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Perigo noturno
Existem vários tratamentos para a apneia do sono, mas médicos
dizem que a melhor forma de combatê-la é evitar o excesso de peso

Bruno Costa

Em seus 44 anos de casada, a servidora pública aposentada Aristela


Serbeto, 69 anos, teve poucas noites bem dormidas. Não que ela
sofresse de alguma doença. O problema estava logo ali ao lado: seu
marido Álvaro Neves, 70 anos, que sofria com a apneia obstrutiva do
sono. “Ele roncava e parava de respirar. De repente, começava tudo de
novo”, conta Aristela, referindo-se à principal característica do mal que
afetava o companheiro. Quem sofre de apneia passa por sucessivas
paradas respiratórias enquanto dorme, tendo de acordar
superficialmente para que o ar volte a circular. O resultado é um sono
fragmentado e de má qualidade, que deixa a pessoa cansada durante o
dia.

A parada respiratória ocorre quando os tecidos moles — céu da boca,


úvula (“campainha”), bochecha e língua — estão relaxados (veja arte).
Existem várias técnicas para tratar o distúrbio, como o tratamento
ortodôntico, que consiste no uso de aparelhos bucais feitos com
silicone para reposicionar a mandíbula para a frente, liberando a
passagem do ar. “É como um par de óculos que usamos só para ler. Esses aparelhos são
necessários apenas quando a pessoa vai dormir”, compara o dentista Roberto Ramos. Para o
consolo de Aristela, Álvaro começou a usar o objeto há três meses e deixou de sofrer as
interrupções da respiração. Hoje, a aposentada dorme tranquila e não se incomoda mais com o
ronco do marido, que continua, mas de forma menos intensa. “Sempre me deu uma agonia
enorme vê-lo sufocando sem respirar. Era horrível”, lembra.

Exercícios
Sabendo que os tecidos moles são os responsáveis pela obstrução do ar, a fonoaudióloga e
especialista em motricidade orofacial Katia Guimarães criou uma série de exercícios para fortalecer
a musculatura da garganta e da língua. Um estudo feito em parceria com o Instituto do Coração de
São Paulo (InCor) constatou a eficácia da técnica. No grupo de 16 voluntários que realizaram os
exercícios elaborados pela especialista, foi observada uma redução de 40% nos casos de ronco e
apneia. “Eu já aplicava esses exercícios em meus pacientes, mas o estudo serviu para comprovar a
eficácia da técnica”, diz a médica, que teve a pesquisa publicada no periódico American Journal of
Respiratory and Critical Care Medicine. Um dos 16 voluntários foi Carlos Romagnolli, 59 anos, que
passou a dormir bem melhor, segundo conta: “Em uma semana, melhorei muito. Estou muito mais
disposto”.

Sofrendo do nível mais grave da doença — determinado pela polissonografia, exame que mede a
quantidade de paradas respiratórias por hora —, Romagnolli era um forte candidato a ser tratado
com o CPAP, aparelho que injeta ar pela garganta por uma máscara enquanto a pessoa dorme.
Trata-se da técnica mais comum para tratar os casos sérios do mal. “Com os exercícios, não
precisei da máscara”, comemora.

Apesar dessas opções, os especialistas dizem que a melhor forma de evitar o mal é controlando o
peso. “Mais de 70% dos casos de apneia acontecem em obesos”, informa o diretor do Laboratório
do Sono do InCor, Geraldo Lorenzi. “Se a pessoa perde peso, os músculos flácidos somem e a
circunferência do pescoço diminui”, explica. O esforço para manter a forma vale a pena, afinal, a
apneia pode causar problemas como infarto do miocárdio, derrame cerebral e arritmia cardíaca.

1 de 1 17/7/2009 11:29

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