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O documento discute os processos de produção de sentidos na leitura. A autora argumenta que (1) quem lê produz sentidos, não apenas quem escreve, e (2) os sentidos são determinados historicamente e dependem da posição social do leitor. Além disso, (3) a compreensão depende das relações entre o texto e o contexto histórico do leitor.
O documento discute os processos de produção de sentidos na leitura. A autora argumenta que (1) quem lê produz sentidos, não apenas quem escreve, e (2) os sentidos são determinados historicamente e dependem da posição social do leitor. Além disso, (3) a compreensão depende das relações entre o texto e o contexto histórico do leitor.
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O documento discute os processos de produção de sentidos na leitura. A autora argumenta que (1) quem lê produz sentidos, não apenas quem escreve, e (2) os sentidos são determinados historicamente e dependem da posição social do leitor. Além disso, (3) a compreensão depende das relações entre o texto e o contexto histórico do leitor.
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(ENI P. ORLANDI LEITURA: PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES CAPTULO 05)
As discusses propostas pela autora tm objetivos externos e
internos. a) externos problematizar os processos de produo da leitura aos que trabalham com o seu ensino; b) internos apreender o funcionamento da compreenso (seus mecanismos, o que representa em termos de discurso etc). Primeiro princpio a entender: no s quem escreve que significa; quem l tambm produz sentidos. Segundo princpio: a determinao histrica dos processos de significao. fundamental entender que: a) quando lemos estamos produzindo sentidos (reproduzindo-os ou transformando-os). b) quando lemos estamos participando do processo (sciohistrico) de produo dos sentidos e o fazemos de um lugar e com uma direo histrica determinada. Continuando... A autora diz que o cerne da produo de sentidos est no modo de relao (leitura) entre o dito e o compreendido. Vamos entender melhor o processo... Afinal, o que o signo? - o signo o resultado de um consenso entre indivduos socialmente organizados no curso de um processo de interaes.
Para compreender a discusso da professora Orlandi,
fundamental ficar clara a seguinte idia: O homem faz histria mas a histria no lhe transparente. A naturalidade dos sentidos , pois, ideologicamente constituda. A transparncia dos sentidos que brotam de um texto aparente, e tanto quem ensina quanto quem aprende a ler deve procurar conhecer os mecanismos que a esto jogando. Vale ressaltar que a historicidade central para nossas consideraes... Tambm que: - o discurso materializa o contato entre o ideolgico e o lingstico no sentido em que ele representa, no interior da lngua, os efeitos das contradies ideolgicas e, inversamente, ele manifesta a existncia da materialidade lingstica no interior da ideologia (Courtine, 1982). Finalizando a introduo, a autora vai dizer: - os sentidos no nascem ab nihilo. So criados. So construdos... esto permeados pelas relaes de poder com seus jogos imaginrios. O MODO DE LEITURA E O SUJEITO-LEITOR CORRESPONDENTE O que temos no transmisso de informao mas efeitos de sentido entre locutores. Da decorre o que se pode chamar de efeito-leitor. A gente no pode esquecer que os sentidos no so propriedades privadas: nem do autor, nem do leitor. Tampouco derivam da inteno e conscincia dos interlocutores. 2
Os sentidos so partes de um processo. Realizam-se num contexto
mas no se limitam a ele. Tm historicidade, tm um passado e se projetam num futuro. O LUGAR-SOCIAL DA LEITURA: O ALOCUTRIO, O DESTINATRIO, O LEITOR H trs funes enunciativo-discursivas do sujeito: a) locutor que aquele que se representa como eu no discurso; b) enunciador corresponde s perspectivas como que esse eu se apresenta; c) autor o princpio de agrupamento do discurso, unidade e origem das suas significaes. Nessa perspectiva, o autor a funo que o eu assume enquanto produtor de linguagem, sendo a dimenso do sujeito mais determinada pela relao com a exterioridade, com o social. Do lado da recepo, tambm h trs funes: a) alocutrio corresponde funo do locutor; b) destinatrio do enunciador; c) o leitor corresponde a funo do autor. Vamos entender melhor... O alocutrio o tu a quem o eu do locutor se dirige; O destinatrio o outro da perspectiva do enunciador, ou seja, uma perspectiva de leitor construda pelo enunciador; o leitor ideal, inscrito no texto, por antecipao. E o leitor aquele que se assume como tal na prtica da leitura, numa ordem social dada, em um lugar especfico.
O leitor se constitu um sujeito afetado pela sua inscrio no
social. Ele entra com as condies que o caracterizam sciohistoricamente. INDIVIDUALIDADE E INDIVIDUAO: AS DUAS FACES DA SUBJETIVIDADE O sujeito do discurso constitudo pela interpelao ideolgica e representa uma forma-sujeito historicamente determinada. Isto quer dizer que pode ser diferente nos diferentes momentos histricos. E como o sujeito histrico de hoje? A ideologia o tornou um sujeito supostamente autnomo, livre. Ele hoje o sujeito capitalista. Estamos amarrados individualidade. Temos que ser originais, criativos... Por isto, a autora vai nos lembrar que o sujeito-leitor do sculo XIII, do sculo XVII e o de hoje so diferentes. O nosso sujeito-leitor acolhe ao mesmo tempo a idia de individualismo e o mecanismo coercitivo de individualizao imposto pela instituio e que produz sentidos, ao ler. A RELAO ENTRE O CONTEXTO DE ENUNCIAO E O CONTEXTO HISTRICO O contexto de enunciao est relacionado com o contexto de situao em sentido estrito (o aqui e agora). J o contexto histrico tem relao com um contexto mais amplo ou seja, que se busca na prpria histria. 4
Quando levamos em conta o contexto histrico, identificamos que
h um repetvel (pr-construdo) que faz ou constri o domnio do saber. FORMAO DISCURSIVA, PR-CONSTRUDO E REFERENCIALIDADE Neste tpico, vamos entender como se inscreve o espao do repetvel. A autora vai nos dizer sobre memria e esquecimento; vai dizer que memria e esquecimento se misturam. Sujeito, memria, sentido Primeira coisa a entender a idia de iluso do sujeito. Essa iluso se realiza por dois esquecimentos: a) o de que o discurso no nasce no sujeito, por isso os sentidos no se originam nele, so retomados por ele; b) o de que ao longo do seu dizer se formam famlias parafrsticas com aquilo que ele poderia dizer mas rejeitando para o no-dito, e que tambm constitui o seu dizer. Primeiro esquecimento se origina na iluso do sujeito de que a fonte de seu discurso (o que eu digo tem o sentido que eu quero onipotncia do sujeito); Segundo, se origina na iluso da realidade de seu pensamento (o que eu disse s pode significar x). No primeiro se inscreve a eficcia do assujeitamento (ou iluso da autonomia do sujeito); no segundo, a estabilidade referencial (iluso da transparncia dos sentidos). Formao discursiva e a constituio do sentido 5
o que determina o que pode e deve ser dito, a partir de uma
posio dada numa conjuntura dada. Isso significa que as palavras, expresses etc... recebem seu sentido da formao discursiva na qual so produzidas. O sentido de uma palavra, de uma expresso etc... no existe em si mesmo (no existe literalidade embora tenhamos a impresso de transparncia do sentido dado pela ideologia). Resumindo a tese, diramos que as palavras, expresses, proposies etc mudam de sentido segundo as posies mantidas pelos que as empregam, o que significa que elas tomam seu sentido em referncia a essas posies, isto , em referncia s formaes ideolgicas nas quais essas posies se inscrevem. A formao discursiva em sua correspondncia com a formao ideolgica define as condies de exerccio da funo enunciativa. A afirmao acima fundamental para o analista do discurso. Entretanto, importante ressaltar que a formao discursiva no funciona como uma mquina lgica. H deslocamentos contnuos contradies. Cada formao discursiva define-se em sua relao com as vrias outras formaes, em sua articulao (contraditria) com a ideologia. Por isso, em anlise do discurso, se considera que o que define o sujeito o lugar do qual ele fala, em relao diferentes lugares de uma formao social. No podemos deixar de inserir o sujeito num contexto e muitos menos de considerar as condies de produo de um enunciado 6
relao do sujeito com a situao, com os interlocutores, com a
ideologia numa conjuntura histrica dada etc. Formao discursiva e o repetvel Orlandi vai dizer que constituio e formulao so duas instncias, mas so inseparveis. E nessa relao que o sujeito intervm no repetvel. O interdiscurso (o repetvel) est no intradiscurso (seqncia lingstica especfica). O repetvel (domnio de saber) uma sistematicidade que no abstrata, incorprea histrica. na relao com a memria enquanto espao de recorrncia das formulaes com a ideologia que os objetos do discurso adquirem sua estabilidade referencial. Importante: os objetos de discurso que no enunciao so colocados por conta do sujeito adquirem sua estabilidade referencial pelo repetvel (o pr-construdo). Sem esquecer que o que joga na relao com o repetvel no o sujeito-em-si mas posies do sujeito que regulam j o prprio ato de enunciao. O ajuste enunciativo desaparece aos olhos de quem enuncia, garantindo, na apario de um eu-aqui-agora, a eficcia do assujeitamento: o sujeito tem a iluso de ser a origem do que diz (e do que l). UMA METFORA VISUAL: TEXTO E PERCEPO Sobre a leitura, Orlandi vai fazer uso de uma metfora. Ela ressalta que a percepo no linear, completa, fechada, plana. 7
A nossa percepo desorganizada no fixa, no se faz de
um lugar s. O olhar mvel, atinge e se desloca por pontos (posies) diferentes. H vrias perspectivas que o olhar assume (a polifonia, na linguagem verbal), e a foto fixa uma, idealizada. Por outro lado, h vrios pontos de fuga. Todo texto em relao leitura teria, pois, vrios pontos de entrada e vrios pontos de fuga. Os pontos de entrada corresponderiam a mltiplas posies do sujeito. O leitor pode produzir leituras que encaminham-se em vrias direes. No necessariamente previstas, nem organizadas, nem passveis de clculo. Os pontos de entrada so efeitos da relao do sujeito-leitor com a historicidade do texto. Os pontos de fuga so o percurso da historicidade do leitor, em relao ao texto. H um efeito de refrao em relao sua (do leitor) histria de leituras... isto que faz o leitor se apoderar e intervir no legvel. A relao entre o sujeito-leitor e o texto no , pois, nem direta nem mecnica. Ela passa por mediaes, por determinaes de muitas e variadas espcies que so a sua experincia da linguagem. CONCLUSO: A FORMA-SUJEITO E A COMPREENSO Trs relaes do sujeito com a significao 8
Aqui ns vamos entender a idia do que inteligvel, o
interpretvel e o compreensvel. a) inteligvel a simples codificao e decodificao (exemplo: ele disse isso). b) Interpretvel: aqui se atribui sentido quando temos a impresso de que h uma relao direta entre o texto e o que ele significa. O leitor apenas reproduz o que j est l produzido. A leitura do intrprete no desconstri o funcionamento ideolgico de sua posio como (forma) sujeito-leitor, apenas a reflete. c) Compreensvel atribuio de sentidos, considerando o processo de significao saber que o sentido poderia ser outro. Para chegar compreenso no basta interpretar, preciso ir ao contexto de situao (imediato e histrico). Resumindo... O sujeito que produz uma leitura a partir de sua posio, interpreta. O sujeito-leitor que se relaciona criticamente com sua posio, que a problematiza, explicitando as condies da sua leitura, compreende. Sem teoria no h compreenso. A interpretao: hermenutica e anlise de discurso A anlise de discurso no um mtodo de interpretao, no atribui nenhum sentido ao texto. O que ela faz problematizar a relao com o texto, procurando apenas explicitar os processos de significao. 9