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Recomendações para normalização das estruturas


MADEIRA de madeira para coberturas
arquitetura
e engenharia
Everaldo Pletz, Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Estruturas da
Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário s/n - 86055-900, Londrina, Pr.
E-mail: pletz@uel.br
nº 13 artigo 10 Carlito Calil Jr., Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos,
Departamento de Engenharia de Estruturas, São Carlos, SP. Brasil. E-mail:
calil@sc.usp.br

Resumo: A revisão da Norma da ABNT, Projeto de Estruturas de Madeira – NBR7190-97, é


uma boa oportunidade para introduzir a discussão sobre a necessidade da normalização das
estruturas de madeira para cobertura. Neste trabalho é sugerido que seja criado um texto
exclusivo para a normalização do tema, assim como uma versão preliminar para ser submetida
à análise do Comitê da ABNT para Revisão da NBR7190-97

Palavras-Chave: madeira, tesouras, projeto, construção

Abstract: The ongoing reviewing process of the Brazilian Code NBR7190-97 – Projeto de
Estruturas de Madeira is a special opportunity to evaluate the need of a Roof Timber Structures
Code, in Brazil. The creation of a Brazilian Code devoted to this important topic is suggested in
this paper. A preliminary draft is also presented, to be submitted to the ABNT Committee for the
reviewing process.

Key words: timber, trusses, design, construction

MADEIRA: arquitetura e engenharia, quadrimestral, maio a agosto, 2004, ISSN 1806-6097


1. Introdução

A madeira encontra nas estruturas de cobertura, o seu maior campo de utilização na


construção civil brasileira. Este fato possui razões técnica, além de se constituir em um legado
da presença portuguesa no Brasil. Considerando a importância das estruturas de madeira
destinadas à sustentação de coberturas, sugere-se que a nova Norma Projeto de Estruturas de
Madeira passe a incluir esta questão.

Dentre as várias estruturas de madeira para cobertura, as mais freqüentes são as treliças
planas e em segundo plano os arcos. Outros tipos como por exemplo, pórticos, treliças
espaciais e cascas não são muito freqüentes. Sugere-se que a introdução do tema na norma
brasileira seja gradativa e, que portanto nesta revisão se restrinja às treliças planas e arcos e,
reservando para futuras revisões os demais tipos de sistemas estruturais. Sugere-se ainda que
sejam incluídos na forma de apêndices os resultados já disponíveis relativos a estes sistemas
mais complexos.

Tendo em vista que a utilização da madeira na construção civil brasileira deve ser incentivada,
sugere-se que a Norma Projeto de Estruturas de Madeira deva possuir um texto simples e
transparente.

2. Revisão bibliográfica

WOLFE (1996)(1) demonstrou que as estruturas leves de cobertura, cujas telhas são
assentadas sobre chapas de madeira, que constituem diafragmas nos planos da cobertura,
apresentam uma redundância suficiente para que no caso de colapso de uma treliça , ocorra a
redistribuição das cargas sustentadas principalmente para as treliças vizinhas. Demonstrou
ainda que este sistema apresenta deformações menores. MADSEN (1992)(2) observa que os
deslocamentos de treliças para sustentação de coberturas podem atingir valores três vezes
maiores do que aqueles observados inicialmente por ocasião da construção, e que as tesouras
de banzos paralelos são mais sensíveis a deformabilidade das ligações do que as tesouras de
geometria triangular.

STECK (1995)(3) afirma que:

a- os esforços internos de uma treliça determinados segundo a análise simplificada


proposta pelo EUROCODE 5(4), são confiáveis.
b- os momentos nos banzos superiores carregados, dependem dos deslocamentos
apresentados pelos nós.
c- Para a determinação da flecha de uma treliça é necessário considerar a influência da
deformabilidade das ligações. Alternativamente, caso não ela não seja considerada,
sugere dividir por dois os limites de deslocamentos das treliças como forma de
compensação.

KESSEL (1995)(5) estabelece que:

a- as treliças planas pertencem a um sistema estrutural tridimensional


b- os deslocamentos de uma treliça devem ser determinados considerando, a fluência da
madeira e a deformabilidade das ligações
c- as treliças em geral devem ser projetadas como estruturas de barras, considerando a
influência de excentricidades e da deformabilidade das ligações.
d- a verificação da instabilidade local e global deve ser realizada.

MADEIRA: arquitetura e engenharia, quadrimestral, maio a agosto, 2004, ISSN 1806-6097


KUILEN (1995)(6) ao discutir o comportamento das ligações afirma que:

a- as ligações em estruturas de madeira sofrem os mesmos efeitos da duração de carga,


que sofre a madeira, e que este efeito cresce com a variabilidade do teor de umidade ao
longo do tempo.
b- ao longo do tempo as deformações de elementos de madeira e das ligações podem
evoluir diferentemente (caso o modo de ruptura de uma ligação dependa das
características dos elementos metálicos e não do embutimento na madeira, ao longo
de tempo observa-se esta ligação não sofrerá os efeitos deletérios da fluência tão
intensamente quanto a peça de madeira).

BLASS (1995)(6) afirma que:

a- ligação com pré-furação com folga pode reduzir significativamente sua resistência
b- as deformações plásticas e decorrentes da fluência tendem a uniformizar a distribuição
de esforços entre os elementos componentes de uma ligação.

O CANADIAN WOOD COUNCIL (1995)(7) recomenda para projeto de treliças de madeira, que
as ligações executadas com madeira seca sejam projetadas com um acréscimo de 25 % sobre
a resistência das ligações executadas com madeira verde.

A JUNTA DEL ACUERDO DE CARTAGENA (1984)(8) propõe que se dobre o valor da flecha
calculada usando-se o Princípio dos Trabalhos Virtuais, para se levar em conta a deformação
das ligações. Alternativamente sugere que se recomenda que a parcela da flecha da treliça
correspondente a deformabilidade das ligações seja determinada, através do Princípio dos
Trabalhos Virtuais, adotando-se valores típicos de deslizamento das ligações.

O EUROCODE 5 – DESIGN OF TIMBER STRUCTURES(4) é a norma que apresenta a


abordagem mais completa sobre o tema. Como princípios fundamentais de análise estabelece
que:

a- o modelo de cálculo deve levar em conta a qualidade da mão de obra a ser empregada
e a confiabilidade nas informações disponíveis para o desenvolvimento do projeto.
b- a análise linear física deverá ser usada para a determinação dos efeitos das ações
c- estruturas aptas a redistribuir esforços internos através de ligações com a ductilidade
adequada, podem ser analisadas através de métodos elasto-plásticos.
d- a semi-rigidez das ligações deve ser considerada nas análises realizadas
e- a influência da deformabilidade das ligações deve ser levada em conta através da
rigidez das mesmas ou através de valores prescritos de deslizamento dos elementos de
ligação, em função do esforço atuante na ligação.
f- a heterogeneidade do material e a curvatura não desejada dos eixos das barras
supostamente prismáticas são aspectos a serem considerados no na análise estrutural.
g- as ligações devem ser verificadas quanto a capacidade que possuem para resistir
esforços e quanto a compatibilidade dos deslocamentos sofridos com os admitidos na
análise global.

Em relação à utilização de madeira verde o EUROCODE 5(4) estabelece que o Módulo de


Elasticidade além de levar em conta a classe de umidade da estrutura, deva-se ainda minorar
em média para 60% do seu valor. Ressalta-se que para situações de utilização
correspondentes às classes 3 e 4 , esta norma adota valores mais severos de Kmod2.

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3. Proposta de normalização

3.1. Projeto de Estruturas de Madeira para Coberturas

3.1.1. Objetivo

Esta Norma fixa as condições gerais que devem ser atendidas no projeto, execução e
fiscalização de estruturas treliçadas de madeira para cobertura. O escopo desta Norma são as
estruturas formadas por treliças planas, paralelas ou não, com ligações pregadas, parafusadas
ou executadas com chapas de dentes estampados. Além das regras desta Norma, devem ser
obedecidas as de outras normas pertinentes.

3.1.2. Generalidades

Permanecem válidas as notações constantes na Norma NBR7190-97(9), no seu item3, relativas


a aspectos gerais de projeto e execução de estruturas de madeira.

Uma carga de 1KN correspondente à ação de operários durante o processo de execução, deve
ser aplicada apenas na posição mais desfavorável de elementos construtivos com vão superior
a 70 cm (valor médio de um passo). Deste modo, as ripas usuais não seriam verificada para
este carregamento.

3.1.3. Disposições Construtivas

As condições estabelecidas nos itens 10.2 a 10.6 da Norma NBR7190-97(9), quanto a


disposições construtivas deverão ser atendidos no projeto e execução de estruturas de
madeira para coberturas. Além destas regras, deverão ser obedecidas outras pertinentes a
estruturas de coberturas, estabelecidas em outras normas da ABNT.

Deverá se assegurar uma durabilidade mínima compatível com a expectativa de vida útil da
cobertura, atendendo-se as respectivas regras apresentadas no texto da Norma NBR7190-
97(9).

Fica expressamente proibida o projeto e a execução de nós de estruturas de cobertura que


adotem meios de ligações de tipos diferentes, sem a devida comprovação teórica e
experimental.

Para os casos de coberturas sujeitas à inversão de esforços provocada pela ação de ventos, o
tipo de ligação deverá ser compatível com a natureza dos esforços.

4. Princípios do Projeto Estrutural

4.1. Análise Estrutural

4.1.1- Estas estruturas serão analisadas como pórticos planos, onde as deformações dos
elementos e das ligações, a excentricidade e a rigidez dos apoios deverão ser consideradas na
determinação dos esforços internos.

4.1.2- Os eixos teóricos das barras são considerados retos desde que atendidos os limites de
curvatura estabelecidos na Norma NBR7190-97(9). Estes eixos deverão concorrer aos nós
teóricos da estrutura. Quando isto não ocorrer, as excentricidades decorrentes deverão ser
consideradas.

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4.1.3- As estruturas planas deverão apresentar desvios máximos do plano teórico, de 1/300 da
dimensão da estrutura na direção considerada. Caso este limite seja ultrapassado, na
determinação de seus esforços e deformações será considerada como forma original, aquela
correspondente à posição deformada inicial da estrutura.

4.1.4- Para sistemas treliçados perfeitamente triangulados na sua conformação geométrica,


que atendam as seguintes condições:

1- não há nenhum ângulo re-entrante no contorno do desenho da estrutura


2- o eixo do apoio deve concorrer ao nó teórico da estrutura correspondente ao
apoio
3- o vão da treliça deverá ser inferior a 6 vezes sua altura, que por sua vez deverá
ser 10 vezes maior do que a espessura dos seus banzos.

Sempre que forem atendidas estas condições permite-se que a determinação dos esforços
seja realizada através de análise estrutural simplificada, a seguir estabelecida. Os esforços
axiais nos elementos da tesoura poderão ser determinados, admitindo-se que todos os seus
nós sejam rotulados. Os momentos fletores nos banzos superiores poderão ser obtidos
admitindo-se que seja uma viga contínua, como os apoios extremos articulados e os internos
como apoios simples. Para se levar em conta a deformabilidade dos elementos estruturais e de
suas ligações deverá se fazer uma correção do diagrama de momentos fletores através de uma
redução de 10 % dos momentos sobre os nós.

4.1.5- Deve-se levar em conta o efeito interação entre a estrutura de contraventamento e a


estrutura principal, adicionando os esforços resultantes das análises destas estruturas como se
fossem independentes.

4.2 – Dimensionamento dos Elementos

4.2.1- Para estruturas que possuírem configuração geométrica perfeitamente triangulada, seus
elementos comprimidos não solicitados por momentos fletores significativos (as cargas são
nodais), e que sejam contínuos, será tomado como comprimento de flambagem 80 % da
distância entre nós. Nos casos de estruturas com ligações com chapas com dentes
estampados este limite passará para 70%. Para aqueles elementos que não sejam contínuos,
o comprimento de flambagem corresponderá ao próprio comprimento.

4.2.2- A verificação da estabilidade lateral (fora do plano principal da estrutura) dos elementos
sujeitos a compressão deverá ser feita, considerando-se as distâncias entre os pontos de
contenção lateral como comprimentos de flambagem.

4.2.3- As barras das treliças deverão possuir preferencialmente seção transversal dupla e
simétrica, sempre que não corresponderem a sistemas estruturais de treliças com ligações com
chapas com dentes estampados.

4.3 – Verificação dos Estados Limites de Utilização

4.3.1- Para determinar os valores dos deslocamentos sofridos pelas treliças deve se considerar
além da parcela correspondente ao trabalho elástico das barras, os efeitos da deformação
lenta e da deformabilidade das ligações, além dos efeitos compensatórios das contra-flechas. A
flecha não poderá ultrapassar os limites definidos pela Norma NBR7190-97(9).

4.3.2- Para as treliças cuja configuração geométrica seja perfeitamente triangulada, na falta de
expressões que permitam determinar estes efeitos da deformação lenta e da deformabilidade
das ligações sobre os deslocamentos, admite-se que o valor da respectiva parcela da flecha

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seja igual ao respectivo valor obtido no cálculo da parcela correspondente às deformações
elásticas das barras.

4.3.3- Para se levar em conta o efeito da fluência sugere-se que o valor de Kmod2 seja
criteriosamente adotado, levando-se em conta os teores de umidade inicial e final. Para o caso
em que na execução se utilize madeira verde (e que portanto, sofrerá o processo de secagem
sob a ação de cargas), deve-se minorar o valor do Módulo de Elasticidade Paralelo às Fibras
para 0,60 Ecoef.

5. Considerações finais

Dada a importância das estruturas de madeira para coberturas, sua normalização vem
contribuir decisivamente com os esforços de melhoria de qualidade da construção civil, tanto
exigida pela sociedade. Trata-se de uma iniciativa fundamental para o avanço deste importante
setor da economia brasileira.

Considerando a revisão bibliográfica realizada e a proposta elaborada para normalizar este


tópico, observa-se que alguns temas ainda necessitam de maiores estudos, como por exemplo,
a verificação de flechas sob as mais diversas condições, modelagem estrutural ou o efeito da
variação de umidade nestas estruturas sob a ação de carregamentos.

Em face da importância do tema e falta de conhecimento mais aprofundado sobre alguns,


parece plausível que a elaboração de uma proposta de norma deva se espelhar em uma norma
estrangeira atualizada, que contemple estes tópicos.

6. Referências bibliográficas

(1) WOLFE, R. W. and LA BISSONIERE, T. - Structural Performance of Light-Frame Roof


Assemblies – II – Conventional Truss Assemblies - Research Paper FPL-RP-499 .

(2) MADSEN, B. – Structural Behavior of Timber- Timber Engineering Ltd. Vancouver, Canada -
(1992).

(3) STECK, G – Trusses made from glulam and solid timber – lecture E7 in STEP/Eurofortech
volume I - Netherlands – (1995)

(4) EUROCODE 5 – Design of Timber Structures Part 1.1- Bruxelas – 1999.

(5) KESSEL, M.H. – Trusses - lecture B12 in STEP/Eurofortech volume II - Netherlands –


(1995).

(6) KUILEN, J-W.G. – Influence of moisture content and load duration in joints - lecture C18 in
STEP/Eurofortech volume II- Netherlands – (1995).

(7) BLASS, H.J. – Multiple fastener joints - lecture C15 in STEP/Eurofortech volume II -
Netherlands – (1995)

(8) CANADIAN WOOD COUNCIL – Wood Design Manual – Altona - Canada (1995).

(9) JUNTA DEL ACUERDO DE CARTAGENA – Manual del diseño para maderas del grupo
andino. Lima – Peru (1984).

(10) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 7190-97 – Projeto de


Estruturas de Madeira, Rio de Janeiro – 1997.

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