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Este artigo discute um experimento realizado em um curso de licenciatura em matemática onde a disciplina de História da Matemática foi ensinada. O experimento teve como objetivo contribuir para a formação inicial dos futuros professores, desenvolvendo seu conhecimento pedagógico do conteúdo matemático. Atividades foram desenvolvidas no laboratório de informática e discutidas em sala de aula. Conclusões apontam contribuições da abordagem histórica para a compreensão dos conceitos matemáticos e sua influência na fut
Este artigo discute um experimento realizado em um curso de licenciatura em matemática onde a disciplina de História da Matemática foi ensinada. O experimento teve como objetivo contribuir para a formação inicial dos futuros professores, desenvolvendo seu conhecimento pedagógico do conteúdo matemático. Atividades foram desenvolvidas no laboratório de informática e discutidas em sala de aula. Conclusões apontam contribuições da abordagem histórica para a compreensão dos conceitos matemáticos e sua influência na fut
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Este artigo discute um experimento realizado em um curso de licenciatura em matemática onde a disciplina de História da Matemática foi ensinada. O experimento teve como objetivo contribuir para a formação inicial dos futuros professores, desenvolvendo seu conhecimento pedagógico do conteúdo matemático. Atividades foram desenvolvidas no laboratório de informática e discutidas em sala de aula. Conclusões apontam contribuições da abordagem histórica para a compreensão dos conceitos matemáticos e sua influência na fut
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Nielce Meneguelo Lobo da COSTAl Ana CHIUMM0 3 Resumo: Este artigo apresenta reflexes sobre as contribuies que a disciplina Histria da Matemtica pode dar na formao inicial do professor de Matemtica e, em particular, analisa a metodologia utilizada em um curso de licenciatura, nos ltimos dois anos. Atividades no laboratrio de informtica foram desenvolvidas, e neste texto discutimos o papel desempenhado pelas professoras e pelos alunos (futuros professores) no curso. A fundamentao terica foi construda a partir dos estudos de Schulman (1987) - quanto formao inicial do professor e o conhecimento pedaggico do contedo e Ponte & Oliveira (2002) sobre o conhecimento e identidade profissionais do professor de Matemtica. Na seqncia descrevemos o experimento discutindo um dos "casos" ocorridos em sala de aula e finalizando apresentamos nossas concluses. Palavras-chave: Histria da Matemtica. Formao de professores. Educao Matemtica 10 presente texto torna por base o artigo: "Formao do Professor de Matemtica com Histria da Matemtica e Tecnologia" apresentando no n SHIAM - Seminrio de Histria e Investigaes delem Aulas de Matemtica - julho de 2008, Campinas. 2 Nielce Meneguelo Lobo da Costa - Doutora em Educao: Currculo pela PUCSP e Mestre em Educao Matemtica pela PUCSP, na linha de pesquisa de Tecnologia Educacional Licenciada em Matemtica pelo IME-USP e pedagoga formada pela FFCL SBC com habilitao em Administrao Escolar e em Orientao Educacional. Especialista em Funes de variveis complexas pela UMC. Docente do Programa de Ps Graduao em Educao Matemtica da UNIBAN, desenvolve atividades de pesquisa na linha de Formao de Professores e Novas Tecnologias. email: nielcelobo@uol.com.br Ana Chiummo Mestre em Educao Matemtica pela PUCSP e Doutora em Educao (Currculo) pela PUCSP. Especialista em Mdias Digitais e Educao Distncia. Coordenadora Local do curso Licenciatura Plena em Matemtica com nfase em Informtica do campus Tatuap e Chcara Santo Antonio da UNIP. Diretora da EMEF DR. Fabio da Silva Prado- Diretoria Regional de Educao Penha. email: anachiummo@uol.com.br Avesso do Avesso, Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 ago. 2008 37 1 APRESENTAO Este artigo apresenta reflexes sobre experimento realizado em sala de aula na disciplina Histria da Matemtica e seu papel na formao inicial do professor de Matemtica. Em particular, analisa a metodologia utilizada em um curso de licenciatura, e tambm qual foi o papel desempenhado pelas professoras do curso e pelos alunos (futuros professores). Iniciamos discutindo a fundamentao terica da formao de professores e as escolhas feitas sobre a Histria da Matemtica a ser discutida com os estudantes, as contribuies que ela pode dar na construo e significao (ou re-significao) dos conhecimentos matemticos e, sua possvel influncia na prtica pedaggica desses futuros professores. Em seguida, discutimos a metodologia adotada na formao inicial investigada, a avaliao, os resultados e a divulgao dos mesmos na comunidade universitria. Finalizando apresentamos nossas concluses. 1.1 Por que estudar a Histria da Matemtica? A Matemtica de hoje o produto da evoluo humana e no algo que tenha surgido pronto e acabado com a mesma simbologia, representao e significado que tem atualmente. A Matemtica como est hoje o resultado de sculos e sculos de construo da civilizao humana e, assim sendo, fundamental ao futuro professor compreender como se originaram diversos dos conceitos matemticos que ele ir ensinar e qual foi a motivao para o desenvolvimento de cada um deles. A partir dessa compreenso possvel discutir as razes da presena de determinados conceitos matemticos, em detrimento de outros, na Matemtica escolar. Naturalmente a disciplina Histria da Matemtica na licenciatura liga-se ao conhecimento especfico que faz parte da formao inicial do professor 38 Avesso do Avesso. Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 ,ago. 2008 ~ ~ ~ _ _ __..._------- de Matemtica. Contudo, ela vai alm, pois proporciona a possibilidade de abordagem e discusso de questes fundamentais para a prtica da educao matemtica, tais como as mencionadas por MIGUEL & BRITO (1996): ... a concepo da natureza dos objetos da matemtica; a funo da abstrao e da generalizao; a noo de rigor e o papel da axiomatizao; a maneira de se entender a organizao do saber; os modos de se compreender a dimenso esttica da matemtica; e a valorizao da dimenso tico-poltica da atividade matemtica. (p. 47) Entendemos que, alm do entendimento intrnseco da Matemtica, o estudo da Histria poder contribuir para que o futuro professor d significado aos currculos escolares do Ensino Bsico e, ao agregar conhecimentos sobre o desenvolvimento das teorias matemticas e sobre os grandes matemticos, utilize a Histria tambm como um recurso didtico-pedaggico. 2 FUNDAMENTAO TERICA A formao inicial de professores tem sido fonte de estudos e pesquisas de diversos autores e para subsidiar nosso experimento nos apoiamos em Shulman e em Ponte & Oliveira. Para Shulman (1987), a prtica docente pressupe o domnio de um conjunto de saberes, ou seja, "em ensino, a base de conhecimento o corpo de entendimentos, conhecimentos, habilidades e disposies que um professor precisa para atuar efetivamente numa dada situao de ensino." (p. 106). O conhecimento que o professor tem do que vai ensinar influencia suas escolhas e suas formas de ensinar, assim como, por outro lado, a falta de conhecimentos em sua disciplina limita suas possibilidades de discurso com os alunos. Os cursos de licenciatura precisam contribuir em primeiro lugar para o conhecimento especfico, contudo, Avesso do Avesso. Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 . ago. 2008 39 de forma alguma isso suficiente. Como alertam Ponte & Oliveira (2002), na formao inicial preciso promover odesenvolvimento profissional em diversas perspectivas do conhecimento didtico: o conhecimento da Matemtica, do currculo, dos processos de aprendizagem do discente e o conhecimento do processo instrucional. Alm disso, as formaes iniciais precisam contribuir tambm para o desenvolvimento da identidade profissional do professor, o que engloba atitudes e valores que subsidiaro as suas futuras aes docentes. fundamental, segundo Shulman (1987), que os professores possam construir "pontes" entre o currculo formal e o que percebido pelos alunos. Isso, contudo, s ocorre, se o professor tiver uma profunda compreenso do contedo, dos mtodos de ensino e tenha tambm uma aguda percepo das dificuldades dos estudantes para adequar, ao longo de seu curso, o seu planejamento s necessidades dos seus alunos. Em nosso experimento de ensino partimos do pressuposto que a disciplina Histria da Matemtica pode auxiliar dando subsdios ao futuro professor, para que esse possa construir a "ponte" citada por Schulman, isso a partir do desenvolvimento do que foi chamado por ele de conhecimento pedaggico do contedo. Sobretudo na formao inicial importante considerar os estudos de Shulman (1987) os quais apontam para o desenvolvimento nos professores iniciantes de um conhecimento que engloba no apenas contedos, mas incorpora o que puderam captar como sendo "frtil para o ensino", ou seja, os conhecimentos que os auxiliaro a ensinar: os exemplos, as explicaes, as analogias que podem tomar o assunto compreensvel aos seus alunos. Envolve a percepo pessoal do contedo e ""0 inclui um entendimento do que faz o ensino de tpicos especficos fceis ou dificeis: as concepes e preconcepcs que estudantes de diferentes idades e repertrios trazem com eles para o aprendizado." (p. 114). 40 Avesso do Avesso, Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 ago. 2008 3 O EXPERIMENTO: A FORMAO INICIAL oexperimento de ensino ora relatado ocorreu nos dois ltimos anos (2006 e 2007) com os licenciandos em Matemtica de uma Universidade em So Paulo, Capital. A disciplina Histria da Matemtica est contemplada na grade curricular do curso como obrigatria e foi desenvolvida em um semestre em cada uma das turmas (de 2006 e 2007), totalizando dezoito encontros semanais de quatro horas-aula para cada turma e envolveu 149 alunos. O perfil do aluno participante foi o seguinte: alunos do noturno, em geral que trabalhavam durante o perodo diurno, egressos, em sua maioria, de escolas pblicas. Diversos dos alunos estavam retomando s salas de aula aps um longo perodo sem estudar; muitos deles se mostravam esperanosos com o curso de Licenciatura em Matemtica visto, tambm, como forma de ascenso social. 3.1 A Histria da Matemtica desenvolvida As escolhas do ponto de vista dos contedos a desenvolver tomaram por base a ementa, a partir da qual foi feito o nosso planejamento. A disciplina, em nosso entender, deveria contribuir na construo e significao (ou re-significao) de diversos dos conceitos matemticos dos alunos e, influir em sua futura prtica pedaggica. O quadro seguinte resume os ttulos abordados: Avesso do Avesso. Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 ,ago. 2008 41 Matemtica: da PrHistria ao Mundo Anti/{o. I. Pr-Histria; 2. Matemtica no Antigo Egito; 3. Matemti::a na Mesopotmia' 4. Matemtica na Grcia Antiga. Matemtica: india e Mundo rabe I. Matemtica na ndia antiga e medieval; 2. Matemtica no Mundo Arabe antigo e medieval Matemtica: Europa Medieval e Renascimento 1. Leonardo Fibonacci e o "LberAbaci"; 2. O Renascimento e o desenvolvimento da Matemtica Matemtica: do sculo XVI ao XX 1. Nmeros complexos; 2. Franois Vite e a lgebra; 3. Inveno dos logaritmos' 4. O Racionalismo e a Geometria Analtica; 5. A teoria das Probabiidades; 6. Descoberta e desenvolvimento do Clculo: Newton e Leibniz; 7. O sculo XVIII e as contribuies de Euler 8. Geometria Proietiva: de Monge a Poncelet 9. Sculo XIX: Gauss e Cauchy 10. Cauchy, a anlise matemtica e o rigor; 11. Sculo XIX: as geometrias no Euclidianas; 12. O sculo XX Tabela 1: Contedo programtico da disciplina Histria da Matemtica De imediato algumas questes afloraram em relao ao experimento. Isto : Como transformar esse contedo curricular no currculo em ao que pudesse atingir os nossos objetivos? Nossos objetivos envolviam: propiciar aos alunos uma reflexo sobre a evoluo dos conceitos da matemtica na histria da humanidade; levar o aluno investigao de problemas que estimularam o surgimento de novas teorias matemticas; propiciar condies para o aluno se expressar de maneira crtica e criativa na anlise de conceitos 42 Avesso do Avesso. Araatuba v.6. n.6. p. 37 - 55. ago. 2008 histricos de problemas; capacitar o aluno para identificar conhecimentos matemticos obtidos no contexto histrico, formar bons educadores matemticos e, finalizando, dar condies para o aluno agregar conhecimento matemtico. Como, ns professores da disciplina, poderamos fazer a "ponte" entre a nossa viso da Histria e a possvel viso do aluno futuro professor -, como ensina Schulman? Nossa proposta foi a de revisitar a Matemtica no Mundo Antigo estudando os Egpcios - e os documentos (papiros) importantes para a Matemtica; os Babilnios - e a escrita cuneiforme e o sistema sexagesimal. Os Gregos - com as provas e primeiras demonstraes e com suas inmeras contribuies. A Matemtica no Oriente Antigo e medieval, a Matemtica na poca do Renascimento, a Matemtica nos sculos XVI ao XVIII os nmeros complexos; a inveno do logaritmo; a Geometria Analtica; a descoberta e o desenvolvimento do Clculo; as contribuies de Euler e Gauss; o progresso da lgebra com Galois e Hamilton. O incrvel sculo XIX - a lgebra, a Geometria e a Anlise. O sculo XX e, ainda, os grandes matemticos brasileiros. Utilizar esse contedo como o pano de fundo para as discusses sobre o surgimento das novas teorias matemticas, o desenvolvimento do rigor matemtico, o que foi importante para a Matemtica em cada poca e o que ocupou os matemticos do passado e interferiu no futuro. A partir dessas escolhas, fizemos as opes metodolgicas e didticas que descrevemos a seguir. 3.2 A metodologia do experimento de ensino Ao construir a metodologia do experimento de ensino optamos por utilizar a informtica e levar o grupo de alunos a uma participao efetiva Avesso do Avesso, Araaluba v.6, n.6, p. 37 - 55 ,ago. 2008 43 no desenvolvimento das aulas, ou seja, consideramos que a conduo de parte dos encontros deveria ser feita pelos alunos. Assim sendo, os encontros foram divididos em quatro tipos: 1. Aulas conduzidas pelas professoras - utilizadas na introduo dos novos assuntos, sempre com o uso de recursos tecnolgicos. Por exemplo: apresentaes em Power Point; projeo e discusso de filmes tais corno: "Michelangelo" e "O nome da Rosa" (editados); "Eu, Leonardo, uma viagem da mente" (montagem) e "Equaes quadrticas e Sees Cnicas" entre outros; 2. Estudos em grupo envolvendo a leitura de textos e/ou apostilas preparadas pelas professoras; discusso de artigos de revistas, tais corno: "Papiro Rhind e as fraes unitrias" ALMEIDA, A. e CORREA, Revista do professor de Matemtica, nO 35, 1997; "Os trs problemas insolveis da Antiguidade "BONGIOVANNI, V. - Anglo, tarefa mnima, p. 17,julho 1978; "Newton, pai dafisica moderna" - Gnios da Cincia ScientificAmerican Brasil, Ed. Ediouro ISSN 16769791, entre outros; 3. Pesquisas no laboratrio de infonntica (internet e textos previamente selecionados) e montagem de Power Point para as apresentaes 4 ; 4. Aulas dadas por grupos de quatro ou cinco alunos sobre ternas previamente selecionados. Cada aula foi dada a partir de uma apresentao em Power Point e os grupos utilizaram recursos didticos diversos, tais corno material concreto, modelos, etc. Um resumo de urna pgina era distribudo aos colegas e ao final da aula algumas questes sobre o tema da aula eram propostas e na seqncia discutidas com a classe. 4Nesse aspecto importante relatar que nosso trabalho foi articulado com o da disciplina Informtica que subsidiou o trabalho dos alunos na montagem da apresentao, insero de figuras e demais recursos 44 Avesso do Avesso. Araatuba v.6. n.6. p. 37 - 55 ,ago. 2008 Na preparao das aulas os alunos tiveram suporte das pesquisas anteriores no laboratrio, nas quais eles puderam contatar dissertaes de mestrado na rea de Educao Matemtica, disponveis em formato digital, - tais como: BASTIAN, L "O teorema de Pitgoas"; KARRER, M. "Logaritmos, proposta de uma seqncia de ensino usando calculadora" PUCSP, 1999; ROSA, M. "Nmeros Complexos: uma abordagem histrica para a aquisio do conceito" PUCSP, 1998, entre outras. Alm disso, contaram com farto material de pesquisa da biblioteca - englobando os livros bsicos da disciplina, tais como BOVER, eB. Histria da Matemtica. Ed. Edgar Blucher, 1997; EVES, H. Introduo Histria da Matemtica. Ed. Unicamp. 1997 - e de paradidticos como a srie Constando a Histria da Matemtica de GUELLI, O. Ed.Atica, 1993. A idia de construir os diferentes tipos de encontros da disciplina teve por embasamento terico as pesquisas de Schn (1995) e Shulman (1987) segundo as quais os professores tendem a ensinar copiando os modelos pelos quais eles mesmos foram ensinados. Desta forma, se evidencia a importncia de nos cursos de formao de professores rompermos com as metodologias tradicionais do giz quadro-negro e apenas aulas expositivas. Ou seja, acreditamos que importante levar o futuro professor a vivenciar diferentes maneiras de conduo de aulas para que seja mais simples para ele construir estratgias diferenciadas em sua prtica pedaggica. No curso, o nosso papel como professoras centrava-se muito mais na promoo da aprendizagem do que em tcnicas de ensino. Propnhamos os filmes, textos, artigos, etc. e medivamos as discusses, debates e conduzamos a elaborao de sumrios. A partir das discusses eram feitos relatrios em grupo. O contedo foi sendo desenvolvido como uma construo coletiva, com a estratgia de pesquisas dos alunos no laboratrio de matemtica Avesso do Avesso, Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 ,ago. 2008 45 sendoprivilegiadae,dandoaosalunosaoportunidadedeprepararedesenvolver umaaulaparasuaclasse. AtabelaIIapresentaumesboodostemasintroduzidospelas professoraseasaulas("seminrios")dosalunos. Tabela2:TemasdeprofessoresealunosemHistriadaMatemtica Temasdesenvolvidospelasprofessoras AMatemticano Egito AMatemticanaMesopotmiaAescrita cuneiformeeosistemasexagesimal. AMatemticanaGrciaAntiga AMatemticano Oriente MatemticanaIdadeMdia AMatemticanaoocadoRenascimento. AMatemticanossculosXVIaoXVIII: AnlisematemticanossculosXIXeXX OsculoXX-TeoriadoCaos,Fractais,O ltimoTeoremadeFermat(AndrewMiles) Aulasdesenvolvidaspelosalunos 1. ThalesdeMileto 2. Pitgorasde Samos 3. EuclidesdeAlexandria- Oselementos 4. EudoxoeEratstenes 5. Indus- Baskarah 6. Mundorabe- AlgebradeAI- Khowrizmi 7. LeonardodePisa LberAbaci 8. LeonardodaVincieViete 9. Nmeroscomplexos 10.Invenodologaritmo- Napier 11. GeometriaAnaliica(Descartes,Fermat) 12.Ars Magna(Cardano,Tartaglia) 13.BlaisePascaleFermat(probabilidades) 14.Moivre,Bernoulli,Euler, 15. Gauss 16. D'Alembert(aenciclopdia),Gaspar Monge(g. proietiva) 17. Osgrandesmatemticosbrasileiros 46 AvessodoAvesso, Araatubav.6, n.6, p. 37 55.ago. 2008 A avaliao da aprendizagem na disciplina de Histria da Matemtica foi composta levando-se em conta: a participao dos alunos em cada tipo de encontro, uma avaliao da aula dada por aluno e, a partir das questes propostas nas aulas ("seminrios") respondidas e discutidas no grande grupo, gerou-se um "banco" de questes, que foi ento utilizado nas avaliaes oficiais da instituio. N este artigo apresentamos uma das experincias de aulas de alunos, a qual foi denominada O "caso" Leonardo da Vinci - pintor e matemtico, apresentada a ttulo de exemplo da prtica dos futuros professores como docentes dos seus colegas. 3.3 O "caso" Leonardo da Vinci - pintor e matemtico Em pauta, no curso, a Matemtica na poca do Renascimento, um dos mais fascinantes perodos da Histria humana. Ns, professoras introduzimos o contexto histrico e o que ocorria na Matemtica, na seqncia, um grupo de alunos apresentou a aula sobre dois famosos renascentistas: o italiano Leonardo da Vinci e o francs Franois Vite. A orientao dada aos alunos era de que cada aula deveria utilizar, pelo menos, o recurso de uma apresentao em Power Point e ser acompanhada de um trabalho escrito contendo: introduo, desenvolvimento, concluso e bibliografia. Tal trabalho ficaria a disposio da classe para consultas e xerocpias. Um resumo deveria ser disponibilizado aos colegas e, ao final, algumas questes deveriam ser postas e, na seqncia, discutidas com a sala. Quanto ao contedo, nossa orientao era de que os alunos, quando seu tema fosse ligado a um particular matemtico, deveriam relatar sua vida tendo sempre a preocupao de trazer a Matemtica desenvolvida por ele e qual a importncia de sua contribuio para o desenvolvimento Avesso do Avesso, Araatuba v.6, n.6, p. 37 55, ago. 2008 47 da propria Matemalica e da civilizarrao. Deveriarn cuidar para que a aula nao trouxesse apenas curiosid ades que nada acrescentassem ao conhecimento matematico dos colegas. Na aula ora relatada, 0 gmpo iniciou com a exposic;ao sobre Leonardo da Vinci, - por coincidencia ofilme "0 c6digo da Vinci" eslava em cartaz, 0 que motivava a classe- apresenlou sua biografta e as [acetas do genio: como pintor e escullor. como engenheiro, arquitelo, anatomista e inventor. Alguns dos projetos de Leonardo 11a engenhruia [oram disculidos, assim como os dcsenhos que ele fez do corpo humano. Na sequencia apresentaram sellS feitos na Matem,itica: 0 prototipo de lima maqllina de alcular' e ell arnor pela geometria que 0 levou a esludar com afinco a geometria de Plamo a Euclides. Na Figura I, um dos slides apresentando ilustrarrao feila sobre solidos platonicos por Leonardo, em 1509, para 0 livro "Divino Proportione" de Luca Paciol i ( 1445-1517). A partir da aula, foi possivel revisitar os poliedros de Platao debatendo com os aluno sobre earacteristicas des cs poliedros. PlIII Figura l-Slfdc com .]gun. do. polledros de Platiio 5 :.mbora a primeira maquina de calcular fosse atribuida a Blaise Pascal, cerca de 150 ano antes. Leonardo fez 0 prot6ti po dt) uma cai cli ladora que seria capaz de omar e slIbtrair nLlmeros de ate 13 algarismos. 48 Avesso do Avesso, Ara<;atuha v.6, n.6, p. 37 - 55 , ago. 2011:': Na seqncia o grupo discutiu com a classe que existem muitas demonstraes do Teorema de Pitgoras, sendo que uma das mais elegantes foi feita por Leonardo da Vinci, apresentaram ento tal demonstrao. A partir da foi possvel comparar tal prova com outras demonstraes j conhecidas pelos alunos, tais como a demonstrao por semelhana de tringulos. No Anexo 1 encontra-se um resumo com todos os sIides apresentados na apresentao sobre Leonardo da Vinci. A seguir foi apresentada a parte relativa Franois Viete, o "pai" da lgebra moderna, que aqui no discutiremos. Finalizando os alunos propuseram questes sobre os temas trabalhados e as discutiram com a classe. 3 REFLEXES Acreditamos que cada um dos tipos de aula que comps a metodologia de trabalho contribuiu de forma especfica para a formao. Os alunos tiveram a oportunidade de pesquisar os temas em materiais tais como as dissertaes de mestrado em Educao Matemtica, os textos disponibilizados na internet - nem sempre com informaes corretas - e a oportunidade de dar uma aula e assistir aulas de colegas. Tal experincia, aliada aos debates com a classe e a avaliao somativa e formativa esperamos que tenham contribudo para provocar reflexes nos futuros professores sobre formas de ensinar e aprender. Quanto s vantagens e desvantagens dessa experincia ficou evidente que a forma de trabalho, em cooperao com os alunos, foi produtiva e que dando voz aos alunos o que se perdeu em conduo, controle e situaes de disperso do assunto pode ser compensado com a maior participao, exposio de idias e promoo de debates que nunca ocorreriam em um curso centrado prioritariamente no professor e em aulas Avesso do Avesso, Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 ,ago. 2008 49 expositivas. Consideramos que a mediayao pedag6gica emenos conforulvel para 0 professor em urn curso no estilo proposto, uma ve7 que, em diversas da SiluayOeS as discLlssoes levam a caminhos inexplorados pelo professor, 0 que exige maleabi I idade C 0 cstabelecimcnto de tun relacionamcnto bascado na conflanya mutua. Em divers os momentos os alunos propuseram a rctomada de conteudos. POI' exemplo, 0 grupo cujo tcma foi "A ;/11' m;Qo dos /ogaritmos - Napier " solicitou lima retomada do assunto, uma vez que este nilo era do conhecimento deles. Assim, a disciplina em djverso' momentos se distanciou do plancjado para se adequar as ncccssidades dos alunos. Enfim acredilamos que, se entre os 110SS0S objetivos estava a significayao de conceito matematicos, era necessario atender as solicita<;ocs do" quanto a retomadas de conteudos e construr;ao de conceilos. Finalizando, a expcricncia dos alunos foi rclatada em dois cncontros internos, as Moslras de Educayao Matematica, feitas l1a inst1l1li yao. Na figura 2, apresentamos urn dos momentos da fala de aluno Figura 2 - ApreSenl81,'aO em e, Cill'O interllo: do Teorema de Pitiigaros AI esso do Avesso, Ara<;:<lluba \ .6, n.6, p. 37 - 55 . ago. 100li 50 A Histria da Matemtica, em nosso entender pode contribuir para o desenvolvimento profissional na formao inicial no apenas agregando conhecimentos na Matemtica, mas tambm na avaliao critica do que vale a pena ensinar, na constatao dos problemas que foram importantes no passado e qual o seu papel no desenvolvimento da Matemtica. necessrio, contudo, pesquisar metodologias e estratgias de ensino que possam levar a um aprendizado efetivo e que auxiliem na construo das prticas pedaggicas dos futuros professores. COSTA, Nielce Meneguelo Lobo da; CHIUMMO, Ana. The history of mathematics in the licenciate course: considerations about possibilities. Avesso do Avesso, Araatuba, v.6, n.6, p. 37 - 55, ago. 2008. Abstract: This article introduces considerations about the contributions that the discipline, Hstory ofMathematcs can add to the primary formation of mathematics teachers. It also analyses the methodology utilized in the licensure course in the past two years. We developed activities in the computer laboratory and herein we discuss the role performed by the teachers and by the students (future teachers). The theoretical foundation for the initial formation ofthe teacher, and the pedagogical knowledge ofthe contents was based on the studies by Schulman (1987). The foundation for the knowledge and professional identity ofthe mathematics teacher was based on the studies by Ponte & Oliveira (2002). We describe bellow the experiment and discuss one ofthe "events" occurred during class. Finally, we present our conclusions. Key words: History ofMathematics. Formation ofteachers. Mathematical Education. Avesso do Avesso, Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 ,ago. 2008 51 ----- REFERNCIAS MIGUEL, A; BRITO, A 1. A histria da matemtica na fonnao do professor de matemtica. Cadernos CEDES, Campinas, SP, n.40, p. 47-61, 1996. PONTE, J. P.; OLIVEIRA, H. Remar contra a mar: a construo do conhecimento e da identidade profissional na fonnao inicial. Revista da Educao, Lisboa, v.lI, n.2, p. 145-163,2002. SCHON, D. Fonnar professores como profissionais reflexivos. ln: NVOA, A. (Org.) Os professores e sua formao. Lisboa: Publicaes Dom Quixote, 1995. p. 77-92. SHULMAN, L. S. et aI. 150 ways ofknowing: representations ofknowledge in teaching. ln: CALDERHEAD, J. (Org.). Exploringteachers thinking. Gr-Bretanha: CasseI Educational Limited, 1987. p. 104-124. : Knowledge and teaching: foundations ofthe new refonn. ln: Harvard Educational Review, U.S.A v. 57, n. 1, p.I-22, february 1987. 52 Avesso do Avesso, Araatuba v.6, n.6, p. 37 - 55 , ago. 2008 Anexo 1 - Telas da sobre Leonardo da Vinci ntu "f_ lel18 Vllci 1111.01 nlhrtllilill h iliidna "" .. VIda )oFt
dallnci II .,;. ...... .. lida Ilu )lK .. p .. <In ... ... ,,_:.. ... r. "'--'. - !::-......... o--t",Ib. _...- IIMI r .o!< to 11 Avcsso do A\es,o. '" (L 11 .{1. p. 37 - 55 2008 12 53 lallfnasdiV Ollras I n ~ i s la_Calc 13 14 IS mlsta )6 11 18 Romem Vimnmano Hlmem Vinmano 19 20 21 Pliedras POlildros Polledns Z2 23 24 54 Avesso doAves 0, Arayatuba v.6, n.6, p. 37 -):> , ago. 2008 l . ,_.a.m..".... !.... ,-,-:- ( o.Ii WindMa lU1III1de Pili9011S 25 21 Ave;:;" do '\ ruyillul,OI v.6. 11. 6, p. 37 . ,"go. 2008 55
Proposta de Introdução Do Tema Equações Trigonométricas Da Forma R (Senx, Cosx) C No Capitulo I: Trigonometria, No Programa Da 11 Classe Do II Ciclo Do Ensino Secundário