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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2 a Quinzena de Julho de 2009


Ano XXIX - No. 1067 Modesto, California
$1.50 / $40.00 Anual

As vindimas estão por aí...

ANIVERSÁRIO Pelo S. Martinho prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te faz dano...

90 Anos a Servir de pintura de Connie Bettencourt, no bar do FDES de Monterey

Vestíbulo para o Céu Portuguese Fraternal


Society of America
Quatro das cinco Sociedades Frater- Lagenbacher, que falou sobre os bene-
nais Portuguesas com sede no Esta- fícios desta fusão. David Lagenbacher
do da California, IDES, SES, UPEC explicou com detalhe que as vanta-
e UPPEC, estiveram reunidas numa gens da fusão destas quatro socieda-
Sessão Especial, no fim de semana de des assegurará longevidade e sucesso
20 e 21 de Junho de 2009, no Hilton no caminho do futuro.
Hotel, em Newark. A SES e a UPPEC fizeram-se repre-
Devido a ser uma sessão especial, só sentar por Chris Nowatarki e na re-
um tópico foi permitido para discus- presentação da IDES e UPEC esteve
Todd Martin, como seus advogados.
“Uma igreja para todo o cristão deve ser Houve muita discussão sobre o assun-
o vestíbulo para o Céu, nenhum lugar to em cada encontro, como seria nor-
na terra nos deve merecer maior venera- mal nestas circunstâncias, mas no fim
ção”. prevaleceu a maioria, que aprovou a
união das quatro sociedades. As emo-
Foi assim que Monsenhor Henrique Augus- ções do momento foram compreendi-
to Ribeiro, visionário fundador da Igreja das por todos, pois cada uma destas
Nacional Portuguesa das Cinco Chagas, se são e o assunto era a fusão destas qua- sociedades tem mais de 100 anos de
tro sociedades. actividade.
dirigiu aos paroquianos que a 13 de Julho de IDES e UPPEC encontraram-se no O nome escolhido para a nova orga-
1919 inauguraram aquela igreja. Sábado e a UPEC e SES no Domin- nização foi “Portuguese Fraternal
go. Em todas as quatro sessões esteve Society of America” e a fusão terá
Parabéns à NOSSA presente um representante do Califor-
nia Department of Insurance, David
lugar oficialmente no dia 1 de Janeiro
de 2010.

Igreja! portuguesetribune@sbcglobal.net • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com


2 SEGUNDA PÁGINA 15 de Julho de 2009

Crónicas do Perrexil
J. B. Castro Avila
EDITORIAL
Experiência única de vida Hoje vou Já em 2004 tinha recebido o “Facul- de Orange, California, com 11 mil
apresen- ty Excellence Award” e em 2003 foi alunos, e sempre que pode assiste às
t a r-vo s o “commencement speaker” do seu nossas festas tradicionais do Sul da
Há tanta coisa para escrever e o espaço está-se a tornar um jo- Colegio. California.
pequeno. Tantos assuntos que nos chegam às mãos e que vem pro- Tem tido uma vida profissional ex- Tem sido um professor altamente
valem a pena discutir com todos vós. fessor tremamente rica e goza no dia-a-dia reconhecido pela sua Escola e muito
Gostaria de falar-vos hoje da nossa experiência como assistente de filosofia, Marcelo Pi- aquilo que faz. Bom exemplo. em especial pelos seus alunos.
jurado no Tribunal de Modesto. mentel, que já foi professor do ano Nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, e * Aproveito também para mostrar-
É uma experiência que todos deveríamos ter. Pela primei- em Orange County em 2004-2005, seus pais são da Terceira. vos a foto da Filarmonica da Agualva
ra vez, compreendemos que a justiça dos jurados é muito ganhando um cheque de $15,000 do- É muito envolvido na sua escola, de 1942, restaurada por José Enes.
mais sábia e mais valiosa, do que a justiça de um juíz, lares, além de um troféu. Santiago Canyon College na Cidade Conhecem alguém?
muitas vezes desfasado do mundo, e que só conhece parte
da vida através dos livros de Direito que leu.
Doze pessoas, de diferentes experiências profissionais,
exercitam o seu direito constitucional de punir ou mandar
em liberdade, quem prevaricou, ou quem, acusado foi in-
justamente. Convém dizer que hoje em dia com as provas
do DNA, a justiça ficou mais justa, as deliberações mais
científicas e racionais.
Claro que há jurados e jurados. Toda a gente se lembra do
que se passou com um célebre jogador de futebol ameri-
cano. Quando um jurado age em razão da sua etnia e do
nome do envolvido, então esses jurados estão a prestar
um mau serviço à justica e deveriam ser punidos.
Sinceramente aconselho todos a terem esta experiência
de vida que é única.

Normalmente falamos de gripes no Inverno, não em ple-


no verão. Infelizmente a nova gripe veio para ficar, e todo
o cuidado é pouco.
Ainda ontem lemos no Modesto Bee, o testemunho de
uma senhora americana àcerca dos cuidados que recebeu
ao chegar ao Aeroporto da Terceira. Ficou impressionada
positivamente e perguntava porque é que não se faz a
mesma coisa na America, sendo este País tão exposto à
movimentação de pessoas de todo o mundo.
Um bom exemplo vindo dos Açores. De aplaudir e de
recomendar.

jose avila

Year XXIX, Number 1067, July 15, 2009


COLABORAÇÃO 3

Tribuna da Saudade
Ferreira Moreno
Lembranças de São João

V
Vai de roda, vai de roda, Venho de ver as fogueiras, manhã encarregar-se-ia de abrir
em já dos tempos an- Não há dia mais bonito Da fogueira ao luar, Que se acenderam no céu. este ou aquele papelinho com o
tigos a tradição ates- Que o dia de S. João, À procura da donzela nome do futuro noivo. Acontecia,
tando que a água está É de todos o maior Que contigo irá casar. Donde vindes S. João, no entanto, que alguns rapazes
benta no dia Que consegue ter o Verão. Com uma capa de chita? malcriados tinham a “mania” de,
de S. João, desde as ondas do mar Num testemunho do saudoso Venho de ver as fogueiras encobertos pela noite, andarem
embraçando as ilhas às gotinhas Pega lá nessa viola, Manuel Inácio de Melo obtive Da Senhora Santa Rita. p’los quintais abrindo os bilheti-
de orvalho do sereno enroupando Toca nela com paixão, a informação que, antigamen- nhos.
a madrugada. Por isso, em pre- Como tocava meu pai te as famílias organizavam uma Lá vem S. João abaixo,
núncios de alegria esfuziante, a Nas noites de S. João. burricada p’ra ir ao mato apa- C’o’a capa cor de fogo; Botei sortes ao sereno
gente das ilhas ia banhar-se no nhar louro verde p’ra queimar Que vem de ver as fogueiras Na noite de S. João;
mar e dispersava-se por ribeiras Neste momento estou a lembrar- nas fogueiras. Assim, “era rara a Da Senhora do Socorro. Aquele que m’as roubou,
e nascentes, lagoas e fontanários, me da folia criada à volta das casa que, à noite, não tinha à sua S. João secai-lhe a mão.
numa peregrinação feita de can- fogueiras na noite de S. João, porta uma fogueira feita só com S. João é divertido,
torias e ramalhetes de flores. com os rapazes saltando numa louro do mato e do macho (folha Amigo das brincadeiras, S. João não me deixes
Nos quintais, era costume deixar- algazarra, enquanto as raparigas larga) que estala melhor. As fa- Abençoa as criancinhas Na incerteza e na dor;
se ao sereno um alguidar com mais afoitas davam pulos e griti- mílias saíam p’rà rua p’ra ver as Quando saltam as fogueiras. Traz-me aquele que será
água, cumprindo uma crendice nhos semelhantes a guinchos de fogueiras maiores ou menores e P’ra sempre o meu amor.
de longa data que atributava a garajaus. o rapazio a saltá-las. As ruas fi- Tempos de inocência, certamen-
essa água grandes virtudes. A alegria desdobrava-se em ro- cavam cheias de fumo cheiroso, te, sem maldade nestes e tantos O extenso número e variedade de
Bebia-se, então, a água p’ra re- dos de gargalhadas sempre que o que entrava nas casas de portas outros divertimentos típicos da sortes revestia-se duma extraor-
juvenescer a velhice e abater o lume “pegava” no cú das calças e janelas abertas, e servia p’ra quadra anual de S. João quan- dinária curiosidade, perfazendo
quebranto. Era crença, igualmen- dos rapazes e “pelava” as pernas as desinfectar das epidemias, da do, por exemplo, a gente “tirava um rol de usos e costumes, tra-
te observada, em amassar o fer- das raparigas. gripe, do sarampo, papeira, tosse as sortes” com uns papelinhos dições e superstições, revertendo
mento com essa água benta. convulsa, etc.” (Santos Tempos, onde estavam escritos os nomes em meiguice e garridice, desmo-
Daí resultava um pão saborosíssi- Em noite de S. João Usos & Costumes Tradicionais, de namorados e desejados, que as tivando assim a monotonia das
mo, que não só nos regalava, mas Junto à fogueira te vi; Edição 1993). raparigas escondiam cuidadosa- nossas ilhas de bruma e pacatez.
também nos livrava das malditas O lume não me queimou, mente lá fora nos quintais.
doenças provocadas por maus Mas ardi d’amor por ti. Vamos, raparigas, todas, Lá do céu caiu um cravo
olhados. Ao rosmaninho que cheira, Na noite de S. João Na manhã de S. João;
Vamos saltar as fogueiras Na noite de S. João, Põe sortes à madrugada,
Tu é que és o meu bem,
Em chegando o mês de Junho, Com grande satisfação, A fazer uma fogueira. P’ra ver que nome te sai
Descansa o teu coração.
Mês da minha devoção, P’ra vermos qual de nós Na sorte desenrolada.
Vou festejar o meu Santo, É que abraça o S. João. Donde vindes, S. João,
Que vindes tão molhadinho? Eu só vi nascer o Sol S. João era moreno,
Meu querido S. João.
Dizer o sim certo dia Venho de ver as fogueiras, No dia de S. João, E moreno o seu amor;
O vinte e quatro de Junho Foi a minha perdição, De colher o rosmaninho. Quando recolhia as sortes Anda ao sol, anda ao sereno,
P’ra muitos é tradição, Quando pulava contigo Que tinha posto ao serão. Nunca perde aquela cor.
Pois se celebram as festas Na noite de S. João. Ó S. João, donde vindes
Em louvor de S. João. P’las calmas, sem chapéu? Era crença, então, que o sereno da
4 COLABORAÇÃO 15 de Julho de 2009

Da Música e dos Sons Traços do Quotidiano


Nelson Ponta-Garça Margarida da Silva
npgproductions@gmail.com santamarense67@yahoo.com

Joe Oliveira Quartet (conclusion)


In the last article I described my visit to http://www.cafeborrone.
Visita ao dentista
com, where I found the Joe Oliveira Quartet playing great Jazz Tu- Recentemente tive de consultar o meu dentista de- um “root canal”.
nes. Hereis a short Bio of the great musicians that accompanied him vido a um abcesso num dente. Mas, antes disso, re- Enquanto o dentista procedia ao “root canal”, lem-
that night. solvi clicar no google para obter mais informação. brei-me da primeira vez que me tiraram um dente a
E, lá estava o que já suspeitava. Na maioria dos ab- “ferros” quando era criança..
cessos é necessário ser feito um canal radicular, ou Depois de passar um noite de dores de dentes horrí-
John Shifflett seja, o malquisto “root canal”. Bem, não fiquei mui- veis, fui, logo pela manhã, ainda de “camona”,
Acoustic & Electric Bass to contente com a notícia mas podia ter sido pior. (kimono) o meu robe quentinho que tinha vindo da
John Shifflett almost received an M.A. in music from the University Ao visitar o dentista, e depois de tirarem uma radio- América, e, na companhia da minha madrinha San-
of Iowa, where he also taught Jazz Studies and directed big bands. He grafia, verificaram, de facto, que teria de sujeitar- tos, fui a casa do tio-avô António Joaquim, mais
is currently an instructor at San Jose State University and The Jazz me, pela primeira vez, ao “root canal. conhecido pelo “Ferreiro” por exercer aquela pro-
School Institute in Berkeley, teaching bass and small ensembles. He O meu dentista recomendou um especialista, e lá fissão, para ele me arrancar o dente. Na cozinha
has done countless studio sessions ranging from radio and TV jingles fui consultá-lo. Como a secretária me havia dito, que servia de ”consultório”, sentei-me num banqui-
to jazz and country and pop recordings. His show business experien- pelo telefone, que seria apenas uma primeira con- nho de madeira, o tio pegou, o que julgo ter sido
ce includes tours with Frankie Avalon and the Ringling-Barnum & sulta para averiguar o problema, fui sem muita pro- um pequeno “alicate” e, mãos à obra... Quando ele
Bailey circus, several seasons with the San Jose Civic Light Opera, cupação. O dentista examinou o dente, explicou o começou a arrancar o dente, o meu corpo elevou-se,
and many engagements with stars such as Dinah Shore, Mel Torme, processo, a assistente tirou mais uma radiogradia, cairam algumas lágrimas, e, em poucos segundos, o
Jerry Lewis, Dionne Warwick, the Smothers Brothers, etc. que logo pude ver no computador ao lado, e ele trabalho ficou completo. Após algum derramamen-
His primary focus, however, has always been jazz. He has performed perguntou-me se eu queria o trabalho feito naquela to de sangue e um certo desconforto aquele dente
with the likes of Dave Liebman, Toshiko Akiyoshi, Red Holloway, altura. Como já ouvi tantas estórias desagradáveis nunca mais me chateou...
Ernie Watts, John Zorn, Kim Richmond, Madeleine Peyroux, Kurt sobre o “root canal”, confesso que fiquei um bocado Não me recordo de como o tio António Joaquim co-
Elling, Norma Winstone, Tom Harrell, Bobby Hutcherson, John Sto- apreensiva, pois julgava ser apenas uma consulta meçou a trabalhar como “dentista” mas sei que ele
well, Harold Land, Kendra Shank, and others. In the Bay Area he can naquele dia. Porém, em vez de regressar a casa e aliviou a dor de dentes a muita gente com a ajuda do
be heard with Boz Scaggs (and CD), Eric Crystal, the Mike Zilber/ pensar mais no caso, resolvi, então, submeter-me à seu pequeno “alicate...” É que, além de não haver
Steve Smith quartet (and CD), the Scott Amendola Band (and CD), operação dental. dentistas nas redondezas, a maioria das pessoas não
the Taylor Eigsti Trio (and CD’s), the Paul Nagel Trio (and CD), the O consultório tem o mais sofisticado e moderno tinham posses para os consultar.
Dave MacNab Trio (and CD), Ann Dyer & No Good Time Fairies equipamento e o dentista foi muito competente e O primeiro dinheiro que os meus pais, manos e eu
(and CD’s), the Will Bernard Quartet (and CD), Anton Schwartz (and amável. A não ser a reclinação da cadeira e o ba- ganhámos na Califórnia foi para tratar dos dentes,
CD’s), Ray Brown’s Great Big Band, Ben Goldberg, Tim Volpicella rulho da broca, não senti nenhum desconforto nem pois, como diz a minha mãe, que já usa dentadura
(and CD), and many others. dor durante o “root canal” que levou mais ou menos há anos, não há nada melhor do que tratar e conser-
uma hora. Foi menos insuportável do que quando var os nossos próprios dentes.
Scott Sorkin (Guitar) vou ao dentista só para limpar os dentes. Por isso,
Is an active and sought-after guitarist and composer, Scott has been caros leitores, não se enervem se tiverem que fazer
recording and touring since 1982. His expansive harmonic palette
has been used to great effect writing and arranging for his current

Nathalie Pires na Austria


group Crossing Borders. He’s applied these skills as well to recording
projects for diverse artists such as Paul Zarzyski, John Stowell,
Renata Bratt, Gail Dobson, Don Stevenson (Moby Grape), Kristen
Strom, and various feature and documentary film projects.
Scott is a busy producer and engineer, working on various genre-
bending projects in the fields of classical, pop, jazz, rock, country, A Fadista de Perth Amboy, New
bluegrass, and avant-garde. Jersey, fiel intérprete da “Canção
His performance and recording credits include Ed Johnson & Novo de Portugal” conta já com dez
Tempo, Count Basie Orchestra, Steve Turre & Michael Turre, Kris- anos de carreira artística, e um
ten Strom, Smith Dobson, Nneena Freelon, Louie Bellson, Anton álbum intitulado “Corre-me o
Schwartz, Brilliant Corners, Dmitri Matheny, Kim Nalley, Royal Fado nas veias”, ao qual foi atri-
Society Jazz Orchestra of San Francisco, and the touring company buído o “Prémio Lusíada” dos
of “Dreamgirls”. Artistas Unidos da América,
como o melhor álbum de Fado
Bons, Musicos, Boa Musica, Excelentes Pessoas! Assim dá gosto sair gravado no ano 2007.
à noite... www.nathaliepires.com foi lan-
çado no princípio do ano 2007.
Este sítio no espaço cibernético dedicação deram frutos quando gravação do próximo álbum da
tem a finalidade de melhor comu- concluiu o seu curso de contabili- Fadista, já em processo de com-
nicar com as audiências, manter dade, no passado mês de Maio. posição e alinhamento dos temas,
uma informação sempre actuali- O convite para actuar na Áustria, originais na sua maioria.
zada, assim como dar a conhecer surge à base do encontro entre a O artista TIM RIES é sem lugar
mais sobre a artista. fadista e o saxofonista aquando a dúvidas um dos mais conceitu-
Orgulhosa das suas raízes, e de uma apresentação da nossa ar- ados saxofonistas e pianistas do
combinando esforços entre os es- tista em Manhattan, dando lugar mundo. Vencedor de um prémio
tudos universitários e e sua gran- ao envolvimento da fadista em “Grammy” e saxofonista da ban-
de paixão pelo Fado, tem levado projectos de Jazz e apresentações da rock mais famosa de todos os
a nossa cultura às comunidades ao vivo com Tim Ries e tempos, os legendários “Rolling
portuguesas dos Estados Unidos sua banda, como se verifica nas Stones”. Durante a sua carreira
da América e Canadá, actuando fotografias durante o ensaio e ac- profissional gravou com mais de
ainda para audiências de outras tuação no Highline Ballroom em uma centena de artistas de todos
nacionalidades e etnias, sempre New York, no passado dia 26 de os estilos musicais, actuando
com muita dignidade, obtendo Junho.Por sua vez e neste inter- ainda em palcos com um imenso
assim grandes sucessos e reco- câmbio de talentos, o famoso ar- leque de artistas de grande cra-
nhecimentos. A perseverança e tista participará musicalmente na veira internacional.

Anjolie Cristine Banderas


Anjolie Cristine Marie Ban- há cerca de 9 anos e sempre
deras, nasceu no Dia da Mãe, pediu a Benção de Deus para
a 10 de Maio p.p., pesando 9 poder ver a sua primeita neta,
libras e 1 onça, e medindo 19 o que aconteceu no Dia da Mãe
polegadas. deste ano, para alegria de toda
Anjolie é filha de Christina a familia. A força de vontade,
Silveira e Malachi Banderas. o nunca desistir e a fé, conse-
Os avós maternos são Margie guem mover moinhos, como
e Tony Silveira, de San José se dizia nas nossas terras.
e paternos Robert e Maria
Christina Vasquez. Tribuna Portuguesa felicita
A avó da Anjolie, Margie Sil- o casal bem como os avós da
veira, tem tido uma luta enor- Anjolie.
me contra o cancro da mama
COLABORAÇÃO 5

Muito Bons Somos Nós


Olh’esse toir’aí!
Joel Neto Enquanto em Cascais se debate a eventual necessidade de construir uma nova praça de
toiros, nos Açores a conversa gira em torno de algo bem mais radical do que isso: o possível
neto.joel@gmail.com
regresso da lide picada – e, aliás, dos próprios toiros de morte.

N
o fim, é essa a pergun- jurídico nacional. E eu, de repen- go ministro dos Assuntos Parla- que está preso. As mesmas lágri- eu partir.
ta que fica: “Quan- te, dou por mim a resistir à ideia. mentares Álvaro Monjardino, o mas que me acorreram quando vi Sim, eu talvez saiba porquê. Es-
do?” Exactamente Logo eu, a quem noutra altura ela primeiro a levantar a questão, a a cadela Twittie pegar na malga tou há demasiado tempo em Lis-
quando? Porque, teria parecido deliciosa. eventual reinstituição dos toiros com a boca para pedir água. E as boa – converti-me, enfim, a essa
mudar, um homem muda muitas Mas porquê? de morte traria claros benefícios mesmas lágrimas que me acor- urbanidade tonta de quem vê um
vezes – e parte delas (embora Não, de certeza, por causa da económicos às ilhas açorianas – reram todos os dias a partir de gatinho peludo e se desfaz em co-
não todas) até é bom que mude. previsível polémica nacional. Eu principalmente à Terceira, centro então, ao sentar-me no sofá ver- rações. O que eu não sei é quan-
Mas quando mudou ele, verda- gosto de uma boa polémica, so- da actividade taurina do arquipé- melho que sacrifiquei ao jardim do ocorreu isso. Quando ocorreu
deiramente? Como se operou bretudo quando têm epicentro lago –, transformando-as num lo- e ao olhar para os melros pretos isso – e quando eu podia tê-lo
nele essa mudança? Que pessoas, na minha terra – e, aliás, há-de cal de romaria para um segmento que me visitam, para a araucária evitado ao ponto de poder agora a
que acontecimentos – que pe- saber-me bem que, pelo meio, turístico que não é tão despicien- que cresce, até para aquele cravo defender aqui os toiros de morte,
dras da calçada testemunharam fiquem claras as razões por que do quanto isso. que não chegou a nascer antes de como tanto me agradaria.
essa ocorrência? Aliás: porque Cavaco Silva resistiu tanto ao Porque resisto eu à ideia, pois? E
ocorreu ela? E sobretudo: porque dito Estatuto, o que sempre fará quando se operou em mim a mu-
não se apercebeu ele de que ela engolir em seco todos quantos dança que me pôs, de repente, a
ocorria – o que nele resistia tanto chamaram às comunicações pre- resistir a ela?
a reconhecer essa mudança que sidenciais em torno do(s) veto(s) Não sei quando. E, portanto, não
ocorria, apesar de tudo, debaixo “uma manobra de dramatização sei como, perante quem, perante
do seu nariz? Eis, quanto a mim, a pretexto de uma questão me- o quê – e provavelmente não sei
o cerne da questão. nor”. Para além do mais, não nos porquê também. Sei que no outro
Por exemplo, esta história – e o enganemos: isto é coisa para irri- dia, estava eu de passagem pela
impacto que ela teve em mim. tar bastante os senhores do Bloco ilha, o meu pai convidou-me, or-
Enquanto em Cascais se debatia de Esquerda. Ora, quando eu não gulhoso, para comer uma galinha
a eventual necessidade de cons- sei muito bem o que pensar sobre velha. Eu fui e comi com gosto.
truir uma nova praça de toiros, determinado assunto, vou ver o No dia seguinte, porém, precisei
nos Açores a conversa começou a que pensam os senhores do Bloco de ovos, fui à capoeira, encontrei
girar em torno de algo bem mais de Esquerda, ponho-me a pensar outra galinha a pôr, peguei-lhe
radical: o possível regresso da exactamente o contrário – e, na gentilmente pelo rabo, de forma
lide picada – e, aliás, dos próprios esmagadora maioria das vezes, a retirar os restantes ovos – e, de
toiros de morte. Aparentemente, venho a verificar que tive razão. repente, estaquei. Lágrimas acor-
e por ironia, o famigerado novo É divertido. riam-me subitamente aos olhos,
Estatuto Político-Administrativo Portanto: em princípio, eu estaria ao sentir o corpo quente daquela
da Região Autónoma dos Açores de acordo com uma iniciativa do galinha branca que agora espera-
vai tão longe quanto isso: o ini- género. Primeiro porque sou pela va, feliz, que eu lhe roubasse os
maginavelmente distante ponto preservação das tradições – e, ovos para continuar a sua tarefa.
em que passa a depender da As- aliás, pela recuperação de tra- As mesmas lágrimas que no dia
sembleia Legislativa Regional dições perdidas. Depois porque seguinte me acorreram ao repa-
qualquer iniciativa destinada a sou igualmente pelo desenvol- rar no bezerro castanho, a que
aprovar o regresso ao arquipéla- vimento económico das ilhas. chamamos Obama, e ao aperce-
go da chamada “sorte de varas”, Ora, embora não tenha sido essa ber-me de que tinha o tornozelo
há muito banida do ordenamento a principal preocupação do anti- levemente ferido pela corrente a

Pergunte a Judite
Judite Teixeira Não se esqueça do
judy.teixeira@ssa.gov
Medicare Parte D
P
recisa um trabalho? Sabe o seu leve o cartão do seguro social na carteira. fone para 1-800-772-1213 ou visite o es- www.socialsecurity.gov/disability/appe-
número do seguro social? O cartão é muito importante e deve ficar critorio do seguro social. Também pode al.
Com o verão, milhões de estu- guardado. Você deve guardar o cartão do saber mais sobre o Medicare Parte D, se Se prefere, pode telefonar para 1-800-772-
dantes procuram empregos. A seguro social com os outros documentos, chamar 1-800-633-4227 ou visitar www. 1213 ou visitar um escritorio do seguro
primeira coisa que vão preguntar é pelo- como o certificado de nascimento, passa- medicare.gov social. Tem 60 dias da data da carta para
seu numero do seguro social. Se você não porte, etc. Se precisar de um cartão, pode apelar da decisão.
pode achar o seu cartão do seguro social, visitar www.socialsecurity.gov para a Vou reformar-me, mas tenho proprieda-
não precisa pedir um novo. A coisa mais aplicação e levar consigo ao escritorio do de de renda. Como vai afectar os meus A minha mãe recebe o SSI. Ela vai viver
importante é que saiba o seu número do se- seguro social, com a carta de condução e beneficios do seguro social? com o meu irmão. Será que ela precisa
guro social. Tenha a certeza que sabe o seu passaporte, cartão de emigração. reportar isso ao seguro social?
numero correcto. Por lei, os empregadores O dinheiro da sua reforma não afecta os
tem que tirar 6.2% do que o empregado Não esqueça o Medicare Parte D. beneficios do seguro social. Só contamos Sim, ela deve reportar nos 10 dias da mu-
ganha para pagar as taxas do seguro so- com o que ganha do emprego para o segu- dança. Pode telefonar ou visitar o escrito-
cial. E o Medicare tem uma taxa de 1.45%. Você pode poupar $3,900 por ano em des- ro social. rio do seguro social.
As taxas que paga e que beneficiao seguro pesas de medicamentos. Como? Se recebe
social. Se alguém oferece para pagar “de- menos de $16,245 por individuo ou $21,855 Eu recebi uma carta dizendo que o meu
baixo da mesa” ou em “cash”, pense bem. por casal e tem de valor menos de $12,510 caso foi negado do seguro social. Preci-
Assim sendo não está pagando as taxas do por individuo ou $25,010 por um casal, tal so um advogado para apelar?
FICA e Medicare, mas também não vai vez possa qualificar-se para a parte D do
receber crédito quando precisar receber Medicare. Preencha a aplicação no www. Se quer um advogado isso é comsigo. De
os seus beneficios. Um conselho - nunca socialsecurity.gov/precriptionhelp, tele- facto, pode apelar a decisão pela internet:
6 COMUNIDADE 15 de Julho de 2009

Cartas ao Editor
Dear Sirs, like to become more fluent in your beauti-
ful language. As it stands, I am confident
I am an Italian American with no Portu- that I would be able to travel to mainland
guese background, but work as a nurse in a Portugal and the Azores and make myself
busy San Jose, CA Emergency Room with understood. I do make some very humo-
a diverse population of patients. It is very rous mistakes, but use them as a learning
difficult sometimes for the older Portuguse opportunity, Your wonderful culture lets
men and women or the newly arrived to the my patients laugh and correct my mistakes
States to feel comfortable and at ease with without bad feelings or embarrassment.
their care during a stressful situation. Thank you very much for recognizing this
I am proud to say that I am a student in fine class. As I learn and make new friends,
Mr. Salvadors’ Conversational Portuguese it has become an important part of my life’s
Class in Morgan Hill, CA. I noticed it was journey. Thank you for your time.
mentioned in your fine newspaper to which
I am a 2 year subscriber. Sincerely,
I cannot express how good it makes me feel Lori Duffy
to be able to use what I have learned to help
make the medical process more comforta- P.S. This is written in English as I do not
ble, as well as, using simple instructions to yet know all the words needed to express
do the tasks that I need to do during my job myself. Hopefully some day I will write to
as a nurse. you in Portuguese.
I will be a continuing student as I would

Comunicado Saudamos assim, os nossos irmãos com os


votos de muito successo.
No passado dias 20 e 21 de Junho, a
UPEC, UPPEC, IDES e SES reuniram-se On June 20 & 21st, 2009, UPEC, UPPEC,
independente e no final desta históri- IDES & SES met independently and at the
ca reunião, votaram para se juntarem e end of this historic meeting voted to all
formarem uma nova organização a qual se merge and form a new organization called
chamará Portuguese Fraternal Society of Portuguese Fraternal Society of America.
America. Luso-American Life Insurance Society is
A Luso American Life Insurance Society, happy about this event and cannot let this
felizes por este acontecimento não podia opportunity pass by without sending our
deixar de passar esta oportunidade sem congratulations, wishing this new organi-
enviar um abraço fraterno de felicitações zation lot’s of success in the future.
e desejar a esta nova organização, muito Our Society has been promoting the idea
sucesso. of merging all benefit societies for a long
Desde há muito tempo, que a Luso Ame- time, thus forming capabilities to better
rican Life Insurance Society tem vindo serve our members. This historic event is
a promover a junção das nossas organi- welcome and certainly a foot in the right
CASAL OFERECE-SE PARA TRABALHAR zações fraternais para assim podermos direction that we support fully.
em limpesas, quer em casas particulares oferecer um melhor serviço aos nossos With every merger, there’s always a time
membros. Este histórico acontecimento é of uncertainly and Luso-American Life
ou em escritórios. bem vindo e digno do nosso apoio. Insurance Society offers itself to help
Contactar 209-664-0352 Cientes que ao principio, estas junções anywhere we may be able to.
acarretam momentos de uma certa insta- We salute our brothers and wish them lot’s
bilidade, a Luso American Life Insurance of success.

DISH Network Society, oferece-se para ajudar naquilo que


estiver ao nosso alcance.
Luso American Life Insurance Society

Muito Mais por Menos Associação de Professores


promovem Encontro no Mar
RTP $4.00 + Turbo bronze ($9.99 ao mês, A Associação de Professo- professor de português e se quer que este seja um de-
res de Português dos EUA director do departamento bate alargado, pede-se aos
válido por seis meses com contrato) = $13.99 e Canadá (APPEUC), pro- de línguas da escola Tu- directores escolares, pro-
move de 10 a 17 de Julho, lare Union High School fessores e pais interessados
ao mês o XVII Encontro de Pro- e professor no College of em participarem o favor de
fessores de Português dos the Sequoias, assim como mandarem qualquer de-
EUA e Canadá. Subordi- presidente da APPEUC poimento ou questão para
Ligue agora mesmo. nado ao tema : Cruzando apresentará uma sessão su- a associação pelo e-mail:
os Mares com a Língua bordinada ao tema: Poesia apppecu@appeuc.org. To-
Portuguesa, este encontro e Herança Cultural numa das as questões, depoimen-
visa reunir docentes, direc- aula de Português como tos, opiniões terão de ser
Falamos Português 1-559-435-1276 tores escolares, comissões Língua Estrangeira. O recebidas antes do dia 12
de pais e amigos da língua professor Raul Rodrigues, de Julho e todos serão tra-
Cell 1-559-347-8257 portuguesa no continente da Durfee High School em tados durante o debate.
norte-americano. Fall River, MA, apresenta- Ao longo dos sete dias te-

Costa Electronics O encontro, que após 16


edições vira uma página
importante da sua existên-
rá uma sessão sobre a mú-
sica popular portuguesa. É
que nas nossas aulas de lín-
remos ainda apresentações
sobre o papel da imprensa
comunitária no ensino da
cia, será realizado abordo gua e cultura portuguesas língua e cultura pelo di-
Dealar autorizado do Dish network do navio Spirit da NCL e no a música e as actividades rector do jornal Portuguese
Clube Português Vasco da lúdicas são cada vez mais Times, Adelino Ferreira e
Email - costatv@comcast.net Gama das Bermudas. Ao importantes. do Conselho das Comuni-
longo de sete dias os pro- No Clube Português das dades Portuguesas pelos
fessores das nossas escolas Bermudas, Vasco da conselheiros Manuel Car-
comunitárias, e do ensino Gama, haverá uma sessão relo e João Pacheco.
oficial americano, terão pela Professora de língua O XVII Encontro terá ain-
oportunidade de convívio, e cultura portuguesas da da uma sessão especial em
de troca de experiências Universidade de Toronto, que os professores, directo-
e metodologias, e de fre- Manuela Marujo, subordi- res escolares e pais forma-
quentarem várias sessões nada ao tema: Ensinando rão grupos de trabalho para
de trabalho sobre técnicas a Cultura das Ilhas e pelo estudarem estratégias que
do ensino da língua portu- Leitor do Instituto Camões motivem o ensino da lín-
guesa como língua estran- na mesma universidade gua e cultura portuguesas
geira e o papel da mesma José Abreu Ferreira inti- nas nossas comunidades e
nas nossas comunidades. tulada: O Portinglês na no mundo norte-americano
António Oliveira, profes- Sala de Aula: Vocabulá- em geral.
sor na escola Infante Dom rio, Língua e Cultura. Nas Mais, este Encontro/Cru-
Henrique de Nova Ior- Bermudas haverá ainda o zeiro está inserido no Por-
que e vice-presidente da tradicional debate sobre o tuguese Festival at Sea da
APPEUC apresentará uma ensino da língua e cultura companhia NCL e terá a
sessão sobre o acordo or- portuguesas no continente participação de artistas da
tográfico; Diniz Borges, norte-americano. Porque nossa diáspora.
COLABORAÇÃO 7

Rasgos d’Alma Praia da Gente e do Mar


Luciano Cardoso
lucianoac@comcast.net

N
os nossos lindos Aço- crescer com obra sòlidamente extremamente louvável. Porque agora apesar Espelho, pasmado, de água
res, chegado o Verão, feita para a posteridade. Nada menos louvável continua De nossa e do mar Onde não há mágoa
o convivio aquece e tambem a ser o seu contribu- É de toda a gente. Que a Praia é mais gira.
as festas multiplicam- Integrada nesse pendular ritmo to anual à Marcha Oficial dos Que ninguem a mande A Praia é uma cidade nova
se de ilha para ilha com cartazes de crescimento aparece a aposta festejos como inspirado autor da Mudar ou parecer, E que se renova
aliciantes que o povo abraça e cultural da autarquia a merecer Letra que anda de boca em boca Que ela é muito grande Sempre que nos chama
aproveita para se divertir à gran- tambem o aplauso geral. Ainda a animar a Praia nestes festivos Para se prender. Do Sol, do Mar e da Lua,
de e à boa maneira portuguesa. recentemente foi inaugurada dias de farra intensa. Em sua Deitado no seu calor É minha e é tua,
Na ilha Terceira, festeira por a impressionante Casa das homenagem, aqui vai a deste Quando lhe digo, sorri: E de quem a ama.
excelência, como toda a gente Tias, um distinto marco local a ano: Oh Praia és o meu amor
sabe, e sem qualquer menos- associar para sempre o saudoso Seja como for É esta a briosa Praia da Vitória,
prezo para as demais, as festas Vitorino Nemésio à rica reali- “Praia da gente e do mar” Eu gosto de ti e de todos nós que jamais deixa-
ganham sempre um colorido dade cultural do fabuloso Ramo remos de a vitoriar.
muito especial. Grande. Quando Agosto chega à cidade Quando a Praia quer,
Que o diga a pitoresca e mui Ciente disso, o atual vereador da Rasga-se a vontade, Transforma-se, ainda,
notável Praia da Vitória. Cultura do municipio praiense, Solta-se a alegria. Naquela mulher
Em cada Agosto que passa, nor- Paulo Codorniz, como prelúdio A Praia abraça o mar, Que temos, mais linda.
malmente com a preciosa ajuda às Festas, achou por bem promo- Amam-se ao luar Para encantar
do bom tempo, a jovem cidade ver um oportuno Curso de Férias Até vir o dia. Torna-se sereia,
terceirense excede-se como a realizar de 20 a 23 de Julho em Saltam-lhe beijos da boca, Conchinda de mar
excecional anfitriã duma festiva continua homenagem ao eximio A Praia vem louca Aberta n’areia.
semana a não perder. poeta/escritor e com a honrosa E isso contagia… Búzio, cofre de aventura,
De ano para ano a qualidade da participação de consagrados aca- O povo na rua Noite de loucura
oferta aumenta e quem lá vai não démicos como, Luiz Fagundes Contente delira Que o dia retira.
regressa desiludido, antes pelo Duarte, António Machado Pires, Diz que a Praia é sua
contrário. Fernando Cristovão, Maria Que ninguem a tira.
Este ano, para alem do ambicio- Lúcia Lepecki e Margarida Maia Ela deita-se ao luar,
so programa das festividades Gouveia. Na areia que lhe faz cama,
que decorrem de 31 de Julho Filho legitimo do meio rural mas Diz que é de quem a amar:
a 9 de Agosto, paira nos ares há muito radicado no ambien- Que é nossa e do mar
saudosos cá da diáspora uma te urbano, amplo conhecedor Que tambem a ama
curiosidade imensa em ver e de ambas as realidades, Paulo
pisar a nova Avenida Marginal. Codorniz tem procurado imple- A Praia animada de festa
Consta tratar-se mesmo duma mentar hàbilmente no concelho Entende que é desta
obra magnifica que promete uma politica cultural de subtil Que vai ser diferente;
indubitavelmente emprestar aos aproximação entre o erudito e o Carrega o corpo de lume
festejos uma dimensão extra. popular com o intento claro de E traz um perfume
Pouco a pouco, em múltiplas não deixar ninguem atrás. Uma De amor indecente,
vertentes, a Praia tem vindo a abordagem, diga-se desde já,
8 FESTAS 15 de Julho de 2009
PATROCINADORES 9
10 COMUNIDADE 15 de Julho de 2009

Reflexos do Dia–a–Dia
Diniz Borges
A reforma da saude
d.borges@comcast.net

C
omeçou o debate sobre cios televisivos que tentam ame- centemente o Presidente Barack privadas: a Suiça e a Holanda. quase no fim do mundo, tivemos
a reforma do sistema drontar os americanos. Obama, para um plano em que Daí que chegou o momento para como guia uma mulher, na casa
de saúde nos EUA. Se Num repugnante anúncio televi- todos os cidadãos deste país pos- os Estados Unidos debaterem, se- dos seus cinquenta anos, que ao
é certo que o debate sivo, pago por organizações co- sam conseguir serviços de saúde riamente, e sem os papões da di- ser questionada por um elemen-
está repleto de controvérsias, ne- notadas com a direita americana, sem ficarem economicamente reita, a actual situação da saúde to do “tour” sobre a super-estrela
nhuma das propostas está a ser aplica-se o papão que o governo arruinados, sem a saúde ser um pública. Há que partir para um do Partido Republicano, a gover-
mais polémica do que a possível vai determinar o que se poderá peso nos ombros das famílias e diálogo abrangente que envolva nadora do estado onde está este
criação dum plano nacional de ou não fazer em caso de doença. da sociedade. Um plano que me- todos os parceiros, mas que aci- pequeno povoamento, Sara Palin,
saúde administrado pelo estado. Que um burocrata qualquer irá lhore a qualidade do serviço, um ma de tudo tenha como objectivo disse uma das mais interessan-
A ideia, em termos simplistas, é decidir quando se visita o médico, plano que permita que os doen- primordial criar condições para tes frases sobre a governadora:
criar um programa de saúde na- que médico se consultará e que tes melhorem e que enfoque na que todos os cidadãos tenham “Percebo pouco de política, e
cional administrado pelo governo medicina tomar-se-á. Escusado medicina preventiva. Os Repu- oportunidade de participar num cada vez há menos a perceber. É
federal, semelhante ao já existen- será dizer que quem porventura blicanos, e alguns Democratas plano justo, com qualidade e ino- que o Sr. pergunta-me que pen-
te para os reformados, o Medi- conhece alguém no plano Medi- (como o Senador Bem Nelson de vação. Há que libertar as famí- so dela. Apenas posso dizer que
care. Um plano nacional pelo care sabe que isso é uma farsa. Bebraska que recebeu mais de 2 lias, e a sociedade em geral, do não sei que faz como governado-
qual o cidadão comum poderia Mais, todo o mundo sabe que milhões de dólares das industrias estrangulamento executado pelas ra deste estado, doutros talvez,
optar, se não tiver seguro ou es- todos os dias as companhias de seguradoras e farmacêuticas) de- grandes seguradoras. A demo- deste não compreendo. É que
tiver satisfeito com o que possui. seguro colocam entraves. Ainda veriam preocupar-se mais com a cracia americana tem que voltar ela (Sara Palin) não compreen-
E embora estejamos apenas a dar há tempos estive num consultório saúde dos seus constituintes do ao serviço do povo soberano e do os indígenas, não respeita os
os primeiros passos no debate so- médico (duma clínica conceitua- que os donativos que recebem não das grandes multinacionais. animais selvagens, nem estima o
bre a reforma do sistema de saúde da no sul da Califórnia) mais de das grandes seguradoras. meio-ambiente. Agora pergunto:
nos EUA, os Democratas, parti- duas horas enquanto a enfermeira Mais do que ser o Partido Não, Recentemente tive o privilégio que faz ela como governadora
cularmente os mais progressistas e o médico tentavam convencer os Republicanos deveriam inves- de visitar o estado de Alasca. deste estado. É que nós somos
dizem que um plano nacional tem a companhia de seguro para um tigar vários planos existentes em Com familiares e amigos tive o isso que ela não compreende, não
que fazer parte da nova legisla- medicamento que um membro da outros países que combinam a in- grato prazer de ver algumas das estima, não respeita. O Alasca é,
ção, enquanto os Republicanos minha família precisava. É mais dustria privada com a função pú- belezas mais espantosas que a acima de tudo, o seu povo indí-
utilizam tal possibilidade para do que sabido que as companhias blica. Se é verdade que os Repu- mãe-natureza nos oferece. Num gena, os seus animais o seu meio
venderem o seu tabu preferido: de seguro empregam consultores blicanos preferem atirar à cara de pequeno povoado, onde estive ambiente.”
medicina nacionalizada e o fim cujo objectivo principal é recusar quem fala num plano nacional de cerca de 8 horas, denominado Acho que depois desta voz, de
da saúde no país. serviços. saúde, alguns dos dilemas exis- Icy Strait Point. Uma espécie de quem vive naquele espaço único,
Na realidade 73% dos norte-ame- Na verdade, o objectivo da re- tentes em países europeus com paraíso onde os deuses repou- e com raízes milenares naquele
ricanos querem uma mudança formulação anunciada pelo Pre- medicina nacionalizada, ou mes- sam e onde 900 pessoas coabi- mundo, está tudo dito sobre Sara
significativa na saúde. O cidadão sidente Obama, aberta a vários mo no Canadá, não é menos ver- tam com os ursos, os veados, as Palin.
comum, quando bem informa- planos, é melhorar as condições dade que a maioria dos cidadãos baleias (que nas suas águas vão
do, não tem nenhum receio dum dos serviços de saúde no país desses países dizem-se satisfei- passar o verão) e as águias entre
programa nacional administrado mais rico do mundo, mas onde tos com o plano equitativo que outros animais, com uma fauna e
pelo governo federal. Porém, a cerca de 20% dos seus cidadãos possuem. Mais, há dois países flora riquíssima e uma tradição
direita americana já começou a não possuem seguro de saúde. europeus, com planos nacionais indígena com milhares de anos.
sua nefasta campanha com anún- Há que caminhar, como disse re- administrados por seguradoras Nesse pequeno canto do mundo,

Memorandum em São Roque, o ressonar


João-Luís de Medeiros do passado não acorda o presente
jlmedeiros@aol.com

... a geração que “tomou conta” da nossa da sua época... são valores que não se con- Não vamos cometer a ligeireza de asper- “bons-samaritanos”. Há gente que ainda
freguesia, logo após a II Grande Guerra, tentam com o preciosismo de cortesia pro- gir dúvidas éticas sobre o múnus sacerdo- se recorda do Dr. José Maria de Medei-
faz parte do eco da nossa herança comum, tocolar – porque são substantivos ditados tal do supracitado servo do catolicismo. ros, médico e humanista excelso, dedi-
ou seja, o ressonar do passado não acorda pela autenticidade da natureza humana. O que os paroquianos da minha geracão cado amador de violino, residente na rua
o presente. Poucos se recordam do famige- reconhecem é que padre Adriano residia d’Alegria, em Ponta Delgada.
rado “chicote” do regedor Carvalho Valé- .../.../... (sózinho?) numa das mais invejadas pro- Vou interromper esta conversa, para narrar
rio que deixou cicatrizes na memória ru- priedades da freguesia – um prédio cerca em poucas palavras um episódio tipico do
ral da época; depois, temos o testemunho Quando atrás referia à era e ao estilo do de 20 alqueiros de terreno cultivado (entre quotidiano da vida do Dr. Filipe Álvares
singular do padre Jacinto Monteiro, cujo padre João Borges Amorim (que, em São a canada do Açougue e o Beco dos Diogos) Cabral (médico micaelense digno da sua
perfil varonil continua vivo na mente dos Roque, precedeu o exercício do saudoso encimado por uma soberba vivenda de si- classe profissional). Consta que de certa
paroquianos mais idosos. Por outro lado, epicurista, padre Jacinto Monteiro), estive lhueta feudal. Como mecenas endinhei- vez, o Dr. Filipe foi chamado de urgên-
espero ainda exista meia dúzia de velhotes à beira de recordar o irrequietismo tempe- rado, embora sem paróquia designada, cia, por pessoa dita “importante” de São
capazes de recordar o padre João Borges ramental de “ti” Antóne Roque... consta que o sacerdote mantinha alguns Roque, para acudir uma das suas assala-
Amorim, apóstolo da homeopatia que, até Quem ainda se lembrará dele? Isso mes- seminaristas micaelenses apoiados no seu riadas, na circunstância aflita em trabalho-
finais da década de 30 do século XX, de- mo: um “gajo” de feitio ríspido, herdeiro “invisível” capital... de-parto.
sempenhou as funções de “fiel de arma- do fervor anticlerical inaugurado na alvo- Há anos, tive acesso a um testemunho O médico não tardou em responder à cha-
zém” dos pecados cometidos na pacatez rada republicana. Nunca foi surpreendido muito curioso: em vésperas de Natal, um mada. Ao presenciar in loco a extrema po-
paroquial do seu tempo (ele e a dona “mar- a “embocar” quartilhos de vinho. Mas era casal oriundo da Ribeira Grande viajara breza daquele lar, e depois de cumprir a
garidinhas”, que na época não apreciava o capaz de despejar uma pipa, usando os até à vivenda do famoso “benfeitor” para tarefa para que fora chamado, o Dr. Filipe
azedume rasteiro de quem encontrava as “calzins” geralmente utilizados para sabo- entregar a modesta oferta de uma galinha deslocou-se à própria casa, para “retirar”
fivelas de prata dos sapatos eclesiásticos rear aguardente... e uma dúzia de ovos frescos, em sinal de às escondidas alguns lençóis e meia dúzia
esquecidas na proximidade do parapei- Consta que “ti” Roque, perante o cortejo apreço pelo apoio oferecido ao seu filho de toalhas, e assim minimizar o descon-
to da janelita clandestina que facilitava a fúnebre do padre João Borges de Amorim, seminarista. forto da infeliz parturiente, residente algu-
afoiteza romântica da moquenca tia “Anto- não hesitou em vir à rua para ostentar a Consta que padre Adriano ficou “boquia- res na canada das Maricas...
nina da Teresa”). Enfim, ecos que existem sua vistosa camisola encarnada, como berto” perante a manifesta ingenuidade No dia seguinte, a esposa do Dr. Filipe, ao
calados no prateleiro do esquecimento... expressão de desagravo pelas saborosas daquele casal. Convidou-os a dar uma vol- dar pela falta das tais peças retiradas na
As considerações que acabo de alinhavar “petiscadas” de sabor sexual, supostamen- ta pelo prédio, onde todos viram os gali- véspera, desconfiou da criada, expulsan-
estão isentas de beliscadura da exemplari- te atribuídas ao sacerdote que na circuns- nheiros com centenas de galinhas, patos, e do-a de imediato, semi-afogada no estertor
dade cívica daqueles que foram promovi- tância ia a enterrar. Se conhecesse o latim, dúzias de ovos frescos. Claro que o casal verbal, apelidando de “ladra desavergo-
dos a referências que o tempo não apaga. “ti” Roque teria porventura exclamado: ti- regressou à Ribeira Grande com a galinha nhada” aquela que jamais falhara presença
Uma dessas referências seria a do antigo meo hominem unius libri (arreceio-me do e a dúzia de ovos que levara. Consta que, em doze anos de serviço...
reitor liceal, Dr. Eduardo de Andrade Pa- homem de um só livro). naquele Domingo, a família teve um janta- ... claro que o carácter emocional do Dr.
checo. Não conheço ninguém da minha Mas já que estamos a conversar, sem pre- rinho mais acrescentadinho... Filipe não se fez rogado para descortinar
geração capaz de trivializar o indiscutível tensões denegridas de escárneo, sobre uma solução “fidalga” para devolver a
talento da sua vocacão pedagógica ou du- o perfil do paroquialismo são-roquense .../.../... honra devida à inocência da sua valorosa
vidar da solidez da ética do seu carácter: (período1934-74), falta talvez fazer uma empregada.
a serenidade cristã da sua humildade cívi- referência breve e prudente ao enigmáti- Naquele tempo, a prática do bem-comum
ca, sempre ao serviço da simplicidade do co padre Adriano, personalidade típica do não era tarefa exclusiva de sacerdotes, de
apostolado católico; a convicta (aliás, ele- feudalismo diocesano pré-concílio vatica- médicos, regentes escolares, de mulheres-
gante) posição de neutralidade autonómica no II. parteiras. No Concelho de Ponta Delgada,
em relação à discutível fidelidade servidiça havia alguns médicos (e não só) que eram
COLABORAÇÃO 11

Temas de Agropecuária
Sabores da Vida
Egídio Almeida
almeidairy@clearwire.net Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a
dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma
condição - que saibam cozinhá-lo.
Junho foi “National Dairy Month por cada 100 libras do seu leite. Mas ago- lacticinios, se o
2009, um ano como nenhum outro ra, que o leite baixou para $9 por cada 100 mercado é que A nossa convidada nesta quinzena é Isabel Castro, viuva, residen-
libras, o preço de leite “ice Cream” Quei- fosse a força de te em Atwater, nascida na California.
na Indústria de Lactícinios
jo, manteiga ou outros produtos do leite no condução. Se
mercado não estão, nem perto de reflectir este mercado Kookie Cookies
Tradicionalmente em anos anteriores dedi-
os baixos preços pagos à producao. A ra- não estivesse a
camos este nosso espaço para homenagear 1 pacote (10 1/2 onças) de “corn chips”
zão é simples - segue o dinheiro (follow ser manipula-
esta prestigiosa industria no mês de Junho, 1 copo de “corn syrup”, light
the money)! do, os precos 1 copo de açucar
em que a atenção nacional tem focado o
Pensamos nós que os processadores ou de leite “Ice 1 copo de manteiga de amendoim em cre-
prestigio e indiscutível sucesso da mesma.
retalhistas têm desejo de que os precos cream” e outros me
Este ano infelizmente, não há muitas ra-
subam. Será esse o seu desejo? Necessá- produtos do
zões para celebrar, ou esperança de melho-
riamente não. Quanto mais altos forem os leite estariam Espalham-se os “chips” num tabuleiro
res dias num futuro próximo, excepto que
preços a retalho e mais baixos a produção hoje ao mais untado. Num tacho, misturam-se o “corn
alguns peritos analistas nos dizem que os syrup” e o açucar, até ferver.
maior fatia fica no meio, e o meio é que está baixo nível dos
preços do leite devem ser 50% mais altos Tira-se do lume, mistura-se a manteiga de amendoim e mexe-se
a pouco e pouco destruindo a industria de ultimos 20 anos
no quarto trimestre do ano cerrente. Me- até ficar macio.
lactícinios e a agricultura em geral. nas prateleiras
lhores dias são esperados numa industria Despeja-se o creme sobre os “chips”. Deixa-se arrefecer e parte-se
Produtores Agrícolas têm por muitos anos dos supermer-
que por vezes parece não oferecer futuro. aos bocados. Dà à volta de 3 dúzias.
depositado a sua confiança naqueles que cados. Em con-
Oxalá, até porque a corrente situação pode
abusam da sua boa fé, amassando grandes trapartida que Gozem bastante estes “kookitos” e até daqui a quinze dias.
ser desastrosa não só para a industria de
fortunas, levando a maior fatia dos dola- temos nós?
lacticinios, mas sim para todas aquelas
ers gastos na alimentação. Nós temos os
que directa ou indirectamente dependem
A maior inquietação dos consumidores mais baixos
desta.
americanos deve ser pelas famílias, que preços à pro-
Aqueles que directamente estão em con-
são a fundação desta industria de $20 bi- dução e alguns “National Dairy Month 2009” devia ser
flito com os produtores de leite são os seus
liões de dolares, com um impacto total de dos mais altos preços experimentados a re- um mês como nenhum outro, num ano
próprios parceiros, aqueles que directa-
$450 biliões nacionais nas industrias de talho. É certo que os preços baixaram um como nenhum outro, mas para tal a in-
mente beneficiam dos baixos preços pagos
suporte. pouco nos retalhistas, mas muito áquem dustria teria que, sinceramente tomar as
à produção. Como pode isto acontecer?
Esta é uma industria que em parte sustenta dos sacrifícios exigidos à produção. rédeas do seu proprio destino, se quiser
Vejamos os factos.
e veste mais de 450.000 familias no Oeste Se nós pensamos que o consumidor, reta- chegar a bom termo. Onde estão tantas
O preço do leite para os produtores tem
dos Estados Unidos, Não há nada mais im- lhista ou processador, vai alimentar, orde- organizações patrocinadas pela produção,
flutuado entre 50% e 75% menos de que
portante que encontrar uma solução ime- nhar ou amamentar vitelos para o futuro, que estão ficando burocratizadas e cujas
era entre os ultimos 12 e 24 meses pas-
diata para esta crítica situação. estamos enganados, especialmente quan- promessas e resultados só chegam tarde e
sados. Preços do leite a retalho eram cer-
A simples e infinda lei da oferta e procu- do perdendo $5 dolares por dia, por vaca. a más horas?
tamente os mais altos da historia quando
ra “Supply and Demand” deveria e pode- Os únicos que o têm feito por anos e anos
produtores estavam recebendo $18 e $ 20
ria resolver os problemas da industria de são os produtores
12 FESTAS 15 de Julho de 2009

Coisas da Vida ... onde repousam memórias e


Maria das Dores Beirão vestígios do melhor que somos
winesao@gmail.com

O
mês de Junho tem o nosso filho saltaram ao mes- Muitos Junhos se passaram, sem- Dr Heraldo da Silva e pela Dra nos transmitiu a ausência forçada
sido sempre um mês mo tempo em sentido contrário e pre marcados pelas festividades, Virginia da Luz Tarver. Ainda a dos avós. Depois foram momen-
especial para nós. encontraram-se no ar, não poden- pelas recordações e certamente delicia de alguma poesia do poeta tos de alegria, espanto e abraços
Foi na década dos se- do evitar o encontro que crespou pelas celebrações do Dia de Por- José Luis da Silva. sem medida, anos passados e
tenta, que depois duma ceia em cabelos e sobrancelhas. Assim tugal, de Camões e das Comu- No entanto foi no dia 13 de Junho agora o encontro desejado. Foi o
honra do saudoso artista Tony nasceram as fogueiras de S. João nidades. Este ano, pela primeira que a comunidade celebrou em passeio ameno pelas barracas, o
de Matos, que teve lugar num em Napa, iniciadas pelo amigo vez a comunidade de Sausalito massa o seu dia. O dia estava lin- cheiro dos petisco conhecidos, o
restaurante português em San de então e de agora, Dr. Décio de celebrou o Dia de Portugal, com do e resolvemos ir até ao Kelly som dos nossos artistas, o sorriso
Pablo, alguns dos amigos que lá Oliveira. uma exposição de pintura, mu- Park não apenas para celebrar o da nossa gente, o murmúrio da
se encontravam, vieram até Napa Foi ainda a 23 de Junho de 1979, sica, folclore, bordados e rendas Dia de Portugal e das Comuni- nossa lingua à mistura com ou-
para mais umas cantigas e salu- que a nossa ermida foi consagra- antigas e os sabores da cozinha dades, mas sobretudo para estar tras, enfim tudo o que dá prazer
tar convivência. Quando a hora da pelo Rev. Padre Albano de Oli- portuguesa. Foi uma tarefa ambi- com a nossa gente, para ver pes- e nos faz sorrir. Foi dificil a es-
da partida se aproximava, um veira, e como não podia deixar de ciosa e dificil, mas que penso eu, soas há muito ausentes do nosso colha do almoço, mas decidimos,
dos nossos amigos lembrou-se ser a noite fechou com as foguei- compensou, a ver pela presença convívio, devido às distâncias, pela raridade, por umas iscas de
que era a noite de S. João, logo ras e segundo as fotografias que notável da comunidade, local e enfim para estar presente, para figado que estavam fabulosas,
pediu ao nosso filho para trazer existem dessa noite, pode ver-se não só. São estas surpresas que celebrar a vida. E foi isso mesmo não sei quem as preparou, mas
um fardo de palha para o terreiro a perícia e bravura dos amigos nos dão a certeza que a cultura que aconteceu. Visitámos o Mu- está de parabens. Enfim, foi um
e acender a fogueira. Foi um mo- Isidro Espínola, Franklin de Oli- está viva, mesmo quando a lín- seu, onde repousam memórias e dia bonito e bem vivido. Viemos
mento inesquecível, alegria, tra- veira e Helder Castro, saltando gua tende a enfraquecer. vestígios do melhor que somos, para casa com a certeza que cele-
dição, euforia de ver e saltar pela sobre o fogo. Depois de tantos Ainda dentro das comemorações, numa harmonia que acolhe, deli- bramos o Dia de Portugal e das
primeira vez, uma fogueira de S. anos, foram as fogueiras de S. fomos até S. Leandro, à U.P.E.C. cia e informa. Comunidades, mas sobretudo ce-
João, longe da ilha, no vale de João que mais marcaram a juven- para o Symposium sobre a “ His- No Park deparamos com a neta lebramos vida.
Napa. Como tudo foi espontâneo tude e as crianças daquele tempo, tória, Evolução e Globalização dos nossos amigos Guiomar e Aos amigos que não vimos, um
e ninguém pensou em estabelecer que eram os nossos, e os filhos da Lingua Portuguesa” numa Damasceno Leal, que num abra- abraço do peito.
regras, o iniciador da fogueira e dos nossos amigos. apresentação de alto nível, pelo ço de mel e num sorriso nublado Até à volta

Comunidades do Sul
Férias no Alaska
Fernando Dutra

I
ntegrado nas nossas come- pre presente, e à saída do Canada
morações do quinquagési- e entrada na America, porque o
mo aniversário matrimonial, destino é o Alaska, de vez em
resolvemos apreciar um cru- quando - documentos, eu dizia...
zeiro ao Alaska, via Vancouver again, só me diziam - “cumprindo
- Canadá. ordens”. Tem de ser assim porque
Tantos anos a escrever “Férias em os bandidos andam por todos os
Portugal”, já era tempo de mudar cantos e todos os cuidados nunca
o título. Muitos anos a ouvir fa- serão de mais.
lar nos cruzeiros, normalmente Uma vez dentro do navio, dá-nos
ouve-se dizer, “fui num cruise”, a impressão de estarmos numa
metade dito em inglês e metade ilha, tudo uma maravilha, três
em português. A maioria opta mil e cem pessoas a bordo, in-
pelos cruzeiros para o Mexico cluindo a tripulação. Apenas à
ou para as Caraíbas, todos são saida de Vancouver, sentiu-se uns
agradáveis, “mas realmente um pequenos balanços, depois, tanto
cruzeiro ao Alaska é caso unico na ida, como no regresso, tanto
no mundo”, ouvi alguns que já na costa Canadiana, como os dias Glacier Bay
tinham ido e agora posso confir- à volta da costa do Alaska, julgá-
mar. vamos que andavamos dentro de rápidamente. Como todos sabem,
Partindo de Los Angeles na Air um lago. a bordo é tudo pago com cartão
Alaska até Vancouver, cerca de Primeiro porto de paragem - Ca- de crédito e o mais barato que se
duas horas e meia, como é do co- pital do Estado - Juneau, uma bebe, é uma garrafa de água que
nhecimento geral, com todos os cidade com cerca de trinta mil custa dois dólares e dezanove
inconvenientes, incluindo o tirar habitantes, o edificio mais boni- cêntimos.
os sapatos, no entanto usando to é o Palácio do Governo, e uma Da capital partimos para a Gla-
todas as precauções e mais uma, capital com pouco aspectos de ciar Bay - National Park. A cada
será tudo mais seguro para todos. tal, tem um pouco de movimento hora que o navio navega vemos
O mais apreciado é a entrega das em dia de navio - cruzeiro, como constantemente diferentes e iné-
malas no aeroporto e ir encontrá- nos Açores antigamente, dia de ditos panoramas, como dizem,
las dentro do nosso camarote. Do são - vapor. Da capital existem caso no mundo, nesta baía, não
aeroporto de Vancouver para o algumas alternativas, com parti- há explicação, só visto, os montes
navio, uma viagem num luxuoso das de autocarros para algumas de gelo que constantemente ra-
autocarro, em que o condutor,com localidades, uma é para o pri- cham e caem, causando enormes
muita paciência, dá várias voltas meira glaciar, a bordo venderam trovões que chegam a assustar.
pela cidade, explicando pormeno- os bilhetes, a quarenta dólares Saindo da baía, navegando por Mais uma noite e um dia com vindo de território americano,
rizadamente os pontos principais para aquela visita. Nós optámos rios e canais, sempre chegados rumo a Vancouver. A bordo en- entrada em territorio canadiano
de uma das mais lindas cidades por comprar em terra, assim foi às inumeras ilhas e já no regres- contramos entretenimentos por e novamente para entrar em ter-
do Continente Americano. e pagámos a catorze dolares por so, parámos na ultima cidade do todos os lados, incluindo o casi- ritorio americano, com destino a
Depois de abandonarmos o “bus”, pessoa. Nestes casos e noutros percurso, Ketchikan, cerca de no. Quase todos queixavam-se Los Angeles, passaportes e iden-
são cerca de duas horas até entrar é necessário muita calma e ob- sete mil habitantes. Os sistemas das máquinas, incluindo os fami- tificações, tirar os sapatos e abrir
no navio, tudo passado a pente servação, nada de precipitações, das cidades, negócios e maneiras liares. Por mim não posso dizer a mala de mão e deitar no caixote
fino, uma identificação com foto tudo muito lindo, mas quem se de viver são idênticos. Embo- mal, a sorte esteve do meu lado, do lixo varios artigos nomeada-
e o passaporte tem de estar sem- alargar, a carteira ficará mais leve ra digam que no Alaska chove foi magnífico. mente higiénicos. Mesmo assim
trezentos dias por ano, tivemos Parte da tripulação, incluindo o com as partes mais aborrecidas,
sorte porque fomos incluidos comandante, todos nos deram valeu a pena e foram umas férias
nos outros sessenta e cinco. No congratulações, pela celebração inesquecíveis.
unico sítio onde choveu ali, foi do nosso quinquagésimo aniver-
apenas uma pequena ameaça de sário matrimonial e ofereceram
chuva ou a convidar-nos para ir- o bolo e velas para a cerimónia
mos para bordo porque a hora da na mesa do jantar, onde um gru-
partida já se aproximava e como po cantou à volta da mesa, uma
disse o responsavel de bordo, “é simpatia que jamais poderemos
preferível chegar a bordo uma esquecer.
hora mais cedo que um minuto Novamente no aeroporto de
mais tarde...” Vancouver e as mesmas praxes,
COLABORAÇÃO 13

Agua Viva
Filomena Rocha
Clube Português - 10 anos
No passado dia 15 de Maio, o sa- atribuídas em nome de algumas or- KSQQ, no programa mensal, cujo
filomenarocha@sbcglobal.net lão da Banda Portuguesa de São ganizações e também em memória principal responsável é o Dr. Ma-
José enfeitou-se para receber con- do saudoso jóvem Jeffery Paz, que nuel Bettencourt, e muita emoção e
dignamente os Finalistas do Clube outrora fez parte da mesma escola. alegria de que é feita a vida. Ao Pro-

Little Portugal Português da San Jose High Aca-


demy, que festejaram o 12-º ano de
fundação, com um suculento jantar,
Houve ainda o reconhecimento de
estudantes que apresentaram com
orgulho, excertos de dança folclóri-
fessor José Luis da Silva foi dirigido
um pequeno discurso por um antigo
aluno, David Garcia e ainda pelos fi-
confeccionado por Mariana Flores, ca, de carnaval e ainda uma rábula nalistas foi-lhe entregue um quadro
Chamam-lhe O Portugal Pequenino, (The Little Portugal). ao qual acudiram não só os pais e em diversos quadros hilariantes que com fotografias para recordar.
Ainda vi quando lhe deram o nome e até lhe colocaram outros familiares dos estudantes, dispuseram bem todos os presentes. Jantares com momentos destes vale
bandeirolas nesta área, com desenhos de hortências e ca- como muitos simpatizantes do Clu- Não faltaram os discursos da pra- a pena serem repetidos, porque une
chos de uvas pintadas. Algumas o vento já levou. be e antigos alunos daquela Escola, xe e alguns já com uma mescla de a juventude à cultura Portuguesa
De resto, como tanta coisa que o tempo leva, quando o que aproveitaram para conviver de saudade, palavras de admiração e pelo idioma, pelo conhecimento,
vento aqui, mesmo o de pouca feição que nunca vem na novo com seus professores também apreço tanto dos colegas como dos pela amizade que se faz que é sem-
forma de tufão, graças a Deus, nos vai levando o que já presentes e ao mesmo tempo pode- seus mestres, cujos nomes ficaram pre saudável em termos de futuro.
pelo tempo de presença marcou espaço e fez história. rem congratular o Professor José imprimidos no pequeno livro de
Mas estas demarcações ainda não são nome de rua e não Luis da Silva, responsável pelo ensi- memórias, feito especialmente para Por tudo isso, foi muito bom ter es-
creio que algum dia o cheguem a ser. Pelos anos que nes- no de Português, por sinal no último a ocasião. Decididamente, houve ta- tado aí a representar esta Tribuna.
te lugar tenho vivido, já vi negócios começar e acabar, e ano de leccionador, antes de entrar lento dos nossos jovens portugueses
outros ainda continuam, talvez por uma questão de Amor; na reforma. que é preciso ser aproveitado, a co-
amor-próprio, amor à profissão, amor à tradição, amor à Neste evento, aos jovens finalistas meçar por estes pequenos momen- Texto e fotos de Filomena Rocha
camisola, amor à arte, e tanto outro amor desentendido, foram entregues bolsas de estudo, tos e através da Rádio, neste caso na
até por aqueles que sendo do mesmo país e raça, não se
interessam nem contribuem para que todo esse amor te-
nha futuro.
Não sejamos tão bairristas que não possamos ou não quei-
ramos ver que não é necessário ser-se Português de quatro
costados para ter em conta que há pessoas no bairro que
passam a fazer parte da nossa história de imigrantes. Al-
gumas não vieram das Ilhas nem do Continente Português
como a maioria de nós, mas vivem há tanto tempo entre
nós que passam a fazer parte do nosso pequeno mundo, do
nosso expólio. Conhecem os nossos usos, costumes e tra-
dições e apreciam o nosso modo de viver, pacato, ordeiro,
acanhado, muito conservador, ao mesmo tempo festeiro,
muito cioso das suas raízes, e também por vezes muito
egoísta, taiçoeiro e sobretudo invejoso. Ao ponto de tanta
vez já ter ouvido dizer: quem ao pé do invejoso morou,
unca cresceu nem medrou. Provérbios… Ditados do Povo
que nasceram por algum motivo.
Seja como for, enquanto o tempo consolida a história, pes-
soas há, que pela sua constância, se agarraram a este lugar
e que ficarão como um marco importante na memória da
nossa vida diária, tornando nossa a sua própria história.
Fazem parte do nosso itinerário de vida.
Porque fui eu quem chegou quase por último, passei a ob-
servar o presente pelo passado. Piso pedras da rua que
outros com sacrifício aconchegaram para que ninguém
resvalasse,,, (Algumas, já saíram do ladrilho, de gastas
pelo tempo e cansaço de tanto serem pisadas…) Escutei
histórias de vida que me cativaram, admirei a persistência
do sonho tornar-se realidade, e enquanto houver tempo
e Água Viva, contar-vos-ei algumas dessas histórias. As
que valerem a pena serem contadas para matar a sede das
caminhadas que já fiz..

Angra do Heroísmo é o
melhor concelho do País
para viver
O Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC)
realizou um estudo em que foi avaliada a qualidade de
vida em 20 concelhos portugueses, em dez domínios
diferentes.
A cidade de Angra do Heroísmo foi considerada como o
melhor município do País para viver. O prémio resul-
tou de um estudo realizado pelo Instituto de Tecnolo-
gia Comportamental (INTEC), em que foi avaliada a
qualidade de vida em 20 concelhos em dez domínios
diferentes.
Os domínios analisados foram o ambiente, urbanismo
e habitação, acessibilidades e transportes, ensino e
formação, economia e emprego, saúde, cultura e lazer,
turismo, felicidade e tolerância e segurança. Angra do
Heroísmo obteve três primeiros lugares em áreas como a
felicidade, cultura e lazer e tolerância e segurança.
O prémio foi entregue em Lisboa, no Museu da Electri-
cidade, pelo coordenador nacional do Plano Tecnológico,
Carlos Zorrinho, no âmbito da realização da I conferên-
cia “Qualidade de Vida nos Municípios” subordinada ao
tema “Estratégias para o Desenvolvimento”, organizada
pelo Instituto de Tecnologia Comportamental.
A distinção mereceu, no entanto, reparos por parte de
um dirigente local do CDS/PP. “Angra é a cidade mais
feliz e os angrenses são os mais optimistas do País,
rezam as conclusões de um estudo feito à medida e que
custou aos cofres da autarquia milhares de euros que
poderiam e deveriam ter sido aplicados em prol da me- 1600 Colorado Avenue
lhoria da qualidade de vida”. Turlock, CA 95382
parcial in expressodasnove Telefone 209-634-9069
14 FESTAS 15 de Julho de 2009

U.P.E.C. 123RD ANNUAL CONVENTION


Wyndham Palm Springs Hotel, Palm Springs
888 East Tahquitz Canyon Way, Palm Springs, CA 92262
AUGUST 1, 2009 - AUGUST 4, 2009
Saturday, August 1, 2009 Monday, August 3, 2009
7:30-8:30AM…….. Delegates Registration
5:00-6:30PM…..Delegates Registration 9:00AM………….. Business Session
12 Noon……..……..Lunch Break and
7:00PM………..Youth Testimonial Dinner and Youth Activities - Youth Variety Show
“Shinning Stars” Hollywood Night 1:00PM…………….Business Session

7:00PM…………... Supreme President’s Reception


“A Groovy Gala”

Sunday, August 2, 2009 Tuesday, August 4, 2009


7:30AM………....Past Supreme Presidents Meeting

7:30-9:15AM…. Delegates Registration 9:00AM…………... Business Session

10:00AM…….... Mass at Hotel 12 Noon…………....Youth Outing and


Lunch Break

12PM-3PM…….Lunch/Visitors Hour 1:00PM………… ..Business Session

3:30PM……….. State Youth Meeting


“Next generation” Meeting 6:00PM…………..Social Hour

4PM-6PM……..Delegates Registration 7:00PM…………...Installation Banquet and Dance
Music by “Chico Avila”
7:30PM……….. Presentation of Supreme Officers,
Queen Coronation, and Grand Ball.

Music by Chico Avila RESERVE UNDER UPEC GROUP: (760) 322-6000


PATROCINADORES 15
16 FESTAS 15 de Julho de 2009

I.E.S, a festa maior da Área da Baía

Aia Kylee Gonzalez, Rainha Grande Ashley Meneses, aia Frankie Crabtree, rodeadas por dois elementos de Knights of Columbus

Rainha Pequena April Marie de Rosa, acompanhada pelas aias Kali Ulick e Natalai Fulga
Embaixo: coroação da Rainha Pequena April Marie de Rosa

A Festa da Irmandade de San José é co- Além da parada sempre muito bonita, um
nhecida pela sua grandeza e pela partici- dos seus pontos altos é a Missa da Festa Rainha Junior Jessica Oliveira, aias Joclynn Souto e Alyssa Torres
pação de cerca de uma centena de outras na Igreja Nacional das Cinco Chagas, Padre Mancuzo dá a beijar o ceptro a Jessica Oliveira
organizações que nesse dia se deslocam a sempre muito bem engalanada. É uma
San José para partilharem o dia maior da Igreja que merece ser visitada.
Área da Baía.
FESTAS 17

Dir/ Esq: Presidente Henrique e Elizabeth Oliveira, com toda a sua direcção

Aspectos da Igreja Nacional das Cinco Chagas.

Coroação do Presidente Henrique e Elizabeth


Oliveira e da Rainha Grande Ashley Menezes
18 FESTAS 15 de Julho de 2009

Livingston no dia maior do ano Fotos de Jorge


Avila “Yauca”

Rainha Grande Julie Silveira, aias Natalie Fagundes e Michelle Coelho


Realizou-se nos dias 4 e 5 de Julho a Festa do Espírito No dia 4, depois do Terço, houve baile com o Alcides Harvey Fonseca na Igreja de São Judas Tadeu. Sopas e
Santo em Livingston, que teve a comparência de organi- Machado e apresentação das Rainhas e Oficiais. No Do- carne foram servidas e durante a tarde houve arremata-
zações vindas de muitas cidades da California. mingo, dia 5, Missa da Festa celebrada por Monsenhor ções e à noite baile com Chico Avila.
FESTAS 19

Outside Guard Nelson e Cindy Costa; Secretária, Eunice Pinto; Vice P Carlos e Michelle Fagundes; Jocelyn e Mathew Mendonça, Presidente; Eldini e Antonio de Jesus, Tesoureiro.

Rainha Pequena Jocelyn Silveira, aias Sylvana Vieira e Mila Alves

Caras lindas

Monsenhor Harvey Fonseca e alguns seminaristas que o ajudaram na Missa


O princípio da Coroação com o guião de Livingston e as Bandeiras Nacionais
20 COLABORAÇÃO 15 de Julho de 2009

Sabor Tropical
Festas juninas: origens e
Elen de Moraes
elendemoraes_rj@globo.com “guerras de espadas”
A
s festas juninas fa- na época da colonização, mas no seu dia são feitas procissões
zem parte do legado só em 1603 temos as primeiras marítimas em sua homenagem.
que nos deixou Por- referencias, quando um frade Je- As comidas servidas nas fes-
tugal, país de crença suíta, Vicente do Salvador, escre- tas são uma gostosa mescla dos
reconhecidamente católica. Com veu: “os índios acudiam a todos quitutes portugueses, da cozinha
grande facilidade as incorpora- os festejos dos portugueses com africana e indígena: sopa, bolo,
mos, com suas tradições religio- muita vontade, porque são ami- pão doce, canjica de milho, arroz
sas e seu folclore. gos de novidades, como no dia de doce, broa de milho, batata doce
Há várias hipóteses para suas ori- São João Batista, por causa das assada, milho cozido, paçoca, pé-
gens. Umas dão conta que elas já fogueiras e capelas”. Dançar em de-moleque, cocada, aipim frito,
existiam no Egito, antes do Cris- torno da fogueira tinha muito a etc. e dependendo da região tam-
tianismo: por ocasião da colheita ver, para os índios, com suas dan- bém são servidos pratos típicos e
os deuses do sol e da fertilidade ças sagradas que também eram até “hot dog”.
eram cultuados e com o domí- realizadas em volta do fogo. A quadrilha era a dança típica da ge Ferreira Silveira (Jota), Dire- versidade, mostrando os efeitos
nio do Império Romano sobre os No Brasil, na véspera de Santo festa. Hoje em dia está restrita tor do Departamento de Eventos maléficos da brincadeira com as
egípcios, a tradição foi trazida Antonio comemora-se o dia dos a apresentações e premiações e Populares, a “guerra” nasceu da espadas, o numero de duelistas
para a Europa. namorados por ser o Santo con- para dançá-la, roupas bonitas e vontade do povo, por essa vonta- acidentados é elevado e alguns
Outras fundamentam o seu co- siderado casamenteiro e temos até dispendiosas são confeccio- de ainda permanece e é conheci- não resistem aos ferimentos. Sem
meço ao culto à deusa Juno, da hábito de trocar presentes nessa nadas no melhor estilo “caipi- da mundo afora. falar do barulho ensurdecedor e
mitologia romana. Os festejos em época. É uma festa mais caseira. ra”. De origem francesa, chegou As espadas são pedaços de bam- do prejuízo que sofrem as casas
sua homenagem eram chamados Os devotos vão à Missa prestar ao Brasil com a Família Real no bus cozidos, de uns 30 cm, amar- riscadas pelo fogo das espadas.
“junônias”. No entanto, alguns suas homenagens, pedir e agra- século XIX e era dançada nos rados com barbantes encerados, Ainda segundo Jota, “guerra” é
historiadores afirmam que elas decer as bênçãos e levar os pães salões da corte e da aristocracia. recheados com pólvora, barro um nome inadequado porque não
tiveram origem na França, no sé- que simbolizam fé e garantem Com o passar do tempo foi assi- e limalha de ferro, material que há brigas e tudo não passa de uma
culo XII quando o povo festejava fartura à mesa. Pelo lado da cren- milada e incorporada aos festejos confere efeito brilhante às fa- competição para ver quem tem
com fogueira, dança e cantoria, o dice popular, quem quer se casar populares. íscas, dando um espetáculo de maior destreza no manejo das es-
solstício de verão, véspera do iní- faz simpatias e neste ano, uns As festas juninas são importantes luzes fascinantes. Quando soltas padas e a rivalidade fica por conta
cio das colheitas. Uma festa pagã dias antes dos festejos, tivemos no calendário das festas brasilei- das mãos, desenham movimentos da coragem de lançá-las e depois
importante para muitos povos e até uma passeata de solteiros pro- ras, principalmente para os Esta- de rara beleza e de grande perigo persegui-las e devolvê-las acesas
que a Igreja Católica, inteligen- testando pelo motivo de estarem dos do norte e nordeste. Algumas para quem assiste aos duelos sem para o lado oposto, entretanto ele
temente, ao invés de condenar, sozinhas. Brincadeira, claro. Prefeituras organizam-nas e dão a proteção recomendada ou para estuda alternativas para por fim
deu-lhe sentido religioso, asso- São João é festejado com fogos de aos turistas uma ótima infra-ins- quem dele participa sem experi- à inegável violência gerada pelos
ciando-a ao aniversário de São artifícios, tiros, balões e bandei- trutura. Contratam artistas famo- ência e a devida prudência. Os duelos e para que se mantenha a
João Batista. ras coloridas. Erguem fogueiras, sos para animá-las e os conjuntos duelistas, atualmente, têm local tradição da bonita festa da “guer-
No século XIII os portugueses dançam, servem comidas típicas de “forrós” dão o toque especial demarcado pela prefeitura para ra das espadas”.
incorporaram ao calendário da e entoam louvores ao Santo. aos bailes. seus espetáculos e são expressa-
“festa joanina” os Santos Anto- Subir no pau de sebo com o obje- Alguns lugares criaram suas pró- mente proibidos fora dessa área. Pesquisa:
nio e Pedro. No Brasil recebeu o tivo de pegar os presentes amar- prias atrações, como é o caso da Porém, de acordo com Reinadi CARVALHO, Hernani de – No
nome de “festa junina” por acon- rados no topo é a brincadeira que “guerra de espadas” da festa de Sampaio, outra moradora da ci- Mundo Maravilhoso do Folclore
tecer no mês de junho. diferencia as comemorações de São João em Cruz das Almas, dade, que desenvolveu o trabalho LIRA, Mariza – Migalhas Fol-
Como é notório, tais festas che- São Pedro. O Santo também é o cidade do interior do Estado da “O conflito: sua natureza e suas clóricas
garam-nos com os portugueses, protetor dos pescadores e por isso Bahia. Lá, como nos conta Jor- manifestações”, para sua Uni-

Ao Sabor do Vento
“Um Dia de Portugal
José Raposo
raposo5@comcast.net em cheio

D
ia de Portugal em Sausalito? das Cinco Chagas actuou e todos ficaram contou com a colaboração de muita gente. dades, aos poucos venderam o que tinham
Sim! impressionados com as bonitas vozes dos Não posso deixar de mencionar mi- e foram-se mudando para outros lugares
Foi há poucos meses atrás que participantes. O grupo Folclórico Tradi- nha cunhada Margarida e a ajuda que a mais acessíveis. Não sei se neste momento
o Sr. Cônsul Geral de Portugal ções da Nossa Terra, com as suas cores I.D.E.S.I., de Novato, deu para usarmos teremos dez Portugueses a viver em Sau-
em São Francisco me telefonou para saber garridas e os seus cantares populares, ani- a máquina para amassar as malassadas e salito.
as possibilidades de fazer uma exposição mou muito bem a festa. o uso do salão para as preparar. O Presi- O novo grupo de Directores da I.D.E.S.S.T.
de pintura em Sausalito. O meu amigo Hélio Beirão, a Julia e David dente de Novato, Sr. Bill Teixeira, sua es- tem feito todo possível para que a organi-
As pinturas seriam obras do Padre Manuel Borba mostraram, mais uma vez, a perfei- posa e uma grande parte de Directores e zação cresça e neste momento até temos
Bernardo, Helia Sousa, Goretti Carvalho ção com que sabem tocar os seus instru- membros, muito nos têm ajudado. A Fáti- pessoas de várias nacionalidades que par-
e Fernanda Simões. Infelizmente o Padre mentos e o número Trindades fez-me lem- ma Freitas, a Eduarda Nunes, minha irmã ticipam das nossas festas, o que acho que é
Manuel Bernardo faleceu antes de ver as brar o badalar dos sinos da minha aldeia. Luisa e minha mulherf, contribuíram com um orgulho para todos nós.
suas obras expostas. Os Directores da Ir- A Hilda Maria mostrou que sabe cantar a organização dos bordados. Eu sei que me Na página que a organização tem na inter-
mandade apoiaram e aprovaram a ideia do bem tanto em Português como Inglês. O vou esquecer de mencionar alguém, por- net houve um senhor de Portugal que nos
Sr. Consul e o que era para ser só uma ex- espectáculo fechou com o grupo Sete co- tanto, para os esquecidos, vai também o criticou por celebramos o dia de Portugal
posição de pintura, tornou-se numa festa e linas e se bem que o Helder Carvalheira meu reconhecimento. no dia 6 de Junho, quando em Portugal é
celebração do dia de Portugal. é um mestre na guitarra Portuguesa, o A padaria Nove Ilhas, o restaurante La celebrado no dia 10. O que essa pessoa não
Depois das eloquentes palavras de boas Manuel Escobar no seu violão e o João Sallete, o H.G.C. Imports, Viños Unicos, sabe nem nunca saberá é que para nós imi-
vindas do Sr. Consul, em que enalteceu a Cardadeiro, no baixo fazem uma completa Matos Cheese Factory, Morey Winery, grantes, que saímos de Portugal com o “E”
I.D.E.S.S.T. e o esforço de todos os seus harmonia digna de ser escutada em qual- prestaram grande contribuição e a todos da esperança e entramos nesta terra com o
Directores, o grupo coral jovem da Igreja quer parte. estamos muito gratos. “I” da incerteza, todos os dias são dias de
Além destes ar- Fiquei agradavelmente surpreendido ao Portugal. Enquanto que o dia 10 de Junho é
tistas que muito ver o meu amigo Décio e a Helena, sua es- feriado nacional em Portugal, aqui mesmo
bem tocaram posa, assim como o Tony Goulart e Judy e que calhe num Domingo é dia de trabalho
e dos pintores mais uns quantos amigos da área de San para muita gente. Não há um só dia que
cujas obras são José que provaram que conhecem o cami- não nos lembramos da terra onde nasce-
excelentes na nho para Sausalito. mos, quer tenhamos vindo dos Açores, da
minha maneira Foi com satisfação que recebemos o Sr. Madeira, das serras ou cidades entre Mon-
de ver, também Osvaldo Palhinha, da R.T.P.i, que embora ção e Albufeira ou das lezírias, entre Cabo
houve uma ex- desconhecesse que havia um Salão Portu- da Roca e Campo Maior, estamos todos
posição de arte- guês em Sausalito, conseguiu cá chegar metidos dentro do barco da saudade.
sanato onde não e assim os Portugueses espalhados pelos Foi pena que o José Ávila, Director des-
faltou toalhas, quatro cantos do mundo terão oportunida- ta Tribuna Portuguesa, não pudesse estar
mantas, vesti- de de fazer contacto, pelo menos visual, presente, pois ele faria uma narrativa mui-
dos e bordados com os seus irmãos desta cidade banhada to melhor do que a minha. Mas, para o ano
de várias espé- pelas águas da baía do Golden Gate. que vem, tenho a certeza que ele virá, nem
cies, alguns de- Em 1922, 20% da população de Sausalito que para isso tenhamos que fazer uma tou-
les com mais de era Portuguesa ou de descendência Por- rada em Sausalito e então será um dia de
100 anos. Foi tuguesa. Com o decorrer dos tempos e o Portugal em cheio.
uma festa que aumento exorbitante do valor das proprie- .
COLABORAÇÃO 21

Lufada de Ar Fresco
Paul Mello
“Gripe Suina” nos Açores
pjmello87@yahoo.com

A
confirmação do primeiro caso De acordo com o Diário dos Açores, o Saúde, Miguel Correia afirmou que “não Multibanco e daí que seja necessário man-
da tão falada Gripe Suína nos primeiro caso da Gripe A foi encontrado há uma evidência de que exista transmis- ter essas superfícies desinfectadas.
Estados Unidos pelos laborató- numa menina de três anos, que viajou no são na comunidade local” e que “o vírus Pese embora ainda não existir uma vacina
rios do Center for Disease and dia 29 de Junho do Canadá para a ilha Ter- é de baixa virulência o que tem permitido para proteger o ser humano contra o novo
Control(CDC) remonta ao dia 15 de Abril ceira e acabou por ser internada no Hos- que pessoas que possuem outras patolo- vírus da Gripe A (H1N1), existem medi-
de 2009. Os casos foram-se multiplicando pital do Santo Espírito de Angra do Hero- gias reajam bem aos tratamentos e fiquem camentos que têm sido extremamente efi-
e no dia 3 de Junho de 2009, cada Estado ísmo. As várias análises que foram feitas curadas”. cazes no combate ao vírus e como prova
dos Estados Unidos já tinha confirmado a confirmaram de que se tratava de um caso Mas afinal, o que é o novo vírus da Gripe disso, dos cerca de 94,500 casos mundiais,
existência de pelo menos um caso da Gri- da Gripe Suína. O Secretário Regional da A(H1N1)? Trata-se de um novo subtipo de apenas 429 até ao momento resultaram
pe A (vírus H1N1). Devido ao alastrar da Saúde fez questão de afirmar que a menina vírus que afecta os seres humanos e que na morte do portador, resultando numa
gripe e do rápido crescimento no número se encontra numa situação de saúde está- apresenta uma combinação de variantes percentagem de sobrevivência superior a
de casos a nível mundial, a Organização vel. genéticas humanas, aviárias e suínas. A 99%.
Mundial de Saúde elevou de 5 para 6 o No dia 3 de Julho, surgiu a confirmação novidade prende-se no facto deste vírus Numa altura em que muitos emigrantes
nível de alerta de pandemia no dia 11 de de mais dois casos da Gripe, desta vez nas ser transmissível entre seres humanos. estão a fazer as malas par viajarem para
Junho de 2009. Até à data da elaboração ilhas de São Miguel e Graciosa. Na Gra- Um dos grandes problemas encontra-se o paraíso Açoriano, convém andar infor-
deste artigo (6 de Julho), o número de ca- ciosa, um homem de oitenta e quatro anos na dificuldade de distinção entre a Gripe mado relativamente a este vírus. A Or-
sos a nível mundial já se encontrava acima de idade está a ser observado de perto no A H1N1 e a gripe sazonal, pois os sinto- ganização Mundial da Saúde recomenda
dos 94,500, com particular destaque para Centro de Saúde de Santa Cruz. De acordo mas de ambas são muito semelhantes. aos viajantes para evitarem contacto com
os Estados Unidos com cerca de 33,900, o com o Diário dos Açores, este senhor tam- Sintomas como a febre, tosse, dores de pessoas doentes; lavar frequentemente as
México com 10,200, e o Canadá com mais bém estava abordo do avião proveniente garganta, dificuldades respiratórias, dores mãos com água e sabão ou com toalhetes
de 7,900. Até ao momento, o número de do Canadá. O caso de São Miguel refere- corporais ou musculares, dores de cabeça, com solução de álcool; evitar tocar com as
casos da Gripe A (vírus H1N1) em Portu- se a uma mulher de vinte e nove anos de fadiga, arrepios, vómitos ou diarreia têm mãos nos olhos, nariz e boca; cobrir a boca
gal é de 71. A chegada desta Gripe ao ar- idade, que também viajou no mesmo voo sido observados na maioria dos casos da quando espirrar ou tossir, utilizando um
quipélago dos Açores tinha uma probabi- do Canadá e que presentemente está a ser Gripe A H1N1. lenço de papel sempre que possível; lim-
lidade “muito reduzida” como fez questão observada de perto no Hospital Divino Es- Para além da semelhança de sintomas, a par superfícies sujeitas a contacto manual.
de afirmar o secretário regional da Saúde, pírito Santo em Ponta Delgada. Gripe A (H1N1) e a gripe sazonal também Enfim, façam como se estivessem a tentar
Miguel Correia e tal apenas aconteceria Até ao dia 3 de Julho, foram confirmados partilham o modo de transmissão. Para evitar a gripe sazonal, mas não deixem de
“via Continente e não Base das Lajes”, um total de cinco casos da Gripe A nos que o vírus seja transmitido basta uma gozar as suas férias e também não deixem
como frisou o mesmo ao Diário dos Aço- Açores, quatro dos quais a corresponde- pessoa infectada falar, tossir, ou espirrar de comer uns torresmos de porco, pois ao
res no dia 28 de Abril de 2009. No entanto, rem a pessoas que viajaram no mesmo junto de outra. O perigo também prende- contrário do que muitos julgam, o vírus
no passado dia 1 de Julho de 2009, deu-se voo proveniente do Canadá e, segundo o se na capacidade que o vírus tem de sobre- não é transmitido através do consumo da
a confirmação do primeiro caso da Gripe Diário dos Açores, este número poderá viver durante várias horas em superfícies carne suína.
A (vírus H1N1) no arquipélago dos Aço- aumentar caso se confirmem outros tantos como por exemplo nas maçanetas de por-
res. casos suspeitos. O Secretário Regional da tas, corrimãos ou teclados das caixas de

COMCAST lança novo plano de


ligações internacionais
Clientes do Comcast Digital 41 países na Europa África do Sul, Zâmbia, Zimbá- econômica Microeconomic Con- Sobre a Comcast Corporation
Voice® Economizam com Albânia, Andorra, Armênia, bue sulting and Research Associates
Carefree Minutes™ Worl- Áustria, Bélgica, Bulgária, Cro- (MiCRA) constatou que consu- A Comcast Corporation (Nasdaq:
dwide 300 ácia, Chipre, República Tcheca, Além das opções do plano de midores já economizaram $23.5 CMCSA, CMCSK) (www.com-
Dinamarca, Finlândia, França, chamadas e das tarifas interna- bilhões, inclusive $13 bilhões cast.com) é a maior provedora de
Filadélfia, 25 de junho de 2009 – Geórgia, Alemanha, Grécia, cionais competitivas, os clientes apenas no ano de 2007, devido à produtos e serviços de entreteni-
Comcast Corporation (Nasdaq: Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, do Comcast Digital Voice se be- concorrência no setor de telefonia mento, informações e comunica-
CMCSA, CMCSK), a maior pro- Cazaquistão, Latvia, Liechtens- neficiarão de uma variedade de de companhias como a Comcast. ções do país. Com 24.1 milhões
vedora de produtos e serviços de tein, Lituânia, Luxemburgo, Mô- produtos e recursos novos e ino- Usuários podem economizar de clientes de serviços por cabo,
entretenimento, informações e naco, Holanda, Noruega, Polô- vadores para telefones residen- de 20 a 30 por cento, ou acima, 15.3 milhões de clientes de servi-
comunicações do país anunciou nia, Portugal, România, Rússia, ciais como: com o Comcast Digital Voice, o ços de Internet de alta velocida-
hoje o lançamento do Carefree Eslováquia, Eslovênia, Espanha, que prova o sucesso das políticas de e 6.8 milhões de clientes do
Minutes Worldwide™ 300 que Suécia, Suíça, Turquemenistão, •Identificador de Chamadas Uni- pró-competitivas que garantem Comcast Digital Voice, a Com-
oferece tarifas ainda mais com- Ucrânia, Reino Unido, Uzbequis- versal – Os clientes do Triple Play opções para o consumidor. cast dedica-se principalmente ao
petitivas para localidades popu- tão, Vaticano Comcast podem ver a informação desenvolvimento, gerenciamento
lares ao redor do mundo. de quem está ligando na televisão Para mais informações sobre o e operação de sistemas de cabo
26 países no Caribe e nas Amé- ou no computador enquanto as- Carefree Minutes Worldwide™ e ao suprimento de conteúdo de
O plano Carefree Minutes Worl- ricas Central e do Sul sistem a um filme ou navegam na 300, visite: http://www.comcast. programação.
dwide™ 300 proporciona 300 Antígua, Argentina, Bahamas, Web. com/internationalcalling/ e para
minutos de chamadas para 100 Barbados, Bermuda, Brasil, Ilhas •Centro de Comunicações Smart- mais detalhes sobre o Comcast As redes de conteúdo e investi-
países, em qualquer horário, por Caimã, Chile, Colômbia, Costa Zone™ – esta aplicação online Digital Voice, visite: www.com- mentos da Comcast incluem E!
$14,95 por mês. Rica, República Dominicana, oferece simplicidade e comodi- cast.com/comcastdigitalvoice/ Entertainment Television, Style
Equador, El Salvador, Guiana dade, permitindo aos clientes ge- Network, Golf Channel, VER-
“Nosso objetivo é fornecer aos Francesa, Guadalupe, Haiti, Ja- renciar email, mensagens de voz Nota: 300 minutos por mês, em SUS, G4, PBS KIDS Sprout, TV
nossos clientes planos que per- maica, México, Panamá, Peru, e o livro universal de endereços qualquer horário, para 100 países One, dez redes dedicadas a es-
mitem a fácil comunicação com a Saint Kitts e Nevis, Santa Lúcia, em um só lugar. determinados. Não pode ser usa- portes e operadas por Comcast
família e os amigos em qualquer Saint Vincent, Uruguai, Vene- •Qualidade Aprimorada de Tele- do em combinação com nenhum Sports Group e Comcast Inte-
lugar do mundo, por um custo zuela fone Sem Fio – telefone residen- outro plano Carefree Minutes. ractive Media, que desenvolve
baixo e através de chamadas de cial com múltiplos recursos que Disponível apenas para clientes e opera os negócios da área de
alta qualidade,” afirma Cathy 20 países na Ásia e no Pacífico oferece todas as funções popu- do Comcast Digital Voice. Não Internet, inclusive Comcast.net
Avgiris, Vice Presidente Sênior Austrália, Bangladesh, Cambo- lares do Comcast Digital Voice há transferência de minutos – mi- (www.comcast.net). Além disso,
e Gerente Geral, Serviços de Voz ja, China, Hong Kong, Índia, além de serviços integrados e nutos devem ser usados em cada a Comcast é também proprietária
da Comcast. “Nosso plano de Indonésia, Japão, Quirguistão, funcionalidade avançada como ciclo de cobrança e para ligações majoritária da Comcast-Specta-
ligações internacionais é outro Macau, Malásia, Nova Zelândia, a possibilidade de visualizar feitas apenas para telefone fixo, cor, cujos maiores investimentos
exemplo de como continuamos a Paquistão, Filipinas, Cingapura, emails, visualizar/encaminhar/ excluindo-se serviços de opera- incluem o Philadelphia Flyers,
reinventar o serviço de telefonia, Coréia do Sul, Sri Lanka, Taiwan, gerenciar o correio de voz através dora e de assistência de guia te- time de hockey da NHL (Natio-
oferecendo ao mesmo tempo uma Tailândia, Vietnam do telefone ou computador, ler lefônico. Se o número de minutos nal Hockey League), o Philadel-
redução de custo competitiva”. notícias, esportes e horóscopo, permitido for excedido, o cliente phia 76ers, time de basquetebol
8 países no Oriente Médio acessar o livro universal de en- pagará as tarifas internacionais da NBA (National Baskteball
O Plano de Ligações Care- Bahrain, Brunei, Israel, Jordânia, dereços e fazer buscas através da padrão de ligações feitas para Association) e dois grandes está-
Kuwait, Líbano, Arábia Saudita, ajuda do diretório online. telefone fixo. Equipamentos,
free Minutes Worldwide™ Turquia Para melhor complementar os re- impostos, sobretaxas e outros en-
dios usados para várias finalida-
300 inclui: cursos oferecidos pelo Comcast cargos telefônicos são cobrados
des em Filadélfia.
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Grupo de Forcados de Quarto Tércio


José Ávila
Turlock vai a Portugal josebavila@gmail.com

Tiro o meu
chapéu a todos
aqueles que aficio-
nadamente tem dado
o rosto na defesa da
nossa festa, partici-
pando em encontros
para a constituição
de uma organização
que nos defenda dos
ataques fundamentalistas anti-qualquer coisa.

Tiro o meu chapéu à Tertulia Tau-


romáquica Terceirense por continuar a
publicar a unica revista taurina açoriana. A Festa na
Ilha deve estar a chegar à California. Mais uma vez
poderemos ler bons artigos sobre toiros, além de ter a
oportunidade de apreciar fotografias antigas da nossa
festa brava da Terceira. A não perder nunca. Comprar
sempre.

Esta fotografia ficará na história da


festa brava da California. Os dois Grupos de Forcados
de Turlock pegaram juntos pela primeira vez na I Cor-
rida da Feira da Festa de Stevinson e Paulo Ferreira
Grupo de Forcados de Turlock na Corrida do seu 33° Aniversário ofereceu a lide a Jorge Martins e a Tony Machado,
O Grupo de Forcados de Turlock, que há pouco cabos de forcados. Bonito.
tempo comemorou os seus 33 anos de actividade
taurina, recebeu um convite para pegar toiros em
duas corridas em Portugal - no dia 20 de Agosto
na Praça do Campo Pequeno em Lisboa e no dia
26 do mesmo mês em Albufeira, Algarve.

Recordemos que este grupo já pegou toiros nos


seguintes lugares:

1988 - Terceira (Sanjoaninas) e Albufeira (Algar-


ve)
1995 - Canadá
1996 - Terceira (Sanjoaninas)
2007 - Feira de São Jorge Michael Lopes na Corrida de Santo Antão
2008 - Feira da Graciosa

Queremos crer que o Grupo de Forcados de


Turlock será mais uma vez um bom representante
da nossa Festa Brava, como sempre tem sido em
todas as suas digressões fora do País.
Para aqueles que não andam a par do mundo dos
toiros, podemos dizer que o grupo está em forma
e conta com uma mão cheia de bons pegadores e
boas ajudas. Fará figura, concerteza.
Deixo-vos, neste espaço taurino, algumas das boas
pegas que este ano efectuaram em diversas corri-
das onde actuaram.

Donald Mota na Corrida de Patterson Gary Rocha na I Corrida de Stevinson

Kyle Parker na Corrida de Santo Antão

Esta gravata preta ficará aqui até que as nossas organizações taurinas aprendam a Anthony Martins na II Corrida de Stevinson
devolver os bilhetes dos toiros depois dos porteiros os cortarem.
O que acontece na California desde há anos, é que os patrocinadores pagam para
que os seus serviços sejam publicitados nos bilhetes de toiros e depois mal se
compram entrega-se ao porteiro, este fica com ele e no fim da corrida vai tudo
ÚLTIMA HORA
para o lixo. Alguém pode compreender isto? No final da reunião havida em Thornton no dia 10 de
Por lei, todo o cidadão, em qualquer país do mundo, tem direito a ter o seu recibo, Julho, para discussão da necessidade de se constituir uma
mesmo que o bilhete seja oferecido. organização para defesa e preservação da nossa cultura e
tradições, ficou aprovado o seguinte:
Nao faremos mais críticas de Corridas de Toiros até que a. Aceitação por unanimidade da constituição da orga -
nização em causa.
a nossa Comunidade Taurina acorde deste sonho mau b. Escolha de um comité de 5 pessoas para avançar com
que tem tido. Já estou a ficar farto desta brincadeira. o projecto em termos jurídicos.
Mais notícias na próxima edição.
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26 ARTES & LETRAS 15 de Julho de 2009

Apenas
O bando da burra – humor, Duas
Palavras
crónica e sátira social Diniz Borges
Urbano Bettencourt d.borges@comcast.net

N
a Piedade (ilha do Pico), a 3.ª (à maneira do “pranto” ou “lamentação” Após um breve interrupção, preenchida
feira de Entrudo é dia de ban- medieval). Lá estão, preto no branco, os
graças ao editor deste jornal, José Ávila,
do. A freguesia converge para nomes reais, e conhecidos à época, dos di-
aqui estamos em pleno verão de 2009
o Curral da Pedra, onde a par- ferentes beneficiários do testamento com a
com mais uma Maré Cheia. É um tra-
tir do Coreto (muito antes, era do muro indicação daquilo que a cada um cabe e na
do Manuel Gonçalves) se procede à leitura linguagem muito própria do género, mas balho do nosso amigo e colaborador o
do testamento de cada burra ou burro fa- imprópria do autor do livro e do seu es- poeta Urbano Bettencourt. É um texto
lecido na freguesia no decurso do último tatuto. E outros testemunhos desse século magnífico, como só o Urbano o podia
ano. Testamento burlesco, bem se vê, que falam-nos ainda do testamento do galo. escrever.
parodia o texto jurídico formal num voca- Abraços, com votos que continuem a ter
bulário desbragado e solto, e ao longo do um bom verão, recheado de boas leitu-
qual cada animal se “desfaz” das suas pe- Serve isto para dizer que O Bando da Bur- ras e bons passeios.
ças ou membros, deixados em herança a ra recolhe e guarda para leitura futura um
testamentários escolhidos de acordo com conjunto de textos que têm atrás de si uma diniz
um propósito cómico e satírico. longa tradição – longa e saudável, porque
A tradição do bando perde-se no tempo. afirma a nossa condição humana, o facto
Agora, três jovens da Piedade, Carlos Frei- de sermos o único animal que ri.
tas, Fábio Vieira e Filipe Costa, lançaram A questão mais complexa, no entanto,
mãos ao trabalho e recolheram alguns prende-se com outro aspecto: o de explicar onde é possível recuperar situações, figu-
desses testamentos, que reuniram em li- como a tradição se tenha mantido apenas ras, episódios de um determinado tempo,
vro, com o apoio da Junta de Freguesia da neste espaço da Piedade, constituindo ao o descontentamento e algum mal-estar
sistiam em imitar de forma cómica certos social, mesmo sabendo nós que tudo isso
Piedade e da Câmara Municipal das Lajes textos sérios, como os sermões, hinos, ora- longo dos anos um acontecimento único e
do Pico: O Bando da Burra é o título do li- capaz mesmo de motivar a curiosidade e é visto através do filtro deformador da
ções, salmos ou decretos e testamentos. sátira e do exagero – mas o exagero e o
vro, a que Fábio Vieira deu ainda um con- O propósito de tudo isso era provocar o a deslocação de pessoas de outros lados,
tributo suplementar com algumas ilustra- como o atestam alguns livros de Dias de excesso não deixam de ser uma estratégia
riso, já se disse. Essas manifestações ti- de pressão e de chamada de atenção. Atra-
ções perfeitamente integradas no espírito nham ainda em comum o facto de se de- Melo. Não tenho resposta para isso, por
dos textos, entre a (falsa) ingenuidade e a isso não posso dá-la. Mas gostaria apenas vés destes bandos torna-se possível inven-
senvolverem totalmente à margem das tariar diversos alvos de crítica ou temas,
perversidade. instituições e dos poderosos. Constituíam de deixar uma pequena anotação lateral,
Um livro como O Bando da Burra levan- que talvez possa constituir, um dia, uma de natureza habitual ou tradicional, cha-
uma espécie de “mundo de pernas para o memos-lhe assim: a inevitável política e
ta questões de vária natureza. ar”, em que os pobres e “os de baixo” se achega para quem quiser ocupar-se destas
Em primeiro lugar, o modo de ser do ritu- coisas com mais tempo. A minha colega os políticos, o pessoal do Matos Souto e o
apoderavam da palavra e do espaço públi- do Ambiente, os trabalhadores do furo da
al que está na origem dos materiais nele co e impunham a sua ordem e em que, em- e amiga Ângela Furtado-Brum publicou
recolhidos e que ano após ano se repete, há cinco anos um livro intitulado Contos água, os calhetas (repisando velhas tricas
bora de forma breve e ilusória, anulavam de vizinhança), a rádio, a televisão. Mas
ou seja, o acto de botar o bando, de apre- as diferenças sociais entre ricos e pobres, Tradicionais Açorianos, onde reuniu 91
sentar perante um auditório espontâneo histórias populares ouvidas nas diversas outros temas atravessam ainda estes ban-
entre poderosos e súbditos, derrubavam dos: termos como a Sida, o preservativo,
um texto que acaba por «contemplar» as barreiras entre o sagrado e o profano. ilhas. Encontramos lá um conjunto de his-
alguns dos espectadores e não nos termos tórias recolhidas na Piedade cujo tom se o aborto, a pedofilia, o stress, a NASA,
Era uma espécie de momento de liberta- situações como as das máquinas de lavar
mais delicados, como se sabe (que os es- ção, nivelado pela visão do mundo dos de poderá aproximar daquele que caracteriza
pectadores se prestem a entrar nesse jogo os bandos de carnaval: histórias marcadas roupa que despejam a água para a rua, os
baixo e numa linguagem também ela baixa cultivadores de liamba, entre outros –
é ainda um outro elemento a considerar). e insultuosa que era ainda uma forma de por um humor anti-clerical que não poupa
Em segundo lugar, a natureza dos próprios a beatice nem a religião nas suas miopias marcam o texto dos bandos, traduzindo a
afirmação de liberdade e de poder perante atenção a uma contemporaneidade que se
textos ou bandos: a sua organização inter- os outros, os de cima, os poderosos. e numa linguagem que não conhece cons-
na, de anúncio e relato de um aconteci- trangimentos; esses contos efectuam uma vai introduzindo no tecido social não ne-
O testamento da burra é um modelo de cessariamente pelas melhores razões.
mento, a morte da burra com todas as suas texto (e prática) que talvez possa enten- banalização do divino, dos seus símbolos
peripécias e, de imediato, a leitura do e agentes, e acabam por dar-nos a imagem Por todas estas razões, e seguramente por
der-se como vago parente desses rituais, várias outras, eu gostaria de felicitar mais
suposto testamento deixado pelo bicho. O que deixaram algum rasto no Cancionei- de um mundo dessacralizado, mais iguali-
mais particular, no entanto, é a linguagem tário e mais humano, enfim. uma vez o Filipe Costa, ao Carlos Freitas
ro Geral (de 1516), e a que poderíamos e ao Fábio Vieira por nos trazerem este
em que isso se faz, uma linguagem liberta associar também a festa dos cornos, ainda O Bando da Burra reúne 15 bandos/testa-
de peias e amarras e sem medo de sujar mentos ditos e ouvidos na Piedade entre livro, que constitui a parte importante de
em vigor nalgumas zonas do Pico e de que um facto social pertencente à história da
as mãos (ou a língua) naquela zona que o possuímos descrições pormenorizadas 1982 e 2008; vai buscar ainda um bando
recato e o pudor desaconselham durante os recolhido na Ribeirinha em 1936 e editado Piedade, ao seu património simbólico.
que atestam a sua natureza de paródia de É pena, no entanto, que eles não tenham
restantes dias do ano. práticas religiosas. por Manuel Dionísio em Costumes Aço-
Um ponto relativamente pacífico e consen- rianos ; no final, apresenta excertos de ou- conseguido recuperar textos mais antigos,
Um bom exemplo da existência destes que nos permitiriam hoje ter uma ima-
sual quanto a estas manifestações da cul- testamentos no século XIX nos Açores tros bandos e alguma poesia popular.
tura popular prende-se com a sua origem Não é caso para me deter aqui no esque- gem mais precisa do passado e até mesmo
é-nos trazido por um livrinho da autoria confrontar a linguagem actual dos ban-
remota. Admite-se que práticas como esta do Padre Camões, natural das Flores. O ma e nos moldes destes bandos, pois isso é
do testamento da burra possam representar matéria por demais conhecida. O que a lei- dos com a dos tempos do Estado Novo,
livro intitula-se Testamento de D. Burro, e ver até que ponto a censura política e a
a sobrevivência de rituais comuns na Ida- pai dos asnos e consiste precisamente num tura destes textos permite detectar de ime-
de Média e ainda nalguns séculos imedia- diato é a actividade recorrente da dupla auto-censura dos autores actuava sobre a
texto que segue rigorosamente todos os palavra. Bem sei que a culpa dessa lacuna
tos – práticas não limitadas aos chamados passos de um autêntico testamento, mas António Macedo/Ilídio Areias, que assina
três dias chamados do Carnaval, mas que a maior parte dos textos, ao lado de um de não lhes pertence, antes deve ser atribuí-
que antes disso conta toda a vida de mi- da àqueles que, como eu, nunca tiveram
decorriam ao longo de todo o ano. Tinham séria e de pancada que foi a do testador autoria anónima, outro de Manuel Perei-
em comum o facto de pretenderem provo- ra Vargas, um de Rui Fontes e ainda outro a ideia de recolher os textos que em cada
car o riso e a diversão, pondo a ridículo de António Macedo em parceria com Ana ano iam sendo produzidos. A partir de
determinadas práticas sociais e religiosas. Machado. Numa outra perspectiva, a lei- agora, está aberto o caminho para que se
É assim possível encontrar manifestações tura deixa ainda ver um aspecto relevante dê mais atenção a esses textos no sentido
como a festa dos loucos (aos quais tudo destes textos, muito para lá da sua natu- de resguardá-los, por aquilo que represen-
era permitido dizer) ou a festa dos burros. reza satírica e da sua dimensão de diver- tam de manifestação social e simbólica da
Em que consistia esta? Paramentava-se timento: enquanto textos muito próximos vida de uma comunidade.
um burro com as vestes de padre e depois do quotidiano e de alguns acontecimentos
fazia-se perante ele uma paródia da litur- locais que são trazidos à memória pública
gia católica ( e nem é bom pensar no que em jeito de balanço, os bandos constituem
aconteceria hoje se alguém se lembrasse de (e particularmente agora no seu registo es-
recuperar esse ritual). Outras formas con- crito) uma certa forma de crónica social,
Tribuna Portuguesa FESTAS 27

Custo: $150,000.00 dolares.


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28 ENGLIH SECTION 15 de Julho de 2009
serving the portuguese–american communities since 1979 • ENG L ISH SECTION

Ideiafix
portuguese
Miguel Valle Ávila
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com

“Grande Entrevista” with Cosmetic Entrepreneur Scott-Vincent Borba:

Don’t give up on yourself - confidence is key


to my launching the BORBA nutraceuticals and
topical skin care products.
How did you go from being raised in a small
town in Central California to building your
own company and supplying products to
Hollywood stars?

I have a very strong work ethnic; I really enjoy


what I do and therefore it pretty much consumes
all of my time. I never sit around waiting for thin-
gs to happen – whether I need to make cold calls
to potential partners, answer questions from my
loyal consumer following, or fly across the coun-
try for a personal appearance I’m always up for
the task at hand.

Having worked in multiple cosmetic compa-


nies, why did you decided to start your own
company? Why did you call it BORBA?

I come from a family that always looked to natural


ingredients in all that we do – I grew up on a farm!
I wanted to share the wonders of natural things
like exotic fruits and put them in efficacious pro-
ducts that offer amazing results. When my father
was diagnosed with pancreatic cancer I realized I
needed to stop procrastinating and start my com-
pany NOW. He’s an entrepreneur with a dream,
and I wanted to follow in his footsteps.

What are the biggest risks you face in your


business? What are your biggest ambitions in
life?

My biggest risk is that BORBA is my namesake,


it could never be something I could see fail since
I’m so connected to it. I also aim to launch pro-
ducts that no one’s ever seen before – I’d never do
of love and the result was a family that will do anything
Who is Scott-Vincent Borba? Where were you born, a copy cat product. So sometimes being a visiona-
for each other. We are a very tight-knit Catholic family
raised, educated? What is your educational and pro- ry can make me vulnerable until consumers realize, “oh,
who will go to great lengths to be with each other all the
fessional background? that is something I want to try!” My biggest ambition is
time (not just during Christmas when we eat bolo rei).
to change the way people feel about themselves – for the
Also the food… my favorite dish of all time is homemade
I’m the youngest of five children in a very close, very Ca- better.
cozido! Sometimes we all gather in the kitchen and cook
tholic family from a small farming town in Central Ca- together. Those are the memories I cherish most.
lifornia, Visalia. I was raised in Central California, and Why did you get involved in non-profit organizations?
worked as a model to put myself through school. I did Do you ever connect to your Portuguese-American
runway shows for designers like Calvin Klein and Ver- I’ve always been a child advocate and I’ve always donated
roots? If so, how?
sace and used the money to go to Santa Clara University to charities I felt gave back the most. When I developed
where I earned my B.S. BORBA, my voice wasn’t just heard on the local level, but
All the time! I am a proud Portuguese-American! I’ve
the global level. BORBA was my opportunity to support
been to Portugal a few times (even visited the town of
How and when did you start working in the beauty and Covenant House California and to act as their spokesper-
Borba), and eventually would love to retire in Portugal.
skincare industry? How supportive was your family of son on both the grassroots and global levels to help gain
Eu falo um pouco Português, but that’s something I’m
your career choice? awareness of their many initiatives and programs.
working on.

I’ve always had a philosophy of building beauty from the What are your fondest memories of growing up in a
What type of questions do you get on your “Ask Scott-
inside-out. That treating skin and health at the same time Portuguese-American household?
Vincent Borba Anything” page (http://www.borba.
would be so much more beneficial and rewarding that just com/ask_scott_vincent)?
practicing either individually. My family was very sup- The warmth of growing up in a Portuguese-American hou-
portive in helping me create a niche that didn’t exist prior sehold is something I cherish most. There was always lots
This has really been a great way to connect to all of the
women and men who love the products. The questions
are usually centered around very specific skin care and
health concerns. Based on my long history in beauty and
with my healthy skin from within approach, I am able to
first let them know that they are not alone then provide
solutions that will not conceal but really treat the nature
of their concern. I also offer very broad advice too – not
just related to the BORBA products and I think consumer
appreciate that so they can learn to practice a healthy “in-
side out” approach for themselves at home.

What would you say to a Portuguese-American youth


who dreams of being a successful entrepreneur?

Don’t give up on yourself – confidence is key! Portugal is


a small country that has accomplished a lot. But it didn’t
happen overnight. It took hard work and perseverance.
The best advice I can give it to try your best and work
hard. And if at first you don’t succeed…keep trying! Não
magoa nada ser Português.

For more information on Scott-Vincent Borba and the


BORBA products, go to www.borba.com.
FESTAS 29

O Grupo “Voz da Saudade” de Quebec, Canada, actuará O Grupo é composto por trinta elementos, incluíndo músi-
pela primeira vez em terras da California, na Festa de Nossa cos, vozes femininas e masculinas. O seu reportório é todo
Senhora da Assunção. Grupo “Voz da Saudade” estreou-se ele revestido de uma originalidade surpreendente, com mú-
em Outubro de 1998, por ocasião da Festa do Imigrante, que sicas e letras da autoria do seu director, António Fernando
é realizada anualmente no Centro Comunitário Português Ázera da Silva, músico, compositor e intérprete.
“Amigos Unidos”, na cidade de Hull, província de Québec,
perto da cidade de Ottawa, capital federal do Canadá. Sejam bem-vindos.
30 ENGLISH SECTION 15 de Julho de 2009

The Morning After Marissa Sousa, Scholar-Athlete


The morning after,
she swallowed her heart
and combed the stars from her hair.
The morning after,
everything was different.

The house surrendered to the


rising temperature
of saudade.
Water ran hot then cold then hot
again
cafezinho was bitter, no matter how much sugar was
added,
and she drowned in waves of fado.

Staring at the kitchen table,


her heavy gaze discerned
a ship leaving port never to return-
the one boat she was meant to be on
borne away by deep currents.

The weeping was born softly in one corner of her soul


then grew moaning, heaving, echoing
and sailing:
the constant tears of those left behind.

Lisabeth Castro-Smyth

Marissa Sousa is a 4.0 GPA student at Santa Cla-


Five Wounds Portu- ra High School, where she maintained a 4.0 GPA all
throughout freshmen and sophomore years.
guese National Church She played on the varsity volleyball team as a mi-
ddle blocker. Her team was the league champions of
90 years being a vestibule SCVAL, went to CCS playoffs, but lost in the first
round.
to Heaven Marissa played on the varsity basketball team as a
forward and guard. She played on the varsity softball
team as the right fielder. Her team was the SCVAL
league champs, went to the CCS playoffs, won first
round against Los Gatos Club Volleyball.
Marissa played for Precision Sports as an outside hitter
in Club Volleyball.
She played on the The Blaze Team as a short stop and
pitcher in PAL Softbal.
She also played centerfield and is the captain in the
PAL Softball Tournament Team — the Santa Clara
PAL Sparks. The team took first place at the Davis/Di-
xon softball tournament and is going to the Nationals
in Lancaster at the end of July.
Congratulations to Marissa Sousa, a great example that
a student-athlete can also be a scholar-athlete.

From top to bottom: Santa Clara PAL Sparks, ready


for the Nationals (Marissa is #14); Santa Clara High
School Bruins Varsity Basketball (Marissa #11); Santa
Clara Club Voleyball (Marissa spiking); Santa Clara
Bruins Softball.

4th of July brings out Rose G Parade


For the second year in a row, San Jose’s The Alameda Avenue weaving through the Rose Garden and Shasta-
Five Wounds Portuguese National Church had its grand Business Association sponsored the Rose, White, and Hanchett neighborhoods to end in a festival atmosphere
opening on Sunday, July 13, 1919. Blue Parade. About twice as long as its predecessor, this at The Alameda.
In his sermon, Monsignor Henrique Augusto Ribeiro, year’s parade started from West San Carlos at Shasta
a native of Cedros, Faial Island, stated that “the church
must be a vestibule to Heaven.” 90 years later, this chur-
ch celebrates its dedication.
Even though the parish was approved by the Archdiocese
of San Francisco on November 8, 1914, the land for the
church had been bought the previous year on November
16, 1913 with the great assistance of Mr. Manuel Teixeira
de Freitas of San Rafael, CA. On November 15, 1914,
Monsignor Henrique A. Ribeiro celebrated the first Mass
as Pastor of the new parish in the Holy Spirit chapel. On
October 1, 1916, Archbishop Edward Hanna of San Fran-
cisco blessed the first stone. On Assumption Day
1917, there was an “abundant” lunch served to celebrate
the first shingles in the church’s roof.
On June 29, 1918, the first Mass was celebrated in the
new church. The official dedication would take place
on July 13, 1919 of the new Church of the Five Wounds
of Our Lord Jesus Christ (as described in the official
booklet).
In the “Lembrança,” Msgr. Ribeiro describes the stru-
ggles and attitude of the Portuguese community of the
early 20th century. How much things have changed, but
how much they have remained the same.
Monsignor Ribeiro further stated that “a church for ALL
Christians is a vestibule to Heaven.”

May it continue like this for many more years.


FESTAS 31

Hayward novamente em Festa Photos by Ray JD Photography


e Lidiana Pereira

IDES, Hayward - Aia Simone Allenbach, Rainha Grande Emily Garcia, aia Sierra Loura

Padre Antonio Reis coroando a Rainha Emily Garcia

Coroação do Presidente Manuel Costa e Vice-Presidente Roger Brum, e Esq/dir: Séquito da Rainha Pequena - Aia Breanna Da Rosa, Rainha Pequena Melissa Da Rosa, Aia Shayla Da
respectivas esposas Rosa. À direita pode-se ver a Rainha Santa Isabel, Jessica Meneses

Rainhas, Presidente e Directores, numa festa sempre bonita nos dias 20 e 21 de Junho Presidente do Conselho Hayward N° 14 I.D.E.S. , Manuel & Fatima Costa,
32 ÚLTIMA PÁGINA 15 de Julho de 2009

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