Informe
V E G A N
Veganismo? O que é isso?
Bem, também podemos começar com
outra pergunta: o que não é isso? Veganis-
mo não é uma nova religião ou seita, não
é um movimento artístico, não é uma cor-
rente política e também não é uma abre-
viação da palavra ‘vegetarianismo’, em-
bora o termo ‘vegan’ (vegano) tenha sido
usado pela primeira vez como derivação
de ‘vegetarian’ (vegetariano), na década
de 40, na Inglaterra. O veganismo, por-
tanto, começou como um aprofundamento
do vegetarianismo. Muitos, inclusive, se
referem aos veganos como ‘vegetarianos
puros’, ‘vegetarianos estritos’ ou ainda ‘ve-
getarianos éticos’.
Na prática, o veganismo é um estilo
de vida que exclui, na medida do possí-
vel, toda e qualquer forma de exploração
animal. Isso se reflete no não-consumo
de nenhum alimento ou produto que te-
nha origem animal ou utilize animais em
testes durante a sua fabricação. Portanto,
além de não comer carne (vegetarianis-
mo), o vegano evita consumir qualquer
produto de origem animal, como ovos,
mel, leite e derivados.
Curitiba — PR — Edição nº 01
Também boicota produtos que promo-
vam a exploração animal, como: roupas
de couro, seda e lã; ornamentos com os-
Vegan
Alimente os famintos
sos e marfins; cosméticos, medicamentos,
Apoie a luta dos povos indígens
produtos de limpeza e higiene testados em Defenda o direito dos trabalhadores
animais ou que contenham substâncias
Seja gentil com os animais
de origem animal. A atitude ética se mani- Boicote as fazendas industriais
festa ainda no boicote a todas as formas Escolha produtos que não tenham
de entretenimento que exploram animais, origem animal
como: circos, rodeios, farras do boi, rinhas Combata o desmatamento para pastos
de cães e galos, zoológicos, atividades de Salve as florestas
caça e pesca, etc. Acabe com o latifúndio
A maioria dos veganos adota este es- Denuncie o tráfico de animais
tilo de vida como forma de ativismo, em Lute pelo fim da caça
favor do anti-especismo (movimento con- Acabe com a vivissecção
trário à crença na superioridade da espécie Pare os conflitos por recursos naturais
humana) e do abolicionismo animal (fim da Acabe com o domínio das
escravização dos animais), entendendo os corporações
seres não-humanos como sujeitos de direi- Viva a sua consciência
to. Aliado a estas questões há o comprome- Salve os oceanos
timento com um modo de vida sustentável: Pare de poluir água
menos impactante para o meio ambiente e Defenda um planeta sustentável
socialmente mais justo. O veganismo ativis- Preocupe-se com os outros
ta, portanto, está relacionado a outras lu- Viva com compaixão
tas, sempre tendo em vista a ética, a justiça Pare a violência
social e a libertação animal.
Informe Vegano — 

editorial
Caro leitor, o material que você
tem em mãos é a primeira edição
deste informativo. Para nós, um mo-
mento muito importante. Aqui vamos
poder expressar opiniões polêmicas,
muitas vezes completamente diver-
gentes do “normal” ou “padrão”. Mas
é para isso que o Informe Vegano
existe: para divulgar idéias ainda
pouco discutidas e para dar voz
àqueles que não falam, mas que
sentem, raciocinam e se expressam
de maneira diferente: os animais.
Por respeitá-los como eles são
e por sermos contrários a todo tipo
de exploração sobre eles, criamos
este espaço a fim de refletir sobre
nossa relação com o meio e com os
seres que nos cercam. Acreditamos
que esta reflexão é urgente: o ser
humano é o animal mais predatório
a habitar este planeta, e seu impacto
no equilíbrio dos ecossistemas já é
sentido em grande escala. Porém,
a questão não deve se limitar a me-
didas paliativas: situações urgentes
pedem pedidas radicais. E radical é
aquele que vai à raiz dos problemas.
Nesse sentido, o Informe Vegano é
uma publicação radical. Por isso, de-
fendemos um estilo de vida vegano:
ativismo político e atitude ética.
Straight Edge - sXe
O movimento de contra-cultura Straight
Edge nasceu do hardcore punk (E.U.A, anos
80), e se destacou por adotar uma postura
mais ‘limpa’: livre de drogas ilícitas, álcool ou
cigarro. No Brasil, o movimento está ligado
ao anarquismo, ateísmo e ao veganismo/
vegetarianismo, embora esta associação não
esteja necessariamente presente.
O símbolo do movimento, o ‘X’, surgiu
de uma prática comum nos bares onde se
apresentavam bandas de punk rock: marcar
com um ‘X’ o dorso da mão dos adolescen-
 — Informe Vegano
Vegano por ideal
Ativismo, hardcore, movimentos sociais. Este é
o cenário por onde transita um rosto conhecido
do mundo underground curitibano: Gustavo de
Oliveira, 32, vocalista da banda ‘Nieu Dieu Nieu
Maitre’ (Nem Deus Nem Mestres). ‘Gu’, como é
chamado pelos amigos, também integra o ‘Mo-
vimento Passe Livre’, coletivo ‘Despejo Zero’,
‘Centro de Mídia Independente’ e ‘Frente de Li-
bertação Animal’, também fundador do ‘Squat
13 de Janeiro’ (ocupação urbana). Exímio ba-
terista (toca desde os quatro anos), Gustavo
foi precoce não só na música, mas também
no seu envolvimento com o movimento Punk,
o que o levou a conhecer o Straight Edge. Ve-
getariano desde os 13 anos, e vegano há seis,
ele inaugura nossa seção de entrevistas falan-
do sobre sua relação com o veganismo.
Como você se tornou vegano?
Já havia vários anos da minha escolha vegeta-
riana. Sempre com aquela idéia de dar o próxi-
mo passo, o veganismo. Mas por pura preguiça
e comodismo não conseguia. Quando estava
em Pernambuco decidi que seria a melhor hora.
Chegando lá foi o que fiz. Só foi complicado no
seguinte sentido: eu saia de uma dieta lacto-
vegetariana com muita variedade e entrava em
outra que contava, aparentemente, com pou-
quíssimas opções no local. Mas com o tempo,
encontrei muitas fontes alternativas e desde en-
tão tenho me mantido tranquilamente vegano.
Meu próximo passo? Livrar-me do açúcar...
O veganismo está, necessariamen-
te, atrelado à questões políticas/
ideológicas?
Na prática isso não ocorre totalmente, já que
existem muitos veganos que adotam esta
postura por motivos de saúde, por exemplo.
Porém, acredito que não só os veganos, mas
todas as pessoas têm o dever de repensar
as ações que causam dano aos animais. É
por isso que eu acho que o veganismo pela
saúde é uma das coisas que mais atrapalha o
movimento pelos direitos dos animais. Os ca-
tes que ainda não podiam (e nem queriam)
consumir bebidas alcoólicas. Assim, a idéia
tomou proporções...
Um evento importante encabeçado pe-
los straight edgers no Brasil é a Verdurada:
uma mistura de show, palestras, discussões
e exposições culturais e políticas, além da
refeição vegana. Esses eventos seguem os
princípios do movimento: não são vendidas
e não se pode consumir bebidas alcoólicas
ou cigarros, não há patrocinadores externos.
A idéia é: faça você mesmo.
ras falam: ‘sou vegetariano por saúde, então
não preciso parar de tomar leite, já que não
me importo com animais’. Como se a questão
fosse ‘se importar’ e não respeitar direitos.
É possível ser 100% vegano?
Não existe 100% vegano. Praticamente todos
os alimentos vêm das fazendas industriais,
que usam tratores onde geralmente animais
silvestres são triturados ou expulsos de seus
habitats. As hidrelétricas, com suas turbinas,
também destroem muitas vidas. Pneus são fei-
tos com derivados de animais. Enfim...
Por que muitos veganos não con-
somem bebidas alcoólicas?
Aqui sempre há uma confusão histórica. Vega-
nismo não tem relação com o movimento Strai-
ght Edge. Straight Edgers sim não consomem
nenhuma bebida alcoólica, drogas, etc. Mas
vemos muitos veganos consumindo álcool,
apesar da maioria das bebidas fermentadas
usarem gordura de porco (muitos vinhos, para
conservação, usam essa gordura).
O veganismo é a melhor forma de
combater a exploração animal?
Acho que a melhor maneira de militar é atra-
vés dos argumentos, mostrando o veganismo
como conseqüência lógica de se admitir que
animais não são coisas. Temos que levar a
mensagem para os outros.
As pessoas estão mais abertas a
estas idéias hoje?
Na esfera ativista ainda é restrito. Muitas pes-
soas ainda enxergam o ativismo como uma
forma ineficaz de lutar em prol da libertação
animal. Mesmo os veganos ficam, muitas ve-
zes, presos a dietas caras, favorecendo ape-
nas as grandes redes atravessadoras. Poucos
são aqueles que arregaçam as mangas. Mes-
mo que se adote uma atitude aberta e sendo
pró (usando camisetas, adesivos e tendo uma
dieta vegana), é preciso ação direta ou tudo
continuará da mesma maneira.
Inteligência Animal:
Fronteiras cada vez mais difusas
Há alguns anos era comum, em especial
nas aulas de biologia, ouvir o professor falar
com orgulho que o ser humano era o único
animal racional a habitar este planeta. O
pensamento lógico era tido como a barreira
essencial que nos separava dos ‘animais ir-
racionais’. Hoje, alunos bem informados têm
‘munição’ de sobra para desbancar facilmente
esta afirmação. Isso porque a pesquisa cien-
tífica nesta área anda a passos largos e está
nos surpreendendo a cada esquina.
Um bom exemplo é a pesquisa desen-
volvida pela psicóloga Irene Pepperberg com
o papagaio Alex, na Universidade Brandeis
— Massachusetts. O pássaro apresentou
ótimo desempenho em todas as habilidades
consideradas típicas de ‘capacidade men-
tal superior’: boa memória, entendimento
de gramática e símbolos, percepção de si,
compreensão de motivos alheios, imitação
de comportamento e criatividade. Os resulta-
dos surpreenderam muitos cientistas, pois se
acreditava que apenas os grandes primatas
(evolutivamente mais próximos do ser huma-
no) seriam aptos a aprender sinais e símbolos
para se comunicar conosco.
Mas a idéia de que espécies distantes da
nossa, como as aves ou moluscos, pudessem
apresentar grande capacidade de aprendizado
já havia sido defendida por Charles Darwin no
século XIX. Para o naturalista, a inteligência
humana evoluiu a partir das capacidades de
aprendizado de organismos mais simples, não
apenas de primatas ou mamíferos. ‘Para Da-
rwin, era possível encontrar graus de inteligên-
cia por todo o reino animal’1. Ponto para o des-
cobridor da seleção natural: estudos recentes
sugerem a existência de formas similares de
inteligência avançada em múltiplas espécies.
Alex, por exemplo, faz operações aritmé-
ticas simples e classifica objetos pela forma,
cor, tamanho e material. A reportagem da
National Geographic relata, inclusive, que o
papagaio, ouvindo outra ave errar a pronún-
cia da palavra ‘verde’, exclamou, irritado: ‘Fale
direito!’. Alex também é capaz de entender o
significado do zero, conceito abstrato que, em
nossa espécie, só é compreendido por crian-
ças a partir de três anos3.
Cães também podem apresentar uma
capacidade enorme de aprendizado, como
provou a cadela Betsy1, que entende mais
de 300 palavras. Outro destaque são os
corvos, exímios na criação e uso de ferra-
mentas. Surpresa também com relação aos
polvos, que brincam, e os peixes, que coo-
peram entre si, têm boa memória (podem
se lembrar de colegas de cardume e fatos
passados) e desenvolvem diferentes tipos
de comportamentos sociais (como manipu-
lação, reconciliação e punição)2.
O que todas essas pesquisas estão nos
mostrando é que a inteligência não é atributo
só dos seres humanos, que outras espécies
também são capazes de pensar (além de, ob-
viamente, sentir). Esta afirmação ainda pode
parecer forte, mas o significado de ‘pensar’,
para os cientistas que estudam o comporta-
Estudos recentes
sugerem a existência
de formas similares de
inteligência avançada em
múltiplas espécies.
mento animal, está ligado à capacidade de
processar as informações do meio-ambiente
de forma a se adaptar às diferentes situações.
É exatamente isto o que ocorre quando um
corvo transforma um pedaço de arame em
um gancho para alçar comida de um local de
difícil acesso (sem que, é claro, ninguém o
tenha ensinado).
Mais impressionante ainda é a Gorila
Koko, primeiro ser não-humano a par-
ticipar de um chat na internet (com a
ajuda de sua treinadora, Francine
Patterson, em 1998)*. Patterson
traduzia as perguntas dos inter-
nautas para a linguagem dos si-
nais; Koko respondia da mesma
forma, e a treinadora comunica-
va as respostas a um facilitador
que as digitava. Ao longo de
sua vida, Koko aprendeu
o significado de mais de
duas mil palavras em
inglês, e outras mil na
linguagem dos sinais.
Os golfinhos de um centro de pesquisa
no Hawaii não ficam atrás. Também acostu-
mados à linguagem dos sinais, ao receberem
o comando ‘criar’ (usado pelos treinadores
para dizer-lhes: ‘façam o que quiserem, inven-
tem um movimento’), dois golfinhos nariz-de-
garrafa surpreenderam: depois de circularem
juntos no tanque durante dez segundos,
‘saltaram para fora d’água girando no sentido
horário em torno do próprio eixo e espirrando
água pela boca, todas as manobras sendo
realizadas com perfeita sincronização’, conta
o pesquisador Louis Herman1. Tudo sem ne-
nhum ensaio. Herman ainda não sabe expli-
car como os golfinhos fizeram isso.
Mas o professor de Psicologia da Univer-
sidade de Harvard, Marc Hauser, dá uma dica:
‘os animais pensam de maneira semelhante a
crianças que não aprenderam a usar a lingua-
gem. Eles têm pensamentos muito interessan-
tes, mas só conseguem expressá-los por meio
de grunhidos, latidos e trinados’2. Se esta frase
fosse dita há 30 anos, Hauser provavelmente
estaria na ‘geladeira’: seria rechaçado pela co-
munidade acadêmica e viraria motivo de piada.
Mas as pesquisas que envolvem cognição ani-
mal a cada dia derrubam novas barreiras. Da
mesma forma que Copérnico, cinco séculos
atrás, provou que a Terra não era o centro do
universo, agora uma nova geração de cientis-
tas têm comprovado, sistematicamente, que
nós não somos tão superiores assim. Um ine-
gável convite à humildade.
Fonte: 1. revista National Geo-
graphic - “Mentes que Brilham”
(março/2008) 2. revista Os
Caminhos da Terra – “Existo, logo
penso” (janeiro/2004) 3. revista
Sapiens – “Gente como a gente?”
(julho/2006) — * www.koko.
org/world/talk_aol.html
Informe Vegano — 
frases
vegetarianas
“ Se os matadouros fossem
de vidro todos seriam
vegetarianos”
Paul e Linda McCartney
“ Enquanto o homem continuar
a destruir impiedosamente os
seres vivos não conhecerá a
saúde e a paz. Pois enquanto
os homens massacrarem os
animais, matarão uns aos
outros. Realmente, aquele que
semeia a morte e a dor não
pode colher alegria e amor.”
Pitágoras
“
Nada beneficiará tanto a
saúde humana e aumentará as
chances de sobrevivência na
Terra quanto a evolução para
uma dieta vegetariana.”
Albert Einstein
“
Haverá um tempo em que os
seres humanos se contentarão
com uma alimentação
vegetariana e julgarão a matança
de um animal inocente da
mesma forma como hoje se julga
o assassino de um homem.”
Leonardo da Vinci
“ Deveríamos ser capazes de
recusar-nos a viver se o preço
da vida é a tortura de seres
sensíveis.”
Mahatma Gandhi
“
Os animais do mundo existem
para seus próprios propósitos.
Não foram feitos para os seres
humanos, do mesmo modo que
os negros não foram feitos para
os brancos, nem as mulheres
para os homens.”
Alice Walker
eXPEDIENTE
Jornalista responsável
Mariana Hoffmann
Projeto Gráfico
Daniela Baumguertner
Colaboradores
Gustavo de Oliveira, Zero,
César Titton
www.informevegano.we.bs/index.htm
tier@riseup.net
ESTA PUBLICAÇÃO PODE SER
REPRODUZIDA LIVREMENTE
 — Informe Vegano
Um dia atípico...
Relato de um Freegan
Vou contar um pouco do que rola quan-
do damos o tal “Rolé Freegan” para coletar
o que de graça e espontaneamente cresce
nos terrenos baldios, bosques, parques e
ruas de Curitiba. Observando o que de “lixo”
pode ser reutilizado, consertado, adaptado
ou mudado de lugar.
Na prática, esses rolés freegans têm nos
mostrado muitas alternativas, e aproveitamos
para conhecer a nossa bio-região e ficarmos
íntimos dos ciclos da natureza: identificando
plantas, colhendo frutas da época (como goia-
bas, laranjas, abacates, mexericas, bananas,
erva cidreira, pinhão, caquis, inhames...). Tam-
bém passamos em feiras de rua onde geral-
mente há muita sobra (que só pela aparência
de batidas e pós-maduras são descartadas).
Aproveitamos ainda para pegar caixas de ma-
deira que usamos para fazer fogo.
O que tem agilizado os esquemas é que
muitas vezes vamos de bicicleta, com uma
caixa grande na garupa. Às vezes levamos
uma vara com um ganchinho para pegar fru-
tas mais altas, quando não subimos nas árvo-
res. Rola também pedir frutas de casas que
vemos ter muitas.
Num conceito mais político e social, o fre-
ganismo cria autonomia e desperta um ances-
tral espírito de coletor que sociedades tribais
praticavam com tanta desenvoltura e equilíbrio
notas
Lista Útil
A listagem das empresas que não tes-
tam em animais pode ser encontrada no site
da PEA (Projeto Esperança Animal): www.
pea.org.br/crueldade/testes/lista.htm
Uma dica é imprimir a lista e levá-la
sempre que for às compras. Assim você pri-
vilegia as marcas livres de crueldade! Ah, e
não se esqueça de levar também a sua pró-
pria sacola.
Você sabia?
A palavra ‘vegetariano’ foi usada pela
primeira vez em meados de 1847, na reu-
nião inaugural da Sociedade Vegetariana
do Reino Unido. Ao contrário do que pa-
rece, ‘vegetariano’ não deriva da palavra
‘vegetal’, mas tem origem no termo latino
‘vegetus’, que significa ‘íntegro’, ‘sadio’,
‘vivaz’. Antes da palavra ‘vegetariano’ se
popularizar, as pessoas que não comiam
carne eram chamadas de ‘pitagóricas’
(uma referência a Pitágoras, filósofo da
Grécia antiga que defendia o não-consu-
mo de carne).
com o meio natural.
Tem aqueles que se
utilizam dessas “táticas”
naturistas sem se dar
conta desses conceitos,
como os catadores e
mendigos. Eles estão
mais familiarizados com
esse olhar sustentável e de improviso. Falando
em olhar, acho que passei a ver uma outra cida-
de, os contrastes desse ambiente que teima em
se artificializar... Também fazemos os rolés free-
gan no meio rural, mas essa é outra estória...
Zero
FREEGAN?
A palavra ‘freegan’ (que vem de ‘freeganismo) é
um termo do inglês que eu mesmo não gosto,
pelo distanciamento lingüístico. Mas o que vale
é a idéia e a ação. A palavra é uma junção de
outras duas: vegan (vegano) e free (grátis).
Para mim, o veganismo também defende um
pensamento político de crítica e renúncia ao
sistema capitalista, ao consumo desenfreado e
paranóico, evitando girar essa máquina domi-
nadora e opressora. Por isso o prefixo ‘free’: não
estimulamos um mercado que só visa o lucro
(inclusive explorando este novo nicho chamado
‘verde’, como é o caso dos alimentos orgâni-
cos). Daí o boicote a este sistema: evitamos
comprar qualquer produto, recuperando o que
é desperdiçado.
Net Engajada
A internet disponibiliza uma grande
quantidade de informações sobre veganis-
mo, vegetarianismo, libertação animal e
temas correlatos. Listamos alguns dos sites
que poderão servir de referência para con-
sultas e pesquisas.
> Educação Humanitária
www.ninarosa.org (Instituto Nina Rosa)
www.pea.org.br (Projeto Esperança Animal)
> Libertação Animal
www.abolicionismoanimal.org.br
www.gato-negro.org
www.gaepoa.org
www.holocaustoanimal.org
fotolog.com/movimentofera/
http://veddas.blogspot.com
> Veganismo
www.guiavegano.com.br
www.vegans.com.br
> Vegetarianismo
www.vegetarianismo.com.br
www.svb.org.br (Sociedade Vegetariana
Brasileira)
www.centrovegetariano.org
http://cantinhovegetariano.blogspot.com/