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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO


FACULDADE DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Técnicas de propaganda na Guerra Mundial


Harold Lasswell
LASSWELL, Harold. Propaganda techniche in the World War. 2 ed. New York : Peter Smith, 1938, p.

Os resultados da propaganda
Após essa rápida revisão sobre os meios e circunstâncias da propaganda
de guerra, estamos em condição de apreciar os seus resultados. A história do
último conflito bélico mostrou que a guerra moderna deve ser lutada em três
frentes: militar, econômica e propagandística. O bloqueio econômico sufoca, a
propaganda confunde e as forças armadas dão o golpe de misericórdia.
Empregada em conjunto com outras armas ofensivas, a propaganda mina a
resistência militar e civil, suavizando o caminho dos soldados e das máquinas. O
bloqueio econômico lentamente enfraquece a vitalidade de uma nação, e
depende, para um efeito maximizador, de um confronto prolongado. A
propaganda é como uma arma passiva e colaborativa, cuja função é destruir a
vontade de lutar do inimigo, intensificando nele a depressão, a desilusão e a
discórdia.
De acordo com o departamento de Apoio Direto da Inteligência militar.
a função da propaganda é atacar todo o exército (inimigo) em sua base;
ameaçando destruí-lo em sua base, para impedir o fluxo de reforços,
suprimentos, munição, equipamentos, rações, comodidades e, acima de tudo,
para abalar o apoio moral que sustenta as tropas nas privações e crueldades de
uma guerra longe de casa. “Exércitos lutam do modo como o povo pensa”, dizia sabiamente o general britânico Applin.
Isso também vale para a máxima de que exércitos lutam do mesmo modo que pensam, para, como George William
Curtis disse: “pensamentos são balas”
Notáveis sucessos nos quais a propaganda teve um papel importante – talvez decisivo – foram registrados na
última guerra. Do mesmo modo que qualquer outra arma de ataque, a propaganda tem um valor de surpresa, o qual as
potências centrais assimilaram amargamente, como a engenhosa propaganda ofensiva que precedeu o ataque contra os
italianos em Caporetto1. O moral dos exércitos italianos foi abalado e suas linhas foram desarticuladas e aniquiladas.
Como retaliação, os Aliados obtiveram um notável sucesso em 1918, quando forçaram o adiamento da ofensiva austro-
húngaro contra a Itália, entre abril e junho, ao disseminar a desmoralização entre as tropas inimigas. Diversas tropas da
Tríplice Entente explodiram a munição armazenada por trás das linhas, sabotando todo o plano militar.
(...)
Uma das conquistas mais impressionantes da guerra foi quando os alemães tiraram os russos do conflito. Eles
investiram todas as forçar para conseguir a desintegração que culminou na segunda Revolução2. Eles permitiram que o
famoso “carro blindado” transportasse Lênin e 40 líderes revolucionários da Suíça à Rússia através da Alemanha. Os
brutais bolcheviques aceitavam ajuda de qualquer canto e concluíram o serviço, apesar de todo trabalho intensivo da
Cruz Vermelha Americana e dos serviços de propaganda da Entente..
(...)
Notáveis sucessos nos quais a propaganda teve um papel importante – talvez decisivo – foram registrados na
última guerra. Do mesmo modo que qualquer outra arma de ataque, a propaganda tem um valor de surpresa, o qual as
potências centrais assimilaram amargamente, como a engenhosa propaganda ofensiva que precedeu o ataque contra os
italianos em Caporetto3. O moral dos exércitos italianos foi abalado e suas linhas foram desarticuladas e aniquiladas.

1
A Batalha de Caporetto ocorreu entre 24 de outubro e 9 de novembro de 1917. É um episódio da I Guerra Mundial.
Confrontou italianos contra alemães e austríacos. Grande parte do sucesso a ação foi atribuída à tática de infiltração,
que consistia basicamente em táticas de incursão no território inimigo (guerrilha), o que gerava insegurança e abatia o
moral das tropas italianas.
2
Nota do professor: a primeira revolução russa, que foi frustrada, ocorrera em 1905.
3
A Batalha de Caporetto ocorreu entre 24 de outubro e 9 de novembro de 1917. É um episódio da I Guerra Mundial.
Confrontou italianos contra alemães e austríacos. Grande parte do sucesso a ação foi atribuída à tática de infiltração,
que consistia basicamente em táticas de incursão no território inimigo (guerrilha), o que gerava insegurança e abatia o
moral das tropas italianas.
Opinião Pública e Propaganda
Prof. Artur Araujo – e-mail: artur.araujo@puc-campinas.edu.br ;
site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Como retaliação, os Aliados obtiveram um notável sucesso em 1918, quando forçaram o adiamento da ofensiva austro-
húngaro contra a Itália, entre abril e junho, ao disseminar a desmoralização entre as tropas inimigas. Diversas tropas da
Tríplice Entente explodiram a munição armazenada por trás das linhas, sabotando todo o plano militar.
(...)
Se o grande generalíssimo no front militar era Foch, o grande generalissimo na frente de propaganda era
Wilson. Sua retórica grandiosa, resumindo as aspirações de toda humanidade em frases ao mesmo tempo lúcidas e
persuasivas, foi disseminada na Alemanha. Ele declarou guerra às autocracias em toda parte e solenemente conquistou
distinção entre o povo e os dirigentes alemães. Suas falas eram uma contínua incitação pela revolta. Ele e Lênin foram
os campeões revolucionários da época. No decorrer da guerra, os pronunciamentos dele foram ganhando confiança e
respeito nas mentes dessa minoria de homens de mentalidade democrática que já queriam, antes da guerra, combater a
discriminação de classe e os privilégios especiais na Alemanha. E quando as nuvens da adversidade escureceram o céu
em 1918, esses homens se uniram a muitos de seus compatriotas incitados pela privação e pelo desespero, ansiosamente
procurando nos céus uma possibilidade de paz tranqüila. Esses alemães não se voltaram para a silhueta de abutre
implacável do duro Clemenceau, que, com uma consciência vingadora, queria estraçalhar os órgãos vitais de um
adversário caído, nem a Lloyd George -ágil, instável e incerto-, mas a esta figura misteriosa na Casa Branca, distante
das paixões comuns dos homens normais, que falava, em prosa, de sonhos de um mundo melhor, quando não haveria
mais guerras e o mundo seria uma fraternidade de povos democráticos, que deveriam enterrar suas herança de rancores
antigos, e marchar em direção a um mundo de companheirismo e de reconciliação. Era a esse homem, implacavelmente
zombado e caricaturado de uma ponta a outra da Alemanha, por longos anos de hesitação e de beligerância, que os
alemães se voltaram.
Seria possível que, por fim, um estadista tivesse surgido no mundo para dirigir as
pessoas para um caminho de amizade e paz? Seria ele um grande profeta, pairando acima
da vingança e da violência, trazendo entendimento a um mundo atormentado? Aqueles
gestos teatrais se transformaram em um golpe naqueles meses de fome e insegurança, que
criaram a ilusão de uma salvação. As pessoas se agarraram a ilusões e viam bênçãos onde
antes viam um tolo pedante.
(...)
Na grande sociedade, não é mais possível fundir o caos de individualidades na Woodrow Wilson
fornalha da dança da guerra. Um novo instrumento, mais sutil, deve unir milhares e, (1856-1924)
mesmo, milhões de seres humanos em uma massa única de ódio e esperança. Uma nova
chama deve expulsar a doença ulcerosa da discórdia e temperar o aço do entusiasmo pela guerra. O nome deste novo
martelo e bigorna de solidariedade social é “propaganda”. A conversa deve substituir os atabaques; os impressos devem
suplantar a dança. As danças de guerra vivem em literatura e nos limites do mundo moderno; já a propaganda de guerra
inspira e expira nas capitais e as províncias do mundo.
A propaganda é um privilégio à racionalidade do mundo contemporâneo. Um mundo alfabetizado, um mundo
de leitura, um mundo educado, que prefere ser conduzido com argumentos e notícias. É sofisticado a ponto de usar a
imprensa; e esse mundo, que usa os jornais, viverá e morrerá por meio da imprensa. Todo o aparelho de erudição e
difusão populariza os símbolos e as formas de apelo pseudo-racional; o lobo da propaganda não hesita em tomar parte
no baile de máscaras da diplomacia com pele de cordeiro. Todos os homens, dos escritores do cotidiano – dos
repórteres, dos redatores, dos pregadores, dos conferencistas, dos professores e dos políticos – são empregados no
serviço de propaganda para amplificar a voz dos senhores. Tudo é conduzido com o decoro e a astúcia da inteligência,
porque é uma época racional que exige sua carne cozinhada e enfeitada por cozinheiros hábeis e habilidosos.
A propaganda é uma concessão ao individualismo da época. Os laços de afeto e lealdade pessoal de um homem
a seu chefe há tempos se dissolveram. A monarquia e o privilégio de classe já encontraram seu fim e a idolatria do
individualismo é a religião oficial da democracia. É um mundo atomizado, em que os caprichos ganham um poder
inimaginado e exige mais árduos esforços para coordenar e unificar do que antes. O novo antídoto contra o
individualismo é a propaganda. Se a massa se viu livre de suas correntes de ferro, deve aceitar suas correntes de prata.
Se a massa não mais ama, honra e obedece, ela não deve crer que escapará da sedução.
A propaganda é um reflexo do gigantismo, da racionalidade e do individualismo do mundo moderno. É a nova
dinâmica da sociedade, no qual o poder é partilhado e difuso, e se pode ganhar mais por meio da ilusão do que da
coação. A propaganda tem todo o prestígio da novidade e o mesmo espírito beligerante dos campos de batalha. Iluminar
os mecanismos da propaganda é revelar os secretos mananciais da ação social, e expor à maioria a busca crítica dos
dogmas imperantes de nossa soberania, da democracia, da honestidade e da santidade da opinião individual. O estudo
de propaganda expõe muito do que está obscurecido, de modo que não seja mais possível a um Anatole France
observar, com razão, que “A democracia [e, de fato, toda a sociedade] seja manipulada por um engenheiro invisível.

Opinião Pública e Propaganda


Prof. Artur Araujo – e-mail: artur.araujo@puc-campinas.edu.br ;
site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
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