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CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL

LIÇÃO 4

FAMÍLIAS DE CIRCUITOS INTEGRADOS CMOS

Na lição anterior mostramos aos duas famílias correspondem pratica- cações em que é mais vantajoso usar
leitores que os circuitos integrados mente a tudo que pode ser feito em um tipo e aplicações em que o outro
digitais são organizados em famílias matéria de circuitos digitais, o seu tipo é melhor.
de modo a manter uma compatibili- conhecimento dará as bases neces- Os transistores de efeito de cam-
dade de características que permita sárias ao trabalho com este tipo de po usados nos circuitos integrados
sua interligação direta sem a neces- componente. CMOS ou MOSFETs têm a estrutura
sidade de qualquer componente adi- básica mostrada na figura 1 onde
cional. Vimos na ocasião que as fa- também aparece seu símbolo.
mílias contam com dezenas ou mes- OS CIRCUITOS Conforme podemos ver, o eletro-
mo centenas de funções que atuam INTEGRADOS CMOS do de controle é a comporta ou gate
como blocos ou tijolos a partir dos (g) onde se aplica o sinal que deve
quais podemos “construir” qualquer CMOS significa Complementary ser amplificado ou usado para
circuito eletrônico digital, por mais Metal-Oxide Semiconductor e se re- chavear o circuito. O transistor é po-
complexo que seja. Na verdade, os fere a um tipo de tecnologia que utili- larizado de modo a haver uma ten-
próprios blocos tendem a ser cada vez za transistores de efeito de campo ou são entre a fonte ou source (s) e o
mais completos, com a disponibilida- Field Effect Transistor (FET) em lugar dreno ou drain (d). Fazendo uma ana-
de de circuitos integrados que conte- dos transistores bipolares comuns logia com o transistor bipolar,
nham milhares ou mesmo dezenas de (como nos circuitos TTL) na elabora- podemos dizer que a comporta do
milhares de funções já interligadas de ção dos circuitos integrados digitais. MOSFET equivale à base do transis-
modo a exercer uma tarefa que seja Existem vantagens e desvanta- tor bipolar, enquanto que o dreno
muito utilizada. É o caso dos circuitos gens no uso de transistores de efeito equivale ao coletor e a fonte ao emis-
integrados VLSI de apoio encontrados de campo, mas os fabricantes conse- sor, figura 4.2.
nos computadores, em que milhares guem pouco a pouco eliminar as dife- Observe que entre o eletrodo de
de funções lógicas já estão interliga- renças existentes entre as duas famí- comporta, que consiste numa placa
das para exercer dezenas ou cente- lias com o desenvolvimento de de alumínio e a parte que forma o
nas de funções comuns nestes equi- tecnologias de fabricação, aumentan- substrato ou canal por onde passa a
pamentos. do ainda a sua velocidade e reduzin- corrente, não existe contato elétrico
Na lição anterior estudamos a fa- do seu consumo. De uma forma ge- e nem junção, mas sim uma finíssima
mília TTL e suas subfamílias muito ral, podemos dizer que existem apli- camada de óxido de alumínio ou óxi-
comuns na maioria dos equipamen-
tos eletrônicos, analisando as princi- Figura 1 - Um transistor CMOS
pais funções disponíveis e também de canal N (NMOS).
suas características elétricas.
No entanto, existem outras famíli-
as e uma muito utilizada é justamen-
te a que vamos estudar nesta lição: a
família CMOS. Se bem que as duas
famílias CMOS e TTL tenham carac-
terísticas diferentes, não são incom-
patíveis. Na verdade, conforme vere-
mos, elas podem ser interligadas em
Substrato
determinadas condições que o leitor
P
deve conhecer e que também serão
abordadas nesta lição. Como estas
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CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL

CURSO BÁSICO DE
Assim, ELETRÔNICA
no tipo P uma tensão posi- DIGITAL
APLICAÇÕES DIGITAIS
tiva de comporta aumenta sua con-
dução, ou seja, faz com que ele satu- Da mesma forma que podemos
re e no tipo N, uma tensão negativa elaborar funções lógicas básicas
de comporta é que o leva à satura- usando transistores bipolares co-
ção. muns, também podemos fazer o mes-
Mais uma vez fazendo uma com- mo com base nos transistores de efei-
paração com os tipos bipolares, po- to de campo MOS. A tecnologia
demos dizer então que enquanto os CMOS (Complementary MOS) permi-
Figura 2 - Equivalência de funções dos transistores bipolares são típicos am- te que os dispositivos tenham carac-
eletrodos para transistores MOS e bipolares. plificadores de corrente, os FETs ou terísticas excelentes para aplicações
transistores de efeito de campo MOS digitais.
do metálico, que dá nome ao disposi- são típicos amplificadores de tensão. CMOS significa que em cada fun-
tivo (metal-oxide). Esta diferença leva o transistor de ção temos configurações em que tran-
A polaridade do material semi- efeito de campo MOS a apresentar sistores de canal N e de canal P são
condutor usado no canal, que é a par- características muito interessantes usados ao mesmo tempo, ou seja,
te do transistor por onde circula a cor- para aplicações em Eletrônica Digital usamos pares complementares, con-
rente controlada, determina seu tipo ou Analógica. forme diagrama do inversor lógico
e também a polaridade da tensão que Uma delas está no fato de que a mostrado na figura 5. Conforme ex-
a controla. impedância de entrada do circuito é plicamos no item anterior, a polarida-
Assim, encontramos na prática extremamente elevada, o que signifi- de da tensão que controla a corrente
transistores de efeito de campo tipo ca que precisamos praticamente só principal nos transistores de efeito de
MOS de canal N e transistores de efei- de tensão para controlar os dispositi- campo MOS depende justamente do
to de campo tipo MOS de canal P. vos CMOS. tipo de material usado no canal, que
Na verdade, os próprios transisto- Assim, é preciso uma potência pode ser do tipo P ou do tipo N.
res MOS podem ainda ser divididos extremamente baixa para o sinal que Assim, se levarmos em conta que
em dois tipos: enriquecimento e em- vai excitar a entrada de um circuito nos circuitos digitais temos dois níveis
pobrecimento que levam a dois tipos integrado CMOS, já que praticamen- de sinal possíveis, podemos perceber
de representação. Para nosso curso te nenhuma corrente circula por este que dependendo do nível deste sinal
é mais importante lembrar que exis- elemento. aplicado à comporta dos dois transis-
tem transistores MOS tipo P e tipo N. A outra está no fato de que, dife- tores ao mesmo tempo, quando um
Na figura 3 temos os símbolos rentemente dos transistores bipolares deles estiver polarizado no sentido de
adotados para representar os dois ti- que só começam a conduzir quando conduzir plenamente a corrente
pos de transistores. uma tensão da ordem de 0,6 V vence (saturado), o outro estará obrigatori-
Podemos dizer, de maneira geral, a barreira de potencial de sua junção amente polarizado no sentido de cor-
que estes transistores são equivalen- base-emissor, os FETs não têm esta tar esta corrente (corte).
tes aos tipos NPN e PNP bipolares. descontinuidade de características, o No circuito indicado, quando a
A corrente que circula entre a fon- que os torna muito mais lineares em entrada A estiver no nível baixo (0) o
te e o dreno pode ser controlada pela qualquer aplicação que envolva am- transistor Q2 conduz, enquanto Q1
tensão aplicada à comporta. Isso sig- plificação de sinais. permanece no corte. Isso significa que
nifica que, diferentemente dos transis- Na figura 4 temos as curvas ca- Vdd, que é a tensão de alimentação
tores bipolares em que a corrente de racterísticas de um MOSFET de ca- positiva, é colocada na saída, o que
coletor depende da corrente de base, nal N. corresponde ao nível alto ou 1.
no transistor de efeito de campo, a
corrente do dreno depende da tensão
de comporta.

Figura 3 - Símbolos dos Figura 4 - Curvas características do Figura 5 - Um inversor com


transistores MOS (de enriquecimento). transistores MOS de canal N. transistores MOS (CMOS).

SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 2002 23


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Por outro lado, quando na entra- Figura 6 - A única corrente do circuito passa
da aplicamos o nível alto, que pela carga externa.
corresponde ao Vdd (tensão de ali-
mentação), é o transistor Q1 que con-
duz e com isso o nível baixo ou 0 V é
que será colocado na saída.
Conforme sabemos, estas carac-
terísticas correspondem justamente a
função inversora.

CONSUMO E VELOCIDADE

Analisando o circuito inversor to- é uma placa de metal fixada no mate- antes de chegar a um certo ponto em
mado como base para nossas expli- rial semicondutor e isolada por meio que ele seja necessário, e a soma
cações, vemos que ele apresenta de uma camada de óxido, funciona dos atrasos não for prevista poderá
duas características importantes. como a armadura ou placa de um haver diversos problemas de funcio-
A primeira é que sempre um dos capacitor, verifique a figura 7. namento.
transistores estará cortado, qualquer Isso significa que, ao aplicarmos Veja, entretanto, que a carga de
que seja o sinal de entrada (alto ou um sinal de controle a uma função um capacitor num circuito de tempo,
baixo) logo, praticamente não circula deste tipo, a tensão não sobe imedia- como o na figura 8 até um determi-
corrente alguma entre o Vdd e o pon- tamente até o valor desejado, mas nado nível de tensão depende tam-
to de terra (0 V). A única corrente que precisa de um certo tempo necessá- bém da tensão de alimentação.
irá circular será eventualmente a de rio para carregar o “capacitor” repre- Assim, com mais tensão, a carga
um circuito externo excitado pela saí- sentado pelo eletrodo de comporta. é mais rápida e isso nos leva a uma
da, figura 6. Se bem que o eletrodo tenha dimen- característica muito importante dos
Isso significa um consumo extre- sões extremamente pequenas, se le- circuitos CMOS digitais que deve ser
mamente baixo para este par de tran- varmos em conta as impedâncias en- levada em conta em qualquer aplica-
sistores em condições normais, já que volvidas no processo de carga e tam- ção: com maior tensão de alimen-
na entrada a impedância é elevadís- bém a própria disponibilidade de cor- tação, os circuitos integrados
sima e praticamente nenhuma corren- rente dos circuitos excitadores, o tem- CMOS são mais rápidos.
te circula. Este consumo é da ordem po envolvido no processo não é des- Assim, enquanto que nos manuais
de apenas 10 nW (nW = nanowatt = prezível e um certo atraso na propa- de circuitos integrados TTL encontra-
0,000 000 001 watt). gação do sinal ocorre. mos uma velocidade máxima única de
É fácil perceber que se integrar- O atraso nada mais é do que a di- operação para cada tipo (mesmo por-
mos 1 milhão de funções destas num ferença de tempo entre o instante em que sua tensão de alimentação é fixa
circuito integrado, ele irá consumir que aplicamos o sinal na entrada e o de 5 V), nos manuais CMOS encon-
apenas 1 mW! Na prática temos fato- instante em que obtemos um sinal na tramos as velocidades associadas às
res que tornam maior este consumo, saída. tensões de alimentação (já que os cir-
como por exemplo, eventuais fugas, Nos circuitos integrados CMOS tí- cuitos integrados CMOS podem ser
a necessidade de um ou outro com- picos como os usados nas aplicações alimentados por uma ampla faixa de
ponente especial de excitação que digitais, para um inversor como o do tensões).
exija maior corrente, etc. exemplo, este atraso é da ordem de 3 Um exemplo disso pode ser obser-
Mas, ao lado das boas caracterís- nanossegundos (3 ns). vado nas características de um circui-
ticas, ele também tem seus proble- Isso pode parecer pouco nas apli- to integrado CMOS formado por seis
mas: um deles está no fato de que o cações comuns, mas se um sinal ti- inversores (hex inverter) onde temos
eletrodo de controle (comporta) que ver de passar por centenas de portas as seguintes frequências máximas de
operação:

4049 - Seis inversores


Frequência máxima de operação:
Com Vdd = 5 V - 1,66 MHz (tip)
Vdd = 10 V - 4,00 MHz (tip)
Vdd = 15 V - 5,00 MHz (tip)

Veja então que o circuito é muito


mais rápido quando o alimentamos
com uma tensão de 15 V do que quan-
Figura 7 - Os transistores MOS apresentam uma capacitância de entrada. do o alimentamos com uma tensão

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dos circuitos integrados são enfiados


Figura 8 - Vx (tensão de disparo) é
e assim mantidos em curto, figura 11.
atingida antes com tensões maiores.
Os circuitos integrados CMOS de-
vem ser mantidos nestas esponjas até
o momento de serem usados, sob
pena de que algum toque acidental
com o dedo carregado de estática
provoque danos.
Outra possibilidade consiste em
transportar os circuitos integrados
CMOS em embalagens de plástico
anti-estático figura 12.
De qualquer forma, a regra geral
é: NUNCA toque com os dedos nos
de apenas 5 V. Este fato é muito im- terminais de componentes CMOS
portante, por exemplo, na elaboração sejam eles circuitos integrados ou
de um oscilador com circuito integra- transistores.
do CMOS que opere no seu limite de Num laboratório onde são
velocidade. efetuados trabalhos com circuitos in-
tegrados CMOS é importante obser-
var precauções especiais para que
SENSIBILIDADE AO MANUSEIO em nenhum ponto ocorram acúmulos
de cargas estáticas. As bancadas de
O fato de que existe uma finíssima Figura 9 - Descargas estáticas trabalhos com computadores devem
camada de óxido isolando a compor- destroem os transistores MOS. ter partes metálicas aterradas e os
ta do substrato e esta camada é ex- próprios técnicos devem usar recur-
tremamente sensível a descargas elé- é evitar de qualquer modo que apa-
sos que permitam descarregar cargas
tricas torna os dispositivos que usam reçam tensões perigosas capazes de
do seu corpo. Em empresas de tra-
transistores MOS muito delicados. causar danos entre os terminais dos
balhos com circuitos CMOS é comum
De fato, a própria carga elétrica componentes.
os técnicos usarem pulseiras metáli-
acumulada em ferramentas ou em Para os transistores MOS existe a
cas, sendo estas pulseiras ligadas a
nosso corpo quando caminhamos possibilidade de dotá-los de um pe-
um fio terra.
num tapete num dia seco ou ainda queno anel de metal que curto-circuita
Para o técnico comum é apenas
atritamos objetos em nossa roupa seus terminais, conforme figura 10,
necessário lembrar-se de que não
pode ser suficiente para danificar de e que somente é retirado depois que
deve tocar nos terminais dos compo-
modo irreversível dispositivos CMOS. o componente é soldado na placa de
nentes e com isso já haverá uma boa
Para que o leitor tenha uma idéia, circuito impresso.
garantia da integridade dos circuitos.
caminhando num carpete num dia Existem diversas formas de fazer
Um outro ponto importante é nun-
seco, seu corpo pode acumular uma transporte de circuitos integrados sem
ca deixar nenhuma entrada de um cir-
carga estática que atinge potenciais o perigo de que cargas estáticas acu-
cuito integrado CMOS desligada.
de até 10 000 V. muladas em objetos possam lhes cau-
Se você tocar numa torneira, a sar danos.
descarga de seu corpo neste percur- Uma delas consiste no uso de uma
so de terra pode lhe causar um forte esponja condutora onde os terminais
choque.
Se, da mesma forma, você tocar
num terminal de um dispositivo
CMOS, a carga do seu corpo que es-
coa por este dispositivo pode facil-
mente destruir a finíssima camada de
Figura 11 - Uma esponja condutora é usada
óxido que separa a comporta do no transporte de CIs sensíveis.
substrato e o componente estará inu-
tilizado.
Em outras palavras, os dispositi-
vos que usam transistores CMOS são
extremamente sensíveis a descargas
estáticas, figura 9. Figura 10 - Transistores MOS podem ser Figura 12 - Embalagem
Assim, a primeira preocupação no protegidos por um anel de metal que coloca anti-estática para
uso e manuseio destes componentes em curtos seus terminais. circuitos integrados.

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A sensibilidade destas entradas é Quando as duas entradas estive-


suficientemente alta para que tensões rem no nível 1, entretanto, os dois
induzidas no próprio circuito sejam transistores de canal N irão conduzir
captadas, levando os dois transisto- ao mesmo tempo, levando a saída
res a um estado intermediário entre o para o nível baixo.
corte e a saturação ou ainda fazendo Para as outras funções lógicas te-
com que entrem em oscilação na mos configurações do mesmo tipo,
frequência do sinal captado. Isso, mudando apenas a disposição e a
além de elevar o consumo do circuito quantidade de transistores usados.
integrado, pode causar instabilidades Tomando estas duas funções como
que afetem o funcionamento geral do exemplo, achamos que o leitor terá
circuito. uma idéia de como elas são feitas e
Uma regra prática consiste em le- como funcionam.
var as entradas das funções não usa-
das num integrado a níveis definidos
Figura 14 - Porta NAND CMOS.
de tensão, ou seja, ligar ao Vdd ou ESPECIFICAÇÕES
ainda ao ponto de 0 V.
A principal família de circuitos in-
tegrados CMOS é a 4000, onde to-
AS CONFIGURAÇÕES CMOS dos os componentes são designados
por números como 4001, 4011, 4017,
Na figura 13 temos a configura- 4096, etc.
ção usada para uma porta NOR de 2 Os circuitos integrados CMOS co-
entradas CMOS em que temos qua- muns funcionam com tensões de ali-
tro transistores. mentação de 3 a 15 V. Lembramos
que existem séries CMOS mais anti-
gas com o sufixo A em que a tensão
de alimentação fica na faixa de 3 a
12 V.
De qualquer forma, em caso de
dúvida sobre qualquer característica Figura 15 - Correntes de
de um circuito integrado CMOS que saída de uma função CMOS.
tenha algum sufixo que possa indicar
variações nas especificações nor- no nível baixo) uma corrente de até 1
mais, é sempre bom consultar seu mA e essa corrente sobe para 2,5 mA
manual. quando a alimentação é de 10 V.
Da mesma forma que no caso dos Estas correntes, conforme a figu-
circuitos integrados TTL, é preciso ra 4.15 são designadas por IOL e IOH
saber interpretar algumas das princi- nas folhas de especificações dos cir-
pais especificações que são: cuitos integrados CMOS.
Figura 13 - Porta NOR CMOS. a) Tensão de saída - no nível ló- c) Corrente de fuga na entrada -
gico baixo (0) a tensão de saída se se bem que a comporta esteja isola-
Observe a simplicidade dos circui-
aproxima de 0 V sendo no máximo de da do circuito dreno-fonte, com uma
tos CMOS quando comparados a fun-
0,01 V para os tipos comuns com ali- resistência que teoricamente seria
ções equivalentes TTL. Com os cir-
mentação na faixa de 5 a 10 V. No infinita, na prática pode ocorrer uma
cuitos CMOS precisamos apenas de
nível lógico alto, a tensão de saída é pequena fuga.
transistores para obter a função de-
praticamente a tensão de alimentação Esta, da ordem de 10 pA (1
sejada, enquanto que na equivalente
Vdd ou no máximo 0,01 V menor. picoampère = 0,000 000 000 001
TTL precisamos de transistores e
b) Corrente de saída - diferente- ampère) para uma alimentação de 10
muitos resistores e em alguns casos
mente dos circuitos integrados TTL V deve ser considerada quando pre-
até de diodos.
em que temos uma capacidade mai- cisamos calcular a corrente de entra-
Na figura 14 temos a configura-
or de drenar corrente na saída do que da de um circuito CMOS numa apli-
ção usada para uma porta NAND de
de fornecer, para os circuitos integra- cação mais crítica.
duas entradas CMOS onde também
dos CMOS a capacidade de drenar e d) Potência - os circuitos integra-
usamos apenas 4 transistores.
de fornecer corrente de saída é prati- dos CMOS consomem muito menos
Neste circuito, quando as entradas
camente a mesma. energia que os circuitos integrados
ou uma delas estiver no nível baixo
Assim, para uma alimentação de TTL. Para os tipos comuns a corrente
(0) um ou os dois transistores de ca-
5 V as saídas podem fornecer (quan- de alimentação Idd é normalmente da
nal P estarão em condução e a saída
do no nível alto) ou drenar (quando ordem de 1 nA tipicamente com um
ficará no nível alto.

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intermediário de casamento de carac-


Figura 16 - Interfaceamento CMOS/TL.
terísticas.
Este circuito intermediário deve
manter o sinal, ou seja, deve ser sim-
plesmente um buffer não inversor,
como por exemplo, o de coletor aber-
to 7406 ou 7407 com um resistor de
pull-up externo, conforme a figura
4.17. O valor deste resistor depende-
rá da tensão de alimentação.
b) CMOS excitando uma entra-
da TTL
Neste caso, devemos considerar
que uma saída CMOS no nível baixo
pode drenar uma corrente de aproxi-
madamente 0,5 mA e no estado alto,
a mesma intensidade.
No entanto, uma entrada TTL for-
nece uma corrente de 1,6 mA no ní-
vel baixo, o que não pode ser absor-
máximo de 0,05 µA para alimentação a) A saída TTL deve excitar a en- vido pela saída CMOS. Isso significa
de 5 V, o que corresponde a uma dis- trada CMOS. que entre as duas devemos interca-
sipação de 5 nW em média para ali- Se os dois circuitos operarem com lar um buffer CMOS, como por exem-
mentação de 5 V e 10 nW para ali- uma tensão de alimentação de 5 V plo, os 4049 e 4050 que permitem a
mentação de 10 V. não há problema e a interligação pode excitação de até duas entradas TTL
e) Velocidade - os tipos comuns ser direta. a partir de uma saída CMOS.
CMOS são muito mais lentos que os Como as entradas CMOS têm
TTL, mas famílias especiais estão uma impedância muito alta (não exi-
aparecendo com velocidades cada gindo praticamente corrente alguma) FONTE DE ALIMENTAÇÃO
vez maiores e em muitos casos estas da saída TTL, não existe perigo do
se aproximam dos mais rápidos TTLs. circuito CMOS “carregar” a saída TTL. Os circuitos integrados TTL preci-
As frequências máximas, confor- No entanto, existe um problema a ser sam de uma tensão contínua na faixa
me já explicamos, dependem das ten- considerado: as entradas CMOS só de 4,5 a 5,5 V para poderem funcio-
sões de alimentação e das funções, reconhecem como nível 1 uma ten- nar e são bastante sensíveis a altera-
já que maior número de componen- são de pelo menos 3,5 V, enquanto ções que saiam desta faixa.
tes para atravessar significa um atra- que no nível alto, a tensão mínima que Já os circuitos CMOS são muito
so maior do sinal. Assim, nos manuais o TTL pode fornecer nestas condições menos sensíveis e podem operar
encontramos a especificação de ve- é de 3,3 V. numa faixa mais larga de tensões,
locidade dada tanto em termos de Isso significa que é preciso asse- conforme vimos, o que facilita bastan-
frequência quanto em termos de atra- gurar que a entrada CMOS reconhe- te o projeto das fontes e até permite
so do sinal. Para o caso do atraso do ça o nível alto TTL, o que é consegui- a alimentação direta a partir de pilhas
sinal, observamos que ele pode es- do com a adição de um resistor exter- ou baterias.
tar especificado para uma transição no de pull-up, observe a figura 4.16. Veja que o fato dos circuitos inte-
do nível alto para o nível baixo ou vice- Este resistor de 22 kΩ é ligado ao grados CMOS funcionarem perfeita-
versa e em alguns circuitos ou ten- positivo da alimentação de 5 V. mente com tensões como 3, 6 , 9 e
sões de alimentação podem ocorrer Se o circuito CMOS a ser excita- 12 V, que são facilmente obtidas de
diferenças. do por um TTL for alimentado com pilhas e bateria, os torna ideais para
tensão maior que 5 V, por exemplo aplicações em que este tipo de fonte
12 V, deve ser usado um circuito é usada.
INTERFACEANDO
Figura 17 - Interfaceando
Conforme explicamos, mesmo TTL com CMOS.
tendo uma faixa de tensões ampla e
características diferentes dos circui-
tos integrados TTL, existe a possibili-
dade de interfacear circuitos dos dois
tipos. Há duas possibilidades de
interfaceamento entre circuitos digitais
TTL e circuitos digitais CMOS.

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QUESTIONÁRIO

1. O elemento de controle do sinal


de um transistor de efeito de campo
é denominado:
a) base
b) dreno
c) comporta
d) canal

2. Qual o tipo de material que se-


para o elemento de controle de um
MOSFET do canal?
a) Uma junção PN
b) Um substrato condutor
c) Uma camada de material
isolante
d) Um terminal de cobre

3. Num inversor CMOS encontra-


mos na etapa de saída:
a) dois FETs de canal N
b) dois FETs de canal P
c) Um par de transistores bipolares
d) Um FET de canal N e outro
de canal P

4. A faixa de tensões de alimenta-


ção dos circuitos integrados CMOS
tem valores entre:
a) 4,5 e 5,5 V
b) 3 e 15 V
c) 0 e 6 V
d) 5 e 18 V

5. O perigo maior do manuseio dos


circuitos integrados CMOS se deve a:
a) descargas estáticas
b) aquecimento da pastilha
semicondutora
c) perigo de quebra dos terminais
d) contaminação radioativa

6. O que devemos fazer com as


entradas não usadas de um circuito
integrados CMOS.
a)cortá-las
b)aterrá-las
c)ligá-las a um nível lógico
apropriado
d) ligar a um resistor de 100 kΩ

Respostas da Lição nº 2:
1-b 2-b 3-a 4-a 5-a 6-d 7-c
Respostas da Lição nº3:
1-a 2-c 3-d 4-b 5-d 6-c 7-d
Respostas desta edição:
1-c 2-c 3-d 4-b 5-a 6-c

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