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Processo de Execução
Principais Alterações advindas com as Leis 11.232/05 e 11.382/06
1. Introdução.
Leis estas, que trouxeram uma remodelação ao cumprimento de sentença (Lei 11.232/05) e ao
regime de execução de títulos extrajudiciais (Lei 11.382/06), no qual passou por grande
renovação, voltada para um programa de simplificação e agilidade, e, consequentemente, de
maior efetividade da tutela ao crédito do exeqüente – credor, inserindo novo procedimento para
execução por quantia certa dos títulos extrajudiciais, além de introduzir alterações relevantes em
relação à defesa do executado, formas de expropriação, modificação do rol dos bens
impenhoráveis e a ordem dos bens penhoráveis, dentre outras.
Ideal seria que o devedor, depois de assim qualificado, cumpra de forma voluntária a obrigação
que lhe foi imposta por titulo judicial ou extrajudicial.
Trata-se do comportamento esperado, mas não se apresenta como a praxe na dinâmica forense,
marcada pela idéia da resistência injustificada à observância das obrigações dispostas em títulos
líquidos, certos e exigíveis. O que justifica o panorama é a cultura plantada na sociedade
brasileira que talvez seja modificada com a enérgica aplicação das normas contidas nas Leis nº.
11.232/05 e 11.382/06, incorporadas à Lei de Ritos.
O presente estudo não possui pretensão de aprofundar as questões nem muito menos opinar
sobre a propriedade das mesmas, mas sim de apontar, de forma sucinta e objetiva, as principais
alterações de maior relevância para a prática jurídica.
O art. 162, caput, do CPC disciplina os atos do juiz, dispondo que estes consistirão em sentença,
decisões interlocutórias e despachos. Antes da reforma, dispunha o § 1º deste artigo que
sentença era o ato pelo qual o juiz punho termo (fim) ao processo, decidindo ou não o mérito da
causa. Após a reforma, passa a dizer que "Sentença é o ato do juiz que implica alguma das
situações previstas nos artigos 267 e 269 desta Lei". Agora passa a ser tratada pelo seu
conteúdo, apta a aparelhar uma nova fase de procedimento, pois do contrário, como seria
possível cumprir uma sentença condenatória, que pela norma anterior, teria colocado termo ao
processo.
"Na verdade, o que se pretendeu foi explicitar o que já era pacífico na doutrina e na
jurisprudência, ou seja, que, nas hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, o ato do juiz será
sempre uma sentença" [1].
Na redação anterior à reforma, dispunha o caput do art. 267 que "Extingue-se o processo sem
julgamento do mérito", passando, agora a dizer que "Extingue-se o processo sem resolução de
mérito", o que significa a mesma coisa, extinção do processo sem resolução de mérito importa na
sua extinção sem julgamento do mérito.
Já o art. 269 na redação anterior, dispunha que "Extingue-se com julgamento de mérito", mas em
vez disso, preferiu-se dizer que "Haverá resolução de mérito", mantendo-se a mesma redação
dos seus incisos.
A reforma pretendeu harmonizar esse preceito com as novas regras sobre o "cumprimento da
sentença", pois, a partir de então, o processo não mais se extingue com o julgamento do mérito,
prosseguindo-se na mesma relação processual, para fins de cumprimento de obrigações de fazer,
não fazer (art. 461) e de entrega de coisa (art. 461-A), só havendo lugar para a execução nas
obrigações de quantia certa, e, mesmo assim, de forma sincretizada à medida que desaparece a
ação de embargos, passando a sentença a ser objeto de mera impugnação (art. 475-L).
Primeiramente, cumpre destacar que não houve extinção do processo de execução, já que a lei
alterou somente o regime de cumprimento de sentenças que fixam obrigação de pagar quantia, já
que para as obrigações de fazer e não fazer têm-se o regime dos artigos 461 e 461-A, do Código
de Processo Civil, além da possibilidade de execução destas mesmas obrigações (fazer e não
fazer) e que sejam lastreadas em títulos executivos extrajudiciais poderem ser cumpridas pelos
artigos 632 e 642, do Código de Processo Civil.
Com isso, a execução passa a se apresentar como fase do processo de conhecimento, posterior
à sentença que resolve o mérito, não mais como ação autônoma, quando a pretensão do credor
estiver apoiada em título executivo judicial. Buscando com suas mudanças tornar mais célere a
satisfação do direito conferido pela sentença.
Outra inovação é que a parte vencedora poderá, desde logo, promover a liquidação em caráter
provisório, sujeita à modificação se for provido o recurso pendente, interposto para impugnar a
sentença condenatória ilíquida. (art. 475-A, § 2º, CPC). Deve-se entender que aqui a liquidação
de sentença é uma fase posterior à sentença. Isso não significa, porém, que seja
necessariamente a fase seguinte à sentença. A parte inconformada poderá interpor recurso de
apelação, que poderá ser recebido no efeito suspensivo e devolutivo.
Importante ressaltar que o liquidante deverá juntar peças pertinentes do processo, continuando
sendo possível a produção de outras provas, desde que não se destinem a rediscussão da lide
(art. 475-G). O art. 475-A, § 3º, também inovou no sentido de determinar que o magistrado, ao
julgar uma lide de procedimento sumário, cujo pedido se fundamente nas alíneas "d" e "e", apure
de imediato o valor devido, até para cumprir com exatidão o próprio objetivo do procedimento
sumário, que é a celeridade no procedimento. Por fim, da decisão interlocutória que julgar a
liquidação, caberá agravo de instrumento, e não mais apelação (art. 475-H).
De acordo com a regra, o cumprimento da sentença far-se-á conforme os artigos 461 e 461-A
(obrigações de fazer e não fazer), sendo que por quantia certa, a execução se processa de
acordo com os dos demais artigos do novo capítulo X (do cumprimento de sentenças) incluído
pela lei.
O artigo 475-I, em seu caput, promove que a execução por quantia certa como uma fase do
processo ordinário. Este artigo tem dois parágrafos. O primeiro traz a definição de execução
definitiva, como sendo aquela em que a sentença transitou em julgado e a provisória, em que
houve impugnação da sentença mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. O
parágrafo segundo prescreve que, quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida,
poderá o credor promover simultaneamente a execução da parte líquida e, em autos apartados, a
liquidação da parte ilíquida.
Contudo, a grande inovação, foi à introdução do artigo 475-J, caput, ao positivar que "caso o
devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não efetue no
prazo de 15 (quinze) dias o montante da condenação, será acrescido uma multa no percentual de
10% (dez por cento), e a requerimento do credor e observado o disposto no artigo 614, inciso II,
desta lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação", portanto, não há mais citação do
devedor para pagar em 24 horas.
Outra inovação foi à possibilidade do Oficial de Justiça promover a avaliação dos bens, desde
que não dependa de conhecimentos técnicos (art. 475-J § 2). Outro ponto interessante foi a perda
da faculdade do devedor oferecer bens à penhora, ficando a cargo exclusivo do credor de indicar
bens para constrição (art. 475-J §3).
Se houver pagamento parcial de acordo com o prazo previsto no caput, somente será cobrada a
multa sobre restante estipulado, é o que reza o § 4º deste artigo.
Grande inovação foi à retirada do efeito suspensivo que tinha os antigos embargos, de modo a
permitir o regular prosseguimento da execução, (art. 475-M), ou seja, a impugnação de regra não
tem efeito suspensivo.
Poderá o juiz, todavia, atribuir efeito suspensivo à execução se estiverem presentes os requisitos
do fumus boni iuris e do periculum in mora. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação,
é lícito ao exeqüente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução
suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos. Deverá o juiz guiar-se pelo
princípio da proporcionalidade, verificando à qual da partes o prosseguimento da execução, ou a
manutenção da sua suspensão, causa, eventualmente, maiores benefícios ou prejuízos.
O ato judicial que resolve a impugnação é decisão interlocutória, impugnável por agravo d
instrumento. Pode acontecer, porém, de ao julgar a impugnação o juiz determinar a extinção do
modulo processual executivo, caso em que se estará diante de sentença, impugnável por
apelação.
O artigo 475-N traz o rol de títulos executivos judiciais, rol esse taxativo, já que as partes não
podem criar outros títulos executivos, que somente por lei podem ser criados. O inciso I, do artigo
475-N, acrescentado pela Lei nº. 11.232/05, afirma que é título executivo judicial a sentença
proferida que venha a reconhecer a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou
pagar quantia. O inciso II trata da sentença penal condenatória transitada em julgado. O inciso III,
da sentença homologatória de conciliação e transação, ainda que inclua matéria não posta em
juiz, o inciso IV, da sentença arbitral. O inciso V traz nova situação, que é dos acordos judiciais,
de qualquer natureza, que venham a ser homologados judicialmente.
A norma do novo artigo 475-O, caput, repete o preceito constante do revogado art. 588, segundo
o qual, "A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo que a definitiva,
observadas as seguintes normas:", acrescentando apenas a expressão "no que couber". Onde o
inciso I afirma que corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que ficará
obrigado no caso de reforma da sentença, a reparar os danos que o executado venha a sofrer. A
execução ficará sem efeito nos casos em que acórdão venha modificar ou anular a sentença
objeto da execução. Haverá a restituição das partes ao estado anterior, devendo ser liquidados,
por arbitramento, eventuais prejuízos causados. Se a modificação ou anulação for parcial,
somente nesta parte ficará sem efeito a execução, à luz do parágrafo 1º, deste artigo.
O inciso III do artigo 475-O trata de três situações. A primeira é o caso de levantamento de
depósito em dinheiro, o segundo a prática de atos que importem alienação de propriedadee o
terceiro a prática de quaisquer atos que possam resultar em grave dano ao executado.
Registra Humberto Theodoro Júnior que: "A orientação da reforma, mantida pela lei nº. 11.232/05,
foi no sentido de não impedir que a execução provisória alcançasse atos de repercussão
dominial, mas de condicioná-los à existência de garantia adequada para recompor todo o possível
prejuízo que viesse a sofrer o executado, se por ventura caísse o título judicial, no todo ou em
parte, no julgamento do recurso ainda pendente" [2].
A mudança topográfica (antes no art. 575 do Livro II e agora no art. 475-P do Livro I) deve-se ao
fato de que, com a adoção do regime sincrético para as execuções fundadas em título judicial,
então o habitat natural das normas que cuida dessa modalidade de execução passou a ser o
Livro I do CPC.
O artigo 475-P traz regra de fixação de competência do juízo para o cumprimento da sentença.
Assim, pelo dispositivo inserido pela Lei nº. 11.232/05, o cumprimento da sentença será efetuado
perante os tribunais, nas causas de sua competência originária (inciso I), no juízo em que se
processou a causa no primeiro grau de jurisdição (inciso II) ou no juízo cível competente, quando
se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira (inciso
III).
E por fim, há, ainda, a faculdade da parte em promover a execução (juiz que processou em
primeiro grau) no local onde se encontrem os bens passíveis de expropriação ou atual domicílio
do executado, neste caso, será solicitado ao juízo de origem à remessa dos autos (parágrafo
único).
A reforma da Lei nº. 11.232/05 não atingiu as execuções singulares especiais por dívidas da
Fazenda pública e pelas obrigações de alimentos, que se conservaram nos padrões antigos se
separação das duas ações: uma para condenar, outra para executar. Dessa maneira, o direito
processual consegue adequar-se ao direito material, proporcionando-lhe instrumentos de tutela
variáveis e compatíveis com as características dos direitos substanciais em crise e amoldados,
com praticidade, á situação em que deverão ser tutelados e efetivados.
3.1. Avaliação dos bens penhorados ao encargo do oficial de justiça, art. 143, V.
Este preceito legal, embora inserido no processo de conhecimento, tem reflexos diretos no
processo de execução, porque se trata de nova atribuição dada ao oficial de justiça, com a
inclusão do inciso V – efetuar avaliações. Ainda que na prática forense o oficial de justiça
avaliasse bens, agora, a avaliação transformou-se em atribuição legal, surgindo assim a figura do
oficial avaliador como já existia na Justiça Federal.
O art. 652, de grande importância no processo de execução, no rito da quantia certa contra
devedor solvente, ganhou nova redação, rompendo com a clássica providência, por parte do
devedor, de pagar ou nomear bens à penhora, no prazo de 24 horas. A nova redação ampliou o
prazo para o devedor pagar, antes de 24 horas, agora, de 3 dias.
Cabe ressaltar que o executado deverá ser intimado da penhora, podendo no prazo de 10 dias
requerer a substituição do bem penhorado, este terá a faculdade de escolher outro bem de
mesma ou natureza diversa, diferentemente do texto anterior que apenas permitia a substituição
desde que realizada em dinheiro.
A Lei 11.382/2006 acrescentou o art. 652-A. O referido preceito determina que o juiz, ao
despachar a inicial, fixará, de logo, os honorários advocatícios. Esta providência, na prática
forense, há já vinha sendo realizada, por força do art. 20, § 4º do Código de Processo Civil. O
parágrafo único do artigo contempla que no caso de integral pagamento do crédito reclamado na
execução, no prazo de 3 dias, os honorários serão reduzidos à metade. Providência estimulante
para o devedor que, pagando no prazo legal, fará economia de 50% sobre o valor dos honorários.
Efetivamente, a grande novidade trazida pela Lei 11.382/2006 reside no art. 736 do Código de
Processo Civil, na nova redação que expressamente indica: "o executado, independentemente de
penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos". A
consolidação da nova redação, como posta no atual art. 736, jogou por terra a redação do
revogado art. 737 que dizia, textualmente: "não são admissíveis embargos do devedor antes de
seguro o juízo: I – pela penhora, na execução da quantia certa; II – pelo depósito, na execução
para entrega de coisa".
O art. 738 também mereceu reforma importante. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15
dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citação. Na vigência da redação
anterior, o prazo era de 10 dias, contados da juntada do auto de penhora, com a sua intimação;
ou do termo de depósito. Sendo que os embargos não terão mais efeito suspensivo, salvo se o
juiz entender que há lesão irreparável ou de difícil reparação, e desde que a execução já esteja
garantida por penhora, depósito ou caução suficiente (art.739-A e § 1º).
No prazo dos embargos, o executado ao reconhecer o crédito do exeqüente, poderá efetuar o
depósito de 30% do valor da execução e requerer ao juiz o parcelamento mensal do restante em
até 06(seis) vezes, acrescidos de correção monetária e juros de 1% ao mês. Vale ressaltar que a
redação do artigo 745-A, do CPC, não determina que o juiz intime o exeqüente para manifestar
sua concordância ou não acerca do pagamento parcelado. Na realidade procurou o legislador
conferir esse direito ao executado, sem que a vontade do exeqüente interfira nessa questão.
Na execução por quantia certa contra devedor solvente, uma vez avaliados os bens penhoras (e
resolvidos eventuais incidentes, como o requerimento de ampliação da penhora, ou sua
substituição), deverão tais bens ser expropriados. A forma preferencial de alienação dos bens
penhorados, desde a edição da Lei 11.382/06, é a adjudicação (art. 647, I do CPC).
A nova redação do art. 647, do CPC, estabelece a adjudicação como principal meio de
expropriação, adicionou a alienação por iniciativa particular, manteve a alienação em hasta
pública e o usufruto e extinguiu a remição de bens, ou seja, a abolição do instituto da remição se
deu com sua absorção pela adjudicação. Na redação anterior estabelecia que a expropriação dos
bens do devedor realizasse inicialmente pela alienação de bens por hasta pública, depois a
adjudicação ou pelo usufruto de imóvel ou empresa.
Não tendo sido os bens penhorados adjudicados ou alienados por iniciativa particular, serão tais
bens levados à hasta pública. Este ato nada mais é do que uma licitação, onde os bens
penhorados serão expropriados (isto é, retirados do patrimônio de seu proprietário), e irão se
incorporar ao patrimônio de quem os arrematar, sendo o arrematante aquele que der a melhor
oferta pelos bens (art. 686).
A arrematação poderá ser à vista ou a prazo, no último caso será necessária à prestação de
caução. O art. 689-A, prevê ainda a possibilidade de que a hasta pública seja substituída por
alienação em páginas virtuais mantidas na rede mundial de computadores, a requerimento do
exeqüente.
O caput do art. 659 – que cuida da penhora – recebeu nova redação nos termos a seguir: "A
penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado,
juros, custas e honorários advocatícios".
Ocorreram várias modificações relevantes no art. 649, do CPC, quais muitas derivam do
dominante posicionamento jurisprudencial, como por exemplo, a possibilidade de penhora de
bens móveis que guarnecem a residência do executado, bem como suas roupas e objetos de uso
pessoa, desde que de elevado valor ou ultrapassem as necessidades comuns de um médio
padrão de vida.
Como ocorria na jurisprudência, passou os rendimentos do trabalhador autônomo e os honorários
de profissional liberal a ganhar status de impenhorabilidade, tendo em vista natureza idêntica ao
salário. Ressalve-se que tal impenhorabilidade não se aplica nos casos de execução por pensão
alimentícia, situação em que a penhora, pelo que se vê na lei, se realizará sem qualquer
limitação.
Finalmente, foi modificada a regra dos bens relativamente impenhoráveis. Agora, o artigo 650 tem
nova redação, estipulando-se que podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e
rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia.
Aqui incluiu a responsabilidade patrimonial do sucessor a título singular, onde poderão ser
executados seus bens com base em direito real, não somente fundadas por título judicial, mas
também por título executivo extrajudicial.
O texto da lei em que estamos analisando estabeleceu que a execução, como regra geral, é
definitiva e apenas, excepcionalmente, pode ser provisória. Conforme art. 586, do CPC, a
execução de títulos extrajudiciais será provisória apenas quando pendente apelação da sentença
de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo.
A redação alterada previa que a execução era definitiva, quando fundada em sentença transitada
em julgado ou em título extrajudicial. E era provisória, quando a sentença fosse impugnada
mediante recurso recebido no efeito devolutivo.
Em matéria de direito intertemporal, deve-se levar em conta que a sistemática criada pela Lei
11.382/06 ficou sujeita a uma vacatio legis de 45 dias, contados da data de sua publicação, de
maneira sua efetiva entrada em vigor se deu a partir de 21 de janeiro de 2007. Durante os 45 dias
da vacatio legis, os procedimentos de execução dos títulos extrajudiciais continuaram a observar
os ritos primitivos do CPC. Após a entrada em dessa Lei, sua observância impõe-se de imediato,
tanto para os processos novos como para aqueles ainda em curso. Respeitar-se-ão, todavia, os
atos executivos já consumados sob o regime anterior.
Nos termos do art. 1.211, do CPC, as disposições processuais têm aplicação imediata ao entrar
em vigor, inclusive em relação aos processos pendentes. Contudo, se ainda não houve penhora,
o devedor poderá valer-se imediatamente do seu direito de defesa, independentemente de
intimação do juiz para fazê-lo no prazo de 15 dias.
4. Conclusão.
Nota-se, numa visão geral da nova execução, a abertura para oportunidades de atuação das
partes com maior autonomia e mais significativa influência sobre os atos executivos e a solução
final do processo.
Além disso, a satisfação do direito do credor é a grande preocupação das novas leis, pois, se
exigir um novo processo de execução, quando obtido o título executivo judicial era ir de frente
contra a instrumentalidade do processo , acarretando uma nítida morosidade na entrega da
prestação jurisdicional. Daí porque, a unicidade do processo cognitivo com o executivo, ou seja,
uma nova fase de procedimento para cumprimento de sentença, pois a efetiva prestação
jurisdicional só se verifica com a efetiva entrega do bem jurídico a quem tem direito. Foi oportuna
a chegada das novas leis, que tenderam a reduzir consideravelmente o tempo de tramitação dos
processos, a minimizar os custos, a imprimir velocidade aos feitos e realizar ganhos efetivos para
os jurisdicionados.
Tais inovações, ainda que relevantes, por óbvio não serão suficientes para atender na íntegra o
comando constitucional, pois somente com uma nova estrutura do Poder Judiciário e
conseqüente reformas, não isoladas, mas no sistema processual em geral, é que poderemos ter
efetividade no processo de execução civil.
Pode-se concluir que o sistema anterior previa uma série de atos que prejudicavam a celeridade,
onde a reforma do CPC tem como nítida finalidade de empenhar que os procedimentos sejam
mais acelerados, reduzindo e inovando alguns caminhos, a fim do credor usufruir de seu direito
mais rápido.
1 A fonte do artigo e informações do autor devem ser mantidas. Reprodução apenas na Internet.
Fernanda Moreira