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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC-01978/04
Administração Indireta Municipal. Instituto de Previdência do
Município de João Pessoa (IPM). Prestação de Contas relativa ao
exercício de 2003. Regularidade com Ressalvas. Multa.
PúbliGado no O. O. ·E, Recomendação.

Em, --º.:lI ()L, I 'u (1.

RELATÓRIO:
o Processo TC-01978/04 corresponde à Prestação de Contas relativa ao exercício de 2003, do
Instituto de Previdência do Município de João Pessoa (IPM), tendo por gestor o Sr. Durval Ferreira da
Silva Filho.
A Diretoria de Auditoria e Fiscalização - Departamento de Acompanhamento da Gestão Municipal I -
Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal I - (DIAFI/DEAGM IIDIAGM I) deste Tribunal
emitiu, com data de 23/03/2006, o Relatório de fls. 115/124, cujas conclusões são resumidas a seguir:
1) A prestação de contas foi entregue dentro do prazo legal.
2) A receita efetivamente arrecadada atingiu o valor total de R$ 8.742.043,66, sendo 98,06% deste
valor referente às Receitas de Contribuições.
3) A despesa realizada atingiu o valor total de R$ 27.636.784,16, evidenciando um déficit na
execução orçamentária no valor de R$ 18.894.740,50.
4) A Receita Extra-Orçamentária atingiu R$ 45.195.669,08 e a Despesa Extra-Orçamentária
totalizou R$ 26.663.952,20.
5) O Balanço Patrimonial apresentou o valor total do ativo e passivo em R$ 1.427.752,21.
6) A Demonstração das Variações Patrimoniais apresenta um superávit patrimonial no valor de R$
310.282,30.
7) O Balanço Financeiro apresentou um saldo para o exercício seguinte de R$ 55.941,00.

Em razão das irregularidades apontadas pelo Órgão Auditor e em atenção aos princípios
constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, previstos na CF, art. 5°,
L1Ve LV, foi notificado o interessado para apresentação de defesa, o qual a fez às folhas 176/181,
sendo, posteriormente, analisada pela Auditoria (fls. 221/223), permanecendo, assim, as seguintes
irregularidades:
1) Ausência de apresentação do relatório de atividades e as cópias autênticas de leis e decretos
relativos à abertura de créditos adicionais, contrariando o que preceitua a Resolução TC 07/9i;
2) Ausência de Plano de Avaliação ou Reavaliação Atuarial e Equilíbrio Atuarial;
3) Inexistência de levantamento inerente à dívida da Prefeitura e da Câmara Municipal para com o
IPM;
4) Inexistência de Registro Individualizado das Contribuições dos Servidores;
5) Inexistência de almoxarifado e tombamento dos bens móveis e materiais permanentes;
6) Gratificações sem embasamento legal.

Instado a se manifestar, o Parquet ofereceu o Parecer n° 0540109 (fls. 2241227) da lavra da


Procuradora Geral Ana Terêsa Nóbrega, opinando, ao final, pela:
1) regularidade com ressalva das contas do IPM de responsabilidade do senhor DURVAL
FERREIRA DA SILVA FILHO, na qualidade de ex-gestor do Instituto de Previdência do
Município de João Pessoa - IPM, relativamente ao exercício de 2003;
2) aplicação de multa ao ex-gestor, com fundamento no art. 56 da LOTCE/PB;
3) recomendação ao atual Gestor do Órgão Previdenciário Municipal para que evite
comportamentos administrativos que maculem as contas de Gestão. (~

1 Art.2°, § 1° - relatório detalhado das atividades desenvolvidas contendo informações de caráter técnico-operacional e eco-
nômico-financeiro do ente.
PROCESSO TC-01978/04 f1s.2

Cumpre externar que, por determinação contida no Acórdão APL-TC 633/2006 (fls. 170/171), foram
anexados ao presente, às folhas 130/175, os autos do processo TC n° 01977/04, que versa sobre a
Prestação de Contas Anuais do Fundo Municipal de Assistência e Previdência de João Pessoa
referente ao exercício de 2003, sob a responsabilidade do Sro Durval Ferreira da Silva Filho,
considerada regular, sem prejuízo de recomendações, conforme citado Acórdão.
O Relator fez incluir o processo na pauta desta sessão, com as notificações de praxe.

VOTO DO RELATOR:
Nos presentes autos, o relatório da Auditoria evidenciou a permanência das seguintes irregularidades
com relação ao gestor do Instituto no exercício de 2003:
1) Ausência de apresentação do relatório de atividades e as cópias autênticas de leis e decretos
relativos à abertura de créditos adicionais, contrariando o que preceitua a Resolução TC 07/97:
O § 1 do art. 2 da Resolução TC 07/97 informa sobre a obrigatoriedade do envio, junto a PCA,
0 0

do relatório de atividades, mandamento não observado pelo gestor do período em análise. Nesta
esteira, o gestor quedou-se inerte quanto ao envio das cópias de leis e decretos relativos à
abertura de créditos adicionais.
O comportamento descrito enseja multa pessoal ao gestor com fulcro no art. 56, inciso 11 da Lei
Complementar Estadual n° 18/93 (LOTCE/Pb).

2) Ausência de Plano de Avaliação ou Reavaliação Atuarial e Equilíbrio Atuarial:


A legislação previdenciária federal, em especial a Lei nO9.717/98 e a Portaria MPS nO4.992/99,
estabelece a obrigatoriedade de realização de avaliação atuarial inicial e em cada balanço, a fim
de realizar a revisão do plano de custeio do RPPS, constituindo instrumento de suma importância
para a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial, visando a preservação da viabilidade do
regime e o pagamento dos benefícios aos segurados. O IPM só implementou seu Plano de
Avaliação Atuarial a partir do exercício de 2005, onde a alíquota de contribuição previdenciária do
segurado foi fixada em 11% e a patronal em 18%, sendo, posteriormente alterada pela Lei
Municipal n° 10.684, ficando estabelecida em 22%.
Tangente ao exercício de 2003, o Plano de Avaliação Atuarial e Equilíbrio Atuarial não foi
executado, todavia, atenuando a irregularidade evidenciada, ressalta-se que no exercício de 2005
foi executado o Plano, juntamente com a adequação das alíquotas de contribuição
previdenciárias ao referido estudo, bem como à Legislação Previdenciária Federal. Destarte,
entendo que a falha foi devidamente mitigada, reunindo condições de ser relevada.

3) Inexistência de Registro Individualizado das Contribuições dos Servidores:


2
Tal situação contraria o inciso VII, art. 1° da Lei 9.717/98 , bem como o inciso VII, art. 2° c/c o art.
3
12° da Portaria MPAS nO4.992/99 . Os registros individualizados iniciaram no exercício de 2005.
No que toca ao item à baila, comungo da opinião do Parquet, como segue: ~

2 Art. 1º Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal deverão ser organizados, baseados em normas gerais de conta-
bilidade e atuária, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial, observados os seguintes critérios:
VII - registro contábil individualizado das contribuições de cada servidor e dos entes estatais, conforme diretrizes gerais;

3 Art. 20 Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municipios, e dos militares dos Estados e do Distrito Federal, incluídas suas autarquias e fundações, deverão ser organiza-
dos com base em normas gerais de contabilidade e atuária, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial, obser-
vados os seguintes critérios:
VII - registro contábil individualizado das contribuições do servidor e do militar ativos e dos entes estatais, conforme estabe-
lecido no art. 12 desta Portaria;
Art. 12. No registro individualizado das contribuições do servidor e do militar ativos de que trata o inciso VII do art. 20 desta
Portaria, devem constar os seguintes dados:
1- nome;
11 - matrícula;
111 - remuneração;
IV - valores mensais e acumulados da contribuição do servidor ou do militar;
V - valores mensais e acumulados da contribuição do respectivo ente estatal referente ao servidor ou ao militar.
§ 10 O segurado será cientificado das informações constantes de seu registro individualizado mediante extrato anual de
prestação de contas.
PROCESSO TC-01978/04
fls.3

':4s falhas ensejam recomendações ao interessado, porquanto denotam


ausência de organização contábil e administrativa. "

4) Inexistência de almoxarifado e tombamento dos bens móveis e materiais permanentes:


A inexistência dos controles citados impossibilita a verificação documental e física da entrada dos
materiais e bens móveis adquiridos pela Edilidade. A exemplo do item anterior, o fato enseja
recomendação.

5) Gratificações sem embasamento legal:


O Instituto não possui quadro próprio de pessoal, como também inexiste fundamentação legal
para as gratificações pagas a funcionários, concedidas através de portaria do superintendente do
IPM, sem a observância de critérios objetivos para a determinação de seus valores, infringindo os
princípios constitucionais da legalidade e da isonomia, bem como o art. 61, inciso li, alínea "a" da
Constituição Federal", o qual determina que as gratificações devem ser concedidas através de lei
de iniciativa do Executivo Municipal. Contudo, guardando paralelo com a manifestação do Órgão
Ministerial, entendo que a falha em epígrafe não repercute negativamente sobre a Prestação de
Contas em análise, devendo ser constituído processo autônomo para apuração de gratificações
indevidamente concedidas pelo IPM-JP.
Ante a evidente carência, recomendo a realização de concurso público, objetivando a contratação
de servidores suficientes para suprir as necessidades técnicas e operacionais do Instituto.
Desta forma, voto nos seguintes termos:
1) Julgamento regular com ressalvas a presente prestação de contas de responsabilidade do
senhor DURVAL FERREIRA DA SILVA FILHO, na qualidade de ex-gestor do Instituto de
Previdência do Município de João Pessoa - IPM, relativamente ao exercício de 2003;
2) Aplicação de multa no valor de R$ 2.805,10 (dois mil e oitocentos e cinco reais e dez
centavos) ao Senhor DURVAL FERREIRA DA SILVA FILHO com fulcro no art. 56, 11, da
LOTCE/PB, por infração grave à norma legal;
3) Determinação à Diretoria de Auditoria e Fiscalização (DIAFI) a constituição de processo
autônomo para apuração de gratificações indevidamente concedidas pelo IPM-JP;
4) Recomendação ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de João Pessoa a
estrita observáncla às normas constitucionais, aos princípios administrativos e, sobretudo, à
necessidade de planejamento e organização de suas atividades;
5) Recomendação ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de João Pessoa a
realização de concurso público, objetivando a contratação de servidores suficientes para
suprir as necessidades técnicas e operacionais do Instituto.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO DO TCE-PB:


Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC-01978/04, os membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAfBA (TCE-Pb), à unanimidade, na sessão realizada nesta data,
ACORDAM em:
1. JULGAR REGULAR COM RESSALVAS a presente Prestação de Contas, relativa ao
exercício de 2003, do INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO MUNiCípIO DE JOÃO PESSOA
(IPM), sob a responsabilidade do senhor Durval Ferreira da Silva Filho, atuando como
gestor;
2. APLICAR MULTA ao ex-gestor, Sr. Durval Ferreira da Silva Filho, no valor de R$ 2.805,10
(dois mil oitocentos e cinco reais e dez centavos), de acordo com o art. 56, inciso 11 da
LOTCE/PB, por infração grave à norma legal, assinando-lhe o prazo de 60 (sessenta) dias
para recolhimento voluntário ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal -
mediante a quitação de Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais (DAE) com Códi9~

4 Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Su-
periores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1° - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
11 - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
PROCESSO TC-01978/04 f1s.4

"4007" - Multas do Tribunal de Contas do Estado, sob pena de cobrança executiva, desde logo
recomendada, inclusive com assistência do Ministério Público, de acordo com os Parágrafos
3° e 4° do artigo 71 da Constituição do Estado;

3. DETERMINAR á Diretoria de Auditoria e Fiscalização (DIAFI) a constituição de processo


autônomo para apuração de gratificações indevidamente concedidas pelo IPM-JP;

4. RECOMENDAR ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de João Pessoa a


estrita observância ás normas constitucionais, aos princípios administrativos e, sobretudo, á
necessidade de planejamento e organização de suas atividades;
5. RECOMENDAR ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de João Pessoa a
realização de concurso público, objetivando a contratação de servidores suficientes para
suprir as necessidades técnicas e operacionais do Instituto.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário Ministro oão Agripino

João Pessoa, JO de de 2009

Conselheiro o Diniz Filho

Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira


Relator

Fui presente,
11. n..
.s.; r.: AJ~
[~ Terêsa Nóbrega I\---
Procuradora Geral do Ministério Público junto ao -rcE-Pb

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