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Docente Responsável:
Prof.ª Dr.ª Beatriz Lotufo Griva
Alunos:
Anderson Akira Arima
Danielle Pereira Wiecek
Luciana Cardoso Matsushima
Paulo Roberto da Fonseca Filho
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1. Introdução
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seguintes testes de análise do fotopico, uniformidade, linearidade e resolução de uma
câmara de cintilação, ou gama-câmara.
2. Objetivo
3. Fundamentos Teóricos
3.1 Gama Câmara
Um sistema de formação de imagens com gama câmera tem como principais
componentes um cristal cintilador, um guia de luz e um conjunto de tubos
fotomultiplicadores. As principais diferenças entre um sistema de imagens e os
contadores comumente utilizados em serviços de medicina nuclear ficam evidentes na
presença de um colimador que utilizado para definir a direção dos raios-γ detectados e
no arranjo de tubos fotomultiplicadores.
O colimador geralmente consiste numa placa de chumbo que contenha um
grande número de orifícios. Controlando quais fótons são aceitos, o colimador forma
uma imagem projetada na superfície do cristal. Os fótons de luz gerados pelo cristal são
“vistos” pela matriz de fotomultiplicadoras e posicionados na imagem por um circuito
de posicionamento lógico por meio de média ponderada dos sinais. Cada evento é
também analisado por um analisador de altura de pulso para evitar que fótons
espalhados sejam considerados, de modo que quando um fóton cai na janela de energia,
o sistema o considera nos cálculos de posicionamento, caso contrário, o evento é
ignorado. Sistemas mais modernos consideram também um limiar antes de fazer a
análise de altura do pulso, ou seja, fótons com energia menores que um limiar são
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automaticamente ignorados. As imagens são exibidas em um computador que permite
os ajustes de brilho e contraste e/ou a seleção de outros mapas de cores.
Todo esse sistema pode ser utilizado tanto para adquirir imagens estáticas, nas
quais a distribuição de um radiunuclídeo é medida para gerar imagens de órgãos de
interesse ou imagens de corpo todo (rastreamento de metástases, por exemplo), assim
como podem ser feitos estudos dinâmicos, nos quais as mudanças na distribuição do
radionulcídeo são acompanhadas, de modo a receber informações fisiológicas
(assimilação ou “clearance”, por exemplo). Imagens dinâmicas também podem ser
sincronizadas com medidas de eletrocardiograma para adquirir imagens de diferentes
pontos do ciclo cardíaco.
3.1.1 Detectores
A gama-câmara usa um detector único com ampla área de sensibilidade.
Usualmente, o cristal possui entre 6 e 12,5 mm de espessura por um diâmetro entre 25 e
50 cm. Mesmo que formas retangulares também estejam disponíveis, as mais comuns
mantêm a forma circular.
O cristal é coberto por um material altamente refletivo, como TiO2, para
maximizar a saída de luz e por um fino revestimento de alumínio para selar
hermeticamente o cristal evitando umidade. Um vidro na região posterior do
revestimento de alumínio permite que a luz da cintilação chegue até os tubos
fotomultiplicadores.
A escolha do material cintilador, assim como sua espessura, é um compromisso
ente a sensibilidade (que aumenta com a espessura) e a resolução espacial (que decresce
com o aumento da espessura), de maneira que instrumentos para uso geral possuem
cristais com espessuras próximas a 9,5 mm, embora 6 mm de espessura sejam
suficientes para realizar estudos com 99mTc ou 201Tl.
Os tubos fotomultiplicadores (TFM) possuem diâmetro em torno de 5 cm e são
acoplados oticamente ao cristal com um adesivo baseado em silicone ou graxa. O
arranjo desses tubos, cuja quantidade empregada varia entre 30 e 100, é feito usando
um padrão exagonal, de modo a cobrir a maior região possível do cristal.
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Nos TFM, os fótons de cintilação produzidos no cristal incidem sobre uma
superfície metálica produzindo, por efeito fotoelétrico, elétrons que são acelerados em
direção a dinodos próximos por um gradiente de diferenças de potencial. Nessa
aceleração e colisão, novos elétrons são gerados a cada dinodo atingido, de modo a
amplificar o pulso de corrente que é detectada pelo eletrodo no final do circuito.
Como o tubo trabalha com elétrons em movimento, os TFM se tornaram ultra-
sensíveis às variações de intensidade no campo magnético terrestre, variações que
existem quando o detector é posicionado para cada exame. Esse problema foi resolvido
com o encapsulamento dos TFM em uma pequena blindagem magnética, mas mesmo
assim, as gama-câmaras permanecem sensíveis aos intensos campos magnéticos de
equipamentos de ressonância magnética, mesmo sendo contínuos.
Na maioria dos sistemas modernos, boa parte da eletrônica (como pré-
amplificadores e analisador de altura de pulso) são montados diretamente sobre nas
bases dos TFM, o que reduz distorções nos sinais.
Colocar figura
Colocar equações
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Colocar equações
as posições X e Y são normalizadas pelo total dos sinais em cada direção de modo que
a localização não seja dependente da altura do pulso [2].
Todavia, as equações XX e XX não fornecem um “mapeamento” perfeito da
posição da fonte porque o sinal da TFM não varia linearmente com a posição da
interação, o que é agravado por não-uniformidades no cristal e reflexões na borda do
cristal, requerindo correções para cada um dos efeitos. Em sistemas digitais o sinal de
saída de cada TFM é distretizado e a posição calculada via software, processo
semelhante ao empregado para os sistemas análogos.
3.1.4 Colimadores
Para obter imagens com um sistema de cintilação, é necessário projetar a
distribuição de radiação no detector da câmara, o que não pode ser feito com um
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conjunto de lentes mas com colimadores de absorção. Esses colimadores projetam essa
distribuição da radiação no detector permitindo a passagem de fótons somente em
algumas direções, o que pode explicar a qualidade relativamente baixa das imagens de
medicina nuclear, já que a maioria dos fótons que atinge o sistema é absorvida no
colimador.
Há quatro tipos de colimadores empregados em medicina nuclear: pinhole,
septos paralelos, convergentes e divergentes. Um colimador tipo pinhole, consiste de
uma pequena abertura em um pedaço de chumbo, tungstênio ou outro metal absorvedor
localizado no final de um cone de altura em torno de 25 cm, sendo que a base maior do
cone é posicionada sobre o cristal e a menor sobre o objeto do qual se deseja uma
imagem. O princípio de funcionamento é o mesmo de câmeras fotográficas tipo
“caixa”, em que os fótons passantes pelo pinhole projetam uma imagem invertida da
distribuição no detector e a imagem é magnificada. Sua aplicação é mais comum em
casos de imagem de pequenos órgãos (tireóide ou coração) e pequenos animais.
O colimador de septos paralelos é o colimador mais comum nos serviços. Ele
fornece uma projeção de mesmo tamanho que a fonte e a espessura de cada septo ou da
parede entre eles é um dos fatores determinantes na qualidade, principalmente, na
resolução da imagem.
Colimadores divergentes possuem septos que divergem da face do detector,
projetando imagens reduzidas e diretas da distribuição de radionuclídeos no detector. O
grau de redução da imagem depende da distância entre parte anterior do colimador e o
ponto de convergência, da distância fonte-colimador e da espessura do colimador. Seu
emprego foi mais amplo para sistemas com detectores pequenos, onde possibilitava
obter imagens de grandes órgãos (fígado ou pulmão) em uma única aquisição.
Finalmente, o colimador convergente possui septos que convergem para um
ponto cerca de 40 cm a frente do colimador, o que fornece uma imagem direta e
magnificada da fonte. Se a fonte estiver a mais de duas vezes o ponto de convergência,
a imagem apresentada é invertida.
Para escolher qual colimador utilizar tem-se que ponderar a respeito da
sensibilidade e da resolução desejadas e da energia do radionuclídeo a ser empregado
para o estudo.
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3.1.5 FOV
O campo de visão (FOV) de uma gama câmara é uma caraterística importante
porque determina o quanto do corpo do paciente pode ser “imageado”. O FOV depende
do tamanho do cristal, do tipo de colimador e, em alguns sistemas, da distância fonte-
sensor [3]. O campo de visão de um equipamento de medicina nuclear é dividido em
duas partes: o UFOV (porção útil do campo de visão), que corresponde ao campo de
visão da gama-câmara após desconsiderar a parcela da face da câmara afetada pelo
efeito de borda.e o CFOV (porção central do campo de visão) que corresponde a 75%
da área do UFOV.
Abaixo segue uma tabela que ilustra a periodicidade dos testes de controle de
qualidade realizados nos sistemas detectores de Medicina Nuclear.
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Tabela 1: Principais testes de controle de qualidade realizados nos sistemas
detectores de Medicina Nuclear e suas freqüências
Testes Diário Semanal Trimestral Semestral
Uniformidade X
de campo
Radiação de X
fundo
Inspeção X
mecânica do
SPECT
Resolução e X
Linearidade
espacial plana
Centro de X
rotação
Resolução X
energética
Resolução X
espacial com
múltiplos picos
Tamanho de X
pixel
Uniformidade X
do sistema
Sensibilidade X
Taxa máxima de X
contagem
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3.2.1 Uniformidade
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Há duas formas de quantificação da uniformidade: uniformidade integral e
uniformidade diferencial. Na Uniformidade Integral utiliza-se dois valores de contagens
máxima e mínima nos pixels da imagem e é definido como:
Max − Min
Uniformidade Integral (%) = 100 × 1
Max + Min
em que: Max. é a taxa de contagem máxima e Min. é taxa de contagem mínima na
imagem.
Já na quantificação via Uniformidade Diferencial, utiliza-se das diferenças
máxima e mínima entre os valores de contagens encontrados em cinco pixels
consecutivos de uma linha ou de uma coluna da imagem, e é definida como:
Max * − Min *
Uniformidade Integral (%) = 100 × 2
Max * + Min *
em que Max* é a taxa de contagem máxima e Min* é a taxa de contagem mínima para
valores referentes a 5 pixels contíguos em linha ou coluna.
Esse parâmetro é calculado tanto para o UFOV como para o CFOV e seus
valores mais comuns estão entre 2 a 4%.
3.2.2 Linearidade
A linearidade na resposta avalia a capacidade da câmara na determinação com
exatidão da posição de interação do fóton dentro do cristal, ou seja, uma fonte linear
reta deve ser reproduzida como uma linha reta na imagem. Esse teste é verificado com
phantoms do tipo: quadrante de barras, furos ortogonais, fontes lineares, etc.
As medidas são feitas em várias orientações do padrão de teste, rotacionanado-
se o phantom em 90º a cada aquisição, para proporcionar medidas de linearidade em
ambas direções X e Y.
A linearidade é medida como a razão entre o desvio máximo da posição da fonte
linear na imagem em relação à posição real e o comprimento da fonte, ou seja, o desvio
da distância medida di entre duas fendas da distância real D entre elas calculada para
cada linha i na imagem. As médias e os desvios padrões são calculados para as direções
X e Y para o UFOV e o CFOV e são definidos como:
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n
∑ (d
i =1
i − D)
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Média =
n
n
∑ (d i − D) 2
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Desvio padrão = i =1
n −1
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modo que a resolução de X e de Y seja medida. Os dados são adquiridos até que o pico
tenha pelo menos 1000 contagens. As imagens são adquiridas em uma matriz cujo
tamanho do pixel tenha pelo menos 1/10 da resolução esperada.
No caso de experimentos para determinação da resolução extrínseca, utiliza-se
um phantom plano (flood phantom) para simular uma fonte plana que é posta sobre o
phantom de barras. O procedimento de rotacionar o padrão de barras é análogo ao
aplicado no teste de resolução intrínseca, assim como a análise dos resultados.
A avaliação dos resultados é feita visualmente, em que o operador do sistema
observa na tela, ou no filme, qual o menor padrão de linhas que é possível de ser
diferenciado e conclui qual é a resolução espacial do sistema, tanto intrínseca como
extrínseca.
Outra maneira de se obter a resolução de um sistema é através da largura a
meia-altura (FWHM) da imagem de uma fonte pontual, adquirida para o isótopo em
questão. Os testes de resolução feitos com o colimador (extrínsecos) devem ser
repetidos para cada colimador de interesse no serviço.
4. Materiais
O Serviço de Medicina Nuclear do HCFMB/Unesp possui três câmaras de
cintilação, sendo uma analógica CGR e duas digitais: GE Millenium de detector duplo
e Siemens Orbiter de detector único. Os teste são realizados com auxílio de um phatom
plano (flood phantom) Nuclear Asssociates, phantom de barras e uma fonte pontual.
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5. Resultados
Abaixo seguem os resultados obtidos nos testes de uniformidade, linearidade,
resolução intrínsecas e extrínsecas.
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Figura 3: Resultados dos testes de uniformidade, linearidade, resolução intrínsecas e
extrínsecas realizados dia 03/04/2004 na câmara de cintilação CGR.
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Figura 5: Resultados testes de uniformidade, linearidade, resolução intrínsecas e
extrínsecas realizados dia 17/07/2006 na câmara de cintilação CGR.
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Figura 7: Resultados dos testes de linearidade e resolução extrínsecas realizados dia
22/10/2005 na câmara de cintilação Orbiter.
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Figura 9: Resultados dos testes de linearidade e resolução intrínsecas realizados dia
22/10/2005 na câmara de cintilação Orbiter.
6. Discussão
Nos testes realizados no dia 19/05/2001, observa-se que ocorrem pequenas
distorções no eixo X que provavelmente foram corrigidas na interface do sistema. Nota-
se que o filme apresenta manchas provavelmente oriundas da impressora de filme.
No dia 14/12/2002, os testes de uniformidade apresentaram algumas
irregularidades que foram corrigidas e o sistema mostrou-se adequado para uso na
rotina clínica. Enquanto que no dia 03/04/2004 alguns defeitos surgem na imagem, os
quais provavelmente são devidos a falhas de algum TFM. Esses defeitos refletem em
alterações visíveis nas linearidades intrínseca e extrínseca do sistema na região
circunvizinha ao TFM com defeito. Mesmo assim, os testes de resolução mostram-se
adequados aos padrões.
O mesmo sistema foi avaliado novamente no dia 05/06/2004 e voltou a
apresentar problemas na região anteriormente descrita devidos à troca do TFM. Nas
imagens de uniformidade, nota-se um pequeno aumento na intensidade dos pixels da
região em questão. Isso pode ser resolvido manualmente pela engenharia com a devida
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calibração do ganho do TFM. Esse mesmo defeito acaba por comprometer o resultado
dos testes de linearidade intrínseca e extrínseca, conforme se pode observar nas
imagens.
A mais recente avaliação, datada de 17/07/2006 apresenta como resultados
pequenas alterações nas imagens nos testes de linearidade e resolução extrínsecas
realizados por provável defeito em uma das TFM.
O teste do analisador de altura de pulso em todos os dias avaliados apresentou
resultados coerentes com as normas padrão e sua variação foi pequena (entre os canais
103 e 104), assim como a resolução energética apresentada está de acordo com as
normas internacionais.
O outro sistema avaliado nesse mesmo período, a câmara de cintilação Siemens
Orbiter apresentou em 22/10/2005 boa qualidade de imagens de uniformidade,
adequadas resolução e linearidade.
7. Conclusão
Baseados nos resultados apresentados, os alunos deste grupo entendem que os
sistemas de diagnósticos de medicina nuclear empregados no HCFMB estão adequados
e de acordo com a legislação vigente.
8. Referências Bibliográficas
[1] AGÊNCIA INTERNACIOANAL DE ENERGIA ATÔMICA; TecDoc-602:
Quality control of nuclear medicine instruments, 1991.
[2] CHERRY, S.R.; SORENSON, J.A.; PHELPS, M.E.; Physics in Nuclear
Medicine, 3ª ed. , 523p., 2003, Saunders.
[3] SPRAWLS, P.; Physical Principles of Medical Imaging, Ed. Madison:
Medical Physics Publishing, 1995.
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9. Anexos
Esta parte do presente relatório foi reservada para apresentar o modelo de laudo
para controle de qualidade de câmaras de cintilação, segundo a Agência Internacional
de Energia Atômica [1].
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