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Revisão e Adendos:
Virgı́nia Brilhante
Tanara Lauschner
Edição:
Rodrigo Camelo
Prefácio
Esta apostila é a primeira versão das Notas de Aulas em Computação
- Matemática Discreta (NAC-MD/01) do DCC (revisada em 2004). Parte
desta apostila origina-se da apostila utilizada na disciplina Aspectos For-
mais da Computação do antigo curso de Bacharelado em Processamento de
Dados. Ela será adotada como texto básico para a turma de Matemática
Dsicreta do Bacharelado em Ciência da Computação da Universidade do
Amazonas
Estas notas de aula são uma adaptação do conteúdo de alguns livros
em Matemática Discreta para Computação. Por exemplo, [Gra95, Vel94,
Woo89] não traduzidos para o português, que temos estudado nos últimos
anos. Portanto, muito de seu conteúdo foi adotado de bibliografia mencio-
nada no texto, às vezes literalmente. No entanto, pelo fato de ter compilado
os assunto de várias fontes, a organização deste material é original.
Neste curso veremos como a computação está intimamente relacionada
com a matemática no que diz respeito à sua base formal. Primeiro, porque
podemos ver a matemática como uma linguagem para descrição e discussão
a respeito do universo que se descreve. Segundo, porque esta incorpora
padrões de manipulação de sı́mbolos que constituem a linguagem descritiva.
A computação, por sua vez, se utiliza exatamente deste ferramental para
representar e processar a informação ou o conhecimento pois, em última
análise, todo programa transforma uma sequência de sı́mbolos em outra
sequência.
Começando pela Lógica, podemos vê-la como sendo a ciência que inves-
tiga o raciocı́nio, e que tem um papel fundamental para muitas áreas do
conhecimento. A Matemática, até o século passado, era a que mais parecia
se beneficiar dos avanços dessa ciência, tendo inclusive contribuı́do para o seu
próprio desenvolvimento. Os conceitos mencionados acima, tiveram o seu
desenvolvimento dentro do que ficou conhecido como Lógica Matemática.
Não é nosso objetivo estudarmos ló)gica em profundidade mas os conceitos
básicos mais importantes para que saibamos utilizá-los para representar e
processar conhecimento.
Também veremos que boa parte da Matemática, denominada Matemática
Discreta, é de extrema importância para construirmos sistemas formais e
provarmos suas propriedades.
A respeito dos métodos de prova, veremos um capı́tulo especial sobre
estratégias ou técnicas de prova, onde nosso objetivo será o de introduzir
o estudante à sistematização na prova de teoremas. Os métodos a serem
apresentados, embora considerado simples por aqueles que investigam teo-
rias sobre o raciocı́nio matemático, são de grande utilidade, sobretudo, para
aqueles que encontram dificuldades em elaborar a prova de um teorema.
Gostaria de agradecer aos alunos das turmas anteriores pelos comentários
que alguns deles fizeram e que nos ajudaram a melhorar este material. Em
especial agradeço a Marcia Roberta Falcão pela sua dedicação na solução de
ii
alguns dos exemplos contidos nesta nova versão e presença sempre inspira-
dora.
E. S. Mota
Manaus AM
Outubro de 2002
iii
iv
Sumário
List of Figures 1
v
vi
Lista de Figuras
1
2
Capı́tulo 1
Introdução à Matemática
Discreta
3
4 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA DISCRETA
Ferramentas Matemática
Hardware
Software
Lápis e papel
Raciocı́nio
Técnicas Contrução de algoritmos, programas
Representação de informação ou conhecimento
Prova de Teoremas
Diagramação E.R.
Metodologias Desenvolvimento de sistemas
Pesquisas: Analı́ticas e Empı́ricas
Resolução de problemas
Modelagem
SOLUCAO
PROBLEMA DO
PROBLEMA
MODELO MODELO
ABSTRATO TRANSFORMADO
ignoradas. Tais modelos são conhecidos como modelos abstratos, que po-
dem não ser uma representação direta do objeto real. Considere o seguinte
exemplo.
Exemplo 1.1 João tem doze bananas pacovã que lhe custaram
20 centavos cada uma. Quantas bananas ele deverá vender, a 25
centavos cada, para que ele comece a ter lucros?
C
20
5
B 30
5
A 20
10 10 F
10
E
20
D
B 5
C – 5
D 10 10 20
E – 20 – 20
F – – 30 – 10
A B C D E
5
A 20
10 F
10
D E
Exercı́cios
E1-1 Encontre outras soluções para o probelema da figura 1.2 (há pelo me-
nos mais três soluções).
E1-2 Considere os seguintes grafos representando sistema de rodovias. En-
contre o menor caminho para cada grafo que conecte todas as cidades.
O caminho encontrado é único?
B 8 C 7 D
4 2 9
A 11 I 4 14 E
8 7 6
10
H 1 G 2 F
B 6 C
3
2 1 4
A 2 7
5
6
E D
Argumentos Lógicos e
Cálculo Proposicional
Exemplo 2.1
1 - Se a demanda aumentar, então a empresa se expande.
2 - Se as empresas se expandem, então elas empregam trabalha-
dores.
Se P então R
Exemplo 2.2
1 - A rede local está mal configurada ou o provedor Internet está
desligado.
2 - A rede local não está mal configurada.
11
12CAPÍTULO 2. ARGUMENTOS LÓGICOS E CÁLCULO PROPOSICIONAL
Exemplo 2.3
a é Q
Isso significa que do ponto de vista da linguagem não existe uma relação
de derivabilidade entre as sentenças. Derivabilidade, por sua vez, está rela-
cionada com a consequência lógica entre os fatos expressos pelas sentenças.
O que podemos concluir disto é que deve haver uma relação entre a
linguagem que usamos para expressar um argumento e o que esses argu-
mentos representam em relação ao mundo real. Esta relação é provida pela
semântica da linguagem como mostra a Figura 2.1. Note que, a propriedade
de um fato ser uma consequência lógica de outro fato no mundo real é espe-
lhado na linguagem pela propriedade de uma sentença ser derivada de outra
através de algum método de derivação ou cálculo.
Deriva
Sentenca Sentenca
Linguagem
Semantica Semantica
Mundo Real
Consequencia Logica
Fatos Fatos
Figura 2.1: Conexão entre sentenças de uma linguagem e fatos se dá pela
semântica.
Mais dois outros tipos de silogismo muito importantes são o modus po-
nens e o modus tolens, cujas formas são respectivamente:
Se P então Q
P
Se P então Q
não Q
não P
Definição 2.1 Qualquer argumento (ou declaração) que seja verdadeira (V)
ou falsa (F) é chamada proposição.
Desafios 1
P Q ¬P ¬Q P ∧Q P ∨Q P →Q P ↔Q
V V F F V V V V
V F F V F V F F
F V V F F V V F
F F V V F F V V
x P Q P →Q
3 V V V
1 F F V
-5 F V V
? V F F
Tabela 2.2: Tabela verdade para “se x > 2 então x 2 > 4.”
1. Se P , então Q.
3. P é suficiente para Q.
5. P implica Q.
D I
x valor
Tautologias e Contradições
Através de uma função de avaliação ou assinalamento podemos classificar
expressões lógicas como
Tautologia é toda expressão lógica que tem valor V sob todas as possı́veis
avaliações.
Contradição é toda expressão lógica que tem valor F sob todas as possı́veis
funções de assinalamento.
Contingência é toda expressão lógica que não é uma tautologia e nem uma
contradição.
1
No restante deste texto usaremos assinalamento, avalição ou interpretação para dizer
a mesma coisa.
2.4. CÁLCULO PROPOSICIONAL 21
P Q P ∧Q ¬(P ∧ Q) ¬(P ∧ Q) ∨ Q
V V V F V
V F F V V
F V F V V
F F F V V
¬(P ∧ Q) ∨ Q ¬(P ∧ Q) Q (P ∧ Q) P Q
F F F V V V
P Q P ∨Q ¬P (P ∨ Q) ∧ ¬P ((P ∨ Q) ∧ ¬P ) → Q
V V V F F V
V F V F F V
F V V V F V
F F F V F V
Desafios 2
2. ((A ↔ B) ↔ (A ↔ (B ↔ A)))
5. (A → (B → (B → A)))
6. ((A ∧ B) → (A ∨ C))
7. (((A → B) → A) → A)
8. (A → B) ∨ (B → A)
((P1 ∧ P3 ) ∧ P2 ) ∧ (V ∧ P1 )
(V ∧ P1 ) ⇔ P1 - identidade
((P1 ∧ P3 ) ∧ P2 ) ∧ P1
((P1 ∧ P3 ) ∧ P2 ) ∧ P1 ⇔ P1 ∧ P1 ∧ P2 ∧ P3 - comutativa
P1 ∧ P1 ∧ P2 ∧ P3 ⇔ P1 ∧ P2 ∧ P3 - Idempotência.
• Transitiva: se P ⇔ Q e Q ⇔ R, então P ⇔ R.
• Simétrica: se P ⇔ Q então Q ⇔ P .
Um conceito importante associado a uma fórmula proposicional é o de
literal.
Com isto podemos agora listar algumas técnicas para manipular ex-
pressões lógicas.
24CAPÍTULO 2. ARGUMENTOS LÓGICOS E CÁLCULO PROPOSICIONAL
1. Em conjunções:
a) literais complementares é sempre F (contradição).
b) eliminar todo V ou duplicatas de um mesmo literal (e.g. P ∧ P é
reduzido para P - por idempotência).
2. Em disjunções:
a) que tenham V ou literais complementares é sempre V.
b) eliminar todo F ou duplicata de literais.
Exemplos:
P ∨ Q ∨ ¬P - V
P ∨Q∨F∨P - P ∨Q
Desafios 3
1. Verifique se as seguintes sentenças são verdadeiras.
(a) (A ↔ B) ⇔ ((A → B) ∧ (B → A))
(b) ((¬A) ∨ B) ⇔ ((¬B) ∨ A)
(c) (¬(A ↔ B)) ⇔ (A ↔ (¬B))
2. Quais das seguintes sentenças são implicadas logicamente por A ∧ B ?
(a) A (d) ((¬A) ∨ B) (g) A → B
(b) B (e) ((¬B) → A) (h) ((¬B) → (¬A))
(c) (A ∨ B) (f) A ↔ B (i) (A ∧ (¬B))
3. Repita o exercı́cio anterior trocando A ∧ B por:
(a) A → B (b) A ∨ B (c) A ↔ B
4. Mostre que cada sentença na coluna I é logicamente equivalente a sua
correspondente na coluna II 2 .
I II I II
(a) A → (B → C) (A ∧ B) → C (j) ¬(A ∨ B) (¬A) ∧ (¬B)
(b) A ∧ (B ∨ C) (A ∧ B) ∨ (A ∧ C) (k) ¬(A ∧ B) (¬A) ∨ (¬B)
(c) A ∨ (B ∧ C) (A ∨ B) ∧ (A ∨ C) (l) A ∨ (A ∧ B) A
(d) (A ∧ B) ∨ ¬B A ∨ ¬B (m) A ∧ (A ∨ B) A
(e) (A ∨ B) ∧ ¬B A ∧ ¬B (n) A ∧ B B∧A
(f) A → B ¬B → ¬A (o) A ∨ B B∨A
(g) A ↔ B B↔A (p) (A ∧ B) ∧ C A ∧ (B ∧ C)
(h) (A ↔ B) ↔ C A ↔ (B ↔ C) (q) (A ∨ B) ∨ C A ∨ (B ∨ C)
(i) A ↔ B (A ∧ B) ∨ (¬A ∧ ¬B) (r) ¬(A ↔ B) A ↔ ¬B
5. Prove que A e B são logicamente equivalentes se, e somente se A
implica logicamente em B e B implica logicamente em A.
6. Mostre que A e B são logicamente equivalentes se, e somente se os
valores das colunas abaixo de cada um em suas respectivas tabelas
verdade são idênticos.
2
Exercı́cios extraı́dos do livro Introduction to Mathematical Logic, Elliot Mendelson
2.4. CÁLCULO PROPOSICIONAL 25
Forma Normal Disjuntiva (FND) é toda fórmula escrita como uma dis-
junção em que cada elemento da disjunção é uma conjunção de literais.
Exemplo: (P ∧ Q) ∨ R, mas P ∧ (R ∨ (P ∧ Q)) não está na FND.
1. Remover todo → e ↔
Desafios 4
(a) (P → Q) ∧ (Q → R)
(b) (P → Q) ↔ ((P ∧ Q) ↔ Q)
(c) ¬P → ¬Q
(d) (P ↔ Q) ↔ (P ↔ R)
(e) (P ↔ Q) ↔ ((P ↔ R) ↔ (R ↔ S))
(a) (P ∧ Q) ∨ (Q ∧ R) ⇔ Q ∧ (P ∨ R)
(b) ¬(¬(P ∧ Q) ∨ P ) ⇔ F
(c) ¬(¬P ∨ ¬(R ∨ S)) ⇔ (P ∧ R) ∨ (P ∧ S)
(d) (P ∨ R) ∧ (Q ∨ S) ⇔ (P ∧ Q) ∨ (P ∧ S) ∨ (R ∧ Q) ∨ (R ∧ S)
(a) (Q ∧ R ∧ S) ∨ (Q ∧ ¬R ∧ S)
(b) (P ∨ R) ∧ (P ∨ R ∨ S)
(c) (P ∨ (Q ∧ S)) ∨ (¬Q ∧ S)
(d) P ∨ ¬Q ∨ (P ∧ Q) ∧ (P ∨ ¬Q) ∧ ¬P ∧ Q
(e) (P ∨ ¬Q) ∧ (¬P ∨ Q) ∨ ¬(¬(P ∨ ¬R) ∧ Q)
(f) ¬((P ∨ Q) ∧ R) ∨ Q
(a) (P → Q) ↔ (P → R ∨ Q)
(b) (P ∨ Q) ∧ (P ∨ (R ∧ S)) ∨ (P ∧ Q ∧ S)
1-P
2-P →Q
3-Q
P, P → Q |= Q
• Eliminação do ∧
P ∧ Q |= Q e P
• Introdução do ∧
P, Q |= P ∧ Q
1. φ ∈ ∆, ou
Exemplo:
∆ = {P, P → Q, P → R, Q → S}
∆`S
1) P, P → Q então Q (por Modus Ponens)
2) Q (de 1) e Q → S então S (por Modus Ponens).
29