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Abstract: The ongoing reviewing process of the Brazilian Code NBR7190-97 – Projeto de
Estruturas de Madeira is a special opportunity to evaluate the need of a Roof Timber Structures
Code, in Brazil. The creation of a Brazilian Code devoted to this important topic is suggested in
this paper. A preliminary draft is also presented, to be submitted to the ABNT Committee for the
reviewing process.
Dentre as várias estruturas de madeira para cobertura, as mais freqüentes são as treliças
planas e em segundo plano os arcos. Outros tipos como por exemplo, pórticos, treliças
espaciais e cascas não são muito freqüentes. Sugere-se que a introdução do tema na norma
brasileira seja gradativa e, que portanto nesta revisão se restrinja às treliças planas e arcos e,
reservando para futuras revisões os demais tipos de sistemas estruturais. Sugere-se ainda que
sejam incluídos na forma de apêndices os resultados já disponíveis relativos a estes sistemas
mais complexos.
Tendo em vista que a utilização da madeira na construção civil brasileira deve ser incentivada,
sugere-se que a Norma Projeto de Estruturas de Madeira deva possuir um texto simples e
transparente.
2. Revisão bibliográfica
WOLFE (1996)(1) demonstrou que as estruturas leves de cobertura, cujas telhas são
assentadas sobre chapas de madeira, que constituem diafragmas nos planos da cobertura,
apresentam uma redundância suficiente para que no caso de colapso de uma treliça , ocorra a
redistribuição das cargas sustentadas principalmente para as treliças vizinhas. Demonstrou
ainda que este sistema apresenta deformações menores. MADSEN (1992)(2) observa que os
deslocamentos de treliças para sustentação de coberturas podem atingir valores três vezes
maiores do que aqueles observados inicialmente por ocasião da construção, e que as tesouras
de banzos paralelos são mais sensíveis a deformabilidade das ligações do que as tesouras de
geometria triangular.
a- ligação com pré-furação com folga pode reduzir significativamente sua resistência
b- as deformações plásticas e decorrentes da fluência tendem a uniformizar a distribuição
de esforços entre os elementos componentes de uma ligação.
O CANADIAN WOOD COUNCIL (1995)(7) recomenda para projeto de treliças de madeira, que
as ligações executadas com madeira seca sejam projetadas com um acréscimo de 25 % sobre
a resistência das ligações executadas com madeira verde.
A JUNTA DEL ACUERDO DE CARTAGENA (1984)(8) propõe que se dobre o valor da flecha
calculada usando-se o Princípio dos Trabalhos Virtuais, para se levar em conta a deformação
das ligações. Alternativamente sugere que se recomenda que a parcela da flecha da treliça
correspondente a deformabilidade das ligações seja determinada, através do Princípio dos
Trabalhos Virtuais, adotando-se valores típicos de deslizamento das ligações.
a- o modelo de cálculo deve levar em conta a qualidade da mão de obra a ser empregada
e a confiabilidade nas informações disponíveis para o desenvolvimento do projeto.
b- a análise linear física deverá ser usada para a determinação dos efeitos das ações
c- estruturas aptas a redistribuir esforços internos através de ligações com a ductilidade
adequada, podem ser analisadas através de métodos elasto-plásticos.
d- a semi-rigidez das ligações deve ser considerada nas análises realizadas
e- a influência da deformabilidade das ligações deve ser levada em conta através da
rigidez das mesmas ou através de valores prescritos de deslizamento dos elementos de
ligação, em função do esforço atuante na ligação.
f- a heterogeneidade do material e a curvatura não desejada dos eixos das barras
supostamente prismáticas são aspectos a serem considerados no na análise estrutural.
g- as ligações devem ser verificadas quanto a capacidade que possuem para resistir
esforços e quanto a compatibilidade dos deslocamentos sofridos com os admitidos na
análise global.
3.1.1. Objetivo
Esta Norma fixa as condições gerais que devem ser atendidas no projeto, execução e
fiscalização de estruturas treliçadas de madeira para cobertura. O escopo desta Norma são as
estruturas formadas por treliças planas, paralelas ou não, com ligações pregadas, parafusadas
ou executadas com chapas de dentes estampados. Além das regras desta Norma, devem ser
obedecidas as de outras normas pertinentes.
3.1.2. Generalidades
Uma carga de 1KN correspondente à ação de operários durante o processo de execução, deve
ser aplicada apenas na posição mais desfavorável de elementos construtivos com vão superior
a 70 cm (valor médio de um passo). Deste modo, as ripas usuais não seriam verificada para
este carregamento.
Deverá se assegurar uma durabilidade mínima compatível com a expectativa de vida útil da
cobertura, atendendo-se as respectivas regras apresentadas no texto da Norma NBR7190-
97(9).
Para os casos de coberturas sujeitas à inversão de esforços provocada pela ação de ventos, o
tipo de ligação deverá ser compatível com a natureza dos esforços.
4.1.1- Estas estruturas serão analisadas como pórticos planos, onde as deformações dos
elementos e das ligações, a excentricidade e a rigidez dos apoios deverão ser consideradas na
determinação dos esforços internos.
4.1.2- Os eixos teóricos das barras são considerados retos desde que atendidos os limites de
curvatura estabelecidos na Norma NBR7190-97(9). Estes eixos deverão concorrer aos nós
teóricos da estrutura. Quando isto não ocorrer, as excentricidades decorrentes deverão ser
consideradas.
Sempre que forem atendidas estas condições permite-se que a determinação dos esforços
seja realizada através de análise estrutural simplificada, a seguir estabelecida. Os esforços
axiais nos elementos da tesoura poderão ser determinados, admitindo-se que todos os seus
nós sejam rotulados. Os momentos fletores nos banzos superiores poderão ser obtidos
admitindo-se que seja uma viga contínua, como os apoios extremos articulados e os internos
como apoios simples. Para se levar em conta a deformabilidade dos elementos estruturais e de
suas ligações deverá se fazer uma correção do diagrama de momentos fletores através de uma
redução de 10 % dos momentos sobre os nós.
4.2.1- Para estruturas que possuírem configuração geométrica perfeitamente triangulada, seus
elementos comprimidos não solicitados por momentos fletores significativos (as cargas são
nodais), e que sejam contínuos, será tomado como comprimento de flambagem 80 % da
distância entre nós. Nos casos de estruturas com ligações com chapas com dentes
estampados este limite passará para 70%. Para aqueles elementos que não sejam contínuos,
o comprimento de flambagem corresponderá ao próprio comprimento.
4.2.2- A verificação da estabilidade lateral (fora do plano principal da estrutura) dos elementos
sujeitos a compressão deverá ser feita, considerando-se as distâncias entre os pontos de
contenção lateral como comprimentos de flambagem.
4.2.3- As barras das treliças deverão possuir preferencialmente seção transversal dupla e
simétrica, sempre que não corresponderem a sistemas estruturais de treliças com ligações com
chapas com dentes estampados.
4.3.1- Para determinar os valores dos deslocamentos sofridos pelas treliças deve se considerar
além da parcela correspondente ao trabalho elástico das barras, os efeitos da deformação
lenta e da deformabilidade das ligações, além dos efeitos compensatórios das contra-flechas. A
flecha não poderá ultrapassar os limites definidos pela Norma NBR7190-97(9).
4.3.2- Para as treliças cuja configuração geométrica seja perfeitamente triangulada, na falta de
expressões que permitam determinar estes efeitos da deformação lenta e da deformabilidade
das ligações sobre os deslocamentos, admite-se que o valor da respectiva parcela da flecha
4.3.3- Para se levar em conta o efeito da fluência sugere-se que o valor de Kmod2 seja
criteriosamente adotado, levando-se em conta os teores de umidade inicial e final. Para o caso
em que na execução se utilize madeira verde (e que portanto, sofrerá o processo de secagem
sob a ação de cargas), deve-se minorar o valor do Módulo de Elasticidade Paralelo às Fibras
para 0,60 Ecoef.
5. Considerações finais
Dada a importância das estruturas de madeira para coberturas, sua normalização vem
contribuir decisivamente com os esforços de melhoria de qualidade da construção civil, tanto
exigida pela sociedade. Trata-se de uma iniciativa fundamental para o avanço deste importante
setor da economia brasileira.
6. Referências bibliográficas
(2) MADSEN, B. – Structural Behavior of Timber- Timber Engineering Ltd. Vancouver, Canada -
(1992).
(3) STECK, G – Trusses made from glulam and solid timber – lecture E7 in STEP/Eurofortech
volume I - Netherlands – (1995)
(6) KUILEN, J-W.G. – Influence of moisture content and load duration in joints - lecture C18 in
STEP/Eurofortech volume II- Netherlands – (1995).
(7) BLASS, H.J. – Multiple fastener joints - lecture C15 in STEP/Eurofortech volume II -
Netherlands – (1995)
(8) CANADIAN WOOD COUNCIL – Wood Design Manual – Altona - Canada (1995).
(9) JUNTA DEL ACUERDO DE CARTAGENA – Manual del diseño para maderas del grupo
andino. Lima – Peru (1984).