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Processo Te n° 02486/07
o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, no uso de suas atribuições que lhe confere a
Constituição Estadual, em apreciação aos presentes autos do Processo TC n° 02486/07, que trata da
prestação de contas do Sr. Carlos Antonio Araújo de Oliveira, Prefeito Municipal de Cajazeiras,
exercício de 2006, e
CONSIDERANDO que após a análise da defesa apresentada e das considerações feitas pelo
relator, remanesceram as seguintes irregularidades: a) a ausência dos valores devidos ao INSS nos
demonstrativos da dívida; b) divergências não justificadas quanto à totalização dos Balanços
apresentados no SAGRES e PCA; c) despesas não licitadas num total de R$ 391.152,51,
correspondendo a 1,21 % da despesa orçamentária total; d) transferência e movimentação dos recursos
do FUNDEF através de contas do Banco Real, contrariando o disposto no art. 3° da Lei n° 9424/96; e)
pagamento de diárias sem o respectivo processo de concessão; 1) deficiência no controle do consumo
de combustíveis e peças dos veículos do município.
DECIDE, por deliberação unânime de seus membros, em sessão plenária hoje realizada, em:
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CONS.
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INSS nos demonstrativos da dívida, e quanto ao repasse para o Poder Legislativo, em relação ao que
dispõe o inciso I, do § 2", art. 29-A, da Constituição Federal;
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Após análise da defesa apresentada, a Auditoria concluiu que foram sanadas apenas as
irregularidades relativas ao repasse ao Poder Legislativo e a indicação de anulação de dotação
insuficiente para cobertura de créditos adicionais.
Quanto às demais irregularidades, foram mantidos os entendimentos do relatório inicial, com as
seguintes considerações por parte do Órgão Técnico.
administração municipal, verificada também no exercício de 2005, não tendo sido adotadas as
medidas necessárias, à época, para a efetivação da escrituração da divida; f'
a) a ausência dos valores devidos ao INSS nos demonstrativos da dívida constitui prática recorrente da
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Por economia processual e celeridade, o processo não seguiu ao Ministério Público para a
emissão de parecer escrito, aguardando-se o pronunciamento oral de sua representante.
É o relatório, informando que o interessado e seu representante legal foram notificados da
inclusão do processo na pauta desta sessão.
Em 22 de outubro de 2008.
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valores das receitas e das despesas e não retenção de ISS incidente sobre prestação de serviços de
hora-máquina.
Com relação à abertura de créditos adicionais especiais com fonte inexistente, a Auditoria,
partindo de uma análise de metas bimestrais de arrecadação em confronto com os relatórios de
execução orçamentária, retificou o valor para R$ 4.624.675,35.
Relativamente às despesas não licitadas, a Auditoria alterou o valor anteriormente apontado
para R$ 432.879,66, que representa 1,34% da despesa orçamentária.
No que diz respeito à movimentação dos recursos do FUNDEF, o Órgão Técnico manteve o
seu posicionamento, destacando que a Medida Provisória n° 339/06, em seu art. 48, revoga o art. 3° da
Lei n? 9.424/96 apenas a partir de 1° de janeiro de 2007 e que O Manual de Orientação do FUNDEF,
em seu capítulo inicial, afirma que a movimentação dos recursos do fundo deve ser realizada em
contas específicas do Banco do Brasil, com o objetivo de preservar a integralidade na utilização dos
recursos e facilitar o acompanhamento e a fiscalização.
Quanto às irregularidades concernentes aos gastos com o FUNDEF e o percentual de aplicação
de seus recursos em remuneração do magistério, a defesa acostou vasta documentação sem, entretanto,
apresentar justificativas. A Auditoria realizou análise dos documentos e concluiu que o interessado não
apresentou todos os documentos comprobatórios relacionados às despesas levantadas na primeira
análise de defesa, restando sem comprovação um total de R$ 1.109.836,50. Deste montante, o valor de
R$ 867.163,28 é referente a despesas com magistério. Com essas considerações, a Auditoria
recalculou o percentual de aplicação em remuneração do magistério apontando para 41,68%,
mantendo, entretanto, o percentual de 46,10% levantado na primeira análise de defesa.
No tocante às diárias, a defesa anexou comprovação e afirmou que a documentação já existia e
que apenas não estava consolidada em um processo. A Auditoria constatou que foi apresentada
formalização de processos de concessão de diárias no montante de R$ 25.055,00, insuficiente para
elidir a irregularidade, cujo montante apontado era de R$ 52.241,57.
O Órgão de Instrução manteve a irregularidade relativa a doações por entender que não foi
apresentada comprovação da situação de carência dos beneficiários, assim como da real necessidade
das doações efetuadas.
Relativamente ao recolhimento indevido de ISS, quando o imposto devido seria ICMS, a defesa
admite a falha e informa que foram enviados ofícios aos credores para dar-lhes conhecimento do erro e
para que procedessem à regularização da falha. Também foi informada a Secretaria da Fazenda
Estadual sobre o repasse do valor retido indevidamente a título de ISS aos cofres do Estado. A
Auditoria, em consulta aos autos, verificou que o interessado não anexou os documentos mencionados
em suas alegações.
Com relação às despesas insuficientemente comprovadas, a Auditoria retificou o valor para
R$ 114.361,40, deixando de acatar a documentação de várias despesas por falta de comprovação
efetiva do serviço prestado (cópia de jornal), pela apresentação de documentos com data anterior à do
empenho e por não haver discriminação de quantidade e tipo de refeições fornecidas.
A Auditoria alterou também o valor referente à não retenção e não recolhimento de INSS sobre
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prestação de serviços autônomos tendo em vista que o interessado apresentou documentação apenas
com relação ao pagamento do valor a ser retido pela administração, referente à contribuição
previdenciária do prestador e cópia das GPS referentes ao recolhimento da respectiva contribuição.
Entretanto, não comprovou a parte patronal, pois o termo de parcelamento não especifica se a
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refere-se à contribuição dos prestadores de serviço - pessoa física. Permanece a irregularidade no valor
de R$ 20.556,66.
Quanto ao INSS incidente sobre a folha de pagamento, a Auditoria constatou que o
parcelamento efetuado é relativo apenas à parte patronal e em valor aquém do apontado. Mantém a
irregularidade, retificando o seu valor para R$ 1.298.972,05, sendo R$ 739.210,74 relativos à parte
patronal e R$ 559.761,31, relacionados à parte do segurado.
Já com relação ao não recolhimento das contribuições patronais ao IPAM, a defesa apresentou
documentos relativos ao parcelamento, assim como cópia da planilha de levantamento de débitos junto
àquele instituto, cópia das guias de recolhimento das parcelas e cópia de declaração do Diretor
Administrativo e Financeiro do IPAM, afirmando que a Prefeitura Municipal está cumprindo o
parcelamento da dívida negociada por meio da Lei n? 1.675/06. A Auditoria, porém, manteve a
irregularidade para efeito de análise da prestação de contas de 2006.
É o relatório.
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comprovação dos valores movimentados através da conta do FUNDEF 60%, Banco do Brasil. Com
estas considerações, entendo que não existe a irregularidade apontada. Assim, de acordo com os dados
do SAGRES, o valor de aplicação em remuneração do magistério corresponde a R$ 3.904.916,27, o
que equivale a 67,81% dos recursos do FUNDEF.
Quanto às despesas insuficientemente comprovadas, entendo que a comprovação existe,
porquanto a documentação vem acompanhada de recibos, cópias de cheques e notas fiscais. Com
relação a esta irregularidade, o Órgão de Instrução aponta como falha, em alguns itens, a apresentação
de documentos com data anterior à nota de empenho. Tal afirmação não condiz com a documentação
acostada, que apresenta documentação comprobatória com data idêntica ou posterior àquela da nota de
empenho. Quanto às despesas com refeições, não ficou caracterizada a ausência de seu fornecimento.
Entretanto, merece recomendações ao gestor no sentido de empreender maior transparência aos atos
praticados, efetivando os devidos detalhamento e especificações das despesas realizadas.
Relativamente às doações, a Auditoria constatou que não foram apresentadas documentações
que comprovassem a carência dos beneficiários ou a necessidade da doação. Por outro lado, não
contestou o recebimento das doações. Mais uma vez, a falha aponta para necessidade de
implementação de cadastramento dos beneficiários e um melhor controle quanto às doações efetuadas.
Quanto ao não recolhimento do INSS incidente sobre as folhas de pagamento do exercício,
observa-se inicialmente que os valores apontados pela Auditoria referem-se a uma estimativa partindo
dos dados da folha de dezembro (fls. 3224/3225). Entretanto, constata-se um equívoco no cálculo
efetuado. O valor retido, relacionado à SUMMAC, não corresponde a R$ 38.249,78, e sim a
R$ 146,63. Desta forma, o valor estimado para INSS Servidores seria R$ 474.316,44. De acordo com a
documentação fls.9368/9369, observando-se a competência do recolhimento, verifica-se um valor
repassado de R$ 435.488,39. Considerando que o valor devido não é exato, pois se trata de uma
estimativa a partir da folha de dezembro, entendo que a diferença (R$ 38.828,05) não deve ser
apontada como falta de compromisso do ente perante o INSS.
No que se refere à parcela de INSS Patronal, a Auditoria manteve a irregularidade tendo em
vista que o parcelamento apresentado foi aquém do valor devido, restando ainda uma dívida de R$
739.210,74. Quanto a este aspecto, o interessado acosta aos autos novo pedido de parcelamento (fls.
9370/9381) relativo ao exercício de 2006, sanando assim a irregularidade.
No tocante ao não recolhimento das contribuições patronais ao IPAM, a defesa acostou toda
documentação relativa ao parcelamento, com valor totalmente compatível com aquele apontado pela
Auditoria, motivo pelo qual entendo que a irregularidade encontra-se sanada.
Quanto às demais irregularidades, configuram uma verdadeira desorganização administrativa e
ensejam recomendações ao gestor no sentido de observar a correta contabilização e elaboração dos
demonstrativos constantes na PCA, a movimentação dos recursos do FUNDEF através de instituições
bancárias oficiais, implementação de controle eficaz no acompanhamento da realização de despesas do
município e observância de sua competência quanto ao recolhimento de impostos.
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a) emita PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Cajazeiras,
Sr. Carlos Antonio Araújo de Oliveira, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores, com a ressalva do Parágrafo Único do art. 124 do
Regimento Interno deste Tribunal;
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b) aplique multa de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos) ao gestor em face
das irregularidades constatadas;
c) assine o prazo de 60 dias para recolhimento da multa aos cofres do estado;
d) recomende a adoção de providências no sentido de evitar a repetição das falhas constatadas.