Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
A.L. Bandina
II
Índice:
I – O Início
II – Uma Luz Para Kassandra
III – Pálido Encantamento
IV – Opus Nocturnus
V – Memento Mori
VI – Sonho Contristante
VII – Mortis Memento
VIII – Reencontro Ancestral
IX – Revelação
X – Capela Dos Aflitos
XI – Chamas Ao Entardecer
XII – Seres Amaldiçoados
XIII – Aliados Na Noite
XIV – A Luta Vampírica
III
Prefácio
Malditas e obscuras saudações, meu estimado leitor.
Começarei minha história pelo que me lembro desde meu
nascimento como um simples e mero mortal, não ficarei enrolando com
introduções cheias de palavras bonitas que não dizem nada, basta saberem
que meu nome a longos séculos tem sido Lugubrous Tenebrous Luciferiun,
Mas ainda hoje muitos insistem em me chamar de Lugubrus, ao invés de
Lugubrous, mas não me importo.
Também vale lembrar a todos que sou um vampiro, vivo durante a
noite pelos vales da morte e da vida, eternamente fadado ao saborear do
escarlate vinho chamado sangue que percorre por todo vosso corpo
delicado e mortal, embora eu não necessite mais me alimentar todas as
noites, muitas vezes me sacio em banquetes de sangue apenas para meu
prazer e para observar a frágil vida sendo implorada, pelo sofrimento, pela
dor, e por muitos outros motivos que levariam páginas para descreve-los,
enfim, pela minha diversão em vê-los, mortais em sofrimento diante a mim,
o predador de humanos.
Bem, sei que ninguém vai estar realmente crendo no que escreverei a
partir de agora, pensarão que foi apenas mais um louco viajando por sua
mente insana e inventando uma estória, por isso não me preocupo em estar
me revelando a vocês, mortais, pois minha história aqui contada na verdade
é para outros imortais, para que saibam que não os temo ao me revelar. E
assim prossigo.
IV
I – O Início
XI
II – Uma Luz Para Kassandra
XIII
Estou triste, abandonada e só.
Me sinto esquecida por mim mesma
E sei que mereço este castigo.
Eu fiz minha escolha: - As sombras!
Tornei-me taciturna
Envolta por um trevor
Confortando todos meus mórbidos pensamentos
Que dançam na lubrina de minha mente.
XIV
III – Pálido Encantamento
XVII
Pálido Encantamento
Retornei de minha tragédia
Vendo as folhas de outono caírem
E voarem ao som de um violino
que ecoa em meus ouvidos.
XVIII
IV – Opus Nocturnus
XXII
V – Memento Mori
Não sei por que, mas fiquei varias noites sem tentar procurar Liene,
já estava até pensando que tudo poderia voltar ao normal, que ela poderia
Ter voltado ao seu país natal e me deixado em paz, mesmo que eu não
soubesse o porquê dela ter vindo até aqui e agido desta forma, totalmente
diferente da Liene que eu conheci em Paris.
Infelizmente logo descobri que esta maravilha não havia ocorrido,
pois quando cheguei a minha mansão após ter feito um jantar em uma bela
noite, encontrei uma carta na soleira da porta.
Nela estava escrito o seguinte:
“Precisamos conversar, me encontre no antigo e fétido cemitério
abandonado próximo ao casarão que pertenceu a família Crivers”.
O casarão da família Crivers era famoso por ter ocorrido nele o
episódio de um assassinato meio estranho para os moradores daquela
região.
O filho de dezenove anos de idade havia envenenado e picado seus
pais com uma serra, depois estuprou e canibalizou seu irmão recém nascido
e logo em seguida saiu correndo nu pelo campo e se atirou de um penhasco
a alguns metros do casarão.
Ninguém até hoje sabe explicar os motivos que levaram ao jovem
Barey Crivers a cometer este ato, comentam da possibilidade de fantasmas
ancestrais que perseguiam a família por séculos a fio atormentavam tanto o
jovem desde seu nascimento que conseguiram seus objetivos
enlouquecendo-o. Muitos ainda acreditam que as almas dos que morreram
naquele entardecer, inclusive a de Barey continua residindo naquele local.
Eu particularmente creio que seja pura bobagem, pois já estive por lá e
nunca encontrei com nenhum fantasma rondando o casarão.
Na noite seguinte eu fui até o local determinado na carta e esperei em
torno de uns dez minutos até que Liene chegasse e, antes que eu pudesse
dizer algo, ela iniciou nosso diálogo.
_ As coisas são estranhas neste mundo...
Eu ia fazer meu comentário, mas ela continuou:
_ ... Este lugar, por exemplo, veja estas estátuas antigas e tristes,
entre anjos em lágrimas eternas, estas lápides cinza e esquecidas no tempo,
ah, o tempo que a tudo destrói, menos a nós em nossos sofrimentos...
_ Mas quando menos percebemos, este tempo nos é cobrado em seu
atraso, tornando-nos pó. Acrescentei interrompendo seu monólogo
dramático.
_ Como eu estava dizendo, um simples lugar, um simples cemitério,
local apreciado por nós e temido por muitos mortais.
XXIII
_ Oras Liene, não viemos aqui para debater ou filosofar, mas sim
para termos alguns propósitos a serem resolvidos por ambos. Interferi em
suas palavras a fim de terminar logo com este jogo de futilidades e loucuras
que me perseguiam por semanas, meses.
_ Tudo bem, vamos direto ao ponto em questão, nós!
Senti seus olhos fitarem os meus em um forma constrangedora mas,
persisti com meu olhar ainda mais penetrante e amedrontador, fazendo-a
recuar com certo temor.
_ Não precisamos tentar intimidar um ao outro. Acrescentei
estendendo meus braços em um sinal para que ela saísse de trás da coluna
em que se escondera.
É difícil encontrar alguém, mesmo que sendo vampiro que não se
intimide com meu olhar frio e penetrador quando assim quero.
_ E então, vai me contar o porquê de todo este teatro de vampiros
que você tem feito e onde resolveu me incluir como um de seus atores
principais?
_ Tudo bem, acho que é melhor lhe contar desde o começo.
Então Liene começou a relatar sua trama:
_ Eu havia acabado de me tornar uma vampira, mesmo sem desejar
ter me tornado neste ser que hoje sou. Meu criador cedeu seu sangue para
que eu bebesse em um ato erótico que nem sei como descrever. Enquanto
eu ia sofrendo os tormentos da transformação prazerosa, ele desapareceu na
escuridão daquela noite violácea, nem mesmo seu rosto eu pude ver, pois
seu enorme manto negro cobria seu corpo e sua face escondida dentro do
capuz. Foi muito difícil para mim se acostumar e me adaptar, aprendendo a
sobreviver nesta nova forma de vida. Sabia no que eu havia me tornado,
uma vampira, e que deveria beber o sangue dos infelizes mortais.
A princípio foi hilário e constrangedor, pois eu vivia fugindo de
objetos sagrados como a bíblia, a cruz, também temia o alho e coisas que as
pessoas costumam relacionar com os vampiros em obras literárias, mas
com o tempo fui aprendendo que tudo não passava de crendices populares,
lendas e nada mais.
Então conheci Antonini, um italiano que estava em férias turísticas
pela França.
Promovi um encontro casual, nos conhecemos e, eu sempre fingindo
ser apenas uma mulher mortal como qualquer outra.
Estávamos apaixonados quando ele descobriu o que eu realmente era
e me pediu para torná-lo igual a mim, para vivermos nossa eternidade
juntos.
Decidi então concordar com esta idéia e comecei a sugar seu sangue
em um ritual voluptuosamente já conhecido por você, só que eu fiz tudo
errado, pois deixei seu coração fraco parar de bater, me desesperando
enquanto tentava ressucita-lo, e nem mesmo meu sangue com todo seu
poder que deixei escorrer em sua boca bonita pode traze-lo de volta.
XXIV
Fiquei dias em depressão profunda, queria me matar, mas algo dentro
de mim me impedia deste ato.
Depois de algumas semanas resolvi sair pelas ruas tentando
recuperar minha vida perdida, e foi quando eu encontrei alguém que havia
perdido um grande amor também, eu me identifiquei com esta pessoa e
passei a amá-lo, era você Lugubrous!
Sim, você, e as poucas noites que saímos juntos para nos divertir me
fez ama-lo, e depois passei a odia-lo, pois descobri que seu amor por
Kassandra resistiria até mesmo após sua morte.
Segui você pensando em um método para fazer com que você me
amasse como a amou, alias como a ama, que a esquecesse para sempre, foi
então que conheci Memento.
_ Memento! Este nome me dá enjôo, pensei que nunca mais fosse
ouvir falar neste traste!
Liene me olhou com uma interrogação nos olhos. Eu falei para ela
então:
_ Você não sabe com quem esta se metendo Liene, não sabe nada
sobre este Memento, muito menos sobre mim.
Neste momento, por detrás dela um vulto tomou a forma de um
homem cujo qual fez meu ódio aflorar.
_ Memento, seu maldito imundo!
_ Hê he he, olha quem está aqui. Disse ele em tom arrogante olhando
em minha direção.
_ O que ele lhe prometeu Liene?
Ela olhou para Memento e depois se virou para mim dizendo:
_ Ele disse que podia fazer com que você me amasse, que ele tem
poderes mágicos para isso, e em troca só queria um pouco de seu sangue,
coisa que logo você recupera.
_ Liene, Liene, e você acreditou neste mentiroso? Sim te digo uma
coisa, ele tem poderes mágicas, mas não para isto, ele usa sua magia para
fins horrendos e hipócritas, e sim claro que ele quer meu sangue, mas não
um pouco, e sim todo, sabia Liene que eu também tenho conhecimentos em
magia?
Ela me olhou com os olhos arregalados e perguntou a Memento se
isso era verdade.
_ É claro sua tola apaixonada, acha que eu iria ajudar uma menininha
com fantasias de amor em seu coração apaixonado, saiba que apenas uso
seres fracos como você para conseguir atingir meus objetivos, e você
cumpriu bem o seu papel me trazendo até este ser que eu procurava a muito
tempo, Lugubrous Tenebrous Luciferiun.
Ele pronunciou meu nome lenta e pausadamente num tom profundo
enquanto Liene em um acesso de fúria e lágrimas o atacou, porém em vão.
Memento usou de seus poderes e fez com que ela levitasse até
determinada altura superior a dois metros sobre um cercado de ferro
XXV
enferrujado e contorcido pelo passar do tempo liberando-a da suspensão
logo em seguida.
Liene despencou do ar tendo todo seu corpo delicado traspassado
pelos vários ferros e uma cruz que ainda estavam eretos.
Ela olhou para mim com seus olhos em pranto carmesim enquanto de
sua boca escorria o sangue escuro.
_ Perdoe-me por ser tão tola e cometer mais este erro, Lugubrous...
Então ela fechou os olhos na funesta impressão da morte.
Memento me observava com um sorriso estampado em sua maléfica
face.
Fitei seus olhos com os meus em fúria e ódio, que o fez recuar e
cessar aquele sorriso boçal.
_ Se você quer meu sangue para seu ritual, então venha busca-lo
agora seu covarde!
Gritei para ele que começava a dizer algumas palavras em uma
invocação de suas pobres magias no intento de me atacar.
Enquanto ele orava sua ladainha estúpida e hedionda, eu ria alto, o
que fez com que ele me olhasse ainda mais assustado.
_ Se isso é o melhor que você pode fazer, vou destrui-lo em átimos
de segundos seu merda!
Falei enquanto ele me lançava uma grande rocha envolta por fogo
que havia se materializado com seu poder, e eu apenas tornei-me uma
sombra com meus poderes das trevas, desaparecendo naquele imenso
paraíso de sombras deixando-o desesperado enquanto a rocha explodiu se
se desmaterializando e voltando tudo no mais sinistro breu de antes.
Por entre a escuridão eu via seus olhos me procurando.
Silenciosamente surgi por detrás dele com uma voz grave e
fantasmagórica próximo ao seu ouvido fazendo um som próximo ao dos
filmes de terror, coisa que o fez a dar um enorme salto para frente, e eu
ouvia seu coração disparado batendo aceleradamente.
_ Isto é interessante, vou gostar de fazer este truque quando estiver
em posse de teus poderes. Comentou ele tentando mostrar-se ainda forte e
sem medo, coisa que eu sabia que na verdade ele nunca seria páreo para
mim.
Tente safar-se desta agora!
Ele dizia como se fosse fazer algo muito poderoso.
Saíram do chão mãos de pedras que prenderam meus pés. Em
seguida, enormes cipós com espinhos que também brotaram do chão e de
alguns túmulos me envolvendo em um forte abraço, perfurando alguns
pontos de meu corpo, além disso, ossos começaram a se desenterrarem das
covas e começaram a me envolver com o intento de me manter preso,
cercado por fogo mágico.
Eu caí e fiquei cabisbaixo.
Memento se aproximou rindo e falou:
XXVI
_ Estais vendo, eu sou o mais poderoso dos magos!
Meus olhos se ergueram olhando para ele e comecei a rir novamente
dizendo-lhe:
_ Isto é truque para ser usado em circo, seu palhaço!
Com um simples gesto de minhas mãos, ao mesmo tempo em que as
mãos de pedras se tornaram em pó, o cipó tornou-se delicados fios de papel
e os ossos tornaram-se morcegos que voaram, assim como o fogo caiu ao
chão em forma de sangue.
Ele arregalou os olhos comentando:
_ Impossível!
Eu então mudei minha expressão facial para um rosto sério e falei:
_ Pensas que isso é como nos filmes onde o herói apanha, apanha e
depois, todo ferrado, se ergue e destrói o bandido; comigo não tem dessa,
não sou o mocinho nem o vilão, apenas sou o terror dos que ainda são
mortais, a morte de quem me ameaça, o pavor da inocência, o juiz de meus
próprios atos insanos e, agora, tu sentiras minha ira!
A cada passo que eu dava e a cada palavra que saia de meus lábios,
eram seguidas pela minha transformação.
Meus dentes caninos iam crescendo assim como minhas unhas
tornavam-se maiores, meus olhos ganhavam a cor do sangue e em minha
face ia se estampando a expressão de ódio fazendo com que Memento
gesticula-se suas mãos para que quatro de seus aliados que estavam
escondidos detrás dos velhos túmulos decadentes saírem de seus lugares e
me atacassem.
Eu destrui a todos eles em poucos minutos em minha forma que era
meio lobo, meio homem.
Arranquei os membros de um, e com a perna deste mesmo eu
espanquei um outro até a morte. Com as mãos nuas eu arranquei o coração
ainda pulsante e me deleitei com o sangue que eu chupava lentamente,
enquanto que com a outra mão eu esmaguei o crânio do quarto e último
oponente.
Foi tudo muito rápido, mas foi tempo suficiente para que Memento
fugisse.
Fui até Liene, ela ainda estava viva.
Retirei-a dos ferros e levei-a até meu refúgio.
_ Lugubrous, eu não sabia que...
Interrompi sua fala encostando meu dedo indicador em seus
suculentos lábios e comentei:
_ O amor tem duas faces, uma que nos fascina e apaixona enquanto a
outra que ao mesmo tempo nos cega deixando-nos vulneráveis a muitas
coisas perigosas, como seu exemplo, deixar um ser como Memento se
aproximar e usufruir desde momento e sentimento nobre, ainda mais em
seres como nós, que quando o amor se faz presente em nossos corações
mortos, nos arrebata de uma forma desumana, capaz de nos deixar se
XXVII
perder e até mesmo sermos destruídos, pegos de surpresa pelo amanhecer, e
sabemos que isso já aconteceu com muitos de nossa espécie, talvez o amos
seja o caminho mais fácil senão o único capaz de nos destruir.
Ela me abraçou e eu senti sua energia triste fluindo, seu amor correr
por todo meu corpo, e por mais que eu pudesse vir a gostar dela, eu não
poderia jamais retribuir o que ela sentia, pois para mim, apenas Kassandra.
Ia amanhecer, fui até meu caixão que deixei Liene se deitasse no
antigo esquife de Kassandra para podermos descansar até a próxima noite,
embora eu soubesse que não existiria uma próxima noite para Liene.
Fingi dormir e, neste momento ouvi ela se levantar e caminhar até o
local onde Kassandra se entregara a luz solar.
Levantei-me e fui atrás dela.
No alto da escada fiquei a observar enquanto ela abria as pesadas
cortinas.
Ela se virou para ir ao local exato onde Kassandra ficou em seu
momento crucial e me viu, então questionei-a:
_ É realmente isto que você quer?
_ Nada mais me importa ou me resta, e lembre-se eu nunca quis ser
uma vampira.
_ Eu te amo, mas de uma forma diferente, um amor entre amigos,
entre irmão, perdoe-me, mas não posso oferecer-te mais do que isto.
_ Eu lhe entendo Lugubrous, queria poder alguma noite ser amado
como ela, mas agora é hora de dizer adeus, gostaria apenas de ver teu rosto
até meu último sopro de vida, meu último suspiro, poderia fazer isto por
mim?
Fiz um sinal de afirmativo com a cabeça, ambos sabíamos que eu
teria de ficar onde eu estava para que o sol não me consumisse também.
Ficamos olhando um para o outro com nossas lágrimas escorrendo
enquanto o sol ia lentamente se aproximando até atingi-la em sua plenitude.
Ela não se mexeu em instante algum, por mais cruel que fosse a dor,
na claridade seu rosto resplandeceu em enorme tranqüilidade serena e em
beleza, onde seu último gesto foi lançar-me um beijo e tornar-se cinzas.
Fiquei parado por mais alguns minutos na solidão, no silêncio e na
dor por ter perdido mais uma pessoa querida.
Voltei para meu ataúde com o som da música de Kassandra entoando
em meus ouvidos, em minhas recordações.
Dei uma última olhada para o salão e, pude ver até de relance
Kassandra e Liene dividindo o piano, tocando a música juntas.
XXVIII
VI – Sonho Contristante
XXXII
VII – Mortis Memento
Nove horas da manhã; Memento saía de seu banheiro após Ter feito
a barba. Vestiu seu traje de mago e saiu do quarto.
Atravessou os grandes corredores cheios de portas, desceu algumas
escadas e por final, chegou ao centro de uma enorme biblioteca.
Em uma mesa localizada também ao centro da biblioteca, repousava
um antigo livro negro com um pentagrama dourado em auto relevo
adornando sua capa.
Memento abriu-o, pegou um atame prateado que se encontrava ao
lado do livro e vestiu-o em uma bainha de couro situada em sua cintura.
_ Hoje pegaremos Lugubrous, assim como seu poder!
Dos cantos ensombrados da pouca iluminada sala saíram seis
homens com vestimentas iguais as que os monges usam, com seus rostos
encobertos por capuzes.
Meio-dia; Minha mansão foi cercada e silenciosamente invadida
pelos seis homens e Memento.
Eles vasculharam por horas a fim de me encontrar e nada.
Cinco e meia da tarde; Memento começou a ficar nervoso por não
conseguir encontra o local secreto onde se encontrava meu caixão.
Passou-se ainda mais meia hora e, o sol havia desaparecido naquela
época do ano, ainda mais com o céu fechado por espessas nuvens negras
daquele dia nublado.
Levantei-me em uma velha casa abandonada à alguns quarteirões
dali, pois, com o aviso de Kassandra me precavi dormindo em outro local.
Fui cautelosamente até meu estimado refúgio assombrado já
pressentindo a invasão.
Na porta principal, um dos homens que acompanhavam Memento
montava guarda.
Com minha prática, agarrei-o de surpresa e aproveitei para saciar
minha fome, minha sede.
Deixei o corpo já sem vida tombar e cair nos arbustos que
margeavam o caminho até a porta.
Subi no telhado da casa e entrei silenciosamente por uma velha
janela de sótão que, estava cheio de pó e teias de aranhas por toda parte,
fazia muito tempo que eu não entrava lá.
Descendo as escadas, eu surpreendi mais dois homens que,
facilmente destrui-os com minhas habilidades sobrenaturais, como se eles
fossem feitos de papel, tamanha a fragilidade do corpo mortal em relação
ao meu.
O que se encontrava a esquerda, próximo a parede, eu atravessei seu
XXXIII
peito com minhas mãos que saíram pelas costas segurando seu coração,
cujo qual eu esmaguei.
O segundo, que estava a direita, pensou em correr pelo grande
corredor a suas costas, mas não teve o tempo para isto, eu varei-lhe a
cabeça com uma lança que o primeiro segurava em suas mãos, tudo em
frações de segundos.
Continuei a descer por outra escada que levava até a biblioteca.
Lá dentro estavam os outros três homens de Memento preparando a
sala para um ritual.
Escondi-me entre as sombras existentes na sala e me aproximei
vagarosamente.
Projetei uma ilusão no formato de um demônio cheio de chifres e
dentes aguçados que fez com que corressem para constatarem que as portas
estavam fechadas e trancada a chave.
_ Se querem as chaves, venham pegar. Falei a eles quando surgi no
centro da biblioteca balançando as chaves em minha mão.
Um deles correu até mim, subestimando-me.
Peguei-o com uma única mão pelo pescoço, ergui-o até meu braço
ficar totalmente esticado para cima e, em uma simples torção, quebrei-lhe o
pescoço e, em um nove e simples gesto ágil, retirei um machado de uma
armadura que enfeitava a sala e, com o mesmo, parti ao meio com um
único e certeiro golpe fatal o outro adversário que se encontrava mais
próximo à porta onde se encontrava a armadura.
O último pegou o mesmo machado que partira seu amigo ao meio
que eu deixei caído no chão, para tentar em vão me acertar um golpe.
Comecei a rir do jeito estúpido que ele manejava a arma e, em um
rápido vacilo que ele deu, eu desapareci aos seus olhos nas sombras,
reaparecendo novamente em suas costas.
Ele percebeu um tempo depois e virou-se, tarde demais, cortei-lhe o
pescoço com minhas unhas afiadas e fiquei observando sua vida se esvair
junto ao sangue que jorrava infestando o ar com seu agradável olor.
Faltava apenas Memento então.
Caminhei pela passagem secreta que estava aberta e, logo pude
encontrar Memento próximo ao meu caixão que acabara de encontrar
vazio.
Assustado com minha aparição repentina, ele deu um salto para o
outro lado do féretro sacando seu atame da bainha proferindo versos
mágicos.
_ Não seja tolo Memento, sabes bem que tua magia não é nada para
mim.
_ O que fez com meus súditos?
_ Quais súditos? Aqueles seis cadáveres que partiram para o céu ou
infernos em que vocês acreditam existir?
_ Maldito!
XXXIV
_ Ah! Agora o maldito sou eu? Vocês me perseguem, invadem meu
lar, tentam em matar e, eu sou o culpado por tua baixas? Oras, vá à merda!
Ele atirou o atame em minha direção e eu desviei, porém, sua arma
retornou para me seguir como que controlada telepaticamente pela mente
de Memento.
Desviei novamente e comentei:
_ Belo truque de principiante.
Fiz um gesto com minhas mãos no ar vazio para que o atame parasse
e caísse no chão.
Memento tentou correr, mas eu lhe segurei pelo ombro esquerdo
dizendo que desta vez ele não me fugiria e, atirei-lhe em direção a parede.
Ele se chocou violentamente com a mesma e caiu no chão.
Levantou-se sangrando e cambaleando se apoiando em uma lança
que estava encostada na parede e, com a mesma, invocou outra magia
tornando a ponta afiada em uma ponta de chamas. Desviei de suas
investidas frustradas por minha velocidade, peguei o atame caído no chão e
cravei-o por entre os olhos de Memento.
Ele ainda ergueu suas mãos para retirar o objeto fincado em seu
crânio mas, caiu morto antes de tocar no cabo do atame, deixando cair ao
seu lado a lança já em sua forma normal.
Demorei um pouco mas limpei toda bagunça feita pelos invasores,
cremei os corpo, limpei as poças de sangue e voltei cada objeto em seus
devidos lugares.
Ao sair para jogar o último saco de lixo, senti a presença de um
vampiro muito forte por perto, provavelmente um ancião.
Tentei busca-lo com minha visão aguçada mas, repentinamente sua
presença deixou de ser percebida.
Voltei para dentro, tranquei todas as portas e janelas existentes na
mansão e fui para meu caixão, pois estava quase amanhecendo e eu não
corria mais nenhum risco de vida em meu lar.
Fechei a passagem secreta e tranquei-a por dentro.
Entrei e fechei meu féretro para meu merecido descanso.
XXXV
VIII – Reencontro Ancestral
XXXIX
IX - Revelação
XLII
X – Capela dos Aflitos
Na noite seguinte fiz o que Kassandra havia dito, fui até a capela
onde eu havia me encontrado com Memoriant Pela primeira vez. Antes de
entrar certifiquei-me de que não havia ninguém por perto.
Entrei pela mesma porta que entrei na outra vez. Estava tudo
diferente lá dentro. Desta vez estava limpo. Passei pelo caixão, e quando ia
descer pelo buraco onde cai naquela noite, olhei novamente para o ataúde,
voltei até ele e destrui-o, pois se Memoriant estivesse utilizando-o para seu
repouso diurno e não tivesse outro lugar para seu descanso, o que era pouco
provável, ele ficaria "puto da vida" ao ver sua "cama" destruída.
Só então adentrei pelo escuro buraco no chão para cair sobre os
ossos que ainda continuavam naquele local mal cheiroso e infestado por
ratos.
Ouvi alguns murmúrios que vinham por detrás de uma porta que eu
não havia visto na primeira vez que estive por ali.
Cuidadosamente abri a porta e empurrei-a lentamente para que
nenhum rangido fosse ouvido.
Lá dentro havia um castiçal sob uma mesa com sete velas acesas ao
lado de um crânio e um tinteiro.
Próximo a parede ao lado direito de onde eu estava, pude ver a fonte
de onde emanava os murmúrios, era Carminalla amordaçada que tentava
dizer algo ou gritar. Estava amarrada por correntes com os braços abetos
em uma cruz de madeira com sua camisa toda rasgada onde seus rígidos e
roliços seios estavam a mostra. Um rato faminto começava a subir pela
cruz e ia se aproximando sorrateiramente pelos seus pés nus.
Quebrei as correntes que a prendia-me retirei sua mordaça. Ela
tombou em meus braços com suas frágeis lágrimas de sangue nos olhos,
soluçando próximo ao meu ouvido.
Abracei-a com força sentindo seus seios se comprimirem ao meu
peito, e isso fez com que eu me exitasse.
_ Não se preocupe, agora esta tudo bem, vamos sair daqui. Disse-lhe
sussurrando em seus ouvidos.
Saímos pela mesma porta que eu havia derrubado da outra vez, mas
agora havia um carniçal mantendo guarda, e eu fui surpreendido sendo
varado no peito por uma lança.
soltei um grito de dor e Carminalla caiu no chão desesperada.
Quebrei a parte da lança próximo ao meu peito e puxei-a para fora. E
o astuto carniçal se aproveitou do momento para desferir um golpe com sua
espada em minha direção. Eu pulei para trás, e mesmo assim recebi um
corte profundo em meu braço esquerdo.
Eu estava furioso, pois como um simples carniçal fizera este estrago
XLIII
em meu corpo?!
Virei-me para ele e finquei a parte que restara da lança em seu peito
e com a ponta que varou pelas suas costas, cravei-a em uma árvore
deixando-o pendurado.
Enquanto ele se debatia para livrar-se daquela situação incomoda, eu
peguei a espada que ele derrubara ao chão, encontrei um galho meio grosso
de uma outra árvore, cortei-o, afiei uma ponta, cravei a outra extremidade
no solo, deixando a aguçada ponta para cima. Fui até o carniçal, puxei-o
arrancando-o da árvore, deixando apenas a lança fincada nela, e ergui o
corpo daquele infeliz empalando-o naquele galho que eu havia preparado.
Observei-o até ver sua vida desaparecer, voltei-me para Carminalla
que vira tudo aquilo assustada e pude ver o quanto ela tremia, muito
assustada, então peguei-a e carreguei-a até meu lar.
Banhamos-nos e cuidamos dos ferimentos que já estavam se
cicatrizando.
O dia logo surgiria, então fui até meu caixão e disse a Carminalla
que teríamos que dormir juntos por não ter outro caixão disponível no
momento.
Ela concordou então eu entrei primeiro. Ela ficou me fitando com
seus preternaturais olhos sedutores, tirou sua roupa entrou no ataúde,
começou a me despir, e quando ambos estávamos nus, ela introduziu meu
membro em sua vagina . Começamos a transar como mortais, então cravei
meus dentes em seu seio do lado direito e comecei a sugar o precioso
líquido escarlate que escorria pelo seu lindo corpo. Ela por sua vez, mordeu
meu pescoço e drenou um pouco de meu ancestral sangue maldito; foi um
êxtase indescritível, melhor que qualquer sexo que algum ser mortal
comum poderia ter provado.
O dia já estava nascendo, nos abraçamos mergulhados em sangue e
prazer, puxei a tampado féretro e dormimos até a noite seguinte se fazer
presente.
XLIV
XI – Chamas Ao Entardecer
XLVII
XII – Seres Amaldiçoados
Cântico da Excomunhão
LI
XIII – Aliados Na Noite
LIV
XIV – A Luta Vampírica
L. T. L.
Lugubrus Tenebrous Luciferium
LVII
Postludiun
U
... m nocturno enlace em tua alma...
E
... nvolto pelas trevas...
- A. L. Bandina -
1999
LVIII