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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO \

PROCESSOTC N.o 02538/07

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Responsável: Renato Lacerda Martins
Advogados: Dr. Rodrigo dos Santos Lima e outro
Procuradores: Sr. Heidimir Paes Barreto de Paiva e outro

EMENTA: PODER EXECUTIVO MUNICIPAL - ADMINISTRAÇÃO


DIRETA - PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS - PREFEITO -
ORDENADOR DE DESPESAS- CONTAS DE GESTÃO - APRECIAÇÃO
DA MATÉRIA PARA FINS DE JULGAMENTO - ATRIBUIÇÃO DEFINIDA
NO ART. 71, INCISO 11, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA
PARAÍBA, E NO ART. 1°, INCISO I, DA LEI COMPLEMENTAR
ESTADUAL N.o 18/93 - Gastos com pessoal do Município e do Poder
Executivo acima dos limites definidos na Lei de Responsabilidade
Fiscal - Incorreção na elaboração dos balanços orçamentário,
financeiro e patrimonial - Saldo elevado em tesouraria ao final do
exercício sem justificativa - Carência de realização de vários
procedimentos de licitação - Desrespeito ao regime de competência
da despesa pública - Ausência de empenhamento, pagamento e
contabilização de parte das obrigações patronais devidas à
Previdência Social - Retenção e recolhimento de contribuições
previdenciárias dos segurados do INSS aquém do montante devido -
Dispêndios com órgãos estaduais sem instrumento de convênio
válido - Não encaminhamento ao Tribunal dos contratos por
excepcional interesse público para apreciação da sua legalidade -
Emissão de diversos cheques sem provisão de fundos - Transgressão
a dispositivos de natureza constitucional, infraconstitucional e
regulamentar - Desvio de finalidade - Conduta ilegítima e
antieconômica - Eivas que comprometem a regularidade das contas -
Ações e omissões geraram prejuízo ao Erário - Necessidade imperiosa
de ressarcimento e de imposição de penalidade. Irregularidade.
Imputação de débito. Fixação de prazo para recolhimento. Aplicação
de multa. Assinação de lapso temporal para pagamento.
Determinação para confirmar devolução de valores. Encaminhamento
de cópias da decisão à DIAFI. Ordenação de desentranhamento de
peças para análise. Recomendações. Representações.

Vistos, relatados e discutidos os autos da PRESTAÇÃO DE CONTAS DE GESTÃO DO


ORDENADOR DE DESPESAS DO MUNICíPIO DE ITATUBA/PB, SR. RENATO LACERDA
MARTINS, relativas ao exercício financeiro de 2006, acordam, por unanimidade, os
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Conselheiros integrantes do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em se ~
plenária realizada nesta data, na conformidade da proposta de decisão do relator a s guir,
em:
PROCESSOTe N.o 02538/07

1) Com fundamento no art. 71, inciso 11, da Constituição do Estado da Paraíba, bem como
no art. 1°, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.o 18/93, JULGAR IRREGULARES as
referidas contas.

2) IMPUTAR ao Prefeito Municipal de Itatuba/PB, Sr. Renato Lacerda Martins, débito no


montante de R$ 8.350,00 (oito mil, trezentos e cinquenta reais), respeitantes a despesas
com órgão estaduais sem respaldo em instrumento de convênio válido.

3) FIXAR o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário aos cofres públicos
municipais do débito imputado, sob pena de responsabilidade e intervenção do Ministério
Público Estadual, na hipótese de inércia, tal como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição
do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40, do colendo Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba - TJ/PB.

4) APLICAR MULTA ao Chefe do Poder Executivo da Urbe, Sr. Renato Lacerda Martins, no
valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com base no que
dispõe o art. 56, incisos 11e 111,da Lei Complementar Estadual n. ° 18/93 - LOTCE/PB.

5) ASSINAR o lapso temporal de 30 (trinta) dias para o recolhimento voluntário da


penalidade ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, conforme previsto
no art. 3°, alínea "a", da Lei Estadual n.O 7.201, de 20 de dezembro de 2002, cabendo à
Procuradoria Geral do Estado da Paraíba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o
término daquele período, velar pelo integral cumprimento da decisão, sob pena de
intervenção do Ministério Público Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no
art. 71, § 4°, da Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40, do ego Tribunal de
Justiça do Estado da Paraíba - TJ/PB.

6) DETERMINAR à Diretoria de Auditoria e Fiscalização - DIAFI, que, ao examinar as contas


do Município de Itatuba/PB, relativas ao exercício financeiro de 2008, verifique se houve o
registro contábil do valor de R$ 2.967,70, relativo à devolução de taxas pela emissão de
cheques sem provisão de fundos, ocorrida em 2006.

7) ENCAMINHAR cópias desta decisão à DIAFI para subsidiar a análise das contas da
Comuna de Itatuba/PB, exercícios financeiros de 2007, 2008 e 2009, notadamente em
relação ao exame das despesas com pessoal do Poder Executivo.

8) ORDENAR o desentranhamento dos documentos inerentes aos contratos por excepcional


interesse público firmados pelo Município de Itatuba/PB, em 2006, fls. 3.093/3.130, com
vistas à constituição de processo específico a ser enviado à Divisão de Auditoria da Gestão~
de Pessoal - DIGEP para que esta proceda à análise desses e de outros ajustes de mesma .
natureza, porventura celebrados pela Urbe no mesmo período.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02538/07

9) FAZER recomendações no sentido de que Alcaide, Sr. Renato Lacerda Martins, não repita
as irregularidades apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal e observe,
sempre, os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.

no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
10) Com fulcro
COMUNICAR à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em João Pessoa/PB, acerca da
provável insuficiência das retenções previdenciárias realizadas sobre a folha de pagamento
do Poder Executivo, bem como da carência de pagamento de grande parte das obrigações
patronais incidentes sobre as remunerações pagas, ambas devidas ao Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, durante o exercício financeiro de 2006.

11) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Carta Magna,
REPRESENTAR à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Paraíba - SSP/PB, bem como
ao Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, acerca do recebimento irregular de
ajudas financeiras concedidas pelo Município de Itatuba/PB, em 2006, para custear, no
primeiro caso, a manutenção da Delegacia Municipal, e no segundo, a Promotoria de Justiça
daquela Comarca.

12) Ainda com apoio no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Lex Legum, REMETER
cópia das peças técnicas, fls. 2.045/2.057, 2.498/2.505 e 3.191/3.208, do parecer do
Ministério Público Especial, fls. 3.210/3.221, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de
Justiça do Estado, bem como à egrégia Procuradoria da República na Paraíba para as
providências cabíveis.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 11 de março de 2009


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Tratam os presentes autos da análise das Contas de Governo e de Gestão do Município de


Itatuba/PB, relativas ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do Prefeito e
Ordenador de Despesas, Sr. Renato Lacerda Martins, apresentada a este ego Tribunal em
02 de abril de 2007, mediante o Ofício n.O090/2007, datado de 26 de março do mesmo ano,
fi. 02.

Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DlAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 2.045/2.057, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas no prazo legal; b) o orçamento foi
aprovado através da Lei Municipal n.o 312/2005, estimando a receita em R$ 6.440.637,00,
fixando a despesa em igual valor e autorizando a abertura de créditos adicionais
suplementares até o limite de 50% do total orçado; c) a Lei Municipal n.O 315/2006
autorizou a abertura de créditos adicionais especiais no montante de R$ 185.000,00;
d) durante o exercício, foram abertos créditos adicionais suplementares e especiais, nos
valores de R$ 2.475.351,91 e R$ 185.000,00, respectivamente; e) a receita orçamentária
efetivamente arrecadada no exercício ascendeu à soma de R$ 6.165.484,69; f) a despesa
orçamentária realizada atingiu a quantia de R$ 6.424.335,08; g) a receita
extra-orçamentária, acumulada no exercício financeiro, alcançou a importância de
R$ 590.993,41; h) a despesa extra-orçamentária, executada durante o ano, compreendeu
um total de R$ 339.721,16; i) a cota-parte recebida do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimentodo Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEFtotalizou
R$ 1.007.379,54; j) o somatório da Receita de Impostos e Transferências - RIT atingiu o
patamar de R$ 3.973.459,36; e k) a ReceitaCorrente Líquida - RCLalcançou o montante de
R$ 5.845.149,45.

Em seguida, os técnicos da DlAGM VI destacaram que os dispêndios municipais


evidenciaram, sinteticamente, os seguintes aspectos: a) as despesas com obras e serviços
de engenharia totalizaram R$ 356.966,30, dos quais R$ 147.468,67 eram provenientes de
recursos federais, R$ 182.132,57, de recursos estaduais e R$ 27.365,06, oriundos de
recursos próprios; e b) os subsídiosdo Prefeito e do vice foram fixados, respectivamente, em
R$ 7.000,00 e R$ 3.500,00 mensais, pela Lei Municipal n.o 02, de 30 de setembro de 2004.

Quanto aos gastos condicionados, verificaram os analistas desta Corte que: a) a despesa
com recursos do FUNDEF na remuneração dos profissionais do magistério alcançou o
montante de R$ 677.452,86, representando 67,00% da cota-parte recebida no exercício
mais o saldo inicial da conta, R$ 1.011.090,54; b) a aplicação em manutenção e
desenvolvimento do ensino atingiu o valor de R$ 960.816,20 ou 24,18% da RIT;
c) o Município despendeu com saúde a importância de R$ 699.567,70 ou 17,61% da RIT; e~
d) as despesas com pessoal da municipalidade, já incluídas as do Poder Legislativo
chegaram a R$ 3.626.528,16 ou 62,04% da RCL.

No tocante aos aspectos relacionados à gestão fiscal, assinalaram os inspetores da unida e


técnica que: a) os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária - REOs concer rr,..
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

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aos seis bimestres do exercício foram publicados e enviados ao Tribunal dentro do prazo; e
b) os Relatórios de Gestão Fiscal - RGFs referentes aos dois semestres do período analisado
também foram publicados e encaminhados tempestivamente a esta Corte.

Ao final de seu relatório, a unidade de instrução apresentou, de forma resumida, as


irregularidades constatadas, quais sejam: a) gastos com pessoal do Ente correspondendo a
62,04% da Receita Corrente Líquida - RCL, acima do limite estabelecido no art. 19 da Lei de
Responsabilidade Fiscal - LRF; b) dispêndios com pessoal do Poder Executivo representando
58,25% da RCL, superior ao patamar fixado no art. 20 da LRF e sem indicação de medidas
em virtude da sua ultrapassagem, conforme determina o art. 55 da norma; c) apresentação
de balanços que não espelham a realidade contábil e financeira do Município, uma vez que
diversas despesas liquidadas não foram devidamente empenhadas no exercício; d) existência
de saldo em TESOURARIA, em 31 de dezembro de 2006, no valor de R$ 21.925,97, sem a
devida justificativa; e) realização de despesas sem licitação no montante de R$ 481.978,95,
representando 24,21% do total licitável; f) ausência de assinatura do engenheiro fiscal e do
responsável técnico da empresa contratada nos boletins de medição da obra de recuperação
e reforma do mercado público, apresentados por solicitação; g) divergência entre o razão da
conta FUNDEF n. o 58.023-6 e os seus extratos bancários, indicando manipulação dos
registros contábeis; h) aplicação em manutenção e desenvolvimento do ensino
representando 24,18% da receita de impostos e transferências; i) empenhamento em 2007
como DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES de despesas com pessoal do período de
2006; j) não envio de resposta ao Alerta n.o 04/2006, emitido em razão da necessidade de
limitação de empenho e de divergência na apuração da RCL informada no RGF do 10
semestre e no REO do 30 bimestre, contrariando o art. 56 da Lei Orgânica do Tribunal;
k) não pagamento de obrigações patronais devidas ao Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, no montante de R$ 425.348,99; I) não recolhimento de contribuições
previdenciárias patronais à Previdência Social, na quantia de R$ 23.713,66; m) emissão de
cheques sem provisão de fundos, acarretando multas, na importância de R$ 2.967,70;
n) dispêndios, no total de R$ 3.700,00, referentes à subvenção concedida ao Ministério
Público Estadual, sem a apresentação do instrumento legal autorizativo; o) gastos, no valor
de R$ 4.650,00, respaldados em convênio de cooperação mútua entre a Secretaria de
Segurança Pública do Estado e o Município de Itatuba/PB não apresentado; e p) não
encaminhamento ao Tribunal dos contratos por tempo determinado, contrariando as
Resoluções Normativas RN - TC - 103/98 e 15/01.

Tendo em vista o disposto na Resolução Normativa RN - TC - 05/05, modificada pela


Resolução Normativa RN - TC - 01/06, os autos retornaram à DIAGM VI com vistas à análise
das despesas concernentes ao consumo de combustíveis, tendo os especialistas deste
Pretório de Contas elaborado relatório complementar, fls. 2.498/2.505, onde concluíram pela
existência de despesas irregulares, no montante de R$ 20.767,60, sendo R$ 13.123,45,L /
relativos à aquisição de gasolina, e R$ 7.644,15, respeitantes à compra de óleo diesel. ~ x.>
Processadas as devidas citações, fls. 2.506/2.509, a Contadora do Município durante o
exercício financeiro de 2006, Dra. Clair Leitão Martins Diniz, deixou o prazo transcorrer s m
qualquer manifestação acerca das falhas contábeis apontadas.
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Já o Prefeito da Urbe, Sr. Renato Lacerda Martins, apresentou contestação, fls. 2.511/3.130,
onde juntou documentos e argumentou, em síntese, que: a) algumas despesas de pessoal
empenhadas em 2007 como DESPESASDE EXERCÍCIOS ANTERIORES referem-se a créditos
de programas do governo federal, relativos a 2006, somente creditados em 2007, cuja
receita deverá ser incluída na base que compõe a RCL; b) segundo o Parecer Normativo
PN - TC - 12/2007, os gastos com pessoal são compostos apenas das espécies
remuneratórias descritas na rubrica VENCIMENTOS E VANTAGENS FIXAS; c) a elaboração
dos balanços foi baseada na escrituração dos atos e fatos ocorridos, refletindo o resultado
correspondente à movimentação ocorrida no período de referência, nos moldes da Lei
Nacional n.o 4.320/64 e outras legislações; d) o Município de Itatuba/PB não possui agência
bancária e a maioria da sua arrecadação é feita pela TESOURARIA, justificando a
manutenção de recursos em CAIXA no final de cada mês para a quitação de pequenas
despesas e da folha de pagamento de servidores que não têm conta bancária;
e) os dispêndios com a recuperação do mercado público tiveram respaldo na Dispensa de
Licitação n.O 01/2006, em virtude da necessidade de tomar medidas urgentes para evitar o
seu desabamento; f) foram realizadas aquisições de materiais diversos para atender
necessidade múltiplas de todas as secretarias municipais, não atingindo os valores exigidos
para licitação; g) os boletins de medição da obra de reforma e recuperação do mercado
público foram feitos de acordo com a fiscalização municipal e ratificados pelo engenheiro
responsável, consoante cópias anexadas; h) a divergência entre o razão da conta do
FUNDEF e o extrato bancário respectivo pode ter sido motivada pela contabilização de
transferências de recursos do fundo para conta sintética do Fundo de Participação dos
Municípios - FPM, a fim de compensar o desconto automático do INSS, correspondente às
contribuições previdenciárias devidas sobre a folha de pessoal do FUNDEF; i) a aplicação em
MDE, consideradas as ordens de pagamento pela TESOURARIA e através de contas
específicas, bem como os gastos que excederam a receita do FUNDEF no magistério, soma
R$ 1.184.134,33, representando 29,80% da RIT, R$ 3.973.459,36; j) o empenhamento, em
2007, de despesas com pessoal respeitantes a 2006 tomou por base o art. 37 da Lei
Nacional n.o 4.320/64, procedimento esse também utilizado por esta Corte de Contas;
k) a emissão de alerta tem por finalidade maior prevenir riscos e corrigir desvios detectados
no momento da análise e a municipalidade corrigiu as falhas sem que houvesse prejuízo no
decorrer da gestão; I) a Comuna de Itatuba/PB tem um débito de contribuições patronais
referentes a prestadores de serviços, mas está concluindo um termo de confissão de dívida
para parcelamento junto ao INSS; m) todas as retenções de contribuições previdenciárias
feitas nas folhas de pagamentos foram repassadas à Previdência Social; n) o valor
correspondente às despesas bancárias decorrentes das devoluções de cheques, R$ 2.967,70,
foi restituído, conforme comprovação anexa; o) os convênios celebrados com o Ministério
Público Estadual e com a Secretaria de Segurança Pública do Estado foram juntados aos
autos; p) os contratos por tempo determinado firmados pela Urbe foram acostados à defesa;
e q) houve falha nas informações do SAGRES acerca do consumo de combustíveis, razão
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pela qual foram juntadas as planilhas de controle de todos os veículos e rnáquínas-em
atividade no ano de 2006. / r:..~
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PROCESSOTC N.o 02538/07

Encaminhados os autos à unidade técnica, esta, examinando a referida peça processual de


defesa, emitiu o relatório de fls. 3.191/3.208, onde considerou elididas as eivas concernentes
à: a) divergência entre o razão da conta FUNDEF e seus extratos bancários; b) aplicação em
manutenção e desenvolvimento do ensino, que passou de 24,18% para 26,64% da receita
de impostos e transferências; c) emissão de cheques sem provisão de fundos, acarretando
multas na importância de R$ 2.967,70; e d) realização de despesas com aquisição de
combustíveis, no montante de R$ 20.767,60. Em seguida, os peritos da DIAGM VI
mantiveram in totum o seu posicionamento exordial relativamente às demais máculas.

o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ao se pronunciar sobre a matéria,


fls. 3.210/3.221, pugnou pelo (a): a) declaração do atendimento dos requisitos de gestão
fiscal responsável; b) emissão de parecer, sugerindo à Câmara Municipal de Itatuba/PB a
aprovação das contas de gestão geral relativas ao exercício de 2006; c) julgamento pela
regularidade com ressalvas das despesas executadas à margem da lei de licitações, sem
imputação de débito, em face da falta de indicação de danos materiais ao erário;
d) julgamento pela regularidade das demais despesas ordenadas; e) aplicação de multa ao
Prefeito por inobservância estrita da lei de licitações, com fulcro na Constituição Federal,
art. 71, inciso VIII, e Lei Complementar Estadual n.o 18/93, art. 56, inciso 11;
f) determinação para verificação, através da unidade técnica, da efetiva redução do
contingente excessivo do gasto com pessoal dentro do prazo e através das medidas legais
cabíveis, devendo a informação colhida subsidiar a análise das contas do exercício de 2007;
g) determinação para formalização de processo específico para o exame dos contratos de
pessoal por tempo determinado; h) comunicação à Receita Federal acerca dos fatos
relacionados às contribuições sociais para as providências a seu cargo; e i) recomendação de
diligências no sentido de prevenir a repetição das falhas acusados no exercício de 2006.

Solicitação de pauta, conforme fls. 3.22213.226 dos autos.

É o relatório.

Após minuciosa análise do conjunto probatório encartado aos autos, constata-se que as
contas apresentadas pelo Prefeito Municipal de Itatuba/PB, Sr. Renato Lacerda Martins,
relativas ao exercício financeiro de 2006, revelam diversas e graves irregularidades
remanescentes. Entrementes, não obstante o posicionamento dos técnicos deste Sinédrio de
Contas, impende comentar ab initio que o item respeitante à ausência de assinaturas nos
boletins de medição da obra de recuperação e reforma do mercado público foi devidamente
sanado, haja vista a apresentação, pela defesa, da documentação correspondente, ~
fls. 2.738/2.741, plenamente compatível com os pagamentos realizados. Informe-se, por
°
oportuno, que o Convênio n. 073/2006 celebrado entre a Comuna e o Estado da Paraíba,
através da Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão - SEPLAG, para a realização da
obra, está sendo analisado nos autos do Processo TC n.o 03105/06.
PROCESSOTC N.o 02538/07

Da mesma forma, indo de encontro ao entendimento dos analistas desta Corte, a eiva
respeitante ao não envio de resposta ao Alerta n.o 04/2006 não pode prosperar. A emissão
do referido instrumento não gera nenhuma obrigação de manifestação por parte do gestor,
não havendo, portanto, a necessidade de apresentação de defesa e/ou esclarecimentos.
Saliente-se que o alerta em comento, fl. 804, não estabeleceu qualquer prazo para adoção
de medidas e que, ao final do exercício, as falhas apontadas no acompanhamento da gestão
relativo ao primeiro semestre não foram mais detectadas.

Por outro lado, em que pese o disposto no Parecer Normativo PN - TC - 12/2007,


reputam-se corretos os cálculos realizados pelos inspetores da unidade técnica para fins de
apuração do percentual dos gastos com pessoal em relação à Receita Corrente
Líquida - RCl, fls. 2.052/2.053. É importante frisar, inicialmente, que os valores das
obrigações patronais integram o montante das despesas com pessoal para fins de verificação
do cumprimento dos limites estabelecidos pela lei de Responsabilidade Fiscal (lei
Complementar Nacional n.o 101/2000), conforme se depreende do seu art. 18, in verbis.

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa
total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos,
funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com
quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens,
fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens
pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições
recolhidas pelo ente às entidades de previdência. (nossos grifos)

logo, os dispêndios com pessoal do Município (Poderes Executivo e legislativo) em 2006


atingiram, de fato, o patamar de R$ 3.626.528,16, correspondendo a 62,04% da Receita
Corrente Líquida - RCl do período, R$ 5.845.149,45, superando, por conseguinte, o limite
de 60% imposto pelo art. 19, inciso 111, da reverenciada lei de Responsabilidade
Fiscal - lRF, verbatim:

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, ª


despesa total com pessoal,em cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a
seguir discriminados:

1-( ...) ~ /

III - Municípios: 60% (sessenta por cento). (destaques ausentes no Original)&\) V

Importa notar que o descumprimento do referido dispositivo decorreu dos dispêndios c


pessoal do Poder Executivo da Urbe, que ascenderam à soma de R$ 3.404.779,81 o
PROCESSO TC N.O 02538/07

representa 58,25% da RCl, configurando nítida transgressão ao preconizado no art. 20,


inciso IH, alínea "b", da já mencionada lei Complementar Nacional n.o 101, de 04 de maio
de 2000, verbo ad verbum:

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os
seguintes percentuais:

1-( ...)

III - na esfera municipal:

a) (omissis)

b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo. (grifamos)

Portanto, medidas deveriam ter sido adotadas, em tempo hábil, pelo Gestor da Comuna de
Itatuba/PB, Sr. Renato Lacerda Martins, para o retorno da despesa total com pessoal ao
respectivo limite, nos termos do art. 22, parágrafo único, incisos I a V, e do art. 23, caput,
daquela norma, verbis.

Art. 22. (omissis)

Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e


cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no
art. 20 que houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de


remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de
determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X
do art. 37 da Constituição;

11 - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a


qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou
falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso 11 do § 60


do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes
orçamentárias.
ÀY
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido o <,

art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem re"uízo as


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02538/07


medidas previstas no art. 22. o percentual excedente terá de ser eliminado
nos dois guadrimestres seguintes. sendo pelo menos um terço no primeiro,
adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3° e 4° do
art. 169 da Constituição.(grifos nossos)

É imperioso frisar que deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver
excedido a repartição por Poder do limite máximo configura infração administrativa,
processada e julgada pelo Tribunal de Contas, sendo passível de punição mediante a
aplicação de multa pessoal de 30% (trinta por cento) dos vencimentos anuais ao agente que
lhe der causa, conforme estabelecido no art. 5°, inciso IV, e §§ 1° e 2°, da lei que dispõe,
entre outras, sobre as infrações contra as leis de finanças públicas - Lei Nacional n.° 10.028,
de 19 de outubro de 2000 -, ipsis litteris.

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:

1-( ...)

IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a


execução de medida para a redução do montante da despesa total com
pessoalque houver excedidoa repartição por Poder do limite máximo.

§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento
da multa de sua responsabilidadepessoal.

§ 2° A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo


Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e
orçamentária da pessoajurídica de direito público envolvida.

No que se refere ao elevado saldo registrado na conta CAIXA em 31 de dezembro de 2006,


R$ 21.925,97, situação que se agravou no decorrer do exercício seguinte, fls. 2.046/2.047,
evidencia-se a fragilidade do procedimento adotado pelo gestor da Urbe, por ser temerário
realizar pagamentos via TESOURARIA, face ao descontrole dos valores movimentados, bem
como à vulnerabilidade da sua segurança, concorde entendimento exposto pelos técnicos do
Tribunal, fi. 3.197. Acrescente-se que a administração municipal pagou em 2007 folhas de
pessoal de 2006, bem como emitiu diversos cheques sem provisão de fundos, enquanto
permanecia em CAIXA uma grande soma de recursos.

Cumpre mencionar, ainda, que a referida conjuntura motivou, inclusive, a realização de uma
diligência in loco, em setembro de 2007, por comissão especialmente constituída por esta P\
hV/
Corte de Contas. O resultado do trabalho daquela equipe encontra-se nos autos do Processo
TC n.o 07100107, que, ao ser apreciado pelo Tribunal Pleno, culminou na determinação d
devolução do montante de R$ 89.245,99 referente a saldo financeiro não compr<Wêrmt,
PROCESSOTC N.o 02538/07

apurado em 23 de outubro de 2007. Tal fato reforça a irregularidade ora relatada acerca da
manutenção de saldo elevado em TESOURARIA.

Em relação à ausência de certame Iicitatório, no elevado montante de R$ 481.978,95,


representando, na realidade, 7,50% da despesa orçamentária realizada no exercício,
R$ 6.424.335,08, cabe destacar que a licitação é o meio formalmente vinculado que
proporciona à Administração Pública melhores vantagens nos contratos e oferece aos
administrados a oportunidade de participar dos negócios públicos. Quando não realizada,
representa séria ameaça aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, bem como da própria probidade administrativa.

Nesse diapasão, traz-se à baila pronunciamento da ilustre representante do Ministério


Público Especial da Paraíba, Dra. Sheyla Barreto Braga de Queiroz, nos autos do Processo
TC n.o 04981/00, senão vejamos:

A licitação é, antes de tudo, um escudo da moralidade e da ética


administrativa, pois, como certame promovido pelas entidades
governamentais a fim de escolher a proposta mais vantajosa às
conveniências públicas, procura proteger o Tesouro, evitando
favorecimentos condenáveis, combatendo o jogo de interesses escusos,
impedindo o enriquecimento ilícito custeado com o dinheiro do erário,
repelindo a promiscuidade administrativa e racionalizando os gastos e
investimentos dos recursos do Poder Público.

Com efeito, merece ênfase que a não realização dos citados procedimentos licitatórios
exigíveis vai, desde a origem, de encontro ao preconizado na Constituição da República
Federativa do Brasil, especialmente o disciplinado no art. 37, inciso XXI, verbum pro verbo:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderesda


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

1-(...)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação. as obras. serviços.


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com~
cláusulas que estabeleçam obrigação de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá a
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações. (grifo inexistente no texto de origem)
PROCESSOTC N.o 02538/07

Saliente-se que as hipóteses infraconstitucionais de dispensa e inexigibilidade de licitação


estão claramente disciplinadas na Lei Nacional n.O 8.666, de 21 de junho de 1993. Neste
contexto, é preciso destacar que a não realização do certame, exceto nos restritos casos
prenunciados na reverenciada norma, é algo que, de tão grave, consiste em crime previsto
no art. 89, do próprio Estatuto das Licitações e dos Contratos Administrativos, in verbis.

Art. 89 - Dispensarou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei,


ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à
inexigibilidade:

Pena- detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo Único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo


comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-
se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder
Público.

Ademais, consoante previsto no art. 10, inciso VIII, da lei que dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional - Lei
Nacional n.o 8.429, de 2 de junho de 1992 -, a dispensa indevida do procedimento de
licitação consiste em ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário,
verbatim:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades referidas no art. 10 desta lei, e notadamente:

1-( ...)

VIII - frustrar a licitude de processo Iicitatório ou dispensá-lo


indevidamente; (nosso grifo)

Comungando com o supracitado entendimento, reportamo-nos, desta feita, à manifestação


do eminente Procurador do Parquet especializado, Dr. Marcílio Toscano Franca Filho, nos
autos do Processo TC n.o 04588/97, verbo ad verbum: ~ /

Cumpre recordar que a licitação é procedimento vinculado, formalmentf\ V


ligado à lei (Lei 8.666/93), não comportando discricionariedades em s",...-----...
realizaçãoou dispensa.A não realiza -ode rocedimento Iicitatório fora d s
hi óteses le almente revistas constitui rave infra ão à norma I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02538/07

podendo dar ensejo até mesmo à conduta tipificada como crime.


(destaque ausente no original)

No que respeita aos registros contábeis, a unidade de instrução assinalou a ausência de


empenhamento no exercício sub examine de gastos com pessoal, na soma de
R$ 512.428,53, contabilizados somente em 2007 como DEESPESAS DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES, fls. 1.287/1.307. Tal procedimento, além de prejudicar a análise dos
especialistas deste Pretório de Contas, compromete sobremaneira a confiabilidade dos
registros contábeis do Município, pois resulta na imperfeição dos demonstrativos que
compõem a prestação de contas, que deixaram de refletir a realidade orçamentária,
financeira e patrimonial da Comuna. Ou seja, o profissional de contabilidade não registrou as
informações contábeis na forma prevista, não somente nos artigos 83 a 106 da Lei Nacional
°
n. 4.320/64, mas, especialmente, no art. 50, inciso lI, da Lei de Responsabilidade
°
Fiscal - Lei Complementar Nacional n. 101/2000 -, que estabelece o regime de
competência para a despesa pública, verbis.

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a


escrituraçãodas contas públicasobservará as seguintes:

I -(omíssís)

11- a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o


regime de competência,apurando-se, em caráter complementar, o resultado
dos fluxos financeiros pelo regime de caixa. (grifamos)

Além disso, os balanços e os demonstrativos da prestação de contas foram elaborados sem


observar todos os princípios fundamentais da contabilidade previstos nos artigos 20 e 3° da
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n.O 750, de 29 de dezembro de 1993,
devidamente publicada no Diário Oficial da União - DOU, datado de 31 de dezembro do
mesmo ano, ipsis /itteris.

Art. 2° - Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a


essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade,
consoante o entendimento predominante nos universos científico e
profissional de nosso País.Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido
mais amplo de ciênciasocial, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

Art. 3° - São PrincípiosFundamentaisde Contabilidade:

I) o da ENTIDADE;
11)o da CONTINUIDADE;
I1I) o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTROPELOVALORORIGINAL;
PROCESSOTC N.o 02538/07

V) o da ATUALIZAÇÃOMONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA;e
VII) o da PRUDÊNCIA.

Em referência aos encargos patronais devidos pelo Poder Executivo de Itatuba/PB ao


Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em 2006, observa-se que o total da folha de
pagamento ascendeu ao patamar de R$ 2.807.748,33, neste já incluídas as despesas com
pessoal do período somente empenhadas em 2007, R$ 512.428,53, bem como aquelas
indevidamente registradas como OUTROS SERVIÇOS DE TERCEIROS - PESSOA FISlCA,
R$ 82.475,00, fi. 2.052. Portanto, o valor das obrigações patronais empenhadas em 2006,
R$ 164.278,15, ficou muito aquém do montante efetivamente devido à autarquia
previdenciária federal, R$ 589.627,14, que corresponde a 21% dos salários pagos,
consoante disposto no art. 195, inciso I, alínea "a", da Constituição Federal, c/c os arts. 15,
inciso I, e 22, incisos I e lI, alínea "a", da Lei de Custeio da Previdência Social (Lei Nacional
n.o 8.212/91), senão vejamos:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados.


a qualquer título. à pessoafísica que lhe preste serviços. mesmo sem vínculo
empregatício;

Art. 15. Considera-se:

I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de


atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como
os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e
fundacional;

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e~
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pel ----
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos a
PROCESSOTC N.o 02538/07

lei ou do contrato ou, ainda, de convençãoou acordo coletivo de trabalho ou


sentença normativa.

11 - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da


Lei n.o 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, sobre o total das remuneraçõespagas ou creditadas,
no decorrer do mês, aos seguradosempregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentesdo trabalho seja considerado leve; (grifos nossos)

Ou seja, deixaram de ser empenhadas, contabilizadas e pagas despesas com contribuições


previdenciárias patronais em favor do INSS, na quantia de R$ 425.348,99, representando
72,14% do montante efetivamente devido pelo Poder Executivo de ItatubafPB, relativo à
competência de 2006, R$ 589.627,14.

No que tange à contribuição previdenciária dos segurados, os peritos da Corte verificaram


que o Poder Executivo reteve e recolheu no exercício sub studio apenas R$ 191.079,09, o
que representa 6,81% do total da folha de pagamento do período, R$ 2.807.748,33. Logo, a
retenção abaixo do percentual mínimo aplicável, que era da ordem de 7,65%, sugere a
carência de retenção e recolhimento à Previdência Social de parte das contribuições a cargo
dos empregados. Ressalte-se, porém, que a apuração do valor efetivamente devido pelos
servidores e contratados a serviço do Poder Executivo de ItatubafPB em 2006 deverá ser
realizada pela Receita Federal do Brasil, entidade responsável pela fiscalização e cobrança
das contribuições previdenciárias devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

Em todo caso, é importante frisar que as situações ora descritas, que dizem respeito às
contribuições previdenciárias, devidas por empregado e empregador, e não recolhidas à
Previdência Social, podem ser enquadradas como atos de improbidade administrativa que
atentam contra os princípios da administração pública, conforme estabelece o art. 11,
inciso I, da já mencionada lei que trata das sanções aplicáveis aos agentes públicos - Lei
Nacional n.O 8.429, de 02 de junho de 1992 -, verbum pro verbo:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres da honestidade, imparcialidade, legalidade e a lealdade às
instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso


Av
daquele previsto, na regra de competência; (grifo inexistente no original)

Dentre os dispêndios censurados pelos técnicos deste Sinédrio de Contas, encontram-s ,


ainda, os gastos com a manutenção da Delegacia Municipal, R$ 4.650,00, e
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02538/07

Promotoria de Justiça da Comarca de Itatuba/PB, R$ 3.700,00, perfazendo um total de


R$ 8.350,00, fls. 960 e 962. É imperioso frisar que para que os Municípios possam colaborar
com o custeio de despesas de incumbência de outros entes federados, faz-se necessário não
somente a autorização na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e na Lei Orçamentária
Anual - LOA, mas também a existência de convênio ou instrumento congênere, de acordo
com o disposto no art. 62 da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, in verbis.

Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de


competência de outros entes da Federação se houver:

I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;

11- convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.

Acerca dos institutos dos convênios administrativos, o mestre Hely Lopes Meirelles, in Direito
Administrativo Brasileiro, 28 ed, São Paulo: Malheiros, 2003, p. 386, assim se pronunciou:

Convênios administrativos são acordos firmados por entidades públicas de


qualquer espécie, ou entre estas e organizações particulares, para realização
de objetivos de interesse comum dos partícipes.

Os termos de convênios trazidos aos autos por ocasião da defesa, fls. 2.745/2.748, não são
hábeis para amparar os mencionados gastos, seja por ter vigorado apenas no período de 03
de janeiro a 31 de dezembro de 2005, no caso do Convênio n.O 044/2005, celebrado entre o
Estado da Paraíba, através da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Paraíba, e o
Município de Itatuba/PB, seja por estabelecer um prazo de vigência indeterminado e estar
sem a assinatura dos convenentes, no caso do ajuste firmado em setembro de 2003 com a
Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, este último contrariando o que dispõe a Lei de
Licitações e Contratos Administrativos, em seu art. 57, § 3°, c/c o art. 116, respectivamente,
verbatim:

Art. 57. ( ...)

§ 3° É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos conVêniOS~
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e
entidades da Administração.

/-- ~-
Assim, as quantias despendidas sem convênios válidos, no total de R$ 8.350,00, deverão e~ ~J,--..
devolvida aos cofres do município pelo gestor, Sr. Renato Lacerda Martins, c

~OJ
«:
»" _,\'ll
~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02538/07

destacou o digno representante do Ministério Público de Contas, Dr. Marcílio Toscano Franca
Filho, nos autos do Processo TC n.o 04588/97, verbo ad verbum:

Está indicado nos autos que a Prefeitura realizou o pagamento de benefícios


diversos a autoridades públicas e/ou repartições públicas durante o
exercício. Tais despesas são ilegítimas, em primeiro lugar, por se
caracterizarem como estranhas ao Executivo Municipal (não há sequer um
convênio que autorize tais gastos). Além disso, a manutenção desses
pagamentos repercute na própria imparcialidade necessária ao desempenho
das atividades que são cometidas àqueles órgãos e agentes administrativos.
Em terceiro lugar, essas despesas ferem princípio básico da Administração
Pública: a impessoalidade, insculpida no art. 37 da CF/88. Irregulares que
são os dispêndios, é caso de imputação do referido débito ao Prefeito
Municipal.

Igualmente inserida no elenco das irregularidades constatadas na instrução do feito, tem-se


o não envio ao Tribunal de contratos por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público, firmados no exercício pelo Município, fi. 2.052.
Mesmo com a apresentação extemporânea de 21 ajustes pelo defendente, fls. 3.093/3.130,
este número não corresponde à totalidade dos acordos firmados pela Urbe em 2006,
conforme listagem extraída do Sistema de Acompanhamento e Gestão dos Recursos da
Sociedade - SAGRES, fls. 3.133/3.157. Isso significa que a autoridade responsável deixou de
atender às determinações contidas no art. 10, da Resolução Normativa RN - TC - 103/98,
c/c o art. 1°, da Resolução Normativa RN - TC - 15/01, respectivamente, verbis:

Art. 10 - Todo e qualquer ato de investidura, a qualquer título, e os


concessivos de aposentadoria, reforma e pensão, bem como os que,
posteriormente, alterarem o fundamento legal dos três últimos mencionados,
deverão ser encaminhados ao TCE, para efeito de apreciação de sua
legalidade e a concessão do respectivo registro.

Art. 10 A autoridade responsável pela edição de ato de administração de


pessoal o encaminhará ao Tribunal acompanhado dos documentos e
informações exigidos pela RN-TC-l03/98, no prazo de cinco dias, a contar da
data de sua publicação no órgão de imprensa oficial. (nossos grifos)

Impende salientar que o descumprimento do prazo estabelecido na Resolução Normativa~


RN - TC - 15/01 importa em multa automática e pessoal à autoridade responsável, segundo
prevê o seu art. 9°, ipsis litteris.

Art. 90• O descumprimento dos prazos disciplinados nesta resolução farão o


dirigentes do órgão incidir na multa automática e pessoal de R$ 500
PROCESSO TC N.O 02538/07
acrescida da importância de R$ 50,00, por dia de atraso, sem prejuízo da
aplicação das demais sanções cabíveis.

Sendo assim, em consonância com a sugestão dos analistas desta Corte, fls. 3.202/3.203,
deve-se ordenar o desentranhamento dos documentos inerentes aos contratos por
excepcional interesse público firmados pela Urbe em 2006, fls. 3.093/3.130, com vistas à
constituição de processo específico a ser enviado para a Divisão de Auditoria da Gestão de
Pessoal - DIGEP para que esta proceda à análise desses e de outros ajustes de mesma
natureza, porventura celebrados no mesmo período.

No rol dos excessos administrativos praticados pelo Alcaide, a despeito do entendimento


inspetores da unidade técnica na análise da defesa, fi. 3.202, persiste a eiva relativa à
devolução de 197 (cento e noventa e sete) cheques por insuficiência de fundos. Apesar do
depósito bancário do valor pago com taxas e juros sobre o saldo devedor, R$ 2.967,70, na
Conta Corrente n.O 4.339-7 - MOVIMENTO, em 15 de abril de 200B, fls. 2.744 e 3.179,
segundo dados do SAGRES, a quantia não foi registrado como receita orçamentária, a título
de RESTITUIÇÕES, no mês da devolução (abriI/200B).

Ademais, a emissão de cheques sem provisão de fundos caracteriza flagrante desrespeito


aos princípios constitucionais da legalidade, da moralidade e da eficiência, insculpidos no
art. 37, caput, da Lex Legum. Com efeito, a conduta implementada pelo Prefeito pode vir a
abalar a credibilidade do Município perante as instituições financeiras, os fornecedores e a
sociedade em geral.

In specie, resta evidenciado o descontrole administrativo e financeiro, bem como a


possibilidade de dano moral causado à pessoa jurídica de direito público interno e de
configuração do fato típico descrito no art. 171, § 2°, inciso VI, do Código Penal Brasileiro,
senão vejamos:

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 10 (omissis)

§ 20 Nas mesmas penas incorre quem:

1-(...)

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado


ou lhe frustra o pagamento.
PROCESSO TC N.O 02538/07

Diante deste contexto, merece destaque o fato de que algumas das máculas remanescentes
nos presentes autos constituem motivo de emissão, pelo Tribunal, de parecer contrário à
aprovação das contas do Prefeito Municipal de Itatuba/PB, conforme disposto nos itens "2",
"2.5", "2.10" e "2.11", do Parecer Normativo PN - TC - 52/2004, verbum pro verbo:

2. Constituirá motivo de emissão. pelo Tribunal, de PARECER CONTRÁRIO à


aprovacão de contas de Prefeitos Municipais, independentemente de
imputação de débito ou multa, se couber, a ocorrência de uma ou mais das
irregularidades a seguir enumeradas:

2.1. ( ...)

2.5. não retenção e/ou não recolhimento das contribuicões previdenciárias


aos órgãos competentes (INSS ou órgão do regime próprio de previdência,
conforme o caso), devidas por empregado e empregador. incidentes sobre
remunerações pagas pelo Município;

2.6. ( ...)

2.10. não realização de procedimentos Iicitatórios quando legalmente


exigidos;

2.11. no tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal, não adoção das medidas


necessárias ao retorno da despesa total com pessoal e à recondução dos
montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
(destaques ausentes no texto de origem)

Diante das diversas transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio,


decorrentes da conduta implementada pelo Chefe do Poder Executivo da Comuna de
Itatuba, Sr. Renato Lacerda Martins, resta também configurada a necessidade imperiosa de
imposição da multa de R$ 2.805,10 - valor atualizado pela Portaria n.O 039/06 do TCE/PB -,
prevista no art. 56, incisos II e III, da Lei Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar Estadual
n.O 18, de 13 de julho de 1993, in verbis:

Art. 56 - O Tribunal pode também aplicar multa de até Cr$ 50.000.000,00


(cinqüenta milhões de cruzeiros) aos responsáveis por:

I- (omissis) 1 r.. /
11 - infração grave a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,C/\ V
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

III - ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustifi~'


dano ao Erário;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02538/07

Ex posltis, proponho que o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

1) Com base no art. 71, inciso I, c/c o art. 31, § 1°, da Constituição Federal, no art. 13, § 1°,
da Constituição do Estado da Paraíba, e no art. 10, inciso IV, da Lei Complementar Estadual
n.o 18/93, EMITA PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas de governo do Prefeito
Municipal de Itatuba/PB, Sr. Renato Lacerda Martins, relativas ao exercício financeiro de
2006, encaminhando-o à consideração da ego Câmara de Vereadores do Município para
julgamento político da referida autoridade.

2) Com fundamento no art. 71, inciso Il, da Constituição do Estado da Paraíba, bem como
no art. 10, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.O 18/93, JULGUE IRREGULARES as
contas de gestão do Ordenador de Despesas da Comuna no exercício financeiro de 2006,
Sr. Renato Lacerda Martins.

3) IMPUTE ao Prefeito Municipal de ltatubajPB, Sr. Renato Lacerda Martins, débito no


montante de R$ 8.350,00 (oito mil, trezentos e cinquenta reais), respeitantes a despesas
com órgão estaduais sem respaldo em instrumento de convênio válido.

4) FIXE o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário aos cofres públicos
municipais do débito imputado, sob pena de responsabilidade e intervenção do Ministério
Público Estadual, na hipótese de inércia, tal como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição
°
do Estado da Paraíba, e na Súmula n. 40, do colendo Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba - TJjPB.

5) APLIQUE MULTA ao Chefe do Poder Executivo da Urbe, Sr. Renato Lacerda Martins, no
valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com base no que
dispõe o art. 56, incisos 11e 111,da Lei Complementar Estadual n. ° 18/93 - LOTCE/PB.

6) ASSINE o lapso temporal de 30 (trinta) dias para o recolhimento voluntário da penalidade


ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, conforme previsto no art. 3°,
alínea "ali, da Lei Estadual n.O 7.201, de 20 de dezembro de 2002, cabendo à Procuradoria
Geral do Estado da Paraíba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o término daquele
período, velar pelo integral cumprimento da decisão, sob pena de intervenção do Ministério
Público Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no art. 71, § 40, da Constituição
do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40, do ego Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba - TJjPB.

7) DETERMINE à Diretoria de Auditoria e Fiscalização - DIAFI, que, ao examinar as conta~


do Município de ItatubajPB, relativas ao exercício financeiro de 2008, verifique se houve o . .
registro contábil do valor de R$ 2.967,70, relativo à devolução de taxas pela emissão d
cheques sem provisão de fundos, ocorrida em 2006.
PROCESSOTC N.o 02538/07

8) ENCAMINHE cópias desta decisão à DIAFI para subsidiar a análise das contas da Comuna
de Itatuba/PB, exercícios financeiros de 2007, 2008 e 2009, notadamente em relação ao
exame das despesas com pessoal do Poder Executivo.

9) ORDENE o desentranhamento dos documentos inerentes aos contratos por excepcional


interesse público firmados pelo Município de Itatuba/PB, em 2006, fls. 3.093/3.130, com
vistas à constituição de processo específico a ser enviado à Divisão de Auditoria da Gestão
de Pessoal - DIGEP para que esta proceda à análise desses e de outros ajustes de mesma
natureza, porventura celebrados pela Urbe no mesmo período.

10) FAÇA recomendações no sentido de que Alcaide, Sr. Renato Lacerda Martins, não repita
as irregularidades apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal e observe,
sempre, os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.

no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
11) Com fulcro
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em João Pessoa/PB, acerca da
provável insuficiência das retenções previdenciárias realizadas sobre a folha de pagamento
do Poder Executivo, bem como da carência de pagamento de grande parte das obrigações
patronais devidas sobre as remunerações pagas, ambas devidas ao Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, durante o exercício financeiro de 2006.

12) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Carta Magna,
REPRESENTE à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Paraíba - SSP/PB, bem como
ao Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, acerca do recebimento irregular de
ajudas financeiras concedidas pelo Município de Itatuba/PB, em 2006, para custear, no
primeiro caso, a manutenção da Delegacia Municipal, e no segundo, a Promotoria de Justiça
daquela Comarca.

13) Ainda com apoio no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Lex Legum, REMETER
cópia das peças técnicas, fls. 2.045/2.057, 2.498/2.505 e 3.191/3.208, do parecer do
Ministério Público Especial, fls. 3.210/3.221, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de
Justiça do Esta r bem como à egrégia Procuradoria da República na Paraíba para as

providências bíveiSj--\5\.. ~\ .

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