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07-7767 CDD-248.25
Vícios Emocionais
2008
SÃO PAULO - BRASIL
VÍCIOS EMOCIONAIS
Copyright © 2008 by Marcelo Assis
Todos os direitos reservados.
Edição única – proibida a venda e reprodução
parcial ou total sem autorização do autor.
Sumário
Capa, projeto gráfico, editoração e impressão:
Introdução 7
www.allprinteditora.com.br As Emoções São Ruins? 13
info@allprinteditora.com.br
(11) 5574-5322 Sistema de Crenças 15
O Ego 17
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o nosso caminho sentados atrás de um volante e, infelizmente, é nosso vício. Mesmo que digamos que queremos ser felizes, nossas
necessário algo mais substancial que um carro caro, para dirigirmos ações não buscam a felicidade, mas, simplesmente, mais uma dose
nossas vidas eficientemente. da emoção x na qual estamos viciados. Exemplo, uma pessoa que
O que falta nos falta? Por que não fazemos escolhas melhores, está viciada na sensação de não se sentir amada, mesmo que receba
aliás, porque não conseguimos fazer escolhas mais profundas, do um elogio sincero de um colega, acaba por distorcer o elogio de uma
que: vou tomar sorvete de baunilha ou de chocolate? Se podemos forma tal, que é capaz de absorvê-lo como uma crítica ou uma de-
criar a nossa realidade, por que caímos sempre nas mesmas ciladas monstração de desprezo (lembre-se: a realidade tem o sentido que
do destino? damos a ela e é óbvio que um viciado vai sempre dar o sentido que o
Neste livro é apresentado um motivo, que se baseia nos estudos ajuda a alimentar o seu vício de forma mais eficiente) e não adianta
da Dra. Candace Pert, que começaram, quando ela, nos anos 70, convencê-la do contrário, o colega não a elogiou, ele só deixou claro
sofreu uma queda de cavalo e precisou ser medicada com morfina. mais uma vez e como ocorre sempre que não gosta dela.
A Dra. Pert começou a se perguntar como a morfina estava atuando Culparmos os outros, pelas circunstâncias das nossas vidas, ou
no seu corpo para que experimentasse as sensações que estava senti- culparmos a própria vida pelos nossos problemas, permite-nos con-
do. Movida por essa curiosidade, ela acabou por descobrir que nos- tinuar com os nossos vícios, sem nos culparmos (mesmo que dentre
sas células têm receptores que recebem as moléculas da droga, essas nossos vícios esteja, por ironia, a culpa) e pensarmos que não há
se encaixam perfeitamente nos receptores das células. Ela continuou nada de errado conosco, que o mundo é o principal responsável pe-
se perguntando por que tínhamos estes receptores e descobriu que o los nossos problemas. Estamos numa determinada situação, porque
motivo era porque o nosso corpo também produz drogas, como no a realidade é assim, nós nunca estaríamos nela, se pudéssemos esco-
caso das endorfinas, e que as drogas artificiais utilizam os mesmos lher. Mas isso é uma mentira, podemos escolher e a realidade não é
caminhos que as naturais no nosso organismo. algo maior do que nós, mas algo que criamos. Se a pessoa do nosso
No entanto, não foi apenas isso que ela descobriu, na verdade, exemplo assumir o seu vício de se sentir não amada, vai parar de in-
não há apenas receptores para as drogas, mas para as nossas emo- terpretar todos os atos das pessoas próximas como um ato de nega-
ções também. E adivinhem? Nós podemos acabar nos viciando nas ção de amor e, mesmo que encontre alguém que não a ame, não vai
nossas emoções como nos viciamos nas drogas. ficar abalada, porque não há mais vício para alimentar, não vai ficar
Como isso acontece? Bem, eu não sou cientista e muito menos feliz por não ser amada, mas não vai dar ao fato uma importância
médico e meus conhecimentos sobre a fisiologia humanos são mí- maior do que ele merece. Geralmente, situações em que tendemos
nimos. Mas pelo que entendi do livro, o processo é mais ou menos a exagerar as coisas e que tendem a se repetir inexplicavelmente,
este: nossas células cerebrais (os neurônios) fazem ligações, essas como que por mágica, são um indício de que estamos viciados nas
ligações acionam o nosso hipotálamo, que, por sua vez, libera um emoções que estas situações desencadeiam em nós.
monte de neuropeptídeos, que, por sua vez, atuam no nosso sistema No filme “O Segredo”, foi-nos dito que podemos ter o que qui-
endócrino, fazendo com que nossas glândulas secretem seus hormô- sermos se usarmos a lei da atração, e que na verdade estamos usan-
nios, o que cria a colcha de retalhos que é nosso mundo emocional. do essa lei o tempo inteiro, que esse dom não é uma faculdade que
Quando nos viciamos em uma determinada emoção, nós damos um podemos escolher quando nos é mais conveniente usar, mas que a
jeito de acionar a rede de neurônios, que aciona o hipotálamo a libe- estamos usando 24 horas por dia sem cessar independente da nossa
rar o neuropeptídeo que irá causar a emoção em particular e é aí que vontade (inclusive neste exato momento) e precisamos, na verdade,
perdemos o poder de escolher, porque passamos a viver para saciar aprender a usá-la conscientemente.
As emoções não são boas e nem ruins e com certeza precisamos de-
las para darmos significado ao mundo. Viver sem emoções é o mes-
mo que viver como alguém que sofreu uma lobotomia (na verdade,
não sei se alguém que sofreu uma lobotomia não tem emoções), se
não tivéssemos emoções, nós nem precisaríamos estar aqui. Lem-
bro-me de um filme de 1940, chamado “Núpcias de Escândalo” (em
inglês, “The Philadelphia’s Story”). Numa cena, o pai da protago-
nista diz a ela que ela era uma jovem bonita, que era inteligente,
tinha um corpo disciplinado, que fazia o que ela mandava, que tinha
todos os atributos que tornavam uma mulher encantadora, menos
um: ter um coração e que, sem isso, ela poderia ser feita de pedra
que não faria a menor diferença. Realmente, sem emoções poderí-
amos ser feitos de pedra, de chumbo, ou mesmo nem existir, qual
seria a diferença?
As emoções nos movem e isto é um fato, mesmo as pessoas
que são frias e aparentemente não demostram suas emoções (como
a personagem do filme), apesar de não terem consciência delas, por
causa de algum bloqueio, com certeza têm emoções, o simples fato
de continuarem no jogo da vida é sinônimo de que querem ficar
e isso é uma emoção. Ou seja, sem emoção não temos nem como
continuarmos vivos, pois sem ela não teríamos necessidades vitais e
muito menos o desejo de saciá-las. Sem emoções a reprodução se-
ria difícil, porque não teríamos tesão, os filhos nascidos não seriam
amados e dificilmente criados. Por que como iríamos trabalhar, nos
casar, procurar nos divertir, ou principalmente criar se não sentís-
semos nada?
Realmente, as emoções são necessárias para que possamos
criar, sem ela somos estéreis, criaturas completamente inúteis. Nos-
so espírito, ao estar encarnado, tem uma missão e essa nunca seria
alcançada se fôssemos um zero emocional e se não déssemos a mí-
nima para isso.
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O problema não é o fato de possuirmos emoções, mas o vício Sistema de Crenças
que adquirimos durante a nossa existência. Mas até aqui, as emo-
ções podem ser de grande ajuda, porque, para nos livrarmos dos
nossos vícios, temos que desenvolver o que se chama de observa-
dor (que para mim, não passa de dissociarmos o nosso espírito do Como você acha que a vida é? Uma luta? Um paraíso? E como as
nosso ego, e com isso, passarmos a utilizá-lo para observar o ego) pessoas devem ser? Educadas? Ambiciosas? Tementes a Deus? Pa-
e começarmos a observar as nossas emoções, porque, só com essa recidas com você?
observação, é possível reconhecermos os nossos vícios. Além de Qualquer opinião que tenha sobre a vida, sobre as pessoas, ou
ser direta e honesta, a observação deve ser desapaixonada, mas ob- sobre o melhor estilo de vida são o que se chama de sistema de cren-
servar-se desapaixonadamente, não é o mesmo que deixar de ter ças. É com eles que dizemos como a realidade é.
emoções: é aprender a dissociar o seu espírito das suas emoções e Criamos um sistema de crenças, porque precisamos dar um
das suas crenças. sentido ao mundo em que vivemos, e é óbvio como acabamos nos
As nossas emoções quando nos viciam se tornam um proble- viciando em algumas de nossas emoções, para alimentar nosso ví-
ma, porque nos fazem viver apenas para satisfazer esse vício, fa- cio, criamos o sistema de crença que vai reforçá-lo. Uma pessoa que
zendo com que não nos importemos com mais nada. Se a falta de está viciada em se irritar vai com certeza criar um sistemas de cren-
emoções nos torna um nada, o vício nos torna uma máquina, que ças que vai fazê-la se irritar constantemente, como criar um siste-
executa apenas um programa interno (o do nosso vício), não é mais mas de crenças com tantas normas absurdas, que nem um monge
nosso espírito que conduz a nossa vida e executa as escolhas. Os budista parado e meditativo consegue não entrar em choque. Nosso
nossos vícios passam a governar as escolhas pessoais que fazemos, sistema de crenças nos dá a chance de culpar os outros pelos nossos
que passam a ser meras desculpas para satisfazê-los. problemas. Podemos nos iludir que não nos irritamos porque temos
O vício é uma prisão, daí pensarmos que não podemos criar que saciar o nosso vício de nos sentirmos irritados, mas porque os
nada de novo, que a realidade é algo imutável, como podemos nos outros não se comportam do jeito que achamos que eles deveriam se
sentir livres se estamos presos? Como criar livremente? O vício age comportar. Ou seja, com o nosso sistema de crenças, criamos as his-
como um vírus de computador e passa a nos controlar, ficamos ce- torietas que vão validar os nossos vícios, até mesmo, porque alguns
gos para quaisquer outras opções, além daquelas que alimentam vícios, principalmente os que prejudicam os outros, são considera-
nossos vícios. dos coisas muito feias. Só mesmo com uma desculpa muito convin-
Viver para os nossos vícios não é vida e torna a vida uma re- cente para justificar esses comportamentos, como por exemplo: eu
petição sem sentido dos mesmos erros. É preciso romper com este não prejudiquei o meu colega de trabalho porque tenho o vício da
ciclo para que possamos usar nossos potenciais. inveja, mas porque ele é um babaca, metido e exibido. Quer dizer:
Uma vida sem emoção não é, no entanto, o caminho e nem a eu não sou invejoso, só dei uma lição num cara que merecia, por-
solução para uma vida melhor. Sem emoções a vida não tem graça e que pessoas não devem ser babacas, metidas e exibidas. Por isso, é
nem sentido, por isso elas não só não são ruins, como nos são vitais. perfeitamente normal, quando encontro alguém que classifico desta
forma, sacaneá-lo o quanto no meu sistema de crenças eu julgar ser
o justo. Quem mandou o sujeito merecer?
Só que um sistema de crenças, como o próprio nome diz, é ape-
nas um amontoado de crenças, não representa nem de longe a rea-
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lidade. Mesmo crenças como: “é horrível uma pessoa matar outra”, O Ego
ou “torturadores são bestas” são apenas crenças, não que eu apoie a
tortura, ou assassinatos, mas não apoiá-los não transforma a crença
de que eles não deveriam ser praticados em uma realidade, continua
sendo apenas uma crença. O que quero dizer é que o fato de uma A ciência moderna, por meio da física quântica, está chegando a
crença ser justa e ser considerada pelo senso comum como razoável conclusão de que tudo está interligado, o que não nunca foi no-
não a transforma em algo maior do que é realmente: na verdade. vidade para as religiões orientais. Só que, infelizmente, os nossos
Temos que ver a nossas crenças como realmente são, opiniões sentidos não conseguem captar essa unidade, que se dá ao nível de
sobre a vida. Quando fazemos isso, a vida se torna mais fácil, porque microcosmo e não de macro. Porém, não é pelo fato de não conse-
não tentamos mais impor nosso sistema de crenças aos outros e o guirmos perceber com os nossos sentidos essa unidade, que ela não
fato destas entrarem em choque com as dos demais não nos causa é real. Essa realidade existe e está atuando sobre nós, independente
mais grandes transtornos. do que conseguimos perceber. No entanto, essa diferença entre o que
Passamos a perceber as histórias que criamos para justificar os nossos sentidos percebem a nível macroscópico e o que ocorre a
nossos vícios e passamos até a achar graças destas histórias e, con- nível microscópico, nos leva a uma visão da vida completamente
forme nós vamos deixando de contar mentiras que reforçam os nos- ilusória (ilusória não significa falsa. Na verdade, é como se houves-
sos vícios, nós vamos nos tornando livres deles. Começamos a nos sem duas realidades que se complementam, o que não conseguimos
lembrar que somos um espírito que veio a este mundo para realizar detectar e o que detectamos com os nossos sentidos).
algo e não uma máquina que veio executar o programa ditado pelos Nessa ilusão está compreendida a idéia de que as coisas estão
vícios que agora não nos controlam mais, porque o seu verdadeiro separadas umas das outras e a começar por nós. Como somos seres
ser começa a controlar a sua vida. separados temos que ter uma identidade, uma resposta para a per-
gunta: quem sou eu? Então, criamos uma identidade, que, é óbvio, é
tão ilusória quanto a idéia de separação que a originou.
Do que é feita essa identidade? Das nossas emoções, pensa-
mentos e sistema de crenças. Como Eckhart Tolle diz em seus livros,
a consciência (o termo consciência é usado aqui em sentido diferen-
te do usado em psicologia, seria como algo que ao mesmo tempo é
seu espírito, a nível macro, e ao mesmo tempo é Deus, a nível, micro
onde tudo forma um todo unificado), que é o nosso verdadeiro eu,
por acreditar que está isolada do todo, começa a se confundir com
o que está observando em seu interior e, a partir disto, passa a criar
uma identidade que é chamada pelos espiritualistas de ego (que é
diferente do conceito de ego usado pela psicanálise).
O ego, portanto, não passa de uma personalidade fictícia que
criamos porque não conseguimos mais nos reconhecer como um
fragmento da consciência universal. Então, criamos essa persona-
lidade que nos diz quem somos nós, que geralmente se baseia em
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conceitos como: sou bonito, sou inteligente, sou legal, sou franco, todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém está disposto a morrer
honesto, chato, feio, etc. Tudo isso são apenas conceitos e não diz para isso, mas é preciso que o ego morra para que o paraíso aqui na
quem nós somos realmente. Nenhum espírito pode estar contido Terra seja alcançado), o que de certa forma é verdade, só que vai ser
num monte de conceitos, por mais amplos que esse conjunto seja. a morte dessa personalidade ilusória, para a descoberta da verdade
No entanto, não é somente a nós mesmos que reduzimos a um de que não somos esta personalidade, mas sim algo muito maior,
conjunto de conceitos, fazemos isso com os outros também. Pois com poderes infinitos.
para existir o eu, é preciso existirem os outros e precisamos deixar Além de nos fazer amarelar quando estamos nos desenvolven-
bem claro o que é esse eu e o que são esses outros. do espiritualmente, o ego tem seus estratagemas para nos enganar,
Nada alimenta mais o nosso ego que os nossos vícios, pois toda eu mesmo, pego-me sendo envolvido em suas armadilhas, como
vez que o ego precisa estar em conflito constante com os “outros” uma mosca numa teia. Por ser ilusório, o nosso ego é capaz de exe-
para reforçar a idéia de que o nosso “eu” é real, os conflitos dos quais cutar uma infinidade de papéis, sendo um ator extraordinário. Ele
lança a mão nada mais são do que os nossos vícios, ou das desculpas interpretará qualquer papel que ajudá-lo a sobreviver, ele pode in-
que inventamos para saciá-los (sistema de crenças). clusive, interpretar o papel de iluminado e ser tão convincente, que
Por isso, quanto mais você se tornar consciente dos seus ví- não só você, mas também muitas pessoas podem acreditar que você
cios e, consequentemente, esses forem perdendo a força sobre você, realmente alcançou a iluminação, e não se trata de charlatanismo,
mais fraco seu ego vai se tornando, porque está perdendo a sua de mentir que é iluminado para explorar os outros, apesar, é claro,
fonte de alimentos. de existirem estes tipos também, o nosso ego pode mesmo nos fazer
Então, tudo o que preciso para me libertar do meu ego, e alcan- acreditar que o papel que está representando no momento é real.
çar a iluminação é me livrar de meus vícios? Sim! Simples, não? Este temperamento camaleônico do ego é uma das maiores armadi-
Infelizmente, não é tão simples assim, o nosso ego não quer lhas ao nosso desenvolvimento espiritual.
se destruído e fará qualquer negócio para continuar no comando. A artimanha dele é mais ou menos esta: vamos supor que você
Conheci vários terapeutas de balanceamento energético, que me in- esteja buscando a iluminação e começa a estudar o assunto, o seu
formaram que perderam pacientes, que ao perceberem que estavam ego entende (não completamente, mas a nível superficial) como
tendo grandes avanços com a terapia, simplesmente, não agüenta- uma pessoa iluminada deve ser e começa a se comportar dessa for-
ram a idéia de estarem se libertando de seus problemas e foram em- ma. Li um livro do Osho, no qual ele relata uma história que acon-
bora. Por que alguém que está melhorando abandona uma terapia? teceu com ele. Ele estava num país no qual havia monges budistas,
Porque, simplesmente, tira o seu senso de eu dos seus proble- ele foi dormir numa caverna e acordou com um monge furioso, que
mas e, quando se percebe melhorando, fica assustado e se pergunta: se julgava o dono da caverna e o pôs para fora enfurecido. Osho
“quem vou ser eu sem os meus problemas?” ou “o que vai restar comenta como o sujeito estava se enganando, ele abandonou tudo,
depois que eles forem embora?”, se uma pessoa não tiver ciência de achando que tinha se tornado um ser mais espiritualizado, mas o
que realmente é: um espírito, que esta é sua verdadeira natureza, o comportamento de se achar o dono da caverna e expulsá-lo mostra-
que é real, que esse eu que ele tem medo de perder, na verdade, ele va o quanto o ego do monge ainda era forte. É isso que o ego faz, se
nunca teve, e o que vai restar quando esse eu ilusório for embora ele acredita que é necessário ser espiritualizado para ser considerado
não é nada menos que o seu verdadeiro eu, se ela não entender isso, bom e que, para ele ser espiritualizado, é necessário abandonar to-
vai ter medo de se desenvolver espiritualmente, vai confundir este das as posses, ele pode nos fazer abandoná-las e então dizemos para
processo com o processo de morte (há uma frase engraçada que diz: nós mesmos: bem, se tive coragem para abandonar todos os meus
Os sete pecados são cada um deles um vício. Na verdade, eles só são Inveja – segundo Eckhart Tolle a inveja nada mais é que o
“pecados” quando estamos viciados neles e não, como algumas pesso- medo do nosso ego de se sentir diminuído por ter menos que o ou-
as pensam, simplesmente ao praticarmos as ações referentes a eles. tro. Como todos temos um ego (a não ser que você seja iluminado,
Comecei a descrever os vícios pelos 7 pecados, porque o termo mas se é, está perdendo tempo lendo este livro pra quê? Já que o seu
pecado é um termo considerado muito pejorativo, passa uma idéia autor com certeza, ainda não é), é muito comum, em algum mo-
de algo sujo, que só gente que não presta pratica, ou uma fraqueza mento, sentirmos inveja. Se este sentimento não for um vício, é fácil
moral. Essa conotação muito negativa que os termos pecado e peca- lidar com ele no processo de desenvolvimento espiritual, mas se for
dor recebem é a responsável pelo fato de não podermos encarar os um vício, é aí que reside o problema. O alvo da nossa inveja pode
nossos vícios honestamente. está na sarjeta, mas vamos invejá-lo, ou seja, nosso ego vai se sentir
Como o nosso ego quer ser bom, é difícil para nós conseguir- menor de qualquer jeito, porque precisa deste sentimento para se
mos encarar honestamente as nossas falhas, já que elas não são alimentar. O curioso da inveja, que dos ditos sete pecados, é o mais
consideradas coisas naturais, mais sim falhas imperdoáveis, que, no difícil de vermos alguém confessando. Conheço gente que admite
caso da nossa cultura judaico-cristã, são em muito agravados com a que é até avarento e preguiçoso (que são dois vícios, principalmente
culpa e o medo de punição no pós-morte. o primeiro, não muito bem quistos, numa sociedade consumista,
É difícil, com um ego que não admite não prestar, termos que que te obriga a trabalhar para ganhar dinheiro para gastar e não
admitir sentimentos que são considerados típicos de gente que não guardar debaixo do colchão). Os vícios da luxúria e da vaidade tem
presta. Mas se não admitirmos os nossos vícios, nunca vamos con- gente que pensa que são virtudes, querendo até passar a imagem que
seguir evoluir espiritualmente. E mais, não adianta admitirmos ape- são mais viciados do que são. A ira é sinônimo de não levar desa-
nas os nossos vícios, temos que fazê-los sem nos culparmos, caso foro para casa. A gula, se não fosse a vaidade de exigir que sejamos
contrário, as pessoas viciadas em culpa seriam iluminadas por ex- sarados nos dias de hoje, seria considerado um vício menor, mas
celência. Temos que aprender a observar sem julgar, sem condenar mesmo assim, muitos confessam que comem mais do que precisam.
(como disse: desapaixonadamente), sem nos culparmos e entenden- Mas quantas pessoas você conhece que tem coragem de dizer: “sou
do, que não é porque tomamos consciência de um vício que ele vai invejoso”? É o único pecado de que me lembro de dizerem que é
embora de imediato. É verdade que a consciência do vício nos faz uma merda. Quando muito, é aquele papo de inveja boa, mas quem
ter mais controle, porque, se eu entendo que tenho inveja do meu você já ouviu dizer: “me sinto péssimo com a felicidade dos outros e
colega de trabalho e aceito esse sentimento, torna-se mais fácil para só fico pensando em uma forma de sacaneá-los para que fiquem na
mim optar por não prejudicá-lo, mesmo que tenha a oportunidade, mesma merda em que me encontro”? Eu não conheço ninguém!
porque tenho consciência agora de que não é o por achá-lo exibido Você pode reparar que pessoas invejosas dificilmente prospe-
que quero ferrá-lo, mas porque sinto inveja. Se não me censuro por ram na vida. Mas, se prosperarem, vão nos surpreender com seu
isso, torna-se mais fácil tomar o controle da situação, se for o caso, exercício de criatividade para continuarem com seu vício. Estar
posso fazer até o oposto: ajudá-lo. Ou seja, enquanto o vício não se sempre na merda é o melhor jeito de ser invejoso. O lance delas
vai, você pode tomar outras decisões e praticar outras ações, mas, não é progredirem, nem evoluírem, é ficarem se sentindo mal com
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os outros indo em frente, enquanto elas ficam pastando. Não é im- um hino, essa música seria uma ótima opção, pois a gula nunca está
possível um invejoso melhorar de vida, mas, mesmo que melhore, satisfeita, por mais que se tente, ela está sempre faminta.
não vai desfrutar do que tem, vai continuar se sentido na merda, Além dos excessos da mesa, que é a forma mais conhecida des-
achando que não é justo ter menos que fulano e que sicrano, pois é te vício, há o vício de se correr atrás de prazeres e sensações. A pes-
ele quem merecia mais. soa acredita que só quer se divertir, mas, na verdade, o prazer não se
A mulher que tem inveja da outra que é mais bonita não está in- deriva das diversões em si, mas do vício que está sendo alimentado.
teressada em se sentir bem com a sua aparência, quer curtir seu vício. Se você é do tipo que fica se perguntando qual é a próxima balada,
O empregado que tem inveja do patrão pode dizer que gostaria que tem que encontrar algo para fazer no final de semana ligando
de ser um empresário como ele, mas, se esse fosse mesmo o seu de- pra deus e o mundo feito tarado para descobrir uma festinha para
sejo, ele o seria. O que ele quer é ficar invejando o chefe, do mesmo ir, se não consegue ficar em casa, a não ser que esteja doente, você
jeito da doméstica que põe detergente na comida da patroa porque provavelmente está viciado.
não acha justo que esta tenha tudo o que ela queria ter, quando o que Você pode se perguntar o que há de errado em gostar de se
ela realmente quer é ficar ressentida e colocar detergente na comida divertir? É bem melhor que ser invejoso! Primeiro, não há nada de-
da chefe, que é no que ela está focada e usa sua energia criativa. mais em nos divertimos, tornar-se asceta como forma de dizer que
Pior, são alguns pais, que apesar de dizerem que querem a feli- não se tem vícios parece mais uma coisa do ego que fruto de um
cidade dos filhos, muitas vezes têm inveja da felicidade deles, numa desenvolvimento espiritual. No vício da gula, a diversão e o prazer
relação com os filhos esquizofrênica, de um lado, querem mesmo que esta oferece são o que menos importa. O prazer que se busca, na
que seus filhos tenham tudo o que eles não tiveram, mas de outro, realidade, é o de se conseguir mais uma dose. Tanto é que, mesmo
dizem para si mesmos: por que meus filhos devem ter isto, se eu não que, para saciá-lo, tenhamos que nos fazer mal, isso já não importa.
tive? E, enquanto não assumirem a inveja, vão viver prejudicando os Segundo, nem a inveja e nem a gula são boas, ou ruins. O desenvol-
filhos, dizendo que estão querendo ajudá-los. vimento espiritual chega quando é a hora, mas, desenvolvendo-se
A inveja, no entanto, é mal compreendida, não é algo pior do espiritualmente, a capacidade humana de obter prazer aumenta e
que qualquer outro vício. É triste que tenhamos tanto medo de ad- não diminui, estar viciado em prazer, não o torna uma pessoa me-
miti-la, não deveria ser um tabu tão grande, isto só atrasa a cura. lhor de quem está viciado em inveja. Vícios são fases que estão acon-
tecendo conosco, não são quem nós somos e tirar uma identidade,
Gula – a gula não é apenas comer mais do que se precisa. Na negativa ou positiva a respeito disto é um erro. Se quer curtir seu
verdade, a gula está associada a um apetite voraz em todos os senti- vício por diversão mais um pouco faça (é melhor que ir para uma
dos, é uma necessidade mecânica, irrefletida de se querer mais, mais caverna tirando onda de iluminado), mas uma hora, você vai ter que
e mais. Não há nenhum motivo ou sentido nessa busca insana por partir para outra, porque você vai se cansar dele.
mais, o que se quer alimentar com esse apetite monstruoso é o vício Outra forma de gula é a pelo dinheiro, esta é muito comum,
pela gula em si. Ou seja, a gula é uma ilusão, faz você querer devorar tanto é, que se costuma dizer: “dinheiro nunca é demais”. Essa frase
tudo o que vem pela frente, mas, você nunca vai se sentir saciado, diz tudo, temos que ter sempre mais dinheiro. Não é necessário se
porque está viciado. Há uma música dos Rolling Stones que tem saber para que, afinal, dinheiro é dinheiro e é sempre bom ganhar
este trecho: “I can’t get no satisfaction, but I try”, que fala de não se mais um pouco, porque vou me contentar com 200 milhões se pos-
ter satisfação, mesmo que se viva tentando obtê-la (não se trata de so ter 2 bilhões, mesmo que só precise para viver da maneira que
uma tradução literal da música). Se os gulosos do mundo quiserem quero de 2 milhões? Esse é o problema, como você só está saciando
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Vícios Gerais consideramos erradas. Só que nem todas essas coisas são nocivas
realmente. Deixamos de fazer coisas, que inclusive, podem nos
auxiliar no nosso desenvolvimento espiritual e, sem falar, que nos
deixamos manipular, muitas vezes, pelos poderosos porque temos
Neste capítulo vamos falar sobre os vícios mais comuns, não vou culpa. Com a culpa surge a hipocrisia, que não passa de mascarar-
poder falar sobre todos os vícios, até mesmo porque eu nem devo mos por trás de uma aparência de “normal” o que consideramos
conhecê-los, pois não sou um perito no assunto, escrevo sobre aqui- feio, sujo, nojento, pecaminoso e que vai gerar o desprezo da socie-
lo que observo. E, pelo que tenho observado em mim, acredito que dade, porém o pior é que, quando ficamos viciados em culpa, o que
um vício pode se uma mistura de outros vícios, por isso é difícil é que nós queremos? Nos sentirmos culpados e começamos a criar
catalogar todos eles, mas acredito que se uma pessoa tiver uma no- situações que permitam este tipo de sentimento, que pode ser desde
ção dos principais, pode perceber como eles se misturam para for- fazer algo que fomos ensinados como errado, ou viver interpretando
mar um novo. Lembra-se da luxúria, quando falamos dos maníacos o comportamento dos outros como uma forma de repreensão, que
sexuais que matam e torturam suas vítimas. É óbvio, nestes casos, eles estão sempre te dizendo que você não vale nada, que não presta,
que esse vício é uma mistura de vícios, dentre eles a luxúria, mas que está fazendo tudo errado, que é um lixo, tudo o que faça você
deve haver outros como a raiva, a crueldade, o vício por adrenalina se sentir mal com você mesmo, porque é isto que a culpa faz: faz a
e outros vícios oriundos da criação do agressor, que se mesclaram gente se sentir mal.
nesse tipo de comportamento e, embora a maioria de nós não saia E por causa disso, algumas pessoas, manifestam o seu vício de
matando e estuprando por aí, também temos vícios que são criados culpa, por viverem culpando os outros, como estão viciadas em cul-
da mistura de outros. pa, estão sempre se sentindo mal a seu respeito, mas projetam (sem-
Mais uma vez, ressalto que o que é mais importante neste tra- pre, que não admitimos um sentimento em que estamos viciados,
balho não é falar sobre todos os vícios, mas falar sobre eles, para que ao senti-lo internamente, usamos da projeção) esse sentimento em
as pessoas tenham noção do assunto, que todos somos viciados, que cima das pessoas próximas. Se você vive culpando os outros, ou é
os vícios nos impedem de usarmos o nosso poder criador, o que nos viciado em manipulação (neste caso usando a culpa para conseguir
impede de os enxergarmos, e com isso, comecemos a nos perguntar o que quer dos outros), pare e olhe para dentro de si mesmo e res-
como os vícios nos controlam e nos impedem de realizar os nossos ponda se não está projetando sua culpa nos outros, muitas vezes nas
verdadeiros desejos e, principalmente, a nos questionarmos como pessoas que você diz amar.
nos livrar deles. Se o livro causar esse efeito nos leitores, já terá atin- A culpa realça o sentido de identidade do ego, mesmo ser mal
gido o seu objetivo. é ser alguma coisa, mas, quando entendemos que somos um espí-
rito, que não é bom e nem mal, nós passamos a não nos sentirmos
Culpa – este é um vício muito comum, principalmente, nos pa- culpados e entendemos que esse ser que nos diz que somos mal não
íses cujas sociedades se originaram na cultura judaico-cristã, nelas é passa de um punhado de conexões neurais que faz com que o nos-
quase impossível encontrar uma cultura que não tenha a culpa como so hipotálamo desencadeie, via nosso sistema endócrino, uma sé-
um de seus vícios principais, porque esta é um de seus pilares. rie de reações químicas, que vão ser percebidas pelo nosso espírito
A culpa foi muito difundida nessas sociedades como uma for- como a emoção da culpa, dentre outras, e que nós nos enganamos
ma de coibir as pessoas de fazerem o que é considerado errado. Até ao acreditar que esse conjunto de emoções é nossa personalidade,
certo ponto parece funcionar, não fazemos muitas coisas por que só porque esse processo vive se repetindo constantemente. Quan-
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do entendemos, que este processo se repete, não porque se trata vergonha que tanto almejam, mesmo que parte da farsa seja jura-
da nossa personalidade, mas sim porque nós nos viciamos nessas rem para si mesmas que a última coisa que querem é se sentirem
emoções, entendemos o óbvio, que caímos num truque. Como disse envergonhadas. Mas o fato de viverem procurando se sentir assim
Eckhart Tolle, encontrar a bondade dentro do seu coração é dife- as contradiz.
rente de tentar ser bom. Tentar ser bom é o vício da culpa em ação, Como todos os vícios, a vergonha também nasce do ego, do
pois você não tentaria ser bom, se você não se achasse uma pessoa medo que este tem de se sentir diminuído perante os outros, mas ele
má, por isso, você nunca vai ser bom tentando ser bom, vai somen- pode preferir ter uma identidade sobre o prisma da vergonha do que
te alimentar o vício da culpa em você, a verdadeira bondade surge nenhuma e a pessoa acaba se acostumando a se sentir por baixo em
naturalmente de um espírito equilibrado, por isso, quer ser bom de relação aos outros. É claro que, para satisfazer o ego, ela vai se sentir
verdade? Equilibre-se! a pior pessoa do mundo.
A vergonha não tem lugar numa pessoa equilibrada, porque
no equilíbrio sabemos que estamos unidos a tudo que existe, que a
Vergonha – é parecido com a culpa e, como muitas vezes ao
separação é apenas uma ilusão e que, como fazemos parte do mes-
nos sentirmos culpados, sentimo-nos também envergonhados, eu
mo todo, não existe melhor ou pior, que o nosso verdadeiro eu (o
cheguei a achar que eram a mesma emoção, até que fui morar em
espírito) não pode ser melhor ou pior que outros espíritos porque
Porto Alegre. Eu sou carioca, mas fui criado em Brasília e, quan-
são feitos da mesma energia e são parte do mesmo ser.
do cheguei à Porto Alegre, percebi que os gaúchos falavam muito
em vergonha, mais do que nós falávamos em Brasília, mas muito
menos em culpa, ou remorso. Percebi que os gaúchos se sentiam Intolerância – esse vício nasce da necessidade que o nosso ego
mais envergonhados por coisas que em Brasília seriam consideradas tem de afirmar o nosso sistema de crenças como se fosse a realidade.
normais, mas que no sul eram motivo para uma enorme vergonha. E por que ele faz isso? Porque se percebermos o nosso sistema de
Algumas coisas que não conseguiríamos fazer por causa da culpa, crenças como uma mera interpretação de como a vida é e entender-
eles faziam não só sem se sentirem culpados, mas algumas vezes mos que a vida não tem um significado real e que o sistema de cren-
até se orgulhando. Não quero dizer que exista uma cultura melhor, ças de cada espírito está ligado ao que é necessário para o seu equilí-
ou pior, até mesmo, porque tanto a culpa como a vergonha são um brio, para que ele possa lançar mão de todo o seu potencial criativo,
verdadeiro serviço de porco no que tange ao nosso desenvolvimento se entendermos tudo isso, o ego perde sua força. O que seria do ego
pessoal e da humanidade. se entendêssemos que os nossos pensamentos, sentimentos e siste-
O que percebi de positivo nesta diferença cultural é que a ver- ma de crenças não são tão importantes, quanto ele nos quer fazer
gonha é algo à parte, mas é também um freio social, que visa tentar acreditar? O ego só nos faz esquecermos que somos um espírito,
coibir os indivíduos do grupo de fazerem algo por se sentirem mal, porque nos força a ficarmos focados em nossos pensamentos, nos
só que nesse caso, as pessoas não se reprimem porque se sentem nossos sentimentos e nos nossos sistemas de crenças, ficamos como
responsáveis pelo “mal causado ao próximo”, mas porque temem a mariposas girando em torno deles, esquecendo da nossa verdadeira
censura e desaprovação dos seus semelhantes. Ela está mais ligada a natureza, daí, esquecermos de quem somos realmente.
que os outros vão pensar de mim (ego). E como somos intolerantes, há preconceitos por raça, nacio-
Pessoas viciadas na vergonha vivem imaginando estes outros nalidade, orientação sexual, religião, classe social, beleza, sexo, pro-
que tanto temem, pensando o pior delas e, como os viciados em fissão, altura, peso, grau de inteligência, e para tudo, você pode ter
culpa, muitas vezes se mentem em situações que as farão passar pela certeza! O nosso ego não perde muitas oportunidades para se afir-
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Vícios por Elementos As Qualidades
Na Astrologia, nós temos 4 elementos: o fogo, a terra, o ar e a água, As qualidades, como o próprio nome diz, indicam qualidades que
esses elementos nos fornecem características básicas, que se tornam os signos associados a elas possuem. Elas estão associadas às es-
mais atuante em nossas vidas conforme um determinado elemento tações do ano. Os signos cardeais representam o início de cada
é enfatizado no nosso mapa. estação, os fixos representam o meio da estação, quando a estação
está estabilizada e os mutáveis representam o final quando é ne-
Fogo (Áries, Leão, Sagitário) – esse elemento representa a
cessária uma adaptação da estação que está terminando para a que
energia para vivermos e aproveitarmos a vida, por tanto, dar-nos
está começando.
entusiasmo e amor pela vida. Também representa independência
para irmos atrás do que queremos. Os vícios mais comuns do fogo Cardeais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) – é qualidade
são: gula, irritação, orgulho, ansiedade, impaciência, necessidade de que nos dá iniciativa para irmos atrás do que queremos e “vencer-
excitação física, de adrenalina, de egoísmo, se apaixonar pela idéia mos na vida”. Seus vícios: ambição, necessidade de mudanças, tédio,
de apaixonar e fantasiar/idealizar. competitividade e identificação com metas e conquistas.
Terra (Touro, Virgem e Capricórnio) – esse elemento está liga- Fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) – esses signos nos
do ao que chamamos de realidade material, que não passa de como a dão as qualidades necessárias para perseverarmos para conquis-
nossa mente interpreta as informações recebidas pelos nossos cinco tarmos o que quisermos, pessoas com excesso dessa qualidade têm
sentidos, dá-nos capacidade de lidar com o mundo material/finan- dificuldade de se livrar de seus vícios (não só os relativos a essa qua-
ceiro e perseverarmos para atingirmos o que queremos. Seus vícios: lidade, mas de todos os vícios que possuírem). Seus vícios: preguiça,
avareza, luxúria, ganhar dinheiro, ceticismo, depressão/melancolia teimosia, orgulho, vingança, preconceito e o apego.
e o sucesso.
Mutáveis (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes) – esses signos
Ar (Gêmeos, Libra e Aquário) – está relacionado a nossa ca- nos dão qualidades que nos ajudam a termos jogo de cintura para
pacidade de aprendermos e de comunicarmos conceitos abstratos, sabermos nos adaptar aos desafios da vida, bem como, quando de-
representa a nossa mente. Seus vícios são: a inveja, o medo, a de- vemos começar, perseverar e abandonar algo. Os vícios são: deso-
sonestidade, a racionalização, a dualidade, a fofoca, julgar aos ou- nestidade, ansiedade, indecisão e inconstância.
tros, se relacionar com os outros no nível mental e a identificação
com a mente.
Água (Câncer, Escorpião e Peixes) – representa as nossas emo-
ções e capacidade de sentirmos empatia com o próximo, também
está associada ao inconsciente. Seus vícios são: a inveja, a preguiça,
se fazer de vítima, precisar estar sempre amando alguém, a culpa, a
vergonha, a crueldade, a mágoa, comportamentos autodestrutivos e
a identificação com as emoções.
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Os Signos Touro – esse signo é o mais sensual do zodíaco, gosta muito de
aproveitar as coisas boas da vida. Gosta muito de dinheiro. As mu-
lheres para gastar com coisas bonitas, luxuosas, prazerosas e con-
fortáveis, os homens para poupá-lo. Gosta de fazer as coisas no seu
tempo e não gosta muito de mudanças. Tem força para conseguir o
Os signos astrológicos, ao contrário do que muitos pensam, não
que quer, mas pode ser muito parado.
são constelações, mas sim um espaço matematicamente calculado.
Os vícios de Touro são: ciúme, preguiça, gula, teimosia, violên-
É como se o mundo em que vivemos fosse composto por 12 formas
cia, avareza, luxúria e fúria.
de energia (os planetas e as casas astrológicas também estão asso-
ciados a essas energias) e cada signo representa uma dessas ener-
gias. Por isso, na verdade estas 12 energias estão atuando sobre nós Gêmeos – esse signo está associado à capacidade da nossa
o tempo todo, mas algumas delas são mais atuantes em nossas vidas mente de se adaptar a novos estímulos, sua capacidade de aprender
do que outras e é justamente a variação da forma de atuação dessas e de se comunicar. Os geminianos tendem a serem inteligentes, ner-
vosos, multifacetados, mas muitas vezes são acometidos pela duali-
energias e na quantidade que isso se dá que tornam o mundo tão
dade que esgota por completo as suas energias.
rico de nuanças e cada pessoa que existe, enquanto encarnada, num
Os vícios de Gêmeos são: a mentira, a ansiedade, o nervosismo,
ser único.
medos de todo tipo, praticar golpes, viver no mundo dos pensamen-
Cada signo, por representar uma dessas energias, tem carac- tos e a inconstância.
terísticas próprias representando a sua vibração. Não tem como se
negar que cada uma dessas vibrações energéticas está associada a
vícios que nos afligem e um estudo mais aprofundado da Astrologia Câncer – esse signo está associado a nossa necessidade de nu-
pode mesmo ajudar muito na compreensão de nossos vícios. trir, cuidar e proteger. Mas, para que os cancerianos possam cum-
Vou me apegar mais no lado negativo dos signos não para ser prir com a sua tarefa, primeiro eles têm que aprender a se nutrirem
e pararem de agir como crianças choronas, que ficam exigindo o
pessimista, ou porque esses não tenham um lado positivo, mas sim,
tempo todo para serem cuidadas e protegidas, ou seja, precisam
porque o objetivo aqui é reconhecer os vícios, que atrapalham a nos-
amadurecer emocionalmente.
sa vida de se desenvolver plenamente.
Os vícios de câncer são: a inveja, a manipulação, o apego ao
passado, à tendência a se vitimarem, a insegurança, a hipocondria
Áries – é o primeiro signo do zodíaco, representa o início da e a avareza.
primavera no hemisfério norte, que está associada a uma verdadeira
explosão de vida após o frio do inverno. Esse signo é cheio de ener- Leão – esse signo tanto rege a consciência como o ego. Os le-
gia e ardor, vai a luta pelo que quer e, por mais que apanhe da vida, oninos são extremamente egocêntricos, principalmente os homens
sempre volta para a briga. Quer o que quer na hora que quer, sendo desse signo que tendem a ser uns parasitas que querem ser servidos
portanto, muito exigente, não é fã da diplomacia e não costuma le- o tempo inteiro. São suscetíveis a elogios dos quais parecem viver
var o ponto vista dos outros em consideração. sempre atrás, sempre procurando chamar a atenção.
Os vícios de Áries são: egoísmo, impaciência, competitividade, Os vícios de Leão são: orgulho, vaidade, preguiça, necessidade
mentiras, confrontos e a ira. de brilhar e chamar atenção e o poder.
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Virgem – esse signo está ligado à necessidade que temos de Capricórnio – esse signo representa a nossa capacidade de atin-
analisar o mundo em que vivemos e de aperfeiçoá-lo. Os virginianos girmos as nossas metas. Os capricornianos tendem a ter muito medo
muitas vezes são frios e tendem ter um dificuldade muito grande de da felicidade e da sorte e levam a vida a sério de mais, as pessoas que
ver o todo, voltando sua atenção para as partes. Esse erro de per- convivem com ele na intimidade, muitas vezes acham difícil viver
cepção os leva a verem a si mesmos e tudo e todos à sua volta como com alguém que ver a vida como algo com tantas restrições.
cheios de imperfeições. Os vícios de Capricórnio são: a avareza, a crueldade, a insegu-
Os vícios de Virgem são: mentiras, frieza emocional, crítica, a hi- rança, a melancolia, o materialismo, a ambição, o poder e a frieza
pocondria, manias de todo gênero (principalmente no que se refere a emocional.
higiene, limpeza e no sexo), irritação e complexo de inferioridade.
Aquário – esse signo representa a necessidade humana de
Libra – esse signo representa a nossa necessidade de buscar- trabalhar e construir a sua individualidade, ao mesmo tempo que
mos o equilíbrio unindo os opostos. Os librianos, ou tendem a ser entende que faz parte de uma comunidade que é composta por in-
muitos estressados, ou extremamente tímidos e reservados. Po- divíduos e de buscar a verdade. No entanto os aquarianos tendem a
dem ser superficiais evitando conflitos e se preocupando mais com ser preconceituosos e cabeça-duras e a viverem criando problemas
as aparências. do nada.
Os vícios de Libra são: a indecisão, o estresse, a gula, a luxúria, Os vícios de Aquário são: a hipocrisia, a excentricidade, a rebel-
a vaidade, a dependência do outro e a reatividade. dia, a vingança, o preconceito, o medo de intimidade e a depressão.
Escorpião – esse signo representa o ciclo da vida de nascimen- Peixes – esse signo representa nosso desejo interior de su-
to e morte, os processos de transformação cabal da personalidade plantar o ego e de usarmos os nossos recursos interiores. Piscianos
(renascimento). Os escorpianos tendem a ter fortes conflitos inter- tendem a ser muito sensíveis, podem querer fugir da realidade por
nos que não conseguem expressar, por mais que sua aparência na meio de atitudes escapistas e também são enormemente influencia-
superfície pareça serena. dos pelo ambiente em que se encontram.
Os vícios de escorpião: a crueldade, o poder, a manipulação, a Os vícios de Peixes são: fazer-se de vítima, a culpa, a vergonha.
luxúria, ser compulsivo, tendência a se vitimarem, a vingança e a A idealização amor, a paranóia, querer ocultar suas ações, fantasiar
autodestruição. e a mentira.
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física quântica e explica o processo do vício por meio da nossa fisio- Gosto tanto das terapias energéticas e quero tanto que todos
logia, portanto saindo, do lado místico. tenham acesso a elas, que desenvolvi uma terapia energética base-
Outra coisa que você pode fazer é tirar uma hora para ficar ada na Astrologia, que está descrita no meu outro livro: “Balancea-
consigo mesmo e começar a anotar num caderno de uma forma ho- mento Energético”. Além de um curso resumido de Astrologia, falo,
nesta os seus vícios e anotar como você costuma satisfazê-los. Por na segunda parte, sobre a terapia em si e ensino ao leitor a ser um te-
exemplo: você é viciado em culpa, percebe então que esse vício se rapeuta, pois essa terapia é muito simples e com um poder de trans-
manifesta em interpretar os comentários dos outros como acusa- formação fenomenal (mas lembrando, que nenhuma transformação
ções, fazer coisas que o fazem se sentir culpado, se sentir mal por profunda pode ser feita sem o desenvolvimento do observador) e o
coisas sem importância, se envolver com pessoas que vivem te cul- meu objetivo é que as pessoas se balanceiem constantemente, seja
pando por tudo, projetar a sua culpa nos outros, ver filmes que ali- no seio das famílias, seja nas escolas, nos locais de trabalho, na vizi-
mentam esse sentimento, etc. Mapeando os seus vícios, você está nhança e em qualquer agrupamento humano.
automaticamente desenvolvendo o observador e, quando praticar O importante é você saber que pode mudar sua vida e que
os atos que alimentam seu vício, você percebe que não vai estar mais vivemos numa época em que várias escolhas estão à sua disposição.
tão inconsciente assim e o negócio é tentar permanecer cada vez No que tange as ferramentas para ajudá-lo nesse processo, você
mais presente, para que seja seu espírito e não os seus vícios que pode optar por várias, como optar por fazer meditação e balancea-
esteja no comando. mento energético. Mas lembre-se: não adianta usar todas essas op-
Se você tiver dificuldade de reconhecer seus vícios fale, com ções, se for para criar uma personalidade de uma pessoa que busca
alguém com quem você tenha intimidade, explique que você está fa- a espiritualidade. Se estiver procurando essas coisas para criar uma
zendo um trabalho de mapear seus vícios emocionais e precisa que personalidade, isso é ego e, onde há ego, não há observador, que é a
ele seja sincero em descrever como você age (não vá bater nele por principal ferramenta para você se tornar a cada dia mais conscien-
favor, por mais irritado que você fique) e, depois, dê-se essa horinha te. Portanto, você ainda estará agindo mecanicamente controlado
e veja se seu(s) amigo(s) está(ão) certo(s). pelo seu ego.
Procure sempre dedicar 15 minutos por dia, para fazer uma
revista do seu dia: se percebeu algum novo vício, se conseguiu se
tornar consciente e em que grau e em quais momentos. É algo que
não custa muito e pode fazer muito bem no final.
Há também terapias que você pode fazer pra ajudá-lo no pro-
cesso como acupuntura, ou yoga, meditação e tai chi chuan.
Uma terapia de que eu gosto muito são as de balanceamento
energético, como o Balanceamento Muscular e o Bodytalk. Elas tra-
zem um equilíbrio que auxilia na resolução de vários problemas e
também nos ajudam a termos uma maior clareza de visão, que é es-
sencial no desenvolvimento do observador. Elas não acabam com a
ilusão que o ego tem de ser nosso verdadeiro eu, mas deixa-o menos
atuante. Com isso, torna-se mais fácil o processo de nos tornarmos
mais conscientes da influência do ego sobre nós.
Espero que este livro seja de imensa ajuda para você, leitor de todo
o meu coração. Espero que lhe ajude a perceber que há um estra-
nho tentando ser você, ocupando o lugar do seu espírito, que esse
estranho se chama ego e que você se identifica com ele por causa
dos seus vícios, que o impelem a viver sempre as mesmas situa-
ções, que estes vícios limitam o seu sistema de crenças e tornam
sua vida medíocre.
Espero que você entenda que pode ser libertar desses vícios, já
que eles não representam o seu verdadeiro eu e que se fizer isso, sua
vida vai mudar mais do que pode esperar, porque todo o seu poten-
cial criativo, que você vem usando passivamente até agora, passará a
ser utilizado conscientemente.
Não digo que amanhã você vai estar completamente sem pro-
blemas, mas vai se tornar a cada dia mais sábio e, quanto mais sábio
você for, menos o seu ego terá o controle sobre você.
Portanto, que a leitura o ajude no seu processo de conscien-
tização, independente do estágio em que você já se encontre, pelo
menos no meu caso ajudou-me, porque não pude escrever este livro
sem aumentar um pouco o meu grau de consciência do grau que
possuía antes.
Um forte Abraço!
Marcelo.
Maneros@hotmail.com
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