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bruno nobru

(2008-2009)
1 ano, 2 anos,
a vida vai passando
e os cães latem
a integridade se desintegra,
negligencia a noção de si
os caminhos vão - não-lineares

as escolhas decidem
seguir ou não
elas podem se associar
ou não
desprivo a baboseira da unidade
voando por multiplos espaços

o tempo de construir
também destrói
eu e você o fazemos o tempo todo
e podemos desfazê-los também

quem blá mais vai atrás


e o ser humano anda
cada vez mais
cansado dele mesmo
todos gostam de mentiras
ela conforta e anestesia a vida

o corpo, como um todo, é influenciável


e ele influi no funcionamento dele próprio

não é pensando que falamos o que queremos


mas
sacando o que queremos
que fazemos o que sentimos
sem moral
porque a moral é inimiga
de meu eu autêntico
teatro: a encenação da vida cotidiana

muitos estão encenando, diariamente,


o tempo todo, como num filme

tal como atores representam,


sem receber nada em troca
- só por representar,
escravos da aparência e do hábito

a preocupação não esta em ser,


mas em parecer ser

numa necessidade de afirmar


alguma existência,
seja ela qual for

e quem não consegue ser o que é,


faz teatro pra tentar ser o que não é
de repente
o tempo foi lenteando
a chuva foi descansando o chão
o frio, o cansaço e o sono

as imagens chamando a mente


senti vontade em tê-las para recordar
- a satisfação da contemplação -
e sentir outros ares...

o corpo está pesado


a mente embaralhada e cheia
sentindo vontade de esvaziar
tudo de uma só vez, que nem chuva forte

mas pinga fraco


e é mais fácil tomar um café
ou desviar o pensamento
pq bolso furado não para em pé

a parada de processos
e o homo-sapiens se fez assim
não há caminhos programados para a vida
cada um se constrói e acontece no dia-a-dia
somos afetados e afetamos
os meios e pessoas que transitamos

as questões são..
o quanto se afeta ou se deixa ser afetado?
quais são os sentidos e significados criados?
por onde o desejo passa?

cada um de nós somos vários


há o que nos aproxima de mais próximo e de mais distante
e já não somos somente nós mesmos, mas fomos alterados,
esticados, aspirados, corroídos, multiplicados, ...

tudo isso é vida, energia e expansões


a doença é o aprisionamento, a parada de processos

aos poucos vamos apreendendo a selecionar


o que convém ao nosso corpo e o que não convém
o que com ele se compõe, o que tende a decompô-lo
o que aumenta sua força de existir, o que a diminui
o que aumenta sua potência de agir, o que a diminui
vamos nos compondo e arteando

só que nos enganamos também


pois nosso corpo por vezes muda sem mesmo nos avisar
e toda nossa paixão aumenta nossa potência em agir
ainda vai levar um longo tempo
pra se perceber que a gente não é algo pronto,
mas que estamos num constante movimento
do fluir da vida

ingênuo o que tenta me julgar


como algo definido e estático,
tão simplista e parecido com si mesmo...

está muito claro que eu somos diferentes,


e que eu não sou você
o que difere os seres humanos dos animais
é o telencéfalo altamente desenvolvido
e o polegar opositor.

o que difere os seres humanos


de outros seres humanos
é o dinheiro
que proporcionou
- além do acúmulo de alguns
e da miséria de outros
a liberdade para consumir
e ser consumido -

deus está morto: isto não é uma ficção,


é essa a real que se esforçam pra esconder
dos seres humanos,
mas caminha ao nosso lado
o que alguns cientistas
falam e escrevem
afetam as nossas maneiras
de sentir, perceber, pensar
e
de como se inserir no mundo

mas, não é com o olho


nem com o cérebro deles
que acontece a nossa vida

já tá mais que na hora


de nos separar
dos ditos eruditos,
de todos os parâmetros
esquematizados e formulados,
de todas as hipóteses
e de toda a autoridade
que herdamos ceder a ciência
pra não viver a nossa vida

e perceber que a minha vida


é minha
e quem escolhe
julga, decide ou adora
seja o que for
sou eu e quem eu aceitar
minha raiz é meu passado
- minha história

meus galhos são meus caminhos


- que estou percorrendo

e minhas folhas são lançadas por onde passo..

nas palavras que falo,


nos riscos que escrevo,
nos sons que emito,
e até no grito que não gritei
professores tentam ensinar
geralmente o que eles não fazem
ou o que não sabem fazer
só sabem falar..

eles não tem tempo pra fazer o que falam


pois trabalham dando aulas
e falando do que e como deve ser
sem mesmo ter experiência do que é

os trechos vão indo


caminhando com a vida
agora não terminou
nunca está pronto
(sempre em processo)
dias brancos
dias azuis
dias

noites passam
tempo

vida casa
nada

muito
resta-me a dor

de me dar o que mereço

num dado ardor de ver

a face que me rói

o resto do meu rosto

a cor do ar que vem

colorindo o ido no voltar

no ato de poupar a falta

e violar o excesso
a escrita é uma expansão do indivíduo
do que é dele mesmo

não há limites para expandir e interiorizar

o tempo não se gasta,


se vive

o título fica depois do texto


só depois da vivência que a descreve
não há como compactar algo que não foi

ou do contrário permanece
imerso na idéia do que não há

.do texto.
tem momentos que o melhor é não falar
nem ouvir nada

meus temperamentos mudam


tanto quanto o clima
tanto quanto o vinho
que por vezes nem sei

o ônibus ta andando
me carrega eu parado
cansado, sono e gosto de remédio
olhando, olhando quieto, profundo
quando não se cria sentidos pra vida
vivemos sentidos dos outros e da mídia

vivendo com motivos de sentidos


e etapas de caminhos
uma coisa é o que acreditamos
outra são os papeis que interpretamos

como somos vistos e reconhecidos


é diferente do que somos
não importa para qual lado jogar
mas o que se faz consigo mesmo
as coisas vão se fazer fazendo..
em conexões entre pessoas e objetos
e conexões entre eu comigo mesmo

todos os modos de subjetividade são lícitos

cada um é um planeta
com espaços, territórios, expansões
voando sobre paisagens num pluriverso
acontecendo entre uma e outra vivência

a torrente faz rizoma com a vida


e nós fazemos rizoma com os pares
com os mares e o mundo
por mais imundo que este pareça ser

raízes, galhos e travessias,


o que acontece entre o nascimento e a morte
cada um com seu tempo de vida e de pausa
pós guerra em guerra (bruno nobru)

trechos escritos entre o meio do ano de 2008 até o


começo de 2009, em pouso alegre, mg, por mim
mesmo, a vida que levo, as coisas que vejo, os ares
que sinto, e até pelo grito que não gritei...

é livre a reprodução total ou parcial


(copie, misture, transforme, crie)

quer mais?.. nobru.vze.com


diálogos via: trocarletras@gmail.com

interprete-os como quiser


e saiba que a tua interpretação é tua
pode não ter nada a ver comigo

galhos.net

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