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Rodrigo Constantino
Análises de um liberal sem medo da polêmica
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A teoria da exploração
“O sistema econômico marxista, tão elogiado por hostes de pretensos intelectuais, não passa de
um emaranhado confuso de afirmações arbitrárias e conflitantes.” (Ludwig Von Mises)
Poucas teorias exerceram tanta influência como a teoria socialista de juro, ou mais conhecida
como “teoria da exploração”. De forma resumida, ela diz que todos os bens de valor são produtos
do trabalho humano, mas que o trabalhador não recebe o produto integral do que produziu, pois
os capitalistas tomam para si parte do produto dos trabalhadores.
O juro do capital consistiria, pois, numa parte do produto de trabalho alheio que se obtém através
da exploração da condição de oprimidos dos trabalhadores. Os dois grandes expoentes dessa
teoria foram Rodbertus e Marx, e um dos primeiros economistas a apresentar uma sólida
refutação dela foi o austríaco Eugen Von Böhm-Bawerk.
Mises definiu a sua obra como “a mais poderosa arma intelectual que se tem para a grande
batalha da vida ocidental contra o princípio destrutivo do barbarismo soviético”. Segue um resumo
dos principais pontos abordados por ele, com especial foco na teoria marxista.
Um dos primeiros pontos onde se pode atacar essa teoria é no que diz respeito à afirmação de
que todos os bens, do ponto de vista econômico, são apenas produtos de trabalho. Se fosse
verdade que um produto vale somente aquilo que custou de trabalho para produzi-lo, as pessoas Encontre-nos no Facebook
não iriam atribuir um valor diferente a um magnífico barril de vinho de uma região nobre vis-à-vis
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o vinho de outra região pior. Uma fruta achada não teria valor algum também.
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Outro ponto importante é que a teoria comumente ignora a diferença entre valor presente e valor
futuro, como se fosse indiferente consumir um bem agora ou daqui a dez anos. O trabalhador
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Refutando com Bohm-Bawerk a teoria da exploração marxista | Rodrigo Constantino - VEJA.com
receberiam se fossem empresários, mais do que produzem para o empresário com quem
firmaram contrato de trabalho”.
Partindo mais especificamente para a teoria marxista, acredita-se que o valor de toda mercadoria
Arquivo
depende unicamente da quantidade de trabalho empregada em sua produção. Marx dá mais OUTUBRO 2013
ênfase a esse princípio do que Rodbertus. Marx vai direto ao ponto em sua obra O Capital: S T Q Q S S D
“Como valores, todas as mercadorias são apenas medidas de tempo de trabalho cristalizado”. 1 2 3 4 5 6
No limite, uma fábrica de gelo construída no Alaska teria o mesmo valor que uma fábrica de gelo 7 8 9 10 11 12 13
14 15 16 17 18 19 20
construída no mesmo tempo e pela mesma quantidade de trabalho no deserto do Saara. A teoria
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marxista de valor ignora totalmente o fator de subjetividade e utilidade do lado da demanda. Ela 28 29 30 31
não leva em conta que o fato de trabalho árduo ter sido empreendido não é garantia de que o
resultado terá valor pela ótica do consumidor. « set
Ou, ao contrário, ignora que muitas vezes pouco esforço ou trabalho pode gerar algo de muito
valor para os outros, como no caso de uma idéia brilhante. Isso sem falar da diferença de
produtividade entre as pessoas, pois é difícil imaginar quem diria que uma hora de trabalho de um
grande artista é equivalente a uma hora de trabalho de um simples pintor de parede. Se fosse
preciso a mesma quantidade de tempo para caçar um gambá fétido e um cervo, alguém diria que
eles valem a mesma coisa?
Para Marx, a “mais-valia” seria uma conseqüência do fato de o capitalista fazer o trabalhador
trabalhar para ele sem pagar uma parte do trabalho. Na primeira parte do dia, o trabalhador
estaria trabalhando para sua subsistência, e a partir disso haveria um “superávit de trabalho”,
onde ele seria explorado, trabalhando sem receber por isso.
Marx diz então: “Toda a mais-valia, seja qual for a forma em que vá se cristalizar mais tarde –
lucro, juro, renda etc. – é, substancialmente, materialização de trabalho não pago”. Por esta
estranha ótica marxista, um capitalista dono de uma barraca de pipoca que contrata um
assistente é um explorador, enquanto um diretor assalariado contratado pelos acionistas de uma
grande multinacional é um explorado.
Böhm-Bawerk não duvidava de que Marx estivesse sinceramente convencido de sua tese. Mas
os motivos de sua convicção seriam, segundo o austríaco, diferentes daqueles apresentados em
seus sistemas. Marx, diz ele, “acreditava na sua tese como um fanático acredita num dogma”.
Jamais teria alimentado dúvida honesta pelo sistema, questionando de verdade a sua lógica e
buscando contradições que derrubassem a teoria. Böhm-Bawerk diz: “Seu princípio tinha, para ele
próprio, a solidez de um axioma”.
Afinal, um pouco mais de bom senso e escrutínio não deixaria pedra sobre pedra da teoria
marxista de valor. Em primeiro lugar, todos os bens “raros” são excluídos do princípio do trabalho.
Nem mesmo um marxista tentaria defender que um quadro de Picasso vale somente o tempo de
trabalho. Em segundo lugar, todos os bens que não se produzem por trabalho comum, mas
qualificado, são considerados exceção também.
Somente essa exceção já abrange quase todos os casos reais de trabalho, onde cada vez mais a
divisão especializada leva ao aprimoramento do trabalho qualificado. No fundo, essas exceções
“deixam para a lei do valor do trabalho apenas aqueles bens para cuja reprodução não há
qualquer limite, e que nada exigem para sua criação além de trabalho”. E mesmo nesse campo
restrito existirão exceções!
Logo, a tal “lei” marxista que tenta explicar o valor de troca de todos os bens não passa, na
prática, de uma pequena exceção de alguma outra explicação qualquer. Essa “lei”, não custa
lembrar, é um dos mais importantes alicerces das teorias marxistas. Ainda assim, os marxistas
ignoram as “exceções” da teoria e defendem sua universalidade, negando a resposta quando se
trata de troca de mercadorias isoladas, justamente onde uma teoria de valor se faz necessária.
Para tanto, abusam de inúmeras falácias conhecidas, já que quando os fatos contrariam a teoria,
preferem mudar os fatos.
Não obstante as gritantes falhas do pensamento marxista e sua teoria de valor, nenhuma outra
doutrina influenciou tanto o pensamento e as emoções de tantas pessoas. Uma multidão encara o
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Refutando com Bohm-Bawerk a teoria da exploração marxista | Rodrigo Constantino - VEJA.com
lucro como exploração do trabalho, o juro como trabalho não pago pelo parasita rentier etc. Para
Böhm-Bawerk, a teoria marxista sobre juros conta com erros graves como “presunção,
leviandade, pressa, dialética falseada, contradição interna e cegueira diante dos fatos reais”.
A razão para que tanto absurdo tenha conquistado tanta gente está, segundo Böhm-Bawerk, no
fato de acreditarmos com muita facilidade naquilo em que desejamos acreditar. Uma teoria que
vende conforto e promete um caminho fácil para reduzir a miséria, fruto apenas dessa
“exploração”, conquista muitos adeptos.
Segundo Böhm-Bawerk, “as massas não buscam a reflexão crítica: simplesmente, seguem suas
próprias emoções”. Acreditam na teoria porque a teoria lhes agrada. O economista conclui:
“Acreditariam nela mesmo que sua fundamentação fosse ainda pior do que é”.
Tags: Bohm-Bawerk, Marx
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32 Comentários
Bruno Assunção - 01/10/2013 às 14:26
Há uma confusão geral entre valor, custo e preço, tomados como a mesma coisa –
principalmente valor e custo –, na teoria do valor trabalho. Valor em essência é algo totalmente
subjetivo. Nesse sentido, valor é sempre o “valor da demanda”, aquele conferido pelos indivíduos
aos produtos e serviços. Ignora-se também que o trabalho é um bem, um insumo produtivo como
qualquer outro, do ponto de vista econômico. Portanto, não há que se falar em mais-valia, pois o
trabalho e o bem produzido com sua participação são economicamente distintos. Pelo reverso
até, a teoria da imputação argumenta que, ao contrário de ser o trabalho que dá valor aos bens,
é o valor dos bens, que possuem valor extrínseco por possuírem a capacidade de ser utilizados e
consumidos pelos seres humanos, satisfazendo suas necessidades e desejos, que se reflete
sobre seus bens intermediários e dá origem ao seu valor. Assim, não é o trabalho que dá valor
ao computador, por ex., é o valor do computador que dá valor ao trabalho.
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democracia, até perceber suas falhas gigantescas. Fui, como diria um professor, endireitando até
conhecer a escola austríaca, da qual era completamente ignorante (conhecia apenas Hayek,
como a maioria dos economistas). Fiquei perplexo, tudo o que tinha visto na faculdade
(basicamente marxismo e keynesianismo) era um monte de nulidade e tive que rever muitos
conceitos. Definitivamente, a academia brasileira é lamentável.
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sabe que elas estão tendo acesso a mais e melhores alimentos, habitações e vestuários, carros
e geladeiras, rádios e aparelhos de televisão, nylon e outros produtos sintéticos?…”
m - 30/09/2013 às 22:08
O problema não é estudar Marx, o problema é que não se apresenta ao aluno um contra ponto à
Marx, no caso aqui Böhm-Bawerk. E grande parte dos professores afirmam que ninguém ainda
conseguiu refutar Marx, ficando o aluno com essa falsa verdade.
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Zé - 30/09/2013 às 19:13
E assim desgoverna-se a maior cidade do país, aquela que a prefeitura parou a cidade com
corredores de ônibus sem um micro-ônibus a mais, em que o asfalto está destruído e os faróis
param a mera garoa. O prefeito diz que vai aumentar o escorchante IPTU em mais de 20% (se
falam isto, preparem-se para mais de 30% de aumento). Assim desgovernam estes comunistas,
tiram dinheiro da classe média, impedem negócios, levam a economia à bancarrota:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/09/1349753-prefeitura-de-sp-projeta-receita-207-
maior-em-2014.shtml
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