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autárquicas 2009

ALMADA XXI
PROGRAMA ELEITORAL

CDS
Partido Popular
ALMADA XXI

Na emergência do terceiro milénio, Almada está num momento determinante para


o seu desenvolvimento. Os cidadãos serão chamados a decidir, fundamentalmente,
entre a continuação de um modelo ortodoxo —que mostra evidentes sinais de
desgaste— e um novo paradigma urbano, feito pelas pessoas e para as pessoas, de
inovação e audácia.

A globalização representa um desafio que não podemos continuar a ignorar. A era


industrial entrou numa nova fase e as tecnologias de informação e comunicação
alteraram o quotidiano e as relações económicas, romperam barreiras geográficas
e rasgaram novos espaços de liberdade.

A qualidade de vida, o sistema educativo, o acesso à informação e ao


conhecimento, a integração das metrópoles em redes internacionais, a capacidade
de gerar e atrair novas ideias, as pessoas e a sua identificação com a cidade, são
factores de diferenciação das cidades modernas.

Num mundo globalizado, é fundamental assumir as diferenças locais. Almada pode


ser um local deste mundo global onde se geram ideias inovadoras, uma cidade
comprometida com o futuro e que atraia pessoas e projectos. Ou somos capazes de
criar conhecimento ou dependeremos do conhecimento gerado por outros. Ou
somos capazes de ombrear com outras metrópoles mundiais, ou ficaremos à
margem. Ou somos capazes de nos superar com criatividade e valores, ou não
conseguiremos responder aos desafios do século XXI.

Neste repto temos ainda de compreender que o rio, o mar, as praias, a floresta, as
terras agrícolas, o património histórico, arqueológico e natural, a paisagem e as
práticas ancestrais são também mais-valias económicas que geram
competitividade.

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Almada tem mais de 30 anos de poder comunista. Com uma marca própria e
algumas intervenções relevantes. Mas com um erro estratégico ruinoso quando,
em sede de Plano Director Municipal, assumiu a construção como o grande
desígnio do concelho.

É este, aliás, o propósito continuado na recente proposta de revisão do PDM


apresentada pela autarquia, que persiste num planeamento urbano e paisagístico
pernicioso e na repetição de modelos esgotados, há muito deixados de lado pelas
mais florescentes cidades ocidentais.

As opções fundamentais de ordenamento do território ignoram a urgente gestão


integrada dos sistemas natural e edificado, e estabelecem um planeamento a
retalho, artificial, obsoleto e essencialmente inútil. Modelo que ecoa no Programa
Polis da Costa de Caparica que, depois de nascer como um arrependimento público
pelos erros do passado, acentua uma inaceitável pressão imobiliária e viária sobre
o litoral e ignora a mais evidente riqueza patrimonial do local.

Sob a lógica do betão, cresceu uma cidade desordenada, suja, esmagada por
construção sem regras nem limites, de costas voltadas para o rio e o mar,
salpicada por rotundas e remendos de relva de má consciência, sem espaço
público generoso e aprazível, tantas vezes rendida ao vandalismo. Projectaram-se
espaços urbanos incoerentes, atafulhados, agrestes, ruidosos, em que o vagaroso
fluir da vida sucumbiu à vontade de nos espantar os sentidos com intervenções
sucessivas.

Negligenciou-se o património e destruiu-se a paisagem e, com ela, a memória das


nossas gentes e parte importante da nossa identidade.

Tudo ao abrigo de um eficiente aparelho de propaganda —pago pelo erário


público—, de acções tão ostentosas como inconsequentes e da distribuição de
apoios que condicionam muitas forças do concelho.

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Almada não pode perder mais tempo em soluções do passado, partilhadas entre
um poder estafado e uma oposição envergonhada. A escolha não pode ser entre a
autarquia do betão e dos subsídios, e os partidos que em tantas décadas foram
seus cúmplices.

Almada não pode continuar a ser um concelho de oportunidades perdidas, sem


qualquer proveito de uma geografia privilegiada —que proporciona rio, mar, praias,
mata, paisagem, às portas da capital e a poucos quilómetros da serra.

A proposta do CDS, plasmada neste Programa Eleitoral, opta por uma enérgica
estratégia de renovação, que identifique oportunidades e construa uma cidade de
qualidade de vida, inovação e conhecimento. Sempre olhando para as pessoas.
Para cada pessoa.

Muito há a fazer. Na gestão do serviço público, criando-se uma autarquia amiga


dos munícipes, das famílias e das empresas, moderna e eficiente, sem burocracias
inúteis e com impostos e taxas mais baixos, que permitam aos cidadãos e às
empresas libertar-se e ter iniciativa criadora.

Na atenção dada aos problemas reais das pessoas e na eficácia das funções
quotidianas do governo municipal.

No fortalecimento da economia urbana e do empresariado.

Na revalorização da paisagem, reconhecida como primeiro património do concelho,


na recuperação do legado histórico, no desenvolvimento da agricultura urbana e na
criação de uma rede moderna de corredores verdes.

Na extensão da metrópole ao rio e ao mar, capital natural privilegiado para a


construção do seu futuro.

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Na gestão moderna e efectiva da água e no investimento sério e inovador nas
energias renováveis, elementos cruciais para um desenvolvimento sustentável do
concelho.

Na conversão do espaço público nisso mesmo, público, limpo, ordenado, acessível,


seguro, livre. Para que a cidade seja acolhedora, viva, vibrante.

No combate vigoroso ao vandalismo e à pequena delinquência, passo fundamental


para o bem-estar dos cidadãos e a prevenção da criminalidade grave.

Na manutenção qualificada da rede viária e na reformulação racional do


metropolitano de superfície e do plano de mobilidade, privilegiando-se a
acessibilidade.

Na definição de Almada como terra de valores e de integração social. Que


reconheça a dignidade inalienável de cada vida humana e valorize o papel social
dos idosos.

Na construção de uma cidade de conhecimento, que assuma a sofisticação cultural


e a educação de qualidade internacional como motores indispensáveis da
valorização pessoal.

Na regeneração de todo o património cultural, na qualificação do turismo assente


na paisagem biologicamente valorizada e da oferta hoteleira de elevado
profissionalismo.

Temos de preparar-nos para uma economia que durante o século XXI dependerá
da inovação científica geradora de novas tecnologias, da capacidade de conectar o
fluxo de conhecimentos com pessoas suficientemente preparadas na investigação
e na universidade, e da oferta ao mundo das suas iniciativas.

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Almada capital de inovação, qualidade de vida, cultura e conhecimento. Uma
metrópole que para o seu projecto procure pessoas que, conscientes de participar
de um mesmo mundo, se comprometam a participar da riqueza da sua identidade
diferenciada e da sua pertença a uma realidade solidária.

Um vibrante motor de Progresso, Liberdade e Bem-estar. Que exige soluções


modernas e ousadas. Uma cidade global que aposta nas pessoas e na construção
do seu futuro. Uma ideia de futuro com que o CDS se compromete e para que
desafia os cidadãos e a sua energia: ALMADA XXI!

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O CONTEXTO MUNDIAL

A economia mundial enfrenta desafios ímpares, muitos deles provenientes da


abertura dos mercados e da revolução nas tecnologias de informação e
comunicação. A competitividade, a descentralização e a especialização —centrada
com frequência em elementos regionais e locais— são acompanhadas pela
profusão de novas ideias, disponíveis com grande rapidez neste mundo global.

O fluxo de produtos, capital e ideias é hoje flexível e dinâmico e tem consequências


imediatas na realidade sócio-económica. A competição intensa, a emergente
necessidade de soluções criativas, a expansão mundial dos mercados e o
permanente desenvolvimento tecnológico exigem uma visão inovadora do
desenvolvimento local e o estabelecimento de um novo paradigma urbano.

O processo de globalização é acompanhado de um acentuado processo de


urbanização. Em poucos anos uma grande maioria da população mundial viverá em
cidades. O rápido desenvolvimento das tecnologias da informação acelera um
processo de crescente participação e importância das metrópoles para se
tornarem centros de inovação, núcleos de mercado e pólos de educação, formação
e investigação, cuidados de saúde, transporte, arte, turismo e ócio, com grande
potencial de geração de riqueza.

A proximidade ao cidadão e a flexibilidade da cidade são vantagens que devem ser


aproveitadas para resolver problemas e utilizar eficazmente os recursos e as
oportunidades em benefício dos que nela vivem.

Com a globalização surgiu um novo processo de crescimento das cidades. A visão


provinciana da economia local e o ordenamento do território fundado na realidade
de há 30 anos não são compatíveis com a necessidade de cidades dinâmicas, vivas,
competitivas. Que sejam vibrantes centros de mercado, fundados no conhecimento,
na educação qualificada, na integração social, na oferta cultural, na prestação de
serviços eficientes, na qualificação ambiental e paisagística.

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As cidades que hoje se assumem com líderes mundiais florescentes têm
características comuns que importa relevar:

a) A colaboração intensa e sem complexos entre os sectores público e privado,


com a participação empenhada da comunidade.

b) O investimento sério na regeneração ambiental e urbana.

c) A capacidade de inovação em resposta a novas exigências.

d) A criação de um modelo de desenvolvimento centrado nas pessoas e na sua


valorização intelectual, cultural, técnica, familiar, ética e cívica.

Se Almada quer acompanhar este desafio do século XXI, não pode persistir num
modelo que se sustenta na lógica do betão, na degradação da paisagem, na
impermeabilização cega dos solos, na desertificação das ruas, na ausência de
padrões urbanísticos de qualidade, na capitulação perante o vandalismo e o crime,
num quotidiano de gestão contra os cidadãos, numa rede de dependências que
paralisam a livre iniciativa.

Cada vez mais e com maior intensidade as cidades competem por encontrar um
lugar privilegiado que lhes permita melhorar o nível de vida dos seus cidadãos,
sendo fundamental para isso o valor acrescentado aos produtos e serviços
oferecidos pelo conhecimento que incorporam.

A cidade tem de assumir-se como motor de progresso, bem-estar e criatividade,


que possa encarnar na paisagem, nos espaços verdes, na arquitectura, no espaço
público, na arte, no lazer, no comércio, nos transportes e nas escolas as lídimas
aspirações dos seus cidadãos, que com ela se identificam e comprometem.

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Pelo passado firme, coerente e desassombrado em defesa de Almada e dos
almadenses, o CDS é o partido que pode assumir a devolução de Almada à sua
população, sustentada em soluções urbanísticas, ambientais, económicas,
administrativas e sociais modernas, que enfrentem uma ordem mundial cada vez
mais exigente mas que abre inauditas janelas de oportunidade às cidades do
futuro.

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ÁREAS CRÍTICAS

1. INVESTIMENTO NOS RECURSOS HUMANOS

A revitalização de uma cidade é indissociável das pessoas que a vivem. A qualidade


da formação —académica, científica, profissional e ética— dos cidadãos é o motor
da transformação que se pretende imprimir em Almada. Existe uma necessidade
premente de melhorar os recursos humanos e, tendo em conta o enquadramento
estratégico que definimos, o nível de educação avançada, a preparação para
enfrentar a globalização da economia, o desenvolvimento de capacidades
relacionadas com as tecnologias de informação e comunicação, a competência em
língua inglesa e a formação qualificada na hotelaria, são prioritários. Sem nunca
esquecer a necessidade imperiosa de promover um desenvolvimento fundado em
padrões éticos exigentes.

2. MODERNIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

O crescimento do sector terciário avançado deve ser acompanhado com o


relançamento de Almada como metrópole de serviços, com um tecido empresarial
moderno e competitivo, assistido por uma rede de centros tecnológicos e de
inovação de elevada qualidade. A revitalização de Almada exige ainda uma nova
forma de gestão dos serviços municipais, com uma organização fácil, moderna,
eficiente, credível e diversificada. Pretende-se a simplificação e transparência dos
processos burocráticos e do acesso de cidadãos e empresas à autarquia. A descida
de impostos e a aplicação com critério das taxas municipais são também
elementos importantes para a libertação da iniciativa privada e para a promoção de
uma autarquia amiga dos cidadãos, das famílias e das empresas. Tudo suportado
por uma gestão orçamental verdadeira, que seja rigorosa na utilização do dinheiro
público e reduza a despesa corrente.

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3. MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

A revitalização de Almada impõe o desenvolvimento criterioso de infra-estruturas


que redesenhem o mapa de acessibilidade e mobilidade no concelho. Há dois
projectos em implantação, o ―Plano de Mobilidade – Acessibilidades 21‖ e o
Metropolitano Sul do Tejo (MST), que se fundaram na necessidade de expandir e
qualificar a oferta de transportes públicos e evitar a excessiva pressão automóvel
no centro da cidade. No entanto, a realidade dos planos postos em prática revelou
uma lamentável teimosia do poder (local e central) face à população,
concretizando-se em obras mal executadas, despesismo insustentável,
incumprimento do projecto aprovado e penalização dos cidadãos e comerciantes. A
racionalização da rede do MST e uma gestão sensata e inteligente do tráfego e
estacionamento têm de acompanhar a melhoria da qualidade da rede viária, a sua
manutenção e a sinalização. O CDS, em coerência com o seu sentido de voto
passado, promoverá a extinção da empresa municipal Ecalma, caracterizada por
uma actuação cega e destemperada e pela promoção de mais uma clientela
partidária.

4. REGENERAÇÃO AMBIENTAL

O CDS tem proposto a melhoria e a protecção do nosso ambiente como elemento


chave na sustentação de Almada e na sua promoção internacional. O forte
investimento nas energias renováveis, a defesa enérgica das áreas protegidas, a
gestão integrada dos sistemas natural e edificado, a definição de uma malha de
corredores verdes, a aposta na agricultura urbana, a relação com o rio e o mar, a
limpeza exemplar das praias, a fiscalização e a punição eficientes das infracções
ambientais, a derrama zero condicionada pela protecção ambiental e o
cumprimento da lei do ruído são objectivos assumidos pelo nosso partido. Há que
definir uma estratégia clara e pública, investir na educação da população e fazer
compreender às pessoas e aos negócios que o ambiente é um sector indispensável
da vida da comunidade.

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5. RENOVAÇÃO URBANA

Almada tem visto crescer uma paisagem urbana amiúde desordenada, suja,
descuidada, sufocada pela especulação imobiliária, salpicada por inúteis farrapos
de relva e arranjos exteriores a que se ousa chamar espaços verdes, sem gente na
rua, sem espaço público generoso e aprazível. O futuro do concelho dependerá da
definição de uma estratégia de crescimento inteligente e planeado, com a
indispensável integração urbana da estrutura ecológica. Estabelecer rigorosos
critérios arquitectónicos, resolver as deficiências da limpeza urbana e da recolha
de resíduos, melhorar a qualidade do mobiliário urbano, promover a fiscalização e
o cumprimento dos regulamentos municipais, seguir soluções modernas e
racionais de iluminação pública e tornar o espaço público seguro, acessível e
atractivo são alguns passos inevitáveis no processo de renovação urbana.
Naturalmente, com uma perspectiva sistémica, assente na regeneração da
paisagem e na incorporação de um planeamento moderno com fortes elementos
inovadores.

6. EDUCAÇÃO E INVESTIGAÇÃO

A formação académica e profissional da população é um elemento imprescindível


em qualquer ideia de cidade que contemple o futuro. O município deverá
comprometer-se com a promoção de um ensino de elevada qualidade científica e
pedagógica, com alguns projectos educativos privados de dimensão internacional,
em que se desenvolva uma verdadeira liberdade de escolha de escolas e famílias.
Deverá, ainda, dinamizar a relação com as instituições de ensino superior
existentes no concelho e o alargamento da malha de ensino e investigação, com a
criação de uma Escola Internacional de Hotelaria e Turismo, um Complexo de
Ciências Médicas (Faculdade, Clínica Universitária e Centro de Investigação Médica
Aplicada) e um Instituto de Investigação Oceanográfica Avançada.

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7. CENTRALIDADE CULTURAL

É verdade que Almada tem uma oferta cultural diversificada. Mas só poderá
tornar-se um centro cultural moderno e sofisticado quando der um passo definitivo
rumo à excelência. São necessárias novas centralidades de topo —em que o Museu
de Arte Contemporânea representará um marco incontornável— acompanhadas
pela modernização e promoção de museus e espaços culturais. Acresce que a
localização litoral privilegiada, o património natural e cultural que ainda subsiste e
que urge proteger e recuperar, a tradição e a história de Almada permitem
desenhar para o concelho um turismo cultural de referência, que exige também
ele um urbanismo exigente e judicioso e um vigor económico que insistentemente
tem sido adiado por esta Câmara Municipal. Recorde-se que o CDS foi o único
partido a interpelar sucessivamente a edilidade sobre o estado lamentável de
algum património de elevado valor histórico, como a torre de S. Sebastião, a mais
antiga fortificação marítima do país, em ruína iminente.

8. BEM-ESTAR SOCIAL

ALMADA XXI é uma proposta de desenvolvimento de um concelho. Mas que só fará


sentido se centrada nas pessoas. A justiça social, o apoio às micro, pequenas e
médias empresas, a criação de empregos, a protecção da família e da
maternidade, a erradicação de habitações degradadas, a criação de oportunidades
para os mais velhos, o combate à solidão e à marginalidade e o apoio aos que mais
sofrem, são elementos que nunca poderão deixar de ser prioritários. Numa
sociedade que se quer solidária, com elevados padrões éticos e sempre numa
cultura de profundo respeito pelo valor inalienável de cada vida humana.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO

Clarificar o passado. Compreender o presente. Escolher caminhos para o futuro. O


século XXI desafia Almada a escolher a excelência. Deixarmos de nos conformar
com estratégias medíocres, sem ambição, ―boazinhas‖ num contexto provinciano.
É possível criar uma metrópole moderna, florescente e capaz de se assumir
internacionalmente.

O CDS tem uma visão de futuro para Almada. Ambiciosa, mas não utópica.
Exigente, mas realista. Abrir as portas ao mundo, numa cidade de Liberdade e
Valores, capaz de atrair e promover pessoas e negócios, prosperidade e bem-
estar, tornando-os disponíveis para todos.

UMA METRÓPOLE DE LÍDERES, capazes de reconhecer e atrair boas ideias e


executá-las com inovação. Líderes que vêem as oportunidades e estão aptos para
enfrentar os desafios de um mundo global. Líderes de negócios, de ciência, de
tecnologia e de urbanismo, que mobilizem a comunidade em projectos de futuro.

UMA METRÓPOLE DE VALORES, amiga dos cidadãos e das famílias, capaz de se


guiar com sentido ético num mundo competitivo e em que os cidadãos—
independentemente da idade ou do êxito social conseguido— sejam chamados a
empenhar-se com elevado profissionalismo nas suas actividades. Uma cidade
hospitaleira e cordial. Uma cidade justa e para todos. Uma cidade consequente
com o reconhecimento da sublimidade da vida humana desde a sua concepção ao
seu ocaso natural.

UMA METRÓPOLE DE CONHECIMENTO E INOVAÇÃO, de livre iniciativa e


oportunidades. Que, sustentada num profundo conhecimento da realidade mundial,
nacional e local, possa optar por projectos inovadores com visão de futuro. Uma
cidade que saiba também fazer uma avaliação séria e permanente da execução
desses projectos e que os leve a todos os sectores da sociedade. Uma cidade que
eduque e qualifique os seus cidadãos para os envolver na construção do seu futuro.

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UMA METRÓPOLE DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO, com ensino de qualidade
internacional que possa corresponder à necessidade de líderes e de profissionais
qualificados. Em que se promova o acesso ao conhecimento e à tecnologia. Em que
se premeie a excelência. Em que se faça uma formação profissional criteriosa e de
qualidade em sectores chave. Em que se antecipe a mudança através de respostas
inovadoras. Em que se partilhe responsabilidades entre sectores público e privado
e se procure a liberdade de escolha. Em que o ensino da língua inglesa e das
ciências ocupe um lugar de charneira. E em que se faça uma aposta proeminente
na investigação de ponta, no turismo, na hotelaria e na oceanografia.

UMA METRÓPOLE LIGADA AO MUNDO, em redes de comunidades e negócios,


capaz de partilhar experiências, explorar oportunidades e expandir horizontes, e
que possa integrar-se na rede EUROCITIES, uma associação de importantes
cidades europeias.

UMA METRÓPOLE COM QUALIDADE DE VIDA, competitiva, que atraia profissionais


qualificados, estimule os residentes e aponte caminhos de futuro. Uma cidade que
devolva a prioridade à paisagem, com um urbanismo moderno e exigente, com
uma oferta cultural sofisticada e um crescimento verdadeiramente sustentável.
Uma cidade que recupere o património histórico e as áreas degradadas, que
promova um ambiente qualificado e que seja atractiva nas suas dimensões físicas
e sociais.

UMA METRÓPOLE SEGURA, que proteja o desenvolvimento pessoal e profissional,


que tenha um espaço público ao dispor dos cidadãos, que garanta às actividades
económicas (negócios, indústria, turismo) a oportunidade de se desenvolverem. A
segurança das pessoas é dos aspectos mais visíveis do ambiente urbano. A
prevenção e o controlo do crime, em que o combate à pequena criminalidade seja
assumido e integrado com exigentes políticas de urbanismo, educação, trabalho e
lazer, deverão merecer um profundo empenhamento das autoridades políticas,
policiais e judiciais.

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UMA METRÓPOLE SUSTENTÁVEL, que faça uma gestão moderna e integrada dos
sistemas natural e edificado, que invista fortemente na produção e no uso de
energias renováveis, que faça uma gestão cuidadosa da água, que assuma a
prioridade da agricultura urbana, que promova o planeamento da paisagem e que
construa uma malha de corredores verdes. Naturalmente, fazendo que cidadãos e
negócios assumam a protecção ambiental como garantia do seu futuro, mas sem
alarmismo cientificamente infundado que comprometa o desenvolvimento da
população.

UMA METRÓPOLE DE LIVRE INICIATIVA, com impostos e taxas municipais


reduzidos, que estimule os cidadãos empreendedores e promova uma profícua
colaboração entre os sectores público e privado. Uma cidade que quer ver o seu
potencial de atracção desenvolvido, que seja um destino especial e necessário, que
potencie investimentos a sério, com capacidade de gerar empregos bem
remunerados, com acesso à riqueza fruto do trabalho em vez do rendimento fruto
do subsídio ou de empregos à ―rapariguinha do shopping‖.

UMA METRÓPOLE DE CULTURA, moderna e empenhada na renovação dos centros


urbanos e na recuperação do património histórico, que seja um sofisticado centro
de artes de dimensão internacional e que promova uma indústria de cultura e um
turismo cultural qualificado.

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ASPECTOS FUNDAMENTAIS

A) COLABORAÇÃO PÚBLICO-PRIVADA

A colaboração público-privada combina a acção de instituições públicas com


indivíduos, empresas, associações, organizações e fundações. É um modo racional,
flexível, dinâmico e solidário de alargar a liderança e a capacidade de acção para lá
do domínio público. Com essa cooperação, estende-se ainda a capacidade de
financiamento de projectos e melhora-se a coordenação dos diversos interesses
que confluem na cidade.

Esta colaboração permitirá idealizar e construir uma liderança competente e


legitimada, cuja credibilidade permitirá desenhar e executar de modo eficiente
projectos inovadores e fundamentais para a metrópole.

B) FORMAÇÃO DE QUALIDADE INTERNACIONAL

A materialização de uma ideia de cidade depende dos conhecimentos e das


aptidões das pessoas que, com uma mentalidade empreendedora, os colocarão ao
serviço da comunidade. O programa ALMADA XXI pressupõe a construção de um
sistema formativo de qualidade internacional para que surjam profissionais
qualificados com ideias e liderança capazes de regenerar a metrópole e gerar
riqueza.

O carácter internacional permitirá uma maior conexão com instituições de


excelência reconhecida, melhorando o fluxo de novos conhecimentos e
tecnologias, a participação em projectos de investigação de vanguarda e a
sofisticação cultural.

A qualidade será indispensável para gerar ideias e profissionais de elevada


categoria que, em particular, nutram o tecido empresarial.

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O sistema formativo —que inclui ensino escolar e universitário, formação
profissional, formação permanente e investigação— contemplará a aprendizagem
da cultura empreendedora, capacidade de liderança e espírito inovador.

Por um lado, é necessário fomentar a excelência do ensino universitário existente,


factor de desenvolvimento local. Por outro, é importante atrair novos
estabelecimentos de ensino de qualidade ímpar.

Em particular, a autarquia comprometer-se-á a:


i. promover a criação de um novo pólo universitário, com Faculdade de Ciências
Médicas, Clínica Universitária e Centro de Investigação Médica Aplicada, que
atraia conhecimento científico de vanguarda;
ii. promover a criação de uma Escola Internacional de Hotelaria e Turismo;
iii. promover a criação de um Instituto de Investigação Oceanográfica Avançada;

iv. procurar o alargamento do ensino de qualidade internacional que possa

corresponder à necessidade de líderes e de profissionais qualificados;


v. promover a instalação de um Colégio Internacional de elevado prestígio,
membro da International Baccalaureate Organization;
vi. promover a partilha de responsabilidades entre sectores público e privado e a

liberdade de escolha dos projectos educativos;


vii. apoiar projectos científicos, educativos e de negócios inovadores, capazes de

antecipar os desafios do futuro;


viii. qualificar os cidadãos para enfrentar o repto da inovação, fazendo uma

formação profissional criteriosa e de qualidade em sectores chave;


ix. promover elevados padrões de profissionalismo como meios para uma cidade

com futuro;
x. aprofundar a qualificação do ensino da língua inglesa e das ciências;
xi. generalizar a oferta de Internet sem fios no concelho;

xii. promover a educação para a hospitalidade, o civismo e a cordialidade.

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C) COLABORAÇÃO INTERNACIONAL

O programa ALMADA XXI pretende uma sociedade aberta à cooperação


internacional, que reconhece as tendências mundiais, inquieta, informada, com
elevadas exigência éticas, capaz de captar os recursos intelectuais e as ideias que
são partilhadas mundialmente.

A colaboração e comunicação internacional serão suportadas pelas tecnologias de


informação, que facilitam ligações rápidas e eficientes às fontes de conhecimento
e abrem novas oportunidades de negócio. Essencial será ainda o ensino da língua
inglesa, ferramenta consagrada de comunicação internacional.

A eficiência no desenvolvimento do conhecimento requer a participação nas redes


de conhecimento avançado relativas a uma determinada área, quer através da
participação em projectos de investigação comuns, quer através do
estabelecimento de bolsas de estudo pós-graduado em equipas de renome.

D) MODERNIDADE CULTURAL

A afirmação de Almada no plano internacional exige a capitalização de todo o


património existente, ao mesmo tempo que se abre aos movimentos de vanguarda
mundial.

A modernidade cultural pressupõe a existência de uma sociedade interessada,


coesa e que progride em todos os seus sectores, aberta, criativa e inovadora.
Implica também a modernização urbanística, paisagística, económica e
tecnológica.

Uma sociedade culta deverá ser uma sociedade educada, solidária, cooperante,
imaginativa, empreendedora e optimista, capaz de antecipar e abraçar os desafios
do futuro.

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No âmbito do programa ALMADA XXI, a autarquia de Almada comprometer-se-á a:
i. promover a investigação, a preservação e a restauração do património cultural
como factores geradores de identidade e pertença, de atracção turística
qualificada, de emprego e de desenvolvimento económico e social;
ii. promover o estudo arqueológico e a recuperação da Torre de S. Sebastião
(Caparica);
iii. recuperar a Quinta do Almaraz (Cacilhas) para fruição paisagística, lazer e

turismo cultural;
iv. promover a protecção e a requalificação do Palácio e Quinta da Família Gomes

e da Nora de Ferro (Cova da Piedade);


v. converter o Forte de Almada numa pousada de elevada qualidade;
vi. recuperar as Baterias de Raposeira e Alpena (Trafaria) e integrá-las em

roteiros turísticos de elevado interesse cultural;


vii. recuperar a Capela de S. João da Ramalha;

viii. promover o restauro da Capela de S. Tomás de Aquino (Caparica);

ix. promover a requalificação e reutilização agrícola da Quinta de Santa Rira

(Pragal);
x. adquirir e recuperar a Quinta do Monserrate (Charneca de Caparica) para fins
culturais;
xi. recuperar a Quinta de São Lourenço (Pragal), de elevado valor monumental e

paisagístico;
xii. incentivar profissões de carácter artesanal;

xiii. instalar um Museu de Arte Contemporânea nos terrenos da Margueira, que

possa tornar Almada num sofisticado centro internacional de artes.

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E) CIDADE SAUDÁVEL E SEGURA

O aumento da esperança de vida e a crescente sensibilização dos cidadãos perante


hábitos de vida saudáveis motivam as cidades a oferecer condições para o
desenvolvimento das capacidades pessoais e profissionais.

Por outro lado, a segurança dos cidadãos e da propriedade é indispensável à


fruição do espaço público e ao desenvolvimento das actividades económicas,
culturais e de lazer.

O direito civil fundamental de sentir segurança nas ruas e em casa não pode ser
posto em causa por preconceitos ideológicos que levam a interpretar o crime como
consequência da pobreza ou do desemprego e a tratar os criminosos como vítimas.

A complexidade do fenómeno obriga à concomitância da prevenção de causas que


geram insegurança, de uma acção firme e coordenada perante actos contrários ao
bem comum e da punição da pequena criminalidade. A melhoria da segurança
obriga ainda a cuidadas políticas urbanas de infra-estruturas, habitação, educação,
trabalho, cultura e lazer.

A autarquia de Almada comprometer-se-á a:


i. procurar um policiamento de proximidade;
ii. criar um corpo de Polícia Municipal, ao serviço dos cidadãos e da ordem nos
espaços públicos;
iii. combater os pequenos delitos, a vadiagem e o vandalismo no espaço público;

iv. conservar a integridade, a limpeza e a ordem no espaço público;

v. criar um plano de combate a graffiti e tags;


vi. garantir uma iluminação pública eficiente;

vii. fazer cumprir a lei do ruído.

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F) REGENERAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA

A situação hodierna de Almada exige um crescimento inteligente que abandone o


modelo extensivo estimulado durante décadas em favor da racionalidade e da
qualidade. Sem perder de vista a dimensão social, que integre aspectos
económicos, de emprego, de formação, de segurança, ambientais, paisagísticos e
de transportes.

No âmbito de um novo paradigma de gestão do espaço urbano e da paisagem, a


autarquia comprometer-se-á a:
i. criar e divulgar critérios urbanísticos modernos e exigentes, com uma
interligação profunda entre espaço natural e espaço edificado;
ii. proteger a paisagem como património fundamental do concelho;
iii. utilizar a zona ribeirinha para zonas residenciais e comerciais de qualidade,

zonas verdes modernas, percursos ribeirinhos de grande qualidade


paisagística, oferta diversificada de hotelaria, zonas de lazer e de projectos
científicos, educacionais e culturais inovadores;
iv. começar a criação de uma rede de corredores verdes pelos percursos Cova da

Piedade – Charneca de Caparica e Cacilhas – Porto Brandão;


v. introduzir no concelho funções agrárias compatíveis com a esfera urbana,
hortas sociais e jardins de produção;
vi. proteger as terras de vocação agrícola da Costa de Caparica;

vii. incentivar a agricultura biológica, a preservação dos solos e das linhas de água,

a floricultura e a produção e reaprendizagem do uso de plantas medicinais;


viii. qualificar toda a frente ribeirinha e marítima;

ix. investir fortemente numa limpeza urbana diária e eficiente;

x. promover a existência de logradouros interiores com aproveitamento da água


da chuva para rega e limpeza;
xi. substituir contentores de resíduos domésticos e ecopontos por modelos

enterrados;
xii. controlar a população de pombos, pragas e animais abandonados;

xiii. procurar a reformulação do Programa Polis, corrigindo os erros paisagísticos,

ambientais, urbanísticos e técnicos;

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xiv. substituir progressivamente a iluminação pública por sistemas modernos,

eficientes e antipoluição luminosa;


xv. adoptar uma iluminação suave e ao nível do solo em zonas ribeirinhas,

permitindo a observação do céu;


xvi. promover a animação cultural e o lazer no espaço urbano;

xvii. reformular a rede do MST e colocá-lo ao serviço efectivo da população;

xviii. reabilitar a rede viária e assegurar a sua manutenção eficaz;


xix. melhorar a acessibilidade e mobilidade de cidadãos deficientes;

xx. promover a reconversão de alguns edifícios em silos de estacionamento;

xxi. controlar o estacionamento irregular;

xxii. extinguir a Ecalma.

G) SISTEMA SÓCIO-ECONÓMICO INOVADOR, COMPETITIVO E SUSTENTÁVEL

A sustentabilidade, entendida como um crescimento compatível com os recursos


naturais e o ambiente, implica que a prosperidade, o desenvolvimento económico,
a qualidade de vida e um ambiente urbano de grande qualidade devem ser tratados
como um sistema inseparável.

Ela envolve o respeito pela dignidade e integridade de cada pessoa, o uso eficaz de
recursos e a reutilização de materiais, solos e edifícios.
A autarquia comprometer-se-á a:
i. usar cartas patrimoniais na avaliação de investimentos;
ii. investir fortemente na produção e no uso de energias renováveis;
iii. impedir a excessiva impermeabilização de solos que resulta de uma política de

urbanização em densidade;
iv. recuperar solos contaminados;

v. alterar a gestão da água, evitando o desperdício de água potável para rega e


lavagem de ruas, em que pode ser usada água de chuva infiltrada devidamente
aproveitada;
vi. proteger e melhorar as áreas naturais existentes;

vii. definir critérios para atribuir derrama zero a empresas amigas do ambiente;

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viii. estimular a construção de edifícios bioclimáticos;

ix. fazer cumprir a lei do ruído;

x. promover transportes públicos pouco poluentes;


xi. impedir a reabilitação da Via Turística, já reprovada em via judicial, dado o seu

impacto irreversível no património natural;


xii. procurar a deslocalização dos complexos industriais ribeirinhos, elementos

fortemente perturbadores da paisagem e da fruição do rio.

Por outro lado, o desenvolvimento económico deverá contemplar a autarquia


enquanto parceiro, que estimule cidadãos empreendedores e facilite as actividades
individuais e empresariais. A máquina autárquica, pesada e inchada com o dinheiro
dos cidadãos, não pode continuar a ser uma agência de emprego para prosélitos
partidários e a entorpecer a energia das forças vivas da cidade. O programa
ALMADA XXI pretende uma autarquia amiga dos contribuintes que se
comprometerá a:
i. reduzir a carga fiscal sobre os cidadãos proveniente do imposto municipal
sobre imóveis (IMI) e das taxas municipais;
ii. reduzir a carga fiscal sobre as empresas em sede de derrama, dinamizando o
tecido social e económico e atraindo investimentos avançados;
iii. assegurar uma gestão eficiente, equilibrada e transparente dos serviços

municipais, evitando o esbanjamento de recursos públicos;


iv. simplificar os processos burocráticos e o acesso de cidadãos e empresas à

autarquia;
v. assegurar a resposta em curto prazo a todos os munícipes que interpelem a
Câmara Municipal;
vi. reduzir a dimensão da administração local e melhorar a sua eficácia;

vii. cessar o financiamento de programas irrelevantes;

viii. reduzir a despesa corrente do município;

ix. negociar os contratos de obras públicas de modo a evitar o agravamento do

orçamento inicial;
x. estabelecer parcerias público-privadas eficientes e inovadoras.

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H) COMUNIDADE INTEGRADA E INTEGADORA

Uma comunidade integrada e integradora é um aspecto fundamental que suporta o


carácter atractivo de uma cidade.

Numa comunidade integrada as pessoas participam por igual e sem distinção de


obrigações e direitos de cidadania, evitando-se a exclusão de uma parte da
população do processo de desenvolvimento e bem-estar. Em particular, considera-
se essencial a protecção da família enquanto célula essencial do equilíbrio social e
do desenvolvimento das pessoas.

Uma cidade integradora é aberta e cosmopolita, e aceita e respeita a diversidade


comprometida com os objectivos comuns da comunidade.

A autarquia de Almada comprometer-se-á a:


i. criar tarifas familiares de água, que tenham em consideração o número de
elementos do agregado familiar;
ii. coordenar os horários das creches com os horários laborais dos pais;
iii. estimular o desenvolvimento de empresas familiarmente responsáveis;

iv. incentivar as famílias numerosas;

v. promover a acessibilidade de cidadãos deficientes do ponto de vista


arquitectónico e perante as novas tecnologias de informação e comunicação;
vi. reforçar o apoio às instituições de apoio social e de defesa da vida e da

maternidade;
vii. lutar por um acesso eficaz e atempado aos cuidados de saúde.

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O programa ALMADA XXI assume como prioritária a valorização social e a
qualidade de vida dos mais velhos. Em particular, dever-se-ão ter em conta os
idosos sozinhos e de baixos rendimentos. A autarquia deverá comprometer-se a:

i. criar o Gabinete Municipal para os Idosos;


ii. promover a assistência de enfermagem e aquisição de medicamentos;
iii. apoiar a assistência energética e de climatização;
iv. promover o apoio doméstico para pequenas reparações;
v. criar parcerias de voluntariado com escolas para companhia a idosos e
transporte de compras;
vi. reforçar os centros de dia e o apoio domiciliário;
vii. assegurar apoio jurídico;

viii. criar uma rede de transportes municipais;

ix. promover a formação cultural e encontros educacionais;


x. criar um programa de voluntariado e participação social para idosos.

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PROJECTOS MOTORES

1 – METROPOLIS XXI

Este será o projecto prioritário para criação de uma cidade moderna de referência
internacional, centrada na qualidade de vida, na inovação e no conhecimento.
Exigirá a mobilização de muitos recursos, mas o seu êxito gerará muitos benefícios
para Almada.

Envolverá a regeneração de toda a paisagem urbana e dos núcleos históricos, a


criação de um parque de inovação e conhecimento, o investimento prioritário na
limpeza, manutenção e segurança do espaço público, a dignificação da estrutura
edificada, a integração do sistema natural, a melhoria das acessibilidades, dos
transportes público e do estacionamento e a definição da estrutura fundamental de
Almada, cidade de qualidade de vida, inovação e conhecimento.

2 – ALMADA, CIDADE ESTENDIDA AO MAR E AO RIO

Este projecto é um elemento essencial na criação de uma cidade atractiva e na


concepção sistémica do ordenamento territorial. O conceito de base para estender
a cidade ao mar e ao rio é a de uma malha de corredores verdes, espaços abertos
ao longo da costa que modelam a forma urbana e ligam pessoas e lugares.
Incluirão trilhos para caminhadas, oportunidades de recreio e actividade física,
hotelaria, turismo cultural, investigação científica, conservação biológica e
produção.

Uma forma moderna de planeamento urbano, de grande relevância e conexão com


o projecto Metropolis XXI.

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a) Zona Ribeirinha

A discussão em torno dos antigos terrenos da Lisnave tem estado focada na


quantidade do betão a erguer, não na estratégia de desenvolvimento para uma
zona tão relevante e o seu papel no modelo de cidade que desejamos para Almada.

De um lado está o Plano de Urbanização da Frente Ribeirinha Nascente, de


iniciativa camarária. É preciso voltar a dizer que este projecto se funda numa
metodologia de trabalho com erros científicos grosseiros (que mais não fizeram do
que conduzir os inquéritos iniciais a um cenário previamente determinado) e prevê
a concentração naqueles terrenos de cerca de 10% da população actual do
concelho. Do outro, propõe-se a construção de um novo espaço urbano denso e
alto, à custa de arranha-céus com o Tejo aos pés.

A proposta do CDS para a zona ribeirinha inclui a instalação do Museu de Arte


Contemporânea, que possa tornar Almada num sofisticado centro internacional de
artes. Acompanhado da criação de zonas residenciais e comerciais de qualidade,
de zonas de lazer e de projectos científicos, educacionais e culturais inovadores,
integrados em corredores verdes de elevado valor paisagístico, histórico, humano
e ecológico. Não é um mero projecto de construção. É uma opção que marca o tom
de uma estratégia de futuro e determina a urgente devolução do rio aos cidadãos.

b) Costa da Trafaria

A localização privilegiada da Trafaria, banhada pelo Tejo, dotada de importante


área de Reserva Ecológica Nacional (REN) e de um interessante património
histórico, permitem projectar para aquela vila um futuro de grande qualidade,
integrando-a em roteiros turísticos como uma ―pérola‖ ribeirinha e
proporcionando à sua população a geração de empregos e de riqueza.

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É inaceitável, pois, a elaboração de projectos que se sustentem em mais
construção civil desregrada e em pressão rodoviária sobre este território. A
invasão da REN para alegada habitação social, em lugar de um plano de
recuperação dos edifícios existentes, a construção de um impensável túnel de
ligação a Algés e a conversão de paisagem natural de elevado potencial em
obsoleto parque urbano não são soluções de modernidade que sirvam os
interesses de uma população esquecida há demasiados anos.

O CDS propõe que o plano para esta costa preserve a identidade histórica da vila da
Trafaria e as características piscatórias da Cova do Vapor. Há que promover o valor
paisagístico natural de toda a zona e a recuperação das Baterias de Raposeira e
Alpena (fortificações do século XIX e ímpares no país) é impreterível.

O plano apresentará níveis de construção de baixa densidade e de mérito


arquitectónico e terá em conta um turismo que se pretende restrito mas de
elevada qualidade, o que permitirá preservar a integridade do território.

O desenvolvimento de uma estratégia para a costa da Trafaria terá que ser


estendido a Porto Brandão, que se constituirá como outro polo de marcada
identidade, dotado que está de um valioso património histórico.

A Torre de S. Sebastião é uma fortaleza do século XV localizada entre as enseadas


de Porto Brandão e da Paulina, mandada edificar por D. João II para, em conjunto
com a Torre de Cascais, promover a defesa da entrada do rio. O seu nome data de
1570, quando a torre foi reedificada. A designação Torre Velha foi adoptada pelo
povo, em oposição à mais recente Torre de Belém. Segundo Raul Pereira de Sousa,
um profundo conhecedor da história de Almada, a torre é um dos mais notáveis
monumentos militares do estuário do Tejo e a mais antiga fortificação marítima
portuguesa. O monumento tem permanecido no esquecimento, ameaçado por
graves problemas de estabilidade e sem qualquer estudo arqueológico. O seu
estado de abandono é um exemplo expressivo da estratégia de desenvolvimento
em que Almada tem prosseguido. O CDS, durante o mandato na Assembleia

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Municipal de Almada, concretizou em duas moções o compromisso feito durante a
campanha eleitoral, exigindo a recuperação do imóvel e a requalificação de toda a
zona.

c) Frente de Praias

O Programa Polis nasceu como o arrependimento público dos autarcas que


submergiram o concelho em betão — que é, aliás, o grande desígnio assumido no
Plano Director Municipal — e de vontades mais ou menos megalómanas de
governos que resolveram pôr alguma ordem na paisagem.

Mas se o Polis da Costa de Caparica nasceu cheio de propósitos de requalificação


paisagística, ambiental e urbana, os seus desenvolvimentos revelaram conceitos
de ordenamento obsoletos, intenções pouco claras e decisões extravagantes. Isto
tudo, claro, de costas voltadas para a população local, sujeita às arbitrariedades de
interesses que mais alto de levantaram. Ainda por cima, com um custo
elevadíssimo!

Grandes parques de estacionamento em cima das praias, a recompensa da


ocupação e vandalização do espaço público e das negociatas de compra e
arrendamento de barracas, estradas com faixas de rodagem de 6,5 metros e uma
estrada prolongável até à praia, aumento da pressão imobiliária e viária sobre o
litoral, o ―despejo‖ para cima da população da Charneca de 17 mil utentes de
parques de campismo e de mais de 2500 lugares de estacionamento, a destruição
de uma apreciável mancha florestal dentro de uma zona protegida de «importante
valor natural», falta de estudos de ruído e pressão sobre áreas naturais e
residentes, o saque definitivo às Terras da Costa, entregando zonas de uso agrícola
à construção e ao asfalto, são alguns exemplos do conceito de «naturalidade» e
«contemporaneidade» deste Polis.

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Dir-se-á que, com o Polis, a Costa de Caparica ficará melhor do que é hoje. Não há
qualquer dúvida. Os anos de laxismo político de que foi vítima são indecorosos. Mas
eles não legitimam que, ao abrigo de uma requalificação urgente, se passe ao lado
de uma enorme oportunidade.

Por tudo isto, este Polis não é «estruturante». Este Polis não serve. É
economicamente desastroso, urbanisticamente ultrapassado, tecnicamente
incompetente, ambientalmente lamentável. O CDS manteve sempre uma oposição
firme e coerente na Assembleia Municipal aos seus planos de pormenor. E exige a
sua reformulação, num planeamento global que não converta o litoral do concelho
em mais um foco de pressão imobiliária e viária e tenha em conta os interesses da
população residente e de um futuro sustentável de grande qualidade que se pode
assegurar à costa de Caparica.

3 – METRÓPOLE DE CONHECIMENTO E INOVAÇÃO

A geração e atracção de conhecimento, a internacionalização da cidade, a


promoção de lideranças fortes e a capacidade de antecipar mudanças são
elementos fundamentais para dar resposta às necessidades actuais e futuras da
cidade. O acesso às fontes de conhecimento avançado, a formação contínua de
qualidade ao longo da vida e a investigação em sectores chave serão privilegiadas.

De acordo com a estratégia definida nas páginas anteriores, este projecto incluirá
a criação de um parque destinado à promoção de actividades de carácter
fortemente inovador, de um complexo de ciências médicas, de um instituto de
investigação oceanográfica, de uma escola de hotelaria de prestígio internacional,
e de um colégio privado IB world school. Implicará, ainda, o reforço do parque
tecnológico e da ligação à Faculdade de Ciências e Tecnologia, o ensino qualificado
da língua inglesa e a oferta de Internet sem fios em todo o concelho.

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VALORES

A execução das infra-estruturas tem de ser fundada nas pessoas, que as utilizam e
optimizam. Na construção da cidade são os valores que definem a comunidade. A
cidade é, em última leitura, um ponto de encontro de pessoas que partilham
valores.

A implantação de valores numa sociedade requer uma estratégia progressiva, que


permita que sejam identificados, alargados e assumidos por uma proporção
crescente da população.

O programa ALMADA XXI identifica sete valores essenciais, que rasgam horizontes
para um novo paradigma urbano: profissionalismo, consciência de cidadania,
hospitalidade, coesão social, valorização da família, dignidade da vida humana e
identidade.

Fazer bem as coisas, com pessoas bem preparadas, solidárias, acolhedoras


criativas e capazes de antecipar a mudança, e com vontade de conhecer, aprender,
ensinar, partilhar e servir em toda a sua vida.

Uma comunidade respeitadora da dignidade inalienável de cada vida humana, que


reconheça a família como célula fundamental da vida comum. Uma sociedade que
proteja e incentive a maternidade e a participação dos mais velhos. Uma cidade
atenta às necessidades específicas dos deficientes.

Pessoas com um sentimento de identificação e pertença à metrópole,


comprometidas na construção do seu futuro, num local onde o potencial humano
possa ser desenvolvido como força motriz da criatividade e do progresso.

Almada capital de inovação, qualidade de vida, cultura e conhecimento. Uma cidade


global que aposta nas pessoas e se assume como um vibrante motor de iniciativa,
liberdade e bem-estar.

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