendem a tornar as coisas complexas. Um método simples de
apenas observar sua respiração é o suficiente. Mas todo dia,
por uma hora, você tem de ir para o instituto. A menos que o
instituto de meditação lhe dê sua graduação, a universidade
não lhe dará a dela.

A graduação da universidade virá somente quando um


certificado de liberação, vindo do instituto de desprogramação
e um certificado de graduação vindo da universidade de
meditação, estiver garantido. Isso dependerá de você - você
pode se graduar em um ano, pode se graduar em dois anos,
em três, quatro anos. Mas quatro anos já são demais.
Qualquer imbecil, se ele apenas sentar-se durante uma hora,
todo dia, sem fazer nada, durante quatro anos, está fadado a
descobrir o que Buda e Lao Tzu descobriram, o que eu
descobri.

Não é uma questão de inteligência, talento, gênio. É somente


uma questão de paciência.

Assim, do instituto de meditação da universidade, você


consegue uma graduação, um bacharelado em meditação;
então, você consegue um bacharelado em artes ou economia
ou ciência, mas não antes disso. E assim por diante. Você
consegue um grau de mestre em meditação, e de novo você
deverá continuar com o instituto de desprogramação por dois
anos, porque você não pode ser deixado sozinho tão
facilmente. As pessoas são, de um certo modo estranho,
colecionadoras de todas as espécies de coisas. Umas pessoas
colecionam antigüidades, outras colecionam selos...

As pessoas são colecionadoras... Eu penso que existe alguma


necessidade psicológica. Devido a sentirem-se insignificantes,
porque sentem que em si mesmas não têm nenhum valor, elas
tentam encher esse buraco juntando coisas. Juntando
conhecimento, juntando qualquer espécie de coisa: elas
querem de algum modo sentir que não estão vazias e que têm
algo valioso, que têm valor, que não desperdiçaram a vida...

Assim, se você for continuar para alcançar o grau de mestre,


então, durante dois anos você continuará com o instituto de
desprogramação - porque não há término para a sua limpeza.
Todos os dias a poeira se ajunta. Não é uma questão de você
colecioná-la; é como um espelho: toda manhã você tem de
limpá-lo e a poeira continua se ajuntando sobre ele.

A mente é quase como um espelho, um refletor. As memórias


se adicionam, as experiências se adicionam - esta é a poeira
que está acontecendo durante vinte e quatro horas por dia.
Dessa forma, a menos que você a permaneça limpando
continuamente, logo, logo, você estará recoberto de poeira
novamente.

Assim, esta é uma boa experiência: durante dois anos,


novamente, você estará sendo desprogramado; e durante dois
anos novamente, você estará meditando.

Esses processos continuam simultaneamente, desprogramação


e meditação. Uma vai limpando-o, esvaziando-o; a outra vai
enchendo-o não com COISAS, mas com certas qualidades:
serenidade, amorosidade, compaixão, uma tremenda sensação
de dignidade sem nenhum motivo absolutamente. Só por estar
vivendo, respirando, já é prova suficiente de que a existência
acha que você é digno de viver, de que a existência acha que
você é digno de estar aqui.

Você é indispensável para a existência.

Esta indispensabilidade é descoberta somente através da


meditação; não há outro meio. E a menos que você descubra
esta sua indispensabilidade para a existência, você irá
continuar fazendo algo estúpido para se sentir digno.

Mas quando a existência o cobre, derrama todas as suas


bênçãos sobre você, então, o ímpeto para juntar lixo
simplesmente desaparece. Então, você vive cada momento e
morre a cada momento. Essa é a hora em que a meditação
chegou à sua perfeição: VIVENDO A CADA MOMENTO,
MORRENDO A CADA MOMENTO.

Morrendo para a memória com a qual você viveu.

Morrendo para o momento que está passando.

Ele pode deixar seus traços, seu conteúdo, sua assinatura,


suas memórias... Mas não, morra para tudo isso; assim, você
fica novo outra vez, pronto para espelhar a existência com um
reflexo límpido.

Assim, se uma pessoa continua a estudar na universidade,


então, ela continua indo para o Instituto de Meditação, durante
uma hora todo dia; e, antes de pegar seu M.A. - mestrado em
artes -, ela pega seu M.M. - isto é, mestrado em meditação.
Ela pode consegui-lo em um ano, pode consegui-lo em dois
anos; ou pode levar mais tempo se não estiver meditando,
porque não haverá nenhum exame verbal - vai depender do
Mestre.

Se o Mestre sentir, observando a pessoa vir todos os dias e


sentar-se em meditação, continuamente - por dois anos ele a
observa, procura saber como ela está se sentindo, como as
coisas estão indo -, se ele nunca vê qualquer tensão na
pessoa, nunca sente que ela está apressada, angustiada,
preocupada, mas que ela está sempre relaxada, à vontade, em
casa, que ela não se sente nervosa sobre nada, que ela não
está interessada no passado e não está interessada no
futuro...
Todas essas coisas ele vai observando, e se ele sentir... - e não
existe a possibilidade de julgar mal. Se ele é um meditador,
ele não vai julgar ninguém mal - isso é impossível. Ele saberá
certamente que a pessoa realmente experienciou, e ele lhe
dará o certificado.

Esses são os certificados de liberação para o grau de


mestrado, para o Mestrado em Artes. E eu quero que isto
continue: se você for fazer seu Ph.D., então, você fará três
anos de desprogramação e três anos de meditação. Essas são
formações compulsórias até o fim. Assim, quando você sair da
universidade, você não será somente uma pessoa inteligente,
bem informada: você será também um meditador - relaxado,
observador, intuitivo. E você não mais será um cristão, não
mais um hindu, não mais um norte-americano, não mais um
russo. Toda essa bobagem terá sido completamente queimada,
não sobrou nada disso tudo.

Este é o único jeito: trocar os políticos pela intelligentsia. Mas


como a intelectualidade está agora, não iria adiantar muito,
porque eles estão todos tão envolvidos em políticas de poder
quanto os políticos. Eis por que eu torno essas duas condições
necessárias. Se você tem um Ph.D., simultaneamente você
terá um Ph.D.M., um grau de doutor em meditação. E se o
Instituto de Meditação sente que alguém chegou a um ponto
onde a pessoa deva ser honrada, então, eles podem lhe dar
um Doutorado em meditação (D.Litt.M.)

Assim, enquanto a pessoa está sendo instruída, ela também


está, de um modo muito silencioso e sutil, sendo preparada
para estar no poder, de tal modo que o poder não possa
corrompê-la, que ela não possa usá-lo mal.

Assim, a meritocracia é um programa inteiro de transformação


da estrutura da sociedade, da estrutura do governo, da
estrutura da educação.

Parece utópico. Quem vai fazer isso? Como isso vai acontecer?
Eis a questão - como vamos tornar isso realidade? É utópico,
mas a situação é tal que dentro de vinte anos os políticos
levarão vocês à beira da morte. Então, vocês terão de
escolher; e, nessa altura, quando vocês tiverem de escolher
entre a morte e a meditação, eu penso que vocês escolherão a
meditação - vocês não escolherão a morte.

Se nessa hora vocês tiverem de escolher entre a morte e a


desprogramação, vocês escolherão a desprogramação: "Deixe
o cristão morrer, mas eu posso viver.", "Deixe o judeu morrer,
eu posso viver.". E quem se importa quando é uma questão de
você ser você ou ser judeu? Se você puder escolher apenas
um - ou você ou um judeu -, eu não penso que você vá
escolher ser judeu; nem Moisés teria feito isso. Eu confio em
que ele tenha tido pelo menos essa inteligência.

Os políticos trouxeram esse grande desafio para o todo da


humanidade. Por um lado, devemos ser gratos a esses tolos:
eles arrastaram toda a humanidade para o ponto onde a
humanidade tem de decidir: "Agora, ou vivemos ou esses
políticos ficam no poder - as duas coisas são impossíveis.".

Os políticos estão levando vocês até esse ponto - eles já os


levaram até aí. Assim, eu digo que agora as universidades têm
de se tornar mais audazes, corajosas, unidas; e elas têm de
reunir toda a intelectualidade ao redor de si - o que não é
difícil, porque, por toda parte, eu vi que toda espécie de
pessoa inteligente é contra esses políticos tolos. Mas elas não
podem fazer nada sozinhas - o que a pessoa pode fazer? E
elas não vêem que haja alguma alternativa.

Eu me admiro que vocês não possam ver nenhuma


alternativa: vocês têm tantas universidades de grande
prestígio! Por exemplo: se a Oxford pôde juntar coragem para
recusar, para dizer que a universidade não iria dar à Thatcher
um doutorado honorário, por que uma universidade como a
Oxford - que é prestigiosa, suficientemente antiga, respeitada
em todo o mundo - não pode começar a convocar essas
convenções? Por que a Oxford não pode começar a se tornar o
centro de um novo poder, o poder da intelectualidade?

E não é tão difícil como parece.

Uma coisa eu esqueci de dizer. Eu disse: excluam os políticos.


Eu quero incluir mais uma coisa: excluam os sacerdotes, o
papa, porque o poder religioso sempre deu apoio ao poder
político. Eles estão unidos em profunda conspiração, eles se
apóiam mutuamente. E eles se apóiam em condições tão
absurdas, que não se pode tirar nenhum sentido disso.

Adolf Hitler foi abençoado para a vitória, pelo alto sacerdote


cristão na Alemanha: ele orava para Adolf Hitler ser vitorioso.
E ele estava muito feliz porque Adolf Hitler estava acabando
com os judeus: talvez ele tenha feito um grande serviço aos
cristãos, mais que todos os outros - milhões de judeus
morreram. Assim, os sacerdotes cristãos podiam sentir que
estavam fazendo a coisa certa ao abençoá-lo: a vingança
contra os judeus tinha de ser feita. Mas ele se esqueceu
completamente de que Churchill também estava sendo
abençoado para a vitória, pelo arcebispo cristão, na Inglaterra;
que, nos Estados Unidos, o presidente norte-americano estava
sendo abençoado... estranho! E estavam todos orando a um
único Deus!

Ora, Deus deve ter ficado numa dificuldade: a quem ouvir?


Mas Ele, sendo um velho judeu como parece, ouviu a
Churchill, que absolutamente não era um homem religioso. Ele
não parecia ser religioso, nem inteligente. Se Churchill tivesse
sido enviado para o lugar certo, ele teria estado num circo ou
num carnaval em algum lugar, vendendo hot-watchdog[1] ;
aquele homem não parecia uma pessoa inteligente.

Assim, todos esses bispos e papas têm de ser excluídos: eles


não têm nada a ver com isso. E temos de excluí-los porque
vamos desprogramar, e a desprogramação é uma das coisas
mais significativas a serem feitas; caso contrário, o mundo não
pode ser salvo.

Essas pessoas - sacerdotes, papas, shankaracharyas, imãs... -


estiveram fazendo as coisas mais horrorosas no mundo, mas,
devido à fachada de religião, vocês os deixaram livres. Se
qualquer outra pessoa estivesse fazendo essas coisas, ela iria
presa imediatamente.

Assim, os políticos e os sacerdotes têm de ser evitados. Os


políticos vão dizer que o que eu estou dizendo é
antidemocrático. Não é, porque a democracia não existe em
lugar nenhum.

Eu gosto muito da afirmação de H.G.Wells. Alguém lhe


perguntou: "O que você pensa sobre democracia?".

Ele disse: "É uma boa idéia.". O homem espantou-se: "Uma


boa idéia?!".
Ele disse: "Sim, ela ainda tem de acontecer."
Ela ainda não aconteceu. Em nome da democracia, outra coisa
está em funcionamento.

Enquanto eu estive na Índia, eu pensava que talvez nos


Estados Unidos alguma coisa de democracia estivesse
acontecendo. Mas, vir para os Estados Unidos foi um tremendo
desapontamento. Não há democracia em lugar nenhum - nem
nos Estados Unidos, nem na União Soviética, nem em nenhum
outro lugar. Trata-se somente de uma palavra que os políticos
vivem explorando.

Assim, em primeiro lugar, ela não existe; dessa forma, não


existe o problema de eu ser contra a democracia, ser
antidemocrático. Não existe nenhuma democracia; assim,
como posso ser antidemocrático? O que estou propondo é o
caminho certo para mudar toda a estrutura, de modo que um
dia a meritocracia possa incorporar a democracia - porque,
mais cedo ou mais tarde, todos podem estar instruídos e
capacitados. Não estou impedindo ninguém; estou
simplesmente dizendo que, neste momento, se dê o poder de
governar somente àqueles que estejam habilitados para isso e
preparados para isso. Paralelamente continuem preparando as
pessoas.

Nós poderemos não estar aqui, isso não importa. Mas dentro
de três ou quatro gerações, todo mundo pode passar pelo
processo de desprogramação, de meditação e de instrução.
Então, todas as pessoas ficam habilitadas - porque, por volta
dos vinte e um anos, a maioria das pessoas já dever estar
matriculada em curso superior: elas poderão participar da
eleição local. Algumas delas já terão se formado: elas poderão
participar da eleição do estado. E aos vinte e quatro anos, a
maioria já estará formada - e podem participar, então, de
todas as eleições. E antes dos trinta, vocês podem estar aptos
a concorrer à presidência do país.

Eu não estou pedindo muito, somente dez anos de preparação.


E se todo o governo for formado por pessoas meditativas,
desprogramadas, sem preconceitos - visualize isso! -, então, a
burocracia desaparece, a hierarquia desaparece; então, as
coisas que levam anos podem ser efetivadas em segundos.

(...)

Assim, os políticos e os sacerdotes, ambos, têm de ser


afastados de seu poder de controle e influência estabelecido
há tão longo tempo, e uma espécie totalmente nova de
administração tem de ser desenvolvida. É um trabalho difícil,
árduo, mas não impossível - principalmente em tal situação,
quando a morte é a única alternativa.

[1] Hot-watchdog – Cão de guarda. No Óregon, há uma


organização chamada THOUSAND FRIENDS OF OREGON. Esta
é uma organização Land Use Watchdog. Eles se tornaram os
principais oponentes da comuna de Osho no Óregon o tempo
todo. Ocasionalmente, Osho costumava mexer com eles e é
isto o que ele está fazendo aqui.

Osho, From Misery to Enlightenment, # 8, Q 1


Osho, Da Miséria à Iluminação, # 8, Q 1

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