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Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL CANADÁ
12 de dezembro de 2005
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation
FCCE is the o ldest Trade Association dedicated In the recent past, the FOREIGN TRADE CHAM-
Exclusively to Foreign Trade activities. BERS FEDERATION – FCCE signed an accord with
Founded in 1950 by entrepreneur Joao Daudt de the CHAMBERS OF COMMERCE COUNCIL OF THE
Oliveira (who was also the founder of the National Trade AMERICAS, an organization representing the Bilateral
Federation five years earlier), FCCE has been in Chambers of Commerce in the following countries:
operation for over 50 years, motivating and supporting ARGENTINA, BOLIVIA, CANADA, CHILE, CUBA,
the work of Bilateral Chambers of Commerce, Foreign ECUADOR, MEXICO, PARAGUAY, SURINAM,
Consulates, Business Councils and Mixed Commissions URUGUAY, TRINIDAD AND TOBAGO and VENE-
at the federal level. ZUELA.
FCCE, by force of its Statute, has national scope with In addition to the several dozen Bilateral Chambers of
Regional Vice-Presidents in various states of the Commerce affiliated with FCCE throughout Brazil, the
Federation, and also operates in the international realm Presidents of these Chambers of Commerce belong to
through “Cooperation Convention’s” established with the current Administration: Brazil-Greece, Brazil-
various organizations of the highest credibility and Paraguay, Brazil-Russia, Brazil-Slovakia, Brazil-Czech
tradition. Among these is the International Chamber of Republic, Brazil-Mexico, Brazil-Belarus, Brazil- Portu-
Commerce (ICC) founded in 1919, with headquarters gal, Brazil-Lebanon, Brazil-India, Brazil-China, Brazil-
in Paris, which has more than 80 National Committees Thailand, Brazil-Italy and Brazil-Indonesia, in addition to
across the five continents, in addition to running the the President of the Brazilian Committee of the
most important “International Arbitration Court” in the International Chamber of Commerce, the President of
world, founded in 1923. the Brazilian Commercial Exporting Company Association
The FOREIGN TRADE CHAMBERS FEDERATION ABECE, the President of the Brazilian Railroad Industry
headquarters is located at Avenida General Justo 307, Association ABIFER, President of the Brazilian Container
Rio de Janeiro, which is also the main office of the Terminal Association and the President of the Mechanical
National Confederation of Commerce (Confederação Industries and Electric Material Union, among others.Also
Nacional do Comércio – CNC). The FCC and the CNC included are various Consuls and foreign diplomats,
have held a partnership for nearly two decades, working among them the Consul General of the Republic of Gabon,
through the “Administrative Support Convention and the Consul of Sri Lanka (formerly Ceylon) and the Trade
Mutual Cooperation Protocol.” Counselor Minister of the Portuguese Embassy.
The Administration
ADMINISTRATION FOR THE 2003/2006 TRIENNAL
President
1 st V i c e - P r e s i d e n t
Vice-Presidents
Directors
exterior e da atração de investimentos estrangeiros para o desenvolvimento das economias Projeto Gráfico, Editoração e Ar te
Estopim Comunicação
e conseqüente geração de empregos, trouxe, aos seminários, representantes dos governos Tel.: 55 21 2518 7715
da Bahia, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros. e-mail: estopim@estopim.com
Esta edição traz para o leitor o resultado dos trabalhos do Seminário Bilateral de Comércio Revisão
Exterior e Investimentos Brasil-Canadá. Apresentamos o perfil das relações bilaterais entre Rozane de Souza
duas das principais economias das Américas, incluindo problemas superados e potencialidades Fotografia
aproveitadas. Destacamos, por fim, a designação de país prioritário para o relacionamento Christina Bocayuva
bilateral, concedida ao Brasil, a partir da visita do primeiro ministro canadense, em 2004.
Secretaria
Após o recesso de final de ano, estaremos de volta, em 2006, com 11 novos seminários Maria Conceição Coelho de Souza
Veja o calendário nesta edição. Sérgio Rodrigo Dias Julio
As opiniões emitidas nesta revista são de responsabilidade
Boa leitura e até 2006. de seus autores. É permitida a reprodução dos textos, desde
que citada a fonte.
O EDITOR
SUMÁRIO
14 A B E RT U R A Uma brasileira no
Cirque du Soleil
Brasil e Canadá em busca de uma
parceria estratégica
51 P A R C E R I A
16 P A I N E L I Presidente da CEDAE quer
a cooperação dos canadenses
É necessário
incrementar as
relações 52 G A S T R O N O M I A
comerciais
Vinho gelado:
uma deliciosa especialidade
21 P A I N E L I I canadense
Iniciativas na área
59 E N A E X
urbana Encontro de comércio exterior mobiliza
empresas e governo
Saneamento: Um
tema muito
polêmico 62 T A B E L A S
43 I N V E S T I M E N TO S 70 C U RTA S
“O Brasil é um bom negócio”
ENTREVISTA
“Competências
canadenses têm
relação com a
necessidade do
mercado brasileiro”
Canadá e Brasil têm muitos pontos em comum na economia e no
comércio exterior. Ambos possuem territórios gigantes e precisam
desenvolver longas linhas de transmissão de energia elétrica. São gran-
des produtores de petróleo – o Canadá mais voltado para a exporta-
ção e o Brasil para alcançar a auto-suficiência em abastecimento. Esta
é a visão do Conselheiro Comercial/Econômico da Embaixada do
Canadá no Brasil, François Lafond. Segundo o conselheiro, no setor
de mineração, por exemplo, o Brasil pode se beneficiar com o uso de
tecnologia canadense na exploração de minas consideradas anti-econô-
micas, mas que a alta no preço do ouro está tornando viáveis nova-
mente. Nesta entrevista exclusiva, François Lafond analisa diferen-
tes aspectos das relações bilaterais.
Mais de 25.000
Pesquisa
exportadores brasileiros
por
Código SH
Clique no campo
Por Código SH, digite os
6 dígitos do produto desejado
e clique em Pesquisar.
Uma lista de exportadores será exibida.
Clique no nome de uma empresa e Pesquisa por produto, país de destino
visualize suas informações comerciais. Utilize,
se preferir, a opção País de Destino para limitar ou nome do exportador
sua pesquisa a um mercado específico.
Paulo Fernando Marcondes Ferraz, João Augusto de Souza Lima, François Lafond, Jean-Marc Duval, Jean-Yves Dionne, Jacky Delmar e Fernanda Custodio.
Brasil-Canadá
É necessário incrementar as
relações comerciais
“As Relações Bilaterais: a Presen-
ça do Canadá no Brasil” foi o tema
do Painel I do Seminário Bilateral
de Comércio Exterior e Investi-
mentos Brasil-Canadá. O painel
foi presidido pelo Diretor de Co-
mércio Exterior e Operações
Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior –
MDIC, Arthur Pimentel; teve
como expositores o Conselheiro
Comercial/Econômico da Em-
baixada do Canadá no Brasil,
François Lafond; o Cônsul-Geral
do Canadá em São Paulo, Jean-
Marc Duval; e o Cônsul-Geral do
Canadá no Rio de Janeiro, Jean-
Yves Dionne.
Segundo Arthur Pimentel, existe grande convergência de interesses entre Brasil e Canadá.
As relações bilaterais
A
rthur Pimentel agradeceu a presen- MDIC e a FCCE – com um país do por-
ça da comitiva do Canadá no semi- te do Canadá, cuja economia tem gran- François Lafond iniciou sua exposição
nário da Federação das Câmaras de de importância para o Brasil. Existe uma destacando o papel da embaixada e com-
Comércio – FCCE. convergência de interesses econômicos parando-o com as funções exercidas pe-
“Este seminário desperta muito in- e culturais entre os dois países e fica- los consulados-gerais.
teresse pelo tamanho das economias en- mos muito orgulhosos ao observar que “A embaixada deve cobrir toda a área de
volvidas e pela atenção que o Brasil dá as autoridades canadenses que acabaram relações políticas, econômicas e de defesa,
ao intercâmbio com o Canadá, país es- de chegar ao Brasil já estão falando um além dos aspectos da política comercial,
colhido para encerrar a série de semi- português perfeito.” ou seja, de governo a governo e trabalhar
nários realizada em 2005. É significati- Em seguida, Arthur Pimentel passou a com o papel institucional das agências re-
vo fecharmos estes eventos – resultado palavra ao Conselheiro Comercial/Eco- guladoras. Para isto, é necessária uma co-
de uma parceria bem sucedida entre o nômico da Embaixada do Canadá. ordenação muito acertada com os consu-
estratégia global de aproximação e de coo- ajudaram a instalar o bonde elétrico e ou- combater a pobreza. Daí, a importância
peração entre os dois países que envolve tros serviços públicos no Rio de Janeiro e que os dois países têm dado à ajuda ao
aspectos comerciais, políticos e de defesa. em São Paulo.” Haiti, no sentido de fortalecer a econo-
“Isto significou um desafio muito gran- Segundo François Lafond, atualmente, mia e a democracia daquele país.
de. A relação do Canadá com o Brasil en- algumas empresas canadenses de porte, “A diversidade cultural também é um
volve aspectos complexos, entre eles a como a Brascan e a EnCana, investem mui- tema comum, que temos discutido na
competição entre as empresas Bombar- to no Brasil. Empresas brasileiras também UNESCO, o órgão das Nações Unidas para
dier e Embraer em torno do comércio de estão presentes no Canadá, entre elas a educação, ciência e cultura. Canadá e Bra-
aviões e as negociações da Área Livre de Gerdau e a Companhia Vale do Rio Doce. sil estão trabalhando para tentar proteger
Comércio das Américas – ALCA, ideali- “A relação bilateral continua crescendo esta diversidade e evitar a tendência à
zada pelos Estados Unidos, e que prevê e o Canadá dispõe, atualmente, de um pro- homogeneização das culturas. Com rela-
isenções de tarifas para os países partici- grama de cooperação com o Brasil para ção ao meio ambiente, em 2005, o gover-
pantes. Hoje, podemos dizer que a relação transferência de tecnologia. Temos até uma no brasileiro participou ativamente de uma
comercial entre nós é modesta, mas tem cooperação trilateral, que envolve o Cana- reunião de implementação do Protocolo
um grande potencial de crescimento.” dá, o Brasil e o Haiti. Estamos fazendo es- de Quioto em Montreal, no Canadá. São
O Conselheiro Comercial/Econômi- forços para melhorar o acesso recíproco aspectos positivos da nossa relação, que
co da Embaixada do Canadá afirmou que aos mercados, tanto com relação ao co- colocam um grande potencial para o fu-
uma das questões que pesam no relaciona- mércio quanto na área de investimentos; turo. Estamos ajudando a discutir a refor-
mento bilateral é a falta de conhecimento. estimulamos o estabelecimento de novas ma na ONU, que deve ter um papel mais
“Li um artigo no Canadá informando parcerias. Em ciência e tecnologia, por relevante diante dos problemas do mun-
que muitos canadenses achavam que a ca- exemplo, desenvolvemos intercâmbio de do atual. Na economia, Brasil e Canadá
pital do Brasil era Buenos Aires. Esta falta estudos acadêmicos sobre os povos indí- defendem um crescimento eqüitativo em
de conhecimento está presente nos dois genas.” nível mundial para manter o nível de se-
lados. Apesar disso, nossa história não é François Lafond julgou importante gurança entre os povos. As atuais dificul-
somente negativa, pois, no início do Sécu- destacar que canadenses e brasileiros têm dades econômicas levam a um tipo de in-
lo XX, o Canadá deu uma importante con- objetivos políticos comuns, entre eles o segurança que deve ser combatida.”
tribuição para o desenvolvimento indus- de contribuir para uma maior estabilidade Neste cenário, François Lafond desta-
trial do Brasil. Foram os canadenses que no continente americano e no mundo e cou as colocações que o presidente brasi-
Setor de Mineração
Brasil-Canadá
O
engenheiro Lutero de Castro “Trata-se da segunda maior companhia companhias de saneamento. Estamos,
abriu os trabalhos falando da de saneamento do Brasil. Atende cerca hoje, em fase de grandes investimentos,
importância da transferência de de 10 milhões de pessoas e fatura, em buscando uma integração com diversos
conhecimento científico. Ele destacou média, R$ 210 milhões por mês. É uma órgãos financiadores, como a Caixa Eco-
principalmente, no caso de um país em empresa de capital aberto que atende 63 nômica Federal e o Banco Nacional de
desenvolvimento, como o Brasil, a pos- municípios, com uma rede de esgoto de Desenvolvimento Econômico e Social –
sibilidade de trabalhar com países e seg- 14 mil km, 74 estações de tratamento de BNDES, além do Ministério das Cida-
mentos que já passaram por todas as fa- água e 48 estações de tratamento de es- des. A recente aprovação da Lei de Par-
ses do processo desenvolvimentista, goto. Mesmo assim, ainda está em de- ceria Público-Privada – PPP nos possi-
como é o caso do Canadá. Antes de senvolvimento e temos muito a fazer. A bilita desenvolver projetos em parceri-
aprofundar o tema, Lutero de Castro fez CEDAE já foi uma instituição pioneira e as, como no caso do mercado de crédi-
uma apresentação sobre a CEDAE. transferiu tecnologia para muitas outras tos de carbono.”
1500
1000
500
0
México Brasil Caribe Venezuela Colômbia Argentina Chile Equador Peru
nhas de créditos com o Banco do Brasil, o a 20 mil; procura favorecer clínicas médicas uma empresa local é sempre um meio de
Bank Boston e o Unibanco. que compram equipamentos de US$ 30 a o empresário canadense ganhar competi-
“Nosso volume de negócios no Brasil, 40 mil, ou, ainda, num outro extremo, pode tividade de maneira rápida e eficiente. Uma
na década de 1990, sempre esteve na or- financiar usinas nucleares que custam bilhões preocupação grande é apoiar projetos nos
dem de US$ 1,2 bilhão. Tivemos um pico de dólares. Entre os projetos de infra-estru- quais o investidor canadense tenha reco-
entre 1999 e 2001, reflexo do forte in- tura, com grande volume de recursos, des- nhecida capacidade técnica e financeira, ou
vestimento canadense na área de teleco- taca-se o financiamento de dois aeroportos seja, não só nos preocupamos com o cli-
municações. Nos últimos anos, está mais na América Latina. O primeiro fica na Repú- ente estrangeiro, mas também procura-
complexo fazer negócios no Brasil, por- blica Dominicana, onde a construção teve o mos fazer com que o lado canadense seja
que a situação econômica e financeira do apoio do investimento canadense da Vancou- confiável, competente e tenha reconhe-
país melhorou muito, ou seja, hoje ele é ver International Airport Authority, com par- cimento na área em que atua.”
um mercado com uma liquidez imensa e ticipação acionária no projeto de 7 %.A EDC Atuando na área internacional, a EDC
os outros investidores não têm dificulda- participou, ainda, do financiamento da cons- deve se preocupar não apenas com financi-
des em buscar recursos.” trução do Aeroporto de Quito, no Equador, amentos e investimentos, mas também com
no qual o grupo canadense Aecon, que tem temas como meio ambiente e responsabi-
ores parceiros de negócios. tos de risco político, voltados para os in- “Os setores prioritários continuam
vestidores canadenses no exterior. Na se- sendo petróleo e gás e, sem dúvida, com a
Grandes clientes gunda categoria, estão financiamentos que Petrobras como nosso maior cliente.
“A Petrobras é o nosso maior cliente. podem ser usados por empresas exporta- Gostaríamos de estender nossa assistên-
A última transação que fechamos foi em doras canadenses, mas são voltados prin- cia à toda a cadeia de fornecimento da
2004. Um financiamento de US$ 25 mi- cipalmente para os compradores – clien- Petrobras. São, também, muito importan-
lhões para a empresa. Participamos de um tes de empresas canadenses no exterior tes a mineração e os produtos florestais –
leasing back de uma plataforma de petró- como a Petrobras, a Gerdau, a Embratel, a setores em que o Canadá é forte, atuante
leo em 2003. Com a Gerdau fechamos Telemar e outras. Em seguida, Fernanda e que têm bastante potencial de crescimen-
um contrato de financiamento aliado ao Custodio passou a analisar alguns critéri- to no Brasil. Na área de telecomunicações,
projeto de expansão da companhia. Temos os para o apoio a projetos. também éramos muito atuantes até 2000,
um financiamento junto ao Governo Fe- “A primeira e mais importante condi- mas tivemos uma queda. Entendemos, no
deral brasileiro para modernização da força ção são os benefícios ao Canadá: para que entanto, que, a partir de 2006, a participa-
aérea brasileira e participamos de um fi- a EDC participe de qualquer projeto, tem ção canadense no setor voltará a crescer.
nanciamento estruturado de captação de de haver exportação de um bem ou servi- Em síntese, a EDC tem reconhecida expe-
bônus junto à Telemar.” ço do Canadá. Também consideramos, riência internacional no financiamento dos
Para incrementar sua atuação, a EDC tem neste cenário, o aporte da tecnologia, pois mais variados projetos em diferentes seto-
produtos financeiros voltados para qualquer temos como prioridade fomentar o inves- res da economia. É uma instituição que atua
tipo de transação e de empresa. Hoje, ofere- timento canadense no exterior, seja isola- a longo prazo, tem facilidade de crédito e
ce financiamentos especialmente desenha- do ou em parcerias com empresas brasi- grande interesse em aumentar o seu volu-
dos para transações com volume de US$ 10 leiras. Um investimento em parceria com me de negócios no Brasil.”
Um debate estimulante
blico-privadas, qual a experiência do Ca-
nadá na área de saúde?”
Fernanda Custodio respondeu:
“Existem projetos de PPPs em áreas
como a concessão de estradas ou a cons-
trução de aeroportos, mas não são de meu
conhecimento iniciativas na área de saúde
pública.”
“ Eu gostaria de perguntar
quando é que vou poder
tomar banho na
Baía de Guanabara limpa
JOÃO AUGUSTO DE ”
SOUZA LIMAN
“A situação atual da
Baía de Guanabara é
prios usuários. Nossa arrecadação aumen-
tou bastante, mas, em compensação, a
inadimplência também cresce.”
vidades de comércio exterior. Ficam aqui,
minha cara amiga Lúcia, registrados os para-
béns, a admiração e o carinho que a Federa-
um somatório de problemas
LUTERO DE CASTRON ” O Presidente da FCCE concluiu:
“Muito obrigado, Lutero. Como esta-
ção das Câmaras de Comércio Exterior tem
pela AEB, por este tipo de realização.”
A
ntes de chamar os componentes da mércio exterior brasileiro e que, em sua
positores, o Presidente do mesa, o Presidente da Federação opinião, tendem a causar problemas em
das Câmaras de Comércio Exteri- termos de atração e de continuidade de
Conselho da Brascan Imobiliá- or, João Augusto de Souza Lima, manifes- investimentos.
tou seu agradecimento à Doutora Lúcia “Temos uma questão tributária no Bra-
ria e Cônsul Honorário do Ca- Maldonado pelo apreço que ela e a AEB sil que está se tornando uma querela fe-
nadá no Rio de Janeiro, Jacky prestam à FCCE. derativa: a União está tendo desentendi-
Paulo Fernando Marcondes Ferraz as- mentos com o estado. Do ponto de vista
Delmar; o Diretor Executivo sumiu, em seguida, a presidência da mesa das empresas exportadoras, temos o não
da Câmara de Comércio Bra- e passou a palavra à moderadora. Lúcia reconhecimento ou a não permissão de
Maldonado manifestou satisfação pelo créditos de Imposto sobre Circulação de
sil-Canadá, James Mohr-Bell; e faot de que o Canadá e o Brasil estão cons- Mercadorias e Serviços – ICMS, gerados
truindo, há tempos, uma parceria comer- por exportações. Estamos falando de
o Sócio-Gerente da Macleod cial bastante sólida e cada vez mais muitos milhões de reais que empatam o
Dixon Consultores, Roberto recompensadora para ambas as partes. Em fluxo de caixa. Cito, ainda, um outro pro-
seguida, revelou sua preocupação quanto blema que atinge projetos na área side-
Carneiro. a notícias que têm chegado à área do co- rúrgica. O Governo Federal, por uma in-
Obstáculos e soluções
O Presidente Marcondes Ferraz pe-
diu ao expositor Jacky Delmar que res-
pondesse à pergunta feita por Lúcia
Maldonado. Jacky Delmar retrucou e
disse que seu grupo está no Brasil há mais
de um século e tem, atualmente, no país,
investimentos superiores a US$ 2 bilhões, Lúcia Maldonado confirmou a importância da estabilidade para atrair investimentos.
que, aliás, pretende duplicar nos próxi-
mos anos. Ele reconheceu que sempre rigidos para os países mais pobres da Áfri- trutura que serve de complemento para
existiram – e continuam a existir – al- ca. Na realidade, tais recursos se encami- fundamentar a cooperação entre os dois
guns obstáculos e barreiras, os quais po- nham para onde há racionalidade, regras países, em troca do que lhe é exportado
deriam, com vantagem, ser removidos, bem estabelecidas e, conseqüentemen- pelo Brasil.
mas que jamais foram impedimento para te, retorno. Nesse particular, ele avaliou
a continuidade do programa de investi- que o Brasil evoluiu bastante nos últi- Perfil da Câmara
mentos de sua empresa no Brasil. mos 20 anos. A seguir, o expositor traçou o perfil
Considerando respondida a questão da Câmara de Comércio Brasil-Canadá,
levantada pela moderadora, o Presiden- fundada, em setembro de 1973, por uma
te Marcondes Ferraz passou a palavra a
James Mohr-Bell, para que fornecesse
“ Há mais de cem anos,
os canadenses vêm trazendo entidade que congrega empresas cana-
denses. A câmara é um grupo indepen-
ao plenário informações sobre recentes
investimentos canadenses no Brasil e
sobre a perspectiva de novas parcerias.
tecnologia para o Brasil
JAMES MOHR-BELLN ” dente, sem fins lucrativos, que dispõe,
desde 1979, de um centro de mediações
e arbitragens, um pioneirismo com re-
O Diretor Executivo da Câmara de Co- James Mohr-Bell assumiu, então, o conhecida excelência em sua atuação na
mércio Brasil-Canadá iniciou sua expo- tema que se comprometera a expor no área. Explicou, ainda, que a missão da
sição manifestando sua satisfação pela painel: a experiência das empresas cana- câmara é a de servir de clube de negóci-
abordagem da questão dos investimen- denses no Brasil. Para começar, lembrou os para apoiar e expandir as relações bi-
tos, alegando que o tema é super impor- que algumas dessas empresas estão no laterais, não apenas no comércio exteri-
tante e muito oportuno, uma vez que, Brasil há mais de cem anos, desde 1897, or, como também, nos campos da cultu-
no mundo atual, o capital é abundante na mais precisamente, e que, em sua opinião, ra, do turismo e da educação. Para ele, o
área internacional e está, praticamente, à há um histórico de contribuições positi- volume de negócios efetuado entre os
procura de lugares atrativos para inves- vas nos investimentos canadenses, que dois países é muito pequeno, “quase ri-
tir. Ressaltou que já está claro para todos trouxeram para o Brasil tecnologia e know- dículo”, tendo em vista o tamanho das
que esses recursos nem sempre vão para how setorial, o que vem ocorrendo até respectivas economias. Um dos motivos
os setores onde há maior necessidade hoje. O Canadá, a seu ver, tem uma tradi- dessa inexpressividade de trocas comer-
deles. Caso contrário, estariam sendo di- ção em indústrias de base e em infra-es- ciais está no desconhecimento mútuo
“ Estamos identificando
e divulgando oportunidades
comerciais no Brasil
JAMES MOHR-BELLN ”
Quase ao final de sua exposição, James
Mohr-Bell pediu licença para retomar o
tema da questão da oportunidade do in-
tercâmbio comercial Brasil-Canadá, as-
sunto sobre o qual a câmara vem cha-
mando a atenção dos dois governos, há
alguns anos. O expositor lembrou, final-
mente, que, por decisão política dos go-
James Mohr-Bell acredita que o número de negócios entre Brasil e Canadá pode expandir. vernos brasileiro e canadense, acha-se em
fase de estudo e em negociação um acor-
dos mercados e das oportunidades de De qualquer forma, a exportação do Bra- do comercial entre o Canadá e o Mer-
investimento. sil para o Canadá está crescendo de forma cosul, para o qual a câmara vem sendo
“As PPPs poderão ser uma alternativa contínua e consistente. As importações ca- um elemento ativo de facilitação. Há es-
eficiente para incrementar os investimen- nadenses caíram um pouco com a desva- peranças de que o intercâmbio Brasil-
tos canadenses no Brasil”, continuou o ex- lorização da moeda, assim como as ex- Canadá chegue a corresponder à impor-
positor, “desde que a legislação defenda o portações brasileiras, mas, agora, ambas tância política e econômica de ambos os
interesse de todas as partes envolvidas, e voltaram a crescer.” países. Com um agradecimento pela aten-
aí, é o investidor quem decidirá. O co- ção e pelas palmas da audiência, o dire-
mércio bilateral tem um potencial inex-
plorado, pois o Canadá tem um Produto
Interno Bruto – PIB, de quase US$ 1
“ Temos esperanças de que
o intercâmbio Brasil-Canadá
tor executivo da Câmara de Comércio
Brasil-Canadá deu por encerrada sua par-
ticipação no painel.
trilhão e, praticamente, US$ 30 mil per
capita, ou seja, é um mercado enorme. O
valor total do nosso comércio bilateral,
venha a se ampliar
JAMES MOHR-BELLN” Trajetória da Brascan
Paulo Fernando Marcondes Ferraz agra-
entretanto, é de apenas US$ 2 bilhões. O James Mohr-Bell referiu-se, em segui- deceu ao expositor e deu a palavra a Jacky
Canadá é o 18º parceiro do Brasil e tem o da, à atuação da câmara que dirige, que, Delmar, Presidente do Conselho da
Brasil como seu 16º parceiro. O cresci- segundo ele, está realizando alguns inves- Brascan Imobiliária e Cônsul Honorário do
mento é inferior à média: hoje, o Brasil timentos importantes para identificação e Canadá no Rio de Janeiro, que pediu des-
tem um desempenho excepcional no co- divulgação de oportunidades comerciais. culpas por manifestar-se em inglês, já que,
mércio exterior, com os negócios cres- “Estamos fechando um convênio com em se tratando de um seminário internaci-
cendo de 20 a 30 % ao ano e o comércio uma entidade que funciona como um site de onal com a presença de estrangeiros, pre-
com o Canadá cresce a uma taxa bem comércio eletrônico e edita uma revista. É parara seu texto nesse idioma, o que, a seu
menor. Apesar disso, em 2005 tivemos divulgado o que o Canadá tem a oferecer e o ver, também serviria para “exigir concen-
um bom movimento: o Brasil vendeu 50 que está trazendo para o Brasil. Futuramen- tração dos participantes brasileiros.”
% a mais para o Canadá do que no ano te, vamos mostrar, no Canadá, o que é que o Inicialmente, o expositor agradeceu
anterior, principalmente, por causa de Brasil tem a oferecer como mercado e como por ter a Brascan sido mencionada de for-
uma grande venda de aviões da Embraer. fonte de produtos e investimentos.” ma carinhosa durante os trabalhos do Pa-
Fundação da São Paulo Tramway Instalação da Rio de Janeiro Tramway, O grupo adquire a Société
Ligth and Power Company Ligth and Power Company Anonyme du Gaz e instala
Limited A Brasilianische Telephon foi maior rede de distribuição de
absorvida pela Brascan e seu nome gás do Brasil
Brasileiros e canadenses
mudou para Rio de Janeiro Telephone
unem-se para criar o serviço de
Company (que junto com a São
bondes elétricos, luz e força na
Paulo Telephone formou a
capital paulista.
Companhia Telefônica Brasileira)
Em sua exposição, Jacky Delmar apresentou a participação da Brascan no desenvolvimento industrial brasileiro.
O grupo torna-se a maior Venda de serviços públicos (gás, energia, bondes elétricos e telefones)
empresa de serviços públicos para o governo brasileiro e criação de novos negócios:
da América Latina Banco Brascan; Brascan Imobiliária;
Comfloresta; Skol;
Swift-Armour; Cesbra;
Brinks e Peixe
Hoje, a Brascan
Brasil está alinhada
com a estratégia
Risco Brasil meçou nos últimos meses do Império, da Brascan
Depois de lembrar que o Risco Brasil em 17 de julho de 1889, com a fundação Corporation e seu
tem estado em baixa, o expositor referiu- da São Paulo Tramway, Light and Power
se à melhora continuada dos indicadores Company Limited. Os serviços que a
patrimônio está
da solvência externa, assegurada pelo au- empresa presta vêm se expandindo des- voltado para o
mento dos investimentos, e resultante da de aquela época até nossos dias. Ao tér- mercado imobiliário
consolidação da política macro-econômi- mino desse pequeno histórico, Jacky e de energia
ca. Ele acha que, neste cenário, o cresci- Delmar informou que, atualmente, a
mento dos rendimentos obtidos e a Brascan Brasil se alinha com a estratégia
ininterrupta queda da dívida externa po- da Brascan Corporation e seu patrimônio
derão causar um rápido declínio na pro- está voltado, entre outros, para os mer- um investimento de cerca de US$ 800
porção entre essa dívida e as exportações. cados imobiliário e de energia. Ele men- milhões, montante que espera dobrar em
Em sua análise do cenário econômico cionou que a companhia aumentou em 2006, alinhando, a seguir, os pontos altos
brasileiro, Jacky Delmar formulou as se- 20% seu fluxo de caixa em 2004, em do comércio da companhia, consubs-
guintes expectativas para o período que relação ao ano anterior. Nesse ano, o va- tanciados nos contratos de compra de
vai até 2009: o Banco Central manterá sua lor de mercado de seus bens foi estima- energia, as chamadas PPAs.
meta para a inflação; o governo brasileiro do em US$ 1,9 bilhões, dos quais 80% A seguir, Jacky Delmar referiu-se ao
persistirá na prática de estabelecer seu relativos a imóveis urbanos e rurais e a setor de propriedades rurais da compa-
superávit primário em torno de 4% do energia. Para Jacky Delmar, a qualidade nhia e apresentou números relativos ao
Produto Interno Bruto; o governo brasi- desses bens e o conhecimento especi- gado que a Brascan possui em São Paulo e
leiro continuará com sua política de câm- alizado do mercado de imóveis aumen- no Triângulo Mineiro, duas das mais ricas
bio flutuante; o Banco Central obterá sua tam o retorno e asseguram o reconheci- regiões brasileiras. O valor de mercado
independência; a disciplina econômica mento da companhia, que possui tam- deste patrimônio cresceu mais de 40%
será mantida por um eventual novo presi- bém segmentos residenciais de luxo, por ano, desde o ano 2000. Em seguida,
dente da República; nenhuma crise ex- como o Alphaville, em São Paulo e ou- falou das propriedades rurais englobadas
terna significativa afetará o Brasil. tros na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. no Comfloresta, que possui 55.000 de
No campo da energia, o expositor re- hectares no Sul do Brasil e dispõe de uma
História da Brascan velou que a Brascan, há dois anos e meio, capacidade de produção de 4,5 milhões
O expositor dedicou a segunda parte voltou a gerar energia e, atualmente, ope- de sementes por ano.
de sua intervenção a um perfil da atua- ra 11 pequenas hidroelétricas, com um Finalmente, no que diz respeito a ou-
ção da Brascan em nosso país, que co- total de capacidade instalada de 178 MW, tros investimentos, o expositor relatou
Macleod Dixon
Uma empresa de advocacia
com longa tradição em todo
o mundo e vasta experiência
no comércio internacional
• Mais de 240 advogados em
sete escritórios ao redor do mundo
• Primeiro escritório estrangeiro
licenciado a atuar no Brasil
• Primeiro contrato de associação
registrado na OAB, firmado com
um escritório brasileiro
Áreas de Atuação:
• Societária/Comercial
• Recursos Naturais
• Financeira e Mercado de Valores
Mobiliários
• Financiamento de Projetos
• Internacional
• Tributação
que a Brascan possui 40% e controla 50% tou que a Macleod Dixon foi fundada em Roberto Carneiro relatou que, atual-
da Accor Brasil, líder nos setores de hos- 1912, na cidade de Calgary, com apenas mente, a Macleod Dixon tem mais de
pitalidade, viagens, indústria de alimenta- 18 pessoas. Constituiu-se em um escritó- 140 advogados e sete escritórios em todo
ção ligeira e vales-refeição e informou ain- rio robusto que atravessou a Grande De- o mundo. O de Moscou, que começou
da que a companhia possui 60% do Banco pressão, as duas grandes guerras mundiais com seis advogados, hoje tem 16. Os dois
Brascan, um banco de investimento asso- e tantas outras crises. A instituição acom- do Cazaquistão, que têm, atualmente, 12
ciado à Mellon Finantial Corporation e panhou todo o crescimento do Oeste do advogados cada um. O de Caracas já está
que oferece largo espectro de financia- Canadá e, em 1994, radicou-se em Toron- entre os mais importantes da Venezuela,
mento de produtos e serviços. Após essas to, centro financeiro do país. com forte atuação nas áreas de óleo e
informações, o expositor encerrou sua gás, que é uma expertise da organização. A
fala, tendo sido aplaudido pelos partici- firma chega, agora, ao Rio de Janeiro,
pantes do seminário.
Paulo Marcondes Ferraz agradeceu a
participação do expositor Jacky Delmar e
“ Ajudamos o investidor
estrangeiro a organizar-se
e a constituir sociedades
onde, segundo o orador, os trabalhos que
vêm sendo executados e o número de
advogados ainda é modesto, mas tende a
congratulou-se com ele por haver de-
monstrado tantos conhecimentos, ao
abordar, em sua fala, aspectos da história
no Brasil
”
ROBERTO CARNEIRON
aumentar.
“Para chegarmos até aqui”, prosseguiu
Carneiro, “foi preciso ultrapassar grandes
do Rio e de São Paulo. Em seguida, passou Ainda no início da década de 90, iniciou- barreiras, valendo-se de persistência, cons-
a palavra a Roberto Carneiro, sócio da se a expansão da Macleod Dixon, inicialmen- tância e consistência e nossos cem anos de
Macleod Dixon Consultores. te para Moscou, desde 1992, onde trabalha existência provam isso. Aqui, podemos aju-
com advogados locais tratando, basicamen- dar o investidor no que toca à constituição
Um escritório de advocacia te, de atividades ligadas a petróleo, gás e mi- de sociedades no Brasil, à reorganização, fu-
Ao iniciar sua participação no seminá- neração. A firma tem dois escritórios no são, incorporação e alterações societárias. O
rio, Roberto Carneiro declarou que sua Cazaquistão, um na Venezuela – que qualifi- Brasil tem acordos de bi-tributação com di-
intenção era a de contar ali, em algumas cou de “muito bem sucedido” – e, a partir de versos países – o Canadá é um deles – e isso
pinceladas, a longa trajetória do escritório 2001, vem oferecendo, em associação, os pode ter um impacto no planejamento tri-
de advocacia canadense a que serve. Rela- seus serviços no Rio de Janeiro. butário. Nós executamos também todo o
Mexico Kazakstan
Advising PEMEX on its Multiple Acting for oil company
Services Contract project and on joint venture projects,
development of updated including gas production
petroleum regulations and gas processing
Venezuela China
Review of Venezuelan petroleum Acting for World Bank
law on behalf of oil industry to advising China on Oil & Gas
provide recommendations for Law and Regulations
improvements to VZ gov’t
Colombia Vietnam
Acting for oil & gas company Acting for World Bank
on PSA negotiation and in advising Vietnam re
joint venture revision to Petroleum
Law and Regulations
processo de administração de contenciosos, te, lembrou a assessoria prestada à firma mos presentes na Rússia, com importan-
operações financeiras e bancárias, além de norueguesa que, operando no Brasil atra- te participação no Quirguistão, onde já
trabalharmos com fundamentos jurídicos e vés da Coplex, adquiriu ativos da Petro- prestamos inúmeras consultorias. Posso
legais do meio ambiente”. service e parte dos ativos da Queiroz dizer, portanto, que somos capazes de
O Sócio Gerente da Macleod Dixon Galvão, no Sul do Brasil. A seguir, Car- ajudar a resolver problemas em diversos
afiançou que sua firma tem uma consi- neiro referiu-se ao fato de que há um bom idiomas e a política da Macleod Dixon
derável experiência na área de créditos número de empresas canadenses atuan- não é a de exportar mão-de-obra e know-
de carbono e já tem projetos que envol- do no Brasil, o que, como já afirmara, how de seu país de origem, ou seja, advo-
vem o Brasil, um mercado novo e que justifica a presença da Macleod Dixon gados canadenses e tecnologia legal ca-
pode se beneficiar do cabedal já adquiri- entre nós. nadense, e sim, a de buscar sinergia. Por
do, especialmente pelo escritório sedia- isso, ocorre uma grande preponderância
do em Toronto. Depois de declarar seu
especial carinho pelo Rio de Janeiro,
Roberto Carneiro lembrou que a Mac-
“ Atuamos na regulamentação
de projetos de eletricidade
e em negociações com blocos
de advogados locais em nossos escritóri-
os internacionais; no escritório de Cara-
cas, por exemplo, existem 41 advogados
leod Dixon já participou de alguns pro- e só um é estrangeiro. Essa busca da
jetos em nosso país e citou, especialmen-
te, os de aquisição, pela Shell, de áreas
produtoras de petróleo, e os diversos
econômicos de países africanos
ROBERTO CARNEIRON ” sinergia é um conhecimento amealhado
e consolidado em todos os nossos escri-
tórios, pois aliando-nos à mão de obra
contratos da chamada Rodada Zero, que “Nós também trabalhamos para a área local qualificada temos versatilidade para
foram parcerias formadas pela Petrobras pública”, concluiu o expositor. “Atuamos atuar nos mais diversos campos. Com
sob regulamentação dos artigos 32 e 33 com a Organização Mundial do Comér- esse espírito, estamos aqui com a certeza
da Lei de Petróleo. Ele mencionou, ain- cio. Com o Banco Mundial, prestamos de contribuir para o desenvolvimento
da no campo da exploração de petróleo serviços na regulamentação de projetos brasileiro.”
e gás, o trabalho realizado para viabilizar de eletricidade e em negociações comer- O presidente do Painel III agradeceu
a aquisição, pela Enterprise, dos ativos ciais referentes a blocos econômicos as palavras de Roberto Carneiro e passou
de exploração da Odebrecht, operação constituídos por países africanos, pela a palavra ao presidente da FCCE, que en-
de mais de US$ 150 milhões. Finalmen- União Européia e pelo Mercosul. Esta- cerrou a sessão.
João Augusto de Souza Lima, Embaixador Paulo Pires do Rio, Bernardo Cabral, James Mohr-Bell e Lúcia Maldonado.
tério e de técnicos de mais de 3000 muni- porque vai sediar um importante fórum é, que os investimentos feitos na urbani-
cípios que participaram, em março de mundial do setor, na cidade de Vancouver. zação em área de moradia de baixa renda
2003, da 1ª Conferência Nacional das Ci- não sejam considerados como déficit pú-
dades. Este evento tem sido considerado blico. Em geral, a população de baixa ren-
um marco para o setor.
Grande participação
“ Quase 80 milhões de
brasileiros vivem em áreas
que não dispõem de rede de
da, quando não tem moradia em lugar ade-
quado, ocupa os morros e os fundos de
vales. É preciso enfrentar claramente o
“Dos 5000 municípios brasileiros, esgoto, apesar dos investimentos problema da moradia para tais populações.
3000 participaram do processo de cons- Esta já é uma demanda, uma possibilidade
trução de políticas setoriais de habitação e
saneamento. O desafio, agora, é estabele-
cer as grandes diretrizes desta política na-
dos últimos três anos
OTÍLIA MACEDO PINHEIRON ” de cooperação que estamos propondo. Por
último, devo mencionar um programa da
Secretaria de Áreas Urbanas do ministé-
cional de desenvolvimento urbano e pro- “Temos duas expectativas grandes na rio: a reabilitação de áreas centrais. Estamos
por novas linhas de ação para o país, junta- cooperação com o Canadá. A primeira é atuando, neste sentido, em sete capitais,
mente com a política nacional de inte- enfrentar o problema da moradia para numa ação que prevê, inclusive, Parcerias
gração. Temos que construir, em conjunto população de baixa renda, pois enquanto Público-Privadas – PPPs, no Rio de Ja-
com outros ministérios, uma política de esta questão não for enfrentada não have- neiro, Recife, Belo-Horizonte e Porto
desenvolvimento das nossas cidades. Com rá condições para se cumprir as metas do Alegre. Temos parcerias sendo desenvol-
relação à cooperação, o ministério já tem milênio. Precisamos, também, garantir re- vidas com empresários de Portugal,
um início de trabalho com o Canadá. O cursos públicos direcionados à urbaniza- Espanha e França.”
primeiro ponto é um convênio com a ção das favelas, pois sem eles não será pos- Encerrando sua participação, Otília
British Columbia Invest; uma troca de co- sível garantir a sustentabilidade ambiental. Macedo Pinheiro garantiu que o Brasil tem
nhecimento que visa a melhorar a gover- No próximo fórum mundial, em Vancou- muito a aprender com o Canadá nesta área
nância metropolitana por meio de con- ver, o Ministério das Cidades vai defender e vê uma grande possibilidade de trabalho
sórcios. Este convênio está avançado, já a mesma tese que levou a Barcelona, isto em conjunto.
foi aprovado e assinado e deverá ser im-
plantado em 2006.”
Segundo Otília Macedo Pinheiro, em
breve, um escritório canadense deve se Saneamento
estabelecer no Brasil para dar continui-
dade a este processo de criação de par- Um tema muito polêmico
cerias que envolve também a Secretaria
da Igualdade Racial, o Ministério do Meio
Ambiente, o Ministério da Cultura, a Se-
cretaria Nacional das Mulheres, o Minis-
tério do Desenvolvimento Social, o Mi-
A palestra da representante do Ministé-
rio das Cidades despertou muita aten-
ção e suscitou um concorrido debate. O
mas no Governo Federal, no Banco Mun-
dial, outros recursos especiais. O que é
que o seu ministério tem feito neste sen-
nistério das Cidades; além de duas uni- primeiro a se manifestar foi o Presidente tido?”
versidades que estão prevendo ações nas da CEDAE, Lutero de Castro: “eu gostaria Otília Macedo Pinheiro respondeu:
cidades de Recife (PE), Fortaleza (CE), de lhe fazer uma pergunta sobre o tipo de “realmente, este programa não se enfren-
Belo-Horizonte (MG), Santarém (PA) e cooperação que espera, pois a senhora fa- ta apenas com a cooperação e o Ministé-
ainda na região do ABC paulista. A Dire- lou que é preciso sensibilizar para os pro- rio tem investido muito em saneamento.
tora de Apoio à Questão Municipal blemas da recuperação das favelas, da sua Calculamos que, para zerar este déficit,
Territorial da Secretaria dos Programas urbanização e da necessidade de construir temos que investir, pelo menos, R$ 6 bi-
Urbanos do Ministério das Cidades in- moradia para a população de baixa renda. lhões por ano nos próximos 20 anos. O
formou, também, que existe um outro A senhora, obviamente, está procurando que foi investido no atual governo é 14
projeto, ainda embrionário, que é uma recursos, está falando de cooperação fi- vezes mais do que o que foi feito nos últi-
ação para a utilização dos créditos de car- nanceira, mas resolver o problema de água mos quatro anos do governo anterior. O
bono do Protocolo de Quioto, já em an- e esgoto de 80 milhões de pessoas é algo que estamos levando para o fórum mun-
damento. Trata-se da remoção do lixão e monumental, pois corresponde a mais do dial é que hoje os recursos para sanea-
a implantação de um sistema de trata- que toda a população da França. Não será mento são considerados despesas: eles
mento de resíduos sólidos em Salvador, com um programa de cooperação deste somam no déficit. Nós achamos que es-
na Bahia. Neste cenário, o Canadá tem tipo que resolveremos um problema desta tes recursos são investimentos. Para cada
grande papel a desempenhar, inclusive magnitude. Tem que haver outros progra- real investido em saneamento se econo-
onde estiveram presentes os secretários Eu, então, pergunto: como é que, a par- mentos durante mais de 20 anos, eu me
de saneamento de vários estados e a gran- tir do momento que for dono de sua ges- pergunto: não estaria havendo uma falta
de preocupação de todos é esta lei de tão de saneamento, cada município vai fa- de conscientização da população quanto a
saneamento que vai dar titularidade aos zer este acompanhamento da água? Ape- esta questão? Será que nós não podemos,
municípios. Sobre o assunto, tivemos nas o município do Rio de Janeiro que também, contribuir com uma parte? Será
uma reunião com o Deputado Júlio representa 85 % da arrecadação, tem con- que, como cidadãos, não podemos tam-
Lopes, o relator da lei e, no final, sinali- dições de cumprir esta meta. Quero dei- bém ajudar os próprios investidores a so-
zei para ele que esta lei vai andar na con- xar meu apelo ao Ministro Márcio For- lucionar os problemas reduzindo o tem-
tramão, vai falir os municípios, vai acabar tes, que infelizmente não pôde compare- po estimado para termos soluções con-
com o saneamento dos municípios. cer a este debate que reuniu todos os pre- cretas?”
Apresentei todos os dados do Estado do sidentes de empresas de saneamento, que
Rio de Janeiro.
É uma pena que o presidente da Com-
panhia de Saneamento Básico do Estado
o assunto merece um estudo mais apro-
fundado, sob pena de falência total do sis-
tema, que já é precário.”
“ É fundamental integrar
os municípios no esforço
de São Paulo – SABESP, não esteja aqui,
pois ele fez a mesma análise com relação à
situação do Estado de São Paulo.
Otília Macedo Pinheiro contra-argu-
mentou: “só queria esclarecer que esta
deficiência na área de saneamento mostra
pelo saneamento básico
OTÍLIA MACEDO PINHEIRON ”
que o sistema atual não tem funcionado, Otília Macedo Pinheiro respondeu ao
como provam os resultados, apesar de estudante: “acho que aqui se coloca uma
“ O sistema de saneamento
ultrapassa as fronteiras
geopolíticas, depende da
todo o investimento que se tem feito nes-
ta área. Tive, particularmente, uma expe-
riência fora da minha área, em Betim, onde
questão importante e por isso o ministé-
rio trabalha paralelamente a todas as suas
ações, às políticas, aos recursos, em todo
extensão das bacias fluviais a Companhia de Saneamento de Minas um programa de capacitação, de sensi-
Gerais – COPASA não reinvestia nem 10% bilização, de informação de multipli-
e da captação da água
LUTERO DE CASTRON ” do que arrecadava, lá só havia 30 % da
rede de esgoto necessária e era o municí-
pio com a segunda maior arrecadação da
cadores para as políticas. Particularmen-
te, na campanha dos planos gestores que
coordeno em nível nacional, formamos
Não podemos pensar em saneamento Copasa no estado. núcleos em 26 estados e também no Dis-
como uma unidade com limite geo- Não vou entrar nesta discussão, pois trito Federal. Estes núcleos são compos-
político. O sistema de saneamento depen- ela já existe há anos. O projeto de lei tos de entidades que têm capilaridade e
de, desde sua origem, do problema de tem a oposição das companhias estadu- que chegam aos municípios. Já formamos,
captação da água. Em função disso, temos ais, mas não tira o subsídio cruzado; ele por meio de oficinas do ministério, mais
que considerar que a água não nasce nem insiste na cooperação entre os vários de 3.000 multiplicadores que agora estão
morre no mesmo município, assim como entes: os estados, os municípios e até a chegando na ponta, trabalhando com os
o esgoto. Outra coisa importante é que União. Hoje, estou atuando na área do municípios, no seu planejamento, na sua
os municípios do Rio de Janeiro, com planejamento municipal, nos planos di- gestão. Para nós, esta é uma questão fun-
exceção de Campos e de Volta Redon- retores participativos e tenho partici- damental.”
da, não têm a mínima condição, mesmo pado de muitas discussões sobre este Em seguida, foi a vez de Roberto
com o subsídio do governo, de arcar tema. Este processo já passou por uma Nóbrega, um dos diretores da FCCE,
com esta despesa. longa discussão e está de novo no Con- manifestar-se: “gostaria de parabenizar a
O sistema de saneamento é bastante gresso Nacional para receber sugestões. gestão do Ministro Márcio Fortes, que é
complexo e tem que ser tratado e entendi- Trata-se, pois, de um tema polêmico e o o nosso companheiro aqui na federação,
do de forma sistêmica. Quando eu faço uma que é certo para nós é que o modelo e comunicar o seguinte: trabalho há três
captação de água para distribuir no centro que está aí não solucionou os proble- anos na área de meio-ambiente, mais es-
da cidade, esta água, até chegar a seu desti- mas gravíssimos que afetam as cidades. pecificamente com reciclagem, com em-
no final, passou por vários municípios. No De qualquer forma, levarei suas suges- presas da Suécia. Nestes três anos do go-
Estado de São Paulo, o governo criou uma tões ao Ministro das Cidades.” verno Lula, tenho acompanhado todo o
lei de saneamento, a Portaria 518, que nos Em seguida, um estudante de direito desenvolvimento e progresso do Minis-
obriga a medir a qualidade da água dentro pediu a palavra e assim se manifestou: “sa- tério das Cidades. Tenho conversado com
de cada município. Se por acaso houver al- bemos das questões e dificuldades de nos- deputados, senadores, administradores
gum problema de saúde por contamina- so país, das nossas estatísticas, das buro- estaduais, municipais e, infelizmente, até
ção, as conseqüências são bastante graves, cracias que a lei oferece, às vezes. Quando hoje não temos nenhuma lei federal so-
até com prisão inafiançável. a senhora tocou na questão dos investi- bre a regulamentação dos resíduos sóli-
“ Ao montar um escritório no
Brasil, podemos empregar
bastante mão-de-obra local
JACKY DELMARN ”
Jacky Delmar: a Brascan investirá mais de US$ 1 bilhão no Brasil nos próximos cinco anos. Como o senhor explica investimen-
tos tão maciços? Será por causa das
Há mais de cem anos, o grupo Quais as relações da companhia que semelhanças entre as nossas matri-
o senhor representa com o Brasil e zes energéticas, ambas ligadas à base
canadense Brascan vem inves- como o senhor vê as relações entre hídrica?
canadenses e brasileiros? JD – As semelhanças entre as matrizes
tindo nos setores mais diversifi- JD – A Brascan está no Brasil há mais de energéticas dos dois países são muito gran-
cados da economia brasileira. um século e opera no país em vários seto- des, o que significa que as tecnologias ge-
res, entre eles a agropecuária, a minera- radas num país podem ser utilizadas e apro-
Nesta entrevista à Revista da ção, a energia elétrica, o setor financeiro, veitadas no outro. Isto amplia o raio de
o setor imobiliário e os serviços. Temos ação de tecnologias conhecidas em am-
FCCE, o Presidente do Conse- uma atuação muito ampla na vida brasilei- bos os países. Este cenário é muito
lho da Brascan Imobiliária, Jacky ra. Em se tratando das relações entre Ca- facilitador para nós porque, ao montar-
nadá e Brasil, elas são especiais e, na nossa mos, por exemplo, um escritório no Bra-
Delmar, analisa a presença do opinião, muito boas.Temos, inclusive, cer- sil, podemos empregar bastante mão-de-
teza de que este relacionamento vai se obra brasileira.
grupo no Brasil e ressalta as se- manter assim por várias gerações.
melhanças entre a matriz ener- É mais interessante ter uma matriz
Quais as áreas onde estas relações energética de base hídrica porque
gética dos dois países. são mais intensas? ela evita a poluição do ar, ou isto
não entra nas considerações de Por que a sua companhia está tão E quais as novidades no setor imo-
quem produz energia? interessada no agronegócio? biliário?
JD – A energia gerada nas barragens não JD – Hoje temos mais de 100 mil hec- JD – No setor imobiliário temos patroci-
polui o ar, e o gás natural, pelo que me tares de terra no Brasil e estamos com- nado investimentos importantes e vamos
consta, também não é poluente. A nossa prando mais, com a perspectiva de che- investir mais ainda em 2006.
especialidade é a energia elétrica, e a nossa garmos a 200 mil nos próximos três
aposta é a hídrica. Estamos, também, es- anos. Temos um rebanho de mais de 60 Os senhores consideram, então,
tudando outras formas de geração, entre mil cabeças de gado e pretendemos que o Brasil é um bom negócio ou
elas a energia eólica. O Canadá tem mui- chegar a 100 mil. Trabalhamos com acham que o país tem muitos fato-
tos ventos e há países, como a Espanha, gado de corte para exportação. Temos, res de risco?
que já avançaram bastante neste sentido. também, cerca de sete mil hectares de JD – Teremos, em breve, no Brasil um
Nós, canadenses, ainda estamos em fase cana-de-açúcar plantada e pretende- capital próprio da ordem de US$ 4 bi-
de estudos. mos chegar a 30 mil. lhões. O Brasil é um bom negócio.
E
ngenheira elétrica com especializa-
ção na área de finanças e investi-
mentos, ela trabalha há dois anos na
EDC – instituição voltada para financiar ex-
portações canadenses e estimular projetos
e negócios de empresas canadenses que
querem investir no território brasileiro.
Em entrevista exclusiva à Revista da
FCCE, analisou as relações bilaterais e con-
cluiu com um dado curioso: vivemos um
momento de grande credibilidade interna-
cional, o que pode até tornar mais comple-
xo o fechamento de negócios no nosso país.
“O Brasil atingiu um patamar de esta-
Segundo Fernanda Custodio, a estabilidade econômica brasileira atrai os investimentos. bilização econômica nunca visto antes, e
para a realidade brasileira. Estudamos al- cresce na preferência de estudantes brasi- Fernanda Custodio e outros especia-
gumas inovações, como financiamento leiros que visam estudar línguas ou com- listas em comércio internacional consi-
em moeda local para apoiar empresas plementar sua formação no exterior em deram que México e Brasil têm hoje uma
brasileiras que necessitem de apoio, ou estudos mais avançados. Tem atraído mui- importância muito grande para os negó-
trazer algum tipo de seguro de exporta- tos projetos em áreas como cultura, ciên- cios do Canadá no mercado emergente.
ção para apoiar as empresas canadenses, cia e tecnologia e nas áreas de cooperação Por isso, a instituição mantém, em cada
pois vemos o Brasil como mercado pi- internacional em torno de saúde e de re- um deles, dois escritórios.
loto para qualquer inovação e, também, dução da pobreza.” Em relação às reformas que o Brasil
para o lançamento de novos produtos. precisa para deslanchar seu crescimento,
Queremos contribuir para que o Brasil Fernanda Custodio acha que ainda há
fique ainda mais competitivo e cresça cada
vez mais. Estaremos sempre tentando
adequar nossos produtos ao mercado
“ Queremos contribuir para
que o Brasil fique ainda mais
competitivo e cresça cada
muito o que fazer.
“Nos últimos 15 anos, o Brasil pas-
sou por reformas profundas, saindo de
brasileiro. Isto tem tornado o nosso tra- uma economia extremante fechada para
balho bem mais complexo.”
Momentos diferentes
vez mais
”
F E R N A N DA C U S T O D I O N
uma economia aberta e está competin-
do com países globalizados há dezenas
de anos. É necessário, ainda, algum tem-
A Diretora Regional da EDC para o Rio A EDC funciona como uma agência po para que o país tenha todas as condi-
de Janeiro considera que as relações bila- oficial de crédito de exportação do Ca- ções de se tornar competitivo global-
terais têm passado por momentos muito nadá e é responsável pela provisão de mente. Se, por um lado, precisa acu-
distintos nos últimos anos. instrumentos financeiros de apoio às ex- mular mais experiência, por outro lado,
“Acho que estas relações estão agora portações daquele país. Dispõe de pro- fazer uma série de reformas nas áreas
num momento muito positivo. As rela- dutos financeiros como seguros para trabalhista, judiciária e política. O país,
ções comerciais entre Brasil e Canadá sem- empresas canadenses que exportam na verdade, já está em ritmo de mudan-
pre foram muito boas, com exceções de para vários países e, também, oferece ça, e esperamos que este processo não
períodos marcados por questões de dis- garantias e financiamento para empre- seja interrompido.”
M
úsica elaborada, com de artistas e técnicos e não descuida dos
ênfase no ritmo; uma negócios nem do marketing.
destreza física conse “Somos, acima de tudo, criadores de con-
guida em meses de en- teúdo”, explica Michael Bolingbroke, dire-
saios, iluminação e efei- tor-geral dos espetáculos. “Comercializamos
tos visuais criativos. nosso conteúdo em 11 shows, alguns
Quase não há diálogos, apenas sons e um itinerantes e outros com sede permanente.
equilíbrio cênico duramente perseguido, Os itinerantes precisam de uma logística
executado por uma companhia com pes- complexa e os fixos foram realizados com
soas de 40 países diferentes. base na escolha dos mercados certos e por
Não se trata de uma utopia sonhada pelos meio de alianças com outras empresas”.
artistas: esta é a realidade do Cirque du Soleil, Agilidade de produção é uma expres-
um grupo canadense que harmonizou a arte são chave. Cada turnê fica de cinco a seis
do espetáculo com a mentalidade empresari- semanas numa cidade e, dez dias depois
al e fatura mais de US$ 500 do fim da temporada,
milhões por ano, encantan- está estreando em outra
do sete milhões de espec- União da arte do cidade – muitas vezes,
tadores em vários países. em outro país. A logística
Num momento em espetáculo com a inclui 80 caminhões para
que o circo tradicional mentalidade transportar tendas, cená-
está em declínio, amea- empresarial é a rios, figurinos e equipa-
çado pela invasão eletrô- mentos, além de lidar
nica das diversões virtu- marca registrada com passaportes, vistos
ais e pelos elevados cus- do grupo de entrada, leis, moedas
tos de montagem de um e diferenças culturais
grande espetáculo ao entre 150 pessoas, nú-
vivo, o Cirque du Soleil descobriu uma mero médio envolvido em cada espetá-
fórmula salvadora: trabalha sem animais culo. Cada trupe tem cerca de 50 artistas,
– o que diminui os custos e evita críticas o resto são técnicos e pessoal da produ-
Número com bastões chineses
do espetáculo Saltimbanco dos defensores dos bichos – enfatiza o ção que, nos casos de shows com crian-
Foto: Al Seib © Cirque du Soleil Inc. caráter humanista da mensagem, investe ças, devem providenciar até professores
Figurinos: Dominique Lemieux numa política interétnica de contratação para ministrar o ensino básico.
veu contratar uma companhia itinerante as. Visto de fora, o edifício parece uma
para percorrer a província. Assim, nasceu sede de escritórios, mas conta com infra- Pela primeira vez, os
o Cirque du Soleil, cuja primeira turnê foi estrutura completa para ensaios e oficinas
feita numa tenda azul e amarela com capa- nas quais 300 artesãos produzem 20 mil brasileiros poderão ver
cidade para 800 espectadores. Hoje, a ten- figurinos e quatro mil pares de sapatos por ao vivo o Cirque de Soleil,
da principal abriga 2.500 espectadores e a ano. Do lado de fora, a escultura de bron- que estréia no segundo
companhia emprega cerca de três mil pes- ze de um sapato de palhaço. Dentro, uma
soas de diferentes nacionalidades. atividade constante que congrega gente de semestre de 2006
A sede fica no Centro Internacional, a todas as idades num ideal comum: diver- no Rio de Janeiro e em
30 minutos de carro da cidade de Mon- tir o público e trabalhar com paixão, ne-
treal. Lá trabalham cerca de 1.600 pesso- gócios, piruetas e sonhos.
São Paulo.
Um repertório
reper tório variado
Os shows apresentam uma Quidam significa em qualquer parte, onde tudo é
possível. Do céu desce um homem que inicia
técnica circense elaborada e Inspirado na idéia de transformar um
uma peregrinação por uma terra mágica,
mundo anônimo em um universo de
conteúdos humanistas, que esperança e convívio. Em latim, Quidam
povoada de personagens sobrenaturais que
estimulam o sonho e a voam e dão saltos mortais. A música funde
significa transeunte solitário, pessoa
sons havaianos com melodias de trovadores
transformação da realidade. perdida na multidão. Acrobatas, um trio
do Século XI, cantos armênios e arranjos
de palhaços e contorcionistas.
Alguns estão em cartaz há mais contemporâneos.
Estréia: 1966. Em 2005, turnê pela
de dez anos, outros tiveram Estréia: 2002. Em 2005, turnê pelos
Austrália.
Estados Unidos.
estréia recente.
“O”
Saltimbanco O nome brinca com o som da palavra Zumantity
água em francês. O cenário é uma
O espetáculo celebra a vida e se propõe Somente para adultos, apresenta
imensa piscina de cinco metros de
a ser um antídoto contra a violência e o números inspirados no cabaré. Como as
profundidade onde se desenrolam
desespero que caracterizam o século leis do Estado de Nevada proíbem o nu
números aquáticos e acrobacias.
XX. Números em trapézio, corda e total, os figurinistas colocaram próteses
piruetas aéreas com um palhaço e um Estréia: 1998. Show permanente em Las Vegas. que simulam e exageram partes do
equilibrista. A luz dos refletores corpo dos artistas.
atravessa uma rede metálica no alto da La Nouba Estréia: 2003. Show permanente em Las
tenda e recria a atmosfera de um bosque
Em francês, faire la nouba significa sair a Vegas.
iluminado por raios de sol. Música:
ritmos tribais, clássicos e modernos. passeio, ir à festa. Um clima místico, em que
os números da gente do circo se contrapõem Ka
Estréia: 1992. Atualmente em turnê pela aos dos urbains, o povo das cidades.
Espetáculo épico com números de
Europa. Apresenta-se no segundo semestre de
2006 em São Paulo e no Rio de Janeiro. Estréia: 1998. Show permanente em acrobacia e malabarismo inspirados nas
Orlando, EUA. artes marciais. Marionetes, capoeiristas,
fogos artificiais e projeção de imagens.
Alegria
Dralion Estréia: 2004. Show permanente em Las
Show em estilo barroco e operístico,
Combina a tradição do teatro chinês Vegas.
com ênfase nas acrobacias. Trapezistas
realizam seus saltos no ritmo da bossa- com a vanguarda das correntes artísticas
nova de João Gilberto dançada por ocidentais. A música funde melodias Cortéo
palhaços. Malabarismos, hindus com ritmos andaluzes, africanos
Esta palavra significa cortejo em
contorcionismos e um clima de teatro e centro-europeus. As cores do figurino
espanhol. É o mais teatral dos shows e
de rua. aludem aos quatro elementos da
tem um fio condutor: a história de um
natureza: azul/ar, verde/água,
palhaço que recorda sua vida e imagina
Estréia: 1994. Em 2005, turnê pelo Japão. vermelho/fogo e ocre/terra.
seu próprio enterro. Números aéreos de
Estréia: 1999. Em 2005, turnê pela acrobacia e cenas de atuação com breves
Mystère Europa. diálogos em italiano. Valentina – uma
Uma experiência sensorial acolhedora mulher russa de 70 centímetros de
com 90 minutos de números de Varekai altura, descoberta num circo de anões,
acrobacia e dança. São 72 artistas, entre flutua sustentada por um ramalhete de
ginastas, palhaços e músicos. Homenageia o espírito nômade, essência da globos translúcidos e pousa nos ombros
tradição circense. Sobre um vulcão de um gigante de mais de dois metros.
Estréia: 1994. Show permanente em Las escondido na selva surge um mundo
Vegas, EUA. extraordinário.Varekai na língua cigana Estréia: abril de 2005 em Montreal.
Presidente da CEDAE
quer a cooperação
dos canadenses
O Presidente da Companhia Estadual de neste seminário, acredito que podemos
Águas e Esgotos do Rio de Janeiro – estreitar nosso relacionamento com o go-
CEDAE, Lutero de Castro, afirmou, du- verno canadense no sentido de aprofundar
rante o Seminário Bilateral de Comércio e desenvolver, junto com a CEDAE, alguns
Exterior e Investimentos Brasil-Canadá, projetos dentro da área de saneamento.
que a empresa alia uma rigorosa busca de Estas iniciativas serão de suma importân-
eficiência técnica com uma preocupação cia para o Estado do Rio de Janeiro.
social, voltada para a comunidade a que
serve. Relatou, ainda, sua expectativa em Como o senhor analisa o desenvol-
estabelecer uma cooperação com os ca- vimento de uma Parceria Público-
nadenses na área de saneamento básico. Privada – PPP, na área de água e es-
Vinho gelado
Uma deliciosa especialidade canadense
O
vinho gelado, Icewine, é o “de ouro dial de vinho gelado e seus vinhateiros
em competições internacionais, é têm conseguido, a cada ano, safras maio-
famoso por causa de seu sabor res e de melhor qualidade. O Niagara
intenso, rico bouquet e líquido de ouro” College Teaching Winery é o centro de
do Canadá. Esse renomado vinho, es- educação enológica na península e pre-
pecialmente destinado a sobremesas e para seus graduados para trabalharem
que, merecidamente, tem ganhado me- num mundo real, onde não faltam no-
dalhas incomparável suavidade. Trata-se ções de como produzir e negociar vinhos.
de um produto típico da região de A indústria local disputa a possibilidade
Ontário, sua maior e quase única pro- de contar com alunos do prestigiado co-
dutora, pois só ali ocorre um inverno légio entre os seus empregados.
tão frio que possa garantir, com consis- Para se obter vinho gelado é preciso
tência, uma safra anual. que as uvas estejam naturalmente conge-
A indústria vinícola do Canadá, aliás, ladas na videira e sejam colhidas e prensa-
concentra-se na Península de Niágara, das em um processo contínuo, enquanto
uma região geográfica distinta, conside- a temperatura do ar registre de oito graus
rada “área destinada à viticultura”, ao Sul negativos para baixo.
de Ontário. Ali se cultivam quase 20.000 O teor médio de açúcar do sumo em-
acres de uvas viníferas, variedades nobres pregado deve alcançar, pelo menos, 35
das quais se produz excelentes bebidas. graus Brix, sendo Brix o índice de
Niágara sozinha é a maior produtora mun- mensuração do açúcar nas uvas. Tanto o
Seminário recebe
avaliação positiva
Jean-Marc Duval, Cônsul-Geral do Canadá em São Paulo, e Jean-Yves Dionne, Cônsul-Geral do Canadá no Rio de Janeiro.
Pratini de Moraes, Presidente da Associação Brasileira dos Guido Mantega, foi uma das personalidades de destaque do
Exportadores de Carne. encontro.
estados para compensar os créditos de por dificuldades. O sistema de transpor- Por que enfatizar hoje o combate à
ICMS. O problema tributário está preso à tes por caminhões, fundamental na desburocratização?
necessidade de uma reforma constitucio- interligação com a América do Sul, tem BFM – Burocracia é custo e fonte de
nal profunda, para impedir que o sistema frota envelhecida, que demanda financia- corrupção. Cerceia a iniciativa da socie-
tributário seja apenas uma ferramenta para mento e modernização. O sistema portu- dade, encarece investimentos; é alimen-
o governo arrecadar e cobrir gastos ex- ário, por onde passam 94 % da tonelagem tadora da inflação; minimiza a capacitação
cessivos. É preciso adaptar a política tri- exportada pelo Brasil, está ultrapassado. competitiva das empresas exportadoras
butária às necessidades do desenvolvi- Carece de investimentos, drenagem etc. e estimula importação etc. No entanto, é
mento econômico do país. preciso que não se confunda a necessi-
Há ainda o problema da infra-estrutura.
O Brasil é um país continental e precisa
maximizar sua estrutura de transportes
“ O governo tem apoiado
a exportação, mas este
dade legítima de controle que o Estado
precisa exercer para disciplinar certas
atividades com a burocracia, em si. O
rodoviário, ferroviário, fluvial e de
cabotagem. A qualidade das rodovias bra-
sileiras é péssima, o país tem carência de
esforço precisa continuar
BENEDICTO FONSECA MOREIRAN ” papel é inimigo da seriedade do estado
e da sua relação com a sociedade. O es-
tado moderno tem meios para exercer
interligações, o que afeta a produção e a O problema mais grave dos portos reside controles sem maiores burocracias,
interiorização da economia. Já o sistema na forma de gestão estatal e politizada.Tra- usando somente a informatização e aper-
ferroviário foi retomado depois da priva- ta-se de uma forma ultrapassada e inefici- feiçoando a gestão. Um bom exemplo é
tização, com destaque para a Companhia ente. A privatização da gestão portuária é a declaração de Imposto de Renda, que
Vale do Rio Doce. A navegação fluvial é medida que se impõe, para a continuidade hoje se faz em casa, sem necessidade de
mínima e a de cabotagem está passando do bom desempenho das exportações. complicar.
DEMAIS PRODUTOS
DEMAIS PRODUTOS
Arbitragem
O Centro de Arbitragem e
Mediação da Câmara de
Comércio Brasil-Canadá –
Manuais de Procedimentos e Informações
CCBC apoiou a realização do
Brasil-Portugal, Brasil-Marrocos, Brasil-Bélgica/Luxemburgo, Brasil-Suíça,
III Seminário Internacional
Brasil-Argentina, Brasil-Venezuela,Brasil-México, Brasil-Chile, Brasil-Holanda,
sobre Arbitragem, que
Brasil-Itália, Brasil-Polônia e Brasil-Canadá.
aconteceu em Buenos Aires,
na Argentina, nos dias 30 e
31 de março de 2006. emergentes, com uma
O III Seminário teve importância estratégica para
como objetivo oferecer um os exportadores canadenses.
panorama atualizado da Segundo Aída Viveiros,
arbitragem na Espanha e na Diretora de Comércio
América Latina. Participaram Internacional e
do evento especialistas na Desenvolvimento da
matéria, que compartilharam Canadian Manufacturers &
experiências e informações mundial e foram utilizados, Exporters, é muito
sobre as últimas novidades da entre outros, no filme importante que o governo e
arbitragem nacional e “Shrek’. “Nós usamos o várias associações
internacional. software de animação Maya, empresariais canadenses
Maiores informações pelo fabricado pela canadense tenham escolhido o Brasil
e-mail centroarbitragem@ Alias Wavefront, considerado como alvo. Segundo ela, “isto
ccbc.org.br o mais completo do mostra que é preciso
longas metragens campeões mercado. A empresa oferece melhorar o comércio
Animação de bilheteria: “A era do gelo” um suporte técnico muito bilateral, que ainda é
O Brasil é um importante e “Robôs”. Por isto, o Festival bom e nos ajuda a modesto. Um segundo passo
exportador de mão-de-obra de Animação de Ottawa, no desenvolver ferramentas será escolher os setores
para o cinema de animação. Canadá, que acontece em específicas para as nossas estratégicos. Entre eles,
Quase todos os grandes setembro de 2006, vai contar necessidades,” afirma Carlos destacam-se o setor
estúdios de Hollywood, com um painel com Saldanha. automotivo, no qual o Brasil
entre eles o Disney, têm trabalhos realizados no se apresenta estruturado e
profissionais brasileiros em Brasil. Estratégia oferecendo produtos de
suas equipes. O mais Os softwares de animação O governo do Canadá qualidade, além da área
conhecido é Carlos Saldanha, digital desenvolvidos no considera o Brasil um dos farmacêutica e do setor de
que fez co-direção de dois Canadá são uma referência principais mercados mineração.”