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TRIBUNAL DE CONTAS DO E

PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 1/9

Administração Indireta Municipal. Instituto Municipal de


Previdência de Arara. Prestação de Contas Anuais, exercício
de 2006. Julga-se regular com ressalvas. Aplica-se multa.
Emitem-se recomendações. Representa-se junto à Secretaria
da Receita Federal do Brasil. Determina-se o encaminhamento
de cópia do presente ato à divisão competente do Tribunal para
subsidiar o exame das contas de 2008 da Prefeitura e da
Câmara Municipal de Arara.
ACÓRDÃO APL TC 34112009
1. RELATÓRIO
Examina-se a prestação de contas anual do Instituto Municipal de Previdência de Arara, relativa ao
exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do Sr. Ney Guimarães Martins.
A Auditoria, após a análise da documentação encaminhada, emitiu o relatório inicial às fls. 151/159,
evidenciando os seguintes aspectos da gestão:
1. a prestação de contas foi encaminhada ao TCE em conformidade com as Resoluções RN TC 07197 e
RN TC 07104;
2. o instituto, que tem natureza jurídica de autarquia, foi criado pela Lei Municipal nO 08/1993, sob a
denominação de Fundo de Aposentadoria e Pensões - FAPEN. Posteriormente, através da Lei nO
07/2001, passou a se denominar Instituto Municipal de Previdência de Arara, com alterações
subseqüentes, introduzidas pelas Leis nO69 e 80/2005;
3. de acordo com o art. 35 da Lei nO 07/2001, o IMPA concede os benefícios de aposentadoria por
invalidez permanente, compulsória por implemento de idade e voluntária por tempo de contribuição e
implemento de idade, bem como de pensão por morte, ausência e prisão do segurado;
4. os recursos financeiros são provenientes das contribuições dos servidores, cujo percentual é de 11%
sobre os salários, e dos empregadores, na base de 17% , sendo que destes 1,5% se destinam ao
custeio das atividades administrativas do instituto;
5. o orçamento para o exercício em análise estimou a receita e fixou a despesa em R$ 364.350,00;
6. a receita arrecadada atingiu R$ 333.986,89, registrados em "Contribuição do Servidor Ativo" (R$
159.051,91), "Receita Patrimonial" (rendimentos de aplicações financeiras, R$ 16.871,96) e
"Transferências Patronais Recebidas" (R$ 158.063,02);
7. a despesa realizada totalizou R$ 258.711,81, totalmente registrados em "Despesas Correntes",
distribuídos entre "Aposentadorias e Reformas" e "Pensões" (R$ 236.562,27), "Vencimentos e
Vantagens Fixas - Pessoal Civil" (R$ 10.633,00), "Obrigações Patronais" (R$ 4.469,66) e "Outros
Serviços de Terceiros - P. Física e P. Jurídica" (R$ 7.046,88);
8. como resultado da execução orçamentária, observou-se a ocorrência de superavit, no valor de R$
75.275,08;
9. conforme o Balanço Financeiro, o instituto mobilizou recursos no montante de R$ 523.558,05, sendo
R$ 175.923,87 registrados em Receita Orçamentária, R$ 158.063,02 apropriados em Transferências
Financeiras, R$ 2.153,66 contabilizados em Receita Extraorçamentária e R$ 187.417,50 referentes
ao saldo do exercício anterior. Quanto às aplicações, o instituto destinou R$ 258.711,81 à despesa
orçamentária, R$ 1.846,34 à despesa extraorçamentária e R$ 262.999,90 figuraram em saldo para o
exercícío seguinte;

JGC
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 2/9

10. o Balanço Patrimonial apresentou no ativo e passivo a importância de R$ 262.999,90. A parte positiva
do patrimônio exibiu essa importância totalmente registrada no "Ativo Financeiro", relativa ao saldo
para o exercício seguinte, enquanto a parte negativa apresentou R$ 398,02, registrados no "Passivo
Financeiro", referentes a "Consignações";
11. o saldo ao final do exercício atingiu R$ 262.999,90, totalmente registrados na conta "Bancos e
Correspondentes", e a dívida da instituição alcançou R$ 398,02, referentes a "Consignações";
12. no tocante aos aspectos operacionais, de acordo com informações do Demonstrativo Previdenciário,
obtido no site do MPAS, e considerando que todos os servidores efetivos ativos são contribuintes
obrigatórios, o Município contava, em 2006, com 330 (trezentos e trinta) servidores efetivos ativos e o
instituto apresentava 46 (quarenta e seis) inativos e 11 (onze) pensionistas;
13. não há registro, no TRAMITA, de denúncías, adiantamentos, contratos, convênios e licitações
referentes ao exercício de 2006;
14. por fim, apontou as seguintes irregularidades:
14.01. de responsabilidade do Ex-prefeito, Sr. José Ernesto dos Santos Sobrinho:
14.01.1. não encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo Municipal para adequação da
legislação às normas federais, no tocante ao benefício de "Pensão por Ausência do
Segurado";
14.01.2. oscilação nos valores das receitas de contribuições, inclusive com a ausência de
repasse das contribuições nos meses de janeiro, março, junho, setembro e outubro
(parcelas patronal e dos segurados) e novembro (parte patronal); e
14.01.3. falta de cumprimento dos acordos de parcelamento celebrados com o instituto.
14.02. de responsabilidade do gestor do instituto, Sr. Ney Guimarães Martins:
14.02.1. omissão de ações com objetivo de adequar a legislação municipal aos normativos
federais, no tocante ao benefício de "Pensão por Ausência do Segurado";
14.02.2. não retenção/recolhimento de INSS sobre as despesas pagas com serviços de
terceiros (assessoria contábil e previdenciária e manutenção do SISPREV);
14.02.3. falta de repasse do ISS retido sobre serviços de terceiros - p. física;
14.02.4. falta de empenhamento de contribuições previdenciárias patronais;
14.02.5. não encaminhamento de 11 processos de aposentadoria e 04 de pensão, para
análise e registro pelo TCE/PB;
14.02.6. realização de despesas administrativas no valor de R$ 22.149,54, equivalente a
4,3% dos gastos com a remuneração dos servidores efetivos ativos, inativos e
pensionistas do município, no exercício de 2005, descumprindo o limite de 2%
determinado pela Portaria MPAS nO4992/99, art. 17, § 3°, e pela Lei n° 9717/98,
art. 1°, inciso 111;
14.02.7. falta de contabilização da dívida da Prefeitura para com o instituto; e
14.02.8. falta de controle dos direitos a receber da Câmara Municipal.
Em virtude das irregularidades acima descritas, o Prefeito de Arara, Sr. José Ernesto dos Santos
Sobrinho, e o ex-gestor do instituto, Sr. Ney Guimarães Martins, regularmente notificados, apresentaram as
justificativas e os documentos de fls. 165/393.
A Auditoria, ao analisar a defesa e os documentos enviados, emitiu o relatório de fls. 399/404, com o
seguinte entendimento:

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PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 3/9

1. considerou satisfatoriamente justificadas as falhas relacionadas à falta de repasse de ISS, falta de


empenhamento de contribuições previdenciárias patronais, não encaminhamento ao Tribunal de
processos de aposentadoria e de pensão e realização de despesas administrativas acima do limite
legal, as quais passaram a representar 1,35% da remuneração de 2005 dos servidores efetivos ativos,
inativos e pensionistas do município, obedecendo, assim, o limite de 2% legalmente previsto;
2. ressaltou a ocorrência de fato novo, referente à falta de registro em conta específica dos repasses
destinados a fazer face às despesas administrativas, descumprindo o que determina a Portaria MPS
nO916/03 e alterações; e
3. manteve o entendimento inicial quanto aos demais itens, conforme comentários a seguir resumidos:
3.1. de responsabilidade do Prefeito, Sr. José Ernesto dos Santos Sobrinho:
3.1.1. não encaminhamento de projeto de lei ao legisaltivo Municipal para adequação da
legislação às normas federais, no tocante ao benefício de "Pensão por Ausência de
Segurado
Defesa - alegou o envio de projeto-de-Iei à Câmara Municipal suprimindo o beneficio de
pensão por ausência do segurado, conforme documento de fls. 170/171.
Auditoria - informou tratar-se apenas de um projeto-de-Iei.
3.1.2. oscilação nos valores das receitas de contribuição, inclusive com a ausência de repasse
das contribuições nos meses de janeiro, março, junho, setembro e outubro (parcelas
patronal e dos segurados) e novembro(parte patronal)
Defesa - informou "que, na verdade, tais oscilações em parte existiram, fato ocorrido haja
vista que foram feitos pagamentos de competências dentro de meses subseqüentes.
Quanto à ausência de repasse das contribuições patronais e dos segurados, alega não
proceder esta afirmação, pois as contribuições foram repassadas, embora fora de sua
competência, conforme guias de receita às fls.173/288, inclusive com repasse de
diferenças pagas em 10.11.2006 relativo aos meses de janeiro a julho de 2006 (fls.
290/313)".
Auditoria - com base na documentação encaminhada pelo defendente, procedeu ao
cálculo das contribuições devidas, constatando que a Prefeitura deixou de repassar R$
152.334,83.
3.1.3. falta de cumprimento dos acordos de parcelamento celebrados com o instituto
Defesa - admitiu o descumprimento de acordo celebrado pelo antecessor, elaborado
incorretamente com base na extinta UFIR. Afirmou a celebração de reparcelamento
autorizado pela Lei Municipal nO113/07, com débito na conta do FPM, conforme constatou
a Auditoria à fi. 157.
Auditoria - informou que a utilização da UFIR não exime o Chefe do Executivo do
pagamento dos valores referentes às contribuições não repassadas na época devida.
Adiantou que o acordo de parcelamento celebrado em 2007 e autorizado pela Lei
Municipal nO113/07 (does. fls. 126/132) "também está em desacordo com o que determina
a Orientação Normativa SPS nO01/07, uma vez que não informa a parcela do débito
relativa à parte patronal e à parte dos segurados".
3.2. de responsabilidade do ex-gestor, Sr. Ney Guimarães Martins:
3.2.1. omissão de ações com objetivo de adequar a legislação municipal aos normativos

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federais, no tocante ao benefício de "Pensão por Ausência do Segurado"

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 4/9

Defesa - alegou o envio de projeto-de-Iei ao Legislativo suprimindo o benefício de


"pensão por ausência de segurado", fls. 170/171,
Auditoria - informou tratar-se apenas de projeto-de-Iei.
3.2.2. não retenção/recolhimento de INSS sobre as despesas pagas por serviços de terceiros
(assessoria contábil e previdenciária e manutenção do SISPREV)
Defesa - alegou que o Contador presta serviços à Prefeitura de Sertãozinho, contribuindo
com o valor máximo (teto) ao regime próprio daquele município e que, "quanto aos demais
prestadores de serviço, por se tratar de pessoas que prestaram serviços eventuais, não foi
feita a retenção e nem tão pouco o recolhimento do INSS, o que, na ótica do gestor, só
viria a trazer prejuízos ao instituto".
Auditoria - informou que a remuneração paga ao Contador foi inferior ao teto
estabelecido para o exercício de 2006, que correspondeu a R$ 2.668,15 (janeiro a março),
2.801,56 (abril a julho) e R$ 2.801,82 (agosto a dezembro), conforme Portarias MPS nO
822/05, 119/06 e 342/06. Salientou que a contribuição de valor equivalente ao teto pelo
Contador não dispensaria o pagamento da parcela patronal. Quanto aos demais
prestadores de serviço, citou dispositivos do Regulamento da Previdência Social que
determinam o recolhimento da contribuição previdenciária incidente sobre a prestação
eventual de serviços.
3.2.3. falta de contabilização da dívida da Prefeitura para com o instituto
Defesa - justificou que a falta do registro se deu em função da inconsistência apresentada
no respectivo instrumento contratual, que foi elaborado com base na extinta UFIR.
Ressaltou a promulgação da Lei Municipal nO113/2007, que autorizou o reparcelamento
da dívida da Prefeitura, devendo constar nos demonstrativos contábeis de 2007.
Auditoria - a utilização indevida da UFIR na elaboração do contrato não desobriga o
gestor de registrar a dívida. Adiantou que o acordo de parcelamento celebrado em 2007 e
autorizado pela Lei Municipal n° 113/07 (docs. fls. 126/132) "também está em desacordo
com o que determina a Orientação Normativa SPS nO01/07, uma vez que não informa a
parcela do débito relativa à parte patronal e à parte dos segurados".
3.2.4. falta de controle dos direitos a receber da Câmara Municipal
Defesa - alegou a que a Câmara Municipal não apresenta dívida para com o IMPA, uma
vez que não possui nenhum servidor efetivo, estando todo o seu quadro de pessoal
formado por contratados para exercer cargos em comissão.
Auditoria - não há documentos comprobatórios das alegações, sobretudo que justifiquem
o registro nos demonstrativos da Câmara Municipal de R$ 15.268,88 referentes à
contribuição previdenciária retida, pertencente ao instituto, bem assim que efetivamente
comprove a inexistência de servidores efetivos, conforme solicitado na instrução inicial do
processo.
Em virtude do fato novo apurado após a análise da defesa, referente à falta de registro em conta
específica dos repasses destinados a fazer face às despesas administrativas, descumprindo o disposto na
Portaria MPS nO916/03 e alterações, o ex-gestor, Sr. Ney Guimarães Martins, regularmente notificado para
apresentação de justificativas, deixou transcorrer o prazo sem se manifestar.
O processo foi encaminhado ao Ministério Público junto ao TCE/PB, que através do Parecer nO576/09,
entendeu, em resumo:.
• QUANTO ÀS IRREGULARIDADES DE RESPONSABILIDADE DO PREFEITO:
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JGC
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PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 519

a) Não encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo Municipal, com o objetivo de adequar os


benefícios previdenciários à legislação previdenciária federal
Em se tratando de Direito Previdenciário, cabe à União a instituição de normas gerais
indeclináveis, conforme o disposto na Constituição Federal, art. 24, inciso XII, e seu parágrafos1,
ficando a cargo dos municípios seguir fidedignamente a legislação nacional.
Verifica-se que o Alcaide, até a presente data, não procedeu às mudanças reclamadas pela
legislação nacional, devendo o tal fato ser examinado pelo Ministério Público Comum, à luz da Lei
de Improbidade Administrativa, sem prejuízo da aplicação de multa pessoal, no âmbito desta
Corte, com base no art. 56, inciso 11, da LOTCE/PB.
b) Oscilações nas receitas de contribuições, inclusive com a ausência de repasse das contribuições
nos meses de janeiro, março, junho, setembro e outubro (parte patronal e parte segurados) e
novembro (parte patronal)
A retenção e não recolhimento das contribuições dos segurados e o não repasse da parcela
patronal constituem apropriação indébita, "devendo o Tribunal de Contas encaminhar cópia dos
autos ao Ministério Público Estadual para que se averigúe a verdade real e, se entender ser caso
de dar início a Ação Penal Pública correspondente, tomar as providências judiciais".
c) Ausência de cumprimento dos acordos de parcelamento celebrados junto ao instituto
O fato deve ser levado ao conhecimento do Ministério Público Comum, com vistas à averiguação
de fortes indícios de cometimento de ato improbo, conforme as disposições da Lei n° 8429/92.
• QUANTO ÀS IRREGULARIDADES DE RESPONSABILIDADE DO EX-PRESIDENTE DO INSTITUTO
a) Omissão quanto às imposições da legislação previdenciária federal, no tocante à concessão de
benefícios
Cabe recomendar ao atual titular do instituto comunicar ao Chefe do Executivo para que diligencie,
com urgência, a adequação da legislação municipal à Lei Federal nO9717/98 e à Portaria MPAS nO
4992/99.
b) Ausência de retenção e repasse das contribuições previdenciárias incidentes sobre serviços de
assessoria contábil e previdenciária e manutenção do SISPREV, bem como empenho da parte
patronal
A contribuição previdenciária é obrigatória independentemente da natureza eventual ou não dos
préstimos, inclusive em relação a prestador de serviço (Contador) vinculado a regime próprio de
um outro municipio.
"A falta de retenção e recolhimento dos valores devidos ao INSS, por sua vez é também crime de
apropriação indébita previdenciária, neste caso, contudo, de iniciativa privativa do Ministério
Público Federal. Merecem os autos ser xerografados e as cópias enviadas ao Ministério Público

1 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(.. .)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(.. .)
§ 1° - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União /imitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2° - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3° - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4' - A supe~en"ncia de lei federal sobre nonnas gereis sus,,"de a eficácia da lei estadual, no Que ~e for conllário. atr
;:.,4/

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PROCESSO TC N° 01870/07

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

FI. 6/9

Federal- Procuradoria de República na Paraíba - para a devida análise e tomada de providências


que entender cabível. "
c) Ausência da contabilização da dívida do município (Prefeitura) junto ao instituto
O responsável alegou que não procedeu ao registro em razão da utilização da extinta UFIR
quando da celebração do contrato, o que não constitui motivo, país, bastaria efetuar a devida
conversão.
d) Falta de controle dos direitos a receber da Câmara
A prestação de contas da Câmara indica a existência de obrigações desta para com o instituto, na
importância de R$ 15.268,88. Em sede de defesa, foi informado, porém não comprovado,
inexistirem servidores efetivos, contribuintes do regime próprio.
O caso requer a instauração de processo específico "com o fito de esquadrinhar o quadro de
pessoal da Câmara Municipal de Arara, especificamente no atinente ao vínculo das pessoas que
ali laboram - se efetivo ou comissionado, classificando-os por natureza desde janeiro de 2004, a
fim de se aferir a procedência ou não das alegações do gestor do instituto".
e) Ausência de registro, em conta específica, dos repasses destinados a fazer face às despesas
administrativas, descumprindo o que determina a Portaria MPS nO916/03 e alterações
O instituto contabilizou juntamente com as contribuições patronais a importância de R$ 27.239,32,
recebida para fazer face às despesas administrativas, contrariando o disposto na Portaria MPS nO
916/2003, que dispõe em seu Anexo IV:
"Os registros contábeis das operações envolvendo os recursos
dos regimes próprios de previdência social e as demonstrações
contábeis por eles geradas serão elaborados em observância
à Lei n° 4320/1964, à Lei n° 9717/1998, à Lei n° 101/2000, às
portarias e instruções normativas da Secretaria do Tesouro
Nacional, à Resolução CNM n° 3244/2004, aos princípios
fundamentais de contabilidade e às normas do Ministério da
Previdência Social aplicadas aos regimes próprios."
Ademais, a Lei nO 4320/1964, em seu art. 88, determina que "os débitos e créditos serão
escriturados com individuação do devedor ou do credor e especificação da natureza, importância e
data do vencimento, quando fixada".
• POR FIM, PUGNOU PELA:
1. Irregularidade da prestação de contas;
2. Aplicação de multa ao ex-gestor do instituto e ao Prefeito, com fulcro no art. 56, 11, da LOTCE/PB;
3. Recomendação à atual direção do instituto no sentido de cumprir fidedignamente os ditames da
Lei n° 4320/64, mais especificamente:
3.1. Sugerir, por meio escrito, ao Chefe do Poder Executivo local, a adequação da Lei
Previdenciária Municipal à legislação federal referida;
3.2. Determinar à assessoria contábil o registro de todas as dívidas do instituto;
3.3. Realizar a arrecadação das contribuições consignadas e das contribuições patronais tanto ao
RGPS, quanto ao INSS, conforme o caso;
3.4. Proceder ao levantamento do montante total da dívida do Município para com o instituto~e
cobrá-Ia devidamente; . ..
!

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PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 7/9

3.5. Cumprir as obrigações patronais do instituto relativas a seus servidores efetivos e


comissionados;
4. Recomendação de instauração de processo, com o fito de verificar na Câmara Municipal de Arara
a natureza do vínculo das pessoas que ali laboram - se efetivo ou comissionado, classificando-os
desde janeiro de 2004, com vistas a se esclarecer a procedência ou não de débito do Poder
Legislativo Mirim no montante de R$ 15.268,88 junto ao Instituto de Previdência;
5. Remessa de cópia pertinente dos autos ao Ministério Público Federal (Procuradoria da República
na Paraíba), à Receita Previdenciária /DELEPREV e ao Ministério Público Comum, neste último
caso para fins de apuração de indicios de possível cometimento de atos de improbidade
administrativa pelo então gestor do Instituto, ao longo do exercício de 2006, e pelo Prefeito de
Arara, Sr. José Ernesto dos Santos Sobrinho.
É o relatório, informando que as notificações de praxe foram expedidas.
2. VOTO DO RELATOR
Inicialmente, o Relator entende que as irregularidades cuja responsabilidade foi atribuida ao Prefeito de
Arara, Sr. José Ernesto dos Santos Sobrinho, devem ser transpostas para exame na prestação de contas da
Prefeitura, relativa ao exercício de 2008, já que a de 2006 foi apreciada por esta Corte em 08 de outubro de
2008, conforme Parecer PPL TC 119/2008 e Acórdão APL TC a05/2008, e a de 2007 se encontra em fase final
de instrução.
Tratamento semelhante deve ser atribuído à falha relativa à falta de controle dos direitos a receber da
Câmara de Arara, cuja prestação de contas de 2004 indica a existência de obrigações desta para com o instituto,
na importância de R$ 15.268,88, referente, segundo declaração do Ex-presidente daquela Casa, período de
2004, à contribuição previdenciária. O Relator entende, data vênia o pronunciamento ministerial, ser
desnecessária a formalização de processo específico para análise da natureza da contratação dos servidores da
Câmara, bastando, tão-somente, quando da análise das contas do Legislativo, referentes a 2008, o rastreamento
da dívida para que se constate sua origem.
No tocante à omissão de ações com objetivo de adequar a legislação municipal aos normativos federais,
cabe, como opinou o Parquet, recomendar ao atual titular do instituto o envio de ofício ao Chefe do Poder
Executivo para que dê início a processo legislativo com vistas a regularizar a situação, suprimindo da Legislação
Municipal o benefício de "Pensão por Ausência do Segurado".
A falta de retenção e repasse das contribuições previdenciárias incidentes sobre serviços de assessoria
contábil e previdenciária e manutenção do SISPREV, bem como de empenhamento da parte patronal, deve ser
comunicada à Receita Federal do Brasil para as providências a seu cargo.
No concernente à ausência da contabilização da dívida do município (Prefeitura) junto ao instituto, cabe
recomendar ao atual gestor que providencie o registro contábil para que os demonstrativos apresentem, de
forma fidedigna, a situação dos créditos da entidade.
Por fim, quanto à ausência de registro, em conta específica, dos repasses destinados a fazer face às
despesas administrativas, entende que cabe recomendar o cumprimento do disposto na Portaria MPS nO
916/2003.
Feitas essas observações, o Relator vota pela:
1. regularidade com ressalvas da prestação de contas em exame;
2. aplicação da multa pessoal no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) ao ex-gestor do instituto, em
decorrência das falhas e irregularidades apontadas;
3. determinação de encamínhamento de cópia do presente ato à divisão competente desta Corte para
subsidiar o exame das contas de 2008 do Prefeito de Arara, Sr. José Ernesto dos Santos sobrinhoid

JGC
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 8/9

objetivando verificar a subsistência das irregularidades a ele atribuídas, descritas no presente


processo, item "14.01", bem como para rastrear, quando da análise da prestação de contas de 2008
da Câmara, a origem da dívida desta para com o instituto, na importância de R$ 15.268,88;
4. representação junto à Receita Federal do Brasil quanto à falta de recolhimento previdenciário
incidente sobre serviços contratados pelo instituto; e
5. recomendação à administração do instituto no sentido de estrita observância das normas
constitucionais, dos princípios administrativos e da necessidade de manter sua contabilidade em
consonância com as normas legais pertinentes, sob pena de repercussão negativa em prestações de
contas futuras e aplicação de penalidades pecuniárias às autoridades responsáveis.
É o voto.
3. DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO01870/07, ACORDAM os membros integrantes
do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, nesta sessão de julgamento, por unanimidade, com declaração de
suspeição de voto do Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira, acompanhando o voto do Relator, em:
I. JULGAR REGULAR COM RESSALVAS a prestação de contas anual do Instituto Municipal de
Previdência de Arara, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do Sr. Ney
Guimarães Martins
11. APLICAR MULTA ao responsável, Sr. Ney Guimarães Martins, no valor de R$ 1.000,00 (hum mil
reais), em decorrência das falhas e irregularidades apontadas, com fulcro no art. 56, inciso 11,da Lei
Orgânica do TCE/PB, assinando-lhe o prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de publicação
deste ato no DOE, para recolhimento voluntário aos cofres estaduais, à conta do Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, sob pena de cobrança executiva, desde logo
recomendada, nos termos do art. 71, § 4°, da Constituição do Estado da Paraíba;
111. DETERMINAR o encaminhamento de cópia do presente ato à divisão competente desta Corte para
subsidiar o exame das contas de 2008 do Prefeito de Arara, Sr. José Ernesto dos Santos Sobrinho,
objetivando verificar se subsistem as irregularidades de sua responsabilidade, descritas no item
"14.01." do relatório retro, referentes ao não encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo
Municipal para adequação da legislação às normas federais, no tocante ao benefício de "Pensão por
Ausência do Segurado"; oscilação nos valores das receitas de contribuições, inclusive com a
ausência de repasse das contribuições nos meses de janeiro, março, junho, setembro e outubro
(parcelas patronal e dos segurados) e novembro (parte patronal); e falta de cumprimento dos acordos
de parcelamento celebrados com o instituto;
IV. DETERMINAR o encaminhamento de cópia do presente ato à divisão competente deste Tribunal
para rastrear, quando da análise da prestação de contas de 2008 da Câmara Municipal de Arara, a
origem da divida desta para com o instituto, na importância de R$ 15.268,88;
V. REPRESENTAR junto à Receita Federal do Brasil quanto à falta de recolhimento previdenciário
incidente sobre serviços contratados pelo instituto; e
VI. RECOMENDAR à administração do instituto no sentido de estrita observância das normas
constitucionais, dos princípios administrativos e da necessidade de manter sua contabilidade em
consonância com as normas legais pertinentes, sob pena de repercussão negativa em prestações de
contas futuras e aplicação de penalidades pecuniárias às autoridades responsáveis.

Publique-se, intime-se e cumpra-se.


Sala das Sessões do TCE-PB - Plenário Ministro João Agripino.
ri
JGC
/
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N° 01870/07 FI. 9/9

João Pessoa, 06 de maio de 2009.

( Conselheiro Al)tõ"r~~i iniz Filho


C\~,_.,_ - N r,-W~'_
7'í
Conselheir
~'tJt~ -,
Sf~~t. Antônio Cláudio Silva S tos
Relator
Pres
h, Ana Terêsa Nó~
Procuradora Geral do
Ministério Público junto ao TCE-PB
~

JGC

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