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Processo TC nO 02412106

I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Município de SOUSA. Poder Legislativo.


Prestação de Contas Anuais. Exercício de 2005.
Declaração de atendimento integral às
disposições da LRF. Regularidade das contas
com ressalvas. Representação à Receita Federal
do Brasil. Recomendações.

Acórdão APL Te J~ 12008

RELATÓRIO

Cuidam os presentes autos da Prestação de Contas Anuais da Mesa da Câmara


Municipal de Sousa, relativa ao exercício financeiro de 2005, de responsabilidade do Vereador
Presidente, Sr. Francisco Aldeone Abrantes.
Após exame da documentação encartada, o órgão de instrução produziu relatório de
fls. 377/385, destacando os seguintes aspectos:
I - da Gestão Fiscal:
I. Pelo atendimento às disposições da LRF quanto a:
1.Gastos com pessoal;
ii, Gastos com folha de pagamento;
lll. Correta elaboração dos RGF encaminhados a esta Corte;
iv. Envio dos RGF para este Tribunal
v. Comprovação da publicação dos RGF;

2. Pelo não atendimento às disposições da LRF quanto a:

1. Gastos com o Poder Legislativo, vez que representou 8,10% da receita


tributária mais transferências do exercício anterior;
u. Compatibilidade de informações entre RGF e PCA.

11- da Gestão Geral:

I. Receita prevista e despesa fixada em R$ 1.210.350,00, sendo que, para uma


receita transferida de R$ 1.122.310,23, a despesa realizada totalizou R$
1.122.446,88, restando, pois, déficit na execução orçamentária de R$ 136,65;
2. A remuneração anual dos Vereadores representou 2,45% da receita arrecadada
no exercício, encontrando-se dentro da legalidade;
3. Despesa com pessoal dentro do limite legal'.

Da gestão geral, foram constatadas algumas irregularidades, e, após análise da


documentação apresentada pela defesa, a Auditoria entendeu que algumas dessas irregularidades '
foram elididas, persistindo outras, devido ausência de comprovação dos argumentos da defesa.

1 A despesa com pessoal representou 2,14% da RCL.


2 Da análise da la defesa foram elididas a irregularidade quanto ao excesso de remuneração dos vereadores
(item 11.2.3 do relatório da Auditoria) e parte da irregularidade quanto às despesas com prestação de serviços
eventuais sem a devida especificação da sua natureza' (item 11.2.8).

C:lAssessor\PLENO\Câmara\CM Sousa 02412-06.doc


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Processo Te n° 02412/06
Atendendo solicitação do Ministério Público Especial, foi facultada ao gestor nova
oportunidade de falar nos autos, e, da análise da nova defesa apresentada, o órgão Auditor concluiu
que foram elididas outras irregularidades', todavia, mesmo com esta instrução, persistiram as
seguintes irregularidades:

l. despesa não licitada com telefonia celular, no valor de R$ 14.745,67, uma vez a
contratação ocorreu mediante processo de inexigibilidade de licitação (fls.
839/864);

2. prestação de informações incompletas ao SAGRES quanto à realização de


procedimentos licitatórios;

3. legislação sobre a remuneração dos Vereadores (Lei n" 2.02112004) além de não
fixar em quantia certa os subsídios dos Vereadores, contrariando orientação desta
Corte de Contas e dispositivo constitucional, também não dá respaldo à percepção
diferenciada de valores entre os Vereadores e o Presidente da Câmara, que recebeu
no exercício R$ 5.421,77 a mais que aqueles;

4. não informação dos funcionários constantes na folha de pagamento de


assessores parlamentares do mês de dezembro/2005 na GFIP correspondente e
comprovação de pagamento das contribuições previdenciárias através da GPS da
respectiva competência em valor inferior ao informado na referida GFIP;

5. não retenção da contribuição previdenciária devida ao INSS sobre o pagamento


dos subsídios dos vereadores nos meses de janeiro a outubro/2005, não sendo eles
também informados nas GFIP dos referidos meses (fls. 114/127 e 167/271);

6. pagamento de diárias durante o exercício de 2005, no valor de R$ 4.547,76, em


desacordo com dispositivos da RN- TC - 09/2001;

Novel pronunciamento do Ministério Público Especial, pugnando em síntese que esta


Egrégia Corte:

1. Declare o atendimento parcial dos requisitos de gestão fiscal responsável,


previstos na LC 10112000.
2. Julgue Irregulares as contas em exame (em razão dos itens 2.5 e 2.'t);
3. Impute débito ao gestor relativo às diárias pagas sem comprovação com
aplicação de multa proporcional ao dano causado, com fulcro na LC 18/93,
art.55;

3Da análise da 2a defesa, foram elididas as irregularidades referentes à compatibilidade de informações entre
RGF e PCA (um dos itens da LRF não atendidos anteriormente) e referente à contratação da empresa
PONTO UM COMUNICAÇÃO LTDA (item 11.2.7 do relatório da Auditoria), desta feita permaneceram as
demais irregularidades (itens 11.2.1, 11.2.2, 11.2.4, 11.2.5, 11.2.6 e 11.2.9 do relatório da Auditoria).

4 Os itens 2.5 e 2.7, correspondem respectivamente a: item 2.5 - não retenção da contribuição previdenciária
devida ao INSS sobre o pagamento dos subsídios dos Vereadores nos meses de janeiro a outubrol2005, não
send.oeles informados na GFlP dos referidos meses; item 2.7 - pagamento de diárias durante o exercício de
005, no valor de R$ 4.547,76, em desacordo com dispositivos da RN TC - 09/2001.
~ ....
;: ! C:~~~SsonPLENO\c.ma"\CM Sousa 02412-0Moc ~
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Processo Te nO 02412/06
4. Aplique multa pela irregularidade relativa à despesa não licitada e pelas
despesas com prestação de serviços eventuais sem a especificação da sua
natureza (irregularidade considerada elidida pela Auditoria);
5. Recomende à atual gestão diligências no sentido de prevenir a repetição das
falhas acusadas no exercício de 2005.

Ressalto que após inclusão do presente processo na pauta da presente sessão, chegou
ao meu Gabinete documentos protocolados pelo representante legal do gestor (fls. 1364/1383), os
quais se tratam de declarações e extratos emitidos pela Delegacia da Receita Federal acerca de
parcelamentos deferidos em 20108/2007, relativos às contribuições previdenciárias devidas,
incluindo as competências janeiro a setembrol2005. Optei por juntá-los aos autos, porém não
encaminhei a documentação ao órgão auditor, de forma a dar prosseguimento ao rito processual,
visto que foram ofertadas duas oportunidades de defesa ao gestor.

É o Relatório, tendo sido efetuadas as notificações de estilo.

VOTO DO CONSELHEIRO RELATOR

Quanto à gestão fiscal, verificou-se a ultrapassagem do limite de gastos totais com o


Poder Legislativo (0,10%), e, em que pese à ultrapassagem do limite de 8%, deixo de considerar
isto como uma irregularidade, visto que o excesso corresponde apenas a R$ 13.636,725, indicando
mais uma falha administrativa que o sentido de descumprir a legislação, por este motivo sou pela
declaração de atendimento integral às disposições da LRF.

Sob o ângulo da gestão geral, há notícia nos autos da não retenção da contribuição
previdenciária devida ao INSS sobre os subsídios pagos aos vereadores nos meses de janeiro a
outubrol2005, bem como a ausência de informação de seus nomes na GFIP. Todavia, examinando
detidamente a instrução processual, as argumentações aduzidas pelo Presidente da Câmara e
documentação anexada aos autos, foi dado observar:

a) retenção e recolhimento ao órgão previdenciário relativo aos subsídios dos agentes


políticos a partir do mês de novembro/2005 (fls. 114/126);
b) confirmação através de pesquisa ao SAGRES de que nos exercícios de 2006 e 2007
as retenções e recolhimentos vêm se processando regularmente (fls. 1384/91).

No meu entender, diante da documentação emitida pela Delegacia da Receita Federal


acostada aos autos, as irregularidades quanto à ausência de contribuições previdenciárias, inclusive
o não recolhimento de obrigações patronais sobre a folha de pagamento do mês de dezembro12005
dos 13 funcionários, foram também apuradas pela Receita Federal do Brasil, portanto cabe a este
Tribunal tão somente representação àquele órgão, de forma que ele proceda a um encontro de
:~::::que se as irregularidades ainda persistem, caso julgue necessário. ~

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\ às fls. 378.
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C:lAssessor\PLENO\Cámara\CM Sousa 02412-06.doc

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Processo Te n° 02412/06
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Acompanho o entendimento do Ministério Público Especial quanto ao entendimento


de recomendar ao legislativo de Sousa para que enuncie expressamente em lei, nas legislaturas
seguintes a quantia certa das remunerações do presidente da Câmara e dos demais Vereadores, de
forma que seja evitada a ausência de fixação de quantia certa dos subsídios verificada na Lei n°
2.02112004, bem como não vislumbro grande disparo entre o percebido, no exercício, entre os
Vereadores e o Presidente, uma vez que a diferença mensal foi de 500,00 (fls. 120).

As demais irregularidades, no meu entender, foram irregularidades administrativas,


sem prejuízo ao Erário, cabendo recomendação ao gestor de maior observância às normas
inerentes às matérias, no tocante à correta instrução dos processos administrativos que tratarem de
concessão de diárias, e, tendo em vista o valor irrelevante aplicado sobre essa rubrica,
correspondendo a 0,4% da despesa total da Câmara (R$ 4.547,76); bem como no tocante à maior
observância aos preceitos da Lei de Licitações e Contratos.

Isto posto, e, em que pese o entendimento ministerial, voto no sentido de que esta
Colenda Corte:

1. Julgue regulares com ressalva? as contas prestadas pela Mesa da Câmara


Municipal de Sousa, exercício de 2005, sob a responsabilidade do Vereador
Presidente, Sr. Francisco Aldeone Abrantes;
2. Declare o atendimento integral às exigências da LRF;
3. Determine à Secretaria do Tribunal Pleno representação à Receita Federal do
Brasil acerca da falta de retenção e recolhimento das contribuições previdenciárias
incidentes sobre subsídios dos vereadores de janeiro a setembro, bem como dos
servidores não inseridos na GFIP, referente à folha de pagamento do mês de
dezembro/2005, para as providências cabíveis;
4. Recomende ao atual gestor adoção de providências no sentido de:
a) articular-se junto ao legislativo, para que quando da edição da lei relativa à
remuneração da legislatura seguinte seja enunciado a quantia certa das remunerações
do Presidente da Câmara e dos demais Vereadores;
b) instruir corretamente os processos administrativos que tratarem de concessão de
diárias;
c) estrita observância dos ditames da Constituição Federal, da Lei de Licitações e
Contratos e das normas de caráter previdenciário;

É o voto.

6 LC 18/93: Art. 16. As contas serão julgadas:


( ...)
II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não
resulte dano ao Erário;
Art. 18. Quando julgar as contas regulares com ressalva, o Tribunal dará quitação ao responsável e lhe determinará, ou a
quem lhe haja sucedido, a adoção de medidas necessárias à correção das impropriedades ou faltas identificadas, de modo
a pr venir a ocorrência de outras semelhantes.

LENO\Câmara\CM Sousa 02412-06.doc


TRIBUNAL DE CONTAS 00 ESTADO
Processo TC nO 02412/06
DECISÃO DO TRIBUNAL

VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos do Processo TC n"


02412/06 referente à Prestação de Contas anuais da Mesa da Câmara Municipal de Sousa, de
responsabilidade do Exmo. Vereador Presidente, Sr. Francisco Aldeone Abrantes, relativa ao
exercício de 2005, e

CONSIDERANDO o voto do Relator e o que mais dos autos consta,

ACORDAM OS MEMBROS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA


PARAÍBA, à unanimidade, com o impedimento declarado do Conselheiro José Marques Mariz, em
sessão plenária realizada nesta data em:

1. Julgar regulares com ressalva as contas prestadas pela Mesa da Câmara


Municipal de Sousa, exercício de 2005, sob a responsabilidade do Vereador
Presidente, Sr. Francisco Aldeone Abrantes;
2. Declarar o atendimento integral às exigências da LRF;
3. Determinar à Secretaria do Tribunal Pleno representação à Receita Federal do
Brasil acerca da falta de retenção e recolhimento das contribuições previdenciárias
incidentes sobre subsídios dos vereadores de janeiro a setembro, bem como dos
servidores não inseridos na GFIP, referente à folha de pagamento do mês de
dezembro/2005, para as providências cabíveis;
4. Recomendar ao atual gestor adoção de providências no sentido de:
a) articular-se junto ao legislativo, para que quando da edição da lei relativa a
remuneração da legislatura seguinte seja enunciado a quantia certa das remunerações
do Presidente da Câmara e dos demais Vereadores;
b) instruir corretamente os processos administrativos que tratarem de concessão de
diárias;
c) estrita observância dos ditames da Constituição Federal, da Lei da Licitações e
Contratos e das normas de caráter previdenciário;

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

eiro de 2008.

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C:\Assessor\PLENO\Cámara\CM Sousa 02412-06.doc

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