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Processo Te n° 02486/07

Prestação de Contas do Prefeito Municipal


de Cajazeiras referente ao exercício de
2006. Emissão de Parecer Favorável à
aprovação das contas. Recomendações.

o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, no uso de suas atribuições que lhe confere a
Constituição Estadual, em apreciação aos presentes autos do Processo TC n° 02486/07, que trata da
prestação de contas do Sr. Carlos Antonio Araújo de Oliveira, Prefeito Municipal de Cajazeiras,
exercício de 2006, e

CONSIDERANDO que compete ao Tribunal de Contas do Estado, nos termos das


Constituições Federal e Estadual, c/c a Lei Complementar n" 18/1993, apreciar as contas prestadas
anualmente pelos Prefeitos Municipais, emitindo sobre elas parecer prévio;

CONSIDERANDO que após a análise da defesa apresentada e das considerações feitas pelo
relator, remanesceram as seguintes irregularidades: a) a ausência dos valores devidos ao INSS nos
demonstrativos da dívida; b) divergências não justificadas quanto à totalização dos Balanços
apresentados no SAGRES e PCA; c) despesas não licitadas num total de R$ 391.152,51,
correspondendo a 1,21 % da despesa orçamentária total; d) transferência e movimentação dos recursos
do FUNDEF através de contas do Banco Real, contrariando o disposto no art. 3° da Lei n° 9424/96; e)
pagamento de diárias sem o respectivo processo de concessão; 1) deficiência no controle do consumo
de combustíveis e peças dos veículos do município.

CONSIDERANDO que as irregularidades remanescentes não comprometem a lisura da gestão,


por inexistir indícios de dolo, má-fé ou dano ao erário, mas ensejam à aplicação de multa, conforme
inciso II do art. 56 da LC n" 18/93, e apontam para que sejam feitas as devidas recomendações;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o parecer oral da representante do Ministério


Público, o voto do Relator e o mais que dos autos consta,

DECIDE, por deliberação unânime de seus membros, em sessão plenária hoje realizada, em:

a) emitir PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de \ /.


Cajazeiras, Sr. Carlos Antonio Araújo de Oliveira, relativas ao exercício de 2006, ()('
encaminhando-o à consideração da Egrégia Câmara de Vereadores, com a ressalva do
Parágrafo Único do art. 124 do Regimento Interno deste Tribunal;
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Processo Te n° 02486/07

b) recomendar a adoção de providências no sentido de evitar a repetição das falhas constatadas.

Presente ao julgamento a Exm", Sra. Procuradora Geral.


Publique-se e pra-se.
Te - Plenário in. Joã Agripino, em 26 de novembro de 2008.

CONS.
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cOid;i; MARQUES MARIZ
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Processo Te n° 02486/07

o Processo TC n° 02486/07 trata da Prestação de Contas do Prefeito de Cajazeiras, Sr. Carlos


Antonio Araújo de Oliveira, relativa ao exercício de 2006.
O relatório elaborado pela Auditoria destaca o seguinte:
a) a Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo legal, instruída com todos os
documentos exigidos;
b) o orçamento para o exercício, Lei Municipal n° 1.607, de 19 de dezembro de 2005, estimou a receita
e fixou a despesa em R$ 32.922.688,00, autorizou ainda a abertura de créditos adicionais
suplementares até o limite 100% da despesa fixada na LOA;
c) a receita orçamentária arrecadada foi 0,83% superior à sua previsão;
d) a receita tributária arrecadada foi 4,29% superior à sua previsão;
e) a despesa realizada foi inferior à despesa fixada em 1,63%;
1) a Dívida Municipal importou em R$ 10.822.428,92, correspondendo a 32,99% da Receita
Arrecadada, dividindo-se em 86,92% e 13,08% entre Dívida Fundada e Dívida Flutuante,
respectivamente, e apresentando um acréscimo de 23,30% em relação ao exercício anterior;
g) os gastos com obras públicas alcançaram R$ 1.026.727,09, correspondendo a 3,13% da Despesa
Orçamentária Total, sendo pagos R$ 972.007,69, divididos em recursos federais (88,70%) e
próprios (11,30%);
h) não houve excesso na remuneração recebida pelo Prefeito e pelo vice-Prefeito;
i) a aplicação das receitas de impostos em MDE foi de 34,23%;
j) a aplicação das receitas de impostos em ações e serviços de saúde correspondeu a 19,00%;
k) as despesas com pessoal do Poder Executivo corresponderam a 43,96% da RCL;
I) os REOs e RGFs foram enviados e publicados dentro do prazo, contendo todos os demonstrativos
previstos na legislação;
m)a Administração Indireta é composta pelo IPAM - Instituto de Previdência e Assistência do
Município de Cajazeiras, SCTRANS - Superintendência Cajazeirense de Transporte e Trânsito e o
Fundo Municipal de Saúde;
n) há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício; os documentos n° 01882/06,
03622/06 e 06312/06 encontram-se neste Tribunal para serem analisados; por outro lado, os
documentos n° 07947/07, 08812/06 e 17622/06 foram anexados à presente Prestação de Contas,
sendo que os fatos denunciados no primeiro estão sendo apurados pela CGU, o segundo é objeto de
análise de processo que tramita no Poder Judiciário e o terceiro, que trata de inadimplência junto à
SAELP A, é objeto de parcelamento que está sendo debitado na Conta Corrente do FPM.

Além destes aspectos, a Auditoria apontou as seguintes irregularidades:

I -Quanto às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal:


Não atendimento quanto ao montante da dívida consolidada, pela omissão do valor junto ao

f
INSS nos demonstrativos da dívida, e quanto ao repasse para o Poder Legislativo, em relação ao que
dispõe o inciso I, do § 2", art. 29-A, da Constituição Federal;
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11 - Quanto aos demais aspectos examinados:


a) abertura de créditos adicionais com utilização de fonte inexistente (excesso de arrecadação) no
montante de R$ 4.380.000,00; bem como indicação de anulação de dotação insuficiente em R$
437.410,00 para cobertura de créditos adicionais;
b) não envio de decretos de abertura de créditos suplementares e especiais totalizando respectivamente
R$ 4.762.196,09 e R$ 1.350.958,22;
c) abertura e utilização de créditos especiais sem autorização legislativa no montante de R$
2.848.714,79;
d) divergências não justificadas quanto aos valores das receitas arrecadadas e das despesas
empenhadas informadas no SAGRES, na PCA da Prefeitura e nas PCA da Administração Indireta;
e) divergências na totalização dos Balanços apresentados no SAGRES e PCA, impossibilitando a
análise quanto à sua fidelidade face à situação orçamentária, financeira e patrimonial do ente;
t) omissão dos valores da dívida junto ao INSS nos demonstrativos da Dívida Fundada e Flutuante;
g) despesas não licitadas num total de R$ 704.931,99, correspondendo a 2,15% da despesa
orçamentária total;
h) transferência e movimentação dos recursos do FUNDEF, num total de R$ 915.686,10, através de
contas do Banco Real, contrariando o disposto no art. 3° da Lei n? 9424/96;
i) aplicação de apenas 41,64% dos recursos recebidos do FUNDEF na remuneração do magistério;
j) débitos de diversos valores verificados nas contas correntes do FUNDEF, num total de R$
1.456.651,36, cujas despesas correspondentes não foram identificadas pela Auditoria;
k) pagamento de diárias, num total de R$ 52.241,57, sem o respectivo processo de concessão;
I) doações de recursos financeiros, no valor de R$ 86.213,56, insuficientemente comprovadas;
m)não retenção de ISS incidente sobre prestação de serviços de hora-máquina, num total de R$
747,60;
n) recolhimento indevido de ISS sobre fornecimento de material de construção e alimentação para
servidores, atividades que são fatos geradores de ICMS;
o) despesas insuficientemente comprovadas num total de R$ 130.739,40;
p) não retenção e não recolhimento de INSS sobre prestação de serviços autônomos, num total de R$
37.413,37;
q) deficiência no controle do consumo de combustíveis e peças dos veículos do município;
r) não recolhimento do INSS incidente sobre as folhas de pagamento do exercício, num total de R$
1.954.264,85
s) não recolhimento das contribuições patronais ao IPAM, num total de R$ 973.456,73.

Após análise da defesa apresentada, a Auditoria concluiu que foram sanadas apenas as
irregularidades relativas ao repasse ao Poder Legislativo e a indicação de anulação de dotação
insuficiente para cobertura de créditos adicionais.
Quanto às demais irregularidades, foram mantidos os entendimentos do relatório inicial, com as
seguintes considerações por parte do Órgão Técnico.

administração municipal, verificada também no exercício de 2005, não tendo sido adotadas as
medidas necessárias, à época, para a efetivação da escrituração da divida; f'
a) a ausência dos valores devidos ao INSS nos demonstrativos da dívida constitui prática recorrente da
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b) quanto à abertura de créditos adicionais especiais, a Auditoria constatou utilização de fonte


inexistente (excesso de arrecadação) num total de R$ 6.256.486,83, resultado da diferença entre os
valores contidos nos decretos de créditos adicionais especiais abertos com essa fonte de recursos
(R$ 6.528,573,22) e o valor efetivo do excesso de arrecadação R$ 272.086,39;
c) foram analisados todos os decretos de abertura de créditos adicionais suplementares e especiais
enviados, permanecendo a diferença de créditos adicionais suplementares no montante R$
849.096,09 e especiais no valor de R$ 33.485,00 quando confrontando os decretos com os valores
informados no Anexo In de dezembro de 2006,
d) relativamente à abertura e utilização de créditos especiais sem autorização legislativa, o defendente
informa que houve autorização através das Leis Municipais n" 1.63112006, 1.640/2006 e
1.660/2006, tendo sido utilizado ainda crédito especial remanescente do exercício de 2005,
aprovado pela Lei Municipal n? 1.604/2005; a Auditoria afirma que a Lei Municipal n° 1.63112006
autorizou a abertura de créditos especiais no montante de 4.020.385,00, mas foram abertos créditos
com base na referida lei no montante de R$ 4.186.400,00, verificando-se abertura de créditos
adicionais especiais sem autorização legislativa no total de R$ 166.515,00;
e) tendo em vista a permanência da divergência quanto aos valores de receitas e despesas informadas
no SAGRES, na PCA da Prefeitura e nas PCA da Administração Indireta, bem como divergência
quanto à totalização dos Balanços apresentados no SAGRES e PCA, a Auditoria manteve o seu
entendimento inicial;
1) o Órgão Técnico argumenta, com relação às despesas não licitadas, que o defendente limitou-se a
apresentar o Processo n° 030/2004, referente à Licitação n° 011/2004, para a aquisição de material
de construção, hidráulico e elétrico, destinados a construção de 100 casas populares cujo prazo de
execução é de 120 dias, não tendo sido apresentado nenhum aditivo;
g) quanto à movimentação dos recursos do FUNDEF, a defesa alegou que o art. 3° da Lei Federal n"
9.424/96 foi revogado pela Lei Federal n" 11.494/2007, que aboliu a obrigatoriedade de
movimentação dos recursos do FUNDEF em instituições bancárias oficiais;.a Auditoria, entretanto,
argumenta que a lei citada pelo defendente não se aplica ao exercício em questão, mas que, assim
como a Lei Federal n° 9.424/96, ela também determina em seus arts. 16 e 17 que a movimentação
de recursos do Fundo deve ser realizada através de instituição financeira oficial (Banco do Brasil ou
Caixa Econômica);
h) relativamente ao percentual de aplicação em remuneração do magistério, a Auditoria analisou a
documentação apresentada e retificou seus cálculos, passando o valor para R$ 2.653.784,72,
equivalente a 46,1% da receita do FUNDEF;
i) também com relação a débitos de diversos valores verificados nas contas correntes do FUNDEF,
cujas despesas correspondentes não foram identificadas, a Auditoria analisou a documentação
acostada e retificou o valor para R$ 1.120.878,74;
j) no tocante ao pagamento de diárias sem o respectivo processo de concessão, o Órgão de Instrução
ressalta que a prática é recorrente, e que não foram localizados os documentos de comprovação e
justificativas de liberação das diárias;
k) a Auditoria informa que não foram localizados documentos comprobatórios da situação de carência
dos beneficiários das doações de recursos financeiros, permanecendo a irregularidade;
I) a Auditoria não acolheu as alegações sobre a irrelevância da retenção de ISS incidente sobre
prestação de serviços de hora-máquina, por entender que o fato demonstra negligência na r-

arrecadação de receita própria pelo Município; ~


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m)quanto ao recolhimento indevido de ISS sobre fornecimento de material de construção e


alimentação para servidores, informa que o defendente não apresentou nenhum documento que
comprove suas alegações;
n) o Órgão Técnico considera insuficiente a documentação apresentada pelo defendente relativa às
despesas insuficientemente comprovadas;
o) a Auditoria mantém as irregularidades quanto à não retenção e não recolhimento de INSS sobre
prestação de serviços autônomos, e quanto ao não recolhimento do INSS incidente sobre as folhas
de pagamento, tendo em vista que o defendente apresentou apenas uma relação de empenhos onde o
INSS consta como credor, não tendo fornecido nenhum comprovante que autentique o efetivo
pagamento das contribuições previdenciárias. Também não se comprovou a existência de acordo
entre a edilidade e o INSS, com o registro de possíveis diferenças negociadas no final de cada
exercício;
p) não foi acatado o argumento apresentado pelo defendente de que a razoabilidade das despesas
comprova a existência dos controles de consumo de combustíveis e peças dos veículos, tendo em
vista que à época da inspeção in loco verificou-se sua deficiência;
q) quanto ao não recolhimento das contribuições patronais ao IPAM consta também na documentação
acostada pela defesa apenas relação e notas de empenho onde o IPAM figura como credor, não
tendo sido apresentado nenhum comprovante de pagamento dos débitos junto ao referido instituto.

Por economia processual e celeridade, o processo não seguiu ao Ministério Público para a
emissão de parecer escrito, aguardando-se o pronunciamento oral de sua representante.
É o relatório, informando que o interessado e seu representante legal foram notificados da
inclusão do processo na pauta desta sessão.
Em 22 de outubro de 2008.

AUDITOR OSCAR M ~AN:AGO MELO


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Processo Te n° 02486/07

o Processo TC n° 02486/07 retoma à sessão plenária após apresentação da documentação


fls.5458/9331, aceita para ser anexada aos autos quando da sustentação oral de defesa no dia 22 de
outubro de 2008. Naquela ocasião foi apresentado o relatório de fls 6.783/6786, onde permaneceram as
seguintes irregularidades:
a) não atendimento às disposições da LRF quanto ao montante da dívida consolidada, pela omissão do
valor junto ao INSS nos demonstrativos da dívida;
b) abertura de créditos adicionais com utilização de fonte inexistente (excesso de arrecadação) no
montante de R$ 4.380.000,00;
c) não envio de decretos de abertura de créditos suplementares e especiais totalizando respectivamente
R$ 4.762.196,09 e R$ 1.350.958,22;
d) abertura e utilização de créditos especiais sem autorização legislativa no montante de
R$ 2.848.714,79;
e) divergências não justificadas quanto aos valores das receitas arrecadadas e das despesas
empenhadas informadas no SAGRES, na PCA da Prefeitura e nas PCA da Administração Indireta;
1) divergências na totalização dos Balanços apresentados no SAGRES e PCA, impossibilitando a
análise quanto à sua fidelidade face à situação orçamentária, financeira e patrimonial do ente;
g) omissão dos valores da dívida junto ao INSS nos demonstrativos da Dívida Fundada e Flutuante;
h) despesas não licitadas num total de R$ 704.931,99, correspondendo a 2,15% da despesa
orçamentária total;
i) transferência e movimentação dos recursos do FUNDEF, num total de R$ 915.686,10, através de
contas do Banco Real, contrariando o disposto no art. 3° da Lei n° 9424/96;
j) aplicação de apenas 41,64% dos recursos recebidos do FUNDEF na remuneração do magistério;
k) débitos de diversos valores verificados nas contas correntes do FUNDEF, num total de
R$ 1.456.651,36, cujas despesas correspondentes não foram identificadas pela Auditoria;
I) pagamento de diárias, num total de R$ 52.241,57, sem o respectivo processo de concessão;
m)doações de recursos financeiros, no valor de R$ 86.213,56, insuficientemente comprovadas;
n) não retenção de ISS incidente sobre prestação de serviços de hora-máquina, num total de
R$ 747,60;
o) recolhimento indevido de ISS sobre. fornecimento de material de construção e alimentação para
servidores, atividades que são fatos geradores de ICMS;
p) despesas insuficientemente comprovadas num total de R$ 130.739,40;
q) não retenção e não recolhimento de INSS sobre prestação de serviços autônomos, num total de
R$ 37.413,37;
r) deficiência no controle do consumo de combustíveis e peças dos veículos do município;
s) não recolhimento do INSS incidente sobre as folhas de pagamento do exercício, num total de
R$ 1.954.264,85;
t) não recolhimento das contribuições patronais ao IPAM, num total de R$ 973.456,73.

A Auditoria, após análise dos documentos apresentados, considerou sanadas as irregularidades


relativas à abertura e utilização de créditos especiais sem autorização legislativa, divergências nos

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valores das receitas e das despesas e não retenção de ISS incidente sobre prestação de serviços de
hora-máquina.
Com relação à abertura de créditos adicionais especiais com fonte inexistente, a Auditoria,
partindo de uma análise de metas bimestrais de arrecadação em confronto com os relatórios de
execução orçamentária, retificou o valor para R$ 4.624.675,35.
Relativamente às despesas não licitadas, a Auditoria alterou o valor anteriormente apontado
para R$ 432.879,66, que representa 1,34% da despesa orçamentária.
No que diz respeito à movimentação dos recursos do FUNDEF, o Órgão Técnico manteve o
seu posicionamento, destacando que a Medida Provisória n° 339/06, em seu art. 48, revoga o art. 3° da
Lei n? 9.424/96 apenas a partir de 1° de janeiro de 2007 e que O Manual de Orientação do FUNDEF,
em seu capítulo inicial, afirma que a movimentação dos recursos do fundo deve ser realizada em
contas específicas do Banco do Brasil, com o objetivo de preservar a integralidade na utilização dos
recursos e facilitar o acompanhamento e a fiscalização.
Quanto às irregularidades concernentes aos gastos com o FUNDEF e o percentual de aplicação
de seus recursos em remuneração do magistério, a defesa acostou vasta documentação sem, entretanto,
apresentar justificativas. A Auditoria realizou análise dos documentos e concluiu que o interessado não
apresentou todos os documentos comprobatórios relacionados às despesas levantadas na primeira
análise de defesa, restando sem comprovação um total de R$ 1.109.836,50. Deste montante, o valor de
R$ 867.163,28 é referente a despesas com magistério. Com essas considerações, a Auditoria
recalculou o percentual de aplicação em remuneração do magistério apontando para 41,68%,
mantendo, entretanto, o percentual de 46,10% levantado na primeira análise de defesa.
No tocante às diárias, a defesa anexou comprovação e afirmou que a documentação já existia e
que apenas não estava consolidada em um processo. A Auditoria constatou que foi apresentada
formalização de processos de concessão de diárias no montante de R$ 25.055,00, insuficiente para
elidir a irregularidade, cujo montante apontado era de R$ 52.241,57.
O Órgão de Instrução manteve a irregularidade relativa a doações por entender que não foi
apresentada comprovação da situação de carência dos beneficiários, assim como da real necessidade
das doações efetuadas.
Relativamente ao recolhimento indevido de ISS, quando o imposto devido seria ICMS, a defesa
admite a falha e informa que foram enviados ofícios aos credores para dar-lhes conhecimento do erro e
para que procedessem à regularização da falha. Também foi informada a Secretaria da Fazenda
Estadual sobre o repasse do valor retido indevidamente a título de ISS aos cofres do Estado. A
Auditoria, em consulta aos autos, verificou que o interessado não anexou os documentos mencionados
em suas alegações.
Com relação às despesas insuficientemente comprovadas, a Auditoria retificou o valor para
R$ 114.361,40, deixando de acatar a documentação de várias despesas por falta de comprovação
efetiva do serviço prestado (cópia de jornal), pela apresentação de documentos com data anterior à do
empenho e por não haver discriminação de quantidade e tipo de refeições fornecidas.
A Auditoria alterou também o valor referente à não retenção e não recolhimento de INSS sobre

t
prestação de serviços autônomos tendo em vista que o interessado apresentou documentação apenas
com relação ao pagamento do valor a ser retido pela administração, referente à contribuição
previdenciária do prestador e cópia das GPS referentes ao recolhimento da respectiva contribuição.
Entretanto, não comprovou a parte patronal, pois o termo de parcelamento não especifica se a
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refere-se à contribuição dos prestadores de serviço - pessoa física. Permanece a irregularidade no valor
de R$ 20.556,66.
Quanto ao INSS incidente sobre a folha de pagamento, a Auditoria constatou que o
parcelamento efetuado é relativo apenas à parte patronal e em valor aquém do apontado. Mantém a
irregularidade, retificando o seu valor para R$ 1.298.972,05, sendo R$ 739.210,74 relativos à parte
patronal e R$ 559.761,31, relacionados à parte do segurado.
Já com relação ao não recolhimento das contribuições patronais ao IPAM, a defesa apresentou
documentos relativos ao parcelamento, assim como cópia da planilha de levantamento de débitos junto
àquele instituto, cópia das guias de recolhimento das parcelas e cópia de declaração do Diretor
Administrativo e Financeiro do IPAM, afirmando que a Prefeitura Municipal está cumprindo o
parcelamento da dívida negociada por meio da Lei n? 1.675/06. A Auditoria, porém, manteve a
irregularidade para efeito de análise da prestação de contas de 2006.
É o relatório.

A Auditoria deste Tribunal apontou como irregularidade a abertura e utilização de créditos


adicionais sem fonte de recursos. A esse respeito, retificou o seu valor para R$ 4.624.675,35.
Verificou-se que o excesso de arrecadação efetivamente ocorrido foi de R$ 272.086,39. Porém,
observa-se que ao final do exercício restaram saldos de dotações no montante de R$ 6.217.104,57, os
quais poderiam ter sido utilizados para cobertura dos referidos créditos.
Com relação ao não envio de decretos de abertura de créditos adicionais suplementares e
especiais, entendo que a falha é de caráter formal, pois estes créditos não chegaram a ser utilizados,
conforme Demonstrativo da Execução Orçamentária (fls 1777) que aponta para um saldo de dotações
suplementares correspondente R$ 4.349.936,57 e especiais no valor de R$ 1.129.858,43.
O Órgão Técnico de Instrução em sua análise de defesa manteve a irregularidade relativa às
despesas não licitadas. Observa-se, porém, que algumas despesas, como aquisição de passagens aéreas,
de peça para máquina perfuratriz e materiais de construção, ultrapassaram o limite de dispensa em
pequeno valor. Com relação a este último, trata-se de duas aquisições com valores individuais abaixo
do limite de licitação, junto à J.1. Oliveira Materiais de Construção Ltda.Outra despesa, como serviços
de eletrificação rural, executados por Genival Guedes das Chagas, ultrapassa o valor sujeito a licitação
de obras em apenas R$ 323,58, podendo, nestes casos, a falha ser relevada. Com tais considerações,
observa-se que restam despesas realizadas sem licitação no valor de R$ 391.152,51, correspondente a
1,21 % da despesa orçamentária total.
Com relação às irregularidades relativas aos gastos com o FUNDEF bem como à aplicação de
seus recursos em remuneração do magistério, o Órgão de Instrução apontou a irregularidade partindo
dos extratos das contas bancárias que possuem movimentações não identificadas pela Auditoria.
Observa-se, no entanto, que se trata na maioria dos casos de transferências de valores relativos a folhas
de pagamento, e despesas extra-orçamentárias. A documentação acostada quando da apresentação da
defesa, porém não acatada pela Auditoria, comprova os valores das folhas de pagamento, com notas de
empenhos, documento de transferência e Resumo da Folha. Quanto ao pagamento das despesas extra-
orçamentárias, a documentação contida às fls. 9382/9401 constitui amostragem demonstrando a ereti,
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comprovação dos valores movimentados através da conta do FUNDEF 60%, Banco do Brasil. Com
estas considerações, entendo que não existe a irregularidade apontada. Assim, de acordo com os dados
do SAGRES, o valor de aplicação em remuneração do magistério corresponde a R$ 3.904.916,27, o
que equivale a 67,81% dos recursos do FUNDEF.
Quanto às despesas insuficientemente comprovadas, entendo que a comprovação existe,
porquanto a documentação vem acompanhada de recibos, cópias de cheques e notas fiscais. Com
relação a esta irregularidade, o Órgão de Instrução aponta como falha, em alguns itens, a apresentação
de documentos com data anterior à nota de empenho. Tal afirmação não condiz com a documentação
acostada, que apresenta documentação comprobatória com data idêntica ou posterior àquela da nota de
empenho. Quanto às despesas com refeições, não ficou caracterizada a ausência de seu fornecimento.
Entretanto, merece recomendações ao gestor no sentido de empreender maior transparência aos atos
praticados, efetivando os devidos detalhamento e especificações das despesas realizadas.
Relativamente às doações, a Auditoria constatou que não foram apresentadas documentações
que comprovassem a carência dos beneficiários ou a necessidade da doação. Por outro lado, não
contestou o recebimento das doações. Mais uma vez, a falha aponta para necessidade de
implementação de cadastramento dos beneficiários e um melhor controle quanto às doações efetuadas.
Quanto ao não recolhimento do INSS incidente sobre as folhas de pagamento do exercício,
observa-se inicialmente que os valores apontados pela Auditoria referem-se a uma estimativa partindo
dos dados da folha de dezembro (fls. 3224/3225). Entretanto, constata-se um equívoco no cálculo
efetuado. O valor retido, relacionado à SUMMAC, não corresponde a R$ 38.249,78, e sim a
R$ 146,63. Desta forma, o valor estimado para INSS Servidores seria R$ 474.316,44. De acordo com a
documentação fls.9368/9369, observando-se a competência do recolhimento, verifica-se um valor
repassado de R$ 435.488,39. Considerando que o valor devido não é exato, pois se trata de uma
estimativa a partir da folha de dezembro, entendo que a diferença (R$ 38.828,05) não deve ser
apontada como falta de compromisso do ente perante o INSS.
No que se refere à parcela de INSS Patronal, a Auditoria manteve a irregularidade tendo em
vista que o parcelamento apresentado foi aquém do valor devido, restando ainda uma dívida de R$
739.210,74. Quanto a este aspecto, o interessado acosta aos autos novo pedido de parcelamento (fls.
9370/9381) relativo ao exercício de 2006, sanando assim a irregularidade.
No tocante ao não recolhimento das contribuições patronais ao IPAM, a defesa acostou toda
documentação relativa ao parcelamento, com valor totalmente compatível com aquele apontado pela
Auditoria, motivo pelo qual entendo que a irregularidade encontra-se sanada.
Quanto às demais irregularidades, configuram uma verdadeira desorganização administrativa e
ensejam recomendações ao gestor no sentido de observar a correta contabilização e elaboração dos
demonstrativos constantes na PCA, a movimentação dos recursos do FUNDEF através de instituições
bancárias oficiais, implementação de controle eficaz no acompanhamento da realização de despesas do
município e observância de sua competência quanto ao recolhimento de impostos.

Ante o exposto, voto no sentido que este Tribunal:

t
a) emita PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Cajazeiras,
Sr. Carlos Antonio Araújo de Oliveira, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores, com a ressalva do Parágrafo Único do art. 124 do
Regimento Interno deste Tribunal;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02486/07

b) aplique multa de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos) ao gestor em face
das irregularidades constatadas;
c) assine o prazo de 60 dias para recolhimento da multa aos cofres do estado;
d) recomende a adoção de providências no sentido de evitar a repetição das falhas constatadas.

É o voto, em 26 de novembro de 2008.

CONS. SUBST. Osc


fl!~~]
~E SANllAGO MELO

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